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    O FRUTO DO ESPRITO COMO PRINCPIO NORTEADOR DAS EMOES NA VIDA

    CRIST1

    SANTIAGO, Glairton de Moraes

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    RESUMO

    O presente ensaio busca examinar os aspectos emocionais, bem como as suas

    influencias na vida crist. Parte do princpio de que a emoo um fenmeno natural na

    estrutura do homem, portanto afetada pelo pecado. A partir da, o ensaio ressalta a

    importncia do crente buscar, em Deus, os recursos para que suas emoes no assumam a

    posio de maior influncia em sua experincia religiosa e em sua vida, de um modo geral. ,

    Destaca tambm, o fato do homem ter habilidades racionais, portanto capacidade de avaliar,

    conscientemente suas emoes, e as motivaes dessas emoes. apresentado, tambm o

    desafio do homem ps-moderno na busca da verdade, em um tempo que rejeita os absolutos.

    Como resposta, aponta o "fruto do Esprito" mencionado em Glatas 5, como princpio

    revelado por Deus. Finalmente, destaca a importncia do conhecimento das Escrituras, como

    garantia de um verdadeiro conhecimento da vontade de Deus acerca, no somente dos

    fenmenos emocionais, mas, de tudo o que envolve a vida do cristo em sua busca por

    santidade.

    PALAVRAS-CHAVE

    Antropologia; Emoes; Fruto do Esprito; Esprito Santo; Santidade.

    1 INTRODUO

    Inclinar o olhar para o homem na busca por uma compreenso mais profunda de

    sua natureza em todas as suas caractersticas e expresses no algo recente e, assim comosempre foi, continua sendo tarefa desafiadora. E quando olhamos para ns mesmos,

    acrescentado ao desafio, o fato de termos uma predisposio favorvel ou no, para um olhar

    mais profundo e imparcial. Torna-se, ainda, um desafio ainda maior, quando o foco desse

    olhar est nos aspectos subjetivos como o pensamento e as emoes.

    1Ensaio acadmico apresentado disciplina de Teologia Sistemtica II, ministrada pelo Prof. Rev. Francisco

    Macena, semestre 2013.2.2Bacharelando em Teologia na Escola Teolgica Charles Spurgeon.

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    Neste sentido, de fundamental importncia para o cristo, uma mnima

    compreenso acerca de si mesmo, e, em particular, ao que se refere s suas emoes, pois

    estas assumem uma posio de grande influncia na construo dos seus padres de

    pensamento, em suas tomadas de decises, em suas aes e, consequentemente, no modo

    como o mundo visto, interpretado e vivenciado. , portanto, um forte elemento constitutivo

    de sua cosmoviso (FERREIRA, 2007, p. 5).

    Assim, sabendo das vrias reas do conhecimento que se empenham no estudo do

    ser humano, e que, cada rea vem desempenhando seu papel tanto na produo do

    conhecimento como na estruturao deste ao longo da histria, pretendemos, neste ensaio,

    desenvolver uma reflexo, de forma sucinta, sem ser exaustivo, acerca dos aspectos

    emocionais na vida do cristo tendo, como principal referencial norteador da reflexo, o

    "fruto do Esprito" mencionado em Glatas 5.

    2 DESENVOLVIMENTO

    2.1 O HOMEM E AS EMOES

    Para chegarmos anlise das emoes na experincia crist, faz-se necessrio,

    em primeiro lugar, definirmos que conceito de emoo ser utilizado e onde se localizam asemoes na constituio do homem. A partir de ento, ser feita uma explanao sobre as

    experincias emocionais em termos de estarem conformadas ou no com o ensino bblico

    sobre o fruto do Esprito.

    Rodge (2001, p.517) atribui o fenmeno emocional mente, e afirma a existncia

    de uma inter-relao de dependncia entre o corpo fsico e a mente. Do mesmo modo, afirma

    que ambos, atuam mutuamente sobre si e compem uma unio vital. Ainda referindo-se

    constituio do homem, ele pontua que: " de grande importncia a doutrina bblica da

    natureza do homem como um esprito criado em unio vital com um corpo organizado,

    consistindo, pois, em dois, e somente dois, elementos ou substncias, matria e mente" (Ibid.

    p. 518).

    Partindo dessa premissa de que o homem constitudo de matria e mente,

    Edwards (1993, p.27) afirma que:

    Todas as nossas emoes afetam nosso corpo. Isso resulta da ntima unio entrecorpo e alma, carne e esprito. No surpreende, ento, que fortes emoes tenhamgrande efeito no corpo. Entretanto, emoes fortes podem ser de origem natural ou

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    espiritual. A presena de consequncias corporais no prova que as experinciassejam simplesmente naturais ou verdadeiramente espirituais.

