Terra Boa Agronegócios - Ed 05 Nov/Dez 2012 - Rancho da Matinha

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Luciano Borges Rancho da Matinha: o Nelore além da beleza racial Raça Nelore supera expectativa de inscrições e volume de negócios Expoinel 2012 Cooxupé aposta em tecnologia e inaugura novo Complexo Cafeicultura Brahman: Brasil tem o 3º maior rebanho do mundo Pecuária de Elite agronegócios ano 1 | edição 5 | novembro/dezembro 2012

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Nesta edição Luciano Borges nos conta a sua históriae do Rancho da Matinha, o Nelore além da beleza racial. A Expoinel 2012 supera expectativa de público e volumes de negócios, a Cooxupé aposta em tecnologia e inaugura novo Complexo, Brahman: Brasil tem o 3o. maior rebanho do mundo e muito mais novidades, confiram!

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Luciano BorgesRancho da Matinha:

o Nelore além da beleza racial

Raça Nelore supera expectativa de inscrições e volume de negócios

Expoinel 2012Cooxupé aposta em tecnologia

e inaugura novo Complexo

Cafeicultura Brahman: Brasil tem o 3º maior

rebanho do mundo

Pecuária de Elite

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Leia na Terra Boa

Parceiros e Colaboradores

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ESPECIAL Os desafios da pecuária leiteira

ARTIGO Agricultura brasileirae o comércio externo

ASSESSORIA Conforto, bem-estar e qualidade do sêmen

EQUINOCULTURA 34ª Nacional Mangalarga

CAPA Rancho da Matinha:Além da beleza racial

CAFEICULTURAFeira Internacional do Café

GASTRONOMIA Delicias e segredos da culinária mineira

EVENTO Expoinel 2012

Abdalla Jorge Abib

é jornalista, publicitário e administrador de empresas. É editor da revista Quarto de Milha

e responsável pela área de notícias do site da ABQM ( Associação dos Criadores de

Cavalo Quarto de Milha), órgãos oficiais de divulgação da Associação.

Eduardo Biagi

Eduardo Biagi, o Duda Biagi, é descendente de uma família que se dedicou à

produção e industrialização da cana-de-açúcar. Formou-se em agronomia e a sua

primeira experiência na pecuária foi com a criação do Nelore. Trabalhou em diversas

instituições ligadas ao agronegócio e hoje é presidente da maior associação classista

da pecuária mundial a ABCZ ( Associação Brasileira dos Criadores de Zebu).

André Pimenta

é cafeicultor e Gerente Geral de Administração e Finanças da Pimenta Agro

Sul, concessionária da marca Case IH. É descendente de uma família que,

tradicionalmente, trabalhou com concessionárias de veículos das marcas

Volkswagen e Chevrolet. Também é sócio proprietário da SUPERNOVA, empresa

de comunicação visual e painéis de propaganda, sediada em Alfenas/MG.

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50PECUÁRIA DE ELITE Brahman,o crescimento da raça

ARTIGO O papel do herbicida

ARTIGOA importância dos volumosos

LENDA VIVAVou te contar uma história

EVENTO Cooxupé inaugura Complexo do Japy

ARTIGO Afecções de cascos

TRADIÇÃO FAMILIARPimenta para todos os gostos

EVENTO Hora Certa Cooparaíso

José Bonifácio de Almeida Filho

Zezão, é consultor das raças Nelore e Gir Leiteiro. Começou a sua vida profissional no

Mato Grosso do Sul, onde se encantou com o gado PO. Passou por Minas Gerais, Goiás

e, hoje, atua em todo país. O consultor carrega na sua bagagem vários títulos, entre eles

o Tricampeonato de Melhor Criador da raça Nelore, pelas Terras de Kubera.

Marco Pollo

é natural de Altinópolis/SP, mas está radicado em Passos/MG há 21 anos. É técnico

agropecuário e gestor em marketing. Trabalhou na Monsanto e atualmente é sócio-

diretor da Triângulo Agro, empresa de consultoria a empresários rurais de Passos e

região. É também produtor de milho em Alpinópolis/MG.

Yuri Baldini

é natural de Passos/MG. Zootecnista graduado pela Universidade Estadual de Londrina

é também mestre em Produção Animal pela ESALQ/USP. É membro do Colégio

de Jurados da ABCZ e trabalha na Aval Serviços Tecnológicos, empresa que atua na

avaliação de carcaça bovina por ultrassonografia para Programas de Melhoramento

Genético e para a formação de lotes homogêneos de animais em confinamentos. Atua

também na orientação técnica de projetos de pecuária de corte seletiva.

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EXPEDIENTETerra Boa Agronegócios é uma publicaçãobimestral da Editora Doce Marano 1 | edição 5 | novembro/dezembro 2012

Direção executivaBolivar Filho [email protected]

Conselho editorialAdriana Dias, Bolivar Filho, Denise Bueno

EdiçãoBolivar FilhoDenise Bueno [email protected]

Projeto gráficoEdição de imagens e DTPMultimarketing ComunicaçãoCleiton Hipólito / Dalton Filho [email protected] [email protected]

Jornalista Responsável / RedaçãoDenise Bueno – DRT/MG 6173 [email protected] Dias [email protected]

RevisãoLucia Codignole Gazeta [email protected]

EstagiáriaMarcela Muzetti [email protected]

FotosReginaldo Faria [email protected]

Impressão3 Pinti Editora e Gráfica

Tiragem10 mil exemplares

A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos

nos artigos assinados e informes publicitários.

Revista Terra Boa AgronegóciosAv. Com. Francisco Avelino Maia, 3866

Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro

[email protected]

Envie a sua história ou curiosidade relacionadaao campo para a Terra Boa Agronegócios!

Quem lê a Terra Boaa g r o n e g ó c i o s

Chegamos à quinta edição da revista Terra Boa Agronegócios com excelente resposta pelo trabalho realizado, o que é um prazer para toda a nossa equipe. Nos encontros e reportagens que produzimos, registramos também novos leitores, entrevistados e interessados que estão ligados nas matérias produzidas por nossos repórteres. Fique atento, o próximo click pode ser para você!

O criador de Nelore, Reinaldo Caravellas, confere aedição da revista em Uberaba/MG

O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, durante a inauguração do Complexo do Japy,

conferindo a 5ª edição da revista Terra Boa Agronegócios

A portuguesa Susana Martins , diretora geral da Fertiberia Brasil, confere a produção da revista

O Secretário da Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, que foi o nosso primeiro entrevistado,

lê a Terra Boa, durante SINAGRO, em Passos/MG

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Ao leitor

O agronegócio brasileiro continua aquecido no mês de novembro. Eventos do setor mo-vimentam negócios como a FEILEITE- Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite, entre outros já realizados, como a Feira Internacional do Café. Entre feiras e exposições, o potente mercado de grãos e carne brasileira ganha visibilidade e atrai os olhares do mundo.

Diante de todo esse potencial, os produtores e criadores brasileiros investem em tecnologia e se especializam cada vez mais para atender toda essa demanda do mercado mundial. Para mostrar parte desse trabalho, entrevistamos o pecuarista Luciano Borges Ribeiro, do Rancho da Matinha, que investiu em um sistema moderno e eficiente, e hoje, oferece ao mercado, ge-nética melhoradora que contribui para a maximização da produção de carne de qualidade a menor custo.

Esse potencial de crescimento do país, no entanto, se esbarra em um dos grandes proble-mas do mercado de trabalho: o profissional especializado. As inovações, a evolução e o cres-cimento com qualidade e sustentabilidade só é possível, fazendo bem feito os procedimentos básicos. Esse é o alerta do professor e pesquisador José Luiz Vasconcelos, em sua entrevista para essa edição. E o alerta, embora com foco sobre a pecuária leiteira, vale para todos os segmentos de produção.

Outra boa novidade que abordamos nessa edição é o retorno e o fortalecimento da raça Mangalarga às pistas da região Sudeste. No hipismo, o Haras Manoel Leão, em Brodowski, reuniu grandes nomes do esporte no Campeonato realizado no mês de outubro.

Esperamos que gostem dessa edição que traz muitos outros casos de sucesso do agro-negócio brasileiro.

E como sempre, um forte abraço!

Bolivar Filho

Você sabia que a Terra Boa tambémpode ser acessada na internet paraleitura virtual? É no endereço abaixo:

http://issuu.com/terraboa

Tenha uma boa leitura!

Crescimento

Na capa desta edição, Luciano Borges Ribeiro, selecionador da raça Nelore, Rancho da Matinha.

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O passense José Luiz Moraes Vasconcelos, o Zequinha, inicia nosso bate-papo agradecendo a oportunidade dessa entrevista. Ele é médico veterinário, mestre, doutor, pesquisador, professor e um dos profissionais que incentiva e busca me-lhores índices de produtividade para a pecuária leiteira nacional. Graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1980, atualmente é professor assistente, doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus de Botucatu.

Como pesquisador, recebeu da Associação Americana de Ciência da Produção Leiteira (American Dairy Science Association), o Prêmio Pesquisador Internacional em Produção Leiteira, no ano de 2011. Reconhecimento internacional àqueles que contribuem para a melhoria da produtividade em bovinos de leite. Entre suas atividades se destaca a formação de jovens profissionais das áreas da veterinária, zootécnica e agronomia, através da Conapec Júnior, empresa de consultoria mantida pela Universidade Jú-lio de Mesquita Filho, onde os jovens estudantes se preparam antecipadamente para o futuro mercado de trabalho.

Além dessas atividades, é também palestrante, pai, marido, orientador de alunos e um grande curioso. “Sempre temos algo a aprender”. Como ele começou agradecendo a oportunidade, nós o agradecemos aqui, publicamente também, por divi-dir parte da sua experiência, do seu conhecimento com os leitores da Terra Boa Agronegócios.

TB: Em 2011, você recebeu o prê-mio Pesquisador Internacional em Pro-dução Leiteira. De lá até hoje, quais são os seus desafios como pesquisador?

JLMV: Esse prêmio é oferecido anualmente pela American Dairy Scien-ce Association para pesquisadores fora dos Estados Unidos. Para nós foi muito bom, prova de que estamos no cami-nho certo. Depois do prêmio continua-mos a vida. Nossa missão dentro do sis-tema é formar alunos, fazer pesquisas e realizar palestras para divulgar nossos resultados, visando a aumentar a pro-dutividade dos sistemas de produção de leite.

TB: Atualmente, o que temos de novidade no setor da pecuária leiteira para se produzir bem e mais?

JLMV: A lógica é fazer bem feito o básico: manejo, alimentação, gené-tica, sanidade, reprodução. Não é sim-ples nem fácil, mas tem que ser realizado para ter os resultados esperados. Se você fizer bem feito todo dia, o resultado será

positivo. Às vezes aparece uma novida-de, mas se você não estiver fazendo o básico não terá a resposta esperada. Tec-nologias contribuem para o aumento da produção, mas para aplicá-las e termos resultados positivos, é preciso fazer todo o processo corretamente.

TB: A produção leiteira no Brasil é heterogênea. Temos produtores que adotam muita tecnologia e apostam na qualidade, como temos produ-tores que ainda apostam na produ-ção artesanal. Há perspectiva de que este mercado seja mais homogêneo com a tecnologia sendo disponibiliza-da para pequenos, médios e grandes produtores?

JLMV: Não existe produção artesa-nal. Existe produção correta dentro do sistema escolhido. São varias as possi-bilidades para produzir leite. Produção a pasto ou confinamento? Com vacas puras ou mestiças? O ponto é escolher corretamente as tecnologias disponíveis mais adequadas ao sistema escolhido.

Independente do sistema, o produto lei-te TEM que ter qualidade. Sem qualidade haverá perda de mercado, e consequen-temente, de demanda e preços.

TB: A pecuária leiteira registrou aumento de produção até 2011. Com a quebra de safra, e consequentemen-te, redução de grãos, os produtores enfrentam as dificuldades para conci-liar produção, alimentos e custo. Mes-mo assim a média de produção nacio-nal crescerá diante desse cenário?

JLMV: A produção sempre vai cres-cer, pois quem está na atividade são pro-dutores que aumentam a sua produ-ção. Se o lucro por litro de leite diminui, mantém-se a rentabilidade aumentando a produção. Quando fazemos isso, au-menta-se a oferta e cai o preço. Esse é

“Se o lucro por

litro de leite

diminui, mantém-

se a rentabilidade

aumentando a

produção. Quando

fazemos isso,

aumenta-se a oferta

e cai o preço”

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o sistema capitalista que faz as pessoas produzirem cada vez mais, e com isso os preços ficam estabilizados. Se o preço da ração subir e o produtor não tratar os ani-mais, terá diminuição da produção, e po-derá sair do negócio a médio prazo, pois diminuirá o custo variável, mas aumenta o custo fixo por litro de leite produzido. Se alguns produtores menos preparados saírem da atividade, tem a recuperação de preço. Então o caminho para o pro-dutor é o crescimento da produção.

TB: Hoje o produtor recebe mui-to mais informações do que no passa-do. Efetivamente dá para perceber que eles usam essa informação a seu favor?

JLMV: O resultado de cada proprie-dade é reflexo da capacidade de aplica-ção das tecnologias, que depende do técnico em sugerir e do produtor em aceitar e conseguir implantar. Os técni-cos e produtores estão procurando cada vez mais informações, mas é importan-te deixar claro que existe uma rotina a ser seguida. Usar a tecnologia de forma adequada é importante, por isso a im-portância da discussão prévia das pos-sibilidades de ganho e das facilidades e dificuldades da aplicação dessa nova tecnologia a ser implantada. Ações isola-das não fazem a diferença, é o conjunto delas que traz o resultado positivo.

