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Traumatismos orofaciais no desporto Erik Portela Rodriguez “Traumatismos orofaciais no desporto” Universidade Fernando Pessoa Faculdade Ciências da Saúde Porto 2016

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Traumatismos orofaciais no desporto

Erik Portela Rodriguez

“Traumatismos orofaciais no desporto”

Universidade Fernando Pessoa

Faculdade Ciências da Saúde

Porto

2016

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Traumatismos orofaciais no desporto

Erik Portela Rodriguez

“Traumatismos orofaciais no desporto”

Universidade Fernando Pessoa

Faculdade Ciências da Saúde

Porto

2016

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Traumatismos orofaciais no desporto

Erik Portela Rodriguez

“Traumatismos orofaciais no desporto”

Trabalho apresentado à

Universidade Fernando Pessoa

Como parte dos requisitos para a

Obtençao do grau de Mestre em

Medicina Dentária.

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RESUMO

Uma grande parte da população pratica desporto, esta prática tem muitos benefícios para a saúde mas qualquer prática desportiva pode também acarretar alguns riscos associados de traumatismos ou lesões. Este risco variam segundo a modalidade desportiva que se pratique e a respectiva intensidade com que se pratica.

As modalidades que fizeram parte deste estudo são o futebol, o basquetebol, o andebol e o rugby. Estas modalidades têm uma série de características em comun, todas elas são desportos de equipa, onde é comum o contacto e consequentemente a probabilidade de ocorrerem traumatismos.

O objectivo do estudo é determinar quais são as causas dos traumatismos oro-faciais, tipo de traumatismos mais frequentes, em que situações se produzem os traumatismos, determinar a prevalência do uso do protetores bucais nos atletas inquiridos e obter dados sobre a opinião dos atletas no que respeita à importância da saúde oral nos desportistas e se têm conhecimentos sobre como actuar quando sofrem uma lesão .

Recorreu-se a uma amostra de 213 atletas de quatro modalidades desportivas, sendo 105 homens e 108 mulheres de idades compreendidas entre os 15 e os 43 anos sendo que lhes foi pedido para preencherem um questionário de resposta fechada.

Em 66,2% dos atletas inquiridos, refere que a saúde oral afeta o seu rendimento desportivo, a

maior parte (63,8%) não conhece os procedimentos a seguir em caso de sofrer um traumatismo.

Em 43,2% dos inquiridos sofreram traumatismos na zona oro-facial e destes 43,5% acham que

esse traumatismo prejudicou o seu rendimento desportivo, 38% interromperam mesmo a pratica

desportiva como consequência desse traumatismo. Para a maior parte dos atletas (56,2%), o

traumatismo ocorreu durante a competição e a causa principal foi o impacto contra outro

jogador.

De entre as modalidades desportivas avaliadas os praticantes de futebol, 25% sofreram

traumatismos na zona oro-facial; de entre os que jogam andebol, esta percentagem

aumentou para 74,1%, para o basquetebol 31,4% e 41,1% para o rugby.

O uso do protetor bucal é reduzido entre os atletas, excepto nos jogadores de rugby

onde é usado por 83,9% dos jogadores enquanto que nas outras modalidades o seu uso

variou entre o 5,8% e o 14,8%.

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Summary

Much of the population practices sports. Practicing sports has many health benefits but like in any sport, practicing them can also bring some risks such as traumas or injuries. This risk varies according to the sport that practice and its intensity with which one practices. The sports that I choose to be part of this study were football, basketball, handball and rugby. These sports have some things in common, like for example they are a team sports game, where there’s a lot of contact between the players and due to this they can have trauma injuries. The goal of this study is to determine what are the causes of oro-facial trauma, what are the most common types of trauma, in what situations can we have a trauma situation, also I want to determine the prevalence of the use of mouthguards in the athletes that respond to my questions, and if this athletes are aware of the importance of oral health in sports, and if they have the knowledge of how to act when they suffer an injury. To make this study, I gathered a group of 213 athletes of four sports game (10 5 men and 108 womens) with ages between 15 and 43 years old. I asked them to answer some questions. 66,2% of the athletes, know that the oral health affects their performance, 66,8% doesn’t know how to treat the trauma injuries. 43,2% of them have suffered oro-facial traumas and 43,5 % of this athletes have confirmed that this type of injuries affected them and their performance, and 38% stopped practicing sports due to this type of trauma injuries. Most of the athletes (56,2%), the trauma injury occurred during competition and the main cause was the impact against other players. Football players (25%), handball players (74%), basketball players (31,4%) rugby players (41,1%) had oro-facial trauma. Most of the athletes don’t use mouthguards protection, except the rugby players (83,9% use mouthguard protection). In the others sports 5,8% and 14,8% use this type of protection.

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Dedico este trabalho ...

Aos meus Pais,

À minha Família,

À minha Namorada.

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Agradecimentos

Agradeço a todas as intituições e clubes desportivos que me permitiram e

disponibilizaram o seu tempo para a realização do inquérito.

Agradeço a todos os desportistas que participaram no estudo, a sua disponibilidade e

ajuda no meu trabalho.

Ao meu orientador e profesor, pela ajuda e apoio na elaboração desta tese.

Aos meus amigos de faculdade por todos estes anos de convívio e aprendizagem.

À minha familia pelo apoio e ânimo demonstrado durante os meus anos de estudante,

em especial aos meus Pais pelo esforço e paciência .

A Laura Alonso pela motivação, ajuda e apoio ao longo destes anos.

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Índice

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i

Smmary . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ii

Dedicatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iv

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v

Índice de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii

Índice de Tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix

Índice de Abreviaturas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x

I Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

II Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2.1 Saúde oral no desportista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2.1.1 Cárie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2.1.2 Doença periodontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2.2Protetor bucal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2.2.2 Tipo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2.2 Tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2.3 Tipo III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.3 Futebol. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Introdução ao Futebol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Fatores de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.4 Basquetebol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Introdução ao Basketebol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

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Fatores de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2.5 Rugby . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Introdução ao Rugby . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12

Fatores de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.6 Andebol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Introdução ao Andebol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Fatores de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.7 Resultados .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

III Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

IV Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

V Anexos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

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Índice de Figuras

Figura 1 - Jogadores de futebol: Disputa da bola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Figura 2 - Jogo de basquete. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10

Figura 3 - Contactos faciais num jogo de rugby. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Figura 4 - Jogadores de andebol. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Figura 5 - Distribuição dos inquiridos por sexo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Figura 6 - Distribuição dos inquiridos por modalidade.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Figura 7 - Distribuição dos inquiridos relativamente à questão “Acha que a saúde oral afeta o

seu rendimento desportivo?” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20

Figura 8 - Distribuição dos inquiridos por traumatismo oro-facial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Figura 9 - Distribuição do tempo que estiveram parados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21

Figura 10 - Distribuição do evento em que ocorreu o traumatismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Figura 11 - Distribuição da causa do traumatismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Figura 12 - Distribuição da ocorrência de traumatismo por modalidade. . . . . . . . . . . . . . . . 23

Figura 13 - Distribuição dos traumatismos por desporto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

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Índice de tabelas

Tabela 1 - Distribuição dos traumatismos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

Tabela 2 - Teste do qui-quadrado para a independência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26

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Índice de Abreviaturas

FIFA – Fédération Internationale de Football Association

FIBA – International Basketball Federation

EE.UU – Estados Unidos

N.B.A – National Basketball Association

W.N.B.A – Women's National Basketball Association

N.C.A.A – National Collegiate Athletic Association

A.C.B – Asociación de Clubes de Baloncesto

ATM – Articulação Temporomandibular

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I Introdução

Os desportos formam parte da vida de uma grande parte da população, já que a Organização Mundial da

Saúde promove a actividade física. Estas actividades físicas estão relacionadas com uma boa saúde cardio -

respiratória, desenvolvimento do aparelho locomotor, controlo do peso, menor presença de sintomas de

ansiedade e depressão sendo estes os motivos que justificam o número de pessoas que praticam desportos na

atualidade.

