Texto educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

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WEB AULA 1 Unidade 1 – Inclusão: Aspectos Históricos e Noções Básicas Sobre as Deficiências Intelectual, Visual e Auditiva. INCLUSÃO E FATORES HISTÓRICOS MUNDIAIS Vamos iniciar, assistindo a um vídeo no qual atentaremos sobre a questão da inclusão na escol. Inserir vídeo do MEC - domínio publico: caminhos para a inclusão. Duração 26 min. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do? select_action=&co_obra=124136 Mas, até chegarmos aqui, tivemos um longo caminho. Vamos ver como tudo aconteceu. Antigamente, a sociedade tinha uma visão um pouco diferente. A princípio, a atenção era direcionada para outras prioridades. Com relação aos deficientes, temos um primeiro momento, que foi chamado de fase do Extermínio. O que era diferente assustava, dava medo, (medo de contaminar), o que é diferente provoca medo e deve ser eliminado. Então, podemos levantar alguns pontos que caracterizava a sociedade antigamente: Culto à beleza A pessoa com deficiência não tinha direito à vida. Era condenada à morte. Quando não era morta, era tratada como os bobos da corte, Com a chegada do Cristianismo , podemos observar algumas alterações: Filho deficiente à era visto como castigo dos céus; ou Eles eram vistos como possuídos pelo demônio;

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WEB AULA 1

Unidade 1 – Inclusão: Aspectos Históricos e Noções Básicas Sobre

as Deficiências Intelectual, Visual e Auditiva.

INCLUSÃO E FATORES HISTÓRICOS MUNDIAIS

Vamos iniciar, assistindo a um vídeo no qual atentaremos sobre a questão da inclusão

na escol.

Inserir vídeo do MEC - domínio publico: caminhos para a inclusão. Duração 26 min.

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=124136

Mas, até chegarmos aqui, tivemos um longo caminho. Vamos ver como tudo

aconteceu.

Antigamente, a sociedade tinha uma visão um pouco diferente. A princípio, a atenção

era direcionada para outras prioridades.

Com relação aos deficientes, temos um primeiro momento, que foi chamado de fase

do Extermínio. O que era diferente assustava, dava medo, (medo de contaminar), o

que é diferente provoca medo e deve ser eliminado.

Então, podemos levantar alguns pontos que caracterizava a sociedade antigamente:

Culto à beleza

A pessoa com deficiência não tinha direito à vida.

Era condenada à morte.

Quando não era morta, era tratada como os bobos da corte,

Com a chegada do Cristianismo , podemos observar algumas alterações:

Filho deficiente à era visto como castigo dos céus; ou

Eles eram vistos como possuídos pelo demônio;

Achavam que o comportamento diferente era determinado por forças sobrenaturais

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Segregação (religioso/ assistido / caritativo; institucionalizado)

Crença no sobrenatural, amaldiçoados por deuses;

As pessoas doentes ou com alguma anomalia eram colocadas de lado pela sociedade;

Pessoas com deficiência à portadoras de alma – filhos de Deus à, pelos valores éticos, tinham o dever de amar o próximo;

Passaram a ser acolhidos em instituições religiosas (mas eram vistos como incapazes e doentes);

Sec. XVI: deficiência tratada com alquimia, magia e astrologia;

Sec. XVII: avanços da medicina, deficientes mantidos em asilos, hospitais psiquiátricos e conventos;

Sec. XVIII: deficiência eram resultados de lesões e disfunções no organismo;

Ciência questionou os dogmas religiosos;

Objetivo: aliviar a sobrecarga da família e da sociedade;

Eles eram mandados para asilos e hospitais, junto com doentes psiquiátricos, delinquentes e prostitutas;

Com a revolução industrial: deficiente passou a ser relacionado com incapacidade, dependência, inutilidade e não era interessante para os governantes;

Eram deixados longe dos olhos para não provocar nenhum constrangimento ético ou moral (atitude natural);

Surgiram as residências clínicas, com o intuito de dar uma educação especial (mental).

 Integração (Princípios da educação especial) – via de mão única.

Nos anos 60/70 à desinstitucionalização à educar em ambiente menos restritivo;

Alguns considerados aptos passaram a ser encaminhados para escolas regulares, classes especiais ou salas de recursos.

O deficiente passou a ser encarado como “necessidades educacionais especiais” à problemas de aprendizagem à requeria atenção mais específica e maiores recursos educacionais à reorganização curricular, formação de professores, novos métodos de ensino, posturas na atuação e responsabilidade das escolas;

Modelo médico da deficiência à problema está no indivíduo à ele que precisava mudar para se adaptar à sociedade ou ser mudado através da reabilitação ou cura.

Inclusão (quebra de paradigma) – via de mão dupla.

A Educação Especial, no Brasil, seguiu o seguinte caminho:

Na época da República: Não havia necessidade, pois muitos iam para roça ou ficavam

escondidos em casa.

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No século XIX:

1854 à Serviço de atendimento aos cegos: Imperial Instituto dos meninos cegos (com o decreto imperial 1.428), e, em 1891, foi instituído como: Instituto Benjamim Constant (Decreto 1.320 de 1891);

1857 à Imperial Instituto do surdo-mudo que, em julho de 1957, tornou-se o Instituto Nacional de Educação de Surdos.

No século  XX:

1905 – Escola Rodrigues Alves – DF e DV (RJ);

1909 – Colégio dos Santos Anjos – DM (SC);

1920 – Primeira Sociedade/associação (RS) – Sociedade Pestalozzi (Canoas).

1926 – Porto Alegre Instituto Pestalozzi;

1932 – Escola Estadual São Rafael – DV (MG);

1935 – Instituto dos Cegos (PE) e o Instituto Pestalozzi em Belo Horizonte;

1936 – Instituto dos cegos na Bahia;

1948 – Instituto Pestalozzi - DM (RJ) É ministrado, em 1950, o primeiro curso de especialização para professores nesta área;

1950 – AACD (SP);

1954 – Inicia-se o movimento das APAES, com Beatrice e George Benis;

1962 – Federação das APAEs (12);                                     

Até a ditadura, eles eram chamados pelo termo “excepcionais”;                                               

1988 – Constituição Federal à passaram a ser reconhecidos como pessoas com deficiência. Pessoa: implica em reconhecer o direito de viver e conviver em comunidade. Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade, bem como quaisquer outras formas de discriminação. Garante o direito à escola para todos e coloca, como princípio para educação, o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.

Artigo 208, da constituição – O estado assume a educação especial;

1989 à lei 7.853/89 – Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa da deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de 1 (um) a 4 (quatro) anos de prisão mais multa;

                                                          

1990 à Estatuto da Criança e do Adolescente – Garante o direito à igualdade de condições para o acesso e permanência à escola, sendo o ensino fundamental obrigatório e gratuito, o respeito dos educadores e atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular;

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1994 – Com a Declaração de Salamânca (o texto não tem efeito de lei), diz que a pessoa com deficiência deve receber atendimento especializado. Crianças excluídas (trabalho infantil e abuso sexual) e deficiências graves devem ser atendidas no mesmo ambiente de ensino;

1996 – Com a Lei de Diretrizes de Base (LDB), o atendimento especializado pode ocorrer em classes especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum. Este foi um ponto que gerou muita confusão, pois deu a entender que, dependendo da deficiência, a criança só podia ser atendida em escola especial;

2000 – Leis garantem a prioridade nos atendimentos prioritários de pessoas com deficiência nos locais públicos. Estabelece normas de acessibilidade física e definem, como barreira, obstáculos nas vias e no interior dos edifícios, nos meios de transporte e tudo o que dificulte a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não de massa;

2001 – Convenção de Guatemala (Decreto 3.956) à Põe fim às interpretações confusas da LDB. Esclarece as impossibilidades de tratamento desigual com base na deficiência. O acesso ao ensino fundamental é um direito humano e privar pessoas em idade escolar, dele, mantendo-as unicamente em escolas ou classes especiais, fere a convenção e a Constituição. A Convenção da Guatemala deixa clara a impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência, definindo a discriminação como toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais (art. 1º, nº 2, “a”).

Podemos ver que a exclusão tem participado da nossa vida há muito tempo. No texto

abaixo, Jorge conta através de uma parábola a questão da exclusão,

Muito interessante para fazermos uma reflexão sobre o nosso comprometimento no

dia a dia com as mais variadas situações. Estamos somente presentes ou realmente

estamos presentes e conscientes no que nos engajamos. Vamos postar alguns

comentários no fórum.

WEB AULA 2

Unidade 1 – Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma

Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira

Para aprofundar:

Texto 2: Da Educação Segregada à Educação Inclusiva: uma Breve Reflexão sobre os Paradigmas Educacionais no Contexto da Educação Especial Brasileira1

Rosana Glat e Edicléa Mascarenhas Fernandes

Faculdade de Educação / Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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Assim, pessoal, podemos perceber que estamos num processo que se iniciou na

década de 40, com alterações na década de 70, 80 e com mais transformações

ocorrendo com o passar do tempo. Este processo não está pronto. Está em

andamento e fazemos parte das alterações que estão por vir. Temos uma luta pela

frente, por melhores condições de atendimento para este tipo de população e de

melhores condições de trabalho, com cursos, reciclagens, atualizações, projetos e

outras alternativas para que possamos continuar com este processo.

A tendência atual é que o trabalho da Educação Especial garanta, a todos os alunos

com deficiência, o acesso à escolaridade, removendo barreiras que impedem a

frequência desses alunos às classes comuns do Ensino Regular. Assim sendo, a

Educação Especial começa a ser entendida como modalidade que perpassa, como

complemento ou suplemento, todas as etapas e níveis de ensino.

Esse trabalho é constituído por um conjunto de recursos educacionais e de estratégias

de apoio, colocados à disposição dos alunos com deficiência, proporcionando-lhes

diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as necessidades de cada um.

