Teste Maias

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Page 1: Teste Maias

| TESTE DE AVALIAÇÃO – ROMANCE QUEIROSIANO | | MÓDULO | 8 |

Grupo I

Lê, atentamente, o seguinte texto:

Depois daquele dia tristonho de aguaceiros, ele resolvera passar um bom serão de trabalho, ao canto

do fogão, no conforto do seu robe-de-chambre. Mas, ao café, os olhos da Gouvarinho começaram a fais-

car-lhe por entre o fumo do charuto, a fazer-lhe um “olhão”, colocando-se tentadoramente entre ele e a

sua noite de estudo, pondo-lhe nas veias um vivo calor de mocidade… Tudo culpa do Ega, esse Mefistó-

5 feles de Celorico!

Vestiu-se, foi a S. Carlos.

(…)

Muitos camarotes estavam desertos, em toda a tristeza do seu velho papel vermelho. A noite chuvis-

cosa, com um bafo de sudoeste, parecia penetrar ali, derramando o seu pesadume, a morna sensação da

10 sua humidade. Nas cadeiras, vazias, havia uma mulher solitária, vestida de cetim claro; Edgardo e Lúcia

desafinavam; o gás dormia, e os arcos das rabecas, sobre as cordas, pareciam ir adormecendo também.

(…)

O criado de Carlos, o Baptista (familiarmente o “Tista”) esperava-o lendo o jornal, na confortável an-

tecâmara dos “quartos do menino”, forrada de veludo cor de cereja, ornada de retratos de cavalos e pa-

15 nóplias de velhas armas, com divãs do mesmo veludo, e muito alumiada a essa hora por dois candeeiros

de globo pousados sobre colunas de carvalho, onde se enrolavam lavores de ramos de vide.

(…)

Carlos foi buscar um livro ao gabinete de estudo, entrou no quarto, estendeu-se, cansado, numa pol-

trona. À luz opalina dos globos, o leito entreaberto mostrava, sob a seda dos cortinados, um luxo efemi-

20 nado de bretanhas, bordados e rendas.

– Que há hoje no “Jornal da Noite”? – perguntou ele bocejando, enquanto Baptista o descalçava.

– Eu li-o todo, meu senhor, e não me pareceu que houvesse coisa alguma. Em França continua sos-

sego… Mas a gente nunca pode saber, porque estes jornais portugueses imprimem sempre os nomes es-

trangeiros errados.

25 – São umas bestas. O sr. Ega hoje estava furioso com eles…

Depois, enquanto Baptista preparava com esmero um grogue quente, Carlos já deitado, aconchegado,

abriu preguiçosamente o livro, voltou duas folhas, fechou-o, tomou uma cigarette, e ficou fumando com

as pálpebras cerradas, numa imensa beatitude. Através das cortinas pesadas sentia-se o sudoeste que

batia o arvoredo, e os aguaceiros alagando os vidros.

30 – Tu conheces os senhores condes de Gouvarinho, “Tista”?

– Conheço o Pimenta, meu senhor, que é criado de quarto do senhor conde… Criado de quarto e serve

à mesa.

(…)

Carlos bebeu um gole de grogue. Bailava-lhe nos lábios uma pergunta, mas hesitava. Depois refletiu

35 na puerilidade de tão rígidos escrúpulos a respeito de uma gente que, ao jantar, diante do escudeiro, que-

brava a porcelana, mandava à tábua o título dos antepassados. E perguntou:

– Que diz o senhor Pimenta da senhora condessa, Baptista? Ela diverte-se?

– Creio que não, meu senhor. Mas a criada de confiança dela, uma escocesa, essa é desobstinada. E

não fica bem à senhora ser assim tão íntima com ela…

40 Houve um silêncio no quarto, a chuva cantou mais forte nos vidros.

Eça de Queirós, Os Maias, Lisboa, Livros do Brasil, 2003.

