Texto Rainha Vitoria

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A jovem Rainha Vitória Filme produzido em 2009, baseado na era vitoriana , Século 19. Dominada por sua mãe possessiva (Miranda Richardson) desde criança, a jovem Vitória (Emily Blunt) se recusa a conceder a ela a regência nos últimos dias de seu tio, William IV (Jim Broadbent). O maior interessado em que isto ocorra é John Conroy (Mark Strong), companheiro da mãe de Vitória, que sabe que perderá poder e prestígio tão logo ela alcance a maioridade e assuma a coroa inglesa. Pouco antes de ser coroada, Vitória se aproxima de Albert (Rupert Friend), príncipe da Bélgica, que se afeiçoa a ela. Após ser coroada ela passa a ser cortejada pelo lorde Melbourne (Paul Bettany), primeiro ministro da época. Dividida entre Melbourne e Albert, Vitória se vê diante de uma crise institucional devido à sua interferência nos assuntos políticos do país. O filme A Jovem Rainha Vitória (dir. Jean-Marc Vallé) ficou pronto em 2009 e ganhou o Oscar em 2010. A responsável pelo figurino foi Sandy Powell, que já ganhou Oscar por dois outros filmes também: Shakespeare Apaixonado e O Aviador. A Era Vitoriana corresponde ao reinado de Vitória na Inglaterra, de junho de 1837 a janeiro de 1901. Tempo cujo consumo e burguesia estavam em alta devido o crescimento do comércio com a Revolução Industrial e da fabricação de roupas com a invenção a máquina de costura. Basicamente, a moda da Era Vitoriana divide-se em dois momentos: de 1837 a 1860 e de 1861 a 1901. Moda Feminina De reinado puritano ao extremo, pedia por mulheres recatadas, de aparência vulnerável e movimentos restritos. Usado em crianças a partir de três anos, o espartilho era uma necessidade médica. Crescidas, as mulheres usavam várias camadas de corpetes, mais de quatro camadas de anáguas, crinolina e vestidos que chegavam a ter 20 metros de tecido, reforçados com barbatanas. Ao sair de casa acrescentava-se um xale pesado e uma touca adornada, chegando a pesar até 15 quilos de roupas. As cores das roupas eram claras. A silhueta tinha ombros mais estreitos, a cintura baixou alguns centímetros e os espartilhos ficaram “pontudos” comparados à Era Romântica. O corpete e a saia formavam uma só peça abotoada atrás, podiam usar uma jaqueta curta por cima. As mangas dos vestidos diurnos desceram até o pulso e eram bufantes no antebraço e justas até o pulso. A saia tinha formato de sino, usada com forros de lã, anáguas pesadas e crinolina. Os vestidos de noite eram decotados até os ombros, com decote decorado em rendas, laços e babados. Como a Rainha Vitória era baixinha, os sapatos femininos não tinham salto ao estilo sapatilha, da mesma cor da roupa, e, às vezes, amarrados no tornozelo como de bailarina. Nas ruas podiam usar botas de tecido. Em 1856, as botas entraram na moda, tinham saltos mais altos e eram

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A jovem Rainha Vitória

Filme produzido em 2009, baseado na era vitoriana , Século 19.

Dominada por sua mãe possessiva (Miranda Richardson) desde criança, a jovem Vitória (Emily Blunt) se recusa a conceder a ela a regência nos últimos dias de seu tio, William IV (Jim Broadbent). O maior interessado em que isto ocorra é John Conroy (Mark Strong), companheiro da mãe de Vitória, que sabe que perderá poder e prestígio tão logo ela alcance a maioridade e assuma a coroa inglesa. Pouco antes de ser coroada, Vitória se aproxima de Albert (Rupert Friend), príncipe da Bélgica, que se afeiçoa a ela. Após ser coroada ela passa a ser cortejada pelo lorde Melbourne (Paul Bettany), primeiro ministro da época. Dividida entre Melbourne e Albert, Vitória se vê diante de uma crise institucional devido à sua interferência nos assuntos políticos do país.

O filme A Jovem Rainha Vitória (dir. Jean-Marc Vallé) ficou pronto em 2009 e ganhou o Oscar em 2010. A responsável pelo figurino foi Sandy Powell, que já ganhou Oscar por dois outros filmes também: Shakespeare Apaixonado e O Aviador.

A Era Vitoriana corresponde ao reinado de Vitória na Inglaterra, de junho de 1837 a janeiro de 1901. Tempo cujo consumo e burguesia estavam em alta devido o crescimento do comércio com a Revolução Industrial e da fabricação de roupas com a invenção a máquina de costura.

Basicamente, a moda da Era Vitoriana divide-se em dois momentos: de 1837 a 1860 e de 1861 a 1901.