Muitas pessoas iniciam o contacto com o desporto desde muito cedo, isto é, desde a infância começam a

praticar um ou vários desportos como actividade extraescolar, simplesmente com o objectivo de passar o

tempo, disfrutar e socializar. Com o decorrer dos anos de prática desportiva, são adquiridas qualidades

técnicas nessa modalidade desportiva que permitirão aos “atletas” passar a ter como objectivo, um nível

mais elevado, isto é, começar a competir nesse desporto de uma forma profissional.

O mais habitual é continuar com a prática de ese desporto durante muitos anos mas a um nível amador, ou

começar com a prática de outro desporto mas sem chegar à competição, com o simples objectivo de disfrutar

e realizar uma atividade física.

Na prática de qualquer desporto encontramos um risco de sofrer lessões ou traumatismos, sendo que as

possíveis causas podem ser muito variadas. Estas causas variam segundo as modalidades desportivas e nem

todos os desportos têm os mesmo factores de risco, pelo que seria interessante conhecer os factores de risco

e lesões mais habituais na prática de cada modalidade desportiva. Já que poderia ser necesário avaliar os

riscos de cada modalidade desportiva antes de se iniciar na sua prática, para evitar que as lesões mais

comuns nesse desporto nos impossibilitem de ter uma vida diária normal ou nos impossibilitem trabalhar.

Por exemplo, um médico dentista não praticaria um desporto com alto risco de lesão do pulso, já que poderia

impedir o seu desenvolvimento profissional.

Seria importante começar a integrar a medicina dentária no grupo de profisionais da saúde que se encargam

da monitorização da saúde dos desportistas. Valorizando o importante trabalho que os médicos dentistas

poderiam fazer nesta área para melhorar a saúde dos deportistas, evitar as lesões e aconselhar medidas

preventivas.

Uma vez decidido a procurar informação sobre este tema, realizou-se a procura de estudos e artigos que

relacionem a medicina dentária com a prática desportiva. Uma das causas do reduzido interesse da área da

medicina dentária desportiva é termos poucos estudos ou artigos sobre traumatismos oro-dentários em certas

modalidades desportivas. Seria importante conhecer em que grau pode a prática desportiva afectar a

presença de cárie, doença periodontal, a oclusão ou patologias da ATM e a saúde em geral do atleta e do seu

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desempenho na prática deportiva. Assim como, qual a frêquencia de lesões que afectam a zona orofacial

durante todo o período de prática desportiva de determinada modalidade.

Já que os poucos artigos que se centram neste tipo de traumatismos podem diferir muito de um estudo para

outro, ante a falta de critérios consensuais de avaliação ou como são consideradas as lesões ou traumas.

Imposibilitando assim comparar os dados entre diferentes modalidades de uma forma fiável e reprodutível.

Com esse objectivo foi realizada uma revisão bibliográfica com base em artigos sobre o tema desta tese.

Realizou-se a pesquisa através da biblioteca on-line da UFP, utilizando os motores de busca Pubmed, b-on e

Brithish Journal of Medicine.

As palavras chave utilizadas foram “futbol/soccer”, “basketball”, “judo”, “rugby”, “handball”, “dental

trauma”, “injuries” e “orofacial trauma”.

O objectivo deste estudo é conseguir a análise de dados correspondentes às seguintes modalidades

desportiva: o basquetebal, o futebol, o rugby e o andebol. Uma vez que se trata de desportos com um amplo

número de praticantes.

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II DESENVOLVIMENTO

2.1 SAÚDE ORAL

Existe um grande desconhecimento sobre como afeta a saúde oral no desporto e como esta pode afetar os

atletas. Este desconhecimento é tal que a má saúde oral não é considerada como um fator de risco de lesões.

O exercício físico causa uma série de alterações na cavidade oral que podem aumentar o risco de cárie,

erosão e pode causar lesões musculares (Sanchez,2015).

A possível causa para o aumento do risco de cárie, erosão ou doença nos deportistas, pode ser a causa do

aumento na frequência e no tempo de contacto dental durante a ingestão de alimentos ricos em hidratos de

carbono, produtos de nutrição desportiva e bebidas energéticas. O problema pode estar a ser causado pelas

altas quantidades de açúcares que contêm estes alimentos (Broad,2015).

Nos atletas producem-se umas série de alterações fisiológicas durante a pratica desportiva, estas alterações

manifestam-se na cavidade oral com a diminuição do fluxo salivar e o aumento do ph na boca. O aumento

do pH pode ser um mecanismo de compensação por causa de um deficit salivar, este deficit de saliva em

boca pode ser causado pela falta de hidratação (Frese, 2015). Outra causa possível para isto, pode ser a

respiração bucal que realizam os desportitas em situações de esforço tendo como consequência a redução do

fluxo salivar, deixando por isso a boca seca. Isto permite a proliferção bacteriana , que junto com os

nutrientes que compõem os alimentos consumidos pelos desportistas dão lugar ao local perfeito para o

aparecimento de cárie (Mecola,2014).

Outro fator de risco para os desportistas que está relacionado com a saúde dental são as doenças

periodontais, já que o índice de placa bacteriana e a profundidade das bolsas periodontais encontram-se

relacionadas com o aparecimento e recaída em lesões musculares (Scola,2011). A má saúde oral também se

associa a cãibras repetidas durante o exercício localizadas no músculo e no tendão, já sejam novas lesões ou

em recaídas de lesões anteriores. A possível causa disto, é que as bacterias presentes na cavidade oral

produzem altos níveis de IL-6 e citoquinas, estes se encontram em níveis altos quando se sofre uma fadiga

física e esta fadiga é um fator de risco para as lesões (Sovelled,2015).

Os desportistas encontram-se em situações de stress e ansiedade que provocam uma tensão muscular e uma

série de hábitos parafuncionais, podendo causar bruxismo, problemas oclusais ou distúrbios na ATM

(Sovelled,2015).

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Na atualidade as estratégias que siguem os clubes para o controlo da saúde oral dos atletas é considerada

ineficaz já que em geral a saúde oral dos atletas é muito baixa. Por estes motivos, é necessário integrar a

medicina dentária como uma área de controlo médico dos atletas e assim poder melhorar a saúde oral e

evitar problemas associados (Ashley, 2015).

O estudo mais rigoroso, no qual se estuda a saúde oral dos atletas obteve-se como resultados que a maioria

dos jogadores apresentava uma má saúde oral, cerca de 36,9% dos jogadores tinha uma ou mais cáries

activas e cerca de 76,9% apresentava restaurações num ou mais dentes da sua cavidade oral. Em relação às

doenças periodontais, a gengivite é a doença mais frequente nos jogadores estando presente em 80% e a

periodontite irreversível em 5%. A outra patologia oral frequente na cavidade oral, no qual sofrem 53,1%

dos jogadores é a erosão dentária.

