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    DIRETRIZES PARACNCER DOS TESTCULOS

    (Texto resumido atualizado em maro de 2011)

    P. Albers (presidente), W. Albrecht, F. Algaba, C.

    Bokemeyer, G. Cohn-Cedermark, K.

    Fizazi, A. Horwich, M.P.Laguna

    Eur Urol 2008;53(3):478-96,497-513

    IntroduoComparado a outros tipos de cncer, o cncer dos testculos

    relativamente raro, correspondendo a aproximadamente

    1-1,5% de todos os cnceres em homens.

    Nas ltimas dcadas, foi observado um aumento contnuode sua incidncia em pases industrializados. A maioria dos

    tumores derivada de clulas germinativas (seminoma e cn-

    cer do testculo de clulas germinativas no seminomatosas)

    e mais de 70% dos pacientes so diagnsticados com doena

    em estgio inicial. Os fatores epidemiolgicos de risco para

    cncer testicular, assim como fatores patolgicos e fatores derisco clnico no estadio I e na doena metasttica, so bem

    estabelecidos. Atualmente, os tumores do testculo apresentam

    excelentes taxas de cura, principalmente devido ao diagnstico

    precoce e a sua extrema sensibilidade a quimio e radioterapia.

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    Tabela 1: Fatores prognsticos de risco para o desenvolvimento de tumoresFatores epidemiolgicos de risco

    Sndrome de KlinefelterHistria familiar de cncer do testculo em parentes de

    primeiro-grau

    Presena de tumor contralateral

    NIT (testicular intraepithelial neoplasia neoplasia

    intraepitelial testicular) ou infertilidade

    Fatores patolgicos de risco para doena metasttica

    oculta (para estdio 1)

    Para seminoma

    - Tamanho do tumor ( 4 cm)

    - Invaso da rete testis

    Para no seminomatoso

    - Invaso vascular / linftica ou invaso peritumoral

    - Taxa de proliferao (MIB-1) >70%

    - Porcentagem de carcinoma embrionrio >50%

    Clnicos (para doena metasttica)

    Localizao primria

    Elevao da concentrao de marcadores tumorais

    Presena de metstases viscerais no pulmonares

    ClassificaoO cncer epitelial testicular classificado em trs categorias:

    (a) Tumores de clulas germinativas

    (b) Tumores estromais do cordo sexual

    (c) Tumores mistos de clulas germinativas/estroma do cordo sexual

    Os tumores de clulas germinativas correspondem a 90-95%dos casos de cncer testicular, de acordo com o sistema de

    classificao da OMS.

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    Tabela 2: Classificao patolgica recomendada(modificada pela Organizao Mundial de Sade, 2004)

    1.Tumores de clulas germinativas

    Neoplasia de clulas germinativas intratubularesSeminoma (incluindo casos com clulas sinciciotrofoblsticas)

    Seminoma espermatoctico (mencionar se houver compo-

    nente sarcomatoso)

    Carcinoma embrionrio

    Tumor do saco vitelino

    Coriocarcinoma

    Teratoma (maduro, imaturo, com componente maligno)

    Tumores com mais de um tipo histolgico (especificar a

    % dos componentes individuais)

    2. Tumores do cordo sexual / tumores do estroma gonadal

    Tumor de clulas de Leydig

    Tumor de clulas de Sertoli (variante rica em lpides, escle-

    rosante, calcificante de clulas grandes)

    Granulosa (adulto e juvenil)

    Tecoma / tumores do grupo dos fibromas

    Outros tumores do cordo sexual/ estroma gonadal (incom-pletamente diferenciados, mistos)

    Tumores que contm clulas germinativas e do cordo

    sexual/estroma gonadal (gonadoblastoma)

    3. Tumores do estroma no especficos diversos

    Tumores epiteliais ovarianos

    Tumores dos ductos coletores e rete testis

    Tumores (benignos e malignos) do estroma no especficos

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    Diagnstico do Cncer TesticularO diagnstico do cncer testicular baseado em:

    Exame clnicodos testculos e exame geral para excluir

    aumento de linfonodos e massas abdominais.

    Ultrassomdos testculospara confirmar a presena de massa

    testicular sempre em homens jovens com massas retroperi-

    toneais ou elevao dos marcadores tumorais sricos e sem

    massa escrotal palpvel.

    Atualmente o ultrassom dos testculos deve ser realizadomesmo na presena clnica de um tumor clinicamente

    evidente.