O atendimento educacional especializado é uma forma de garantir que sejam

reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência. São

consideradas matérias do atendimento educacional especializado: Língua Brasileira de

Sinais (Libras); interpretação de Libras; ensino de Língua Portuguesa para surdos;

Sistema Braile; orientação e mobilidade; utilização do soroban; as ajudas técnicas,

incluindo informática adaptada; mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa;

tecnologias assistivas; informática educativa; educação física adaptada;

enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos; atividades da vida

autônoma e social, entre outras.

A seguir, temos um esquema que mostra a abrangência da educação especial durante

todo o processo de ensino.

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Por este quadro, podemos observar que a educação especial é um processo que deve

acompanhar o aluno durante todo o processo de ensino, desde a educação infantil até,

ou melhor, além do ensino superior. (Monroe).

Ela, também, coloca que, com a mudança de paradigma, o portador de deficiência

passou a ser visto de forma diferente pelos vários setores da sociedade.

Essa tomada de consciência se deve a vários fatores que ocorreram durante anos,

com mudanças na sociedade, na política e na ciência. Mudanças estas que afetaram

as mais variadas áreas da sociedade, com surgimento de lei, de movimentos a nível

mundial e novas descobertas nas ciências.

Abaixo, estão listados alguns acontecimentos mundiais que desencadearam avanços:

Revolução Industrial: exigência de novas competências;

Revolução francesa: movimento humanista em favor das pessoas excluídas, com o slogan "Liberdade/Igualdade/ Fraternidade;

o 1945 - Proclamação dos direitos humanos (entre eles, o direito à educação);

o Avanços nas áreas das ciências (sofisticação dos exames e diagnósticos);

o 1969 - Dinamarca: Filosofia de Normatização e Integração;

o 1990 - Tailândia: Conferencia Mundial de Educação para Todos - Conferencia de Jomtien;

1994 - Espanha - Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais - Conferência de Salamânca -reconheceu a necessidade e urgência da educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais dentro do sistema regular de ensino.

Todos estes fatos contribuíram muito para a tomada de consciência que estamos passando hoje.

Podemos ver, no quadro a seguir, de forma clara, esta mudança de paradigma. Antes centrada no déficit, na dificuldade e, depois, centrada na competência.

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Mas, vamos retomar nosso rumo. O que é mesmo inclusão?

Aqui, estão mais informações :

DUCAÇÃO ESPECIAL é:

O processo que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas com necessidades educativas especiais e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino;

Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos, compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado;

O processo deve ser integral, fluindo desde a estimulação essencial até os graus superiores de ensino;

Sob o enfoque sistêmico, a educação especial integra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é formar cidadãos conscientes e participativos.

OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

1. Desenvolvimento global das potencialidades dos alunos;

 

1. Incentivo à autonomia, cooperação, espírito crítico e criativo da pessoa com necessidades educativas especiais;

 

1. Preparação dos alunos para participarem ativamente no mundo social, cultural, dos desportos, das artes e do trabalho;

 

1. Frequência à escola em todo o fluxo de escolarização, respeitando o ritmo próprio do aluno;

 

1. Atendimento educacional adequado às necessidades especiais do alunado, no que se refere a currículos adaptados, métodos, técnicas e materiais de ensino diferenciados, ambiente emocional e social da escola favorável à integração social do aluno, pessoal devidamente motivado e qualificado;

 

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1. Avaliação permanente, com ênfase no aspecto pedagógico, considerando o educando em seu contexto biopsicossocial, visando à identificação de suas possibilidades de desenvolvimento;

 

1. Desenvolvimento de programas voltados à preparação para o trabalho;

 

O QUE É INCLUSÃO ESCOLAR?

Processo global e dinâmico que pode tomar distintas formas, de acordo com as necessidades

e habilidades dos alunos.

A integração educativo-escolar refere-se ao processo de educar-ensinar, no mesmo grupo, a

criança, com e sem necessidades educativas especiais, durante uma parte ou na totalidade do

tempo de permanência na escola.

1. Envolvimento familiar e da comunidade no processo de desenvolvimento global do educando.

 Objetivos da Inclusão:

I. Integração das pessoas com necessidades especiais à sociedade;

II. Expansão do atendimento aos alunos com necessidades especiais na rede regular

governamental de ensino;

III. Ingresso do aluno com necessidades educativas especiais em turmas do ensino

regular, sempre que possível;

IV. Apoio ao sistema de ensino regular para criar as condições de integração dos alunos

com necessidades educativas especiais;

V. Conscientização da comunidade escolar para a importância da presença do alunado

de educação especial em escolas da rede de ensino;

VI. Integração técno-pedagógica entre os educadores que atuam nas salas de aulas do

ensino regular e os que atendem em salas de educação especial;

VII. Integração das equipes de planejamento da educação comum com os da educação

especial, em todas as instancias administrativas e pedagógicas do sistema educativo;

VIII. Desenvolvimento de ações integradas nas áreas de ação social, educação, saúde e

trabalho.

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WEB AULA 3

Unidade 1 – Deficiências Visual, Intelectual e Auditiva

Oi turma, bem-vindos a nossa web-aula.

Vamos começar a ver, um pouco mais detalhado, sobre algumas deficiências.

No atendimento educacional especializado, temos a seguinte classificação para os alunos com necessidades educacionais especiais:

• Deficiência Intelectual;

• Deficiência visual;

• Deficiência auditiva;

• Deficiência física;

• Deficiência múltipla;

• Transtornos Globais do Desenvolvimento;

• Altas Habilidades-superdotação.

Serão apresentadas as características das deficiências 1 , de acordo com os Parâmetros

Curriculares Nacionais - Adaptações Curriculares:

Cada uma delas requer um tipo de atendimento diferenciado, para que possamos

trabalhar melhor as habilidades a serem priorizadas.

 1. DEFICIÊNCIA MENTAL:

Caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente

abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com

limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade

do individuo em responder adequadamente às demandas da sociedade, em pelo

menos dois ou mais aspectos:

Comunicação;

Cuidados pessoais;

Habilidades sociais;

Desempenho na família e comunidade;

Independência na locomoção;

Saúde e segurança;

Desempenho escolar;

Lazer e trabalho (BRASIL, 1998, p. 26).

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Deficiência mental é um vasto complexo de quadros clínicos, produzidos por várias etiologias e que se caracteriza pelo desenvolvimento intelectual insuficiente, em termos globais ou específicos. (Krynski 1983), 

Limitação associada a duas ou mais áreas;

Início: antes dos 18 anos.

 1 Quer saber mais sobre cada deficiência? Então consulte a página do MEC: www.mec.gov.br.

Classificação:

Leve;

Moderado;

Grave ou severa;

Profundo.

Importante lembrar que os deficientes mentais de menor gravidade, têm percepção de si

mesmo e da realidade, diferenciando-os da doença mental.

Oficialmente, usa-se esta classificação na hora de se emitir um laudo técnico, mas, no dia a

dia, usa-se termos como: criança com atraso ou déficit intelectual, ou aluno que precisa de

apoio ou apoio parcial.

Saber Mais:

Fazendo um breve parênteses, vemos que, no desenvolvimento "normal", segundo Piaget:

No período sensório-motor: criança organiza as sensações;

No período pré-operacional: inicio da linguagem e da função simbólica;

No período das operações concretas: internalização mental, pensamento lógico, razão norteia as atitudes, prazer pelo jogo de regras e competição;

No período das operações formais: pensamento hipotético, crítica, apresenta os pontos de vista próprio. 

Mas, quando estamos trabalhando com portadores de deficiência mental, vemos que:

É esperado que o portador de deficiência mental apresente comportamentos das fases anteriores, dependendo do grau de deficiência.

Pessoas com maior grau de severidade encontram mais dificuldade para realizar tarefas.

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Vídeo MEC - domínio público: MEC desafios escola d m socializ

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20260

A seguir, veremos um poema escrito por uma pessoa com necessidades educacionais

especiais:

Texto 3: http://www11.unopar.br/unopar/atividade/download.action?geconteudo.gecoCd=317120

http://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2009/03/11/ilusoes-do-amanha-poema-de-alexandre-lemos-aluno-da-apae/

1.1 Síndrome de Down:

Na síndrome de down ou Trissomia do 21, um dos tipos é a síndrome e uma das

características é a deficiência mental.

A seguir, temos um cariótipo de uma pessoa sem síndrome de down e outra com

alteração cromossômica típica da síndrome de down

Figura 1: cariótipo de uma pessoa "normal".

Figura 2: cariótipo de uma pessoa com síndrome de down. A seta indica uma trissomia do par do

cromossomo 21

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WEB AULA 4

Unidade 1 – Deficiência Visual e Auditiva.

É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor

correção ótica. É possível manifestar-se como:

Cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, mesmo com o uso de lentes de correção. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão que leva o indivíduo a necessitar do método Braille como meio de leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação;

Visão reduzida: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima. Sob o enfoque educacional, trata-se de resíduo visual que permite ao educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais (BRASIL, 1998, p. 26).

Em caso de deficiência visual, a escola deve providenciar para o aluno, após a sua

matrícula, o material didático necessário, como regletes, soroban, além do ensino do

código Braile e de noções sobre orientação e mobilidade, atividades de vida autônoma

e social.

Deve, também, conhecer e aprender a utilizar ferramentas de comunicação que, por

sintetizadores de voz, possibilitam aos cegos escrever e ler via computadores.

É preciso, contudo, lembrar de que a utilização desses recursos não substitui o

currículo e as aulas nas escolas comuns de ensino regular.

Os professores e demais colegas de turma desse aluno também poderão aprender o

Braile, assim como a utilizar as demais ferramentas e recursos específicos pelos

mesmos motivos apresentados no caso de alunos surdos ou com deficiência auditiva.