Moda Feminina

De reinado puritano ao extremo, pedia por mulheres recatadas, de aparência vulnerável e movimentos restritos.

Usado em crianças a partir de três anos, o espartilho era uma necessidade médica. Crescidas, as mulheres usavam várias camadas de corpetes, mais de quatro camadas de anáguas, crinolina e vestidos que chegavam a ter 20 metros de tecido, reforçados com barbatanas. Ao sair de casa acrescentava-se um xale pesado e uma touca adornada, chegando a pesar até 15 quilos de roupas.

As cores das roupas eram claras. A silhueta tinha ombros mais estreitos, a cintura baixou alguns centímetros e os espartilhos ficaram “pontudos” comparados à Era Romântica. O corpete e a saia formavam uma só peça abotoada atrás, podiam usar uma jaqueta curta por cima. As mangas dos vestidos diurnos desceram até o pulso e eram bufantes no antebraço e justas até o pulso. A saia tinha formato de sino, usada com forros de lã, anáguas pesadas e crinolina. Os vestidos de noite eram decotados até os ombros, com decote decorado em rendas, laços e babados. Como a Rainha Vitória era baixinha, os sapatos femininos não tinham salto ao estilo sapatilha, da mesma cor da roupa, e, às vezes, amarrados no tornozelo como de bailarina. Nas ruas podiam usar botas de tecido. Em 1856, as botas entraram na moda, tinham saltos mais altos e eram amarradas até o meio das canelas. As mulheres eram muito enfeitadas, mostrando o poder financeiro da figura masculina da qual ela era dependente.

A moda masculina teve influência do Príncipe Albert, o consorte da Rainha Vitória, que era jovem e vaidoso. Bastante parecida com a do período romântico: ombros e peito cheios e cintura minúscula. A calça tornou-se levemente tubular e reta.

Era Vitoriana na cultura

Apesar da censura e perseguição aos artistas que se opunham ao regime vitoriano, o período foi marcado por grande desenvolvimento artístico e cultural em várias esferas das artes (arquitetura, literatura, teatro e etc.). As artes buscavam satisfazer os anseios culturais de uma classe média ávida por cultura.Na arquitetura podemos destacar o movimento neogótico que buscou reavivar o estilo gótico medieval. Na literatura podemos destacar os romances, sendo que os escritores mais importantes do período foram Charles Dickens, George Eliot, Lewis Carroll (autor de Alice no País das Maravilhas) e Thomaz Hardy. No teatro, destacam-se as obras do dramaturgo Oscar Wilde. Neste período surgiu a Literatura Pedagógica, que tinha por finalidade treinar as pessoas quanto aos mais variados assuntos, desde o comportamento das senhoritas até a educação dos filhos. Os lares vitorianos, com seus serões de leitura, foram tecendo uma sociedade que apesar de todos os percalços, teve uma função sensibilizadora, numa época tomada pelo materialismo.

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Sandy Powell, OBE (Londres, 7 de abril de 1960) é uma figurinista britânica.Nomeada para vários prêmios da Academia, ganhou o Óscar em 1999 pelo filme Shakespeare in Love, em 2005 por O Aviador e em 2010 por The Young Victoria.Ao BAFTA recebeu nove indicações, vencendo em 1999 com Velvet Goldmine e 2010 com The Young Victoria. É de Sandy Powell e “The Young Victoria“, o filme estrelado por Emily Blunt, o prêmio de Melhor Figurino do Oscar 2010. Mais uma vez a academia não surpreende na categoria e dá a estatueta para uma produção de época, valorizando a pesquisa e reconstituição elaborada do vestuário. Sandy já ganhou em 1999 por “Shakespeare Apaixonado” e em 2005 por “O Aviador” – e concorreu mais 5. Em 1999, aliás, também concorria por “Velvet Goldmine“!

O vestido de Vitória em seu primeiro encontro com o conselho é uma réplica do verdadeiro, atualmente exposto em um museu inglês.

Várias das cenas internas foram rodadas no castelo Belvoir, em Leicestershire. A cama usada na cena da lua de mel foi usada pela verdadeira rainha Vitória quando visitou o castelo, em 1843. O quarto é tão pequeno que todas as câmeras tiveram que ser colocadas do lado de fora das janelas.

Quase todos os cenários do longa-metragem oferecem como pano de fundo, palácios e jardins. Aliado a essa excelente fotografia, estão o figurino (que venceu o Oscar 2010) e a maquiagem. Em diversos momentos, o telespectador terá a impressão de ver todos àqueles nobres retratados em quadros do século XIX, se movendo e dotados de falas dinâmicas. A cena do aniversário do rei, por exemplo, é uma dos pontos mais altos da produção, com toda taça, mesa, ou cadeira, simetricamente posicionada.