Texto argumentativo exercício

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Eixo temático I: Compreensão e produção de textos Tema I: Gêneros Competência: Compreender e produzir textos, orais ou escritos, de diferentes gêneros estruturados com discurso argumentativo Subtemas: Operações de contextualização, tematização, enunciação e textualização do discurso argumentativo Tópicos de conteúdo da proposta curricular: 1. Contexto de produção, circulação e recepção dos discursos 2. Referenciação bibliográfica 3. Organização temática 4. Seleção lexical e efeitos de sentido 5. Signos não verbais 6. Vozes do discurso 12. Textualização do discurso argumentativo Em sentido amplo, a linguagem é sempre argumentativa: usamos a palavra para influenciar pessoas e modificar contextos. Histórias, tirinhas, anúncios, textos didáticos, teses acadêmicas e mesmo notícias ― estas últimas supostamente construídas como relatos objetivos ― trazem implícitos pontos de vista ideológicos sobre os temas. Em cada gênero de texto, porém, predomina um tipo de discurso, que se situa ou na esfera do mundo narrado ou na do mundo comentado. Enquanto nas descrições, narrações e relatos, o discurso cria mundos figurativos semelhantes ao mundo extralingüístico (com personagens ou pessoas e acontecimentos que se situam no tempo e no espaço), nas exposições e argumentações, o discurso cria mundos abstratos, constituídos por comentários que se organizam com base no pensamento lógico. A diferença entre a exposição e a argumentação se deve ao fato de que esta última, mais que apresentar ideias, busca comprovar um ponto de vista sobre um tema polêmico. Em outras palavras: faz uso da linguagem para, em sentido estrito, argumentar, convencer o interlocutor. Argumentar é uma habilidade

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Eixo temático I: Compreensão e produção de textos

Tema I: Gêneros

Competência: Compreender e produzir textos, orais ou escritos, de diferentes gêneros estruturados com discurso argumentativo

Subtemas: Operações de contextualização, tematização, enunciação e textualização do discurso argumentativo

Tópicos de conteúdo da proposta curricular:

1. Contexto de produção, circulação e recepção dos discursos

2. Referenciação bibliográfica

3. Organização temática

4. Seleção lexical e efeitos de sentido

5. Signos não verbais

6. Vozes do discurso

12. Textualização do discurso argumentativo

Em sentido amplo, a linguagem é sempre argumentativa: usamos a palavra para influenciar pessoas e modificar contextos. Histórias, tirinhas, anúncios, textos didáticos, teses acadêmicas e mesmo notícias ― estas últimas supostamente construídas como relatos objetivos ― trazem implícitos pontos de vista ideológicos sobre os temas.

Em cada gênero de texto, porém, predomina um tipo de discurso, que se situa ou na esfera do mundo narrado ou na do mundo comentado. Enquanto nas descrições, narrações e relatos, o discurso cria mundos figurativos

semelhantes ao mundo extralingüístico (com personagens ou pessoas e acontecimentos que se situam no tempo e no espaço), nas exposições e argumentações, o discurso cria mundos abstratos, constituídos por comentários que se organizam com base no pensamento lógico.

A diferença entre a exposição e a argumentação se deve ao fato de que esta última, mais que apresentar ideias, busca comprovar um ponto de vista sobre um tema polêmico. Em outras palavras: faz uso da linguagem para, em sentido estrito, argumentar, convencer o interlocutor. Argumentar é uma habilidade que se pode desenvolver. Neste módulo, você vai tomar contato com o discurso argumentativo, analisando textos de gêneros que costumam utilizar-se parcial ou integralmente desse tipo de discurso. Esperamos que, com esse

estudo, você aprenda a

• identificar situações comunicativas e gêneros em que o discurso argumentativo é empregado;

• distinguir o discurso argumentativo de outros tipos de discurso;

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• distinguir a argumentação de outras formas de convencer frequentemente usadas em nossa sociedade;

• reconhecer o objetivo comunicativo e a organização do discurso argumentativo em textos apresentados;

• reconhecer interlocutores e vozes sociais de textos argumentativos, suas formas de representação e os efeitos de sentido dessas representações;

• reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, a seleção lexical como estratégia de produção de sentido e focalização temática, na compreensão e na produção de textos argumentativos;

• interpretar textos argumentativos, fazendo inferências a partir de seus conhecimentos de mundo, de textos e de linguagem;

• integrar informação verbal e não verbal na compreensão e na produção de textos argumentativos;

• reconhecer e usar, produtiva e autonomamente, estratégias de textual.