TB: Entre seus projetos, tem al-guma nova pesquisa em andamento? Pode antecipar para os leitores da Ter-ra Boa seus resultados até o momento?

JLMV: Estamos testando novos protocolos de IATF com resultados bem positivos, com aumento médio de 10 pontos percentuais de prenhez. Esta-mos também testando produtos à base de cromo, que está associado ao trans-porte de glicose para a célula, o que vai ajudar na produção da vaca, na quali-dade dos ovócitos, na fertilização dos embriões. Nós trabalhamos com repro-dução e produção, visando mais vacas gestantes na fazenda. Temos também dados de conforto, estresse térmico. Não podemos esquecer que moramos em um país tropical e que as vacas so-frem muito com o estresse térmico. O interessante é que quando termina-mos um projeto, já temos mais dúvidas a serem respondidas.

TB: Entre as perspectivas de fu-turo para o Brasil, está o papel de grande produtor de alimentos para o mundo. A pecuária leiteira também dará essa contribuição?

JLMV: A seca nos Estados Uni-dos deixou bem claro a fragilidade do mundo. Duas secas consecutivas nos Estados Unidos pode impactar nega-tivamente de forma grave a segurança alimentar mundial. O Brasil tem grande potencial para produção de alimentos, pelas suas terras e clima. Estamos na

“O Brasil tem

grande potencial

para produção de

alimentos, pelas

suas terras e clima.

Estamos na região

tropical com muita

água e calor, que

é bom para a

agricultura, mas

péssimo para

a vaca de leite”

região tropical com muita água e ca-lor, que é bom para a agricultura, mas péssimo para a vaca de leite. Para ser-mos eficientes, temos que minimizar o efeito negativo do estresse térmico nas vacas, através de sistemas de ventilação e aspersão, de estação de parição, ou ainda através da utilização de genóti-po mais adaptados. É uma aparente in-coerência exportarmos carnes e grãos, mas importamos leite. Acredito que o sistema de pesquisa/órgãos do gover-no deveriam ter sistemas de produção de leite eficientes para que os produ-tores pudessem fazer adequadamente. Temos que ter produtos de qualidade em quantidade para termos competi-tividade. Se produzimos soja e milho para produzir leite em outros países, temos condições de produzir aqui, mas muito ainda deve ser feito.

TB: Crescer com sustentabilida-de é o desafio de todos. O que a uni-versidade tem divulgado e promovido como técnica para que os produtores possam aumentar a sua produção sem agredir o meio ambiente?

JLMV- Ser sustentável é ser efi-ciente. Com produtividade os fatores de produção homem, terra e animais esta-rão otimizados, permitindo a sustenta-bilidade do negócio.

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garantem a qualidade do sêmen

Conforto e bem-estar

O Gerente de Produção da Central de Touros da ABS Pecplan, em Uberaba/MG, Fernando Vilela Vieira, é um dos profissionais mais reconhecidos no mercado pecuário brasileiro. Com mais de duas décadas de experiência, aponta as características essenciais para a excelência do sêmen produzido no la-boratório ABS: a tecnologia e o conforto animal.

O Dr. Fernando, como é mais co-nhecido, formou-se em veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia e sempre atuou na área de touros de re-produção. Com várias especializações, dedicou-se nos últimos seis anos às novas linhas de produtos da empresa, como o sêmen sexado, clones e Fertil-ty Plus. Recentemente voltou à gerên-cia de produção da ABS Pecplan, onde vem coordenando a implantação de grandes inovações.

Na sede da ABS Pecplan, ele re-cebeu a equipe da Terra Boa Agrone-gócios para falar sobre a importância da qualidade dos serviços na área de reprodução, e destacar pontos funda-mentais para a excelência do sêmen.

O laboratório da Central ABS Pec-plan em Uberaba é o primeiro no Brasil a implantar o CASA-IVOS, o mais mo-derno equipamento para análise com-putadorizada do sêmen. O Sistema IVOS de análise de sêmen é reconhecido in-ternacionalmente como rápido, preciso e cientificamente testado e validado. A Genus ABS, empresa norte-america-

na da qual a ABS Pecplan faz parte, já implantou essa tecnologia nos seus la-boratórios dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra. A inovação foi instalada pio-neiramente aqui, em janeiro de 2011.

Dr. Fernando explica que esse sistema avalia a qualidade do sêmen depois do congelamento. São diver-sos tipos de análise como: motilida-de progressiva, velocidade das célu-las, tipos de movimento espermático e a concentração de espermatozóides móveis na palheta. “São avaliações objetivas, não existem erros na inter-pretação da motilidade dos esperma-tozóides. Na análise visual, esse tra-balho depende muito da perícia do técnico que o realiza”, destaca.

O CASA-IVOS oferece maior garan-tia da qualidade do sêmen, o que, por consequência, gera maior fertilidade e melhores resultados de prenhez. Cada partida de sêmen é avaliada pelo equi-pamento e um registro fica armazena-do em um banco de dados para ga-rantia do cliente ou comparativo entre partidas.

“Essa é uma das etapas importan-tes do Programa de Qualidade Total que assegura o controle ainda mais rigoroso de diferentes aspectos da produção do sêmen, que beneficiará muito os nos-sos clientes”, diz Fernando. “A qualida-de do sêmen é um fator preponderante na predição da fertilidade de um touro. Por isso, o CASA-IVOS complementa-rá os outros parâmetros utilizados pela

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2portamento do animal e reflete na qua-lidade do sêmen”, afirma Vieira.

Para gerar maior conforto aos tou-ros de criatórios que utilizam os servi-ços da ABS Pecplan, os 140 piquetes são distribuídos em tamanhos que permi-tem movimentação do animal. Até a es-tética é levada em conta. A central tem frondosas árvores floridas e o silêncio só é cortado pelo canto dos pássaros que transmitem ar de fazenda para o gado, que se sente ‘em casa’. Vieira conta que o espaço será ampliado nos próximos seis meses, passando para 200 aloja-mentos. O laboratório de sexagem fun-ciona 24 horas por dia.

Para garantir o padrão e a ferti-lidade, alguns passos são essenciais como: controle sanitário, para preve-

ABS Pecplan no controle de qualidade, tais como, a quantidade de esperma-tozóides com movimento progressivo pós-descongelamento, a porcentagem mínima de 75% de espermatozóides normais e a sanidade”, complementa o gerente.

A mais recente novidade da ABS Pecplan no que se refere a equipamen-tos, é a implementação do Túnel de Congelamento de Sêmen, sistema pa-tenteado e exclusivo da ABS em todo mundo, através do qual é possível con-gelar todo o sêmen já raqueado, evitan-do o manuseio do sêmen pós-congela-mento e garantindo maior qualidade ao produto.

“Temos também em desenvolvi-mento um novo software global para gerenciamento dos centros de produ-

ção ao redor do mundo, com relatórios on-line, precisão nas análises ligadas à produção e rapidez nas tomadas de de-cisões em todas as centrais”, disse Vieira.

Cuidados com o rebanho A ABS Pecplan é pioneira na sexa-

gem, tendo iniciado sua atuação há oito anos, com um processo delicado. “O mercado é exigente e nós fomos bus-cando atender ao padrão do sexado, e implementamos essa rotina. O cuidado com o rebanho é importante e a equipe também deve ser especial. Até mesmo o tratador tem que se identificar com o animal e o animal com o tratador. As-sistimos aqui tratadores ‘conversando’ com o rebanho e até ‘brincando’ com eles. Isso tudo trabalha a parte de com-

Tratamento de touros na Central ABS Pecplan

Laboratório Pecplan, eficiência e qualidade

Dr. Fernando Vilela Vieira

nir as principais doenças; nutrição com planejamento individual para cada ani-mal; cascos e aprumos cuidadosamen-te alinhados para que possam dar sus-tentação e comodidade aos animais, e ambiente, fator essencial para garantir o conforto, saúde e a segurança. Todos os animais que passam pela ABS são considerados de alta qualidade, e con-sequentemente, avaliados em peque-nas fortunas. Todos esses passos são importantes e necessários para que se tenha um produto final de elevada fer-tilidade, atendendo às expectativas de nossos clientes.

“Todos os animais

que passam

pela ABS são

considerados de

alta qualidade, e

consequentemente,

avaliados em

pequenas fortunas”

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GrowSafe é um sistema composto por cochos automatizados, que trabalham com balanças de alta sensibilidade e é ligado a um painel de comando, por sua vez ligado a um computador exclusivo, que monitora os cochos em tempo integral.

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É com essa afirmação que o pecuarista, empresário e engenheiro ci-vil, Luciano Borges Ribeiro, proprietário do Rancho da Matinha – conceituado criató-rio da raça Nelore em Uberaba/MG, inicia essa entrevista com a equipe da Terra Boa Agronegócios. Luciano da Matinha, começou sua trajetória como criador

em 1976, aos 36 anos. Hoje, seleciona a pasto o mais fino e produtivo Nelore Brasileiro.

Com a tranquilidade de que agora trabalha da maneira certa, lembra que durante 18 anos agiu como a maioria dos criadores age: priorizando a carac-terização racial. “Todos os programas

deveriam orientar os criadores, mas isso infelizmente não é feito. Os criadores focam seus trabalhos em caracteriza-ção, o que comercialmente é importan-te, mas não é só isso. Durante 18 anos posso garantir que andamos de lado, por falta de um objetivo claro de traba-lho. Aí, passamos a estabelecer o obje-

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“Todos os programas de melhoramento genético no Brasil deveriam focar

seus trabalhos nas características de maior importância econômica, e o Índice

Econômico de Seleção, é a maior e mais eficiente tecnologia genética,

capaz de melhorar as margens de lucro na pecuária de corte.”

tivo que era desenvolver genética para maximizar a produção de carne de qua-lidade com o menor custo possível”.

A busca por um programa de me-lhoramento e seleção genética diferen-ciado surgiu a partir dos anos 90, atra-vés da experiência com o cruzamento industrial e de novos conhecimentos. “Você vai desconfiando de que a manei-ra como está trabalhando não está dan-do certo, vai buscando se informar. Mas acho que o mais importante é a consci-ência. No final dos anos 80, houve um movimento de globalização, abertura de mercado, disputa direta e percepção de que o nosso rebanho de seleção não es-tava com um bom resultado econômico. Produzíamos genética para gado comer-cial, mas não sabíamos o que dava lucro”,

ressalta. Com essa avaliação, Luciano re-solveu focar nas características de maior importância econômica: reprodução, crescimento, habilidade materna e tem-peramento.

“Em termos de reprodução o re-banho nacional ainda é uma lástima. Devido às baixas herdabilidades e à di-fícil escrituração zootécnica das carac-terísticas reprodutivas. A priorização pelas características maternais tornou a genética Matinha única.”

Em 2002 nós resolvemos acres-centar outras duas características relati-vas à carcaça: o rendimento de carcaça e bom acabamento na terminação. In-cluímos no nosso rol de priorização, a ultrassonografia, que nos permitiu me-dir com precisão, tanto a área de olho

de lombo, quanto a espessura de gor-dura subcutânea das carcaças”, explica.

Dessa maneira, o Rancho da Ma-tinha seguiu até 2011, quando iniciou a “Seleção para Eficiência Alimentar”, identificando animais com menor con-sumo de alimento, mantendo assim ní-veis de produtividade elevados, e pro-porcionando maior rentabilidade ao cliente Matinha.

“A dificuldade inicial estava sobre a medição diária do consumo dos ani-mais. Essas medições só puderam ser feitas com precisão a partir do desen-volvimento do software canadense GrowSafe, que permite medir o con-sumo diário de cada animal, manten-do-os em grupo, sem ter que apartar para medir. Até então, alguns traba-

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2lhos foram desenvolvidos, mas com animais em baias individuais, na qual o alimento fornecido e as sobras do mesmo é manualmente pesado, o que acaba afetando a precisão das infor-mações”, afirma Luciano.

Modernizando

Luciano, que buscava um diferen-cial para a seleção de Nelore, firmou parceria com a empresa canadense e com a ABS Pecplan, para instalar o sis-tema GrowSafe. Os investimentos fei-tos foram da ordem de R$ 1,2 milhão (equipamento, montagem do confina-mento e rede de informática).

O sistema é composto por co-chos automatizados, que trabalham com balanças de alta sensibilidade e é ligado a um painel de comando, por sua vez ligado a um computador exclusivo, que monitora os cochos em tempo integral. Nas orelhas dos animais são inseridos transponders - como brincos, que em conjunto com

antenas localizadas próximas aos cochos, permitem que o siste-ma identifique o animal que

está no cocho, quanto ele

se alimentou a cada visita. O sistema é eletrônico e monitora todo o processo full time, para que a central no Canadá envie os relatórios diariamente ao Ran-cho da Matinha para avaliação.

“O tempo de teste de cada grupo de animais é de 90 dias, sendo que 20 dias são de adaptação dos animais ao sistema. A cada 14 dias, todos os ani-mais são pesados e não precisam ficar separados uns dos outros”, salienta.