Em se tratando de escola pública, o próprio Ministério da Educação tem um programa

que possibilita o fornecimento de livros didáticos em Braile.

Além disso, em todos os Estados estão instalados centros de apoio educacional

especializado, que devem atender às solicitações das escolas públicas.

Da mesma forma, as escolas particulares devem providenciar e arcar com os custos

do material ou tentar obtê-lo através de convênios com entidades especializadas e/ou

rede pública de ensino.

Recursos para aprendizagem e mobilidade:

Braille - principal meio de leitura e escrita. Colocar em um quadro

Page 13: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

utilizar equipamentos específicos para o desenvolvimento educacional e integração social;

Aprender orientação e mobilidade para sua autonomia;

Usar o resíduo visual nas atividades de vida diária sempre que possível;

Cajado de pastor e cão - primeiros auxílios utilizados pelas pessoas cegas;

Bengala Ortopédica - Tem como objetivo, servir de apoio e sustentação, suportando o peso do indivíduo. Material: madeira grossa e resistente, apresentando extremidade superior e um cabo curvo;

Bengala Branca - Mais longa que a bengala ortopédica, medindo cerca de 90 cm. Também confeccionada de madeira pintada de branco com uma faixa vermelha na extremidade inferior;

Bengala Longa ou de Hoover -. Material: Liga de alumínio, por sua capacidade de transmitir aos nervos da mão em formas de sensações táteis, as particularidades do terreno.

INSTRUMENTOS EDUCACIONAIS

Diferentes tipos de óculos; Lupas e telescópios;

Cadernos com pautas mais grossas; Tiposcópio;

Ampliação de livros; Baralhos;

Dial telefônico;

Sistema Braille;

Instrumentos de medida, com marcas em relevo, em réguas, fitas métricas e

outros;

Gravadores e livro falado, pelos quais as crianças podem ouvir textos

registrados e fazer relatos ou tarefas;

Instrumentos de medida, com marcas em relevo, em réguas, fitas métricas e

outros;

Gravadores e livro falado, pelos quais as crianças podem ouvir textos

registrados e fazer relatos ou tarefas;

Recursos visuais não-ópticos: favorecem o funcionamento visual, não utilizam

lentes. Mesa adaptada, canetas tipo pincel atômico, luminárias, cadernos com

linhas ampliadas e em negrito, marcadores de página e janelas de leitura,

proteção contra luz e brilho, livros com tipos ampliados, com adequação do

tamanho do caractere, espaçamento entre letras e linhas, uso do negrito, serifa

e espessura da letra.

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Figura 4: alguns equipamentos utilizados por portadores de baixa visão e/ou cegos: reglete, punção, máquina de escrever em braile (perkins), lupas, tele-lupas e sorobã.

MATERIAIS ALTERNATIVOS

Guizos - bolas e pneus;

Maquetes;

Aumentar o tamanho dos equipamentos;

Utilizar-se de cores brilhantes para marcações e metas;

Usar auxílio de um vidente;

Usar bolas sonoras;

Usar sons para delinear a área de jogo;

Usar sinetas, barbantes ou elásticos condutores;

Usar informações verbais de guia.

ADAPTAÇÕES NO ESPAÇO FÍSICO

Reconhecimento do local;

Reconhecer o local que cercam o espaço da atividade;

Verificar a disposição dos materiais e obstáculos no local da atividade;

Comentar sobre o caminho que é percorrido até o local da atividade;

Informações sinaléticas no ambiente que será realizada à atividade (ex. Campo minado).

Vídeo MEC - domínio público - quebrando a invisibilidade

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=124140

Para seu aprofundamento, faça a leitura da cartilha sobre saberes e práticas da educação:www.portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciavisual.pdf

WEB AULA 4

Unidade 1 – Deficiência Auditiva

Perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala

por intermédio do ouvido. Manifesta-se como:

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Surdez leve/moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o individuo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utilização de um aparelho auditivo;

Surdez severa/profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como adquirir, naturalmente, o código da língua oral (BRASIL, 1998, p. 25).

Caso exista um aluno com deficiência auditiva ou surdo matriculado numa escola de

ensino regular, ainda que particular, esta deve promover as adequações necessárias e

contar com os serviços de um intérprete de língua de sinais, de professor de

Português como segunda língua desses alunos e de outros profissionais da área da

saúde (fonoaudiólogos, por exemplo), assim como pessoal voluntário ou pertencente a

entidades especializadas conveniadas com as redes de Ensino Regular.

Se for uma escola pública, é preciso solicitar material e pessoal às Secretarias de

Educação municipais e estaduais, as quais terão de providenciá-los, com urgência,

ainda que através de convênios, parcerias, etc.

Ainda para a surdez e a deficiência auditiva, a escola deve providenciar um instrutor

de Libras (de preferência surdo) para os alunos que ainda não aprenderam esta

língua, mas cujos pais tenham optado pelo seu uso. 

Obedecendo aos princípios inclusivos, a aprendizagem de Libras deve acontecer,

preferencialmente, na sala de aula desse aluno e ser oferecida a todos os demais

colegas e ao professor, para que possa haver comunicação entre todos.

O ouvido é o órgão que capta esse som, transforma-o em estímulos elétricos e os envia ao nervo auditivo, para que cheguem ao cérebro;

Ali, eles são decodificados como uma palavra, ou como uma canção;

Quando esse precioso mecanismo apresenta falhas, surgem as deficiências auditivas, que podem ter vários graus e culminar na surdez total;

O som é energia mecânica de vibração do ar. As vibrações sonoras causam o

movimento do tímpano e da corrente de três pequenos ossos que se encontram no

interior do ouvido médio.

Os três ossos atuam como alavancas, aumentando a força da vibração inicial recebida

pelo tímpano.

Este estímulo ampliado é conduzido à membrana que cobre a janela oval.

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A audição é medida por decibéis.

Para seu aprofundamento, faça a leitura da cartilha sobre saberes e práticas da educação:

www.portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deficienciaauditiva.pdf

Quem é o surdo?

Há muitos graus de perda auditiva. Hoje, dizemos que surdos são aqueles que usam a

língua de sinais para se comunicar e deficientes auditivos aqueles que com uma

prótese podem reconhecer pelo som as palavras.

Surdos são aquelas pessoas que utilizam a comunicação espaço-visual como principal

meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala.

A maioria das pessoas surdas, no contato com outros surdos, desenvolve a Língua de

Sinais. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade

surda, apenas se comunicam por gestos.

Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua

oral (fala).

Surdo-mudo:

Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo e, infelizmente, ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação, principalmente televisão, jornais e rádio;

O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência, totalmente desagregada à surdez. São minorias os surdos que também são mudos;

Fato é a total possibilidade de um surdo falar, através de exercícios fonoaudiológicos, aos quais chamamos de surdos oralizados;

Também, é possível um surdo nunca ter falado, sem que seja mudo, mas apenas por falta de exercício.

Surdo: dificuldade parcial ou total no que se refere à audição

Mudo: problema ligado à voz

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Educação:

a educação de uma pessoa surda se dará de forma diferente, de acordo com a época em que a surdez acontecer;

Ela precisará de um atendimento especializado para conseguir uma educação de qualidade e poder participar da sociedade como cidadã;

Crianças com problemas de audição, sem a devida assistência, têm dificuldades no desenvolvimento da linguagem;

Se chegarem à idade escolar sem que a surdez tenha sido diagnosticada, o aprendizado será difícil, simplesmente porque essas crianças ouvem mal o que está sendo ensinado.

Língua: Conjunto do vocabulário de um idioma, e de suas regras gramaticais; idioma.

Por exemplo: inglês, português, LIBRAS.

Língua de sinais: É a língua dos surdos e que possui a sua própria estrutura e

gramática através do canal comunicação visual. A língua de sinais dos surdos urbanos

brasileiros é a LIBRAS. Lei Federal n 10436 de 2002. Dispõe sobre a oficialização da

LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais e dá outras providências.

Interprete de Libras: Pessoa ouvinte que interpreta para os surdos uma comunicação

falada, usando a língua de sinais e vice-versa.

Vídeo MEC - Domínio público deficiência auditiva

WEB AULA 5

Unidade 2 – Deficiência Física - Comunicação Alternativa. Condutas Típicas.

4. PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA:

Variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de

mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como decorrência de lesões

neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou, ainda, de malformações congênitas

ou adquiridas (BRASIL, 1998, p. 25).

Para possibilitar o acesso de pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida,

toda escola deve eliminar suas barreiras arquitetônicas e de comunicação, tendo ou

Page 18: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

não alunos com deficiência, nela matriculados no momento (Leis 7.853/89, 10.048 e

10.098/00, CF).

Faz-se necessária, ainda, a adoção de recursos de comunicação

alternativa/aumentativa, principalmente para alunos com paralisia cerebral e que

apresentam dificuldades funcionais de fala e escrita.

A comunicação alternativa/aumentativa contempla os recursos e estratégias que

complementam ou trazem alternativas para a fala de difícil compreensão ou

inexistente (pranchas de comunicação e vocalizadores portáteis).

Prevê, ainda, estratégias e recursos de baixa ou alta tecnologia que promovem acesso

ao conteúdo pedagógico (livros digitais, softwares para leitura, livros com caracteres

ampliados) e facilitadores de escrita, no caso de deficiência física, com engrossadores

de lápis, órteses para digitação, computadores com programas específicos e

periféricos (mouse, teclado, acionadores especiais).

