The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

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FEVEREIRO DE 2014 UMA REVISTA ALéM DO COMUM AçãO I ESPORTE I VIAGEM I ARTE I MúSICA KM / H O ASTRO DE HOLLYWOOD E SUA PAIXãO POR CARROS ERIC BANA G ATA SUECA CONHEçA ELLIPHANT, A NOVA MUSA DO POP EUROPEU A PISTA DE SKATE MAIS RáPIDA DO MUNDO FICA AQUI NO BRASIL SURF NO ALASCA ONDAS DE 3 METROS EM CIMA DO GELO. VAI ENCARAR?

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fevereiro de 2014Uma revista além do comUm

Ação i EsportE i ViAgEm i ArtE i músicA

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Page 2: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

CORRIDA MUNDIAL PELA CURADE LESÕES NA MEDULA.

WINGSFORLIFEWORLDRUN.COM

NO MESMO DIA EXATAMENTE NO MESMO HORÁRIO EM TODO O MUNDO

4 DE MAIO DE 2014FLORIANÓPOLIS/SC - 6:00 (HORÁRIO DE BRASÍLIA)

INSCREVA-SE AGORA!INSCREVA-SE AGORA!

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2014 COM TUDO! O Bulletin abre o ano com força total. E como o verão está impiedoso, nada como um mergulho no mar... do Alasca! Onde desvendamos uma cena de surfistas apaixonados pelo desafio de encarar ondas inóspitas com tempe ratura na casa de 0 ºC. Coisa de louco? Isso é só a ponta do iceberg. Na reportagem “Como uma Bala” (pág. 54), descemos uma ladeira única no mundo, na cidade de Teutônia, no Rio Grande do Sul, onde aconteceu o mundial de skate downhill. Na modalidade, os atletas atingem 120 km/h na pista que tem 2 km de extensão e é conside­rada a mais rápida e insana do planeta. E tem mais: nas pró ximas páginas você também vai conhecer uma balada que fica na cidade mais perigosa do México, Ciudad Juárez, e a obses­são de Eric Bana por carros antigos.

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SURF NO ALASCAEmbarcamos em umaexpedição congelante embusca de ondas de 3 metros

Elliphant, pág. 48

Ela saiu de seu país, a Suécia, para viver e se descobrir na Índia.

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O MUNDO DE RED BULL

THE RED BULLETIN 3

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NESTA EDIÇÃO

TEUTÔNIA A pista mais rápida e insana do downhill ficano Rio Grande do Sul

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BULLEVARD 08 10 ANOS DE FACEBOOK

O maior fenômeno da última década? Talvez. Saiba por que o Facebook mudou nossas relações

DESTAQUES 24 Alasca para surfistas

Já pensou em surfar na neve?

38 Blitz KidsCervejas e rock’n’roll

40 Eric BanaPor dentro da vida do astro

48 ElliphantA nova musa do pop europeu

54 Como uma balaSkatistas descem a 120 km/h

64 Brian FallonFugindo da sombra de Springsteen

68 Hardpop ClubA balada na cidade fora da lei

AÇÃO! 78 MEU EQUIPO Robby Naish 79 BALADA Cidade do Cabo 80 MALAS PRONTAS Encarando tubarões 81 EM FORMA Reggie Bush 82 WFL WORLD RUN A maratona mundial 84 MINHA CIDADE Viena bombástica 85 MÚSICA Broken Bells 86 NA AGENDA O verão tá bombando!88 MOMENTO MÁGICO Mark Webber

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79ERIC BANAO ator australiano é avesso aos holofotes. Ele prefere ficar em casa, onde passa o tempo mexendo nos seus carros

BALADA NA ÁFRICA Conheça um dos endereços mais quen­tes da Cidade do Cabo, onde surfistas e roqueiros se encontram

ENTRE A FESTA E OS TIROSNa cidade mais perigosa do México, algo aconteceu: uma balada passou a bombar e foi eleita uma das melhores do mundo

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10 ANOS DE FACEBOOKNúmeros, histórias, curiosidades, pre­visões e análises sobre um dos maiores fenômenos da última década

FEVEREIRO DE 2014

4 THE RED BULLETIN

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NOSSO TIMEQUEM FEZ O BULLETIN NESTE MÊS

THE RED BULLETIN Brasil, ISSN2308-5940

Editora e Sede Editorial Red Bull Media House GmbH

Gerente Geral Wolfgang Winter

Diretor Editorial Franz Renkin

Editores-Chefes Alexander Macheck, Robert Sperl

Editor Brasil Fernando Gueiros

Diretor de Arte Erik Turek

Diretor de Fotografia Fritz Schuster

Editora Assistente Marion Wildmann

Redator-Chefe Daniel Kudernatsch

Gerentes de Projeto Cassio Cortes, Paula Svetlic

Apoio Editorial Ulrich Corazza, Werner Jessner, Ruth Morgan,

Florian Obkircher, Arek Piatek, Andreas Rottenschlager, Stefan Wagner, Paul Wilson

Colaboraram nesta edição Lisa Blazek, Georg Eckelsberger, Raffael Fritz,

Sophie Haslinger, Marianne Minar, Boro Petric, Holger Potye, Martina Powell, Mara Simperler,

Clemens Stachel, Manon Steiner, Lukas Wagner

Editores de Arte Miles English (Diretor) Martina de Carvalho-Hutter,

Silvia Druml, Kevin Goll, Carita Najewitz, Kasimir Reimann, Esther Straganz

Editores de Fotografia Susie Forman (Diretora artística de fotografia)

Eva Kerschbaum, Rudi Übelhör

Revisão Manrico Patta Neto, Judith Mutici

Impressão Clemens Ragotzky (Diretor),

Karsten Lehmann, Josef Mühlbacher

Gerente de Produção Michael Bergmeister

Produção Wolfgang Stecher (Diretor)

Walter O. Sádaba, Christian Graf-Simpson (iPad)

Financeiro Siegmar Hofstetter, Simone Mihalits

Marketing & Gerência de países Stefan Ebner (Diretor), Elisabeth Salcher,

Lukas Scharmbacher, Sara Varming

Assinaturas e Distribuição Klaus Pleninger, Peter Schiffer

Marketing de Criação Julia Schweikhardt, Peter Knethl

Anúncios Marcio Sales, (11) 3894-0207,

[email protected]

Gestão de anúncios Sabrina Schneider

Coordenadoria Manuela Geßlbauer, Kristina Krizmanic, Anna Schober

IT Michael Thaler

Escritório Central Red Bull Media House GmbH,

Oberst-Lepperdinger-Straße 11–15, A-5071 Wals bei Salzburg, FN 297115i, Landesgericht Salzburg,

ATU63611700

Sede da Redação Heinrich-Collin-Straße 1, A-1140 Wien

Fone +43 1 90221-28800 Fax +43 1 90221-28809

Contato [email protected]

Publicação The Red Bulletin é publicado simultaneamente

na Áustria, Brasil, França, Alemanha, Suíça, Irlanda, Kuwait, México, Nova Zelândia, África do Sul,

Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Visite nosso site www.redbulletin.com.br

Não é a primeira vez que nós mandamos a Katie para se meter numa encrenca no México. Depois de fotografar uma turma de músi­cos em uma cidade tomada pelo tráfico, há três meses, pedimos para a veterana em zonas de conflito ir para Ciudad Juárez para a reportagem sobre a balada Hardpop. “Há poucos anos eu não saía do meu hotel depois do pôr do sol. Agora me encontrei fazendo fotos numa balada! Isso foi surreal.” Entenda toda essa história a partir da página 68.

K ATIE ORLINSK Y

SCOTT DICKERSONEle é um daqueles caras que conse­guem unir paixão

com trabalho. Para esta edição, Dickerson fez fotos incríveis de surf no Alasca. “Crescer no meio dessa beleza gelada não me fez pensar em outra coisa do que não ser fotógrafo. Agora, a paixão pelo surf eu ainda não sei de onde veio. Se eu fosse tentar explicar, diria que alguns de nós nascemos com uma paixão incontrolável pelo oceano.” Veja como Dickerson e seus amigos encaram as ondas geladas na página 24.

“Rápidos e corajosos” – é assim que os dois fotógrafos descreveram a tribo de longboarders na cidade de Teutônia, no Brasil. “Fiquei impressionado como eles descem rápido”, diz Maragni. Seu parceiro no trabalho, Thiago Diz, completa: “Eles passavam tão rápido e tão perto que parecia que iam bater em mim”. Um dos atletas, inclu­sive, voou na mochila de Thiago. “Fiquei dez minutos recolhendo tudo”, ele conta. Sinta a pressão na página 54.

MARCELO MAR AGNI E THIAGO DIZ

O Eric Bana “fez alguns per­sonagens bem

sinistrões”, diz o editor do Red Bulletin na Nova Zelândia, Robert Tighe. “Por isso eu estava espe­rando uma coisa bem intensa e pesada. Mas, no final, ele é ape­nas um apaixonado por carros que não deixou Hollywood subir à cabeça.” Tighe entrevistou Bana em seu escritório na cidade de Melbourne, perto da garagem onde o fotógrafo Graham Shearer fez as fotos. Lá estão os carros favoritos de Bana, como o Ford Falcon Coupe 1974. A entrevista começa na página 40.

ROBERT TIGHE

“ Os caras descem a ladeira com muita velocidade. É impressionante” MARCELO MAR AGNI

6 THE RED BULLETIN

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Seu MoMento.ALÉM DO COMUM

FOTOGRAFIAS QUE TE

DEIXAM SEM FÔLEGO

AS PESSOAS QUE ESTÃO

MUDANDO O MUNDO

AVENTURAS QUE

ROMPEM OS LIMITES

ADRENALINA

TALENTO

EXTREMO

UMA REVISTA ALÉM DO COMUM

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DOWNLOADGRATUITO

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Seu MoMento.ALÉM DO COMUM

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Mark Zuckerberg

Ele acabou com o anonimato Em fevereiro de 2004, um aluno de Harvard subiu uma página na internet na qual os usuários deveriam se registrar com nomes verda-deiros e colocar informações pessoais. Era uma espécie de piada? Quem iria fazer isso? Aquele estudante era Mark Zuckerberg e hoje ele é um bilionário. Sua cria, o Face-book, é o site mais popular da internet depois do Google. Onde estão os críticos?

1 comentário

StylefruitsGrandes dicas para elas; um show para eles

Friday ReadsA cada sexta, usuários postam o que estão lendo

George TakeiDe Star Trek a herói das redes sociais

Who What WearAs tendências das passarelas do mundo

Milky Way Scientists Fotos interessan-tes todos os dias

Awkward Family PhotosFotos de famílias estranhas. E só

Bill NyeEle explica o mundo para nós com seus posts

Nós curtimos!

10 ANOS DE FACEBOOK

N O Q U E V O C Ê E S T Á P E N S A N D O ?

The Red Bulletin“Grande foto! Mark parece um jovem Maquiavel. Você

pode ver mais fotos de Zhu Jia e seus amigos em ‘The Face of Facebook’ na galeria ShanghART, em Cingapura.” facebook.com/shanghartgallerysg

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Mistério

Quem sou eu?Entre os brasileiros, ele é o atleta com mais opções “Curtir” no Facebook. Sabe quem é?

Amigos

Artistas que curte

Opções “Curtir”

The Red Bulletin“Com certeza deve ser meu amigo. Mas eu sei que nem todo mundo é parceiro por aqui...”

23 comentários

Nascimento: 5 de fevereiro de 1992

Entrou no Facebook em: 9 de abril de 2009

Fãs (no mundo): 16,9 milhões

Fãs (no Brasil): 4,8 milhões

Foi pai aos: 19 anos

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INSTANT LAB O laboratório de foto de celular. Ele faz polaroids com as fotos do iPhone.the-impossible-project.

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DOCK DE TELEFONE OLD SCHOOL

Um dock de iPhone para todo mundo que quer segurar um telefone de verdade. Tem um

app para o dial. etsy.com/shop/

woodguy32

PROJECTEO Escolha nove das suas

fotos no Instagram, espere algumas sema-nas e um projetor de slides do tamanho de uma caixa de fósforo chega pelo correio.getprojecteo.com

O melhor do futuro-retrô

Para os amantes

Alegria e DorAs músicas que os usuários mais escutam quando mudam o status de relacionamento

I F**king Love ScienceDinossauros e universo

Reef GirlsModelos de biquí-ni sendo modelos de biquíni

9Gag Humor e brinca-deiras. O Face-book todo ri

Jamie OliverNovas receitas deliciosas todos os dias

Humans of BerlinTem também de outras cidades

Grumpy Cat Rir é contagioso. Mau humor também

Quando é amor, escolha

Beyoncé

For the RecordO novo livro da Red Bull Music Academy

Amazing Things in the World Fotos das maravi-lhas do mundo

Namorando Status

1. “Don’t Wanna Go Home”, do Jason Derulo “No matter day or night, I’m shining”

2. “Love on Top”, da Beyoncé “Every time you touch me I just melt away”

3. “How to Love”, do Lil Wayne “It’s hard not to stare, the way you moving your body”

Complicado Status

1. “The Cave”, do Mumford and Sons “It’s empty in the valley of your heart”

2. “Crew Love”, do Drake “This ain’t no fucking sing-along. So girl, what you singing for?”

3. “All of the Lights”, do Kanye West “Her mother, brother, grandmother hate me in that order”

THE RED BULLETIN 9

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Homem-canarinho

Neymar JúniorQue o Brasil é o país do futebol ninguém duvida. Mas no topo das opções “Curtir” estão outras figuras do país

1. Luciano Huck 11,2 mi

2. Paula Fernandes 8,2 mi

3. Aline Barros 6,5 mi

Jogadores

Celebridades

1. Neymar Júnior 4,8 mi

3. Kaká 2,7 mi

2. Cristiano Ronaldo 3,7 mi

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Mamilos? Uau, mas que enormes… cotovelos. Confundidos com outra coisa e apagados.