O primeiro brasileiro a importar a tecnologia do GrowSafe, conta que conheceu o sistema em fazendas dos EUA no ano de 2004. “Fazendeiros ga-rantiram que o ganho de eficiência em média era de 20%, ou seja, havia uma redução da ordem de 20% com o gasto para alimentar o gado, entendi como um excelente negócio. Investi-mos e estamos satisfeitos”.

O objetivo do Programa Matinha é oferecer, ao mercado de touros e de sê-men, genética melhoradora, que contri-bua para a maximização da produção de carne de qualidade a menor custo. O sério trabalho no Rancho da Matinha é repre-sentado em escultura de pedras , curiosa-mente montada em uma área da fazenda. Cada peça da obra representa um com-

“O objetivo do

Programa Matinha

é oferecer ao

mercado de

touros genética

melhoradora, que

contribua para

a maximização

da produção

de carne de

qualidade a

menor custo”

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ponente do objetivo da seleção: repro-dução, desenvolvimento, qualidade de carcaça, habilidade materna, eficiência alimentar e temperamento. Essa es-trutura está apoiada em base sólida, composta por quatro características fundamentais, que suportam o pro-grama: padrão racial, estrutura óssea,

A seleção de Nelore

no Rancho da

Matinha é a pasto.

Atualmente o

rebanho conta com

1.600 animais

aprumos e pigmentação. A seleção de Nelore no Rancho da Matinha é a pas-to. Atualmente o rebanho conta com 1.600 animais e sua qualidade pode ser conferida no leilão anual que a fazen-da realiza. A comercialização de sêmen dos touros Matinha é toda realizada pela ABS Pecplan.

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PeronMatinha

RGD: RDM 4885 Nasc.: 23/09/2010

Eficiência Alimentar:IR$MD : 45,24 • IR$MC : 104,72

PlayboyMatinha

RGD: RDM 5049 Nasc.: 11/11/2010

Eficiência Alimentar:IR$MD : 38,02 • IR$MC : 116,22

PokerMatinha

RGD: RDM 4919 Nasc.: 05/10/2010

Eficiência Alimentar:IR$MD : 41,59 • IR$MC : 107,77

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Even

to

A 41ª Exposição Internacional do Nelore, que aconteceu de 13 a 23 de setembro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/ MG, superou todas as expectativas, com destaque para

o expressivo número de 1087 animais em pista e volume de negócios. Entre os 140expositores, a Rima Agropecuária fez a dobradinha de Melhor Criador e Melhor Expositor,

e Udelson Nunes Franco conquistou a mesma dobradinha com o Nelore Mocho. 26

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27Nelore, educação e solidariedade Expoinel 2012

Foto: Fabio Fatori

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O volume de negócios reali-zados durante a Expoinel 2012, mais uma vez chamou a atenção e reafirmou a vi-talidade da raça Nelore. Sem considerar o tradicional Leilão Mata Velha, que ex-cepcionalmente não foi realizado nessa edição da Expoinel, o faturamento dos leilões apresentou crescimento acima de 15% em relação à edição anterior.

Segundo Andre Locateli, gerente executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, o sucesso da exposição e o grande número de animais em pista foi resultado de um trabalho intenso de toda a equipe e da Diretoria da ACNB (As-sociação dos Criadores de Nelore do Bra-sil). “Houve uma dedicação muito grande da equipe técnica, coordenada pelo zoo-tecnista Marcos Pertegato, que junto com a LRS Processamentos, fez um trabalho muito importante de convite e captação de animais. Felizmente, conseguimos su-perar a nossa meta. Em nome da ACNB, agradeço aos criadores, gerentes, tratado-res e apresentadores do Nelore e do Ne-lore Mocho, que responderam ao nosso

chamado, e fizeram da Expoinel 2012 a maior exposição de Nelore do país”.

Essa edição também foi marca-da pela posse da nova diretoria da Nelo-re Brasil, que aconteceu na cerimônia de abertura do evento, no dia 15 de setem-bro. Felipe Picciani entregou oficialmente a presidência para Pedro Gustavo de Brit-to Novis, que ressaltou: “Implementare-mos novos projetos e iniciativas visando trazer mais benefícios e defender os inte-resses dos Neloristas de todo o país, des-de o selecionador de genética, até o pro-dutor de boi para o abate.”

Desde o ano passado, a exposição pas-sou a ser ainda mais decisiva na disputa dos campeonatos nacionais e regionais, isso por-que para o Ranking Nacional, a Expoinel é de participação obrigatória, e para os Rankings Regionais, ela pode eventualmente ser uti-lizada em substituição a um dos melhores resultados alcançados dentro da região de disputa. Além disso, o índice da Expoinel tem um acréscimo de 10% sobre o valor calculado através da Tabela de Índices utilizada para to-das as demais exposições do país.

“Implementaremos

novos projetos e

iniciativas visando

trazer mais benefícios

e defender os

interesses dos

Neloristas de todo

o país, desde o

selecionador de

genética, até o

produtor de boi

para o abate.”

Variedades

Durante a Exposição, várias ações pa-ralelas são desenvolvidas pela ACNB e par-ceiros, com foco na Ciência, na Educação e em ações solidárias. A Mostra Científica Ex-poinel é uma delas. Realizada pela Univer-sidade do Boi e da Carne, a Mostra busca reunir trabalhos de renomados pesquisado-res e de estudantes de Ciências Agrárias, em temas como genética, nutrição, reprodução, manejo e bem estar animal, qualidade da carne, sustentabilidade, e outros assuntos de interesse para o setor. O objetivo da Mostra é a interação entre o setor produtivo e o meio científico, estimulando a adoção de tecno-logia e a aplicação do conhecimento na ati-vidade pecuária nacional.

Além da apresentação dos trabalhos científicos, foram promovidas palestras técnicas visando à difusão do conheci-mento e de tecnologias para a produção pecuária. Nesse ano, cerca de 200 alunos de diversas faculdades e universidades de Ciências Agrárias estiveram no Parque de Exposições Fernando Costa e partici-

Foto: Rúbio Marra

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2param do Tour Técnico Expoinel. Os es-tudantes visitaram cinco estações, onde foram abordados temas como Nutrição, Sanidade, Manejo e Bem Estar Animal, além de Genética e Caracterização Racial da raça Nelore. Durante a tarde assistiram palestras sobre Novas Tecnologias em Pastagens e sobre o Uso de Aditivos Beta--Agonistas na Nutrição Animal.

Projeto Nelore Solidário

Há cinco anos, a ACNB e o Grupo Marfrig, com o apoio do Museu do Zebu, promove o Projeto Nelore Solidário – uma iniciativa de cunho social que entrega anualmente uma tonelada de carne bovi-na para entidades beneficentes de Ubera-ba. É uma das principais ações de respon-sabilidade social da Expoinel, que já soma a doação de cinco toneladas de carne bo-

vina, beneficiando centenas de crianças, adolescentes, idosos, deficientes físicos e dependentes químicos. Nos últimos cinco anos, mais de 7500 pessoas foram benefi-ciadas pelo programa e mais de dez enti-dades são atendidas anualmente.

Educação

O Projeto Saúde Brasil- Carne que re-úne os parceiros ACNB, Museu do Zebu e Grupo Marfri, tem por objetivo apresen-tar a cadeia produtiva da carne aos alunos do Ensino Fundamental, preparando as-sim os cidadãos e consumidores do futu-ro. O projeto realizado durante a Expoinel, chega a sua 13ª edição. Nesse ano, os es-tudantes conheceram todo o processo de criação do rebanho, a alimentação e saúde dos animais, a importância da ins-peção sanitária, e a reprodução e conser-

vação do meio ambiente através de uma peça teatral. Nos últimos dez anos, mais de 26000 mil alunos participaram do Pro-jeto Saúde Brasil realizado na Expoinel.

Para os apaixonados pela gastrono-mia, os tradicionais cursos gratuitos de culi-nária da Cozinha Nelore Natural foi uma das alternativas da exposição. Na edição desse ano, o curso esteve a cargo do Chef Paulo Ramos. Uma cozinha experimental foi instalada ao lado do Museu do Zebu.

O Chef Paulo Ramos ensinou aos participantes receitas fáceis de preparar, econômicas e que valorizam o sabor da carne. “É uma oportunidade para conhe-cer o padrão da carne Seara Nelore Natu-ral, aprender a escolher o produto com qualidade e como manipular e conser-var o alimento”, explica Ramos. Os alunos também aprenderam como aproveitar bem cada corte de carne.

Grande Campeão NELORE MOCHO - GABARITO FIV DA MAPA - APA Agropecuária Ar Frio Grande Campeã NELORE MOCHO - ARATACA FIV ANGICO - Udelson Nunes Franco

Grande Campeão NELORE - NASIK FIV DA PERBONI - Marcelo Perboni e Irmãos Grande Campeã NELORE - RIMA FIV ELLARA - Rima Agropecuária

Galeria dos Grandes Campeões Expoinel 2012

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Fotos: Rúbio Marra

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2BrahmanO crescimento da raça

Pecu

ária

de

Elite

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Grande Campeão da VIII ExpoBrahman Muzzi Ebano - Ricardo Muzzi Guimarães

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Fotos: Carlos Lopes

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A raça foi introduzida no Bra-sil em 1994, através da primeira impor-tação de animais dos Estados Unidos. Entre os atributos dos animais mais des-tacadas pelos criadores estão a docilida-de e habilidade materna. A docilidade ajuda no manejo do rebanho e faz com que a qualidade da carne seja melhor. A habilidade materna é importantíssi-ma, porque bezerro bem alimentado e cuidado ganha mais peso durante a amamentação e consegue melhor de-sempenho no pós-desmame.

Nesses 18 anos de Brahman no Brasil, a raça demonstrou que tem mui-to a contribuir geneticamente para o

agronegócio brasileiro, incrementando e tornando o mercado da carne mais quantitativo (maior exportador de car-ne do mundo), e de muita qualidade.

Na abertura do evento, o pre-sidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil, Ary Marcos de Paula Bárbara, destacou a realização do WorkShop, pois a Austrália e o Bra-sil têm, respectivamente, o segundo e terceiro maiores rebanhos de Brahman do mundo. “A troca de experiências entre essas duas potências brahmistas e grandes produtoras mundiais de car-ne bovina, é uma oportunidade única para todos os envolvidos e interessa-dos na produção de carne bovina dos dois países. É importante lembrar ain-da que, ambos tem condições climáti-cas e topográficas semelhantes, o que torna esse encontro mais relevante. A Austrália é para nós – criadores bra-sileiros de Brahman – uma grande ins-piração, uma referência em desenvolvi-mento tecnológico, avaliação genética, pesquisa e planejamento”, afirmou.

Ainda segundo Ary, o Brasil, em apenas 18 anos, tem o terceiro maior rebanho de Brahman do mundo, sen-do a raça zebuína de corte que mais cresce no país. Nos últimos seis anos,

apresentou crescimento de 80% no número de registros de nascimento junto à ABCZ. Já os criatórios, que re-gistram animais Brahman junto à mes-ma associação, aumentaram 20% nos últimos dois anos. São mais de 240 mil animais registrados em 24 estados.

Segundo o Anuário DBO 2011, o Brahman é a segunda raça zebuína que mais se valorizou em 2011: os 57 leilões da raça comercializaram mais de R$ 22 milhões; os reprodutores apresentaram valorização em cerca de 80% de 2005 para 2011, e as matrizes, aproximada-mente 50% no mesmo período.

O Brahman é também a segunda raça zebuína de corte que mais produ-ziu sêmen no ano passado. Foi expor-tada genética brasileira, via centrais de inseminação, para cinco países (Angola, Argentina, Canadá, Equador e Paraguai), totalizando quase 12 mil doses, colo-cando a raça como a segunda maior ze-buína em exportação no ano de 2011. A comercialização de sêmen da raça apresentou de 2008 a 2011, crescimen-to de 14,30%. Hoje, nos sites das nove principais centrais e comercializadoras de sêmen do Brasil, existem 224 opções de touros disponíveis para a produção e comercialização.

O maior encontro

brahmista do País foi

realizado entre os dias

08 a 14 de outubro no

Parque Fernando Costa,

em Uberaba/MG e definiu

os grandes campeões da

raça, na VIII ExpoBrahman.

Durante o evento, também

foi realizado o Workshop

Brasil-Austrália: Pecuária

de Corte Sustentável

Grande Campeã da VIII ExpoBrahman Mandy da Canaã - César Tome Garreti

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PROGENIE DE MÃE CAMPEÃ: MS Monte Alto 190 PROGENIE DE MÃE RESERVADA CAMPEÃ: PRG da MS Arte Brahman 640

RESERVADO GRANDE CAMPEÃO: MR Lince 1000 - César Tomé Garetti

PROGENIE DE PAI CAMPEÃ: JDH MR MOSL. M. 3681 A PROGENIE DE PAI RESERVADA CAMPEÃ: JDH Madison de Manso

RESERVADA GRANDE CAMPEÃ: Alexia da Canaã - Agropecuária Leopoldino

Galeria dos Grandes Campeões do VIII ExpoBrahman

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Fotos: Carlos Lopes

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A importância da qualidade de volumosospara a produção de leite

Artig

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A qualidade de alimentos volumosos é apontada como o aspec-to mais limitante à produtividade ani-mal (desempenho individual). O valor nutritivo dos alimentos normalmente baseia-se em sua densidade energética intrínseca. Esse parâmetro (densidade

A alimentação é o componente mais importante no custo de produção de leite

(representando 45-50%), e a qualidade do volumoso ofertado é de vital

importância na viabilidade do processo produtivo.

energética), por sua vez, pode ser esti-mado através de equações de regres-são, estabelecidas entre componen-tes da parede celular de vegetais (FDA, FDN, lignina e outros), e a digestibilida-de apresentada por forragens a alimen-tos concentrados.