Quando os jogadores que participaram no estudo foram questionados sobre como lhes afetava a saúde oral

na sua vida cerca de 45% dos jogadores referiu sentir desconforto a causa da sua saúde oral, 19,6% viu

afetada a sua qualidade de vida e 6,9% referiu que a má saúde oral afetou o seu rendimento desportivo

(Needleman,2015).

2.2 Protetor bucal

A função dos protetores bucais é proteger os lábios e tecidos intraorais de lacerações; proteger os dentes de

fraturas, luxações e avulsões; evitar as fraturas e deslocações da mandíbula. O seu principal mecanismo de

acção dos protetores bucais é absorver a energia do impacto e dissipá-la (ADA,2006).

As incidências de traumatismos dentais e faciais reduz-se com o uso de equipamentos de protecção como o

capacete, as mascaras faciais ou os protetores bucais. Com o uso do protetor bucal as lesões por traumatismo

na dentição reduz-se a 75% (A.A.D.D,2013). O uso do protetor bucal também tem uma importância na

dimunição da incidência de comoções cerebrais (Newson,2010).

O uso dos protetores bucais é praticamente inexistente na maioria das modalidades desportivas, na realidade

o seu uso so é relevante num pequeno grupo de desportos (Ferrari,2002). Os desportos onde existe um índice

de uso do protetor bucal que se considere elevado, é unicamente nos desportos onde o seu uso é obrigatorio

como no futebol americano, hockey, hockey no gelo, lacrosse (A.A.D.D,2013).

Num estudo sobre os traumatismos dentais reportou-se que a modalidade desportiva onde o uso do protetor

bucal era mais elevado foi o desporto onde menor percentagem de traumatismos afetavam aos atletas

(Ferrari,2002).

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Os atletas refirem uma série de desvantagens para não fazer uso dos protetores bucais,sendo que as

principais desvantagens (Liger, 2006): Interfere com a sua atividade desportiva, incomoda e dificulta a

comunicação,dificulta a respiração dos atletas ou não consideram necessário a utilização do protetor bucal.

As principais características de um protetor bucal devem ser a comodidade, durabilidade, resistência ao

desgarro, ser inodoro e insípido (Newson,2010).

Existem três tipos de protetores bucais:

2.2.1 Tipo I

É um protetor bucal personalizado, baseado num modelo da boca do paciente e realizado por profisionais da

medicina dentária. Este tipo de protetor é o que oferece uma melhor protecção, disipação, retenção, adatação

e comodidade; permitindo falar e respirar com maior facilidade (A.A.D.D,2013) (Newson,2010).

2.2.2 Tipo II

São protetores bucais fabricados com um material termoplástico que é adaptado à boca pelo próprio atleta,

uma vez que é aquecido e com a aplicação de pressão na boca para dar-lhe a sua forma. É comercializado

em lojas de desporto, sendo o tipo de protetor bucal mais usado entre os atletas (A.A.D.D,2013).

2.2.3 Tipo III

Este tipo de protetor e desenhado para o seu uso sem nenhum tipo de modificação e o seu posicionamento

realiza-se com a pressão exercida entre os dentes das duas arcadas. É um tipo de protetor que dificulta a

respiraãao. Pode ser recomendado a pacientes que tenham um aparelho ortodontico. O seu local de venda é

nas lojas de desporto (A.A.D.D,2013).

O material mais utilizado para a confecção dos protetores bucais é o etileno-acetato de vinilo (EVA). O

protetor bucal não deveria extender-se distalmente além do primeiro molar, devem chegar à linha

mucogengival labial e extender-se uns milimetros ao palatino, com o fim de proporcinar protecção à gengiva

e uma boa retenção (Babel,2007). Outro fato importante na confecção do protetor bucal deve ser a espessor

do protetor bucal ja que a medida que o espesor aumenta a força do impacto tem uma melhor dissipação

(Newson,2010).

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Traumatismos orofaciais no desporto

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2.3 Futebol

Nos inícios do século XIX inicia-se o processo de desenvolvimento no futebol. Sendo um desporto sem

regulamentação desde essa época, até ao ano 1863 em que na Universidade de Cambridge cria as primeiras

normas comuns para este desporto; sendo modificadas de forma definitiva em anos posteriores, após várias

reuniões numa taberna de Londres, entre os representantes das principais equipas.

Em maio de 1904 nasceu a FIFA, com 7 membros fundadores que iriam aumentar a 21 no ano 1912; no

ano 1925 ja eram 36 membros; em 1930 aumentou para 41; a meio do século XX o número de membros

seria de 73 associações. Na segunda metade do século o futbol ganhou muitos adeptos e praticantes em todo

o mundo, aumentando o número de Federações Nacionais. Na atualidade o número de asociações afiliadas à

FIFA é de duzentas e nove.

O futebol é considerado o rei dos desportos, sendo o que mais afeccionados/adeptos tem no mundo, e é o

que tem o maior número de desportistas practicantes. Segundo a FIFA o número de pessoas que

actualmente jogam o futebol de forma federada é de 265 milhões.

É um desporto de equipa, em que participam duas equipas de 11 jogadores dentro de um terreno de jogo,

sendo um grupo de árbitros encarregados de controlar o cumprimento das normas e de boa conducta entre os

jogadores de ambas as equipas.

O jogo é practicado com uma bola de couro e durante a qual ambas as equipas tentam meter numa baliza da

equipa contraria essa bola.

A principal regra é que os jogadores não podem tocar a bola com a mão ou o braço de forma intencionada.

Geralmente são utilizados os membros inferiores, tronco e cabeça para movimentar ou controlar a bola.

A duração do jogo é de 90 minutos, dividido em duas partes iguais, mediadas por um intervalo de 15

minutos.

O futebol, por ser um desporto colectivo com um grande nível de contacto entre os jogadores, torna-se um

factor de risco para a ocorrência de lesões, sendo até,considerado um dos desportos com maior incidência de

lesões (Nichol, Colleman e Willians, 1995). Pode-se identificar os diferentes factores de risco que afectam a

incidência de lesões durante esta prática desportiva.

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- A categoria e o nível de competição:

Poderemos encontrar uma grande diferença segundo a categoria na qual a equipa se encontra a competir.

Sendo que a maioria das incidências de lesões ocorra nas categorias de futebol profissional do que na prática

de futebol amadora (Sedin, 2005).

É de grande importância falar sobre o futebol profissional, já que neste grupo a incidência de lesões varia

nas diferentes categorias nas que compita a equipa. Aumentando a incidência nas categorias inferiores

(Noya & Sillero, 2012).

-Treino vs. Competição:

O nível de exigência, intensidade e esforço fisico na prática do futebol varia e aumenta do treino para um

jogo. Sendo maior a incidência na competição (Estrad, Walden,Hagglund, 2004).

O futebol apresenta uma incidência aproximadamente de 9 lesões por cada 1.000 horas de prática (Paus,

2004). Encontra-se uma grande diferença na incidência entre o treino e a competição, com uma incidência

de lesão de 6 lesões cada 1.000 de treino e um grande aumento da incidência na competição, já que esta é de

28 (Noya & Sillero, 2012).

- Género:

A incidência varia com o género, isto pode ser por a causa da intensidade, do contacto fisicos, sendo as

lesões muito mais frequentes no género masculino.

Existe até um maior risco maior em lesões específicas com uma maior incidência nas mulheres

(Moreno,2008). O caso mais importante de diferença encontrado no futbol é a lesão do ligamento cruzado

anterior, com uma incidência de 2,59 por 1000 horas de prática nas mulheres, sendo de 2 a 4 vezes maior do

que nos homens (Leyes,2011).