Mary Lyn adicionou uma nova foto2 minutos atrás

Relações proibidas

Coisas que o Face gosta de deletar Você alguma vez se perguntou por que alguma publicação desapareceu?

O Facebook tem todo o seu conteúdo moderado por trabalhadores de baixa renda em países como Marrocos e Índia. Em 2012, um dos moderadores vazou um dos catálogos contendo diretrizes para a imprensa.

Share Lock compartilhou um novo postcerca de uma hora atrás

Ganhe um iPad! Apenas preencha este questio-nário e pronto…

Incrível! Ela tem só 16 anos mas fez isso! Clique aqui para ver este vídeo chocante (e para mandar para toda sua lista de amigos).

Estranho bonitão! Eu vi sua foto do perfil. Estou apaixonada à primeira vista. Casa comigo?

Você quer ver quem visitou seu perfil? Baixe este software! (Não é vírus, sério!)

O Facebook vai começar a cobrar. Pague hoje sua filiação!

Crime

“Clique, você foi sorteado!” Não caia na técnica da postagem falsa. A seguir, as cinco mais comuns:

A página de Mark Zucker-berg, FB ID: 4 (as páginas de 1 a 3 são IDs de teste), foi hackeada em 2013…

...por um usuário com a FB ID 77.821.884, chamado Khalil Shreateh. O web- designer palestino teve imediatamente seu Face-book deletado. Está ativo de novo e já tem mais de 44 mil seguidores, mas…

…o Real Madrid é bem mais popular. Os meren-gues têm de longe o maior número de fãs no Face-book entre torcedores palestinos: 185 056. E eles têm mais de 44 milhões de fãs em todo o mundo. Uma das fãs é ninguém menos que...

…Jennifer Lopez (28 mi-lhões de curtidas), que vai muito à Espanha assistir a partidas em que...

...seu amigo no Facebook Cristiano Ronaldo joga. O jogador mais caro de todos os tempos é também a celebridade esportiva mais popular do Facebook, com mais de 65 milhões de fãs.

O cão mais adorado do mundo é Boo, com mais de 8,5 milhões de curtidas. Sua populari-dade vem de sua carinha perfeita de urso e sua ati-tude positiva. “Eu sou um cãozinho. É bom viver.”

Boo é mais popular que Beast (1,6 milhão de cur tidas). Beast não deve dar a mínima para isso, pois ele não usa Croc azul como Boo e é o mascote de Zuckerberg.

O rapper Pitbull, com 40 milhões de fãs, é o cão feroz mais popular do Facebook e amigo tanto de CR7 quanto de J Lo.

10 ANOS DE FACEBOOK B U L L E VA R D

Circuito social

Hackers e cachorros Existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo. Mais de 1 bilhão delas estão no Facebook e podem se tornar amigas. Mesmo que você não queira

Algumas das coisas que são deletadas:

Bundas e mamilos. Isso inclui mulheres dando de mamar cujos mamilos sejam visíveis. Mamilos masculinos são OK. Vaginas marcadas, como vistas naquelas garotas com as roupas aperta-das. Pessoas sentadas na privada. Esperma, pessoas embriagadas ou que estão dormindo e tem suas caras pintadas por outras. Drogas ilegais. A única exceção: todas as imagens de maconha são liberadas.

O cachorro mais popular do mundo é Boo, com sua cara de ursinho

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Joguinhos

Leia com moderação!Os jogos de Facebook são a Paciência de hoje: jogos de computador para pessoas que não jogam no computador, uma coisa muito fácil de viciar

Não se engane: o Dragon City é um impiedoso passatempo

Angry Bird odeia os seguintes jogos2 horas atrás

1. Candy Crush Saga O mais viciante. No início é uma beleza, depois você faz de tudo para jogar. O objetivo é ligar doces. São mais de 100 milhões de jogadores.

2. Pet Rescue Saga Se o Candy Crush Saga é metanfetamina, este jogo é um cachimbo de crack com animaizinhos. A ideia é salvá-los ligando cristais entre si.

3. Dragon City Essa mistura de Farmville com Pokémon é um jogo de criação de dragões – mas você não precisa ligar nada com nada.

Mundo Facebook

A luz da amizade A figura pode parecer uma foto de satélite da Terra, mas isto é um registro de uso do Facebook. Cada linha representa uma ligação entre duas pessoas na rede social. Os únicos espaços escuros são locais desertos como o Saara e a Sibéria… além de países em que o Facebook é banido, como a China

B U L L E VA R D 10 ANOS DE FACEBOOK

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Os zumbis da rede socialDe acordo com estimativas, 10 a 20 milhões de usuá-rios de Facebook morreram desde que a rede social foi ao ar. Ninguém sabe quantos de seus perfis foram deletados e quantas dessas pessoas ainda assombram o Facebook como fantasmas. Até 2065, no mais tar-dar, o número de usuários mortos vai ultrapassar o número de vivos.

A máquina de suicídioÉ a forma de se deletar da internet. Você se inscreve no site Suicide Machine, pelo Twitter ou Facebook, e pronto. Fazendo isso, suas mensagens e amigos são automaticamente deletados no Facebook, as publica-ções no mural são bloqueadas e seu perfil se torna privado. Suas últimas palavras são publicadas como uma mensagem, dizendo que você cometeu um “web suicide”. www.suicidemachine.org

Evento cotidiano: a morte

Morrendo online Em 50 anos, o Facebook será o maior cemitério digital do mundo?

Dê um “Sair” para sempre “Não está mais funcionando como deveria no Facebook, mas estamos trabalhando no problema.”

12 comentários

Ann Dead compartilhou um post 3 horas atrás

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342 amigosÉ esta a média de amigos que o usuário de Facebook tem. Na vida real são apenas seis

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É chata?

Ela mostra um lindo gatinho e seus

olhinhos?

Você está vestido?

Você está sozinho?

Não use!

Não, você não pode.

Se está em dúvida, é

provável que não deveria.

Poste!

Quantos anos você tem mesmo?

Tem uma mulher na

foto?

Você está bonito?

Ela está pelada?

É sua mulher?

Você quer fi-car com ela?

O que você postou pode ser rastreado

até você?

Então pode-ríamos dizer

que o que você está postando

não atende a todos os pa-drões legais

e sociais?

Você pode deletar de-

pois sem dei-xar rastro?

Tem certeza de que não

é chata?

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Justin Bieber

Ele está vivo Não é mole, não: as pessoas gostam de mentir na internet porque é fácil

De acordo com diversos anún­cios falsos no Facebook e no Twitter, Justin Bieber morreu mais de 50 vezes em 2013. Mais que qualquer outro pop star. A causa mais comum de morte foi overdose. A segunda mais comum foi desastre aéreo. Depois desta, foi ele batendo a Ferrari. Claro, são apenas tentativas de fazer as “Beliebers” chorarem. Traumati­zadas, elas espalham a notícia sem checar.

Autoajuda

Postar ou não postar?Uma bela foto. Você quer dividir com todo mundo, o que é normal, mas lembre-se: a internet nunca esquece

B U L L E VA R D 10 ANOS DE FACEBOOK

Dietmar Kainrath“Amigos de verdade fazem o melhor.”

1 comentário

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É sua?

Tem gente na foto?

S = Sim N = Não

NVai gerar protestos de algum dos seguintes grupos: feministas, pacifistas, socialistas,

ecoativistas, capitalistas, lobistas, realistas?

Você está postando

no trabalho?

Você aparece nela?

Deixa!

Você está bêbado? (Está sob efeito

de qualquer outra substância?)

Oi, posso te convidar para um drinque?

Kainrath

Pode falar

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“Nas horas vagas curto treinar triatlo

e ficar com minha mulher e meu filho”

O que você curte?

O cara da Stock CarDaniel Serra, campeão em 2013, nos disse as situações em que clicaria “Curtir”

Filho do tricampeão da Stock Car Chico Serra, Serrinha, como Daniel é mais conhecido, começou a correr aos 14 anos de ida­de e, a partir de então, já passou metade de sua vida em pistas ao redor do mun­do. Ele adora redes sociais e atualmente a sua favorita é o Instagram, onde tem mais de 2,4 mil seguidores.

No tempo livre, daria um “Curtir” em quê? Nos triatlos, na minha mu­lher e no meu filho, que está com 1 ano e 8 meses. E no trabalho? Daria um “Curtir” na estru­tura que me permite pensar só na performance. Durante uma corrida, qual som você escolheria para ouvir?Eu sou bem eclético. Na hora escutaria qualquer música que me deixasse mais concentrado.

Daniel SerraQuer saber mais? twitter.com/DanielSerra29

1 comentário

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BC One

Red Bull BC One

Mexendo o esqueletoOs melhores breakdancers do mundo disputaram para coroar o maior campeão

Eles podem se contorcer em poses que parecem esculturas de arte moderna. É um show de movimentos que a maio-ria de nós, mortais, não consegue fazer. Esses caras são os melhores breakdancers do mundo e eles se enfrentaram na grande final do Red Bull BC One, em Seul, na Coreia do Sul. Foi o B-Boy local Hong 10 que con seguiu a vitória em movimentos inacreditáveis. Só um fica. Um Red Bull BC One. Nós curtimos!

Air Freeze compartilhou um link 3 meses atrás facebook.com/redbullBCOne

B U L L E VA R D 10 ANOS DE FACEBOOK

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Page 17: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

Seus amigos talvez sejam robôsOu você pode pelo menos se poupar da chatice que é postar tudo o que pensa ou faz. O motivo? Agora tem um site que faz isso automaticamente para você: what-would-i-say.com

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O tsunami de convites para eventos, páginas ou grupos.

Links patrocinados como: “Você também quer uma namorada? Então tente isso.”

Assim que você se acostuma com um novo layout, o Facebook faz outra atualização.

As mensagens têm um aviso de que você leu para quem mandou assim que você abre, o que pressiona você a responder mesmo se você não quiser.

Não tem um botão “Não curti”. Mas, de acordo com o Facebook, o botão “Curtir” também vai ser logo coisa do passado, e nós não curtimos isso nem um pouco.

14 Alternativas

Dane-se o FacebookVocê não suporta mais o Face? Existem outras maneiras de manter contato (virtual) com amigos

instagram.comPara quem tem preguiça de digitarE prefere postar fotos com filtros retrô mostrando coisas tão importantes como o que você comeu.

www.snapchat.comSe você não quiser que fotos velhas reapareçam Mande fotos que se apagarão automaticamente 10 segundos depois que forem abertas. Perfeito para espiões e tarados.

www.whatsapp.comSe você usa o Facebook apenas para o chatParece SMS, mas usa a conexão da internet para mandar as mensagens. Então, a conta do telefone fica suave.

www.ning.comMais controleTem um custo, mas aí você não é obrigado a ver anúncios que sabem mais sobre seus hábitos de consumo que você.

friendica.com ou joindiaspora.comPara os mais paranoicos Ambos são descentralizados, o que significa que seus dados pessoais não ficam em um servidor.

about.me Um pouco mais sérioSeu cartão de visitas online. Não tem chat nem atualização de status ou qualquer outra bobagem, mas você tem um perfil.

app.netO “faça você mesmo”É basicamente um serviço de mensagens curtas. Os apps de mídias sociais podem ser integrados.

www.pheed.comDinheiro à vistaTransmita textos, fotos, áudio e vídeo ao vivo e receba dinheiro de usuários através de inscrição ou pay-per-view.

www.eyeem.com Se você é preguiçoso até para o InstagramO app reconhece seus interesses e sugere fotos de usuários que você possa gostar. Nada é mais fácil.

plus.google.comPara os solitáriosA melhor rede social que existe… e não tem ninguém nela. Pelo menos você pode ter paz e tranquilidade.

appbetween.usPara os apaixonadosCasais podem mandar um ao outro mensagens e fotos através de seus celulares. Tããão romântico!

nextdoor.comTurma do bairroTroque informações com seus vizinhos usando o CEP e ende-reço. Você também pode caminhar um pouco e ir falar com eles.

www.patientslikeme.comPara hipocondríacos e médicos (ou as duas coisas)Pacientes e médicos podem trocar informações sobre males e doenças e acrescentar informações para fins de pesquisa.

www.gunloverspassions.comSolteirice virtualUma rede social e de relacionamentos para entusiastas de armas de fogo. Um tiro no coração. Desculpa.

51 episódios (até o final da temporada 4) 7 atores principais na primeira temporada 3 ainda estão vivos 5,3 mi assistiram ao piloto nos EUA 16,1 mi assistiram ao primeiro episódio da 4ª temporada 38 litros de sangue artificial por episódio 60 pares de lentes de contato de zumbi 121 edições dos quadrinhos no qual é baseado 126 países exibiram na TV 2 mi de seguidores no Twitter 21 mi de curtidas no Facebook

The Walking Dead

Faces desfiguradas A parte dois da quarta temporada de The Walking Dead começa neste mês. A série preferida do Facebook em números:

Dad

os d

e 21

/11/

2013

“ Se o Facebook continuar assim, desaparecerá em quatro anos”Eric Jackson, fundador da Ironfire Capital forbes.com, junho de 2013

B U L L E VA R D 10 ANOS DE FACEBOOK

The Red Bulletin“E o que nós não curtimos é este chororô constante! Se você não gosta, pode apagar a conta na hora.”

1 comentário

Não curti

Nem tudo é legalVamos falar a verdade: tem muita chatice no Facebook! Tipo estas abaixo:

18 THE RED BULLETIN

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Rihanna

Lendas do “Curtir” Esta cidadã é a mulher com o maior número de opções “Curtir” no mundo

Por um bom tempo, Eminem e Rihanna tro­caram lugares no topo, mas agora ela tomou

a liderança. Com mais de 80 milhões de opções “Curtir”, a cantora é a pes­soa mais popular do Face. Uma média de 200 mil novos fãs por semana.