    Temos a, ento, um bom ponto de partida para pensarmos nas emoes, no

    apenas como algo meramente abstrato e dissociado do restante da estrutura constitutiva dohomem, mas entendendo que o fenmeno emocional elemento integrante da experincia de

    vida humana como um todo. Mas

    Segundo Edwads (Ibid. p. 12), as "emoes so as aes mais vivas e intensas da

    inclinao da alma e da vontade". Por esta razo, podemos dizer que o homem em sua

    condio cada, tem, tambm, suas experincias emocionais comprometidas pelo pecado,

    Tornando-se, portanto, vulnervel s inclinaes meramente carnais e mundanas.

    Edwards (Ibid. p.15), ainda se referindo s emoes, atribui a estas a causa de

    nossas aes. Ele diz que: "Deus, que nos criou, no s nos deu emoes, porm f-las a

    prpria causa de nossas aes. No tomamos decises ou agimos, exceto se o amor, o dio, o

    desejo, o medo ou alguma outra emoo, nos influenciar. Isso se aplica tanto a assuntos

    seculares como aos espirituais".

    2.2 AS EMOES AFETADAS PELO PECADO

    Olhando por este ngulo, percebemos a clara necessidade de um princpio

    regulador, que no somente requalifique as emoes humanas, mas, que seja o agente

    propulsor de emoes no escravizadas pelo pecado. Pois do contrrio, o homem, por no ter

    em si mesmo os recursos necessrios para redirecionar seus afetos, permaneceria refm

    daquilo que originado em seu corao que mais enganoso do que todas as coisas (Jr 17:9).

    Calvino (2006, p. 144) a esse respeito escreveu:

    Ora, o homem em seu apetite natural no discerne pela razo conforme a excelnciada sua natureza imortal o que deve buscar, e no o considera mediante o exerccio daverdadeira prudncia. Mas, sem a razo e sem o seu conselho ele segue omovimento ou os motivos da sua natureza como os animais.

    Comparando o homem natural com o cristo Lloyd-Jones (1991, p. 189), tambm

    assevera:

    O homem natural vtima do seu temperamento, dominado e dirigido por ele. por isso, que tantas vezes, outras pessoas acham difcil conviver com ele. Ele nopode dominar o seu gnio; ele perdoa e esquece num momento, e no se d conta

    dos males que causou durante os acessos de paixo. Quanto ao cristo, seutemperamento no mudou; mas ele pode dominar o seu temperamento, devedomin-lo e estar alerta e vigilante contra ele. No permite que o diabo entre e o faa

    pensar que os seus problemas sempre so puramente espirituais.

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    O caminho neste sentido seria uma constante avaliao do que ocorre em nossos

    pensamentos e de que forma esses pensamentos desencadeiam reaes fsicas, ou emocionais

    independentemente de que tipo. imprescindvel uma interveno divina neste processo, para

    que o orgulho, a vaidade e at mesmo um falso sentimento de autossuficincia no ocupem o

    lugar de juiz.

    Piper (2011, p.41), chama a ateno para a importncia de um pensar submisso

    Palavra, associado a uma vida de comunho com Deus. A esse respeito ele diz:

    Pensar, sem orao, sem o Esprito Santo sem obedincia e sem amor ensoberbecere destruir (1 Co 8.1). Mas o pensar em submisso poderosa mo de Deus, o

    pensar saturado de orao, o pensar guiado pelo Esprito Santo, o pensar vinculado Bblia, o pensar em busca de mais razes para louvar e proclamar as glrias deDeus, o pensar a servio do amor - esse pensar indispensvel em uma vida de

    pleno louvor a Deus.

    Esse modo de pensar requer um referencial, e ai que a Palavra de Deus assume a

    posio que lhe devida na vida do cristo. Pois no h outro meio de sabermos a verdadeira

    vontade do Pai seno por meio dele mesmo. Temos, portanto, nas Escrituras as diretrizes para

    uma avaliao segura e transformadora, que nos leva a um estado de humilhao e total

    dependncia do Senhor. Piper (2011, 0.176), refora a importncia do estudo das Escrituras

    que foram inspiradas pelo Esprito Santo a fim de revelar os mistrios de Deus.