-Posição no terreno de jogo:

As incidências da lesão variam segundo a posição que o jogador ocupa no campo. Sendo os guarda-redes os

jogadores que sofrem menos lesões, com uma incidência muito baixa (Noya & Silleiro, 2012). Os

jogadores que têm um maior risco de de sofrer lesões são os atacantes, seguidos dos jogadores do meio

campo no qual apresentam uma menor incidência de lesões, sendo que os defesas sofrem ainda menos lesões

(Hawkins&Fuller,1996).

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Traumatismos orofaciais no desporto

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Figura 1| Jogadores de futebol: Disputa da bola.

- Localização anatómica:

Na prática desportiva do futebol há uma série de lesões que costumam ocorrer com maior frequência, isto

pode ser por causas como a localicação anatómica da lesão, a forma como se ocasionou a lesão, etc.

Segundo os dados de diferentes estudos mostram que as partes com maior frequência são afectadas

encontram-se nos membros inferiores. Sendo as estructuras mais afectadas: a coxa, o joelho e o tornozelo.

As lesões das restantes regiões anatómicas são as da cabeça, membros superiores e o torso que representam

uma pequena parte das lesões que são provocadas no futbol, só representam entre um 2,9 e um 11,4 %

(Bellach, 2010).

No que se refere zona orofacial podemos encontrar estudos que refirem que cerca de 25% dos jogadores

tinham sufrido fracturas dentárias, 47,3% sofreram traumatismos nos labios e/ou na cavidade oral, 10%

tinham problemas por causa de traumatismos da ATM, por volta de 10,5% dos jogadores fracturaram ossos

sendo os mais habituais o nasal, a mandibula e o maxilar (Duarte,2011).

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2.4 Basquetebol

O basquete é um desporto que apresenta certas semelhanças com várias atividades e jogos que se praticavam

na antiguidade, a prática que parece estar mais ligada ao basquete é um jogo de bola na mesoamérica, o pok-

at-pok maya, practicado perto do ano 1.000 a.C.

Foi um jogo criado em dezembro de 1891, na escola Training School International YMCA, de Springfield

no estado de Massachussets(EE.UU). O diretor de esta escola encarregou ao James Naismith a criação de

um desporto que pudesse ser práticado no interior do ginásio da escola, já que ao longo do inverno por causa

do frio era muito complicado a prática dos desportos nas instalações exteriores. O jogo foi criado com cinco

regras básicas que foram a base para a prática do novo desporto:

1. A bola será esférica e jogar-se-a com as mãos.

2. Não se poderá caminhar com a bola.

3. Cada jogador poderá situar-se em qualquer lugar do terreno de jogo e receber a bola em

qualquer momento.

4. É proibido o contacto físico entre os jogadores.

5. O objetivo será situado num alto em posição horizontal e será de pequenas dimensões.

Após a sua criação, o basket começou a expansão pelo mundo por meio de diferentes vias. A via educativa

pela qual o basquete se expandiu pela rede de centros que o instituto YMCA tinha em diferentes países do

mundo, outra via foram as demonstrações que foram realizadas pelos discípulos de Naismith. Uma via

importante de difusão foi a guerra, já que durante esta, muitos soldados dos EE.UU que participaram na

Primeira Guerra Mundial, recalarom na Europa; muitos destes soldados praticaram o basquete e desta forma

foi demostrado na Europa.

O basquete foi evoluindo com o decorrer do tempo e foi ganhando uma grande quantidade de aficionados,

chegando o momento no que era preciso uma instituição que fosse a encarregada de aglutinar, dirigir e

promover os interesses do basquete. Para isto foi criada o 18 de febreiro de 1932 em Genebra a International

Basketall Federation (FIBA). Na FIBA estão asociadas 212 federações nacionais às quais pertencem um

total de 450 milhões de federados (FIBA, Quik facts. 2004).

Este é um desporto considerado de não contacto, mas na realidade existe a presença de contacto entre os

jogadores, já que este tipo de situações são muito complicadas de evitar. Para tentar evitar isto, existe uma

série de regras, sendo que as principais regras do jogo são que participam duas equipas de cinco jogadores.

O objectivo das equipas é introduzir a bola dentro do aro do campo do adversário e impedir que a outra

equipa consiga inserir a bola no aro. O terreno de jogo será uma superfície plana e dura, sem nenhum

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Traumatismos orofaciais no desporto

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obstáculo e com umas medidas de 28 metros de comprimento e 15 metros de largo. A duração do jogo é de

40 minutos , sendo divididos em quatro períodos de 10 minutos cada, tendo um intervalo de 15 minutos

entre o segundo e terceiro período.

No basket os contactos só estão permitidos no caso de ser ligeiros, mas a aplicação do regulamento e a

indicação das faltas neste desporto é muito complicada, existindo variáveis para que esta seja indicada;

como pode ser a posse da bola, se o jogador esta em movimento, etc.

Figura 2 | Jogo de baskete.

Neste desporto há uma grande variedade de lesões , podem produzir-se por contacto entre jogadores, por

causa de repetição de gestos, acelerações, desacelerações, saltos, etc. As características físicas dos jogadores

de basket ajuda a aumentar o risco de lesão já que costumam ter uma grande estatura e um peso elevado

(Jover, 2008). Atendendo a tudo isto, tentaremos identificar os principais fatores que afetam a incidência das

lesões no basket.

- A categoria e o nível de competição :

A categoria e o nível de competição pode ser um factor que aumente o risco de lesão. Neste conjunto

deveremos indicar uma diferença que pode afectar a incidência de lesão, já que segundo a norma FIBA os

jogos têm uma duração de 40 minutos sendo cumpridas estas normas na Europa; nos EE.UU os jogos têm

uma duração de 48 minutos e a frequência de jogos é muito maior ao longo de toda a época. Comparando os

distintos níveis de competição, olhamos que o número total de lesões a nível nacional é significativamente

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Traumatismos orofaciais no desporto

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mais baixo do que a nível regional(Cumps,2007). Dentro do nível profissional encontramos um maior risco

de lesão nas categorias superiores (Agel, 2007).

-Treino vs. Competição:

Um fator de risco é a competição, já que existe uma diferença na incidência entre os jogos e os treinos. A

taxa de lesões é maior nos jogos que ao longo dos treinos, isto pode ser causado por uma maior intensidade

dos jogadores, maior número de contactos entre os jogadores, stress, etc (Agel,2007). A maioria dos estudos

confirma esta afirmação com dados semelhantes entre eles, como por exemplo se encontra refletido no

seguinte estudo: com uma incidência de lesão de 9,9 lesões cada 1000 horas de competição e de 4,43 para os

treinos de basquete ( Randal,2007).

- Género :

Um dos fatores que afectam ao risco de lesão e o género. O risco de sofrer uma lesão, varia nos diferentes

estudos. O estudo onde são comparados jogadores da N.B.A e as jogadoras de W.N.B.A. mostra que as

mulheres sofrem um maior risco de lesões já que têm uma incidência de lesão de 24,9 lesões a cada 1000

horas, contra uma menor incidência que é apresentada nos homens de 19,3 lesões por cada 1000 horas de

prática (Deitch, 2006).

Em outros estudos os resultados que obtidos são opostos, no estudo da NCAA a incidência de lesão dos

homes é de 9,9 a cada 1000 horas, sendo o risco de sofrer uma lesão maior do que têm as mulheres, já que a

sua incidência é menor e de 7,7 lesões a cada 1000 horas (Agel,2007).

