Texto Guia Aula 10

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Dr. MIGUEL RIET CORREA Jr. SETOR DE EDUCAÇÃO PERMANENTE HU FURG PROF. Dr. EDAIANE BARROS ROTINAS NO BC: MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSICOS QUE COMPÕEM AS SALAS DE CIRURGIA E RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA: COMPLICAÇÕES E DESCONFORTOS NO PÓS-OP; ROTINAS DE LIMPEZA DA SALA DE CIRURGIA (aula 10) O Centro Cirúrgico é definido como uma área complexa e de acesso restrito. É composto por uma série de dependências interligadas, a fim de proporcionar ótimas condições à realização do ato anestésico-cirúrgico. Deve ser um local de fácil acesso as unidades de pacientes. Zoneamento do Centro Cirúrgico O Centro Cirúrgico é considerado pelas Portarias nº 1884/94 e 930/92 e atualmente pela RDC 307 como área crítica/restrita, ou seja, ambiente em que existe risco aumentado de transmissão de infecção pelos procedimentos ali realizados. Área Crítica/Restrita Entendida como a que tem limites definidos para a circulação de pessoal e equipamentos, com rotinas próprias para o controle e manutenção da assepsia. Privativa do pessoal vestido com o uniforme privativo, gorro ou touca, protetores de calçados (abolidos em algumas instituições) e especialmente a máscara cirúrgica, com rígido controle de trânsito e assepsia. Exemplos: Sala de cirurgia, área de lavabo e corredor intersalas. Área Semi-Crítica/Semi-Restrita Permite a circulação de pessoal e equipamentos de modo a não interferir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia da área restrita. Exemplos: Sala de recuperação anestésica, recepção de pacientes e expurgo. Área Não Crítica/Não restrita Área de circulação livre no ambiente interno do CC, não precisa de uniforme privativo. Exemplos: Corredor de entrada, vestiários e secretaria. Equipamentos da sala de operação/Acessórios móveis Aparelho de Anestesia; Aspirador Portátil elétrico; Banco Giratório; Balde para Lixo; Bisturi Elétrico; Carro abastecedor (compressa, campos e aventais, cuba rim, entre outros); Carro de Medicamentos; Coxins; Escada com Dois Degraus; Foco Auxiliar; Mesa de Operação com todos os acessórios (arco de narcose, ombreiras, suporte laterais, porta-coxa, munhequeiras, colchonetes em espuma); Mesa Auxiliar para acondicionar pacote de aventais; Mesa de Mayo; Mesa para Instrumental Cirúrgico; Suporte de Braço; Suporte de Hamper; Suporte de Soro. Equipamentos da sala de operação/Acessórios fixos Foco Central; Negatoscópio; Painel de Gazes Medicinais e monitor multiparamétrico. Recursos Materias do Centro Cirúrgico Material Esterilizado: aventais, compressas, campos e instrumentais; Fios de sutura: absorvíveis, não absorvíveis e sintéticos; Soluções; Medicamentos e Impressos. Sala de Recuperação Anestésica A sala de recuperação anestésica é um setor do CC, onde são dispensados cuidados intensivos no pós-operatório e pós-anestesia imediatos. Nela se proporcionam suporte ao paciente durante os estágios de reversão da anestesia até que o paciente esteja consciente, com seus reflexos protetores e seus sinais vitais estáveis. Durante este período o paciente é monitorizado e na vigência de alguma complicação secundária à anestesia, se fará a correção imediata.

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CURSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIOANL - Texto Guia Aula 10

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Dr. MIGUEL RIET CORREA Jr.

SETOR DE EDUCAÇÃO PERMANENTE HU FURG PROF. Dr. EDAIANE BARROS

ROTINAS NO BC: MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSICOS QUE COMPÕEM AS SALAS DE

CIRURGIA E RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA: COMPLICAÇÕES E DESCONFORTOS NO PÓS-OP;

ROTINAS DE LIMPEZA DA SALA DE CIRURGIA (aula 10)

O Centro Cirúrgico é definido como uma área complexa e de acesso restrito. É composto por

uma série de dependências interligadas, a fim de proporcionar ótimas condições à realização do ato anestésico-cirúrgico. Deve ser um local de fácil acesso as unidades de pacientes.

Zoneamento do Centro Cirúrgico

O Centro Cirúrgico é considerado pelas Portarias nº 1884/94 e 930/92 e atualmente pela RDC 307 como área crítica/restrita, ou seja, ambiente em que existe risco aumentado de transmissão de infecção pelos procedimentos ali realizados. Área Crítica/Restrita

Entendida como a que tem limites definidos para a circulação de pessoal e equipamentos, com rotinas próprias para o controle e manutenção da assepsia. Privativa do pessoal vestido com o uniforme privativo, gorro ou touca, protetores de calçados (abolidos em algumas instituições) e especialmente a máscara cirúrgica, com rígido controle de trânsito e assepsia.