Vídeo do MEC - domínio público: escola uma aventura

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20277

Na deficiência física, há disfunção ou interrupção dos movimentos de um ou mais

membros: superiores, inferiores ou ambos, e conforme o grau do comprometimento

ou tipo de acometimento, fala-se em paralisia (refere à perda da capacidade de

contração muscular voluntária) ou paresia (refere-se quando o movimento está

apenas limitado ou fraco)

Tipo se deficiência física:

Ordem neurológica: (destruição das células nervosas centrais que afetam o sistema nervoso central pode ocorrer por doenças (Poliomielite, espinha bífida, hidrocefalia, esclerose múltipla, meningocele);

Ordem muscular (Distrofia Muscular de Duchenne);

Ordem ósseo-articular (osteogênese imperfeita, nanismo);

Amputações (malformações congênitas, Infecção, Trauma, Neoplasias, Problemas vascular

Vídeo do MEC - Além dos limites

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20278

Importante:

Page 19: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Conhecer o quadro clínico para escolha de atividades adequadas considerando;

o O potencial remanescente do aluno;

o A eficiência - força de vontade.

4.1 Paralisia Cerebral:

Consiste em um grupo heterogêneo de condições patológicas não-progressivas do

movimento e da postura, que se manifestam no início da vida, atribuídas a várias

etiologias, conhecidas e desconhecidas, envolvendo o cérebro imaturo.

Não é doença, mas apresenta inabilidade, dificuldade, descontrole de músculos e de

certos movimentos do corpo e dano ao Sistema Nervoso Central, que afeta os

músculos e sua coordenação motora, podendo afetar a articulação da fala - alguns

apresentam dificuldade de se comunicar e, muitas vezes, são confundidos como

deficientes mentais.

Algumas são afetadas no todo;

Algumas terão dificuldade em falar, andar ou usar as mãos;

Umas serão capazes de sentar sem suporte ou ajuda / outras necessitarão de ajuda para a maioria das tarefas de vida diária;

Podem ser confundidos com def. mentais;

Não há medicamentos nem operações que possam curar;

Os progressos não são súbitos, mas demorados.

Nas paralisias cerebrais, há uma confusão de mensagens entre o cérebro e os

músculos.

Na Paralisia Cerebral, um dos maiores problemas é, justamente, o tônus muscular. Isto

quer dizer que, por algum motivo, o cérebro não consegue controlar a contração dos

músculos envolvidos em um determinado movimento ou mesmo em uma determinada

postura. Sem um controle organizado do cérebro, este tônus pode variar de alto para

baixo.

As dificuldades motoras apresentadas serão definidas, dependendo de quanto, como e

onde o cérebro foi afetado.

Page 20: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Cada criança, portadora de Paralisia Cerebral, apresentará um problema motor

específico e diferente dos outros, com seus limites   e potenciais individuais.

4.1.1 Comunicação Alternativa/aumentativa:

COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA é um recurso utilizado por um grupo de pessoas

acometidas por algum tipo de deficiência, que impede o uso da fala nas situações

cotidianas.

Os alunos com deficiências podem apresentar dificuldades na linguagem receptiva

(compreensão), na linguagem expressiva (oral e escrita) ou em ambas.

Ele pode ser incapaz de expressar seus sentimentos e preocupações e ter prejudicado

seu desenvolvimento acadêmico e social.

Das crianças com paralisia cerebral, 65 % apresentam dificuldade no processo de

comunicação oral, que varia de pequenos erros de articulação até a impossibilidade

absoluta de movimentação dos orgãos fonoarticulatórios (Crickmay)

Comunicação alternativa é usada quando o indivíduo comunica-se face-a-face por

meio de outros caminhos que não a fala. ( Tetzchner, 1997, Glennen, 1997) Signos

gráficos e manuais, código Morse, escrita, são formas alternativas de comunicação de

indivíduos que perderam a habilidade para falar.

Comunicação aumentativa é aquela que é realizada por meio de suporte. Enfatiza o

fato de que o treinar em formas alternativas de comunicação tem um duplo objetivo:

promover e suplementar a fala e garantir uma forma alternativa de comunicação, se

um indivíduo não começou a falar.

Tipos de comunicação alternativa:

Bliss (Foi criado por Charles Bliss - 1942)

o É formado, basicamente, por símbolos: gráficos, ideográficos (sugerem o conceito), pictográficos (assemelha-se ao objeto), arbitrários (não tem relação direta convencional com os significados);

o Usa diferentes cores para diferentes categorias;

o Foi criado para ultrapassar as diferenças de línguas;

o É semântico (a figura mostra o significado da palavra ou da frase).

PCS - Pictures Comunication symbol (Desenvolvido por Roxana Mayer (1981)

o Faz uso de desenhos bidimensionais;

Page 21: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

o Inclui alfabeto, números, foto;

o Segue uma organização sintática (ordena as palavras de maneira a determinar frases inteligíveis, que retém o significado);

o PECS;

o Premack;

o Rebus;

o PIC;

o Sigsyn.

É fundamental a participação da família e da escola na busca pelos diferentes meios

pelos quais a pessoa possa se comunicar. Explorar os meios pelos quais a pessoa

interage e se comunica em situações cotidianas contribuirá, de forma significativa, na

seleção dos recursos alternativos e aumentativos de comunicação.

4.1.2 Computador

O computador pode ser utilizado para muitos fins, como meio de comunicação, como

opcional para auxiliar na aprendizagem, usá-lo como se usa o caderno, etc.

Recursos do Computador:

Opção de acessibilidade: existe em todos os PCs, basta acioná-lo. É possível fazer várias atividades, usando recursos, como filtro de tecla repetida, troca do acionamento do mouse, etc. Procure no seu PC e conheça estas opções existentes e use-as.

Opcionais externos: 

o Teclado importado;

o Teclado com placa de acrílico;

o Mouses especiais;

o Acionadores de mão, cabeça, ou adaptado a qualquer outro membro do corpo.

Programas:

o Jogos;

Page 22: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Memória;

Pintura;

Educativos (Byte Brothers, Expoente, Positivo)

o Comunicação;

Dosvox.

Parte do corpo a ser utilizada: É de extrema importância avaliar qual a parte do corpo que apresenta melhor funcionalidade, para ser trabalhada no computador.

4.2 Amputados:

VÍDEO TONY MELENDEZ

Procure entender as características individuais de cada um e descobrir como se

relacionar com eles. Potencialize seu aluno, não subestime as possibilidades, evite

super-proteção, estimule a independência, esclareça suas dúvidas sobre as limitações.

Dirija-se sempre que possível ao seu aluno e, apenas quando necessário, peça

informações às pessoas que o acompanham. 

O papel do educador deve englobar, também, aspectos como: maximizar o potencial

individual, focalizar o desenvolvimento de habilidades, selecionar atividades

apropriadas, providenciar um ambiente favorável a aprendizagem e encorajar a auto-

superação.

VÍDEO - CASAL AMPUTADO - DANÇA

5. PORTADORES DE DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA;

É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias

(mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no

desenvolvimento global e na capacidade adaptativa (BRASIL, 1998, p. 27).

A seguir, estão alguns tipos de deficiências múltiplas. Para cada uma delas, há

métodos específicos para educação.

A. Surdo-cegueira:

É uma deficiência múltipla;

Caracteriza-se pela perda parcial ou total da visão e da audição, de tal forma que a combinação das duas deficiências causa extrema dificuldade na conquista de metas educacionais, vocacionais, de lazer e sociais;

Page 23: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Apesar das dificuldades, é possível educar a criança portadora desta deficiência, através de métodos especializados.

B. Deficiência física e Mental;

C. Deficiência física e visual;

D. Deficiência mental e visual;

E. Deficiência física e auditiva;

Observar o comportamento das crianças sem deficiência ajuda aquelas que têm

deficiência múltipla a se desenvolver. Faça jogos e brincadeiras que reúnam a turma

no final das aulas.

Pesquise tudo sobre a criança: de onde ela vem, como é a família, como se comunica

e quais são suas brincadeiras preferidas. Na avaliação, valorize a evolução do aluno e

não os resultados.

6. PORTADORES DE CONDUTAS TÍPICAS

Manifestações de comportamentos típicos de portadores de síndromes e quadros

psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento

e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional

especializado (BRASIL, 1998, p. 25).

A partir da década de 90, para fazer referência aos alunos que apresentavam

distúrbios de comportamentos, atualmente refere-se às "manifestações típicas de

síndromes e quadros neurológicos, psicológicos ou psiquiátricos persistentes que

ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau

que requeira atendimento educacional especializado " (Brasil,1994).]

Consideram-se, educandos com necessidades educacionais especiais na área de

condutas típicas, aqueles que apresentam dificuldades na adaptação escolar,

associadas ou não a limitações no processo de desenvolvimento, que dificultam o

acompanhamento das atividades curriculares.

Não existe um padrão único de comportamento denominado conduta típica.

É grande a variedade de comportamentos englobados nesse rótulo;

Seus determinantes são variados, podendo ser de natureza biológica, psicológica, comportamental e/ou social.

Page 24: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Esses alunos, geralmente:

Não apresentam comprometimento ou atraso intelectual;

Vivenciam enorme dificuldade em se adaptar ao contexto familiar, escolar e comunitário;

De acordo com o MEC, entende-se por quadros neurológicos, psicológicos graves e/ou psiquiátricos persistentes as manifestações que permanecerem apesar das inúmeras tentativas de intervenção, seja de natureza clínica, educativa ou social;

Apresenta dificuldade em uma ou várias áreas, tais como:

Permanecer sentado e concentrado nas atividades;

Distrai com muita facilidade;

Fala excessivamente durante a aula;

Pouca noção de perigo;

Não cuida adequadamente do material escolar;

Problemas emocionais geram inadaptações de maior complexidade que não se resolvem por si mesmas;

Criança que reage de forma inadaptada;

Perde a paciência;

Não aceita regras ou quaisquer orientações do professor;

Quando comete erros, ou mesmo traquinagens, responsabiliza os colegas;

Apresenta muitas vezes raiva e ressentimento;

Criando discussões com todos;

Manifestações que afetam as relações interpessoais;

Agressão ou auto-agressão;

Isolamento, alheios à realidade circundante.