Em estudos, é referido que as mulheres têm um risco muito maior de sofrer lesões nas extremidades

inferiores , sendo muito mais susceptíveis de sofrer determinadas lesões como por exemplo lesões do

ligamento cruzado anterior (Jover,2008).

- Posição no terreno de jogo:

Os jogadores de basquete estão definidos pela situação na qual se coloca o jogador no campo e o tipo de

jogo que realiza dentro da equipa, estes poderiam ser fatores de risco. Os jogadores de baskete são definidos

dentro de cinco grupos principais, estas demarcações são as de armador, escolta, lateral , ala/pivô, pivô. Não

existe um consenso entre o autores na hora de determinar que posição implica um maior risco de lesão para

o jogador propício a ter mais lesões. No estudo de Sanchez Jover & Gomez Conesa, obtiveram como

resultado que o armador e o ala/pivô são os jogadores que sofrem um maior número de lesões (41%) no sexo

masculino e as armadoras e as escoltas (48,7%) para as jogadoras do sexo feminino (Jover,2008).

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Traumatismos orofaciais no desporto

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- Localização anatómica :

A zona do corpo com maior risco de sofrer lesões no basquete são as extremidades inferiores, a próxima

área anatômica com maior incidência de lesão são as extremidades superiores, o tronco e no último lugar

situa-se as lesões na cabeça (Agel,2007)(Randal,2007).

O estudos sobre os jogadores das melhores ligas do mundo N.B. A e da A.C.B. a principal zona afetada

continua a ser as extremidades inferiores, no segundo lugar encontramos uma diferença já que nestes

estudos, a área afeta é a do tronco/costas tendo nesta área um risco alto de lesões lumbares , sendo seguido

das extremidades superiores e da cabeça (Albanell,1994)(Randal,2007).

Sendo as extremidades inferiores as mais afectadas, as lesões mais frequentes na practica do basquete são: a

torcedura do tornozelo, lesão do joelho e a comoção cerebral (Agel,2007)(Randal,2007).

Centrando-se só na área da cabeça que é a que interessa como médicos dentistas, o estudo que nos indica as

zonas da cabeça que são afetadas é o estudo da National Basketball Trainers Association. Neste estudo a

área da cabeça vê-se afetada em 8,6 % das lesões totais, dentro deste 8,6 % as áreas que são mais afetadas

são a zona do olho e área preorbitaria com cerca de 3,2 %, a boca e a mandíbula com 2,7 %, o nariz é

afetada em cerca de 1%, a cara 0,9 % e o crânio 0,8 % (NBTA,1993).

No que se refere a zona orofacial, 50% dos jogadores sofreu alguma lesão nesta área (Frontera,2011). A

lesão mais frequente foi a laceração e contução dos tecidos moles cerca de 97,5% dos casos e as lesões

dentais em 2,5% (Seifert,2014). Apesar da alta incidência de trauma na zona orofacial só 1% dos jogadores

de basquete usa o protetor bucal (Frontera,2011)( Seifert,2014).

2.5 RUGBY

A origem do rugby não está bem definida. Os inícios deste desporto como o conhecemos na atualidade tem

origem em Inglaterra, utilizando como base as regras do football que se jogava na escola da cidade de

Rugby e que foram modificadas para criar um novo desporto.

No ano 1886 fundou-se a International Rugby Football Board, sendo a principal asociação deste desporto e

que mudaria o seu nome em 2014, pasando a chamarse World Rugby. Esta asociação agrupa a 102

membros e 18 uniões asociadas, tendo 7,2 milhões de jogadores em todo o mundo, dos quais 1,7 milhões são

mulheres.

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Traumatismos orofaciais no desporto

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O rugby teve quatro participações olímpicas, a primeira em Paris 1900, sucendendo-se Londres 1908,

Amberes 1920 e por última Paris 1924. Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, o rugby voltará a esta

competição na modalidade de Rugby 7.

O objectivo do jogo é que duas equipas de 15 ou 7 cada uma, compitam entre elas praticando um jogo

limpo, respeitando as leis e o espírito desportivo. Centrando-se em asegurar, passar e apoiar a bola na zona

de pontuação para marcar o maior número de pontos possíveis.

As regras proporcionam um marco para que seja um desporto entretido e seguro, para alcançar um correto

comportamento existe a obrigação de cumprir o regulamento e respeitar os valores do desporto. O rugby

contribui ao trabalho em equipa, o entendimento, a cooperação e o respeito. É um desporto com um grande

nível de espírito desportivo, comportamento ético e jogo limpo mas apesar disto, tem um alto risco de lesão.

É praticado num campo de relva, com um área de jogo de 100 x 70 metros e com duas áreas de golo de 10

metros e com dois poste em cada área de golo. A bola deve ser de forma oval e confeccionada em cuatro

partes.

Existem duas categorias de rugby, uma com 15 jogadores no que o jogo tem uma duração de 80 minutos

mais o desconto, dividido em duas partes com um intervalo de 15 minutos. Na categoria do rugby 7 o

terreno de jogo e mais reduzido e a duração do jogo é de 14 minutos, divididos em duas partes e com um

intervalo de 2 minutos.

Os jogadores deverão usar por segurança um protetor bucal e é recomendado usar um capacete protetor. Os

árbitros têm sinais específicos para chamar os seviços médicos e têm também sinais para indicar as lesões na

zona da cabeça.

A incidência de lesões no rugby por cada 1000 horas de prática é elevada , existindo variações nos valores

de diferentes estudos. Como exemplo temos uma incidência de 17 lesões por cada 1000 horas de prática

(Brooks, 2004)(Costa) ou a incidência de 91 lesões por 1000 horas(Brooks, 2005).

Existem fatores que podem causar variações no risco de sofrer lesões, eses fatores são:

A categoria e o nível de competição :

O risco de lesão varia segundo a categoria ou competição que se pratique. Existe um maior risco de sofrer

lesões nas competições internacionais, com uma incidência de 217 lesões por 1000 horas de treinos. Nos

campeonatos nacionais a incidência é mais alta nas categorias superiores; na primeira liga inglesa a

incidência é de 115 lesões por 1000 horas de treinos, sendo superior a incidência de 98 lesões cada 1000

horas de treinos na segunda divisão inglesa(Brooks, 2005).

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Traumatismos orofaciais no desporto

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O nível de competição afeta o risco de lesão já que nos jogos amigáveis, onde a exigência e intensidade não

é alta, a incidência de lesão diminui de forma considerável.

Treino vs competição:

O risco de lesão é maior durante a competição, já que 78% das lesões aconteceram durante a competição e

22% das lesões durante os treinos(Costa).

Durante os jogos a causa de uma maior incidência pode estar causada pelo aumento da intensidade dos

jogadores. No geral as lesões sofridas nos treinos foram significativamente mais graves que as sufridas

durante a competição, deixando o deportista afastado do rugby durante 24 dias de média(Brooks,2005).

O género:

A incidência de lesão no rugby é maior nos homes do que a incidência que apresenta o rugby femenino. Isto

pode ser causado pela diferença física entre os dois géneros, já que os jogadores de rugby são muito pesados

e corpulentos. (Bleakley, 2011)

Figura 3 | Contactos faciais num jogo de rugby.

A massa corporal do jogador:

Este fator afeta a causa da grande estatura e do alto peso dos jogadores e por isso têm um maior risco, por

causa desse sobre esforço que deve ser feito para realizar movimentos(Brooks,2004).