A ênfase no uso de cultivares mo-dernos de milho, mais produtivos e adaptados às condições locais, e plan-tas anatômico-fisiologicamente mais eficientes, têm sido apontados por pro-dutores e técnicos como responsáveis pelos ganhos efetivos em produtivida-

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de nessa cultura. Historicamente, a bus-ca por cultivares que determinem alta produção de massa tem sido a principal preocupação do produtor, sendo es-quecido o aspecto do valor nutritivo da massa ensilada. (Nussio 1991).

A qualidade da silagem de milho geralmente é em função da porcenta-gem de grãos na matéria seca do mate-rial ensilado, e da qualidade de colmos e folhas.

A escolha de híbridos à produção de silagem é assunto bastante polê-mico. Durante décadas, ela foi basea-da no potencial de produção de grãos da cultura. Recentemente, ratifica-se a posição histórica de se escolher plantas com alta porcentagem de grãos na ma-téria seca total, e associado a esse as-pecto, conciliar as presenças de parte aérea (haste e folhas) com valor nutri-tivo superior. Até a última década, em decorrência do processo de seleção que sofreram as plantas com alta por-centagem de grãos, o valor nutritivo de hastes e folhas era, em geral, inferior ao daqueles provenientes de híbridos “for-rageiros”.

Esse fato foi resultado da seleção para rigidez de haste, a qual, invariavel-

mente, estava relacionada com maior presença de lignina no polímero da pa-rede celular dessas plantas. Atualmente, é possível identificar híbridos contendo alta porcentagem de grãos e simulta-neamente haste de bom valor nutriti-vo, sem que haja perda de estabilidade agronômica a campo.

Estudos recentes demonstraram que silagens com menores teores de Fibra em Detergente Neutro (FDN), que representa a fração fibrosa do alimen-to na parte verde da planta, combinada com alta proporção de grãos, resultam em silagem de melhor qualidade. Mais recentemente, em estudos conduzidos em Lavras/MG, foi demonstrado que a constituição do grão de milho influen-cia a qualidade da silagem. Nesse tra-balho, foi demonstrado que híbridos de milho com textura mole têm maior di-gestibilidade do que os híbridos de mi-lho com textura dura.

Esses novos pensamentos são so-matórios, ou seja, a produção de uma silagem de boa qualidade deve ter alta produção de toneladas por hectare, com alta proporção de grãos de textura mole e com baixo teor de Fibra em De-tergente Neutro.

Os parâmetros nutricionais avaliados em híbridos destinados à produção

de silagem de milho foram:

Parâmetro Média %Umidade 64,1Proteína 7,9FDA 25,2FDN 49,4Digestibilidade - Celulose 72,8Açúcares 10,9Amido 27,2

Julia SilveiraAssistente Técnico Comercial

Elanco [email protected]

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Olavo Barbosa O Rei do Leite

A pecuária leiteira nacional perdeu o precursor do agronegócio no País, Orostrato Olavo Silva Barbosa, o Olavo Barbosa, que faleceu em São Paulo, aos 89 anos, no dia 29 de setembro. Pecuarista e cafeicultor, Olavo Barbosa dedi-cou 73 anos da sua vida à agropecuária.

Natural de Guaxupé/MG, marcou a história do município por seu em-preendedorismo, seu espírito solidário e sua fé em Nossa Senhora Aparecida. Casou-se com Lenira Faria Barbosa, já falecida, com quem teve quatro filhos: Paulo Sérgio (falecido), Silvia Helena, Cristina e Olavinho, os quais continuarão o trabalho do pai.

Iniciou a vida profissional em uma exportadora de café, na qual traba-lhou por 10 anos. Depois dessa experiência comprou um armazém e fundou a sua própria exportadora de café, uma das dez maiores do País. Em 1960, começou a investir na pecuária leiteira e não parou mais. Não se conformou com a produção diária de 70 litros. Foi buscar tecnologia nos Estados Unidos e importou animais da raça holandesa. Sempre investiu em tecnologia, melho-ramento genético, alimentação e qualidade, tornando-se uma referência para os pecuaristas de todo Brasil e da América Latina, como o maior produtor de leite. Para produzir mais e dar mais conforto aos animais PO da raça Holandesa, implantou o primeiro free stall do País, em 1987. Em 2005, começou a indus-trializar queijos e yogurtes da marca Fazenda Bela Vista.

Na sua fazenda em São José, localizada na divisa das cidades de Tapira-tiba/SP e Guaxupé/MG, a produção diária de leite é de 65 mil litros/dia. Com foco na qualidade, as salas de ordenha são totalmente informatizadas e cons-truídas em aço inox com capacidade para ordenhar 275 animais/hora. No mes-mo local são industrializados produtos lácteos e envasado o leite tipo A.

A sua dedicação à pecuária leiteira sempre foi reconhecida. Entre os úl-timos prêmios recebidos está o “Balde de Ouro”, ano 2011, prêmio concedido ao maior e melhor produtor de leite do País na Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite).

1923-2012

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Cooxupé transforma processos de armazenagem e

comercialização de café

Even

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A COOXUPÉ (Cooperativa Re-gional dos Cafeicultores em Guaxupé Ltda), inaugurou no dia 18 de outubro a segunda fase do Complexo Industrial do Japy – Unidade de Preparo de Café, empreendimento que possibilitará a substituição das sacas de 60 quilos de café pelo produto a granel, nas fases de recebimento, rebeneficiamento, arma-zenagem e comercialização. O fato traz uma mudança completa nesses proces-sos, proporcionando maior economia

para o produtor e para a própria coo-perativa, que é considerada a maior do mundo no setor cafeeiro.

Receber, separar e classificar o café são processos agora totalmente automatizados na Cooxupé, feitos por maquinários de ponta, sem o risco de mistura de qualidade, com identifica-ção em códigos de barra, e sem conta-to manual. O produtor está deixando de gastar R$ 5 por saco e R$ 0,60 pelo ser-viço de carregamento dos caminhões

com o sistema graneleiro (preços que variam de região para região).

Para o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, o in-vestimento total de quase R$ 76 mi-lhões (fase um e dois do complexo), traz para o mercado uma quebra de para-digmas. “Nós não fizemos nada, quem o fez foram os nossos 12 mil cooperados. Saímos na frente em direção ao futuro e isso muito nos orgulha”, disse ele na cerimônia de inauguração.

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Produtores e diretores durante inauguração do Complexo do Japy

A inauguração foi aberta com o XXVI Fórum ABAG de Desenvolvimen-to da Cafeicultura Nacional, promovido em parceria com a Associação Brasilei-ra do Agronegócio (ABAG), com duas palestras sobre o tema “Café e Saúde”, apresentadas pelo renomado médico Dráuzio Varella e também Miguel Mo-retti, especialista e professor da Facul-dade de Medicina de São Paulo e do In-cor – Instituto do Coração.

Mais de 1.200 produtores rurais da região prestigiaram o evento, além de autoridades do setor cafeeiro, os depu-tados federais, Carlos Melles, presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicul-tores de São Sebastião do Paraíso (Co-oparaiso) e Diego Andrade, presidente da Frente Parlamentar do Café, e ainda presidentes de cooperativas, sindicatos e os prefeitos da região.

Um gigante em números

O complexo Industrial do Japy tem área total de 500 mil metros quadrados, sendo 40 mil de área construída. Nesse

espaço, há capacidade de recebimento de 35 mil sacas de café por dia. O pro-duto chega em carretas, que sobem uma rampa que suporta até 30 tonela-das e vai para um dos 80 silos para ar-mazenagem e preparo. O local conta também com armazéns com capacida-de para 46 mil bags.

Todo o processo é feito de forma automatizada, desde a pesagem na ba-lança da entrada e retirada das primei-ras amostras de café, até o preparo para sua comercialização.

A separação e limpeza dos grãos são feitas em seis estações de maqui-nários diferentes, cada um com sua função. Na estação um acontece a re-tirada de impurezas, com capacidade para processar 600 sacas por hora. Na estação dois há a separação con-forme tamanho e formato do grão de café; na três, o grão é separado con-forme seus “defeitos”. A estação qua-tro é responsável pela separação por cor; a cinco faz o sistema de liga, ou seja, separa a origem de maneira uni-forme, onde são misturados também

uniformemente (a homogeneização é feita nos balões de expedição). A úl-tima estação faz o carregamento dos contêineres.

A Cooxupé representa 14% da sa-fra brasileira em café arábica, com meta de comercialização de 5,5 milhões de sacas neste ano, com faturamento de R$ 3 bilhões em 2011. Processa cafés produzidos em 224 municípios das re-giões do Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo (SP) e possui 22 uni-dades de negócios.

Café e Saúde

“É preciso acabar com o mito de que café faz mal”

O famoso médico Dráuzio Varella proferiu palestra na abertura do even-to de inauguração da segunda fase do Complexo Industrial do Japy e disse que “é preciso acabar com o mito de que café faz mal à saúde, ao contrário, a bebida só traz benefícios, antes desco-nhecidos”, alertou.

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2“Ainda não se sabe qual a quanti-

dade certa e se há uma para que esses benefícios aconteçam no organismo de uma pessoa. Na verdade, isso varia de pessoa para pessoa, de sua genética e seu metabolismo”, explicou.

Dráuzio Varella destacou que o café promove longevidade. “Quem toma café vive mais. Esse é um fator en-contrado principalmente entre as mu-lheres”, ressaltou.

Em relação ao poder antioxidan-te do café, o médico disse que isso traz vários benefícios: “entre eles está a dimi-nuição do risco de ter doenças cardio-vasculares e de ter um derrame cerebral.”

Varella ainda lembrou que quem toma café “tem menos chances de de-senvolver diabetes, tem maior capaci-dade de memória e de concentração, além do poder ‘animador’ que o café possui”.

Para ele, ainda é cedo para falar sobre a capacidade do café em dimi-nuir as chances de desenvolver certos tipos de cânceres. “Pequenos estudos apontam que a bebida é capaz de re-duzir os riscos de ter um câncer de prós-tata e de útero, mas ainda requer mais pesquisas”.

Quanto à capacidade de reju-venescimento da pele e proteção de câncer de epiderme, Dráuzio Varella é enfático: “faz sentido devido aos com-ponentes que o café possui, mas é cedo para se ter certeza”. E recomendou: “En-quanto isso, é melhor usar o filtro solar, que já está comprovado que protege a pele do envelhecimento e do câncer”.

E encerrou com muito bom hu-mor: “ ao tomar o café da Cooxupé, eu percebi o quanto o sabor é muito me-lhor do que aquilo que tomo em mi-nha casa”.

O médico Drauzio Varella durante palestra em Guaxupé

Diretores e convidados durante evento em Guaxupé

Vista parcial de área do Complexo construído pela Cooxupé

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Pimenta Agro Sulleva produtores aos EUA

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A Farm Progress Show é considerada a maior feira de máquinas e equipamen-tos agrícolas dos Estados Unidos. Realizada no mês de agosto, foi organizada em área de 360ha e reuniu este ano 550 expositores, com demonstrações de campo, exposições de má-quinas, equipamentos de última geração e as principais novidades da agricultura de precisão. A Concessionária Pimenta Agro Sul CASE IH, de Alfenas, levou 30 produtores rurais à Feira, para con-ferir de perto os últimos lançamentos, as mais novas tecnologias que vão revolucionar as atividades agrícolas no mundo. O roteiro incluiu visitas a uma concessionária Case IH em Ames e a fazendas, para a troca de experiência e a oportunidade de conhecer um pouco da cultura americana.

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epoi

men

tos Um trator robusto, simples e eficiente

Farmall 80

O desempenho dos tra-tores Case IH tem atraído cada vez mais os produtores rurais. Nilton Vieira Bueno é um deles. Morador de Nova Resende/MG, o produtor tem um sítio, denominado Retiro, no município de Bom Jesus da Penha/MG, onde planta milho em área de 40ha.

Há um ano o produtor adquiriu um trator Farmall 80, atraído pela economia e força da máquina. “Eu não tenho o que re-clamar da Concessionária Case IH. Seus me-cânicos são bons e seu atendimento tam-bém, e o resultado conquistado com o uso do trator Farmall 80 na minha propriedade foi excelente”, disse contente o produtor. O Farmall foi indicado a Nilton por um amigo que usou a máquina e aprovou o seu de-sempenho.

Nilton afirma que ao optar pela tec-nologia oferecida pela Case IH, buscava um trator menor para trabalhar no preparo da terra, e o Farmall 80, por ser uma linha de tratores para cultivos mais leves, atende

O Farmall 80, além

de atuar no preparo

da terra, também

pode ser usado

para a aplicação

de herbicidas.

A tecnologia

da máquina é

reconhecida

mundialmente

pela robustez,

simplicidade e

flexibilidade de

operação.

bem as suas necessidades, sendo possível até mesmo prestar serviços para os vizinhos e aumentar o seu faturamento.