6.1 TDA-H (Transtornos de Déficit de Atenção com hiperatividade)

Antigamente era conhecida como "Disfunção Cerebral Mínima".

Em 1987, o nome passou a ter a atual denominação: "Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade".

O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da

criança.

Page 25: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

O diagnóstico da TDA-H é um diagnostico de difícil precisão. Há necessidade de uma

avaliação com uma equipe multidisciplinar, com neuropediatra, psicólogo,

psicopedagogo, a família e o professor, e a criança ser observada em diversas

situações. Normalmente, só é diagnosticada depois que a criança começou a

frequentar a escola.

É um transtorno real, um obstáculo real, apesar de não haver nenhum sinal exterior

de que algo está errado com o Sistema Nervoso Central.

É uma disfunção neurobiológica.

As crianças hiperativas entenderam as regras, instruções e expectativas sociais. Mas

elas têm dificuldade em obedecê-las. Esses comportamentos são acidentais e não

propositais. Apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, a criança

hiperativa não consegue se controlar.

6.2 Espectro Autista:

O autismo é uma anormalidade do desenvolvimento que se manifesta de maneira grave. Aparece

tipicamente entre o nascimento até os 18 meses. Caracteriza-se por severos problemas de

comunicação e na conduta por uma incapacidade de relacionar-se com as pessoas de maneira

normal.

Os indivíduos autistas podem ser comparados ao deficiente mental, por seu desenvolvimento

atrasado em todas as dimensões: fala, coordenação motora, raciocínio, postura, emoção e

psicológico.

Quando aprendemos qualquer nova informação, precisamos que este conteúdo seja simbolizado

em nosso cognitivo. O que acontece com os autistas, é que a simbolização ocorre de forma muito

precária. Assim, parece que ou são deficientes mentais ou surdos, pois evitam qualquer tipo de

contato com pessoas ou, então, não respondem quando solicitada sua atenção.

6.3 Psicose:

O mundo interior é comumente confuso, pontuado por vozes estranhas, paranóia e

pensamentos ilógicos.

Sintomas:

Agitação, delírio paranóide (quando o doente acredita que conspiram contra ele),

alucinações, comumente a ouvir vozes, as quais instigam a violência contra si mesmos

Page 26: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

e contra outros, são um sinal extremamente grave: eles podem não resistir e atuar de

forma violenta, ambivalência (sentimentos opostos, como ódio e amor, expressos ao

mesmo tempo), embotamento afetivo (manifestado por uma expressão facial suave e

imperturbável), perda de associação (no qual a pessoa encadeia pensamentos sem uma

lógica evidente, frequentemente misturando palavras sem sentido. A falta de

espontaneidade, discurso empobrecido, dificuldade de estabelecer uma relação e

lentidão de movimentos, apatia, desinteresse, incapacidade para lidar com assuntos

simples. (Scientific Americain )

 

Para se trabalhar com este tipo de alunado, é muito importante fazer uso da

ROTINA. Dar REFERÊNCIA à criança. Buscar a socialização da criança.

Quando introduzir um novo estímulo, explicar, detalhadamente, à criança

Inclusão de alunos com condutas típicas na escola regular é viável em alguns casos.

O aluno deve ser incluído por ter condições de aprender e estar com outras crianças e

pessoas e não pelo fato de ser somente um direito adquirido.

A convivência pode ficar insuportável e podem ocasionar danos físicos e/ou

desencadear desorganizações psíquicas, uma vez que se encontram em idade na qual

as elaborações primordiais (formação da identidade) ainda estão em curso.

(Jerusakinsk)

No Estado do Paraná, os alunos com condutas típicas são encaminhados para

atendimentos especializados, após avaliação sistemática para identificação das

necessidades educacionais especiais no contexto escolar, realizada pelos professores,

equipe pedagógica e avaliação clínica, conduzidas por profissionais da comunidade

(psicólogos, psiquiatras, neurologistas, entre outros).

Devem ser propostas ações pedagógicas que estabeleçam o desenvolvimento de

capacidades relacionadas à interação e integração social e ao equilíbrio emocional,

atribuindo-lhes o mesmo nível de importância que é dado às mais tradicionais

capacidades cognitivas e linguísticas.

A atuação pedagógica do professor deve visar à potencialização do desenvolvimento

cognitivo, emocional, social e psicomotor. Para isso, é importante o professor:

Page 27: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Identificar uma forma mais adequada de comunicação, estabelecer limites necessários para a convivência no coletivo, previsibilidade de ações e acontecimentos. Buscar a melhora da auto-estima e do autoconhecimento do aluno, usar técnicas de comunicação afetiva, desenvolver a conduta assertiva, usar técnicas positivas de resolução de conflitos e de tomadas de decisões significativas, para a evolução de todos os alunos. Desenvolver, no aluno, a consciência corporal a fim de, através dela, estar disponível para aprender e buscar o conhecimento de si mesmo e daquilo que o rodeia.

WEB AULA 2

Unidade 2 – Superdotação e Maneiras de Tratar o Portador de Deficiência

 

Todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o

desenvolvimento do conjunto das autonomias individuais, das

participações comunitárias e do sentimento de pertencer à

espécie humana. ...Compreender o humano é compreender sua

unidade na diversidade, sua diversidade na unidade".

Morin (2000)

5. Portadores de superdotação (altas habilidades):

Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos,

isolados ou combinados:

Capacidade intelectual geral;

Aptidão acadêmica específica;

Pensamento criativo ou produtivo;

Capacidade de liderança;

Talento especial para artes;

Capacidade psicomotora (BRASIL, 1998, p. 25).

A Legislação Educação Especial

Resolução nº2 de 11 de setembro de 2001:

Art 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que,

durante o processo educacional, apresentarem:

III - altas habilidades / super dotação, grandes facilidades de aprendizagem que os

leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.

Page 28: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

O termo "superdotado" é usado para indicar qualquer criança que se destaque das demais,

numa habilidade geral ou específica, dentro de um campo de atuação relativamente largo

ou estreito.

Os superdotados têm desempenho e/ou elevada potencialidade, isolados ou

combinados, nos aspectos:

Capacidade intelectual superior:

o Rapidez de pensamento;

o Compreensão e memória elevadas;

o Capacidade de pensamento abstrato;

o Curiosidade intelectual;

o Poder excepcional de observação.

Aptidão acadêmica específica:

o Envolve atenção;

o Concentração;

o Motivação por disciplinas acadêmicas do seu interesse;

o Capacidade de produção acadêmica;

o Alta pontuação em testes acadêmicos;

o Desempenho excepcional na escola.

Pensamento criador ou produtivo:

o Originalidade de pensamento;

o Imaginação;

o Capacidade de resolver problemas de forma diferente e inovadora;

o Capacidade de perceber um tópico de muitas formas diferentes;

Capacidade de liderança:

o Refere-se à sensibilidade interpessoal;

o Atitude cooperativa;

o Capacidade de resolver situações sociais complexas;

o Poder de persuasão e de influência no grupo;

o Habilidade de desenvolver uma interação produtiva com os demais.

Talento especial para artes visuais, dramática e música:

Page 29: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

o Envolve alto desempenho em artes plásticas;

o Musicais;

o Dramáticas;

o Literárias ou cênicas (por exemplo, facilidade para expressar idéias visualmente, sensibilidade ao ritmo musical, facilidade em usar gestos e expressão facial para comunicar sentimentos).

Capacidade psicomotora.

o Desempenho superior em esportes e atividades físicas;

o Velocidade;

o O Agilidade de movimentos; 

o Força;

o Resistência;

o Controle; e 

o Coordenação motora fina e grossa.

 CADA INTELIGÊNCIA É UM POTENCIAL INTELECTUAL REALMENTE AUTÔNOMO QUE

É CAPAZ DE FUNCIONAR INDEPENDENTEMENTE DAS OUTRAS.

Diretrizes do MEC/CENESP (1986), para identificação do superdotado:

Julgamento e avaliação das habilidades por professores, especialistas e supervisores;

Resultados consistentemente superiores em testes devidamente adaptados e padronizados;

Demonstração de habilidades superiores ligadas a expressivo interesse, motivação e envolvimento pessoal em determinadas áreas;

Rendimento escolar e progresso acadêmico mais rápido do que aqueles da mesma idade;

 A boa dotação intelectual não é condição suficiente para a alta produtividade na vida.

 

Adaptações Educacionais

o Oferecer experiências complexas para desafiar o intelecto das crianças;

o Estimular a autonomia na busca por conhecimento;

o Ajudar na compreensão de suas próprias emoções;

Page 30: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

o Valorizar a individualidade da criança. Permitir que ela seja ela mesma, ao invés de forçá-la a ser aquilo que os pais gostariam que fosse;

o Enriquecimento:

Escolas especiais;

Atendimento suplementar;

Programas oferecidos fora da escola;

o Aceleração:

Admissão escolar precoce;

Pular séries;

Condensação de séries;

Colocação adiantada e admissão precoce na faculdade.

 É importante dar oportunidade à criança para tomadas de decisões e escolhas entre

alternativas. Tais oportunidades favorecem a sua independência e autoconfiança.

Depois de atentarmos a tantos fatos e informações, agora podemos repensar um

pouco mais sobre o papel do professor. Abaixo, segue um trecho do texto de HORA

Texto 4 : Necessidade de formação

http://www11.unopar.br/unopar/atividade/download.action?geconteudo.gecoCd=317176

CUIDADOS DIFERENTES PARA CADA DEFICIÊNCIA

Inclusão significa atender o aluno com necessidades educacionais e especiais,

incluindo aquele com necessidades especiais severas na classe regular, com apoio dos

serviços de educação especial.