    Marcadores tumorais sricosantes da orquiectomia (AFP e

    hCG) e DHL. O ltimo mandatrio em tumores avanados.

    Explorao inguinal e orquiectomiacom remoo em bloco

    do testculo, tnica albugnea e cordo espermtico. Se o

    diagnstico no for claro, uma bipsia testicular (enuclea-

    o tumoral) deve ser realizada para exame histopatolgico

    por congelao.

    A cirurgia conservadora de rgo pode ser tentada em casosespeciais (tumor bilateral ou testculo solitrio). A bipsia

    contralateral de rotina para o carcinoma in situdeve

    ser discutida com o paciente e recomendada para pacien-

    tes de alto risco (volume testicular

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    deve ser oferecida a bipsia para pacientes de alto risco de

    NIT contralateral (volume testicular

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    A TC de trax deve ser realizada como rotina em pacien-

    tes com diagnstico de tumor de clulas germinativas no

    seminomatosos (TCGNS), j que, em at 10% dos casos,

    pode haver presena de pequenos gnglios subpleurais que

    no so visveis radiologicamente.

    Sistema de estadiamentoRecomenda-se o sistema de estadiamento TNM 2009: Tumor,

    Linfonodo, Metstase.

    Tabela 3: Classificao TNM para Cncer TesticularpT Tumor primrio1

    pTX Tumor primrio no pode ser avaliado

    pT0 Sem evidncia de tumor primrio (por exemplo, cica-

    triz histolgica nos testculos)

    pTis Neoplasia de clulas germinativas intratubular

    (Neoplasia Intraepitelial Testicular - NIT)pT1 Tumor limitado ao testculo e epiddimo sem invaso

    vascular/linftica: o tumor pode invadir a tnica

    albugnea, mas no a tnica vaginalis

    pT2 Tumor limitado ao testculo e epiddimo com invaso

    vascular/linftica, ou tumor disseminado atravs da

    tnica albugnea com envolvimento da tnica vaginalispT3 Tumor invade o cordo espermtico com ou sem

    invaso vascular/linftica

    pT4 Tumor invade o escroto com ou sem invaso

    vascular / linftica

    N- Linfonodos Regionais Clnicos

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    NX Linfonodos regionais no podem ser avaliados

    N0 Ausncia de metstases em linfonodos regionais

    N1 Metstase com massa de linfonodos 2cm na maior

    dimenso, ou mltiplos linfonodos, nenhum > 2cm na

    maior dimenso

    N2 Metstase com massa de linfonodos >2cm, mas 5 cm

    na maior dimenso, ou mltiplos linfonodos, qualquer

    um com massa> 2cm, porm 5cm na maior dimenso

    N3 Metstase com massa de linfonodos > 5cm na maior

    dimenso

    pN Linfonodos Regionais PatolgicospNX Linfonodos regionais no podem ser avaliados

    pN0 Ausncia de metstase em linfonodos regionais

    pN1 Metstase com massa de linfonodo 2cm na maior

    dimenso, ou em 5 ou menos linfonodos, nenhum >

    2cm na maior dimenso

    pN2 Metstase com massa de linfonodos > 2cm, porm 5 linfonodos positivos,

    nenhum > 5cm; ou evidncia de extenso extra-

    linfonodal do tumor

    pN3 Metstase com massa de linfonodos > 5cm na maior

    dimenso

    Metstases distnciaMX Metstases distncia no podem ser analisadas

    M0 Ausncia de metstase distncia

    M1 Metstase distncia

    M1a Metstases em linfonodos no regionais ou no pulmo

    M1b Outros locais

    pM Metstases patolgicas distncia

    A categoria pM corresponde categoria M

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    S Marcadores Tumorais Sricos

    Sx Estudos de marcadores sricos no esto disponveis ou

    no foram realizados

    S0 Exames de marcadores sricos dentro dos limites nor-

    mais

    S1 DHL (U/L) hCG (mlU/ml) AFP (ng/ml)

    S2 50.000 ou >10.000

    1A extenso do tumor classificada aps a orquiectomia radical,

    exceto para pTis e pT4, quando a orquiectomia radical nem sem-

    pre necessria com o objetivo de classificao, ver pT.

    Em outras circunstncias,TX utilizado se no foi realizada

    orquiectomia radical.

    O International Germ Cell Cancer Collaborative Group

    Grupo Internacional Colaborador sobre Cncer de

    Clulas Germinativas - (IGCCCG) definiu um sistema de

    estadiamento baseado em fatores prognsticos para cncer

    de clulas germinativas metasttico, que inclui seminomasde prognstico bom e intermedirio e tumores de clulas

    germinativas no seminomatosos (TCGNS), de prognstico

    bom, intermedirio e ruim.