Atividade 1

Leia os fragmentos de textos (títulos, subtítulos, parágrafo inicial) a seguir e responda às questões propostas.

Texto 1

SEGURANÇA Semana / por Bruna Cavalcanti

O triste mapa da violência no Brasil

Foram divulgados na terça-feira 30 os dados do Mapa da Violência 2010 ― Anatomia dos Homicídios no Brasil. Os números fazem parte de uma triste realidade brasileira: de 1997 a 2007, o País registrou 512.216 assassinatos. Outra informação alarmante: o risco de um jovem negro ser vítima de homicídio no Brasil é 130% maior do que o de um jovem branco. O estudo também alerta para a interiorização da violência. No interior dos estados, as taxas cresceram de 13,5 homicídios (a cada 100 mil habitantes) em 1997 para 18,5 em 2007. Em entrevista à ISTOÉ, Júlio Jacobo, autor do estudo, explica: “Houve uma melhora da eficiência policial nas capitais. Mas o interior cresceu com o fluxo migratório das grandes cidades. Se não forem colocadas barreiras, a tendência natural é de crescimento da violência.” ISTOÉ. São Paulo, Três, ano 34, n. 208, 7 abr. 2010. p. 26 (Fragmento)

Texto 2

Definições culturais de anatomia e fisiologia

Para os membros de todas as sociedades, o corpo humano é mais do que um simples organismo físico oscilando entre a saúde e a doença. É também foco de um conjunto de crenças sobre seu significado social e psicológico, sua estrutura e funcionamento. A expressão “imagem do corpo” é usada para descrever todas as formas com que o indivíduo conceitua e experiência o próprio corpo, consciente ou inconscientemente.

HELMAN, Cecil G. Cultura, saúde e doença. Tradução de Eliane Mussmich. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. p.30.

(Fragmento)

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Texto 3

De novo, sobre a cura da homossexualidade

Contardo Calligaris

Na semana passada, critiquei o projeto de lei que criaria, no Estado do Rio de

Janeiro, um programa de auxílio às pessoas que optarem pela mudança de sua

orientação sexual da homossexualidade para a heterossexualidade. O "auxílio"

consistiria em alocar fundos públicos a organizações e profissionais que

proponham curas da homossexualidade.

CALLIGARIS, Contardo. De novo, sobre a cura da homossexualidade. Folha de S. Paulo, São Paulo, 14 out. 2004.

1. Mais do que simplesmente divulgar os resultados de uma pesquisa sobre a violência

no Brasil, o texto 1 tem o objetivo de denunciar

a) os fatores de risco para a incidência da violência: a raça/cor e a segurança no

território.

b) a falta de aparato policial para garantir a segurança pública nas grandes capitais

brasileiras.

c) os problemas sociais provocados pelo movimento migratório das grandes cidades

para o interior.

d) a desatenção do poder público ao crescente aumento do número de homicídios no

Brasil. 4

2. O texto 1 é uma nota jornalística, gênero de texto que costuma combinar enunciados

de relato (mundo narrado) e de comentário (mundo comentado).

Qual ou quais das passagens do texto contêm comentários avaliativos do locutor

sobre os fatos relatados?

I. Foram divulgados na terça-feira 30 os dados do Mapa da Violência 2010...

II. Os números fazem parte de uma triste realidade brasileira...

III. ... de 1997 a 2007, o País registrou 512.216 assassinatos.

IV. Outra informação alarmante...

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a) Apenas I e III.

b) Apenas II e IV.

c) Apenas I.

d) Apenas III e IV.

3. Que tipo de discurso predomina no texto 2? Justifique sua resposta