Exemplos: Sala de cirurgia, área de lavabo e corredor intersalas. Área Semi-Crítica/Semi-Restrita Permite a circulação de pessoal e equipamentos de modo a não interferir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia da área restrita. Exemplos: Sala de recuperação anestésica, recepção de pacientes e expurgo. Área Não Crítica/Não restrita

Área de circulação livre no ambiente interno do CC, não precisa de uniforme privativo. Exemplos: Corredor de entrada, vestiários e secretaria. Equipamentos da sala de operação/Acessórios móveis Aparelho de Anestesia; Aspirador Portátil elétrico; Banco Giratório; Balde para Lixo; Bisturi Elétrico; Carro abastecedor (compressa, campos e aventais, cuba rim, entre outros); Carro de Medicamentos; Coxins; Escada com Dois Degraus; Foco Auxiliar; Mesa de Operação com todos os acessórios (arco de narcose, ombreiras, suporte laterais, porta-coxa, munhequeiras, colchonetes em espuma); Mesa Auxiliar para acondicionar pacote de aventais; Mesa de Mayo; Mesa para Instrumental Cirúrgico; Suporte de Braço; Suporte de Hamper; Suporte de Soro. Equipamentos da sala de operação/Acessórios fixos Foco Central; Negatoscópio; Painel de Gazes Medicinais e monitor multiparamétrico. Recursos Materias do Centro Cirúrgico Material Esterilizado: aventais, compressas, campos e instrumentais; Fios de sutura: absorvíveis, não absorvíveis e sintéticos; Soluções; Medicamentos e Impressos.

Sala de Recuperação Anestésica

A sala de recuperação anestésica é um setor do CC, onde são dispensados cuidados intensivos no pós-operatório e pós-anestesia imediatos. Nela se proporcionam suporte ao paciente durante os estágios de reversão da anestesia até que o paciente esteja consciente, com seus reflexos protetores e seus sinais vitais estáveis.

Durante este período o paciente é monitorizado e na vigência de alguma complicação secundária à anestesia, se fará a correção imediata.

Equipamentos e materiais básicos de uma SRA Equipamentos Básicos: duas saídas de oxigênio com fluxômetros; uma saída de ar comprimido; uma fonte de aspiração a vácuo; um foco de luz; tomadas elétricas de 110 e 220 volts; monitor cardíaco; oxímetro de pulso; esfignomanômetros. Equipamentos e materiais de suporte respiratório

Ventiladores mecânicos; máscaras e cateteres para oxigênio; sondas para aspiração; carrinho de emergência. Equipamentos e materiais de suporte cardiovascular

Equipos de soro e transfusão; Equipos de medida de PVC. Outros Materiais Pacote de cateterismo vesical; Sondas vesicais de demora; Pacotes de curativos; Bolsas coletoras para drenos e ostomias; Gazes, algodão e fitas adesivas; Frascos e tubos de coleta de sangue; Medicamentos e soros; Soluções desinfetantes e antissépticas;

Cuidados e complicações pós-operatórias

O paciente psicologicamente bem adaptado, cujos sistemas orgânicos principais funcionam segundo suas necessidades, como nutrição, balanços hidroeletrolítico e acidobásico normal, geralmente tolera uma intervenção cirúrgica.

Dor pós-operatória

A presença da dor no pós-operatório dificulta a mobilização ativa, restringe o esforço para a tosse produtiva, leva à hipoventilação e compromete o estado geral do paciente operado. Geralmente é mais intensa nas primeiras 24 a 36 horas, sendo que na maioria dos casos já se observa melhora nas primeiras 48 horas. Fatores que favorecem a infecção Nas primeiras 48 horas de pós-operatório pode-se observar elevação da temperatura até 38ºC consequente à elevação do metabolismo e ao trauma cirúrgico. Do terceiro ao sexto dia da cirurgia deve-se pensar em infecção de cateteres vasculares, infecção urinária ou incisional, peritonite localizada ou generalizada, além de tromboflebite de membros inferiores. Do sexto ao décimo dia surgem como complicações sépticas, causadoras de febre, os abscessos incisionais e as coleções purulentas. Os fatores sistêmicos que favorecem o surgimento de infecção cirúrgica são: desnutrição, obesidade, presença de infecção concomitante em outro local do corpo, depressão da imunidade, uso de corticosteroides e citotóxicos, diabete melito, hospitalização prolongada e doenças debilitantes como neoplasias. Aparelho Respiratório As complicações pulmonares são as mais comumente observadas no período pós-operatório devido ao fato de frequentemente de alguns pacientes apresentarem aumento de volume da secreção brônquica, diminuição da atividade ciliar do epitélio e tendência a acúmulo de secreções. Atelectasia É a complicação pulmonar mais comum no pós-operatório. Surge habitualmente nas primeiras 48 horas, sua ocorrência deve ser suspeitada pela verificação de febre, taquipnéia e taquicardia neste período. Embolia Pulmonar É complicação mais frequente no pós-operatório de indivíduos imobilizados por longo período de tempo, nos idosos, nas cirurgias pélvicas e do colo do fêmur, nos cardiopatas, nos obesos, em pacientes com história de acidentes tromboembólicos e naqueles apresentando insuficiência venosa periférica. Problemas Diversos Problemas diversos são constituídos por sintomas ou sinais isolados que identificam ou representam o início de uma síndrome clínica pós-operatória. Dor