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Um maior risco relecionado com este fator, é a força e o maior impulso que é realizado pelos jogadores na

hora de placar o adversário contrário; que junto com a intensidade da competição; pode provocar uma lesão

(Brooks,2005).

Causa da lesão:

As entradas e placages são as principais causas das lesões no rugby, sendo responsáveis por 40% e 59´6%

das lesões (Bleakley,2011).

O jogo ilegal provoca o 8% das lesões, este tipo de entradas provoca 12,5% de fraturas, deslocações em

12% dos casos; o maior problema deste tipo de golopes é que provocam comoções cerebrais em 42% dos

casos (Beakley,2011). A severidade das comoções cerebrais pode afastar o jogador entre 6 e 26 dias da sua

prática desportiva(Moore,2015).

Localização anatômica:

As zonas do corpo onde a incidência de lesão na prática do rugby sao mais altas: a região do

hombro/clavicula, a cabeça/pescoço, a coxa e o joelho(Moore,2015)

As lesões na zona da cabeça e da cara são frequentes, o tipo de lesão que tem uma maior incidência nessa

área são as contuções com uma incidência de 4,4 lesões cada 1000 horas de pratica, as lacerações têm uma

incidência de 0,83 lesões por 1000 horas de pratica e no caso das fraturas a incidência é de 0,66 lesões ao

longo de 1000 (Brooks,2004)

A prevalência dos traumatismos orofaciais nos jogadores de rugby é de 64,9%, sendo a lesão mais comum a

laceração dos tecidos intra e extra orais em cerca de 44´5% dos jogadores (Ilia,2014).

Também é frequente a lesão dental, acontecendo a 26% dos jogadores, e 11% dos jogadores sofreram

fraturas dentais e cerca de 4% dos casos foram de dentes avulsionados(Jagger,2010).

O uso do protetor bucal é frequente nos jogadores de rugby, o 76,9% dos jogadores usam o protetor bucal

durante os treinos e nos jogos(Muller-Bolla,2003).

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2.6ANDEBOL

O andebol é um desporto de contacto no que os jogadores regateiam, passam e tiram bola com as suas mãos,

tentando que a bola entre na baliza da equipa oponente o maior numero de vezes possível. Joga-se entre duas

equipas, formadas por 7 jogadores.

Este desporto tem umas situações caracteristicas de corrida, salto, sprint e lançamentos. Onde são precisos

altos niveis de força, potência e velocidade.

O terreno de jogo tem 40 x 20 metros de área, de pavimento ou de madeira. Com duas áreas de 6 metros de

rádio à volta da baliza. A duração dos jogos é de 60 minutos dividido em duas partes com um intervalo de

10 minutos (Reglas de juego,2010).

O andebol tem as suas primeiras regulamentações nos finais do século XIX mais so foram unificadas no ano

1926. O desporto evoluiu pasando de jogar com 11 jogadores a 7. O handebol tal e como é conhecido na

atualidade estreou-se como desporto olímpico nos Jogos Olímpicos de Munich de 1972.

O organismo encarregado do controlo e gerência é a International Handball Federation que agrupa a 150

federações nacionais, com um total de 19 milhões de jogadores.(IHF,2004).

O andebol é um desporto com um alto risco de sofrer lesões ou traumatismos, sendo considerado um

desporto de contacto. A incidência neste desporto é de 108 lesões a cada 1000 horas de

prática(Langevoort,2007).

A regra 4:9 proíbe a utilização por parte dos jogadores de objetos perigosos, isto inclui os protetores da

cabeça, máscaras faciais,etc. (Reglas del juego,2010)

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Figura 4 | Jogadores de andebol.

Os diferentes fatores que afetan a incidência de lesão na pratica do handebol, são:

A categoria e o nível de competição:

No andebol a experiência tem um efeito negativo, já que o aumentar da experiencia do jogador aumenta o

risco de lesão (Drix,1992).

A exigência do desporto afeta ao risco de lesão, nas competições internacionais a incidência de lesão é a

mais alta, sendo superior as 100 lesões por cada 1000 horas de pratica nos últimos campeonatos do mundo

(Longevoort,2007). Em campeonatos de menor nível têm uma menor incidência, como nas ligas asiaticas

onde a incidência e de 20,7 lesões a cada 1000 horas de prática (Piry,2011).

Treino vs competição:

O número de lesões neste desporto e muito superior na competição com cerca de 75,3% das lesões frente a

24,7% das lesões sofridas durante os treinos (Engebretsen,2013).

Se nos referirmos à incidência de lesão por cada 1000 horas de treino ou competição, obtiveram-se dados

muito diferentes. A incidência de lesões durante os treinos é de apenas 3,4 lesões a cada 1000 horas de

treino frente às 31,7 lesões por cada 1000 horas de competição (Moller,2012).

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Género:

O género é um fator diferenciador em relação ao número de lesões, o género masculino sofre um maior

número de lesões do que o femenino.

A incidência nos homens é de 31,7 lesões por cada 1000 horas de prática frente às 17,9 lesões que sofrem as

mulheres por cada 1000 horas de pratica (Moller,2012).

Posição do jogador:

O risco de sofrer lesões varia segundo a posição do campo que ocupa cada jogador. Num estudo onde a

incidência dos jogadores é de 104 lesões por cada 1000 horas de prática, a incidência de lesão para o guarda-

redes é de 59,3 lesões por cada 1000 horas, 88 lesões por cada 1000 horas para os defesas, para o ala a

incidência é de 93 lesões a cada 1000 horas de prática (Bere,2015).

A posição com maior risco de lesão é a do pivô, sofrendo uma incidência de 185,6 lesões por cada 1000

horas (Bere,2015).

Causa da lesão:

A análise por vídeo das lesões de handebol nos Jogos Olimpicos de Barcelona 1992, demonstrou que a

maioria das lesões foram provocadas por contato entre os jogadores, mostrando contatos inapropiados na

maioria dos casos de lesão (Bere,2014).

O contato com outro jogador é a principal causa de lesão no andebol, sendo responsável por cerca de 62,3%

das lesões, as lesões sem contacto foram a causa de 13,9% das lesões e os golpes da bola só causaram 4,9%

das lesões (Bere,2015).

Localização anatômica:

No andebol as zonas do corpo que se vê mais afetada são as extremidades inferiores, que sofrem 42% das

lesões. O joelho sofre o 13% das lesões e o tornozelo o 11% das lesões (Langevoort, 2007).

A área da cabeça é uma das zonas onde a uma maior frequência de lesões entre os jogadores de handebol,

correspondendo a cerca de 23 % das lesões (Bere, 2015).

O 51% das lesões que acontecem no andebol são consideradas leves, num 21,5% moderadas e num 24,4%

são consideradas graves (Piry,2011). O tipo de lesão mais frequentes são as contuções cerca de 35,4% e

fraturas 12,3% das lesões no andebol (Drix,1992).

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19

O 19,3% dos jogadores de andebol em idade infantil sofreu uma lesão dental (Land,2002). Em idade sénior

26% dos jogadores sofreram pelo menos um tipo de lesão dental, sendo que o uso do protetor bucal nos

jogadores de andebol é praticamente inexistente (Keçeci,2005)

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Traumatismos orofaciais no desporto

20

2.7 RESULTADOS:

Dos 213 inquiridos, 105 (49,0%) são do sexo masculino (Figura 5),têm idades compreendidas entre os 15 e

os 43 anos, com média de 23,13 anos e desvio padrão de 6,099 anos, praticam por semana em média 8,48

horas de desporto com desvio padrão 3,069 horas com um mínimo de 3 e um máximo de 20 horas

distribuídos da seguinte maneira pelas quatro modalidades: 52 (24,4%) praticam futebol, 54 (25,4%)

andebol, 51 (23,9%) basquete e os restantes 56 (26,3%), rugby (Figura 6).