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    Tabela 4: Sistema de estadiamento do cncer de clulas ger-minativas metasttico, baseado em prognsticos (IGCCCG)Grupo de bom prognstico

    No seminomatosos (56% dos

    casos)

    Todos os seguintes critrios:

    SLP em 5 anos de 89%

    Sobrevida em 5 anos de 92%

    Primrio (testculos/ retrope-

    ritoneal)

    Sem metstases viscerais no

    pulmonares

    AFP

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    Seminomas (10% dos casos) Qualquer dos seguintes cri-

    trios:

    SLP em 5 anos de 67%

    Sobrevida em 5 anos de 72%

    Qualquer local primrio

    Sem metstases viscerais no

    pulmonares

    AFP normal

    Qualquer nvel de hCG

    Qualquer nvel de DHL

    Grupo de prognstico ruim

    No seminomatosos (16% dos

    casos)

    Qualquer dos seguintes cri-

    trios:SLP em 5 anos de 41%

    Sobrevida em 5 anos de 48%

    Primrio mediastinal

    Sem metstases viscerais no

    pulmonares

    AFP > 10.000 ng/mL ou

    hCG > 50.000 UI/

    mL(10.000ng/mL) ouDHL > 10 x ULN

    Seminomas

    Nenhum paciente classificado como possuidor de prognstico

    ruim

    SLP= sobrevida livre de progresso; AFP= alfa-feto-protena; hCG=gonadotrofina corinica humana frao beta; DHL= desidrogenase

    ltica; ULN= limite superior da normalidade

    Diretrizes para o diagnstico e estadiamento do cn-cer do testculo

    GR

    O ultrassom de testculo mandatrio A

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    Orquiectomia e exame patolgico do testculo

    necessrio para confirmar o diagnstico e para definir

    a extenso local (categoria pT). Em situaes de risco

    de morte devido a presena de metstases dissemi-

    nadas, pode ser iniciada a quimioterapia antes da

    orquiectomia

    A

    A determinao dos marcadores tumorais sricos

    (AFP, hCG e DHL) deve ser realizada antes e aps a

    orquiectomia para estadiamento e por motivos prog-

    nsticos

    A

    O estado dos linfonodos retroperitoneais, mediasti-nais e supraclaviculares deve ser avaliado no cncer

    testicular

    A

    AFP- alfa-feto-protena ; hCG= gonadotrofina corinica humana;

    DHL = desidrogenase ltica

    Exame Patolgico dos Testculos1. Aps a orquiectomia, o exame patolgico dos testcu-

    los deve incluir diversas investigaes. Caractersticas

    macroscpicas: lado, tamanho do testculo, maior tama-

    nho do tumor e caractersticas, macroscpicas do epid-

    dimo, cordo espermtico e tunica vaginalis.

    2. Amostragem: amostras (blocos) de 1 cm para cadacentmetro do dimetro mximo do tumor, incluindo

    parnquima macroscopicamente normal (se presente),

    albugnea e epiddimo, selecionando-se reas suspeitas.

    Pelo menos uma seco proximal e uma seco distal do

    cordo espermtico, alm de qualquer rea suspeita.

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    3. Caractersticas microscpicas e diagnstico: tipo histol-

    gico (componentes individuais especficos e estimativa

    de quantidade na forma de porcentagem):

    Presena ou ausncia de invaso venosa ou linftica

    peritumoral;

    Presena ou ausncia de invaso de albugnea, tnica

    vaginalis, rete testis, epiddimo e cordo espermtico

    Presena ou ausncia de neoplasia germinativa intra-

    tubular (NIT) no parnquima no tumoral das neo-

    plasias de clulas germinativas intratubulares.

    4. Categoria pT de acordo com TNM 2009.5. Estudos imuno-histoqumicos: em seminoma e tumores

    mistos de clulas germinativas, AFP e hCG.

    Diretrizes para o tratamento do cncer de testculoaps a orquiectomia

    Seminoma estgio 1 GR

    Vigilncia a opo de tratamento recomendada (se

    houver meios disponveis e o paciente aderir ao trata-

    mento)

    A

    Pode ser recomendada quimioterapia baseada em car-

    boplatina (um ciclo em AUC 7).