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| TESTE DE AVALIAÇÃO – ROMANCE QUEIROSIANO | | MÓDULO | 8 |

1. De entre as afirmações seguintes, identifica aquela que completa a frase, de acordo com o sentido do texto.

1.1. Carlos não consegue concentrar-se no serão de trabalho,

a) devido ao tempo tristonho que estava.

b) porque se encontra cansado.

c) porque a Gouvarinho o proibiu.

d) devido ao constante pensamento na Gouvarinho.

1.2. O excerto apresentado pertence

a) à crónica de costumes, mais concretamente ao episódio do sarau do Teatro da Trindade.

b) à intriga principal.

c) à intriga secundária.

d) à crónica de costumes, mais concretamente ao episódio do Jantar dos Gouvarinho.

1.3. Este excerto é exemplo das intenções realistas, porque

a) serve a crítica do autor relativamente à ociosidade do tipo social destacado.

b) revela preocupação com a realidade.

c) descreve minuciosamente, com a intenção de embelezar o texto.

d) critica os excessos do romantismo.

1.4. Depois da ida ao teatro,

a) Carlos volta para casa.

b) Carlos retoma o seu serão de trabalho.

c) Carlos vai ver a condessa.

d) Baptista prepara o jantar a Carlos.

1.5. Carlos interpela Baptista quanto aos condes de Gouvarinho para

a) os convidar para um jantar.

b) saber mais pormenores da condessa.

c) se informar quanto à criadagem que possuíam.

d) conhecer melhor o estatuto social da família.

2. Responde, agora, de forma sucinta às questões que se seguem.

2.1. Faz o levantamento das ações praticadas por Carlos.

2.2. Relaciona-as com as atitudes de dandismo e de diletantismo.

2.3. Evidencia os aspetos que estão ao serviço da crítica do autor.

2.4. Faz o levantamento de três recursos estilísticos, típicos da prosa queirosiana, e comenta a sua expressividade.

B

Escreve dois parágrafos, com sensivelmente 40 palavras cada, que pudessem ser publicados no jornal da tua escola, apresentando duas personagens do romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós, que se oponham em termos comportamentais.

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| TESTE DE AVALIAÇÃO – ROMANCE QUEIROSIANO | | MÓDULO | 8 |

Grupo II

1. Tendo em conta o excerto que leste, identifica as afirmações verdadeiras (V) e as fal- sas (F), escrevendo, na folha da prova, V ou F junto a cada uma das alíneas.

a) Na frase “Muitos camarotes estavam desertos” (linha 8) o segmento destacado é o complemento direto.

b) Em “Tudo culpa do Ega, esse Mefistófeles de Celorico!” (linhas 4-5), a expressão sublinhada corresponde a um modificador do nome apositivo.

c) A vírgula presente no fragmento “Creio que não, meu senhor.” (linha 38) pretende destacar o sujeito.

d) Em “(…) os arcos das rabecas, sobre as cordas, pareciam ir adormecendo também.” (linha 11), a expressão sublinhada é um complemento oblíquo.

e) As reticências e a exclamação presentes no primeiro parágrafo devem-se à presença do discurso indireto livre.

f) A palavra sublinhada em “Conheço o Pimenta, meu senhor, que é criado (…)” (linha 31) é um pronome relativo.

2. Reescreve a primeira oração da segunda fala, colocando o verbo no presente do indicativo.

3. Reescreve o primeiro parágrafo do texto substituindo os articuladores sublinhados por outros com o mesmo valor lógico.

4. Classifica os articuladores sublinhados no primeiro parágrafo.

5. Considera os vocábulos: Eça de Queirós / obra / magnífica.

a) Com os vocábulos fornecidos e outro(s) que consideres necessário(s), redige uma frase que conte- nha um predicativo do complemento direto.