O Farmall 80, além de atuar no prepa-ro da terra, também pode ser usado para a aplicação de herbicidas. A tecnologia da máquina é reconhecida mundialmente pela robustez, simplicidade e flexibilidade de operação. Com a tecnologia oferecida pela Case IH e a eficiência do equipamento, o re-sultado é um só: produzir mais e com qua-lidade.

Nilton Bueno aprovou o desempenho do Farmall 80

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Sua competência surpreende cafeicultores Coffe Express 200

O sucesso da colhedora de Café Coffe Express 200, da Case IH, é uma re-alidade entre os cafeicultores. A eficiência as-sociada à sustentabilidade destacam ainda mais a qualidade do equipamento e reflete no resultado da colheita.

Entre as vantagens está a colheita dos frutos de modo seletivo e o auxílio no controle fitossanitário do cafezal, remo-vendo as folhas doentes durante a colhei-ta. Considerada a colhedora mais eficiente do Brasil, a Coffe Express 200 tem capaci-dade de colher até 160 sacos de café por hora em até 1.600 metros.

A sua moderna tecnologia de der-riçamento faz com que os grãos sejam colhidos por um conjunto de varetas de plástico com fibras, o que permite a pa-nha total dos frutos ou mesmo a seleção dos grãos.

Foi pensando nessas funções, na efi-ciência e qualidade final dos frutos, que o produtor Felipe Nery Monteiro da Silva, o

Felipinho, optou pela compra da máqui-na. Ele é proprietário da fazenda Muzam-binho, no município de mesmo nome, no Sul de Minas Gerais.

Segundo Felipe, que está forman-do mais lavouras de café, a máquina é muito eficiente. No seu primeiro ano de uso, atendeu bem as suas necessidades. Felipe tem área plantada de 300 ha. A

sua expectativa para os próximos anos é de aumento da colheita, por isso a es-colha pela Coffe Express 200. O produ-tor ainda utilizará o maquinário para a prestação de serviços em outras lavou-ras, pois a eficiência da máquina permi-te terminar a sua colheita mais rápido e atender a demanda de cafeicultores da sua região.

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A viagem foi muito produtiva e rendeu bons negócios, alguns deles fe-chados na hora. Para Sami El Jurdi, dire-tor comercial da Sami Máquinas, é muito gratificante oferecer essa oportunidade para os produtores da região, não apenas como forma de divulgar o negócio, mas principalmente de trazer o produtor para dentro de casa e conhecer melhor os pro-dutos que ele pretende adquirir, para que o possa fazer com conhecimento de cau-sa e convencido de que está fazendo um ótimo negócio.

Além da viagem para a Yanmar Agri-tech, a Sami Máquinas já está com viagem marcada para a Jacto, em Pompéia. Esta será a 11ª visita à fábrica das tradicionais e pioneiras colhedoras de café.

Artig

o

Entra ano e sai ano, a concessio-nária de tratores Sami Máquinas Agrícolas cumpre sua missão anual de levar produ-tores rurais para conhecer as fábricas de tratores Yanmar Agritech e de colhedeiras de café Jacto, das quais a Sami Máquinas é concessionária exclusiva na região.

Nos dias 03 e 04 de outubro, dois ôni-bus saíram com destino a Indaiatuba/SP, local onde está sediada a Yanmar Agritech. O primeiro dia foi destinado aos produto-res da região de São Sebastião do Paraíso/MG, e o segundo aos da região de Franca/SP. Este ano aderiram a essas duas viagens mais de 90 agricultores, em sua maioria produtores de café.

Durante as visitas, os clientes conhe-ceram de perto a linha de montagem de

Sami Máquinas promovevisita à Jacto e Yanmar Agritech

tratores e todo o processo que é feito até a entrega do trator pela fábrica. Tiveram a oportunidade também de conversar com dirigentes da fábrica, esclarecendo dúvidas, dando sugestões e elogiando o belo traba-lho de desenvolvimento de novas tecnolo-gias que agregam valor às linhas de trator da Yanmar Agritech, sempre de acordo com as necessidades identificadas no campo.

Além da Yanmar Agritech, os ônibus seguiram também para outras duas fábri-cas do grupo Agritech, a Fundituba, em-presa de fundição que atende não só a fá-brica de tratores como também a outros clientes no Brasil e no exterior, e a Engrena-le, fabricante de engrenagens e eixos para as transmissões e motores fabricados pela Yanmar Agritech.

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A Hora Certa é agora:otimismo do produtor rural

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A Campanha Hora Certa 2012 da Cooparaiso (Cooperativa Re-gional dos Cafeicultores de São Sebas-tião do Paraíso), realizada de 11 a 13 de setembro, bateu todos os recordes. Fo-ram comercializados mais de R$ 56 mi-lhões em maquinários, insumos, imple-mentos e outros produtos, superando os números de 2011, que foram de R$ 46 milhões em negócios. A feira teve também recorde de público em sua 12ª edição, com 6000 visitantes.

O foco principal do evento sempre foi comercial, com a oferta de preços di-ferenciados e facilidade no acesso a fi-nanciamentos diversos, bem como nas formas de pagamento. Porém, ao lon-

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Atrações como

a gincana “Da

Hora” e o “Espaço

Mulher”, voltadas

para a família rural

foi um grande

sucesso. O objetivo

foi dinamizar

o pilar social

da cafeicultura,

valorizando

aquele que é o

seu principal foco,

o produtor e sua

família.

Oficina realizada durante evento reúne produtoras rurais

Sorteio atrai produtores e expositores

go dos anos, a feira vem contemplan-do, cada vez mais, também a família do produtor, com diversas atrações, como na edição desse ano.

Atrações como a gincana “Da Hora” e o “Espaço Mulher”, voltadas para a família rural foi um grande suces-so. O objetivo foi dinamizar o pilar social da cafeicultura, valorizando aquele que é o seu principal foco, o produtor e sua família. A Gincana Da Hora reuniu 400 jovens que vivem em propriedades ru-rais, os quais participaram de atividades e palestras sobre o jovem no meio rural, questões ambientais e a importância da cafeicultura para a economia brasilei-ra. A consultora do SEBRAE, Andrea Sa-lermo, que ministrou as palestras para eles, disse que o futuro da cafeicultura e a busca pela qualidade do café estão nas mãos dos jovens.

Comercialização

Segundo o diretor de operações da Cooparaíso, Rogério do Couto Rosa Araújo, as vendas em maquinário agrí-cola, através da Divisão de Máquinas da Cooparaíso (Dimaq) e de sua concessio-

nária Valtra, totalizaram R$ 14.274 mi-lhões, contra R$ 5.800 milhões no ano passado. “Isso representa um aumento de 146% no resultado final das vendas. Foram comercializados 77 tratores Val-tra durante a feira”, informou o diretor.

O produtor Alex Sandro Cardo-so, de Bom Jesus da Penha, proprietá-rio do Sítio Penha-Gourita, disse que a feira recebeu melhorias significativas. “Neste ano há mais empresas expondo, com muito mais novidades”, disse. Ele contou que veio até a Hora Certa para “conhecer coisas novas em insumos e maquinário e fazer compras para a pró-xima safra porque os preços estão mui-to bons”.

De olho na próxima safra, os pro-dutores aproveitaram a feira para ad-quirir insumos. “A feira tem o nome

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2correto, porque esse é o momento do produtor preparar a sua lavoura para o ano que vem. Encontrando os preços melhores de tudo o que vamos usar, acabamos por investir melhor no trato; por consequência, teremos mais café e um produto de maior qualidade, é um investimento certeiro. Temos que apro-veitar mesmo uma campanha dessas. A Cooparaiso está de parabéns, e para mim, a Hora Certa é nota dez!”, elogiou Alex Cardoso.

Outras atrações

Os visitantes ainda puderam as-sistir palestras sobre os efeitos climá-ticos nas lavouras cafeeiras e como os pesquisadores estão trabalhando para minimizar os prejuízos da seca ou da chuva na qualidade do café. O produ-tor também recebeu informações so-bre Certificação, georreferenciamento e Norma Regulamentadora 31. Segundo o diretor da Cooparaiso, Rogério Araújo, a feira deve crescer ainda mais em 2013. “Ano que vem esperamos cerca de 90 empresas expositoras, tornando a Hora Certa uma referência regional”.

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Agricultura brasileira e o comércio externo

Artig

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Estima-se que cerca de 70 % da produção brasileira são destina-das ao mercado interno, e o restante é exportado. Esse é um valor médio. Para alguns produtos, a importância do mer-cado externo é muito maior. As expor-tações são destino, por exemplo, de 76 % das exportações de açúcar, 65 % de café e 45 % de soja.

Há grande potencial para o cres-cimento. O Brasil dispõe de áreas a se-

A agricultura brasileira abastece o mercado interno e ainda supre diversos mercados mundiais

de importância. Garantimos o primeiro e segundo lugares no ranking das exportações mundiais em

açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos, carne de frango, carne bovina, óleo e farelo de soja.

rem incorporadas ao processo agríco-la – embora com limitações legais, de acordo com a atual legislação de pro-teção ambiental. Há também um po-tencial de aumento de produtividade da terra, principalmente pela conver-são de parte das pastagens, que atu-almente são pouco produtivas, em la-vouras diversas ou sua recuperação, transformando-se em pastagens de alta produtividade.

Foto: www.agorams.com.br

por Eduardo Sampaio Marques

O mundo cresce, a renda das pes-soas e o consumo aumenta e espera--se que a agricultura forneça alimentos, combustíveis, fibras e matérias-primas para diversos tipos de indústria. O Bra-sil é um dos países melhores posicio-nados, senão o melhor, para expandir a produção e abastecer essa demanda crescente.

Porém, nem tudo são flores. O agri-cultor brasileiro ainda enfrenta dificulda-

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des. Talvez a principal seja a falta de infraestrutura de transpor-te. Produtores das regiões Sul e Sudeste são relativamente bem servidos de estradas asfaltadas, item raro nas regiões Centro--Oeste, Norte e Nordeste. Ferrovias são poucas e hidrovias, me-nos ainda. Com isso, o custo médio do transporte de produtos agrícolas da fazenda até seu destino é alto e tira do produtor parte importante de sua renda.

Há, ainda, um grau de insegurança jurídica que ameaça muitos produtores e atrasa os investimentos no setor (vide as discussões em torno do código florestal e a questão de aqui-sição de terras por estrangeiros). A legislação trabalhista do campo também precisa de uma revisão.

No tocante ao acesso aos mercados, também ainda te-mos muito o que avançar. O Brasil é membro de pouquíssi-mos acordos de liberação de comércio. Temos acordos ape-nas com os países da América Latina (MERCOSUL incluído) e Israel. Há acordos negociados com Egito e Palestina, ainda não em vigor. E só. Enquanto isso, o mundo se movimenta e costura acordos comerciais que permitem acessar merca-dos sem tarifas que oneram o produto brasileiro. E nós, con-tinuamos reclamando das “barreiras” impostas aos produtos brasileiros.

Pode ser que para a exportação de matérias-primas, os acordos não sejam tão importantes, uma vez que quase ne-nhum país impõe altas tarifas às suas importações de soja, milho, café e outros. Mas, se quisermos exportar produtos como, carnes, café torrado, produtos lácteos, alimentos pron-tos etc., temos sim, que negociar acordos que reduzam as ta-rifas aplicadas aos produtos brasileiros. O problema é que um acordo pressupõe redução das nossas tarifas também.

Para o Brasil melhorar sua posição no mercado mundial e aproveitar todo o potencial oferecido pela sua vocação agrí-cola, é preciso deixar um pouco o discurso ufanista de lado e trabalhar na solução desses gargalos, que ainda limitam o crescimento da agricultura do país e, no fim, nosso desenvol-vimento.

Eduardo Sampaio MarquesEngenheiro Agrônomo e Mestre em Agronomia pela Universidade

Federal de Lavras. Tem experiência de mais de 15 anos como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental nas

áreas de Política Agrícola e Relações Internacionais no Ministério da Agricultura e atuou como assessor parlamentar na área de

agricultura na Câmara dos Deputados por 1 ano.

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A Terra Boa Agronegócios não po-deria deixar de registrar essa história, essa curiosidade mineira, e mais, trouxe para os seus leitores uma receita espe-cial de Gonçalves para que você tam-bém possa preparar em sua casa um prato tipicamente mineiro, uma receita da vovó. Aproveite. Bom Apetite!

Os sabores da roça ganha-ram uma nova leitura no 2º Festival de Gastronomia e Cultura da Roça, realizado no município de Gonçalves/MG, entre os dias 19 a 28 de outubro, pela prefeitura e COMTUR. Com o tema “Comida da Vovó”, o Festival tem o objetivo de valorizar e resgatar a cultura da roça, seus persona-gens, suas histórias e sua culinária. Parti-ciparam 20 estabelecimentos, entre res-taurantes, botecos, cafeterias, empórios, produtores rurais e quituteiras, que apre-sentaram pratos que aprenderam a fazer com as avós, com um tempero especial passado de geração para geração.

O município de Gonçalves des-taca-se pelas belezas naturais e pelo agradável clima subtropical de altitude. Na Serra da Mantiqueira, em meio a flo-restas de araucárias e a belas cachoei-ras, o município com 4.220 habitantes, recebe anualmente milhares de turistas, vindo de diversas partes do Brasil e ex-terior. Gonçalves faz parte do Circuito Serras Verdes do Sul de Minas, ficando próximo a cidades como Campos do Jordão e Monte Verde, e também próxi-mo ao Circuito das Águas e das Malhas.