    B

    Tratamento adjuvante no recomendado para os

    pacientes de baixo risco

    A

    Radioterapia no recomendada como tratamento

    adjuvante

    A

    TCGNS estgio 1 GR

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    Opes de tratamento recomendadas: tratamentos

    adaptados ao risco para CS1 baseados na invaso vas-

    cular ou vigilncia sem utilizao dos fatores de

    risco

    Tratamentos adaptados ao risco para CS1 com base

    na invaso vascular

    CS1A (pT1, sem invaso vascular): baixo risco

    1. Se o paciente desejar e aderir a uma conduta de

    vigilncia, o seguimento rigoroso a longo prazo

    (por pelo menos 5 anos) deve ser recomendado

    A

    2. Em pacientes de baixo risco que no desejam,ou para aqueles aos quais no est indicada a

    vigilncia, utilizar quimioterapia adjuvante ou

    linfadenectomia retroperitoneal (LDRP) com

    preservao de nervos

    Se a LDRP revelar doena PN+ (envolvimento de

    linfonodos), deve-se considerar o uso de quimio-terapia com dois ciclos de PEB

    A

    CS1B(pT2-pT4): alto risco

    1. Deve-se realizar quimioterapia primria com dois

    ciclos de PEB (um ciclo de PEB dentro de um

    estudo ou ensaio clnico)

    A

    2. Vigilncia ou LDRP com preservao de nervosem pacientes de alto risco permanecem como

    opes para os que no desejam submeterse

    quimioterapia adjuvante.

    Se for constatado estado patolgico II na LDRP,

    deve ser considerada quimioterapia posterior a

    cirurgia

    A

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    Diretrizes para o tratamento de tumores de clu-las germinativas metastticos

    GR

    1. TCGNS estgio II A / B de baixo volume, com mar-

    cadores elevados, deve ser tratado do mesmo modo queTCGNS avanado de prognstico bom ou intermedi-

    rio, utilizando-se trs ou quatro ciclos de PEB.

    A

    2. Em estgio II A / B sem elevao de marcadores,

    pode-se obter histologia por LDRP ou bipsia. A

    repetio do estadiamento pode ser realizada aps 6

    semanas de vigilncia, antes da tomada final dadeciso sobre o restante do tratamento

    B

    3. Em TCGNS metstatico (estgio > IIC) com bom

    prognstico, o tratamento primrio de escolha inclui

    trs ciclos de PEB .

    A

    4. Em TCGNS com prognstico intermedirio ou

    ruim, o tratamento primrio de eleio inclui quatrociclos de PEB e a incluso em estudos clnicos muito

    recomendada.

    A

    5. A resseco cirrgica das massas residuais aps a qui-

    mioterapia em TCGNS est indicada no caso de massas

    residuais visveis e quando os nveis sricos de marca-

    dores tumorais so normais ou esto normalizando.

    A

    6. Seminoma CSII A / B pode ser tratado inicialmente

    com radioterapia. Quando necessrio, a quimioterapia

    pode ser utilizada como um tratamento de resgate,

    utilizando-se o mesmo esquema dos grupos prognsti-

    cos correspondentes dos TCGNS.

    A

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    7. Em seminoma estgio CS IIB , a quimioterapia (4x

    EP ou 3 x PEB, em tumor de bom prognstico) uma

    alternativa radioterapia. Parece que 4 x EP ou 3 x PEB

    apresentam um nvel semelhante de controle da doena.

    B

    8. Seminoma estgio IIC deve ser tratado com quimio-

    terapia primria, de acordo com os mesmos princpios

    utilizados para TCGNS.

    A

    EP= eposida, cisplatina; GR=grau de recomendao; TCGNS=

    tumor de clulas germinativas no seminomatosos; PEB = cis-

    platina, eposida, bleomicina; LDRP = linfadenectomia (dissec-o) retroperitoneal.

    Recidiva aps quimioterapiaO tratamento do TCG recidivado aps quimioterapia inclui

    tipicamente uma quimioterapia de resgate. Para pacientes na

    primeira recidiva com boas caractersticas prognsticas (atingi-do o objetivo inicial de CR/PR M- e tumor gonadal primrio)

    so propostos 4 ciclos de quimioterapia de resgate, com dose

    padro. Para pacientes com fatores prognsticos ruins (tumor

    primrio extragonadal e/ou resposta incompleta quimiotera-

    pia em um primeiro momento) e para todos os pacientes com

    recidivas subsequentes (>primeira), recomenda-se quimiotera-pia em altas doses, com resgate (transplante) de clulas-tronco.