    Shaeffer (2009 p.151), tratando sobre a revelao de Deus ao homem, escreveu:

    Deus no comunicou ao homem apenas coisas acerca do cosmos e da histria, mastambm acerca de si mesmo. E os atributos de Deus assim comunicados sosignificativos para Deus o autor da comunicao, bem como para o homem, que odestinatrio desta comunicao. O que Deus revelou acerca dos seus atributos no significativo somente aqui em baixo no nvel antropolgico. A linha da antropologiano um cu lmpido acima das nossas cabeas, que no pode ser penetrado. ODeus que falou conosco no o infinito que no podemos conhecer localizado bemacima da linha. O Deus que criou o homem sua prpria imagem comunicou

    verdadeiras verdades sobre si mesmo.

    Alem disso, existe a realidade da falibilidade humana e sua tendncia de dar s

    suas experincias todo o crdito pelo conhecimento da verdade. Edwards (1993, p. 38)

    adverte que:

    Somente as Escrituras so o nosso guia infalvel para o crente e a prtica religiosa.No nos dizem que estamos salvos se tivermos experincias em determinada ordem.A Palavra de Deus promete salvao somente queles que recebem a graa de Deuse produzem seus frutos. Nunca promete salvao queles que sentem grandeconvico do pecado e medo do inferno, seguidos por grande alegria e segurana. O

    que as Escrituras dizem deveria ser o suficiente para os cristos; nossa confiana na Palavra de Deus, no em nossas prprias ideias.

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    Ressaltando a incapacidade humana de caminhar de forma reta, sem a interveno

    de Deus, Calvino (2006. p. 82) diz que:

    [...] quem se examina bem, segundo a regra do juzo de Deus no encontra nada quepossa elevar o seu corao, em termos de um bom compromisso de f. E quantomais profundamente se examina, mais abatido fica, ao ponto de se sentircompletamente esvaziado de toda esperana, no lhe restando nada com que possaestabelecer retamente a sua vida.

    Percebemos ai, que a fragilidade humana uma realidade, e que somente por

    intermdio do prprio Deus podemos conhecer a ns mesmos, segundo o que Ele mesmo

    revelou a nosso respeito. As experincias emocionais na vida do cristo, portanto, esto no

    mesmo plano em que esto todas as outras reas de sua vida, no que tange orientao da

    Palavra de Deus. impossvel para o verdadeiro cristo viver segundo sua prpria sabedoria,pois esta sabedoria terrena, sempre o levar para a direo oposta ao que est perfeitamente

    alinhada com a vontade de Deus.

    2.3 O HOMEM PS-MODERNO E AS EMOES

    Naturalmente, no tarefa simples tratar de aspectos subjetivos como as

    emoes, uma vez que cada um de ns tem consolidado um entendimento de si mesmo e do

    mundo, a partir de experincias particulares e reais acumuladas ao longo da vida. Lloyd-Jones

    (1991, p.171) afirma que "[...] nos domnios da experincia estamos tratando de algo que

    quase inteiramente subjetivo e que interessa aos nossos sentimentos, s nossas emoes, s

    nossas condies pessoais, s nossas disposies".

    E quando levamos em considerao a assimilao dos conceitos ps-modernos no

    que tange ao conhecimento da verdade, a situao se torna ainda mais delicada, pois o

    relativismo pluralista, que domina o cenrio das ideias na ps-modernidade, nega a

    possibilidade de um nico caminho e a possibilidade de regras fixas (MEISTER, 2006).

    Granconato (2013), apresentando uma definio de ps-modernidade, esboa de

    forma sucinta e objetiva o contexto em que vive o homem atual. Ele explica que:

    Ps-modernidade a expresso usada para descrever os ltimos trinta ou quarentaanos, fase em que o homem ocidental desistiu da busca racional da verdade,afirmando que ela mltipla e subjetiva. Segundo a viso ps-moderna, cadaindivduo tem a sua verdade particular, sendo todas as concepes existentesigualmente vlidas e dignas do respeito de todos.

    Incorre que ao se voltar para si no intuito de se avaliar, a tendncia comum dohomem ps-moderno tentar proteger a sua experincia de qualquer categorizao que a

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    venha a desqualificar em seu carter moral, tico e consequentemente espiritual. Segundo,

    Lloyd-Jones (1991, p. 171): "A verdade subjetiva, da experincia, tem que ver pessoalmente

    conosco, de modo que nos protegemos e nos guardamos, e o resultado que fica muito mais

    difcil reconhecermos o que est acontecendo conosco".