Figura 5 | Distribuição dos inquiridos por sexo.

Figura 6 | Distribuição dos inquiridos por modalidade.

Relativamente à questão se acha que a saúde oral afeta o seu rendimento desportivo, a maior parte acha que

sim (Figura 7).

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Traumatismos orofaciais no desporto

21

Figura 7| Distribuição dos inquiridos relativamente à questão “Acha que a saúde oral afeta o seu

rendimento desportivo?”

A maior parte dos inquiridos (136; 63,8%) não conhece os procedimentos a seguir em caso de traumatismo,

mas a maior parte (169; 79,3%) conhece métodos de proteção enquanto apenas 67 (31,5%)os usam.

92 (43,2%)dos inquiridos sofreram traumatismo na zona oro-facial (Figura 8) e destes,40 (43,5%) acham

que esse traumatismo prejudicou o seu rendimento desportivo,35 (38%) interromperam a pratica desportiva

em consequência desse traumatismo e a distribuição do tempo que estiveram parados encontra-se na Figura

9.

Figura 8 | Distribuição dos inquiridos por traumatismo oro-facial.

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Traumatismos orofaciais no desporto

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Figura 9 | Distribuição do tempo que estiveram parados.

Para a maior parte dos inquiridos - 52 (56,2%) - o traumatismo ocorreu durante a competição (Figura 6) e a

causa mais provável foi o impacto contra outro jogador. As outras causas, com menor peso, foram queda e

impacto da bola (Figura 10).

Figura 10 | Distribuição do evento em que ocorreu o traumatismo.

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Traumatismos orofaciais no desporto

23

Figura 11 | Distribuição da causa do traumatismo.

Relativamente aos que sofreram traumatismos na zona oro-facial a distribuição desses traumatismos

encontra-se na Tabela1.

Tabela 1 | Distribuição dos traumatismos.

De entre os que jogam futebol, 25% sofreram traumatismos na zona oro-facial; de entre os que jogam

andebol, esta percentagem aumentou para 74,1%, para o basquete 31,4% e 41,1% para o rugby (Figura 12).

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Figura 12 | Distribuição da ocorrência de traumatismo por modalidade.

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Traumatismos orofaciais no desporto

25

A distribuição dos traumatismos por desporto é a seguinte (Figura 13):

Figura 13 | Distribuição dos traumatismos por desporto

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Traumatismos orofaciais no desporto

26

Para avaliar a associação entre as variáveis - “Sofreu algum traumatismo na zona oro-facial?”, “Este

traumatismo prejudicou o seu rendimento desportivo?”, “Interrompeu a sua prática desportiva?”, “Quando

ocorreu esse traumatismo?”, “Qual foi a causa desse traumatismo?”, “Tem conhecimento sobre os

procedimentos a seguir em caso de traumatismo?”, “Conhece algum método de proteção?”, “Usa ou já usou

protetor bucal?” - e a modalidade praticada, recorreu-se ao teste do qui-quadrado da independência quando

as condições de aproximação da distribuição do teste à distribuição do qui-quadrado se verificaram; caso

contrário, recorreu-se ao teste exato. Considerou-se uma probabilidade de erro tipo I de 5% (Tabela 2).

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Traumatismos orofaciais no desporto

27

Futebol

n (%)

Andebol

n (%)

Basquetebol

n (%)

Rugby

n (%)

Valor

p

Sofreu algum traumatismo na zona

oro-facial?

Sim 13

(25%)

40

(74,1%)

16

(31,4%)

23

(41,1%) <0,001

Não 39

(75%)

14

(25,9%)

35

(68,6%)

33

(58,9%)

Este traumatismo prejudicou o seu

rendimento desportivo?

Sim 7

(53,8%)

16

(40%)

7

(43,8%)

10

(43,5%) 0,858

Não 6

(46,2%)

24

(60,0%)

9

(56,2%)

13

(56,5%)

Interrompeu a sua prática desportiva?

Sim 7

(53,8%)

16

(40,0%)

6

(37,5%)

6

(26,1%) 0,417

Não 6

(46,2%)

24

(60,0%)

10

(62,5%)

17

(63,9%)

Quando ocorreu esse traumatismo? Competição 9

(69,2%)

25

(62,5%)

7

(43,8%)

11

(47,8%) 0,446

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Traumatismos orofaciais no desporto

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Futebol

n (%)

Andebol

n (%)

Basquetebol

n (%)

Rugby

n (%)

Valor

p

Treino 3

(23,1%)

7

(17,5%)

7

(43,8%)

8

(34,8%)

Competição e treino 1

(7,7%)

8

(20,0%)

2

(12,5%)

4

(17,4%)

Qual foi a causa desse traumatismo?

Queda 1

(8,3%)

1

(3,1%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

0,191

Impacto contra outro

jogador

10

(83,3%)

27

(84,4%)

15

(100%)

23

(100%)

Impacto da bola 1

(8,3%)

4

(12,5%)

0

(0,0%)

0

(0,0%)

Tem conhecimento dos sobre os

procedimentos a seguir em caso de

traumatismo?

Sim 16

(33,3%)

15

(31,9%)

4

(8,9%)

22

(41,5%) 0,004

Não 32

(66,7%)

32

(68,1%)

41

(91,1%)

31

(58,5%)

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Traumatismos orofaciais no desporto

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Futebol

n (%)

Andebol

n (%)

Basquetebol

n (%)

Rugby

n (%)

Valor

p

Conhece algum método de proteção?

Sim 28

(53,8%)

46

(85,2%)

41

(80,4%)

54

(96,4%) <0,001

Não 24

(46,2%)

8

(14,8%)

10

(19,6%)

2

(3,6%)

Usa ou já usou protetor bucal?

Sim 3

(5,8%)

8

(14,8%)

6

(11,8%)

50

(89,3%) <0,001

Não 49

(94,2%)

46

(85,2%)

45

(88,2%)

6

(10,7%)

Tabela 2 | Teste do qui-quadrado para a independência

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Traumatismos orofaciais no desporto

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A análise estatística inferencial permite afirmar que a modalidade está relacionada com

a ocorrência de traumatismo oro-facial (p < 0,001), com o conhecimento dos

procedimentos a seguir em caso de traumatismo (p = 0,004), com o conhecimento de

métodos de proteção (p < 0,001) e com o uso de protetor bucal (p < 0,001). Da Tabela 2

podemos verificar que os praticantes de andebol sofrem mais traumatismos, os

praticantes de rugby têm mais conhecimentos sobre os procedimentos a seguir em caso

de traumatismo e sobre métodos de proteção, assim como usam mais protetores bucais.

Nos próximos estudos um fator a melhorar seria a escolha das equipas. Neste estudo

participam equipas de primeiro nível nacional como as da modalidade de rugby

masculino, andebol masculino e feminino sendo as restantes equipas pertencentes a

categorias regionais. Durante os inqueritos houve a percepçao de um maior interesse e

conhecimento sobre o tema do estudo nos atletas que praticam os desportos de uma

forma profissional ou semi-profissional.