A proposta do Festival é valorizar os elementos tipicamente mineiros, da roça, comida que faz bem, aque-ce a alma, sacia o corpo, provoca risos soltos, sem motivo. Afinal, comer não é só um deleite, é também cultura! O tema desse ano inspira o carinho, a simplicidade, simplesmente irrecusá-vel. “A comida da vovó nos faz voltar à infância, nos protege e emociona. To-das as avós têm segredos espalhados pelos quatro cantos da casa, da horta, do jardim. O amor é o principal ingre-diente da comida da vovó e também o principal tempero da comida minei-ra ”, disse a diretora de turismo Marília Ribeiro.

Foram convidados todos os res-taurantes, botecos, cafeterias e qui-tuteiras de Gonçalves para mostrar o que sabem fazer de bom. O Festival se estenderá até o dia 24 de Novem-bro nos restaurantes. Quitutes quenti-nhos e torresmos crocantes, broas de fubá, pão de queijo, lombo tempera-do, truta, frango caipira..., especiarias apreciadas por aqueles que foram ao festival.

“A comida da

vovó nos faz

voltar à infância,

nos protege e

emociona”

Delícias e segredosda culinária mineira

Ingredientes:1 kg de milho de quirera

3 kg de costelinha de porco caipira4 cebolas6 tomates

Tempero a gosto (alho e sal)

Quirerada com Costelinha de Porco

Modo de Fazer:Lavar bem a Quirera, até tirar o branquinho do milho. Fritar a costelinha bem fritinha.Cortar a cebola e o tomate e refogar os dois. Colocar a Quirera para cozinhar em 3 litros de água fervente e deixar ferver por 1h30min.Depois misturar a costelinha que já está frita, o tomate, a cebola e os temperos. Deixar umapanela de água quente ao lado para ir colocando água aos pouco. Deixar cozinhando emfogo brando por mais 3h. Rendimento: 15 pessoas. Bom apetite!

Cozinheiro: Thiana

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Cooparaiso inauguranúcleo em Passos

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A Cooparaiso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), inaugurou, em 25 de setembro, uma oficina para tratores e maquinário agrícola em seu núcleo de Passos. A ocasião foi marcada com novas conquistas da par-ceria entre a marca Valtra e a cooperativa, com o anúncio da implantação de uma concessionária da marca para o núcleo, além da venda de cinco tratores em apenas um dia. Na inauguração, o coordenador geral da Valtra, Luiz Fernando Barroso, anunciou que o núcleo de Passos já está autorizado a implantar a concessionária da marca, faltando apenas para isso o cumprimento dos trâmites burocráticos. “Este é mais um grande avanço em direção à qualidade de atendimento ao produtor, ao cooperado. A Cooparaiso é uma das mais importantes representantes que a marca Valtra tem e quero confirmar nossa disposição de insta-lar em Passos uma concessionária, atendendo à solicitação da Cooparaiso”, afirmou Barroso.

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Feira Internacional consolida crescimento do setor

Cafe

icul

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Para os interessados em debater assuntos do mercado de café, foram promovidas palestras no Au-ditório de Inteligência de Mercado, workshops na Cafeteria Gourmet, além do DNA do Café - Seminário Internacio-nal, com presença de experts de nível internacional, como o australiano Mark Dundon, da rede de cafeteria Seven Se-

A 7ª edição do Espaço Café Brasil, realizada entre 4 e 6 de outubro de 2012, no Center Norte, em São Paulo, consolida o evento como a principal referência do setor no país. Realizada em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), a Feira Internacional do Café

atraiu 6.500 visitantes de 18 países, 100 marcas expositoras, e movimentou R$ 10 milhões em negócios diretos e indiretos, mostrando o crescimento do setor.

eds, e a brasileira Isabela Raposeiras, do Coffee Lab – São Paulo.

Mais do que um evento do café de qualidade, a Feira foi um brinde a tudo que esse produto pode propor-cionar, desde grandes negócios para o Brasil até o despertar de muitos apreciadores para os seus novos sa-bores. Toda a cadeia cafeeira, do pro-

7oESPAÇOCAFÉBRASILFeira Internacional de Café

dutor ao consumidor final, participou da programação estruturada para o período pós-colheita. A data e conte-údo possibilitaram que compradores nacionais e estrangeiros, especialistas e público, degustassem lotes e micro-lotes de cafés frescos. Ao todo, 100 marcas mostraram seus produtos e novas tecnologias. “A cada ano o Bra-

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Barista é o profissional especializado em cafés de alta qualidade (cafés especiais), cujo principal objetivo

é alcançar a “xícara perfeita”. Também trabalha criando novas

bebidas baseadas em café, utilizando-se de licores, cremes, bebidas alcoólicas, entre outros.Deve ser profundo conhecedor

de todas as fases da vida do café, desde o cultivo da planta, etapas de

processamento e beneficiamento do grão, processos de torra e

moagem, além, é claro, dos detalhes e processos de extração da bebida, seja em máquinas de expresso ou

em outros métodos de preparo.

Baristas em atuação durante a Feira

sil vem mostrando ao mundo o seu potencial no mercado de cafés es-peciais. Desde a produção dos grãos de qualidade até máquinas, acessó-rios e utensílios para degustar um ótimo produto”, analisa Marcos Racy Haddad, diretor comercial do Espaço Café Brasil.

Um dos destaques deste ano foi a eleição Coffee of the Year Brasil, que se-lecionou dez cafés para serem degus-tados às cegas e avaliados pelo público.

dora deste ano, acumulando títulos de campeã brasileira e campeã brasilei-ra de Latte Art (arte de desenhar com leite em cappuccinos), e terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Coffee in Good Spirits (com bebidas alcoólicas) – que teve como campeão o barista Ubi-rajara Gomes (Octavio Café, São Paulo, SP). O título de Campeã Brasileira garan-te a ela uma vaga no Campeonato Mun-dial que será realizado em Melbourne, na Austrália, em junho de 2013. A com-petição se baseia em aspectos técnicos e sensoriais do preparo do expresso, ca-ppuccino e drinque de assinatura.

Vencedores do Coffee of the Year Brasil:1º Café Orfeu, Fazenda Sertãozinho Botelhos/MG2º Fazenda Sr. Niquinho Carmo de Minas/MG3º Sítio Monte Verde Carmo de Minas/MG4º Fazenda Serrado Carmo de Minas/MG5º Fazenda Braúna Araponga/MG6º Albinati Specialty Coffee Campanha/MG7º Fazenda Pico Agudo Carmo de Minas/MG8º Sítio Guido Reguim Varginha/MG9º Sítio Lagoa Poço Fundo/MG10º Sítio Bom Destino Vila Pontões/ES

O resultado contemplou produtores fami-liares e rótulos já conhecidos do mercado, com destaque especial para Minas Gerais, que apareceu em nove das dez amostras.

Baristas

O Espaço Café Brasil também foi palco, pela primeira vez, do Campeo-nato Brasileiro de Barista. A curitibana Graciele Rodrigues (Lucca Cafés Espe-ciais, Curitiba/PR), foi a grande vence-

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O 2º Campeonato

de Salto Nacional

promovido pelo

Haras Manoel

Leão, localizado

próximo a Ribeirão

Preto/SP, entre os

dias 19 e 21 de

outubro, registrou

363 inscrições

nas provas aí

disputadas.

Participaram

cavaleiros do Rio

de Janeiro, São

Paulo, Paraná,

Minas Gerais e

Mato Grosso. Entre

eles, esportistas

já consagrados

como José

Roberto Reynoso

Fernandez, que

disputou provas na

última Olimpíada e

Rodrigo Sarmento,

Campeão Sul

Americano

Grande Saltode consagrados

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2O Haras Manoel Leão figura

em quinto lugar entre os melhores Haras privados do País. Além das provas realiza-das no local, o Haras oferece infraestrutura para os apaixonados pela equitação, man-tendo uma escola de hipismo.

Durante o Campeonato de Salto, que reuniu esportistas de várias categorias, fo-ram distribuídos R$ 126 mil em prêmios, o Troféu Perpétuo Dr. Leão e brindes dos pa-trocinadores: Casa Afonso (Jóias); Baba Ma-teriais de Construção; Coca-Cola; Rações Gabi; Haras Transwall; Jamef; Heineken; New Mix Concret; Posto Jockey; Shok Má-quinas. Segundo o administrador do ha-ras, Luiz Ribeiro, o evento foi um sucesso diante do público presente e da importan-te participação de cavaleiros já consagra-dos no hipismo brasileiro e mundial. Ele, que também já praticou o esporte, destaca a qualidade das pistas e os obstáculos que têm padrão internacional. Além desses fa-tores, o Haras prioriza o bem-estar dos ani-mais, o que é fundamental para todos os praticantes do esporte.

André Miranda

Rodrigo Chaves

Bartolomeu Miranda

Zé Roberto

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Na prova mais disputada, percurso de 1,45 metros, idealizado pela course--designer internacional Marina Azeve-do, foram contabilizadas 47 inscrições. Sete cavaleiros participaram do desem-pate em pista de grama. O grande ven-cedor foi o cavaleiro olímpico José Ro-berto Reynoso, montando o premiado Radiator JMen. O carioca Rodrigo Mes-quita Marinho garantiu o vice-campeo-nato com Asteria II. O paulista José Luiz Guimarães ficou em 3º lugar com Diva.

Hispismo

O Hipismo esportivo consiste em oito tipos diferentes de provas, o salto é uma delas. Durante sua realização, o cavaleiro deve transpor de 12 a 15 obs-táculos em uma pista de 700 a 900 metros. Vence o cavaleiro que concluir o percurso em menor tempo e com o menor número de faltas. A altura dos obstáculos vai de 0,40m a 1,65m, de-pendendo da categoria.

Felipe Juarez

Rodrigo Marinho

Nando

Ruy Lemos

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O chamado georreferencia-mento consiste na obrigatoriedade da descrição do imóvel rural, em seus limites, características e con-frontações, através de memorial descritivo, firmado por profissional habilitado, contendo as coordena-das dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, georre-ferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicio-nal a ser fixada pelo INCRA.

Em regra, todos os proprietá-rios de imóvel rural estão obriga-dos a fazer o georreferenciamento, mas ele é obrigatório, essencial-mente, nos casos de transferência (compra, venda, doação, doção em pagamento, sucessão, inventários e arrolamentos); também nos des-membramento de terras, remem-bramento e parcelamento.

O georreferenciamento é cer-cado de muitas polêmicas pela sua dificuldade técnica e política de preços, além da falta de profissio-

Entenda como Funciona

“Em regra, todos

os proprietários de

imóvel rural estão

obrigados a fazer o

georreferenciamento,

mas ele é obrigatório,

essencialmente, nos

casos de transferência;

também nos

desmembramento

de terras,

remembramento

e parcelamento”

Georreferenciamento de Imóveis Rurais

nalismo entre muitos profissionais envolvidos.

O processo é criterioso, pois exige a reunião de muitas informa-ções e de documentação. O prazo de execução, se realizado por em-presa idônea, pode se estender de seis meses a dois anos.

Realizado em três etapas, o processo se inicia com o creden-ciamento do profissional habilita-do para a execução dos serviços de campo e de elaboração do ma-terial. A segunda etapa consiste na apresentação do material ao IN-CRA, e a finalização ocorre no Car-tório de Imóveis.

Diante dessa realidade e das dificuldades vivenciadas pelos pro-dutores rurais, a Neo Engenharia se preparou com profissionais habilita-dos, bem treinados e equipamentos de ultima geração, para atender os produtores rurais com eficiência e no menor tempo possível, nos pro-cessos de georreferenciamento.

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A cidade paulista de Franca recebeu, entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro, a 34ª Exposição Nacional do Ca-valo Mangalarga. Realizada nas dependências do Parque de Exposições Doutor Fernando Costa, a mostra reuniu cerca de 500 animais, que marcaram presença em julgamentos morfológicos, disputas de andamento, provas funcionais e leilões.

O evento, além disso, contou com uma diferenciada estrutura e uma variada programação social, especialmente desen-volvidas para conciliar o saudável clima de disputa da pista de julgamento, com o ambiente de camaradagem e amizade carac-terísticos do universo mangalarguista.

Principal mostra

do Cavalo de Sela

Brasileiro também

contou com uma

movimentada

programação social

O Desfile das Aberturas foi um dos destaques da programação

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evolução zootécnica da raça

34ª Nacional Mangalarga

“Nós procuramos fazer este ano um evento diferenciado na parte social. Por isso, a programação incluiu diversos mo-mentos de confraternização, como o coquetel de boas-vindas e o jantar dos criadores, que aliás, foi maravilhoso. A exposição ofereceu ainda uma confortável estrutura com destaque para o camarote vip, onde foi possível acompanhar os julgamentos com todo conforto, e o Espaço do Núcleo Feminino, que ofereceu um gostoso espaço para recepcionar a comunidade man-galarguista durante os oito dias de atividades”, ressalta Paulo Francisco Gomes Della Torre, Diretor de Exposições da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM).

Fotos: Norberto Cândido

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Contínuo aprimoramento

Segundo o jurado Marcelo Toledo, os julgamentos reuniram uma tropa de muita qualidade. “O plantel da raça vem evoluindo ano a ano. Além disso, ele está obtendo um equilíbrio muito bom, com a morfologia alcançando o elevado nível que já havíamos obtido no andamento. Então, nesta Nacional nós tivemos em pista animais de bom andar e também com muito boa morfologia. Foi realmen-te muito prazeroso constatar todo esse progresso zootécnico”, explica Toledo, para quem o animal ideal para a raça deve apresentar bom andamento, boa caracterização racial e ser um cavalo de médio porte, reunido e ágil.