Chester French foi a pri­meira banda no Facebook. O duo indie­pop estudava em Harvard em 2004 e

era amigo de Mark Zuckerberg, mas não teve muito sucesso por ser precur­sor na mídia social: hoje tem apenas 60 mil opções “Curtir”...

Lil Wayne teve uma boa ideia em 2011 e pediu: “Por favor, curtam um post”. Os fãs responderam

com 588 243 “Curtir” em 24 horas. Nada que se compare à campanha de Barack Obama “Four more years [Mais quatro anos]”, que teve mais de 4 mi.

O morto mais popular do Facebook é o “Rei do Pop” Michael Jackson, que tem 66 milhões de fãs. Ele foi

o primeiro a alcançar a marca de 10 mi, em julho de 2009, um mês depois que ele morreu. Hoje existem fan pages até para suas comidas preferidas .

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Este é você Mas você não sabe disso.

Um mar de pessoas

Nr. 1.278.839.467…e o número segue aumentando

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É uma visão espetacular: tão bonito quanto o universo, mas muito mais colorido. Um destes pontos coloridos é você – um de mais de 1,2 bilhão. É essa a quantidade de usuários do Facebook hoje em dia. E você aparece ali, da mesma forma que apareceu no mundo, sem perceber. www.thefacesoffacebook.com

20

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10 ANOS DE FACEBOOK B U L L E VA R D

Este é Robbie WilliamsEle completa 40 anos no dia 13 de fevereiro. Feliz aniversário! Mas talvez ele passe o dia sozinho

Seu ID no FB é 5.441.929.106. O que claramente está errado, é evidente, porque ele real-mente é o n° 1, ou teve nove

álbuns em 1° lugar no Reino Unido, pelo menos. De fato, seu último álbum, Swings Both Ways, é o milésimo n° 1 na história das paradas britânicas.Descubra que número você é em: findmyfacebookid.com

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100 200 300 400 500 600 700 800 900 100020004000600080001000020000400006000080000100000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900

0 – 1900ANTES DO ANO ZERO

30000 – 4000 a.C. PINTURAS RUPESTRES

3000 a.C. – 1100 PAPIRO

= 100 anos

150 a.C. – 1890 SINAIS DE FUMAÇA

1793 – cerca de 1850 SEMÁFORA

3 de abril de 1860 – 22 de outubro de 1861 PONY-EXPRESS

Tem mais lá de onde isso veio

100 mil anos de mídias sociais Cada era acredita que é o ápice dos avanços técnicos e que nada melhor acontecerá depois. Isso é provavelmente o que as pessoas pensavam na Idade da Pedra, quando pela primeira vez rabiscaram tinta vermelha nas paredes de suas cavernas. Preparamos uma pequena história da comunicação.

SEMÁFORA Napoleão foi en-contrado nesta versão visual da telegrafia. Uma carta podia ser enviada em uma distância de até 270 km em ape-nas 2 minutos.

PAPIRO Leve e fácil de carregar, vantagens que fariam o Vaticano mantê-lo até o século XI.

PONY-EXPRESSO “horse mail” foi descontinuado após 18 meses de serviço. Não houve melhoras, não havia flexibi-lidade e era lento demais.

O TELEFONE “Cavalos não comem salada de pepino” foi uma das primeiras coi-sas que alguém disse ao telefone.

LINGUAGEM “Que linda presa de mamute!” Nin-guém sabe quando os grunhidos evoluí-ram para a fala, mas nós definitivamente aprimoramos a linguagem na fase Homo sapiens.

= 1 000 anos

Não é só uma questão de atualizar o status e postar selfies. Nas redes sociais você também pode transformar sonhos criati-vos em realidade. Como por exemplo o filme de estreia de Lofty Nathan, 12 O’Clock Boys. O documentário segue Pug, um jovem de Baltimore que desesperadamente quer entrar em uma gangue urbana de dirt-bike.

Nathan angariou dinheiro para o projeto através do site de crowdfunding Kickstarter duas vezes: US$ 12 mil em 2010 e en-tão outros US$ 30 mil três anos depois. Após completar o filme, ele o inscreveu no festival South By Southwest, onde teve boa recepção tanto de público quanto de crítica. Os músicos T-Pain, Jermaine Dupri e Henry Rollins são apenas algumas das estrelas que divulgaram a campanha de Nathan no Kickstarter em suas páginas. O conselho de Nathan para quem quer ser cineasta e pensa em um financiamento online? “A coisa mais importante é ter um trailer que mostre seus potenciais.” E tem mais: “Conheci minha namorada pelo Kickstarter”.

12 O’Clock Boys estará disponível on demand a partir de 31 de janeiro.

Henry Rollins divulgou 12 O’Clock Boys no Facebook

12 O’Clock Boys

“Mostre Seus Potenciais” O cineasta Lofty Nathan financiou seu primeiro trabalho com a ajuda das mídias sociais e do crowdfunding

B U L L E VA R D 10 ANOS DE FACEBOOK

4000 a.C. – 100 TABULETAS DE ARGILA INSCRITAS

PINTURA DE CAVERNAS Na Idade da Pedra, pinturas de búfalo feitas com carvão eram o último grito da arte. Hoje isso seria visto como vandalismo.

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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 20131980–1990 1990–20001970–19801960–19701950–19601940–19501930–19401920–19301910–19201900–1910

2000 – HOJE1900 – 2000

Desde 100000 a.C. LINGUAGEM HUMANA

2000 a.C. – 1945 POMBOS-CORREIO

400 a.C. – 1980 HELIÓGRAFO

Desde 1605 JORNAL IMPRESSO

Desde 1837 TELÉGRAFO MORSE

1847 – 2005 TELÉGRAFO

1853 – 1965 CORREIO PNEUMÁTICO

Desde 1861 REDES FIXAS

Desde 1962 PAGINAÇÃO

Desde 1964 MÁQUINAS DE FAX XEROX

Desde 1973 CELULAR

Desde junho de 2003 SECOND LIFE

Desde fevereiro de 2004 FACEBOOK

Desde março de 2006 TWITTER

Desde novembro de 2010 DIASPORA

Desde junho de 2011 GOOGLE+

Desde 2400 a.C. CARTA

TWITTERNos tornamos mais sucintos em 2006, fazendo nossas frases em 140 caracteres ou menos.

SECOND LIFEMais de 36 mi­lhões de avatares estão no Second Life; cerca de 1 milhão ainda estão ativos.

POMBOS- CORREIO Heróis do ar, até o final da Segunda Guerra, pelo me­nos. Um memorial na cidade francesa de Lille honra os mais de 20 mil guerreiros alados mortos.

CORREIO PNEUMÁTICO Foi concebido como forma de transmitir mensa­gens e hoje tem um revival. O sistema é muito usado em hospitais.

CELULARESOs primeiros modelos pesavam 1,1 kg (dez vezes mais que um iPhone). Podiam até ser usados para quebrar castanhas.

“Cavalos não comem salada de pepino”

= 10 anos = 1 ano

HELIÓGRAFO Comunicação usando a luz do sol refletida. Usado pela última vez por Rambo e os afegãos en­quanto enfrenta­vam soviéticos.

Fatos do Facebook

Números, por favor! O Facebook não é feito apenas do número de amigos que você tem: existe uma tonelada de outras cifras movimentando a rede social

727 milhõesde pessoas usam diariamente o Facebook

119 %Percentual da população de Mônaco que usa Facebook; apenas 0,05% da China usa. Isso coloca o principado em primeiro lugar em número de usuários de Facebook per capita e a China em último. Há muito mais chineses usando o Facebook (60 milhões) do que habi­tantes em Mônaco (30 mil).

94025 código postal de Menlo Park, casa do Facebook. O complexo também é casualmente con­tornado por uma rua circular chamada Hacker Way

59/90/154 RGB é o código de cores do azul­ escuro do Facebook. Por que o site é azul? Mark Zuckerberg tem um defeito semelhante ao daltonismo nos olhos.

500dólares é o prêmio concedido pelo Facebook se você conse­guir hackear o site.

450Pessoas visitaram o Facemash, o suposto precur­sor do Facebook. A versão de Mark Zuckerberg para o ‘Hot or Not’ foi fechada em poucos dias. Mas 22 mil avaliações já tinham sido registradas e ele teve que se explicar para a comissão admi­nistrativa de Harvard. A história foi contada em 2009 no filme A Rede Social.

Kainrath

Estou nessa?

Amor rápidoUm dos apps que mais crescem no Facebook é o Tinder; uma ferramenta de encontros amorosos online que coloca você em contato com pessoas próximas. Você vê a foto de alguém em potencial, avalia a pessoa como “hot” ou não e depois pode marcar encontro. Fácil. www.gotinder.com

Desde julho de 2003 – junho de 2013 MYSPACE

Desde junho de 2002 – junho de 2011 FRIENDSTER

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SURF NO ALASCADURANTE O LONGO E RIGOROSO INVERNO NO ESTADO AMERICANO – OITO

MESES DE FRIO E 20 HORAS DIÁRIAS DE ESCURIDÃO –, UM GRUPO DE SURFISTAS ENCARA COM PRAZER AS ONDAS CONGELANTES DA CIDADE DE HOMER. O FOTÓGRAFO SCOTT DICKERSON CONTA COMO É ESSE SWELL GELADO

?Por: Ann Donahue Fotos: Scott Dickerson

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“O cara na esquerda é Kyle Kornelis, e isso é em Homer, durante um inverno particu­larmente gelado. Esta foto, para mim, é muito legal por causa do gelo na praia e porque ele é o típico fortão do Alasca. As mudanças de maré são, em média, de 4,5 m ou 4,9 m – ela sobe e desce duas vezes ao dia. Então, aquele gelo se estende muito para dentro da água. Em uma maré baixa, fica todo exposto, daí a maré sobe e esconde a bancada de gelo. Acima, é uma viagem que fiz com a organização Heliski. Eles tiveram um dia ruim – não podiam sair esquiando por causa das condições da neve, então eu apareci com alguns equipamentos de surf e nós pegamos alguns dos clientes, os mais aventu­reiros entre os esquiadores, e fomos. Nós viajamos, pousamos na praia e fizemos uma sessão. Eles adoraram”

“Viver em uma cidade costeira não significa ter tempo bom e quente. Aqui no Alasca, a gente acaba surfando quando está em torno de zero grau e, se está abaixo disso, este é um dia realmente frio para nós estarmos no mar. Nunca surfamos se não for por diver­são. Então, quando a diversão termina e começa o sofrimento, vamos embora. Não faze­mos nada para provar alguma coisa, não é um desafio de quem é mais macho. É só uma coisa que a gente curte”

A L A S C A

Homer

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“Nós usamos wetsuits vedados de até 6 mm, que é geralmente a coisa mais quente que existe, e luvas e botas de 7 mm. Nós surfamos tudo: de meio metro a ondas grandes, que aqui chegam na casa dos 3 metros. As ondas são formadas a 112 km da praia. Então, o vento tem que soprar extremamente forte para conseguir um bom swell”

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“ O N O M E D E S T E C A R A É I C E M A N . E L E É O P R I M E I R O

S U R F I S TA D E S T E P I C O . C O M E Ç O U A S U R F A R

A Q U I E M 1 9 8 4 ”

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“Honestamente, nós levamos para esta excursão um bocado de pessoas do mundo do surf, e elas estão sempre superanimadas por surfarem em um lugar inóspito. É aquele tipo de sentimento inexplicável em que tudo é tão mais incrível quando você está na água. É como saltar para dentro do cenário”

“É como surfar em qualquer outro lugar – às vezes, nós surfamos até cinco dias por semana, então podemos passar por três ou quatro semanas sem uma única onda surfável. É realmente imprevisível. Nós temos toda a nossa vida estruturada para ir surfar quando estiver bom”

30 THE RED BULLETIN

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“ N Ã O S E I P O R Q U E M E L I G U E I TA N T O

N O S U R F. E U N U N C A T I N H A V I S T O N I N G U É M

S U R F A R N A M I N H A V I D A Q U A N D O C O M E C E I

A B R I N C A R N A Á G U A”

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“Este é o tipo de situação que se apresenta – as ondas não são nem um pouco boas, mas nós surfamos elas de qualquer maneira por-que é o que tem. Este é o princípio – é tão legal estar em um lugar tão bonito e pular na água. O que todo mundo pensa geralmente é ‘vocês estão no Alasca, deve ser tão frio’, mas, hones-tamente, me sinto aquecido. Quando eu saio da água, estou com calor e meio que arranco com pressa o wetsuit”

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“ E U Q U E R I A E N T R A R N A Á G U A . A C H O Q U E

V O C Ê N A S C E P A R A F A Z E R A L G U M A C O I S A A S S I M ”

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“O que pega mais ao surfar no Alasca é que é tão incrivelmente remoto. Não tem ninguém. É apenas você e o seu companheiro surfando. E esse é o choque quando você vai em algum lugar onde o surf é popular – você vai para o mar e tem outras 50 pessoas na água”

“Se está com frio depois de uma sessão, enche sua roupa de água quente da torneira e deita. Nós chamamos isso de sauna particular. Ela se espalha e cobre todo o seu corpo com água quente. Mas, quando você está deitado na neve, não dura muito. Depois de 30 segundos, você pensa: ‘Ok, preciso de mais’”

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“ I A N W A L S H T E V E A L G U M A S S E S S Õ E S A Q U I

E E L E A D O R O U . F I C O U M U I T O F E L I Z M E S M O ”