Como fatores de inclusão, temos:

• Professor

A formação de professores para inclusão escolar de pessoas com necessidades

especiais não pode restringir a fazê-los conscientes das potencialidades dos alunos,

mas de suas próprias condições para desenvolver o processo de ensino inclusivo.

Implicar no desenvolvimento da capacidade auto-regular e de tornar consciência da

atividade de ensinar. 

• Sala de aula

Page 31: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Quando a escola incluir uma criança de necessidades especiais, a mesma terá que se

ajustar às necessidades, desde espaço para carteira, modelo de cadeira, banheiros,

portas, rampas, quantidades de números de alunos, materiais pedagógicos (sem

haver uma discriminação material esse que deve ser aplicado para todos os alunos),

entre outros.

• Programa de Estudo

No campo da inclusão, refere-se às escolhas que são feitas quanto aos programas aos

quais serão submetidos aos alunos de necessidades especiais. Sendo que os aspectos

compreendem a adaptação ou a produção do material didático dos elementos e o tipo

de avaliação.

Com relação aos tipos de deficiências, temos que atentar a alguns aspectos:

Auditiva:

A escola precisa providenciar um instrutor para a criança que não conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras), mas cujos pais tenham optado pelo uso dessa forma de comunicação;

Esse profissional deve estar disponível para ensinar os professores e as demais crianças. O ideal é ter também fonoaudiólogos disponíveis;

Consiga, junto ao médico do estudante, informações sobre o funcionamento e a potência do aparelho auditivo que ele usa;

Garanta que o aluno possa ver, do lugar onde estiver sentado, seus lábios, ou seja, nunca fale de costas para a classe;

Solicite que o estudante repita suas instruções para se certificar de que a proposta foi compreendida;

Use representações gráficas para introduzir conceitos novos;

Oriente o restante da classe a falar sempre de frente para o deficiente;

Espere que o surdo olhe para você antes de falar;

Fale de frente , pausadamente e de forma clara, pois a boa articulação facilita a leitura labial;

Converse  buscando contato visual;

Não tenha barreiras  diante dos lábios;

Se não entender o que a pessoa surda esta falando, peça para repetir ou, se preciso, escrever;

Expressões faciais, gestos e movimento do seu corpo, são indicações do que você quer dizer;

Quando acompanhadas de interprete, dirigir-se ao surdo e não ao interprete.

Page 32: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Visual:

Trate-o com consideração e respeito, como os demais;

Ofereça ajuda;

Pergunte como ajudá-lo;

Deixe-o segurar em seu cotovelo dobrado. Ele acompanhará o movimento do seu corpo enquanto você caminha;

Avise com antecedência a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos existentes no percurso;

Chame-o pelo nome; 

Ao explicar as direções, seja o mais claro possível, indique a distância em metros;

Incentive-o a usar recursos específicos (bengala, óculos, lupa, etc.);

Para sentar, guie-o até o assento, conduza a mão do cego até o encosto e informe se tem braços ou não;

Num corredor estreito, coloque seu braço para trás, de forma que o cego possa continuar a seguir você;

Jamais distraia o cão-guia.

vídeo MEC - Domínio Público - Ameaça, Oportunidade

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20246

Mental:

Aja com naturalidade;

Não os ignore, cumprimente e despeça-se delas, como faria com outra pessoa;

Quando criança, trate-a como criança;

Quando adolescente, trate-o como adolescente;

Dê atenção e converse com eles;

Não superproteja, deixe-os tentar fazer sozinho tudo que puderem;

É uma condição de ser; Nunca use expressões como "coitadinho", "bobinho";

Não subestime sua inteligência. Eles levam tempo para aprender;

Mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Deficiência Física:

Ofereça ajuda, mas não insista;

Page 33: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Pergunte o que poderá fazer;

Não segure ou toque na cadeira de roda;

Esteja atento a eventuais barreiras arquitetônicas;

Quando conversar, sente-se de modo a ficar no mesmo nível do seu olhar;

Ao descer rampas ou degraus, use a marcha ré, para evitar que a pessoa caia para frente;

Não estacione seu veículo nas vagas para pessoas com deficiência física;

Possibilite a participação da pessoa nas atividades;

Conscientize outras pessoas como contribuir para integração do deficiente.

VÍDEO - ABERTURA OLIMPÍADAS DE PEQUIM

Isso que é força e determinação. Foi uma pena que não foi divulgado da mesma forma

como foi divulgada a abertura das olimpíadas. Ma foi tão bonita como a outra...

A propósito: o que vocês acham do fato de as paraolimpíadas ter sido realizada alguns

dias depois das olimpíadas e não terem acontecidas concomitantemente? E aí, o que é

inclusão?

Vamos ver outro exemplo:

VÍDEO JUDOCA COM DEFICIÊNCIA

Vemos que a deficiência é apenas um detalhe, que existe muita vontade, motivação e

entusiasmo nessas pessoas.

Digo sempre para meus alunos, que trabalhar com deficientes não é impossível, nem

difícil, é apenas diferente. É importante perceber como você os olha, e ter dedicação

ao que você faz. Uma vez o poeta disse que:

O que mata um jardim não é o abandono, o que mata um jardim é esse olhar vazio de quem

por ele passa indiferente.

(Mario Quintana)

Web Aula 1

Título: Surdez e Linguagem

Page 34: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Olá, sou a professora Josiane Junia Facundo de Almeida, professora e

Intérprete de Língua de Sinais Brasileira.

Trabalho como intérprete há 14 anos e na maior parte desse tempo fui

voluntária, prestando serviços aos surdos em entidades públicas e

particulares.

Fiz meu primeiro curso de Libras em 1995, e desde então, não perdi mais

o contato com a comunidade surda.

Fiz parte da turma pioneira de intérpretes formados pelo Estado do

Paraná, em 1998, com o compromisso de prestar serviços voluntários ao

Estado por dois anos. Em 2004 comecei a atuar como intérprete em salas

de inclusão na rede regular de ensino, sendo remunerada pelo Estado do

Paraná.

Hoje estou aqui e pretendo dividir essa experiência com você. Tenho

certeza de que, como eu, você vai se apaixonar pela Língua de Sinais

Brasileira.

Surdez e Linguagem6

Primeiramente vamos falar sobre o conceito de surdez. É bastante comum

ouvirmos as pessoas se referirem ao surdo como "mudo", ou pior, "mudinho",

surdo-mudo, deficiente auditivo, entre outros. A maioria dos surdos não

apresenta nenhuma deficiência no aparelho fonador, ou seja, seus órgãos

internos e externos da fala estão intactos, por isso não podem ser

considerados como mudos 1 .

Então por que alguns não falam quase nada ou fala diferente?

Todos os surdos vocalizam, algumas vezes produzem sons mais graves, outras

vezes mais agudos, porém, por não ouvirem, não têm feedbackauditivo 2 .

As pessoas da família ou outros ouvintes3, que convivem com a pessoa surda já

estão mais acostumados com seu tipo vocal, por isso compreendem melhor o

que ele diz.

A oralidade no surdo depende de alguns fatores, entre os quais estão o

momento do aparecimento da surdez , que pode ser pré-lingual, peri-lingual ou pós

lingual4; do grau de surdez, que varia de perda leve, perda moderada, perda

Page 35: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

severa, perda profunda e perda total5; e do estímulo da fala, que quanto mais

precoce, maiores as possibilidades de uma criança com surdez  severa ou

profunda por exemplo desenvolver a oralidade.

Mas, por que Surdo?

Os surdos não se definem como deficientes porque procuram enfatizar o

aspecto cultural e lingüístico da surdez e não a ausência de algo, no caso, da

audição.

A existência de uma comunidade, que se identifica como grupo cultural,

contribuiu para que os estudos sobre a surdez ganhassem espaço no campo

dos estudos culturais. Antes disso, a surdez era exclusivamente objeto dos

estudos médico- terapêuticos.

 1Mudo é a pessoa incapaz de falar, por defeito do aparelho fonador

(dicionário Silveira Bueno); Impossibilitado de falar, por defeito orgânico

ou por acidente; silencioso; calado (dicionário on- line - Priberam); Privado

do uso da palavra por defeito orgânico ou causa psíquica (dicionário

Aurélio).

 2O feedback auditivo é uma expressão para designar um retorno auditivo

que permite o autocontrole da fala.

 3Ouvinte é o termo utilizado pelos surdos para se referirem aos não

surdos.

 4A Surdez Pré-lingual é caracterizada pela total ausência de memória

auditiva, sendo por isso extremamente difícil a estruturação da

linguagem. A Surdez Peri-lingual surge nas crianças que falam mas que

ainda não lêem, situação em que, se não existir um acompanhamento

eficaz, se dá uma rápida degradação da linguagem. A Surdez Pós-lingual

surge quando a criança já fala e lê, não se acompanhando praticamente de

regressão devido ao suporte da leitura.

 5Dependendo do grau de surdez, a prótese auditiva pode ser muito útil na

aprendizagem da fala. Nos casos de perda severa à total, a prótese não

produz muitos efeitos.

 6©Sandra Cristina Malzinoti Vedoato

Page 36: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

As Comunidades surdas e as Línguas de Sinais

Durante muito tempo e até algum tempo atrás, os surdos eram submetidos a duras e

longas sessões de reabilitação da fala nas próprias escolas de surdos, cujo objetivo

era transformar esses alunos num modelo mais próximo possível ao ouvinte.

A língua de sinais foi proibida nas escolas de surdos no final do século XIX e por quase

cem anos, pois, muitos estudiosos da época acreditavam que a língua de sinais

retardaria o desenvolvimento da fala e que contribuiria para a segregação dos surdos,

excluindo-os da sociedade majoritária ouvinte.