    Mas, na vida do verdadeiro cristo, a Palavra de Deus representa a verdade

    absoluta sobre a qual alicerada toda a vida. Agostinho (1994, p. 64) escreveu que:

    O verdadeiro cristo tem uma convico slida e efetiva da verdade do evangelho.No hesita mais entre duas opinies. O evangelho deixa de ser duvidoso ouprovavelmente verdadeiro, tornando-se estabelecido e indiscutvel em sua mente. Ascoisas grandes, espirituais, misteriosas e invisveis do evangelho influenciam seucorao como realidades poderosas. Ele no tem simplesmente uma opinio que

    Jesus seja o Filho de Deus; Deus abre seus olhos parav

    er

    que este o caso. Quantos coisas que Jesus ensina sobre Deus, a vontade de Deus, a salvao e o cu, ocristo tambm sabe que so realidades indubitveis. Tm, assim, uma influncia

    prtica em seu corao e em seu comportamento.

    2.4 O FRUTO DO ESPRITO E AS EMOES

    neste ponto do entendimento que vemos a clara necessidade de termos uma

    diretriz e um referencial para qualificarmos nossas experincias emocionais, tendo em vista a

    reconhecida importncia e influencia que nossas emoes assumem em nossa vida. Ainda

    pensando nestes termos, devemos levar em considerao as inclinaes da natureza humana

    para o pecado, sendo indispensvel portanto, para o cristo, "andar no Esprito" para no

    buscar satisfazer essas inclinaes para o pecado. Granconato (2008, p.116), a esse respeito

    explica que:

    O significado bsico desta expresso, como j sugerido, um caminhar em que oindivduo permite que o Esprito de Deus controle suas reaes e guie a sua vontade.O homem que se dispe a isso diz "no" para suas inclinaes pessoais e "sim" paraas orientaes do Esprito de Deus.

    Este o ensino que o apstolo Paulo apresenta no captulo 5 de sua carta aos

    Glatas, exortando os irmos a viverem de maneira a agradar a Deus sem dar vazo s

    inclinaes pecaminosas do pensamento, vontade e das emoes, ou seja, a no dar vazo

    para as inclinaes da nossa humanidade no regenerada. Paulo chama os atos consequentes

    dessa inclinao pecaminosa, de obras da carne e adverte que quem pratica tais coisas no

    herdam o reino de Deus (Gl 5:16-21).

    Em oposio s obras da carne, Paulo coloca o fruto do Esprito que consiste em

    nove caractersticas ou atitudes piedosas que acompanham a vida daqueles que pertencem aDeus pela f em Jesus Cristo e possuem o Esprito Santo. Assim diz o apstolo Paulo em

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    contraposio s suas afirmaes acerca das obras da carne: "Mas o fruto do esprito : amor,

    alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansido, domnio prprio.

    Contra estas coisas no h lei" (Gl 5:22-23). Sobre isso, Guthrie (2008, p. 178), comenta que:

    [...] a mudana de "obras" para "fruto" importante porque remove a nfase doesforo humano. A linguagem figurada que ele emprega especialmente sugestiva

    para transmitir a ideia de crescimento espiritual, em notvel contraste com adeteriorao que segue as atividades da carne.

    John MacArthur (2010, p. 1595) comentando os versculos 22 e 23 do captulo 5

    de Glatas, apresenta cada uma das nove caractersticas mencionadas, com seguintes

    definies:

    Amor. Uma das diversas palavras gregas para amor, gape, o amor voluntrio,referindo-se no afeio emocional, atrao fsica, ou lao familiar, mas aorespeito, devoo e afeio que condiz ao servio voluntrio e altrusta. Alegria.Uma felicidade baseada nas promessas divinas imutveis e nas realidadesespirituais. [...]. Paz.A calma interior que resulta da confiana no relacionamentode proteo entre uma pessoa e Cristo. [...]. Longanimidade. A pacinciarelacionada habilidade de suportar as injustias infligidas por outros e a disposiode aceitar as situaes irritantes e dolorosas [...]. Benignidade. Terna preocupao

    pelos outros, refletida no desejo de tratar os outros com gentileza, exatamente comoo Senhor trata a todos os cristos [...]. Bondade. A excelncia moral e espiritualmanifestada na efetiva bondade [...]. Fidelidade. Lealdade e confiabilidade [...].Mansido. [...] a atitude humilde e bondosa que pacientemente submissa emtoda ofensa, ao mesmo tempo sem o desejo de vingar-se ou dar o troco. [...].