“Ian Walsh veio com Jon e Eric Jackson para filmar a série Brothers on the Run, então nós levamos esses caras em um MV Milo, um barco de 17 metros que usamos para as surf trips. Nós saímos e explo ramos a costa – é uma experiência de descoberta, de sermos pioneiros em ondas e elementos e de sobre­vivência em situações extremas”

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“Aquela ali sentada é Kristi Wickstrom, e eu acredito que aquele é seu cachorro. É em Homer, no meio de uma tempestade de neve, obviamente. John Langham, enquadrado na foto, está com 50 anos, eu acho. É engraçado que uma turma de velhinhos esteja surfando aqui. São uns velhinhos valentes, com certeza”

“ I S T O F O I E M H O M E R , N O M E I O D E U M A T E M P E S TA D E D E N E V E . M U I TA S V E Z E S S U R F A M O S O N D E P O D E M O S D I R I G I R AT É A S O N D A S ”

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“Havia um forte mau tempo em Homer, então nós dirigimos pela estrada 40 minutos até a Enseada de Cook. A tempestade era tão grande que trouxe ondas de cerca de 3 metros, e a praia estava coberta com grandes blocos de gelo de 3 me-tros de largura. Este é Mike McCune tirando o equipamento da camionete. O Iceman vive bem ao lado do pico de surf em Homer, por isso ele tem em casa uma torneira de água quente do lado de fora. Assim, nós podemos correr para sua casa para encher nossas roupas e nos esquentar”Para ver mais fotos de surf no Alasca, acesse:www.scottdickerson.com

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Como você define seu melhor ano de todos os tempos como banda? Para o Blitz Kids, significa estourar novas canções e também uma gelada (ou três)

Por: Ruth Morgan Foto: Phil Sharp

BLITZ KIDS

Movidos a cerveja

jj: Somos descritos de todas as formas, mas essencialmente nós simplesmente amamos a música pop. Não somos uma banda que você assiste parado. Quando você vai em bora do nosso show, estará suado, cansado, bêbado e feliz. Ninguém gosta de ficar parado em um ambiente no qual estranhos ficam se encostando. nic montgomery: Isso pra mim é uma boa noite de sexta. O que o público deve esperar do pró­ximo disco, The Good Youth?nm: Em uma palavra: evolução. jj: É bem diferente do que já lançamos. Nós nunca pensamos em termos do que queremos dizer com um álbum, e minhas letras costumavam ser muito negativas,

Depois de um ano que incluiu um tour como atração principal na Inglaterra, uma assinatura de contrato com a Red Bull Records e a presença em festivais como o Download, o quarteto de pop rock de Cheshire Blitz Kids mantém o ritmo em 2014 com o lançamento de um novo álbum. Apesar do sucesso, eles ainda en-contram tempo para as coisas importan-tes da vida: anagramas sem graça, body art caseira e turismo às 6 da manhã.

the red bulletin: Vocês sempre acharam que iriam fazer sucesso?joe james: Sempre quisemos ter o que conquistamos até hoje, mas não acháva-mos que poderia acontecer de fato até há pouco tempo. A gente só queria se diver-tir. Então, chegamos ao ponto de decidir entre ter um emprego ou deixar rolar. Eu e Jono saímos uma noite e eu falei: “Chega, não vou trabalhar nem um dia mais da minha vida em outra coisa que não seja música”. Então, saí do meu emprego no pub. E isso faz três anos.jono yates: Ele pediu esmolas, implorou dinheiro emprestado e roubou. Ele é um peso para a sociedade.jj: Eu sou o pior pesadelo do contribuinte. Por que Blitz Kids?jj: Era o nome de uma gangue que meu avô teve quando era garoto em Londres. Durante a Blitz, ele e seus amigos pega-vam uma bola e fugiam do abrigo onde deviam estar para jogar e pichar muros. Era uma atitude bem punk rock. Então adotamos esse nome. jy: É também um anagrama de Zidane.jj: Não é. Vocês tocam juntos desde que tinham 15 anos. Como o som evoluiu? jj: Nós somos muito chamados de “pop punk”... é um termo estranho.jy: É, pop punk não existe. É como dizer: “Vou querer um bife vegetariano”.

jj: Há uma música no disco chamada “Pinnacle” que é muito influenciada pelo Take That, porque amamos os caras. Vocês começaram a se tatuar antes ou depois que a banda se formou? jj: A banda veio antes das tatoos, já que nós não tínhamos idade para fazê-las quando começamos a tocar juntos. Então, um de nós faz uma e de repente sai de controle. jy: Eu tenho “Never Die”, o título de nosso último EP, e “To the Lions”, a primeira faixa do novo álbum, que nós gravamos no Red Bull Studios. nm: Eu tenho uma “Blitz Kids” na minha perna que Joe fez. E muito mal. A vida rock’n’roll veio com a tinta?jj: Nós somos animais com cerveja.jy: Demais.jj: Nós somos chamados pelos amigos de a “banda dos bêbados”.jy: Nós saímos para ver o show de um amigo e acabamos caminhando por West-minster às 6 da manhã para ver o Big Ben.nm: Eu e o Iceman [Matt] somos cam-peões em ir até as 9 da manhã.matt freer: É sempre um mau sinal quando a ala dos ritmistas aparece na cidade. Qual é o segredo de longas amizades?jy: Escolha os membros da sua banda com sabedoria.nm: Eu aprendi a apenas deixar rolar. jj: Nós somos amigos há tanto tempo que todo mundo já sabe seu papel, como nas Spice Girls. Sou eu quem manda. Funciona, não tem vacilação. Nós acordamos e é tipo assim: “Bom dia, uma cervejinha?”jy: O combustível desta banda é álcool!mf: Realmente é o que nos mantém unidos…jy: [risos] …e também nos separa!nm: Quem está a fim de tomar uma?

difíceis para as pessoas se identificarem. Esse é um disco positivo. Eu estava ten-tando inspirar as pessoas e fazê-las felizes porque para ficar triste já tem muita coisa, não é mesmo? O título é uma mensagem subliminar dizendo às crianças algo que nunca ouvimos, que é: “Você pode ter um emprego que ame”. Demorou para que percebêssemos isso, e eu não quero que ninguém mais perca tempo com isso.Houve muitas músicas que não entra­ram na edição final? jy: Nós ouvimos muito rádio enquanto estávamos fazendo esse álbum, e as mú-sicas eram jogadas fora porque podiam ter sido escritas por Ed Sheeran ou pelo One Direction.

“Demorou um tempo para que

a gente percebesse que você pode ter

o emprego que ama”

The Good Youth estará nas lojas em20 de janeiro: redbullrecords.com

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FormaçãoJoe James – vocalista Jono Yates – guitarrista Nic Montgomery – baixista Matt Freer – baterista

Discografia The Good Youth (2014) Never Die (2012) Never Die (EP, 2012) Vagrants & Vagabonds (2011) Scavengers (EP, 2010) Decisions (EP, 2009)

Nome de guerra Blitz Kids era o nome original dos New Romantics, um fato que não foi ignorado pela banda. “Nós descobrimos depois que já tínhamos esco-lhido”, diz Yates. “Nós anun-ciamos e demos um Google e ficamos tipo ‘Espera, quem são esses caras?’ Esperamos que seja óbvio que não há nenhuma ligação.”

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Em alta em Hollywood mesmo sem assédio dos paparazzi, Eric Bana prova que é possível ter uma grande carreira no cinema e se manter discreto. Seu novo filme é uma história de ação verdadeira – bem na medida para quem curte a adrenalina da vida realP O R : R O B E R T T I G H E F O T O S : G R A H A M S H E A R E R

POR AÍ

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escritório de Eric Bana é uma antiga fábrica de chocolates. Hoje é a casa de uma marca de skate, uma barbearia e o tipo de café que é popular entre ciclistas fanáticos e os fashionistas. Seu escritório, assim como sua casa, fica em Melbourne, a capital hipster da Austrália e pela tercei-ra vez seguida eleita o melhor lugar do mundo para viver.

Bana cresceu em um bairro residencial a apenas alguns minutos do Aeroporto de Melbourne. Nos seus 20 anos trabalhou em funções braçais antes de tentar a sorte na comédia stand-up. Isso lhe rendeu um quadro em um programa de televisão nos anos 1990, além de sua estreia em um filme australiano de baixo orçamento, No Olho da Rua. Seu papel seguinte, como o infame criminoso australiano Chopper Read, mudou sua vida. A performance in-tensa de Bana em Chopper – Memórias de

um Criminoso lhe garantiu um papel no filme Falcão Negro em Perigo, de Ridley Scott. Desde então, aos 45 anos e com dois filhos, ele apareceu em sucessos de bilheteria como Troia, Hulk e Star Trek, além de performances maduras e técnicas em Munique e Hanna.

A carreira de Eric Bana no cinema o fez viajar pelo mundo, mas ele nunca teve vontade de viver em nenhum outro lugar. É um daqueles típicos australianos que gostam de ser assim. Ele torce para o St Kilda, clube local, e em 2009 fez Paixão pela Velocidade, um filme sobre o outro amor de sua vida, um cupê Ford XB Falcon de 1974 que ele comprou aos 15 anos.

Bana descreveu a garagem de seu pai onde ele trabalhou no carro quando ado-lescente como seu “casulo”, um refúgio do mundo exterior. Seu escritório, um espaço estilo loft que ele divide com um produtor e diretor amigo, parece ter papel parecido em sua vida hoje em dia. Quan-do não está trabalhando em filmes, Bana passa quatro dias da semana no gabinete tocando sua produtora, a Pick Up Truck Pictures, uma empresa de operação en-xuta que tem apenas ele e um assistente como equipe. Um dia da semana ele vai para as montanhas para fugir de tudo.

“Sucesso para mim é ter tempo”, diz o ator. “Eu pulo na minha moto ou em um dos meus carros e vou dar uma volta no campo para descansar a cabeça. Sei que tenho muita sorte de poder fazer isso. Eu não penso no que consegui como algo trivial nem por um segundo.”

the red bulletin: Uma crítica a Hanna ponderou que os seus personagens qua-se sempre se dão mal nos filmes. Disse: “Bana sempre é escalado em papéis nos quais ele não fica com a mocinha, não conclui um objetivo, não salva seu planeta e normalmente termina a sete palmos debaixo da terra”. Você se sente um injustiçado por isso?eric bana: Acho que isso é um pouco severo e não totalmente verdade. Vamos pensar em alguns de meus filmes: morri em Troia, morri em Star Trek, morri em Hanna e morri em A Fuga. Eu sobrevivi em Te Amarei para Sempre, mais ou menos – morri e depois voltei. Não morri em No Olho da Rua, não morri em Chopper – Memórias de um Criminoso, não morri em Falcão Negro em Perigo, não morri em Romulus, Meu Pai, não morri em Tá Rindo do Quê?. Não morri em A Outra e não apenas fiquei com a mocinha do filme, eu peguei duas, Natalie [Portman] e Scarlett [Johansson]. Então eu me dei bem, vai.Seu próximo filme, Lone Survivor [ainda sem título no Brasil], conta a história

O

A obsessão de Bana por seu Ford XB Falcon de 1974 foi tema do seu documentário de 2009, Paixão pela Velocidade

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“Sucesso para mim é ter tempo para pular em uma moto ou um carro e dirigir no campo para descansar a cabeça” 43

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real de um pelotão de Navy Seals para capturar um líder do Talibã no Afega-nistão. O que lhe atraiu para o papel?Eu li o livro [de Marcus Luttrell] duas vezes e sempre tive um grande carinho pelas Forças Especiais, que foram resgatar o Falcão Negro em Perigo. Fiz um papel pequeno, mas, quando o diretor Peter Berg me ligou e perguntou se eu me interessa­va, disse que não tinha dúvida. A chance de contribuir para contar a história de Marcus foi realmente especial.Filmes de guerra, como A Hora mais Escura e Guerra ao Terror, despertaram muita polêmica nos últimos anos. Você espera que Lone Survivor tenha críticas semelhantes?Não gosto da panfletagem que determi­nados filmes atraem, em que as pessoas usam uma produção para expressar sua opinião sobre algo. Lembro de quando Falcão Negro saiu em 2001, e questionaram minha opinião sobre o 11 de Setembro e sobre George Bush. Eu respondi: “Do que vocês estão falando?” Prefiro que as pes­soas se concentrem no filme e na trama e não nas suas próprias opiniões políticas. Para mim, Lone Survivor é uma incrível história de sobrevivência. É impossível ler o livro e não ficar pensando: “Somos todos capazes de muito mais do que pen­samos”. Espero que as pessoas tirem isso do filme e não o transformem em uma discussão sobre se os Seals deveriam ter ou não matado um inocente.A reação contra Lone Survivor já come-çou a questionar sobre a precisão do relato no livro.Então você tem que bater na porta do Marcus Luttrell e perguntar isso para ele. Nós recebemos Marcus no set, recebemos os Navy Seals no set e eu tenho certeza de que os produtores fizeram um grande esforço para garantir que os detalhes fossem respeitados.Lone Survivor é importante para você, já que é seu primeiro papel em uma su-perprodução desde 2009, em Star Trek?Grandes produções não têm esse impacto todo que você pensa, e é muito perigoso procurar esse tipo de filme porque, se você faz uma grande atuação em um grande filme, isso não é bom também

para sua carreira. Tento realizar papéis que podem dar uma mostra do que eu faço pois é isso que vai me fazer receber convites. Para mim, é sempre uma questão de trabalho e do que é interessante. Ainda recebo convites para papéis interessantes e recuso papéis que outras pessoas fariam qualquer coisa para receber.Você não fez muitas comédias desde que estrelou seu primeiro filme em 1997, No Olho da Rua. Foi uma opção?No começo, evitei a comédia deliberada­mente. Não foi difícil porque ninguém em Hollywood sabia sobre meu passado de stand­up. Estaria aberto para o gênero se chegasse para mim o papel certo, mas a tendência é eu receber coisas mais sérias.Como em Beware the Night?Acabei de filmá­lo em Nova York. Não vai ser lançado até o final de 2014 ou começo de 2015, mas estou bem animado. Foi dirigido por Scott Derrickson, que fez O Exorcismo de Emily Rose e A Entidade, e é meio que um mash­up. Está dentro do gênero de horror, mas tem uma história levada pelos personagens; não é um filme