Mas as línguas de sinais, que já estavam estruturadas em vários países e era utilizada

pelos surdos para se comunicarem em outros contextos além do espaço escolar,

sobreviveu, principalmente nas associações de surdos.

Até hoje as associações de surdos desempenham um papel fundamental de espaço de

produção cultural e de disseminação da identidade e da cultura surda tendo a Língua

de Sinais como elemento principal e determinante dessa cultura.

Em algumas cidades que não existem associações de surdos, eles costumam se reunir

em locais específicos. Esses encontros podem ser em uma praça, um terminal urbano,

um parque, entre outros.

PARA CONHECER AS ASSOCIAÇÕES DE SURDOS NO BRASIL ACESSE

http://www.cbsurdos.org.br

Segundo Tomaz Tadeu da Silva, autor do livro "Identidade e Diferença" "a identidade e

a diferença são criações sociais e culturais".(p.76)

A identidade surda é criada e fabricada pelas pessoas surdas no convívio com outros

surdos falantes de uma mesma língua.

Os estudos surdos, que se definem como uma ramificação dos estudos culturais,

buscam aprofundar as questões que evidenciam a existência da identidade e cultura

surda, ainda que os surdos estejam inseridos no meio ouvinte.

As comunidades surdas, atualmente, se articulam, assim como outras minorias étnico-

lingüístico-culturais, na luta por reconhecimento lingüístico e por direitos que

garantam sua liberdade de expressão e acessibilidade, facilitando seu

desenvolvimento como ser humano integral e o exercício de sua cidadania.

Page 37: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

O final do século XX e início do século XXI no Brasil têm sido fortemente marcados por

movimentos surdos, resultando em conquistas bastante significativas para as

comunidades.

A foto abaixo ilustra a passeata feita pela comunidade surda de Niterói-RJ, no dia 26

de setembro de 2006.  A passeata com o tema "orgulho surdo" realizada no Dia

Nacional dos Surdos, remete a sociedade a enxergar a surdez com outros olhos,

associando-a a questão da diversidade e da diferença.

PARA SABER MAIS

Veja: http://www.eusurdo.ufba.br/arquivos/estudos_surdos_feneis.doc

Você sabe se na sua cidade existe alguma associação de surdos ou algum local onde

eles se encontram? Tente se informar sobre a realidade dos surdos da sua região e

poste seus comentários no fórum.

Web Aula 2

Título: Métodos de Ensino para Surdos

Na aula 1 desta unidade, vimos que a língua de sinais nunca foi extinta embora

tenha sofrido sérias restrições nas instituições educativas.

No capítulo um do material didático você poderá aprofundar-se melhor sobre a

história da educação de surdos.

O congresso de Milão, em 1880, foi o marco do período denominado por alguns

autores como "período das trevas da pedagogia oralista"

Nesta aula, vamos conhecer algumas características dos métodos utilizados na

educação de surdos e os novos rumos que tem tomado essa educação, bem

como as leis que amparam e respaldam a educação dos surdos no Brasil.

Os cinco modelos educacionais na Educação de Surdos:

ORALISMO COMUNICAÇÃO TOTAL BILINGUISMO PEDAGOGIA DO SURDO MEDIAÇÃO INTERCULTURAL

Oralismo

Page 38: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

"O oralismo percebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada através

da estimulação auditiva". (GOLDFELD, 1997, p.31)

Talvez você pense: "Mas, que mal há em ensinar o surdo a falar a língua padrão do

país, pois, se a maioria das pessoas utiliza esta língua será muito mais fácil o convívio

dele na sociedade".

O problema da filosofia oralista não é este, mas o fato de não aceitar a língua de

sinais como língua natural do surdo e impor a língua oral. É fazer da escola um espaço

de reabilitação da fala, transformando-a em uma clínica fonoaudiológica.

O surdo tem direito de aprender a língua oral escrita ou falada, mas a escola deve

garantir a ele, primeiramente um ambiente lingüístico rico, que favoreça o seu

desenvolvimento integral (social, cognitivo, afetivo, psicomotor,etc) o que as longas

sessões de terapia da fala não permitiam, trazendo sérios prejuízos ao

desenvolvimento da criança surda.

Ainda hoje existem escolas que trabalham na perspectiva de ensino oralista,

apoiando-se em experiências de casos isolados de surdos que conseguiram

desenvolver a fala e se destacarem socialmente. Porém, mesmo nessas escolas não

se pode proibir mais a língua de sinais, pois a legislação vigente não permite tal

medida.

Comunicação Total

O próprio nome é bastante sugestivo, pois a Comunicação Total é um modelo de

educação que utiliza todas as possíveis formas de comunicação como auxiliares no

desenvolvimento da fala, inclusive gestos naturais das crianças surdas, alfabeto

manual, leitura oro-facial 1  e utilização de aparelhos auditivos.

Essa modalidade de educação foi desenvolvida em meados de 1960, após detectado o

fracasso do oralismo puro em muitos sujeitos surdos.

Bilingüismo

A proposta educativa em questão entende que o bilinguismo2 consiste no ensino da

língua oral e língua de sinais separadamente.

Dentro desta proposta de ensino a língua de sinais é reconhecida como língua

materna, natural e primeira a ser adquirida pela criança surda e a língua portuguesa

como uma segunda língua, considerando que por ser majoritária, a aquisição desta

Page 39: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

segunda língua é necessária para que o surdo tenha maior acesso às informações em

geral e melhores condições de convivência no meio ouvinte.

Pedagogia do Surdo

Este modelo pedagógico é aspirado pela comunidade surda, que busca reafirmar sua

identidade e emancipar-se das práticas ouvintistas3 na educação de surdos. Entende a

escola como um espaço de vivências e experiências culturais compartilhadas entre os

sujeitos surdos. A Língua de Sinais deve ser o principal veículo de comunicação e

instrução dos surdos dentro da escola, sem interferências da língua oral. A história da

educação dos surdos e das línguas de sinais passa a compor o conteúdo estruturante

das aulas.

A Pedagogia do Surdo4 valoriza a presença do profissional surdo dentro da escola. A

criança surda, desde a educação infantil, deve estar em contato constante com a

Língua de Sinais, que, irá mediar o processo de desenvolvimento integral dessa

criança.

A ilustração abaixo, mostra o trabalho do professor Alexandre, que é Surdo,

na escola Rio Branco. Ele atua na educação infantil com bebês surdos.

 1 Leitura oro-facial é  a leitura labial associada à visualização de toda a

fisionomia da pessoa que fala, incluindo sua expressão fisionômica e

gestos espontâneos. Leitura labial é a  capacidade de "ler" a posição dos

lábios e captar os sons que alguém está fazendo. É útil quando o

interlocutor formula as palavras com clareza. Porém, é provável que até o

melhor leitor labial adulto só consiga entender 50% das palavras

articuladas (talvez menos). O resto é pura adivinhação. Muitos sons são

invisíveis nos lábios. Por exemplo, a diferença entre as palavras "gola" e

"cola" dependem unicamente dos sons guturais. Outros sons, como "p" e

"m", "d" e "n" e "s" e "z", podem ser facilmente confundidos. Se a pessoa

não souber bem qual o assunto da conversa, terá mais dificuldade de

fazer a leitura labial. Para quem já nasceu surdo, a leitura labial é muito

mais difícil do que para alguém que tinha audição,  pois tem de imaginar

os sons que nunca foram ouvidos.

 2 Bernardino (2000), cita Appel e Muysken  sobre três definições de bilinguismo,

baseados em três autores diferentes: 1) "um bilíngue deve possuir um domínio de duas

ou mais línguas como um nativo" (Bloomfield); 2) "uma pessoa poderia ser qualificada

Page 40: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

como bilíngue se tiver  , além das habilidades em sua primeira língua, algumas

habilidades em uma das quatro modalidades (falar, entender, escrever ou ler) da

Segunda língua"(Macnamara); e 3) ä prática de utilizar duas línguas de forma alternativa.

 3 Ouvintismo: "(...) é um conjunto de representações dos ouvintes, a partir do qual o

surdo está obrigado a olhar-se e narrar-se como se fosse ouvinte". (SKLIAR, 1998, p 15).

 4 "A expressão Pedagogia para surdos foi traduzida por Pedagogia da Diferença, pela

pesquisadora surda, Gladis Perlin (Mestre em Educação de Surdos pela UFRGS, doutora

na mesma linha e Coordenadora do Setor de Educação da FENEIS/RS) quando ministrou

a aula inaugural do Curso de Pedagogia para Surdos em 9/3/02, na UDESC". (MACHADO,

2008, p 75). 

Mediação Intercultural

O procedimento parte do conceito de que: "Todos nós nos localizamos em

vocabulários culturais e, sem eles, não conseguimos produzir enunciações enquanto

sujeitos culturais". ( Hall, 2003, p.83).

Nesse contexto, a cultura ouvinte não serve de parâmetro para o surdo, não regula

mais as ações educativas nas escolas de surdos, mas o outro cultural é indispensável

para afirmação da própria cultura dos sujeitos surdos.

Os três últimos modelos de educação descritos acima são mais recentes, mas todos

valorizam a Língua de Sinais e consideram a necessidade de constituição das

identidades surdas.

Ainda há outras considerações importantes sobre a Educação de Surdos, como a

adoção da prática de letramento para surdos.

Surdez e "Letramento"

Alguns estudos têm apontado para a ineficácia dos métodos de alfabetização no

ensino da língua escrita para surdos, pois eles requerem do alfabetizando a

capacidade de codificação e decodificação de sons. Os surdos, por não ouvirem, têm

dificuldades de fazer associações entre o som e a palavra escrita.

Diante dessas considerações, algumas escolas de surdos estão adotando a prática do

"letramento'.