6. Faz corresponder aos cinco elementos da coluna A cinco elementos da coluna B, de modo a obter afirmações verdadeiras.

1 – Com a sequência “Carlos foi buscar um livro (…), entrou no quarto, estendeu-se, (…)” (linha 18),

2 – Na expressão “um bom serão de

trabalho” (linha 1),

3 – Em “E (Carlos) ficou fumando” (linha 27),

4 – No terceiro parágrafo do texto,

5 – No segmento frásico “Depois, enquanto

Baptista preparava (…), Carlos (…) abriu preguiçosamente o livro (…)” (linhas 26-27),

a) o enunciador destaca uma simultaneidade de ações.

b) o enunciador atribui uma maior subjetividade ao

discurso pela posição pré-nominal do adjetivo.

c) o enunciador situa o momento da enunciação

relativamente aos factos que narra.

d) o enunciador apresenta o facto como concluído.

e) o enunciador serve-se do pretérito perfeito para

apresentar uma sucessão de ações.

f) o enunciador coordena duas ações.

g) o enunciador espelha o íntimo da personagem na

descrição qua apresenta

h) o enunciador, através de um complexo verbal, denuncia uma ação de aspeto durativo.

Grupo III

Num texto com sensivelmente 150 palavras, redige a página de um diário que Afonso da Maia teria es- crito após um serão com os Silveira na Quinta de Santa Olávia. Não te esqueças de localizar temporalmente o documento que vais produzir, aproximando-o o mais fielmente da situação.

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| PROPOSTAS DE CORREÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO – ROMANCE QUEIROSIANO | | MÓDULO | 8 |

Grupo I

1.1. d)

1.2. b)

1.3. a)

1.4. a)

1.5. b)

2.1. Apresentam-se algumas das ações praticadas por Carlos da Maia: “Vestiu-se, foi ao S. Carlos.” “[…] foi buscar um livro […] entrou no quarto, estendeu-se […]” “[…] abriu preguiçosamente o livro, voltou duas folhas, fechou-o, tomou uma cigarette, e ficou fumando […]” “[…] bebeu um gole de grogue. […] refletiu […] perguntou […]”

2.2. Por exemplo, o luxo que se depreende da descrição do quarto de Carlos relaciona-o com o dandismo. A ociosidade, percetível na troca de um “bom serão de trabalho” por uma ida ao teatro e no “passar os olhos” pelos livros e pelos jornais, reflete o diletantismo da personagem.

2.3. São vários os aspetos que estão ao serviço da crítica do narrador: o diletantismo; o dandismo; o adultério; a má conduta da criada da Gouvarinho e, por aproximação, da patroa.

2.4. Advérbio de modo expressivo: “[…] colocando-se tentadoramente entre ele e a sua noite de estudo […]” Recurso expressivo que permite apresentar a causa da troca de uma noite de estudo por uma de diversão (a tentação pela Gouvarinho). Adjetivo anteposto: “[…] na confortável antecâmara dos “quartos do menino” […] Recurso expressivo que, neste caso, reforça a ironia do narrador, de forma a criticar os excessos de luxo de Carlos da Maia. Gradação: “Carlos já deitado, aconchegado, abriu preguiçosamente o livro, voltou duas folhas, fechou-o, tomou uma cigarette, e ficou fumando com as pálpebras cerradas, numa imensa beatitude.” Recurso expressivo que permite denunciar uma sucessão de ações praticadas por Carlos, com o objetivo de enfatizar a ociosidade da personagem.

B

Resposta de caráter pessoal.

Grupo II

1. a) F; b) V; c) F; d) F; e) V; f) V 2. Eu leio-o todo, meu senhor.

3. Após aquele dia tristonho de aguaceiros, ele resolvera passar um bom serão de trabalho, ao canto do fogão, no conforto do seu robe-de-chambre. No entanto, ao café, os olhos da Gouvarinho começaram a faiscar-lhe por entre o fumo do charuto, a fazer-lhe um “olhão”, colocando-se tentadoramente entre ele e a sua noite de estudo, pondo-lhe nas veias um vivo calor de mocidade… Tudo culpa do Ega, esse Mefistófeles de Celorico!

4. Temporal/opositivo.

5. Considero a obra de Eça de Queirós magnífica.

6. 1. e); 2. b); 3. h); 4. g); 5. a)

Grupo III

Resposta de caráter pessoal.