Outro ponto a desenvolver para realizar um estudo mais complexo no âmbito da

medicina dentária desportiva, seria o pedido de documentação sobre lesões e

traumatismos às federações de cada desporto ou às seguradoras das mesmas.

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Traumatismos orofaciais no desporto

31

CONCLUSÃO

Neste estudo a amostra foi constituída por 213 atletas de quatro modalidades

desportivas diferentes: o futebol, o andebol, o rugby e o basquetebol. Os participantes

do estudo são maioritariamente do género feminino; com uma idade média de 23,1

anos.

As lesões na zona orofaciais podem ser consideradas habituais nos desportos de

contacto, já que 43,2% dos atletas sofreram algum traumatismo nessa zona.

Encontramos uma grande diferença na distribuição dos traumatismos segundo o

desporto sendo o andebol o que mais traumatismos sofreu, onde 74,1% dos jogadores o

sofreram; seguido do rugby com 41,1%, o basquete com o 31,4% e o futebol com

apenas 25%.

Sendo habituais os traumatismos na zona orofacial durante a prática desportiva sendo

importante o uso de protetores bucais que diminuam o risco de lesão. A maioria dos

atletas conhece a existência de algum tipo de protetor bucal, sendo que apenas 21% dos

atletas não conhecem, de todo, qualquer tipo protetor. O problema surge pelo facto de

apesar de um grande número de desportistas ter conhecimento da existência de

protetores bucais, apenas 31,4% dos atletas usa ou já usou na pratica desportiva.

O único desporto onde a maior parte dos jogadores usa frequentemente o protetor bucal,

é no rugby, onde é usado por cerca 89,3% dos atletas.

Com este estudo verificou-se que a maioria (56,5% dos inquiridos) das lesões que

reportaram os atletas, ocorria durante o decurso de uma competição, ja cerca de 27,1%

apresentam história de traumatismos os treinos e 16,3% sofreram traumatismos quer

em competição, quer nos treinos.

Relaticamente às gravidades das lesões, o tempo que o jogador está afastado da prática

da modalidade, pode-se observar que 50% dos casos os jogadores estiveram sem

praticar até uma semana, o que poderá considerar-se uma lesão leve. Se consideramos

uma lesão grave, aquela que afasta os jogadores da prática desportiva por mais de

quatro semanas, estamos então a falar de lesões ou sequelas que afetaram cerca de

38,2% dos jogadores que sofreram traumatismos.

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Traumatismos orofaciais no desporto

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Estes traumatismos surgem na sequência de acções de impacto ou quedas, sendo que

tiveram origem pelo impacto contra outro jogador em 91,4% dos casos, sendo que 6,1%

foi causado por causa do impacto da bola e apenas 2,4% dos traumatismos foram

causados por quedas.

O tipo de traumatismo mais comum sofrido pelos atletas, varia segundo a modalidade

que praticam.

No futebol cerca de 75% dos desportistas não sofreu nenhum traumatismo orofacial; o

tipo de lesão mais comum foi a fratura de ossos em cerca de 15,4% dos jogadores, os

traumatismos que afetaram a dentição foi de 7,7% , sendo que as lesões nos tecidos

moles afetaram cerca de 7,7% dos futebolistas e unicamente 1,9% dos jogadores referiu

sofrer problemas na ATM.

Os jogadores de andebol são os desportistas que mais são afetados em termos de

traumatismos orofaciais. Cerca de 46,3% dos jogadores sofreu lesões consideráveis nos

tecidos moles e 35,2% teve problemas na ATM; e ainda sofreram fraturas dentarias

cerca de 25,9% dos atletas e 14,8% dos casos fraturaram ossos jogando.

No basquete 15,7% dos jogadores sofreram lesões nos tecidos moles, e no 15,7% de

desportitas acusaram ter tido problemas de ATM, cerca de 3,9% sofreram lesões na

dentição e em 3,9% dos atletas inquiridos reportaram fratura osseas.

No rugby apesar de ser um desporto de bastante contacto, é o desporto onde os

jogadores recorrem a um maior numero de métodos de protecção indivídual tais como

como capacetes e protetores bucais. O principal problema destes desportitas são as

lesões da ATM que afetam 23,2% dos jogadores inquiridos e cerca de 21,4% teve lesões

nos tecidos moles, ja 16,1% deles reportam história de fratura ossea e cerca de 14,3%

sofreu traumatismos na dentição.

Assim, cerca de 66,2% dos desportistas inquiridos referiu considerar que a saúde oral é

um fator importante no seu rendimento desportivo, contudo grande maioria dos

jogadores referir que não sabe quais os mecanismos que podem estar subjacentes a este

tipo de afecção .

Em caso do atleta sofrer um traumatismo orofacial só 27,1% dos inquiridos refere saber

como se deveria proceder, nos momentos seguintes ao acidente.

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Traumatismos orofaciais no desporto

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Traumatismos orofaciais no desporto

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ANEXO

TRAUMATISMOS OROFACIALES EN LA PRÁCTICA DEPORTIVA

-Codigo________________________________________________________________

- Edad _________________________________________________________________

- Sexo _________________________________________________________________

- Deporte practicado:_____________________________________________________

- Horas dedicadas semanalmente a la práctica deportiva: _________________________

- Cree que la salud oral afecta o su rendimiento deportivo: Si No

- Ha sufrido algún traumatismo en la zona oro facial: ___________________________

Fractura de dientes: Si No

Sufrió traumatismo en la articulación temporomandibular: Si No

Fracturo algún hueso: _______________________________________________

Traumatismo de los tejidos blandos: ___________________________________

Otros: ___________________________________________________________

- Ese traumatismo perjudico a su rendimiento deportivo: Si No

- Interrumpió su práctica deportiva por causa de alguna patología oral o traumatismo:

Si No Por cuanto tempo______________________________________

- Cuando se produjo ese traumatismo: Competición Entreno

- De 0 a 10, como valoraría su rendimiento deportivo Cuando presentaba esa patología:

_____________________________________________________________

- Cual fue la causa de ese traumatismo: ______________________________________

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Traumatismos orofaciais no desporto

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-Tiene conocimientos sobre los procedimientos que seguir en caso de traumatismo:

______________________________________________________________________

- Conoce algún método de protección: _______________________________________

Usa o ya uso algún protector bucal: ____________________________________

Cual: ____________________________________________________________

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DECLARACION DE CONSENTIMIENTO

INFORMADO

Designacion del Estudio:

TRAUMATISMOS OROFACIALES EN LA PRÁCTICA DEPORTIVA

Yo, _________________________________________________________________.

Comprendí la explicación que me fue transmitida acerca de la participación en la

investigación que se pretende realizar, así como en el estudio en el que seré incluido.

Se me a dado la posibilidad de hacer las preguntas que crea necesarias, y de todas

obtuve una respuesta satisfactoria.

Tome conocimiento de que la información o explicación que me fue presentada me

comunico los objetivos y métodos. También me he sido informado sobre el derecho de

recusar durante todo el tiempo mi participación en el estudio, sin que eso pueda tener

cualquier perjuicio personal.

Me fue confirmado que cualquier registro, sin importar el formato, será confidencial y

utilizado única y exclusivamente para el estudio citado, siendo guardados en un local

seguro durante la realización del mismo y destruidos a su conclusión.

Por eso, consiento participar en el estudio en causa.

Fecha: ____/__________/20____

Firma del participante en el proyecto:

_________________________________________

El Investigador responsable:

Nome: Erik Portela Rodriguez

Comissão de Ética da Universidade Fernando

Pessoa