Page 41: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

O "letramento" visa a uma leitura mais consciente dos textos, considerando o

contexto em que se apresenta, e não a simples decodificação de sons e palavras

isoladas.

Observe a imagem abaixo:

Se os textos trouxerem apenas informações escritas, se apresentarão como grandes

cartas enigmáticas, como comparativamente a leitura desse texto em árabe nos

pareceria.

Porém o processo de letramento envolve a associação entre a linguagem verbal e

não-verbal atribuindo sentidos à escrita, como no exemplo abaixo.

Você é capaz de decodificar essa escrita pela informação visual? O que antes parecia

sem sentido ficou bem mais claro agora, não é?

A partir desse exemplo você pode ter uma noção melhor do que é o letramento para

surdos.

PARA SABER MAIS ACESSE:

http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-educar/educacao-especial/artigos/letamento%20e%20surdez.pdf

SUGESTÃO DE FILMES:

Filhos do Silêncio Seu nome é Jonah

Web Aula 1

Título: Aspectos Lingüísticos da LIBRAS

Page 42: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

As línguas de sinais começaram a ser objeto da linguística3 a partir dos estudos de

William Stokoe, um lingüista escocês que vivia e trabalhava nos Estados Unidos. Em

1955, ele se tornou professor do Departamento de Inglês do Gallaudet College, hoje

conhecida como Gallaudet University. Nessa época, ele ainda não conhecia a Língua

de Sinais Americana (ASL). Ele teve de aprender alguns sinais, que ele usava ao

mesmo tempo em que dava suas aulas em inglês, como a maioria dos outros

professores. Stokoe, logo  percebeu que existia uma diferença entre a sinalização que

ocorria quando um surdo se comunicava com outro, e a que ele usava como

acompanhamento de palavras em inglês, durante suas aulas. A partir daí, ele

começou a observar cuidadosamente a sinalização usada pelos surdos e demonstrou

que aquela sinalização era uma língua autônoma, que seguia uma gramática própria.

Seus estudos revolucionaram a educação de surdos, contribuindo para o

reconhecimento de várias línguas de sinais no mundo todo.

Alfabeto Manual ou Datilologia

É bastante comum ouvir uma pessoa dizer que conhece a língua de sinais, quando, na

verdade o que conhecem é o alfabeto manual da língua de sinais.

Assim como as línguas de sinais, o alfabeto manual não é universal, cada língua de

sinais tem seu próprio alfabeto.

O Alfabeto manual da Libras, teve sua origem ainda no Império. Em 1856, o conde

francês Ernest Huet desembarcou no Rio de Janeiro com o alfabeto manual francês e

alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, foi adaptado e deu origem

ao alfabeto manual da Libras, que temos hoje.

 3 "A lingüística é o estudo científico das línguas naturais e humanas. As línguas naturais podem ser entendidas como arbitrárias e /ou como algo que nasce com o homem". (QUADROS e KARNOPP,2004 p.15)

VAMOS PRATICAR UM POUCO?

O dicionário de LIBRAS, tem um vocabulário bastante amplo, vamos nos fixar, por enquanto, apenas nas letras do alfabeto.

http://www.acessobrasil.org.br/libras/

O alfabeto manual serve para soletrar algumas palavras que não têm sinal próprio, por exemplo nomes de pessoas, cidades, ruas e outros.

Fonologia 4  das Línguas de Sinais 5

Page 43: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Vamos conhecer o esquema lingüístico proposto por Stokoe para a formação dos

sinais. Ele propôs a decomposição dos sinais (ASL), em três parâmetros principais.

Configuração de mão (CM) Ponto de articulação (PA) Movimento da mão (M)

Outros pesquisadores contribuíram para a inclusão de mais dois parâmetros no estudo

das línguas de sinais:

Orientação da mão (Or) Expressões não-manuais (ENM)

 4 Fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um

idioma, do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação

linguística.

 5" Fonologia das línguas de sinais é o ramo da lingüística que objetiva

identificar a estrutura e a organização dos constituintes fonológicos,

propondo modelos descritivos e explanatórios". A fonologia para língua de

sinais  determina quais são as unidades mínimas que formam os sinais e

estabelece padrões possíveis de combinação entre essas unidades, bem

como variações possíveis no ambiente fonológico. (Quadros e Karnopp,

2004. p.47)

A Configuração de mãose refere à forma que a mão assume durante a realização de

um sinal.

Observe essa lista de configurações de mão:

Page 44: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

O ponto de articulação é o lugar onde o sinal é realizado, podendo ser em uma parte do

corpo (bochecha, peito, queixo, etc.), ou no espaço neutro (na frente do corpo).

O estudo do movimento é bastante complexo, envolvem várias categorias, mas, para

entendermos melhor, um movimento pode ser, quanto ao tipo, retilíneo, circular,

semicircular, entre outros.

Orientação é a direção da palma da mão durante a realização do sinal.

As Expressões não -manuais caracterizam-se pelos movimentos da face, dos olhos, da

cabeça ou do tronco.

Veja o exemplo abaixo:

Page 45: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

A junção desses parâmetros dá origem a um sinal da língua de sinais.

A palavra obrigado, por exemplo,  em língua de sinais brasileira, é formada a partir

dos seguintes parâmetros:

CM:

PA: Testa e espaço neutro M:semicircular Or: Palma da mão voltada para o corpo

Veja o exemplo:

Page 46: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

Agora que você entendeu o processo de formação dos sinais em LSB, pode voltar ao

link do dicionário de Libras e se divertir praticando outros sinais, depois compartilhe

sua experiência no fórum.

ATÉ A PRÓXIMA AULA!

Web Aula 2

Título: O Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais (Tils)

Você já deve ter visto, em alguns programas de TV, uma mini-tela no canto da tela

principal com a tradução do programa em LIBRAS.

Como esta:

Na realidade, esta imagem que você vê não é do Brasil. Aqui no Brasil a mini-tela com

o intérprete é bem menor.

Talvez você tenha ficado surpreso da primeira vez que viu, pois o trabalho de

interpretação em Libras não era muito conhecido no Brasil até pouco tempo atrás.

Somente após o reconhecimento da Libras pela lei 10.436, as emissoras de TV

começaram a tomar algumas providências para que o surdo também tivesse acesso

à informação1.

Mas quem é esse profissional?

O papel do Intérprete de Língua de Sinais, em nossa sociedade, muitas vezes é

confundido com o do professor de surdos, principalmente no ambiente escolar.

O intérprete é um profissional bilíngüe, que media a comunicação entre

surdos e ouvintes através da Língua de Sinais para a Língua Oral.

Page 47: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

O intérprete de língua de sinais atua, mediando a comunicação entre a língua de

sinais e as línguas orais em diferentes contextos:

Empresas Hospitais Órgãos Judiciais Escolas Igrejas

 1 No Brasil, a medida mais comum para tornar a informação acessível ao

surdo é a adoção de legendas.

Tradução e Interpretação

Para entendermos melhor o trabalho do tradutor e intérprete de Língua de Sinais

vamos esclarecer alguns conceitos.

Traduzir: transpor de uma para outra língua2. Interpretar: Explicar, esclarecer, representar.

Em língua de sinais utilizamos o termo "tradução" quando há texto escrito envolvido.

A tradução da escrita da língua oral para a língua de sinais é bastante utilizada no

contexto escolar.

Ainda não é muito utilizada a tradução da escrita da Língua Portuguesa para a Escrita

de Sinais3, uma vez que essa última está em processo de estudo e desenvolvimento.

A interpretação de uma língua para a outra, envolve a transmissão de sentidos. Não é

correto interpretar palavra por palavra, pois a estrutura das línguas diferem uma das

outras.  Para uma interpretação mais fiel de uma língua, é necessário conhecer

também a cultura dos povos que a utilizam, pois algumas expressões que existem em

uma língua não existem em outras e precisam ser substituídas.

Por exemplo: Quando alguém espirra...o No Brasil dizemos: "saúde"o Nos Estados Unidos: "God bless you" (Deus te abençoe)4

 2 Dicionário Silveira Bueno

 3 Para saber mais sobre a Escrita de Sinais:http://www.signwriting.org/library/history/hist010.html

 4 Para ver outros exemplos acesse: http://www.sk.com.br/sk-idiom.html

Em "A maneira de bem traduzir de uma língua para outra" (1540), Dolet estabeleceu

cinco princípios para o tradutor:

Page 48: Texto   educação inclusiva e língua brasileira de sinais - libras

1. o tradutor deve entender perfeitamente o sentido e a matéria do autor a ser traduzido;

2. o tradutor deve conhecer perfeitamente a língua do autor que ele traduz; e que ele seja igualmente excelente na língua na qual se propõe traduzir;

3. o tradutor não deve traduzir palavra por palavra;4. o tradutor deve usar palavras de uso corrente;5. o tradutor deve observar a harmonia do discurso.

Atualmente, no Brasil, os Tradutores/intérpretes de LIBRAS, têm se organizado em associações para regularizarem mais rápido a profissão. Existem também alguns Códigos de Ética do profissional Intérpete de Língua de Sinais. O mais conhecido é o da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos- FENEIS. Para conhecer acesse:

portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf

LEITURA COMPLEMENTAR:

QUADROS, Ronice Müller de. O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa . Brasília: MEC/SEESP, 2001.

KELMAN, C.A. Os diferentes papéis do professor intérprete. Espaço: informativo técnico-científico do INES - apilms.org. Jul-Dez 2005. Disponível em:http://www.apilms.org/menu/downloads/espaco_interpretes03.pdf

DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005 .

ALGUNS SITES SOBRE TRADUÇÃO

www.cadernos.ufsc.br http://www.instituto-camoes.pt/cvc/olingua/05/index.html www.intralinea.it http://www.erudit.org/revue/meta/ http://www.machadodeassis.org.br/