O texto produzido é avaliado mediante: – a obediência às instruções dadas; – a correção escrita (ortografia, sintaxe, pontuação, seleção vocabular e coerência na

articulação dos parágrafos); – o cumprimento do limite de palavras.

Page 5: Teste Maias

| FICHA DE AFERIÇÃO DE OS MAIAS – INTRIGA PRINCIPAL | | MÓDULO | 8 |

1. Ordena as frases seguintes de acordo com a ordem cronológica de alguns dos aconte- cimentos de Os Maias relativos à intriga principal.

a) Após ter regressado da sua viagem de fim de curso, Carlos instala-se em Lisboa, no Ramalhete.

b) A busca do amor leva o jovem médico a Sintra, onde julgava poder encontrar a mulher que se parecia com uma deusa.

c) Depois do suicídio de Pedro, o pequeno Carlos da Maia foi entregue aos cuidados do avô que se mudou para a quinta de Santa Olávia.

d) Mesmo sabendo dos laços de parentesco que o unem à mulher amada, Carlos pratica incesto conscientemente.

e) A sua profissão de médico proporciona-lhe o conhecimento de Madame Castro Gomes.

f) A mulher que seria o grande amor de Carlos foi vista pela primeira vez por Carlos no dia do jantar no Hotel Central.

g) Os amores de Carlos e Maria são definitivamente postos em causa em virtude das revelações do Sr. Guimarães de que eram irmãos.

h) O neto de Afonso da Maia torna-se conhecido na sociedade lisboeta e tem um relacionamento amoroso com a Condessa de Gouvarinho.

i) A inveja de Dâmaso, por saber do amor entre Maria Eduarda e o neto de Afonso, levam-no a escrever uma carta difamatória.

j) O idílio amoroso é perturbado pela revelação de Castro Gomes de que Maria era, na verdade, Madame MacGren.

k) A tragédia que se abateu sobre a família é um dos motivos que causam a morte de Afonso.

l) A proximidade de Carlos e Maria Eduarda tornou-se cada vez maior a ponto de este lhe oferecer uma casa que comprara ao seu amigo Craft, onde viveram intensos momentos de amor.

m) Dez anos depois, Carlos regressa da sua viagem, encontra-se com o seu amigo Ega em Lisboa e ambos comentam a situação de estagnação em que o país mergulhara.

n) A pedido do jovem médico, Ega conta a verdade a Maria Eduarda que parte para Paris, enquanto Carlos inicia uma viagem que termina também em Paris e onde este se instala definitivamente.

Page 6: Teste Maias

| PROPOSTAS DE CORREÇÃO DA FICHA DE AFERIÇÃO DE OS MAIAS – INTRIGA PRINCIPAL | | MÓDULO | 8 |

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c), a), h), f), b), e), l), j), i), g), d), k), n), m).

Page 7: Teste Maias

| TESTE DE AVALIAÇÃO – CESÁRIO VERDE | | MÓDULO | 8 |

Lê, atentamente, o texto que se segue.

Grupo I

A

Notas 1 destro: ágil; hábil. 2 turinas: diz-se de uma

raça de gado bovino. 3 batizam-no: adicionam-

-lhe água. 4 pregão: anúncio público

feito em voz alta.

Em Petiz I

De tarde

Mais morta do que viva, a minha companheira

Nem força teve para soltar um grito;

E eu, nesse tempo, um destro1 e bravo rapazito,

Como um homenzarrão servi-lhe de barreira!

5 Em meio de arvoredo, azenhas e ruínas,

Pulavam para a fonte as bezerrinhas brancas;

E, tetas a abanar, as mães, de largas ancas,

Desciam mais atrás, malhadas e turinas2.

Do seio do lugar – casitas com postigos –

10 Vem-nos o leite. Mas batizam-no3 primeiro.

Leva-o, de madrugada, em bilhas, o leiteiro,

Cujo pregão4 vos tira ao vosso sono, amigos!