Ainda na opinião do jurado, o equilíbrio do plantel se refletiu também nos dois animais que obtiveram os prê-mios mais destacados do evento: o ala-zão Don Juan 42, exposto por Eduardo Henrique Souza de França e provenien-te da criação de Ronaldo Andrade Bi-chuette, que superou outros 50 machos

Grande Campeão Cavalo: Don Juan 42Expositor: Eduardo Henrique Souza de França

Grande Campeão Cavalo Pampa: Zatec do PecExpositor: Paulo Eduardo Corrêa da Costa

Grande Campeão Cavalo de Andamento:Tigre do Mont Serrat (T.E.)

Expositor: Luis Augusto de Camargo Opice

Grande Campeão Cavalo Pampa de Andamento:Detalhe HGF

Expositor: Marcos Antonio de Nadai

adultos para conquistar o Grande Cam-peonato Nacional Cavalo, e a também alazã Roma do Espinhaço, originária da seleção de Emiliano Abraão Sampaio Novais, que enfrentou outras 83 fê-meas na disputa pelo título de Grande Campeã Nacional Égua.

“Eu acho que os biotipos desses dois animais são bem próximos. Ambos são mediolíneos e equilibrados. Enfim, foram os concorrentes que mais de-monstraram equilíbrio entre andamen-to e morfologia durante o julgamento”, ressalta Toledo. Por sua vez, a disputa entre os criadores teve como principais

destaques Sergio Paiva, primeiro colo-cado no ranking da classe geral, e Paulo Eduardo Corrêa da Costa, que ficou com a primeira colocação na disputa dos es-pecialistas na pelagem pampa. Já entre os expositores destacaram-se: Almiro Esteves Junior, o melhor expositor da classe geral, e novamente Paulo Eduar-do Corrêa da Costa, o melhor expositor da pelagem pampa.

Promovida pela Associação Brasilei-ra de Criadores de Cavalos da Raça Man-galarga (ABCCRM), a 34ª Nacional Man-galarga contou com os patrocínios de Chevrolet, Budweiser, Ourofino e Socil.

Premiação do Grande Campeão Nacional Cavalo Don Juan 42 Roma do Espinhaço sagrou-se Grande Campeã Nacional Égua

O Parque Fernando Costa ofereceu uma ótima estrutura para a mostra mangalarguista

Grandes Campeões 34ª Nacional Mangalarga

a g r o n e g ó c i o s

Fotos: Norberto Cândido

Grande Campeã Égua: Roma do Espinhaço (TE)Expositor: Emiliano Abraão Sampaio Novais

Grande Campeã Égua Pampa: Utopia do AEJExpositor: Almiro Esteves Junior

Grande Campeã Égua de Andamento:Badalada RB (T.E.)

Expositor: Guilherme Pompeu Piza Saad

Grande Campeã Égua Pampa de Andamento:Isa da Piratininga

Expositor: Luiz Aparecido de Andrade

Grande Campeão Potro: Luxo da PiratiningaExpositor: Luiz Aparecido de Andrade

Grande Campeão Potro Pampa:Báltico do Pec

Expositor: Paulo Eduardo Corrêa da Costa

Grande Campeã Potranca:Diva da Piratininga (T.E.)

Expositor: José Eduardo de Souza

Grande Campeã Potranca Pampa: Belize do PecExpositor: Paulo Eduardo Corrêa da Costa

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6ª Copa de Marchado Rancho Alegre

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A 6ª Copa de Marcha do Rancho Alegre, realizada em 27 de outubro em Passos/MG, reuniu competidores e criadores de cavalos e muares de Passos, São Sebastião do Paraíso, Alfenas e São Paulo. O evento organizado por Toninho Ferrador foi realizado no Rancho Alegre e registrou 130 inscrições.

A paixão por cavalos tem atraído cada vez mais participantes nas mais diversas provas e modalidades. “A cada ano me-lhora a qualidade e o número de animais em competições. O cavalo hoje é uma terapia, esporte e lazer, ” comenta Dimitri Do-nizete de Lima, proprietário do Rancho Alegre. O grande campeão da 6ª Copa foi Farol do Haras Alice, propriedade de Bruno Valadão Aquilino, de Passos.

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Brasil ACFCampeão Cavalo Jovem

Proprietário: Túlio Cesar Abreu de CastroTreinador: Anderson Ferreira

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O país vem passando por pressões de diversos setores, que co-bram cada vez mais uma produção sus-tentável, na qual não se tenha aberturas de florestas nativas para ocupação de pastagem. Além desse fato, a ativida-de ainda sofre com a concorrência por área com agricultura e/ou florestas, ou seja, os campos já existentes são subs-tituídos por outras culturas como soja, milho, cana e eucalipto.

Entretanto, o recuo nas áreas de pastagem estimulará o uso de tecno-logias, fazendo com que o empresário do agronegócio tenha que aumentar a eficiência produtiva de sua propriedade para se manter na atividade.

Um dos principais fatores que in-fluencia a baixa produtividade das pas-tagens são as plantas daninhas, que competem por nutrientes, luz e água.

Todos esses fatores levam à queda da produtividade de carne ou leite por hectare/ano, devido à diminuição da produção de forragem. Podemos ob-servar isso facilmente no campo. Com o sombreamento causado pela invasora,

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Diferenças de perfilhos entre plantas forrageiras de área onde foi controladaas plantas daninhas X área onde não foram controladas as invasoras:

Com tratamentode herbicida

Plantas retiradas de áreas:

Sem tratamentode herbicida

o capim diminui o processo fotossinté-tico, fazendo com que ele perfilhe me-nos e ocorra o efeito chamado estiola-mento (emissão de menos folhas e mais hastes), o que diminui seu valor nutri-cional, e, com o tempo, causa perda de sua capacidade de suporte.

O controle das plantas daninhas com herbicidas, aliado ao manejo cor-reto da pastagem e à manutenção da fertilidade do solo, podem aumentar a capacidade de suporte do pasto.

Notamos esse incremento em ex-perimento realizado pela equipe técni-ca de pesquisa da Dow AgroSciences em uma fazenda assistida pela empresa no Pará.

O experimento foi realizado com o uso de herbicida de pastagem, aplica-do cerca de 40 dias após o plantio do capim na emergência das plantas dani-nhas, onde tínhamos duas áreas com a mesma espécie de capim e plantadas nas mesmas condições.

Uma área foi tratada com herbicida e outra sem tratamento químico. Cerca de 50 dias após a aplicação do herbici-

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Um dos principais

fatores que

influencia a baixa

produtividade das

pastagens são as

plantas daninhas,

que competem

por nutrientes,

luz e água.

Área com tratamento de herbicida Área sem tratamento de herbicida

da, ou seja, 90 dias após o plantio, foi realizado o levantamento da capacida-de de suporte do pasto, efetuado com uma metodologia desenvolvida pela equipe de pesquisadores do depar-

tamento de zootecnia da ESALQ/USP. Delimitou-se com estacas de madeira o espaço de 1m², cortou-se rente ao solo a massa presente dentro do quadrado, separou-se em dois sacos o que era

planta daninha e o que era capim, e foi realizada a pesagem das amostras de capim das duas áreas. A partir daí utili-zou-se a fórmula abaixo para encontrar a capacidade de suporte da área.

Amostra (kg): peso da amostra de capim de um 1m²;

Conversão Matéria Verde: multipli-ca-se por (0.25). Da massa total 25% é Matéria Verde;

Perdas (fezes, urina e pisoteio): multiplica por 0.5 para perdas de 50% ou 0.30 para perdas de 70%;

Eficiência de Pastejo: fator que in-dica a reserva fisiológica, multiplicar por

Considerando que na área não tratada, o volume coletado foi de 0.9kg/1m² e que chegamos a uma ca-pacidade de suporte de 1,61 UA/ha, a área tratada alcançou uma capacidade de suporte superior em 177%, compa-rada à área não tratada.

Se tivéssemos nessa área 5.04 cabeças com 400kg equivalente a 4,46 UA por hectare, ganhando em

UA/ha = Amostra (kg/m ²) x Conversão Matéria Verde (0.25) x 10.000 x Perdas (0.50) x Eficiência de Pastejo (0.50)

UA/ha = 2.5 kg x 0.25 x 10.000 x 0.50 x 0.50 = 4,46 UA/ha

Período de Pastejo (dias) x Consumo animal diário (kg)

35 dias x 10 kg

0.5 (50% de eficiência no pastejo);Período de Pastejo: para pastejo

extensivo, consideramos 35 dias;Consumo diário: para bezerro é

1,8%, para garrotes 2% e para vacas/bois magros (400kg), 2.5% do peso vivo.

UA = animal de 450 kg.Jogando então na fórmula o volu-

me coletado de capim na área tratada tivemos o seguinte resultado:

média 0.5kg/cabeça/dia, no período de seis meses (período das chuvas), teríamos cerca de 15,12@ produzidas no período das águas, comparada à média nacional que é de 5@/hectare/ano. Os resultados obtidos por meio do experimento comprovam a im-portante contribuição dos herbicidas para o aumento da produtividade das pastagens.

Ricardo CruzEngenheiro Agrônomo,

Representante Técnico de VendasDow AgroSciences

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A Fertiberia Brasil é uma empresa de fertilizantes, pertencente à ADP Fer-tilizantes (Portugal), do Grupo Fertibe-ria S.A. (Espanha).

O Grupo Fertiberia S.A. é o maior produtor de fertilizantes da União Eu-ropeia, com 12 fábricas, das quais 2 em Portugal, 3 na Argélia e 7 em Espanha, com uma capacidade total próxima a 8 milhões de toneladas. A Fertiberia está construindo uma nova fábrica de amo-níaco na Argélia, que terá uma capaci-dade 1.3 milhões de toneladas.

As fábricas do Grupo Fertiberia dedicam-se à produção de matérias- primas nitrogenadas, como o amonía-co, a ureia, ácido nítrico e outras; produ-tos simples; produtos especiais, como sais para fertirrigação; produtos finais, como NPK, granulados, sólidos, dota-dos das mais sofisticadas tecnologias.

Informe publicitário

O empenho na qualidade de todos os produtos fabricados pela empresa é absolutamente prioritário, desde o aprovisionamento das matérias-primas até a aplicação do produto final. Todas as fábricas possuem a Certificação ISO 14.001:2004, assim como o A.A.I. (Au-torizações Ambientais Integradas). As empresas do Grupo da Fertiberia es-tão na vanguarda da tecnologia e de-senvolvimento, com forte aposta em I+D+I, várias parcerias e projetos de in-vestigação com universidades federais e fundações privadas.

A Fertiberia Brasil comerciali-za a gama de fertilizantes específicos sólidos, que são produtos NPK, com macronutrientes secundários e mi-cronutrientes no mesmo grânulo, dife-renciados com tecnologia. A eficiência dos produtos é assegurada pelo Know-

-how do Grupo Fertiberia. A Fertibe-ria Brasil, com uma equipe comercial de agrônomos preparados para pres-tar atendimento aos seus clientes, está presente atualmente em 4 Estados: São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Para-ná. Pretende em 2013, crescer e apostar nos estados mais a Norte, como Ceará.

Hoje, os fertilizantes Específicos da Fertiberia Brasil, devido aos re-sultados comprovados no aumento da produtividade, são vendidos em culturas como cana–de-açúcar, soja, café, milho, banana, HF e outras. Os produtos mais vendidos são para plantio, o FERTISUPER C-VIDA®, e para cobertura, o SULFAZOTO COAT®. Com a sua tecnologia, tem permitido au-mento de produtividade das culturas e maior rentabilidade para o produ-tor agrícola.

Avilés - Espanha Palos - EspanhaAlverca - Espanha

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Vou te contar uma história!

Simpáticos, sorridentes, cria-tivos e conversadores, os pescadores têm muito o que contar. Mesmo sujei-tos à chuva, sol, dias sem dormir e sau-dades da terra, tentam manter o riso. A profissão é antiga, mas aos poucos foi se modernizando, tornando-se difí-cil para quem não consegue se adaptar.

Amos Borsari, 86, filho de Dr For-tunato Borsari e Cândida Donabella Borsari, nasceu e reside em Passos/MG. Quando criança, vivia na Chácara da Dona Cândida. Anos depois, estudou em um internato na cidade de São Pau-lo, onde ficou por pouco tempo e logo retornou à cidade natal.

Com personalidade marcante e muito carismático, o pecuarista e pilo-to Borsari, pescava e caçava por hobby. Hoje, é considerado um dos caçadores e pescadores mais antigos de Passos.

Em 1949 casou-se com Maria Valé-ria Lemos Borsari, mas antes, concluiu o curso de piloto, ofício que exerceu até meados de 1955. Tem dois filhos: Alex Borsari e Elizabeth Borsari, cinco netos e nove bisnetos. Amos morou na chácara praticamente sua vida toda.

Pescava no Brasil todo: Goiás, Mato Grosso, Tocantins (vários rios e afluen-tes), mas sua paixão era mesmo a Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mun-

Com personalidade

marcante e muito

carismático, o

pecuarista e piloto

Borsari, pescava e

caçava por hobby.