“Quando bati, pensei: ‘Graças a Deus nós vamos sair dessa’. Temos sorte de estarmos vivos”

Bana competiu no Bathurst 12 Hour Enduro, no rali Targa da Tasmânia (onde se acidentou) e no campeonato aus tra liano de Porsche GT

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tipo Sexta-Feira 13. Eu faço Ralph Sarchie, um policial que investiga casos que envolvem possessões demoníacas, exorcismo e outras atividades paranor-mais. Foi um personagem incrível de fazer, um verdadeiro barril de pólvora.Está ficando mais difícil conseguir papéis bons em filmes bons?Nos últimos cinco anos está mais difícil para todo mundo pois tudo está ficando maior – conceitos, orçamentos e produ-ções. E, quanto mais inteligentes e interes-santes os filmes são, mais difícil é fazê-los. Os filmes que fiz recentemente não são do tipo que as pessoas correm para ver no fim de semana da estreia. Sim, isso pode mexer com seu emocional porque você pode se questionar e pensar como encontrar o equilíbrio ideal, mas ninguém realmente sabe a resposta para isso. Eu sei que o maior nem sempre é o melhor.A idiotização da indústria do cinema é preocupante?Me preocupa na medida em que mesmo que eu não esteja me idiotizando, mesmo que algum dos filmes fosse mais inteli-gente, ainda assim é perigoso porque há tantas histórias menores que merecem ser contadas e não são. Esse tipo de cinema está ficando cada vez mais difícil.Você preferiria contar suas próprias histórias?Eu tenho vontade de dirigir outro filme, mas não estou arrancando meus cabelos a essa altura para encontrar um argumento. Vou fazê-lo em algum momento e provavel-mente será uma narrativa e não um docu-mentário. Seria um luxo poder dirigir as pessoas em vez de me colocar em risco.Seu primeiro filme como diretor foi Paixão pela Velocidade, sobre seu cupê Ford Falcon. Sua relação com o carro mudou com os anos?Eu deveria achar que sim. Comprei o carro com 15 anos, então devo acreditar que mudei a partir disso, caso contrário eu seria um ser humano bem trágico. Há períodos em que o carro fica embaixo de uma lona por um ano e outros em que eu o dirijo todos os dias. Tem vezes que ele está todo desmontado e eu o xingo, mas tenho muito prazer com esse carro. Não quero parecer imbecil, mas veículos dão muita alegria às pessoas. Fazem com que elas sorriam.Do que você se lembra do acidente no rali Targa da Tasmânia que aparece no filme?Quando nós batemos na árvore, eu lem-bro de ter pensado: “Graças a Deus vamos sair dessa”. A pior coisa a fazer é atraves-sar porque o carro estava empenado em volta da árvore. Tivemos sorte de sairmos vivos da batida.

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Bana comprou seu Falcon quando tinha 15 anos e mexe no carro até hoje

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É verdade que você não faz uma sequência de filmes?É a maneira como eu gosto de trabalhar. Mais que um esforço determinado de encontrar um equilíbrio de vida profis­sional. Eu poderia fazer mais filmes, mas, se eu fizesse isso, também estaria em fil­mes de que não gosto muito. A verdade é que é muito difícil encontrar um filme bom. Quantos filmes bons são lançados em um ano? Não muitos, e você precisa ter muita sorte para participar de um. Se conseguir aparecer em um filme mais ou menos bom a cada cinco anos, você estará muito bem.

Você teve que deixar de lado algum papel por viver em Melbourne?Viver em Melbourne não fez nenhuma diferença na minha carreira. A única coisa é que tenho possibilidade de me esconder melhor por aqui.Então você nunca foi perseguido por algum paparazzo?Eles nunca tiveram interesse em mim. Eles têm uma tendência de não estar nos mesmos lugares que eu. Acho que os paparazzi gostam de ter vida muito glamourosa. Então, se você se afastar do agito, dos lugares da moda, eles estarão longe também.Como você lida com os eventos de promoção dos filmes?Eles são novidade para mim. Se eu vou a um evento, é uma semana à parte do meu ano e parece estranho e lisonjeiro ao mes­mo tempo. É bom se não for todo dia.Você conseguiria escolher entre acelerar e atuar?Caramba… Isso é golpe baixo. Eu não sou idiota, sei que atuar me permite praticar os hobbies e os esportes de velocidade, mas eu nunca poderia deixar de valorizar meu amor por carros e motos. Essa seria a pior das realidades.Nascido para correr: @EricBana67

O carro não saiu tão bem, no entanto. Deu perda total, certo?Ele teve que ser reconstruído, mas está melhor agora do que nunca. Eu o aposen­tei das corridas porque já dediquei muito tempo para consertá­lo.O que mais está em sua garagem?Tenho uma moto Yamaha 450, uma BMW 1200 GS, uma Ducati 851 SP3, uma velha Ducati Monster e uma moto de corrida Ducati 748 RS, usada só para competi­ções. Também tenho um Porsche Pre­A Speedster de 1955, que é meu único carro de investimento. Eu comprei ele 11 anos atrás e deve ter dobrado de preço.Além da paixão por velocidade, o que mais é ter sucesso para você?Significa sair da rodinha em que corre o hamster quantas vezes quiser. No começo da minha carreira, me dei conta de que eu poderia trabalhar sem parar ou pode­ria fazer com que as coisas fossem legais para mim. Se eu não fosse casado e não tivesse filhos, poderia ter feito tudo de uma maneira bem diferente, mas, na época em que comecei a ter algum sucesso, eu já era casado e com filhos.O sucesso mudou você?Eu comecei a trabalhar na indústria de cinema quando tinha 22 anos. Hoje tenho 45, então é claro que mudei. Eu gosto de pensar que sou uma versão mais evoluída da espécie. Ainda assim, a qualquer mo­mento eu posso me sentir um lixo ou me sentir muito bem comigo mesmo, como todos nós. A chave é garantir que você não se enrole demais no trabalho, e ter alguns interesses fora do emprego ajuda nesse equilíbrio. Estou feliz com minha vida hoje, mas eu também não era infeliz há 20 anos quando fazia trabalhos braçais e comédia stand­up.Steven Spielberg disse uma vez de você: “Ele tem todas as prioridades definidas… Se ele nunca mais atuasse na vida, ainda assim seria perfeitamente feliz”. Concorda?Interessante. Eu acho que ficaria um pouco frustrado. É um elogio muito carinhoso, mas eu tenho que discordar. Adoro viver em Melbourne, adoro ser pai de família e adoro ter tempo para fazer as coisas de que gosto.Qual é seu próximo projeto?Atualmente, estou lendo roteiros, mas não tenho a menor ideia do que vou fazer. E adoro que seja assim. Raramente entro em um set de filmagem sabendo qual vai ser meu próximo filme. Eu não quero pen­sar sobre o próximo trabalho enquanto estou filmando. Às vezes, isso significa que o intervalo seja grande demais, por­que pode demorar um tempo para que você encontre alguma coisa.

“Eu poderia fazer mais filmes, mas isso implicaria fazer alguns de que não gostasse muito. A realidade é que não é fácil encontrar um bom filme, é sorte”

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Ela não é o ABBA, que sua mãe ouvia, ou o IKEA, de que seu pai gostava.

ELLIPHANT, uma modelo que virou

MC, é a nova aposta para a dominação da cultura pop que

vem da SuéciaPor: Caroline Ryder

Fotos: Miko Lim Styling: Holly Copeland

ES U C ATA O ARG

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“A SUÉCIA FOI MUITO RUIM COMIGO. QUANDO DEIXEI MEU PAÍS, FOIQUE ME TORNEI UM SER HUMANO”

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LLIPHANT, uma estrela surgida na Suécia, está resfriada. Ela fica muitas vezes doente quando viaja para L.A., explica com a voz áspera e seminua em seu camarim, sem dar a mínima para o próprio corpo. Com Ellinor Olovsdotter na iden ti dade, a modelo internacional é também MC em uma nova onda nórdica de divas do dance pop (junto com nomes suecos como Icona Pop, Robyn, Lykke Li e MØ) que estão dando um novo gás à música

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SUA MÚSICA É INSPIRADA NO DANCEHALL JAMAICANO,DUBSTEP SUJO, ROCK DOS ANOS 1990 E TECNO

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de David Bowie a B-52s até o começo do tecno e Frank Sinatra. Tudo.”

Sofrendo de déficit de atenção e disle-xia, Ellinor Olovsdotter teve dificuldades na escola e não conseguia divisar um futuro feliz para si até que, com 15 anos, sua avó a levou para a Índia. Ela encon-trou paz nas barulhentas e coloridas ruas de lá e, um ano depois, voltou sozinha, abandonando a escola com 16 anos, per-dendo-se na Índia apenas para se encon-trar. Ela viajava para lá frequentemente nos seus 20 e poucos anos, retornando a Estocolmo entre as idas e vindas, onde trabalhava em uma cozinha enquanto brincava com suas próprias músicas. Ela viajou para metrópoles como Berlim, Londres e Paris, explorando as cenas urbanas daquelas cidades e conhecendo um jovem produtor sueco em Paris que acreditou nela como performer.

“Em 2011, conheci Tim De Neve, um dos meus produtores, em Paris, pouco antes de ir para a Inglaterra”, ela diz. “Ele é metade da equipe Jungle. Quando o conheci, nós estávamos muito loucos e ele colocou música para tocar e disse que queria tentar talvez compor música para outros artistas junto com Ted Krotkiewsk, seu parceiro de produção.

“Então fui para Londres e perdi meu voo de volta para casa por causa do vul-cão islandês que entrou em erupção.”

Um desastre natural se transformou em uma parceria extraordinária, e, com o apoio de De Neve e Krotkiewsk, Ellinor se transformaria em Elliphant, compondo letras e melodias enquanto seus produto-res se encarregavam da batida.

“A história real entre mim e a música começou mesmo quando fui para a Índia e participei de sessões de improvisação”, ela diz. “Eu senti a música, realmente quis ser parte dela de alguma forma. Estava em uma onda de gravar. Queria criar o maior banco de sons do mundo. Tinha um monte de ideais sobre música, mas não sabia como elas acabariam. Certamente não pensei que seria assim.”

Este “assim” a que ela se refere é a chance com a qual os músicos principian-tes sonham – a pessoa certa se transforma em seu aliado, o produtor certo enxerga o seu potencial. Depois de fazer algum sucesso em Estocolmo, Elliphant assinou com a Ten, empresa sueca de gerenciamen-to por trás de Icona Pop e Niki & The Dove. Em 2012, ela foi apresentada ao mundo, música por música do seu dancehall com traços de dubstep, como “Ciant Hear It”, “Tekkno Scene” e o hit “Down on Life”, cujo lindo clipe, filmado na Islândia, foi elogiado por Katy Perry, que o chamou de “melhor clipe do ano”. E então, depois de Katy, veio o interesse de Dr. Luke, o produtor que atuou nos bastidores para seu sucesso e tem um olho especial para divas do pop: Perry, Ke$ha, Kelly Clarkson e Britney Spears – e, sim, Rihanna. Luke fez Elliphant assinar com a Kemosabe, seu selo na Sony.

“Fui surpreendida pelo interesse dele por mim. Ele me procurou na minha gra-vadora. Não sei ao certo como aconteceu. Eu não fui atrás dele. Acho que teve a ver com Icona Pop crescendo tanto, subita-mente todos esses tubarões da indústria procurando o que há de novo na Suécia.”

Se tudo for bem, Ellinor tem uma chance de ser um dos maiores produtos de exportação da Suécia desde o ABBA… ou Ikea. O que seria digno de uma come-moração, ela diz, vestindo de qualquer jeito uma camiseta e prometendo que naquela noite ela ia sair e beber uma, que se dane o resfriado de L.A.

“É muito esforço e dedicação para fazer música. Você tem que receber algo em troca, ter retorno financeiro”, ela diz. “Percebi que queria isso para a minha vida, então de repente fiz ‘Down on Life’ e pensei: ‘F*da-se. Vou me jogar nessa’.”Siga Elliphant no Twitter e no Instagram:@ElliphantMusic

ELA ENCONTROU A PAZNAS RUAS COLORIDASE BARULHENTASDA ÍNDIA, SE PERDENDO PARASE ENCONTRAR

Em uma entrevista, seu carisma é ine-gável e contido. É durante uma sessão de fotos que Elliphant aparece para a vida, um turbilhão selvagem e cheio de alegria que mostra para a câmera a sua exube-rância. É esse sentido de si como artista – a habilidade de modelo de traduzir duas dimensões em três – que influencia sua música. Inspirada pelo dancehall jamai-cano, dubstep sujo, rock e tecno dos anos 1990, seu som motivou comparações com M.I.A. e Santigold. Mas sua presença evo-ca a de outra estrela e é uma comparação que Elliphant não gosta: Rihanna, cuja conquista do sucesso também foi difícil.

Com sua beleza meio Jane Birkin e sua honestidade desbocada, Elliphant apresenta mais do que aquele tipo de princesa hipster do pop. Ela viveu uma vida de verdade, para começar, com uma infância pobre nos empoeirados subúrbios de Estocolmo. Sua mãe gerou, solteira, dois filhos de pais diferentes. O pai teve quatro crianças com três mães diferentes.