Nós dávamos, os dois, um giro pelo vale:

Várzeas, povoações, pegos5, silêncios vastos!

15 E os fartos animais, ao recolher dos pastos,

Roçavam o teu “costume de percale”6.

Já não receias tu essa vaquita preta,

Que eu segurei, prendi por um chavelho7? Juro

Que estavas a tremer, cosida com o muro,

20 Ombros em pé, medrosa, e fina, de luneta!

Cesário Verde, Obra Completa, (org. Joel Serrão)

5 pegos: os sítios mais fundos dos rios.

6 “costume de percale” (expressão francesa): fato de percal (tecido de algodão fino e liso).

7 chavelho: chifre.

1. De entre as afirmações seguintes, identifica, através da alínea respetiva, aquela que completa a frase de acordo com o sentido do texto.

1.1. O sujeito poético recorda um episódio da sua infância, na companhia

a) da mãe.

b) de uma amiga.

c) dos leiteiros.

d) dos vizinhos.

Page 8: Teste Maias

| TESTE DE AVALIAÇÃO – CESÁRIO VERDE | | MÓDULO | 8 |

1.2. O eu poético, no episódio relatado, apresenta-se um ser

a) tipicamente citadino.

b) frágil.

c) dominador.

d) valente.

1.3. O espaço percorrido pelas personagens

a) revela-se familiar à rapariga.

b) era incerto e irregular.

c) intimidava a companheira.

d) despertava-lhes sentimentos vários.

2. Responde, agora, às questões que se seguem.

2.1. Identifica os elementos que conferem narratividade ao poema.

2.2. Caracteriza as personagens intervenientes, servindo-se de elementos textuais.

2.3. Comprova que o episódio retratado é fruto da memória do sujeito de enunciação.

2.4. Indica a(s) figura(s) de estilo presente(s) no último verso da terceira estrofe (“Cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!”) e identifica o recetor do sujeito poético, no mesmo verso.

B

Num texto, entre oitenta e centro e trinta palavras, explicita o modo como a dicotomia cidade-campo se atualiza na poesia de Cesário Verde, documentando com poemas/versos/expressões ilustrativos.

Grupo II

Atenta no seguinte excerto de uma notícia do Público (sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005), aquando dos cento e cinquenta anos do nascimento de Cesário Verde.

O poeta, que morreu aos 31 anos de tuberculose, refugiou-se sempre nesta identidade de nego- ciante quando se sentia ignorado como homem de letras. Uma ambivalência que é uma constante – aos 18 anos matriculou-se no curso superior de Letras para logo o abandonar. (...) Foi até ao fim da vida “o sr. Verde, empregado de comércio”, como se identificou ao médico que o tratava de tuber-

5 culose, numa célebre carta citada por vários autores. Mas logo se arrependeu e pediu a um amigo para desfazer o equívoco (…).

(…)

Em 1873, data da estreia de Cesário como poeta, Fontes Pereira de Melo acabava de inaugurar o pe- ríodo que passou à história sob a designação de fontismo, ou seja, o longo arco temporal durante o

10 qual a modernização do país avançou.

(...)

Foi em 1887, nove meses depois da morte de Cesário, que Silva Pinto editou um livro com 220 exemplares e 22 poemas, distribuído “pelos parentes, pelos amigos e pelos admiradores provados do ilustre poeta”. O crítico evoca que o livro obedece a um plano do próprio poeta, mas a tese, ou o

15 seu contrário, nunca foi provada.

Page 9: Teste Maias

| TESTE DE AVALIAÇÃO – CESÁRIO VERDE | | MÓDULO | 8 |

1. Identifica as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F).

a) Em “refugiou-se sempre nesta identidade” (linha 1), a palavra sublinhada é uma conjunção subordinativa condicional.

b) Na oração “que morreu aos 31 anos de tuberculose” (linha 1), o sujeito é “que”.

c) No 1.o período do excerto não há frases não finitas.

d) No segmento frásico “que é uma constante” (linha 2), o sublinhado corresponde ao complemento direto.

e) Em “pediu a um amigo para desfazer o equívoco” (linhas 5-6), a sequência destacada corresponde a um complemento oblíquo.

f) Na frase “aos 18 anos matriculou-se no curso superior de Letras para logo o abandonar” (linha 3), o articulador sublinhado apresenta uma lógica de oposição.