A ferida cirúrgica não é espontaneamente dolorosa após 48 horas do ato cirúrgico. Quando o paciente se queixa de dor é judicioso acreditar nele. A dor é subjetiva e o seu limiar é imensurável. É importante um cuidadoso exame, antes de medicá-lo com analgésicos. Cefaleia

É a mais frequente complicação de uma raquianestesia. Excluídos outros fatores etiológicos, deve ser feita generosa reposição volêmica e endovenosa.

Soluço

Desagradável complicação cirúrgica determinada por irritação frênica, pequena quantidade de CO2 ou acidose respiratória.

Dispneia

De imediato pensar na possibilidade de pneumopatia aguda ou no inicio de uma complicação cardíaca.

Febre

Evolução habitual da doença pós-operatória ou indício precoce de uma infecção aguda. Até 48 a 72 horas pode ser consequente apenas à reação à agressão cirúrgica.

Tosse:

Exacerba a dor após laparotomia pode provocar evisceração e evidencia uma complicação do sistema respiratório.

Vômito

Habitual nas primeiras horas de pós-operatório. A realimentação oral precoce é uma importante causa de vômito. Antes da administração de um anti-emético, pensar na possibilidade de obstrução mecânica do tubo digestivo.

Oligúria

O débito urinário na faixa de 30 a 50 ml por hora, com densidade satisfatória, constitui importante evidência de funções cardiovascular e renal satisfatórias.

Em resumo, a reavaliação sistemática do paciente cirúrgico permite o diagnóstico precoce e a

intervenção rápida, passos fundamentais para o sucesso do tratamento das complicações pós-operatórias.

Finalidades do serviço de higienização e limpeza

A principal finalidade do Serviço de Higienização e Limpeza é preparar o ambiente, manter a ordem, proporcionando maior segurança favorecendo o bom desempenho das ações a serem desenvolvidas, melhorando assim, a qualidade dos serviços. O Serviço de Higiene e Limpeza tem como principais finalidades:

Manter o ambiente limpo; Prevenir infecções hospitalares; Conservar equipamentos; Prevenir acidentes de trabalho.

Princípios básicos para a limpeza:

De cima para baixo; Do mais distante para o mais próximo; De dentro para fora; da enfermaria;

De trás para frente, sentido único.

Rotinas de limpeza da sala de cirurgia Limpeza Concorrente É realizada após término de cada cirurgia, é feita pela enfermagem, envolve as tarefas de retirada do material sujo da sala, cuidados com cânulas e frascos de secreções e roupas sujas. A limpeza deve abranger piso e mobiliário utilizados na Cirurgia. Procedimento

Separar material descartável e não descartável. Atenção especial com material pérfurocortante que deverá ser descartado em recipiente resistentes e devidamente identificado;

Encaminhar ao expurgo material para serem lavados; Recolher toda roupa suja e colocá-la no hamper e encaminhá-la para a lavanderia; Limpar com pano úmido com água e sabão, passar álcool a 70% em todo o equipamento.

Limpeza Terminal

É a limpeza realizada diariamente após a última cirurgia programada do dia. Envolve todos os procedimentos de limpeza concorrente acrescentando a limpeza de todos mobiliários, equipamentos e piso, lavabo, macas.

Sala Contaminada / Rotina São consideradas contaminadas as que contêm: Pus, fezes, escaras contaminadas, pacientes portadores de doença infecto-contagiosa, gangrena e outros. Objetivo: Evitar infecção cruzada; Proteção da equipe cirúrgica; Evitar contaminação de outras salas. Referências CHEREGATI, AL. Enfermagem em clínica cirúrgica no pré e no pós operatório. São Paulo: Martinari,

2012.

MOZACHI, N. O hospital: manual do ambiente hospitalar. 9ed. Curitiba: Os autores, 2007.

SMELTZER, S. C; BARE, B. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem Médico Cirúrgica. Porto

Alegre: Guanabara Koogan, 2005.

Bom estudo queridos colegas!!!

Prof Edaiane