    Seguimento de pacientes com Cncer do TestculoO principal objetivo do seguimento o de detectar recidivas o

    mais precocemente possvel e monitorizar o testculo contrala-

    teral. Os seguintes princpios devem ser aplicados, na presenade tratamento curativo ou de prolongamento da vida:

    127Cncer dos Testculos

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    (a) o intervalo entre os exames e a durao do seguimento deve

    ser condizer com o tempo de risco mximo de recidiva.

    (b) os exames devem ser direcionados para os locais onde a

    recidiva mais provvel e devem apresentar boa preciso.

    (c) o aumento do risco de um segundo tumor maligno,tanto no local primrio, quanto em outros tecidos que

    podem ter sido expostos a algum fator carcinognico, ou

    nos quais haja evidncia de aumento de risco, tambm

    deve orientar a requisio de exames.

    (d) as complicaes no malignas do tratamento devem ser

    consideradas.

    Tabela 5: Esquema mnimo de seguimento recomendado notratamento de vigilncia: no seminoma estgio IProcedimento Ano 1 Ano 2 Anos

    3-5

    Anos

    6-10

    Exame fsico 4 vezes 4 vezes 1

    vez/ano

    1

    vez/ano

    Marcadores

    tumorais

    4 vezes 4 vezes 1

    vez/ano

    1

    vez/ano

    Radiografia de

    trax

    2 vezes 2

    vezes

    TC

    abdominoplvico

    2 vezes (aos 3

    meses e aos 12

    meses)

    TC= tomografia computadorizada

    128 Cncer dos Testculos

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    Tabela 6: Esquema mnimo de seguimento recomendadoaps LDRP ou quimioterapia adjuvante: no seminomaestgio IProcedimento Ano 1 Ano 2 Ano 3- Ano 4-5

    Exame fsico 4 vezes 4 vezes 1

    vez/ano

    1

    vez/ano

    Marcadores

    tumorais

    4 vezes 4 vezes 1

    vez/ano

    1

    vez/ano

    Radiografia de

    trax

    2 vezes 2

    vezes

    TC

    abdominoplvico

    2 vezes 2 vezes

    TC= tomografia computadorizada

    Tabela 7: Esquema mnimo de seguimento recomendado notratamento de vigilncia ps-orquiectomia, radioterapia ouquimioterapia no seminoma estgio IProcedimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4-5

    Exame fsico 3 vezes 3

    vezes

    1

    vez/ano

    1

    vez/ano

    Marcadorestumorais

    3 vezes 3vezes

    1vez/ano

    1vez/ano

    Radiografia de

    trax

    2 vezes 2

    vezes

    TC

    abdominoplvico

    2 vezes 2 vezes

    TC= tomografia computadorizada

    129Cncer dos Testculos

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    Tabela 9: Esquema mnimo de seguimento recomendado emTCGNS avanado e seminoma

    Procedimento Ano 1Ano 2

    Ano 3-5 A seguir

    Exame fsico 4 vezes 4 vezes 2

    vezes/ano

    1

    vez/ano

    Marcadores

    tumorais

    4 vezes 4 vezes 2

    vezes/ano

    1

    vez/ano

    Radiografia de

    trax

    2 vezes 4 vezes 2

    vezes/ano

    TC

    abdomino-plvi-

    co*

    2 vezes 2 vezes Conforme

    indicado

    Conforme

    indicado

    TC de trax Conforme

    indicado

    Conforme

    indicado

    Conforme

    indicado

    Conforme

    indicado

    TC de crnio Conformeindicado

    Conformeindicado

    Conformeindicado

    Conformeindicado

    TC= tomografia computadorizada

    *TC abdominal deve ser realizado pelo menos, uma vez por ano,

    se for encontrado teratoma no retroperitnio.

    Se a avaliao ps-quimioterapia em um paciente com seminoma

    mostrar qualquer massa > 3cm, a TC apropriada deve ser repetida2 e 4 meses aps para assegurar-se do que a massa continua a

    regredir. Se for disponvel, pode-se realizar FDG-PET.

    A TC de trax indicada se for detectada anormalidade na radio-

    grafia de trax e aps a resseco pulmonar.

    Em pacientes com cefaleias, achados neurolgicos focais ou

    quaisquer sintomas do sistema nervoso central.

    130 Cncer dos Testculos

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    Tumores do Estroma TesticularOs tumores do estroma testicular so raros; entretanto, os

    tumores de clulas de Leydig e os tumores de clulas de

    Sertoli tm relevncia clnica.