2. De entre as afirmações seguintes, escolhe a hipótese que corresponde à alternativa

correta.

2.1. Em “ Fontes Pereira de Melo acabava de inaugurar o período que passou à história...” (linhas 8-9), a forma verbal sublinhada apresenta uma ação

a) concluída.

b) prestes a concluir.

c) inacabada.

d) durativa.

2.2. A oração “que o livro obedece a um plano do próprio poeta” (linha 14) designa-se de

a) coordenada conclusiva.

b) subordinada adverbial consecutiva.

c) subordinada adjetiva relativa.

d) subordinada substantiva completiva.

2.3. A expressão sublinhada em “O crítico evoca ...” (linha 14) está a substituir

a) Cesário Verde.

b) Silva Pinto.

c) o livro.

d) o ilustre poeta.

3. Atenta no 1.o período do texto.

3.1. Identifica a oração subordinante.

3.1.1. Reescreve-a, contradizendo o explicitado.

3.2. Reescreve a oração subordinada adjetiva relativa, substituindo-a por um grupo adjetival.

Grupo III

Num texto expositivo-argumentativo, entre cento e cinquenta e duzentas e cinquenta palavras, apre- senta as vantagens e os inconvenientes de se viver no campo e na cidade.

Page 10: Teste Maias

| PROPOSTAS DE CORREÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO – CESÁRIO VERDE | | MÓDULO | 8 |

Grupo I

A

1.

1.1. b)

1.2. d)

1.3. c)

2.

2.1. Elementos que conferem narratividade ao poema: Marcas temporais: “Em Petiz”; “De Tarde”; “nesse tempo”; Marcas espaciais: “Arvoredo, azenhas e ruínas”; “vale / Várzeas, povoações, pegos”; Personagens: “a minha companheira” e o eu poético, “um destro e bravo rapazito”; Narrador: o eu poético; A descrição de personagens e cenários; A narração de ações.

2.2. As personagens: – “um destro e bravo rapazito”; no entanto, corajoso (“Como um homenzarrão servi-lhe de

barreira!”); revelador de uma grande familiaridade com o espaço rural; – a “companheira”, frágil, sensível, receosa (“Nem força teve para soltar um grito”); “fina, de

luneta”; manifestando pouco à-vontade com o espaço campestre.

2.3. A última estrofe aponta para o facto de o sujeito poético recordar um episódio vivido no passado, quando, por exemplo, ele interpela a sua companheira. Através do jogo temporal entre o presente do indicativo (“receias”, “Juro”) e o pretérito perfeito e imperfeito (“segurei, prendi”; “estavas”), depreende-se que o eu, no momento da enunciação, relembra um episódio vivido quando criança (“Em Petiz”).

2.4. No verso destacado, evidencia-se uma apóstrofe, neste caso, de forma a interpelar, ironica- mente, os citadinos que, por hábito, se levantavam mais tarde do que os camponeses.

B

Resposta de caráter pessoal.

Grupo II

1. a) F; b) V; c) V; d) F; e) F; f) F 2.

2.1. a)

2.2. d)

2.3. b)

3.

3.1. “O poeta […] refugiou-se sempre nesta identidade de negociante […]”.

3.1.1. O poeta nunca se refugiou nesta identidade de negociante.

3.2. Refugiado sempre nesta identidade de negociante.

Grupo III

Resposta de caráter pessoal.

O texto produzido é avaliado mediante: – a obediência às instruções dadas; – a correção escrita (ortografia, sintaxe, pontuação, seleção vocabular e coerência na

articulação dos parágrafos); – o cumprimento do limite de palavras.