“Minha mãe era drogada”, ela diz. “Ela tinha um monte de problemas. A Suécia foi muito ruim com ela. E comigo também. O sistema da Suécia acabou comigo. Só me tornei um ser humano quando deixei o meu país. Se nunca tivesse saído, esta pessoa, Elliphant, nunca teria existido. Eu seria hoje furiosa. Provavelmente teria dois filhos e estaria drogada agora.”

A sua família era grande, estendida e caótica, na qual a música era um dos poucos luxos que se podia pagar, ela conta.

“A minha mãe era apaixonada por música e ela era toda por dentro do lance anos 1990”, ela diz. “Eu cresci bombardea-da por música. Nós ficávamos horas espe-rando enquanto ela procurava discos em lojas. Ela comprava uns dez CDs em uma semana quando eu era criança. Tudo,

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BALAA c i d a d e ru ra l d e Te u tô n i a , n o s u l d o B ra s i l , o n d e v i v e m a p e n a s 3 0 m i l h a b i t a n te s , re c e b e p e l a s e g u n d a v ez a C o p a d o M u n d o d e S k a te D o w n h i l l . N a l a d e i ra q u e g a n h o u fa m a i n te r n a c i o n a l p o r s e r a m a i s rá p i d a d o m u n d o , o s r i d e rs b e i ra m o s 1 2 0 k m /h e m u m a e x p l o s ã o d e a d re n a l i n a e l o u c u raUMA

COMO

P O R : F E R N A N D O G U E I R O S F O T O S : M A R C E L O M A R A G N I E T H I A G O D I Z

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A base aerodinâmica é uma das principais

características do skate downhill: braços para trás,

um joelho atrás do outro, peito no joelho da frente

e olhos mirando a pista

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atthias Ebel, 23 anos, skatista da Alema-nha, tem uma certeza: “Estarei aqui no ano que vem. Isso é incrível, uma energia diferente de tudo”.

Enquanto ele arruma seus equipamen-tos no porta-malas do carro, um atleta pergunta: “Não se classificou?”. “Infeliz-mente não”, ele responde. O outro com-pleta: “Isso é Teutônia, cara. Teutônia”.

É nessa cidade, no interior do estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, com uma das maiores colônias alemãs do país, que fica a Ladeira da Harmonia, desbravada há dez anos por um morador local e que atualmente é considerada a pista mais rápida do mundo para a prática do skate downhill. Por esse motivo é que o Top Skate Pro Teutônia, a Copa do Mundo da modalidade, acontece nesse asfalto.

No terceiro e último dia da competição, os dois finalistas, Carlos Paixão e Max Ballesteros, ambos do Brasil, estão a postos para dropar o percurso de 2 km rumo ao título mundial. No pé do morro, na linha de chegada, as caixas de som ecoam, clamando pela disputa mais

aguardada do evento, enquanto os espec-tadores se aglomeram para acompanhar a última bateria. Do topo, onde é dada a largada, não se vê a chegada, apenas se escuta, de longe, o som dos alto-falantes.

“Aqui só tem um jeito de descer, que é o mais rápido possível”, diz Carlos, 25 anos, pouco antes da final. Do alto de seu 1,88 m, roupa de couro preta e verde, ele é o dono do novo recorde de velocida-de da pista, de 119 km/h, anotado durante o qualifying, no primeiro dia. O segredo para tamanha rapidez? “Eu acho que é a força para segurar a pressão e não per-der velocidade”, ele diz. “Mas o mais im-portante é jamais tirar o braço de trás do corpo e manter um joelho firme, sempre atrás do outro, com o peito e o queixo no joelho da frente, mirando para onde você vai, sem olhar para o chão, e mantendo a base aerodinâmica.”

No começo da pista, fica uma pequena igreja e um rústico galpão onde os riders comem, descansam, consertam seus skates e, em muitos casos, armam suas barracas de acampamento para passar a noite.

O fiscal anuncia a largada: “Riders, set... Go!”. Os finalistas se impulsionam com um pé no asfalto e outro no skate e despencam ladeira abaixo, sumindo na primeira curva. Carlos larga na frente.

A velocidade começa a subir para 40, 50 km/h no trecho chamado de tobogã, quando a inclinação ainda não é tão gran-de e tem uma curva leve para a esquerda e logo depois outra para a direita.

Max se mantém na cola, procurando um espaço, mas, quando a velocidade atinge os 90 km/h, ele abre os braços para diminuir o impulso na entrada da curva principal. Carlos opta por ir direto

À esquerda, Carlos Paixão, o novo campeão mundial, desce do ônibus que traz os atletas de volta ao topo da pista. Acima, os riders à espera da largada

M

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Manter-se na velocidade máxima, que aqui beira os 120 km/h, por mais de 15 segundos, é algo

que só o asfalto feroz de Teutônia pode oferecer

MONTANHA-“ISSO É UMA

ASSUSTADORAE MUITO RÁPIDA”

RUSSA

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CR

EDIT

:

– corpo inclinado, muita força da gravi­dade sugando seus músculos e a movi­mentação cirúrgica dos joelhos e quadris. Essa curva coloca os atletas na reta final.

A velocidade aumenta e as rodinhas se agitam sobre a pavimentação irregular, que tem rachaduras e remendos, e torna tudo mais desafiador. Ao redor, o que se veem são pequenas propriedades e um cemitério ao lado da curva principal.

O asfalto mal­acabado é uma das carac­terísticas de Teutônia. Outra é o tempo de velocidade máxima atingido pelos atletas: eles ficam no top speed por 600 m na reta final, que dura cerca de 15 a 20 segundos. A velocidade beira os 120 km/h quando são avistados por quem está no pé da la­deira – o grande momento do espetáculo.

Carlos se consolida na dianteira e desce feito uma bala, deixando apenas o vento no rosto dos espectadores e espantando os lagartos que passam na beira do asfalto. Max não consegue mais alcançá­lo.

Na edição de 2013, a competição reuniu atletas de 15 países – um recorde, segundo Alexandre Maia, chefe de prova e membro da IGSA (International Gravity Sports Association). Para participar do mundial, basta ter o equipamento de segurança homologado (roupa de couro, capacete e luvas) e pagar a inscrição. Mas a tendência é que isso mude. “Daqui em diante vamos focar em uma elite de ranqueados”, explica Alexandre.

Durante o evento, quatro ônibus esco­lares improvisados são responsáveis por

No topo, a largada é um momento de tensão e parceria entre os atletas,

que se cumprimentam antes do drop. Ao lado, o

rider argentino tatuou sua paixão. Abaixo, o acampa-

mento (dentro da igreja) dos competidores que não gostam de hotéis

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O alemão Matthias Ebel, o “skatista prateado”, compete há cinco anos e está em Teutônia pela primeira vez: “Essa é a pista mais rápida e insana do mundo”

SANGUE-FRIO

“PRECISA TER

E CABEÇANO LUGAR”

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SEGURAR A PRESSÃO“QUEM CONSEGUIR

NA CURVA TEM MAIS CHANCE”As competições no mundo costumam ter baterias de quatro atletas, mas em Teutônia são apenas dois por causa do perigo. Durante o mundial, foi registrada a velocidade máxima de 119 km/h, novo recorde da pista

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levar os atletas de volta ao topo. O trânsito de carros só é permitido quando a organi-zação autoriza ou quando a ambulância precisa entrar em ação nas situações de emergência.

V I DA O U M O RTEO qualifying, no primeiro dia, é o momento mais crítico do evento devido ao excesso de atletas que desce a ladeira. Nesta edi-ção, por exemplo, foram 230. Debaixo do sol de 30 graus, eles caminham com suas roupas de couro abertas em busca de água enquanto, a cada 5 minutos, os fiscais autorizam a descida dos riders que querem treinar e fazer o tempo para definir as baterias.

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na pista da direita ou da esquerda quando passei num remendo. Não tive como evi-tar pois já tinha alcançado o top speed.” Resultado: tornozelo torcido e ombro e joelho luxados, fora os ralados.

Debora desceu cerca de 25 m ralando a barriga e não conseguiu se levantar. A ambulância foi chamada, e os médicos levaram mais de cinco minutos para tirar a roupa da atleta de modo que ela não sentisse dor. Depois, ela seguiu para o hospital. (Durante três horas de quali-fying a pista foi interditada quatro vezes para a entrada da ambulância.)

Vale a pena tanto risco? “Sim, claro”, diz Debora, sorridente, enquanto repousa um saco de gelo em seu tornozelo durante o último dia. “A vontade de descer é mui-to grande. Teutônia é diferente de tudo, é pressão o drop inteiro e sempre tem uma surpresa.”

O alemão Matthias concorda: “Aqui não tem como diminuir a velocidade. Isso é como uma montanha-russa assustadora, uma aceleração que nunca vi na vida”. Com três cirurgias no ombro, uma claví-cula quebrada, diversas cicatrizes pelo corpo e inúmeras torções de tornozelo, ele não tem dúvidas: “Essa é a pista mais rápida e insana do planeta”. Kyle Wester sabe disso: “Costumo andar no Colorado, em Pikes Peak, mas lá a velocidade que eu chego é de 96 km/h. Aqui a gente fica entre 115 e 120 km/h por muito tempo, não tem nada parecido no mundo”.

Agora, no último dia, o número de competidores diminuiu gradativamente até restarem os dois finalistas. Conse-quentemente, o nível técnico aumentou e a quantidade de acidentes diminuiu.

Depois da última largada, o topo ficou silencioso e praticamente vazio. Apenas o fiscal e meia dúzia de moradores locais dividem o espaço entre o galpão e o início da pista, aguardando o anúncio do des-fecho da competição pelo walkie-talkie. Ouve-se de longe o eco das caixas de som.

Durante o duelo final, a multidão fica em polvorosa no pé da ladeira à espera do novo campeão da “Fórmula 1 do skate”. E ele chega mais rápido do que nunca, após 1m20s de descida. Carlos Paixão cruza a linha de chegada em primeiro para es-crever seu nome na história de Teutônia.

“Pensando bem, acho que aqui o mais importante não chega a ser força ou téc-nica, e sim cabeça no lugar e sangue-frio”, ele diz, suado e extasiado. “Tem gente com muita técnica, mas, quando chega em Teutônia, se apavora, perguntando se é isso mesmo. E nós não temos muito o que dizer, não é? É isso mesmo, sim. Isso é Teutônia.” igsaworldcup.com

Ao escutar o som dos skatistas se apro-ximando, o público que se espreme no gramado tem aumentada a expectativa em um misto de aflição e apoio. A cada sambada que um skatista dá, na tentativa de se ajustar à linha da pista, ouve-se o “Uhhh!!” de quem assiste. É um espetáculo no limite da performance e do risco.

O atual campeão, Kyle Wester, 26 anos, americano do estado do Colorado, desceu a ladeira para cravar o terceiro melhor tempo. “Converso comigo mesmo durante a descida, tento ficar relaxado e com a certeza de que estou me divertindo”, diz o atual número 3 do ranking mundial. “Quem conseguir segurar a pressão na curva em alta velocidade tem mais chance

Na foto maior, o cansaço é intenso; e o prazer, inigualável. A partir da mais alta: as quedas inter-rompem a corrida para a entrada das ambulâncias; e as chegadas são uma explosão de velocidade

O DROPINTEIRO.

“É PRESSÃO

SEMPRE UMASURPRESA”

de ganhar. Encontrar a linha certa nesse asfalto exige muita atenção.”

Depois dele, pela categoria feminina, quem desceu foi Debora de Almeida, de 19 anos. Após a curva principal, ela per-deu a estabilidade e foi lançada de seu skate, chocando-se contra o asfalto numa queda que não deixa nada a dever às de MotoGP. “Eu estava em dúvida se ficava

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Como é quando você se vê na armadilha do próprio sucesso? BRIAN FALLON, do Gaslight Anthem, fala sobre se separar do fantasma de Springsteen e da noite em que sua banda quase acabou Por: Jon Coen Fotos: Matthew Salacuse

A banda The Gaslight Anthem acabou em 30 de mar-ço de 2013, em uma enorme casa de shows londrina chamada The Troxy. “Ninguém sabe desta história. Nós nos sentíamos apáticos. Eu não tinha mais nada para dizer. Estávamos meio ‘por que estamos fazendo isso?’ Quase acabamos”, diz o vocalista Brian Fallon. Eles não acabaram de verdade. Ninguém disse o que pensava, mas houve uma discussão cheia de rodeios sobre o assunto. Não houve nenhuma briga irada, nenhuma garrafa de cerveja foi jogada na parede, nenhum microfone foi atirado ou aconteceu qualquer ataque no palco. Apenas tiveram uma conversa pací-fica sobre quem sabe acabar.

Fallon, depois disso tudo, foi diretamente para a Artichoke Pizza, em Nova York. A onda de calor de julho acaba de chegar, fazendo a temperatura no fim de noite alcançar os 30 °C com uma umidade de selva que os nova-iorquinos aceitam da mesma forma que os ventos de noroeste gelados que sopram entre os prédios no mês de fevereiro.

“Tem estado quente em todos os lugares. Está quente na Europa. Não tão quente quanto aqui. Nós acabamos de chegar, faz duas semanas hoje. É bru-tal… fomos a 37 °C?”, Fallon pergunta retoricamente.

O ar-condicionado manteve o ambiente habitável, mas não refrescante. Em vez de tocar em lugares como o Wembley Stadium em Londres, Fallon se dá

nos limites da cidade

ESCURIDÃO

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melhor nesse tipo de espelunca. Ele men-ciona algumas pizzarias e Nova Jersey e explica que prefere baixar músicas no iTunes porque custam US$ 1 mais barato que seu provedor de TV a cabo.