    Tumores de Clulas de LeydigOs tumores de clulas de Leydig constituem 1-3 % dos tumo-

    res testiculares dos adultos e 3% dos tumores testiculares em

    crianas. Apenas 10% deles so malignos apresentando as

    seguintes caractersticas:

    Grande tamanho (>5cm)

    Citologia com atipia e aneuplodia do DNA

    Aumento de atividade mittica e aumento da expresso

    de MIB-1

    Necrose

    Margens infiltradas com invaso vascular Disseminao alm do parnquima testicular

    O tumor apresenta-se como aumento indolor dos testculos

    ou encontrado como um achado, incidental (incidentalo-

    ma) no ultrassom; este achado, em 80% dos casos, acom-

    panhado de distrbios hormonais. Os marcadores tumorais

    sricos so negativos e, aproximadamente, 30% dos pacientes

    apresentam ginecomastia.

    Deve-se considerar a realizao de orquiectomia parcial (com

    bipsias de congelamento), especialmente em pacientes com

    sintomas de ginecomastia ou distrbios hormonais ou ima-

    gem tpica ao ultrassom, at a disponibilidade da histologia

    final. No caso da presena de sinais histolgicos de maligni-

    dade, o tratamento de escolha a orquiectomia e a LDRP.

    131Cncer dos Testculos

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    Tumor de Clulas de SertoliEstes tumores so ainda mais raros do que os tumores de

    clulas de Leydig e podem ser malignos em 10-22% dos

    casos. Os sinais morfolgicos de malignidade so:

    Grande tamanho (>5cm)

    Ncleos pleiomrficos com nuclolos

    Aumento de atividadade mittica

    Necrose e invaso vascular

    Eles se apresentam como aumento dos testculos ou comoachado incidental ao ultrassom. Distrbios hormonais so

    frequentes e os marcadores tumorais sricos so negativos.

    Na ultrassonografia, em geral, o aspecto hipoecoico e no

    podem ser diferenciados com segurana de um tumor de

    clulas germinativas, exceto no subtipo de clulas grandes

    calcificadas que, habitualmente est associado sndro-mes genticas (complexo de Carney, sndrome de Peutz-

    Jeughers). Os tumores de clulas de Sertoli so habitualmen-

    te, interpretados como tumores de clulas germinativas e

    realizada a orquiectomia.

    A cirurgia conservadora do rgo deve ser considerada (com

    cautela), porm, no caso da presena de sinais histolgicosde malignidade, o tratamento de escolha a orquiectomia e

    a LDRP.

    ConclusesA maioria dos tumores testiculares deriva de clulas germi-

    nativas e so diagnosticados nos estdios iniciais. O estadia-

    mento fundamental e o sistema TNM 2009 recomendado,

    com a finalidade de classificao e estadiamento.

    132 Cncer dos Testculos

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    O sistema de estadiamento IGCCCG recomendado na

    doena metasttica. Aps a orquiectomia, so atingidas exce-

    lentes taxas de cura para os indivduos nos estdios iniciais,

    independentemente do tipo de tratamento adotado, apesar

    do padro e das taxas de recidiva serem muito relacionados modalidade de tratamento escolhido. Na doena metasttica,

    a abordagem multidisciplinar oferece uma sobrevida aceit-

    vel. Os esquemas de seguimento devem ser individualizados,

    de acordo com o estadiamento inicial e o tratamento adota-

    do. Os tumores do estroma testicular so raros e geralmente

    benignos. Quando h suspeita e confirmao patolgica, elespodem ser tratados por cirurgia com conservao do rgo.

    Entretanto, no caso de malignidade (pequena porcentagem),

    o tratamento de escolha a orquiectomia e a LDRP.

    133Cncer dos Testculos

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    Traduo para o Portugus:

    Jos Carlos Stumpf Souto

    Mdico Urologista - TiSBU

    Mestrado em Patologia pela UFCSPA

    Reviso:

    Prof. Dr. Joo Padua Manzano - TiSBU

    O processo de traduo para a Lngua Portuguesa foi realizado sob supervi-

    so da Sociedade Brasileira de Urologia. A European Association of Urology

    - EAU, juntamente com a Guidelines Office, no se responsabiliza pela

    correo das tradues disponibilizadas.

    Este folheto baseado nas diretrizes da EAU mais abrangentes (ISBN 978-

    90-79754-70-0), disponvel a todos os membros da European Association ofUrology no seu website, http://www.uroweb.org.