    Domnio prprio. Diz respeito a refrear as paixes e os desejos [...].Como podemos perceber, somente o Esprito Santo pode operar no homem essas

    virtudes, e exatamente por isso que o cristo deve buscar discernir se suas emoes esto

    alinhadas com essas caractersticas ou se so resultantes de esforos humanos. Horton (1999,

    p. 157), diz que "[...] ns tendemos a associar a obra do Esprito com nossa prpria

    experincia pessoal ao invs de associa-la ao seu papel prprio como o doador da vida e

    iluminador das Sagradas Escrituras". Portanto, essa passagem, da bblia oferece claros

    parmetros para julgarmos, alm das emoes em si, as causas dessas emoes.

    Edwards (1991, p.175), relaciona as emoes com a experincia religiosa,

    entretanto adverte que: "Se a experincia no a experincia do Deus vivo e verdadeiro,

    mediante Seu Filho que veio a este mundo para viver, morrer e ressuscitar para no-la dar, se

    no mediada pelo Esprito Santo, no uma genuna experincia crist".

    importante ressaltarmos que no estamos propondo uma padronizao das

    experincias espirituais, no sentido de que o homem no tenha personalidade e

    individualidade, pois, como bem sabemos, "[...] existem experincias espirituais de muitos

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    tipos e ns no devemos tentar estereotip-las, insistindo para que todo mundo vivencie

    exatamente a mesma experincia". (STOTT, 1996, p.48).

    No entanto, apontamos sim para a busca de uma vida em santidade onde as

    emoes reflitam uma genuna espiritualidade crist evidenciada por um corao regenerado e

    transformado pelo poder de Deus. Para esse fim, Lowson (2010, p. 89), apresenta a

    necessidade de um compromisso com Deus, asseverando que:

    Cada crente que deseja buscar a santidade compromete-se na luta contra o pecado. Asantificao uma guerra contnua contra o mundo, a carne e o diabo, para ganhar a

    piedade, que superior a tudo. Isso exige de cada soldado cristo um compromissosincero. A vitria nunca vir se voc no travar uma guerra no campo de batalha deseu corao.

    Gundry (2006, p.70) tambm falando sobre santidade diz que:Santificando-nos, Deus no est nos concedendo poderes e capacidades totalmentediferentes dos que j tnhamos. Antes, ele nos permite usar de forma correta, no deforma pecaminosa, os dons que nos concedeu. A santificao nos capacita a pensar,desejar e amar de forma que glorifique a Deus, isto , a pensar no que Deus pensa desi mesmo e a fazer o que se harmoniza com sua vontade.

    A vida do cristo como um todo precisa estar disposta neste caminho de

    perseverana em santidade, para que reflita no somente emoes genuinamente conformadas

    vontade de Deus, mas, que glorifique a Deus em tudo, evidenciando frutos de uma vida

    piedosa.

    3 CONSIDERAES FINAIS

    A jornada crist em si mesma representa um grande desafio para o homem, uma

    vez que segue uma direo completamente oposta a do mundo. Nesse caminho, o cristo pode

    encontrar atraentes "atalhos" que so, na verdade, armadilhas perigosas. Um desses atalhos

    a prpria experincia emocional que a grande maioria tem postulado como principal garantia

    da presena de Deus na vida do crente. E na busca desenfreada por experincias emocionais,muitos cristos tem se perdido em labirintos sem sada, permeados pelo misticismo e rituais

    antibblicos, e nem sequer percebem que esto perdidos e cada vez mais afastados de Deus.

    Cabe a cada um de ns, portanto, buscar com zelo os princpios que seguramente

    levam a uma vida santa e alinhada com a vontade de Deus, em todos os sentidos. E buscar no

    Senhor, condies para que venhamos evidenciar o fruto do Esprito.

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    REFERNCIAS

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    CALVINO, Joo. As institutas da religio crist: edio especial com notas para estudos e

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    EDWARDS, Jonathan. A genuna experincia espiritual. So Paulo. Publicaes EvanglicasSelecionadas, 1993.

    FERREIRA, Franklin. Teologia Sistemtica: uma anlise histrica, bblica e apologtica parao contexto atual. So Paulo. Vida Nova, 2007.

    GRANCONATO, Marcos. A essncia do evangelho de Paulo: uma anlise da epstola aosGlatas. So Paulo. Arte Editorial, 2008.

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    GUTHRIE, Donald. Glatas: introduo e comentrio. So Paulo. Vida Nova, 2008.

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