Fallon cresceu perto da praia. Quem é de lá chama a praia de “The Jersey Shore” (a costa de Jersey). Depois que ele, o gui-tarrista Alex Rosamilia, o baterista Benny Horowitz e o baixista Alex Levine peram-bularam pelo lugar vestidos de punks, formaram a Gaslight Anthem em New Brunswick, uma cidade universitária com tradição em bandas underground debaixo das sombras de Filadélfia e Nova York. Eles lançaram Sink or Swim em 2007 e fi-zeram uma turnê com público de cerca de 150 pessoas. Fallon já estava com 25 anos.

“Você fica lembrando, Jimi Hendrix e Kurt Cobain morreram aos 27. E fizeram tanta coisa antes de… morrer”, enfatiza. “Nós não tínhamos mais 17 anos. Era meio como ‘Até onde vamos até que não dê mais?’ Nós tínhamos que tocar para fazer o próximo show ou não conseguiría-mos nem voltar para casa. Então, a gente não podia dar-se ao luxo de brigar. Os nossos pais nos incentivavam, mas eles diziam ‘Quem sabe você não devia pensar em um plano B?’ Nós tínhamos que man-ter nossa engrenagem em ordem.”

No verão de 2008, eles lançaram um mix brilhante de punk-tempo em The ’59 Sound, conseguindo lotar dois shows na lendária Stone Pony em Asbury Park. Se isso tudo soa um pouco como uma música de Bruce Springsteen, é compreensível.

“NÃO QUERO TOCAR ACORDES TOSCOS.QUERO TOCAR RIFFS”

“Não quero seguir os passos deles [Springsteen e The Clash] porque eles já os trilharam. E, se precisar, vou reagir a isso, nem que eu dê um tiro no pé da minha carreira”

Springsteen basicamente escreveu a bio-grafia do Gaslight Anthem antes que eles nascessem – quatro meninos de Chuck Taylor de famílias operárias e o sonho de ganhar a vida com rock’n’roll.

A simplicidade popular do “The Boss”, os Replacements de Paul Westerberg e Joe Strummer do The Clash tiveram uma grande influência no álbum. Enquanto o Gaslight Anthem viajava, cada sinopse fazia referência a Jersey e a Springsteen. Em 2009, Bruce cimentou essa relação no festival de Glastonbury, na Escócia, ao tocar “The ’59 Sound” com eles.

A banda foi prestigiada e a aparição deu um impulso para o sucesso. Mas, ao mesmo tempo, ela não era mais uma daquelas bandas de festa íntimas o sufi-ciente com “The Boss” apenas para ser ba-cana. Você não pode escutar uma música da Gaslight ou falar com Fallon por cinco minutos sem que ele acabe fazendo uma ou outra referência. É como Sam Cooke enquanto escrevia “The ’59 Sound”. Ele ama os Rolling Stones e diz que ninguém mais faz o que Mike Ness é capaz. Enquan-to era tatuado pelo baixista da Bouncing Souls, Bryan Kienlen, ele expressou seu amor por Greg Dulli do Afghan Whigs. Em mais de uma ocasião, mencionou o Pearl Jam como sua banda preferida. Em sua noite animada, ele fica citando Dylan. E depois tem Lawrence Arms, Steve Earle, Lucero…

Mas Fallon tem brigado com a sombra de Springsteen desde que ele escreveu “American Slang”, em 2010. Ele levou

o Gaslight Anthem para Nashville em 2012 para gravar Handwritten para a Mercury Records. E, mesmo com o álbum chegando às paradas em diversos países, eles ficaram pensando quanto do sucesso era pelo fator Bruce.

“Eu não quero ser Springsteen. Aquilo foi para tocar ‘The ’59 Sound’ e ficou só nisso. E as pessoas ficaram fixadas nisso. Eu posso morrer que não fico na aba de ninguém. Nunca. Sou compositor. É isso o que eu faço. Eu amo o que faço – a poe-sia, os livros de T.S. Eliot, os discos de blues. Eu digeri Springsteen e The Clash por 20 anos. Não há mais nenhum sangue a sugar. Claro, quando eu ouço aquelas músicas, ainda me sinto recarregado, mas não tem mais nada a tirar disso.”

Abanda se valeu do mag-netismo contagiante de Fallon pelos refletores desde o começo. Você pode chamar isso de uma “qualidade este-

lar”, mas este não é um termo que o seu círculo de malandros tatuados de origem irlandesa de Jersey iriam repetir. Ainda que ele nunca tenha lançado um álbum solo completo, Fallon com seu violão Gibson tem seguidores próprios.

Ele tem uma habilidade de entreter muito além dos discos do Gaslight ou de shows em festivais. As suas piadas de palco são famosas pelo brilho. Seu humor é conhecido por levar as entrevistas para as gargalhadas.

Em 2011, Fallon e Ian Perkins, origi-nalmente técnico de guitarra do Gaslight Anthem, formaram um projeto paralelo chamado The Horrible Crowes. O álbum que lançaram, Elsie, trazia uma música mais sombria que as baladas do Gaslight.

“A banda tocou em nosso segundo show, na Only Game in Town, em Summer-ville. É como uma loja de games onde você pode comprar o Caverna do Dragão. Se alguém disser que foi lá, mentiu. Eram tipo 20 pessoas amontoadas num recinto do tamanho desse boteco.”

Em contraste, o primeiro show dos Crowes foi no Bowery Ballroom, no Lower East Side. O segundo foi no famoso clube Troubador, em West Hollywood.

“Tivemos muita sorte. Aquilo foi uma loucura. Sold out!”, ele lembra.

Fallon tem ofertas para sair em turnê. Já chegou a dizer que tem planos de gra-var um disco solo. Mas então o que teria acontecido no backstage daquele show em Londres?

“Não foi algo que tínhamos acumulado por anos e começamos a brigar… Assim que passou pela nossa cabeça, resolvemos.

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É totalmente melhor se queimar do que ir apagando. E eu preferia matar a banda cortando a garganta bem ali do que ficar vendo ela morrer. Prefiro mil vezes que todos se perguntem ‘O que houve com aquela banda?’ do que ver nos transfor-marmos em velhos odiosos porque eu amo demais a banda e o que fizemos juntos até agora.”

Sobre a associação com Bruce e o Clash, Brian começa a se exaltar. “Eu não quero seguir os passos deles porque eles já os trilharam. E, se eu precisar, eu vou reagir a isso, mesmo que signifique dar um tiro no pé da minha carreira. Porque eu não entrei nessa para fazer do mesmo jeito que eles. Prefiro pegar minha bola e ir para casa do que fazer igual a eles.”

Brian quase fez exatamente isso no Pier 26, em 28 de julho. No final de três noi-tes consecutivas em NYC, ele se divertia entoando cantos com o público

quando as pessoas começaram a entoar “Bruuuuce” sobre o Rio Hudson. Fallon não quis mais brincar. Ele se virou, emen-dou “Teenage Wasteland”, do The Who, e acabou. No dia seguinte, desabafou em um post na internet sobre como era a roubada em que sentia ter se metido.

A discussão teve início com força no backstage do show. Enquanto cada mem-bro da banda sugeria como ele poderia trazer um novo elemento, surgia uma nova inspiração. Horowitz falou sobre os grooves de John Bonham; Rosamilia manifestou seu grande desejo de tocar piano; e Perkins falou em começar a fazer sons com slide guitar.

“Perfeito!”, disse Fallon. “Eu não quero tocar acordes toscos. Quero tocar riffs. Es-tudei blues. Quero fazer coisas diferentes. As pessoas podem não gostar, mas não estou tocando para elas. Estou tocando para mim. Há uma certa dose de egoísmo para se chegar na abnegação.”

Fallon sugeriu levar as músicas que trabalhou para seu disco solo à banda, para assim gravá-las com o Gaslight. E assim a decisão foi unânime: o Gaslight Anthem continua.

“Comecei a compilar uma lista de caras que saíram de suas bandas. Ryan Adams é um. Whiskeytown é uma boa banda, mas eles não escreveram uma ‘Heartbreaker’. Houve muitas brigas. Não sei se ele conseguiria ter feito seus melhores trabalhos com a Whiskeytown, então se mandou dali. Mas eu sei que posso fazer o que preciso fazer ao lado desses caras.”www.gaslightanthem.com

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UN DJ SALVOU MINHA VIDA

UM DJ SALVOU MINHA VIDA

Por: Berenice Andrade Fotos: Katie Orlinsky

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Hardpop: uma balada de Ciudad Juárez, no México,

onde os frequentadores usam a música para esquecer a violência

da cidade

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A Hardpop é uma balada que começou como zona neutra na guerra do narcotráfico mexicano e hoje se tornou uma das melhores do mundo

James Zabiela sobe ao palco com um largo sorriso e balança com vigor o cabelo curto e loiro. Ele parece um jogador de tênis fazendo pose para o público no centro da quadra.

O inglês saúda a galera e prepara suas ferramentas de trabalho: picapes, iPad, fones e todos os tipos de equipamento eletrônico, ao que a multidão se dissolve em aplausos e se aglomera em frente ao palco.

Zabiela começa a martelar as batidas; as pessoas vão à loucura, se empurram, fazem fotos e levantam os braços com as entradas para o show. A comoção inicial do encontro com o DJ-celebridade passa, e as cerca de 600 pessoas se movimentam em espasmos, a cabeça balançando, cin-tura sacudindo. Todos dançam.

É só mais um fim de semana normal na Hardpop, uma balada de tamanho médio com decoração sóbria localizada em um shopping de Ciudad Juárez, uma cidade deserta, caótica e mortal na fronteira com El Paso, Texas.

Nessa noite, ninguém se lembra dos milhares e milhares de mortos que a região enterrou em cemitérios ou em valas clan-destinas nem das rixas entre traficantes, além de tiroteios ou extorsões; da tortura, do brutal assassinato de mulheres ou de todas as horríveis manchetes que saem na imprensa para definir Juárez e fazer a sua fama de uma das mais perigosas cidades do mundo.

Em vez disso, o frenesi dos clientes da Hardpop, suas coreografias e a devoção quase ridícula aos DJs renderam à balada um lugar em outro ranking, mais super-ficial e também 1 milhão de vezes mais animador: de acordo com a revista britâ-nica DJ Mag, essa é uma das melhores baladas do planeta.

Nenhuma outra balada do México supera o rol semanal de DJs da Hardpop, que inclui nomes como James Lavelle, Magda, Damian Lazarus, Deadmau5, Jesse Rose ou M.A.N.D.Y. No final de outubro, a balada comemorou seu sétimo aniversário e o DJ berlinense Acid Pauli e seu colega James Zabiela estão no comando da festa. “Tenho certeza de que a música ajuda as pessoas a enfrentarem a violência, porque a música é do bem”, diz Acid Pauli.

O público jovem faz festa como se nada violento alguma vez tivesse acontecido – ou fosse acontecer de novo.

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VALE O RISCO No começo da noite, um dia após o Hallo-ween, Perla Chavez vai de carro até a casa da amiga Denisse Arias para se arruma-rem juntas. Perla tem 20 anos e aparenta a idade, ao contrário de Arias, cuja com-pleição mignon e precoce faz com que pareça menos que os seus 18 anos. “Eu vou à Hardpop desde os 17 anos. Tinha uma identidade falsa que alguém fez para mim. E, bem, sim, Juárez era muito peri-gosa, mas eu não tinha medo. Mesmo com meus pais sempre me ameaçando de me manter em casa, eu sempre saía”, diz Perla, reclinando-se na cama e alisando o cabelo enquanto Denisse aplica cílios postiços com precisão cirúrgica.

“Minha mãe não me deixava sair por-que era muito perigoso e ela tinha medo, mas ela tem que confiar em mim”, diz Denisse. “Eu preciso sair e me divertir.

Ruas perigosas, ritmo de paz: Juárez é uma das cidades mais violentas do mundo. Mesmo assim, não existe confusão dentro da Hardpop, que comemorou o sétimo aniversário no ano passado

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“ A HARDPOP PROMOVE UMA CENA; É UMA ILHA DE ALEGRIA EM UM OCEANO DE TERROR”

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Nunca nada aconteceu, exceto uma vez que me assaltaram na frente de casa. Foi muito ruim, mas, enfim, alguma coisa tem que acontecer. Esta é uma cidade perigosa, todo mundo tem a sua história.”

São quase 21h e Perla e Denisse estão finalmente prontas. Carlos, irmão de Perla, espera que as garotas terminem seu ritual que antecede a balada. Eles têm que che-gar cedo à Hardpop porque, mesmo com um grande DJ toda semana, pontualmente às 2h – e às vezes antes – as luzes se acen-dem e a festa termina.

Do lado de fora da balada já existe uma longa fila. Ninguém tem mais de 25 anos e elas vestem suas saias mais reveladoras e camisetas meticulosamente passadas a ferro, tremendo de frio enquanto aguar-dam para entrar na casa, localizada no mesmo shopping que foi a cena de mortes e tiroteios anos atrás. Não há uma só esquina ou morador de Juárez que não tenha uma história de assassinato para contar. Perla e Carlos têm quatro parentes que foram mortos.

“Cerca de dois ou três anos atrás, mataram três primos e, no ano passado, um tio. Talvez eles estivessem envolvidos [com tráfico], mas um dos meus primos tenho certeza que não fazia nada errado. Eu tinha medo pela minha família. Eu não faço nada errado, mas, mesmo sem fazer nada, a violência atinge você”, afirma Perla.

“Meus amigos de El Paso perguntam: ‘Como você pode viver em Juárez?’. E eu digo: ‘Bom, você precisa se adaptar ao que tem’”, declara Carlos.

De 2007 a 2012, a realidade foi uma média de 5,8 assassinatos por dia; mais de 11 mil mortes no total, de acordo com as estatísticas da promotoria do estado de Chihuahua. Eles se adaptaram a viver sem medo com a possibilidade de serem assassinados. Mas, naquela noite, dentro da Hardpop, tudo o que os esperava era o ritmo de Zabiela.