Hoje, é considerado

um dos caçadores

e pescadores mais

antigos de Passos

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do, cercada pelos rios Araguaia e Java-és, e os peixes: Pirarucú, Jaú, Dourado, Pirarara, entre tantos outros. Caçava praticamente de tudo, codorna, perdiz, paca, veado, jacaré (inclusive já matou muita onça); a caça foi abandonada ha muito tempo pela sua proibição.

Por isso, também passou a se dedi-car exclusivamente à pesca. Viajava pelo menos uma vez por ano e ficava duran-te 30 dias com os amigos. Primeiramente com o Sr. Otto Krakauer, com quem foi pela primeira vez à ilha do bananal, e de-pois com os companheiros de sempre: Ézio Joele, Farid Esper Kallas, Expedito da farmácia, entre outros, que ele sempre se lembra com muita saudade.

“Pescava e caçava bastante e tra-zíamos muitos peixes e carne de caça para casa, mas os tempos mudaram”, lastima Amos.

História de pescador

“Eu vou te contar uma que você não vai acreditar”, assim começam to-dos os pescadores, antes de contar algo que só eles acreditam. Como o ditado diz: É tudo história de pescador.

“Uma vez pesquei lá no Araguaia um peixe de 149 kg. Estava eu e um mo-leque pirangueiro (geralmente menino de descendência indígena que ajuda pescadores em troca de uma gorjeta), e com muito custo conseguimos arrastar esse peixe até a praia. Um dos maiores que já peguei”, finaliza Amos.

Farid, Amos e Expedito em um bom dia de pescaria: um Cachara e outro Pirarucu fisgados, registro da história de Amos

Otto Krakauer, Ézio Joele e Amos, a prova dos velhos e bons tempos de caçaAmos numa caçada de Perdizes

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Afecções de Cascosem bovinos exige cuidadose prevenção

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A erosão do talão também é conhecida como podridão de talão e “V preto”. É uma lesão caracterizada por perda irregular de tecido córneo do bulbo e parte da sola, que leva ao des-balanceamento dos membros, sequela comum decorrente das dermatites digi-tais, interdigitais e laminite.

Como a dermatite é causada por uma bactéria gram-negativa, denomi-nada Dichelobacter nodosus, que age na destruição dos tecidos córneos me-

diante a produção de proteases, Espi-roquetas podem estar envolvidas, mas ainda faltam estudos detalhados sobre os agentes infecciosos responsáveis.

Na região do talão ocorrem esco-riações e ondulações, com a presença de sulcos paralelos à coroa do casco, e há uma proliferação compensatória de tecido de má qualidade e retração do tecido córneo, expondo-o com maior probabilidade a infecções secundárias. Observa-se uma faixa escura em for-

por Cláudio Eduardo Costa Nader

ma de V, que se estende diagonalmen-te através da parte posterior do talão. Podem atingir a região muralha axial, sendo causa frequente de pododer-matite séptica (broca). Essa incidência pode ocorrer após infecção crônica da pele digital e interdigital, bem como seguida de uma laminite (dieta des-balanceada), ou mesmo devido à ex-posição a elementos abrasivos (pisos, pedras) e ao acúmulo de matéria orgâ-nica e umidade.

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CasqueamentoBovino

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(35) 9869-0860 (14) [email protected]

Com a perda do tecido córneo, o talão não cumpre bem seu papel de amortecedor. Com o agravamento da erosão, o desconforto é evidente, acen-tuando a claudicação. O animal perde a estabilidade e se recusa a andar, propi-ciando o surgimento de mais lesões de-vido à má distribuição do seu peso cor-poral sobre o pé.

CuidadosPrimeiramente, deve-se conduzir

o animal calmamente ao brete de con-tenção e fazer a assepsia do local afe-tado com produtos antimicrobianos. Depois, é preciso aparar os cascos nive-lando a sola e limpar a parte axial para evitar acúmulo de dejetos na região in-terdigital. Em seguida, com uma rine-ta, retirar toda a porção necrosada do talão, em movimentos suaves e contí--nuos, tentando evitar a sua retirada ex-cessiva, a fim de manter a integridade dos aprumos. Misturar uma solução de iodo 10% com antibiótico em pó e co-locar em um pedaço de algodão. Fazer uma bandagem e retirar após três dias, repetindo o curativo conforme a neces-sidade e grau da erosão.

Nos casos mais graves em que ocorram a retirada excessiva do talão e o descolamento da sola, o uso do “ta-quinho de madeira” é importante para aliviar o desconforto.

Vale lembrar que é um procedi-mento que requer técnica e prática, pois mal conduzida, pode sanar a ero-são, mas prejudicar os aprumos e, con-

sequentemente, gerar novas lesões, como a úlcera de sola, abscessos, he-matomas, dentre outras.

Aconselha-se manter como rotina da fazenda o pedilúvio, o casqueamen-to e as observações diárias dos animais, pois quando acometidos, permane-cem com o membro afetado levantado e com a região das pinças fincadas ao piso, preservando o talão.

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A atividade leiteira no Bra-sil avança rapidamente na qualidade genética dos rebanhos, no plano nutri-cional dos animais e na gestão da pro-dução. Cada vez mais os pecuaristas es-tão se profissionalizando com o intuito de produzir leite com mais eficiência. Esse aumento na eficiência ficou mais evidente de sua necessidade nos últi-mos anos, onde os produtores tiveram que lidar com aumento dos insumos (soja, milho, entre outros), estiagem e diminuição do preço pago pelo leite. Infelizmente, esses fatores que interfe-rem nos preços dos grãos ou do leite, são efeitos do mercado, o qual é quem determina os valores. Porém, existem fatores em que o produtor tem partici-

por Carlos Giovani Pancoti; Geraldo Benedito de Souza Almeida

Aspectos técnicose práticos para otimizar

a produção de leite

pação direta, como o manejo e a estra-tégia alimentar do rebanho, que são os principais impactantes na produção.

Um grande passo dado no manejo alimentar foi o fornecimento de dieta to-tal (TMR). Nesse tipo de manejo, os ani-mais tem acesso a uma dieta completa, buscando atender as necessidades nu-tricionais, diminuindo efeitos de seleção de ingredientes pelo animal, reduz ris-cos de acidose e possibilita melhor ava-liação do que está sendo ingerido pelo animal. Outro ponto em que soma é a correta formulação das dietas, pois é a partir do balanceamento dos diferentes nutrientes que compõem uma dieta que se consegue a produção desejada e se mantém a saúde dos animais.

Em relação à silagem de milho, a determinação do ponto ideal de corte no momento da ensilagem é fator fundamental para a produção de forragem de boa qualidade. A si-lagem colhida com teor de matéria seca (MS) entre 32 e 38% terá melhor fermentação e, se tomados todos os cuidados no processo, vai permi-tir maior consumo e, consequente-mente, melhor desempenho animal. Avaliações frequentes da MS da sila-gem são importantíssimas, pois irão prevenir o fornecimento insuficiente ou excessivo de nutrientes. Um mé-todo simples de avaliação da MS da forragem seria a utilização de um forno de micro-ondas.

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Um grande passo

dado no manejo

alimentar foi o

fornecimento de dieta

total (TMR). Nesse

tipo de manejo, os

animais tem acesso

a uma dieta completa,

buscando atender

as necessidades

nutricionais Forragem fermentada, silagem Forragem in natura

Além dos nutrientes propriamente ditos que compõem uma dieta, como proteínas, carboidratos, gorduras, mine-rais e vitaminas, existem substâncias in-cluídas conhecidas como “aditivos”, que podem promover melhorias no desem-penho através da elevação da eficiência de utilização destes nutrientes. Entre os aditivos mais utilizados na alimentação de bovinos leiteiros destacam-se os io-nóforos, os antibióticos promotores de desempenho, as leveduras e os tampo-nantes. Entre esses, os antimicrobianos (ionóforos ou antibióticos) são os que apresentam a maior segurança aos pe-cuaristas em relação aos benefícios à produção leiteira. São utilizados ampla-mente em diversos países, entre eles o Brasil e Estados Unidos. A União Euro-peia somente permite seu uso para fins medicinais.

Ionóforos e antibióticos

Os ionóforos e antibióticos agem no rúmen provocando melhoria no processo fermentativo através da inibi-ção das bactérias Gram-positivas. Como resultado, aumentam a eficiência do metabolismo energético e proteico; re-duzem a produção de ácido lático e me-tano no rúmen; efeito anticoccidiano e diminuem a incidência de timpanismo e acidose ruminal. Em resumo, aumen-tam a eficiência alimentar e a produção leiteira. Os ionóforos mais comuns são a monensina, a lasalocida e a salinomi-

cina. A virginiamicina é um antibiótico que além de proporcionar os efeitos citados anteriormente, controla de for-ma eficiente as bactérias responsáveis pela redução do pH ruminal, reduzindo os riscos de acidose ruminal. Em vacas leiteiras, seu fornecimento tem tido óti-mos resultados em rebanhos de eleva-da produção, as quais ingerem grandes quantidades de concentrado.

Tamponantes

Os tamponantes como o bicarbo-nato de sódio e o óxido de magnésio, são importantes agentes inseridos nas dietas com o objetivo de diminuir os riscos de acidose e as respectivas per-das ocasionadas por diminuição no consumo, queda na produção e gordu-ra no leite. São importantes no intuito de controlar a queda do pH ruminal e minimizar os riscos de acidose e outros distúrbios metabólicos. São recomen-dadas inclusões de 0,6 – 0,8% sobre o consumo de matéria seca ou 1,2 – 1,6% no concentrado.

Leveduras

As leveduras mais utilizadas na nutri-ção são do gênero Sacharomyces. Quando utilizadas nas doses corretas, agem modu-lando a fermentação ruminal reduzindo o oxigênio disponível no rumen (os microor-ganismos ruminais são sensíveis à presença de oxigênio), aumentam a digestibilidade

da fibra, promovem a manutenção do pH ruminal, aumentam a eficiência alimentar e auxiliam em promover maior consistência nas fezes das vacas. Com essa combinação de efeitos, as leveduras podem levar a um significativo incremento na produção de leite (0,8 a 1,2 kg leite/animal/dia). Deve-se salientar que apresentam colonização tran-sitória, ou seja, necessitam de administra-ção contínua na dieta.

Esses aditivos são importantes fer-ramentas nutricionais, e promovem bons resultados nas propriedades que possuem correto balanço nutricional da dieta alia-da a boas práticas de manejo. Porém, não substituem uma correta divisão de lotes, disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os animais, volumoso de qualidade, conforto térmico e de instala-ções, entre outros. Logo, o produtor, jun-tamente com a assessoria técnica que ele recebe, deve sempre alinhar tecnologias às praticas de manejo e alimentação, de modo a obter o máximo do potencial pro-dutivo dos animais sem afetar negativa-mente a saúde e reprodução, resultando em retorno financeiro com o máximo de eficiência.

Welvany MartinsAgropecuária Life Pec

São João Batista do Glória/MGFone: (35) 9152 0832

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PimentaA atividade exercida por diversos produtores de forma artesanal, passou

a ser administrada de forma profissional pelos irmãos Marcos Antônio

Vilela e Clésio Vilela, em Carmo do Rio Claro/MG, há oito anos. A ideia de

investir em um novo segmento de produção surgiu através do pai,

o produtor e político Pedro Henrique Vilela, já falecido, que gostava

de presentear com um vidro de pimenta. Assim, tudo começou.

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para todos os gostos

Marcos e Clésio cultiva-vam batata, café e milho. Mas dei-xaram essa atividade para apostar na plantação de pimenta. O início não foi nada fácil, pois como diz o ditado: “pimenta nos olhos dos outros não arde”. Tudo era compli-cado, o plantio, a colheita, o arma-zenamento dos frutos e a comer-cialização.

O começo foi tímido, com a pimenta Cumari, hoje, os irmãos plantam espécies nacionais e de outros países. A empresa comercia-liza molhos especiais das espécies Bhut Julokia (considerada a mais ardida do mundo), Cumari, Biqui-nho, Cayena, Malagueta, Habane-ro, Tabasco e também as pimentas em conserva. Outras espécies vão

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sendo testadas e plantadas. Mar-cos, que é técnico agrícola, afirma que não se arrependeu da deci-são tomada de abandonar a cultu-ra do café. Ele está feliz com os re-sultados conquistados nos últimos anos, com a venda de pimentas.

Em oito anos, a Pimenta Fogo Mineiro conquistou um bom mer-cado e expande suas vendas por diversas regiões do País. Cresceu o plantio de variedades e a diver-sidade de produtos da empresa. Tanto que industrializam a marca Fogo Mineiro e prestam serviços para outras indústrias de São Paulo e Minas Gerais.

O molho de pimenta, que tem agradado muitos consumidores tem um segredo só: qualidade. A safra colhida em um ano é pre-parada e comercializada no ano seguinte. Tudo devidamente ana-lisado por uma nutricionista. Se-gundo Marcos, esse processo dei-xa o molho com um sabor especial

e garante a qualidade do produto. Em 2011, eles produziram 20 tone-ladas de molho de pimenta, que estão sendo comercializadas. Este ano eles plantaram 12 hectares e já se preparam para enfrentar o mer-cado da Copa do Mundo que se aproxima.

Marcos e Clésio Vilela na sede da Pimenta Fogo Mineiro

Em oito anos, a

Pimenta Fogo Mineiro

conquistou um bom

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