UMA HISTÓRIA IMPROVÁVELO cara por trás da Hardpop é Ricardo Tejada, jovem empresário de Juárez que comanda a Pastilla Digital, uma promotora de eventos. Apesar de que tanto a firma quanto seu dono apresentam credenciais impecáveis, a ascensão da Hardpop foi, na verdade, resultado de uma sequência de coincidências.

Desde que se mudou para Londres no final dos anos 1990, Tejada organiza even-tos com DJs como Tiesto e Paul Van Dyk.

Ele queria aliar seu gosto pelo tecno underground com festas rentáveis – inicialmente planejava abrir uma balada de eletrônico em San Pedro Garza García,

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a mais rica cidade do México. Entretanto, frustrado com problemas nas licenças, ele transferiu tudo para um espaço no shopping do pai.

O resultado foi a Hardpop, localizada no último lugar que se pudesse imaginar para abrir um negócio. Mas descobriu-se que a cidade de 1,2 milhão de habitantes oferecia um grande nicho para uma bala-da que trouxesse DJs progressivos.

Bill Weir, o engenheiro que projetou a casa e amigo de Tejada há anos, diz que a Hardpop uniu a cidade. “Lugares como este evitam o caos. Cidades sem uma iden-tidade forte têm uma cena fragmentada. A Hardpop promove a cena. Você não vai encontrar esses artistas em nenhum outro lugar de Juárez ou provavelmente nem em outro lugar do México, porque a Hardpop é uma ilha de genuinidade em um oceano de impostura.”

A balada é heterogênea. Reúne todos os tipos de pessoas no público, desde ga-rotas ricas com saltos altíssimos e bolsas de grife (falsificadas na maioria, mas al-gumas de verdade), cabelos e maquiagem que provavelmente levaram horas para fazer, até os mais ordinários jovens ves-tidos com camisetas de time de futebol, tênis All Star e cabelo desgrenhado. A única exigência é pagar a entrada. “Aqui temos todas as classes sociais. Todos são bem recebidos. Compre um ingresso que você entra”, diz Eduardo Espino, chefe da segurança da casa.

Mas, mesmo vivendo seu auge atual-mente, o oásis para a juventude que é a Hardpop não foi sempre imune à realidade cruel que assola a cidade. Apenas há alguns anos, Tejada foi forçado a fechar por dez

meses após uma tentativa de extorsão. “Nós não queríamos nos colocar em risco e nem nossos artistas, porque as coisas começaram a ficar difíceis. Eles passaram a exigir quotas de outros empreendimen-tos, e os sequestros começaram a aconte-cer. Nós queríamos que as coisas se acal-massem. Mas nunca saímos daqui. Nós fomos um dos maiores negócios que nunca pensaram em sair da cidade e sempre nos mantivemos aqui”, diz Edgar Cobos, relações-públicas do lugar.

Durante esta época, Tejada apresentou alguns eventos em El Paso e, pouco a pouco, começou a reviver a Hardpop, organizando discretamente shows men-sais na casa noturna. “É minha terceira vez tocando aqui, apesar de que deveria

Os locais (acima, à esq.) curtem os DJs internacionais, como o mestre alemão Acid Pauli (à dir.). Os tempos difíceis no México levam milhares de imigrantes aos EUA (abaixo)

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“ ESSA BALADA É A ESSÊNCIA DA REVITALIZAÇÃO DA CIDADE”

Juárez está mudando – devagar e cuidadosamente, mas com persistência. Em setembro de 2013, César Duarte, go­vernador de Chihuahua, o estado em que a cidade está localizada, usou estatísticas para incutir na imprensa que Juárez esta­va se tornando mais segura com rapidez. Durante 2012, homicídios de “alto impac­to” diminuíram 84%; sequestros baixaram 75%; roubo de carros caiu 82%; assaltos a lojas diminuíram 64%; e roubo a banco caiu 92%.

O fato de ter havido apenas 86 homi­cídios durante os primeiros três meses de 2013 foi um alívio se comparado com as centenas registradas em um único mês durante os anos passados. Mesmo a apa­rência da cidade recebeu um tratamento de beleza: casas que estavam com a pintura

descascando, as dezenas de lojas que fecharam para evitar extorsão e as ruas vazias que davam a aparência de uma cidade­fantasma foram substituídas por estabelecimentos abertos ao público e as pessoas voltaram às ruas.

Denisse, Perla e suas amigas estão curtindo a última sessão de Zabiela. Estão felizes. A Hardpop cumpriu seu dever mais uma vez. “Vamos esquecer todos os traumas vividos por causa da violência porque a música tem uma batida que te distrai, faz você relaxar”, diz Denisse. “A energia que o artista recebe do público é incrível”, diz Weir. “Você nunca vai ter uma balada ruim na Hardpop porque o público não permite isso.”Saiba mais em: www.thehardpop.com

ser a quarta”, diz Zabiela. “Aquela vez que cancelaram o show foi por causa de toda aquela loucura da cidade. A primeira vez que eu vim, não sabia nada de Juárez ou do México, preciso confessar, foi um choque dirigir com soldados armados na parte de trás da camionete. Só tinha visto algo assim na TV. Foi surreal”, afirma.

O IMPACTO“A Hardpop é a essência do processo de revitalização da cidade, porque a violência em Juárez tem ligação com a cobiça, o egoísmo, em atropelar todo mundo para conseguir o que se quer e, quando você vem aqui, honestamente, tudo é paz, amor e respeito”, diz Weir. “Tem uma grande fila do lado de fora, sendo esta a cidade onde as pessoas são fuziladas nas ruas.”

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Page 76: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

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MEU EQUIPO, pág. 78

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res apreciadores de peixes da Ilha

de Guadalupe

Atrás das grades D Á P R A V E R U M T U B A R Ã O - B R A N C O M U I T O D E P E R T O S E M Q U E S E J A A Ú LT I M A C O I S A Q U E V O C Ê V I U . B A S TA E N T R A R N A G A I O L A E M E R G U L H A R M A I S D E 10 M MALAS PRONTAS, página 80

A Ç Ã O ! V I A G E M / E Q U I P A M E N T O / T R E I N O / M Ú S I C A / F E S T A S / C I D A D E S / B A L A D A S

Aonde ir e o que fazer

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Page 79: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

AÇÃO! BALADA

ACES’N’SPADES62 Hout StreetCidade do Cabo, África do Sulwww.acesnspades.com

Que surfista não quer ter um bar de rock? O grande tuberider Grant Baker, o Twiggy, teve essa chance quando um amigo de infância, Reg MacDonald, voltou para a África do Sul depois de administrar baladas em Hollywood. O fruto da colabora-ção entre os dois é o Aces’n’Spades, um autointitulado “bar certo para acontecerem coisas erradas” e um ímã para surfistas de primeira linha, como o havaiano John John Florence e Mick Fanning, além de astros como Orlando Bloom e Kevin Spacey. Há uma carta enorme de uísques e cerca de dez tipos de chope produzidos pelas cervejarias locais. Nas quartas tem música ao vivo, nas terças e quintas os engravatados aparecem para uma bebida antes do jantar e nos fins de semana a casa bomba. “Era para ser um bar tranquilo”, diz Baker. “Nunca foi a intenção que se transformasse em um lugar para dançar, mas entre meia-noite e 2 da manhã está todo mundo dançando.”

Ondas noturnas C I D A D E D O C A B O O R O C K ’ N ’ R O L L D A Á F R I C A D O S U L E N C O N T R A A R E A L E Z A D O S U R F E M U M B A R S O M B R I O, G L A M O U R O S O E C O M A L M A R A D I C A L

V A I U M D R I N Q U E ?O QUE AS ESTRELAS

DO SURF BEBEM

Deixe o rock rolar: a banda Beast, da Cidade do Cabo

O filme do Jordy Smith, Now Now, foi lançado no Aces

Grant BakerO drinque favorito?

“Uma tequila Don Julio on the rocks, com

um pouco de água. Beber tequila ruim é

como beber um uísque vagabundo. Não pode

acontecer.” A música preferida?

“Add It Up”, do Violent Femmes

Jordy Smith Red Bull Vodka

“Rockin’ in the Free World”, de Neil Young

Frank Solomon

Cervejas da Union’s Beast of the Deep

“All Along the Watch­tower”, de Jimi Hendrix

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O TALENTO MUSICAL

SUL-AFRICANO EM ALTA

MARKUS WORMSTORM

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DJ SPOKO De um distrito

nos arredores de Pretória, o seu

jive-funk realizado na Afro-house

apareceu em um álbum do ator que

viveu Mandela, Idris Elba. twitter.com/ghostship8

PIONEER UNIT Selo de hip hop local de Damien

Stephens que promove a cultura

negra de forma vigorosa.

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Na gaiola M E R G U L H O C O M T U B A R Õ E S   U M E N C O N T R O C O M A F E R A D E N T R O D E S E U T E R R I T Ó R I O É A G R A N D E C H A N C E D E O L H A R N O S O L H O S D O P R E D A D O R

FIQUE ATENTOBEM COBERTO

“A água tem agradáveis 20 °C, mas você não se movimenta muito. Então, pode ficar frio bem rápido”, afirma Koschier.

“Eu recomendaria uma roupa de mergulho que seja de no mínimo 7 mm de espessura, mais botas, luvas

e óculos de proteção para mergulho.”

N Ã O F I Q U E D E B O B E I R A

EM SAN DIEGO

O melhor lugar na Terra para dar um mergulho ao lado de tubarões é a Ilha de Guadalupe, a 260 km da costa mexicana. “Em nenhum outro lugar há tan-tos tubarões-brancos em águas tão cristalinas entre agosto e novembro”, diz o fotógrafo Ernst Koschier. Apesar da perspectiva tranquila de fazer isso numa jaula, pode demorar para que seu cérebro aceite isso como uma atividade de lazer. “Você precisa confrontar seu próprio medo”, diz o jornalista austríaco Andreas Wollinger. “Mas ele desaparece quando você entra na jaula. As grandes barras de metal são uma garantia a mais, além da calma do oceano.” Pesos de chumbo são usados ao redor dos quadris para mantê-lo estável no chão da jaula. Você respira por meio de um regu-lador com suprimento de ar da superfície, assim o movimento não fica limitado pelo peso dos cilindros. A gaiola, que desce como um elevador, permanece 10 metros abaixo da superfície por 45 minutos.

Atraídos por uma sacola de peda-ços de peixe, os tubarões aparecem rápido. “Havia três ou quatro, do tamanho de carros, circulando”, diz Wollinger. “Mas eles são muito mais lentos do que se pensa, com movimentos econômicos e ele-gantes. Eles estão relaxados e pouco interessados nas pessoas.”

Encare seus medos: bem parecido com o filme Tubarão, mas sem aquela musiquinha

Sem a gaiola?Alguns cientistas têm autorização para mergulhar livres com os tubarões. Mauricio Hoyos tem uma. “Quando você está mergulhando, é importante compreender a linguagem corporal do tubarão”, diz o mexicano. “Nunca se aproxime rápido ou faça movimen- tos bruscos. Isso desperta o instinto predatório deles.”

Uma semana a bordo do barco Nautilus Explorer, saindo de San Diego, Califórnia, e incluindo três dias de mergulho, sai a partir de US$ 3 mil (cerca de R$ 6 840).nautilusexplorer.com

BALADA COM AS FERAS

Adrenalina em terra firme: vá em

um jipe militar para uma noite no Deserto de

Borrego, terra de coiotes e leões- da-montanha.

california overland.com

VIZINHANÇAVocê pode sim-

plesmente deixar o país: o sistema

de metrô de super-fície de San Diego na linha San Ysidro

termina bem ao lado das delí-cias de Tijuana,

no México. sdmts.com

SEM TUBARÃOCom uma costa de 70 km no Pacífico,

San Diego é a Meca do surf (se você tiver coragem de

entrar na água sem a jaula, é claro).

sandiego.org

AÇÃO!MALAS PRONTAS

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Reggie Bush, joga a NFL com as cores do Detroit Lions

“O futebol americano tem uma taxa de lesão de 100%”, diz Reggie Bush. “Não é uma possibilidade de se machucar. É uma certeza, e a única dúvida é quan-do isso vai acontecer.” O running back do Detroit Lions é um dos melhores físicos da NFL. Ele corre os 100 m, por exemplo, em 10,45 segundos. “O treino certo ajuda a limitar o risco de lesão e sustentar os equipamentos de proteção. Minha rotina de exercício inclui o ganho de massa na musculação, treino de habilidade motora sob pressão e resistência na esteira.”

Treino de perna: Reggie Bush

mantém a força nas partes

importantes

I R O N M A NCOM UM COLETE DE 9 KG

FORÇA NAS PERNAS “Minhas pernas são preciosas e são também o alvo dos adversários”, diz RB. “Portanto, fortalecê-las é essencial. Este colete é recheado com areia e ferro e acelera o forta-lecimento da musculatu-ra. Eu visto ele quando faço um treino geral, sessões de corrida, flexões de joelho e sal-tos no treino de força. Isso me torna bem mais resistente para os jogos.”

P R E P A R E - S E P A R A A N F L“Mesmo sob pressão, suas habilidades motoras precisam funcionar bem”, diz Bush. “Na esteira

você aprende a rolar automaticamente em alta velocidade e isso melhora a coordenação.”

Corra para trás numa esteira incli- nada, mantendo uma bola na mão.

Enquanto estiver correndo, coloque a bola no suporte.

Termine o rolo, levante, siga correndo. Repita quatro vezes.

Volte para a posição inicial. Repita quatro vezes.

Perna, pra que te quero  F U T E B O L A M E R I C A N O   S E M T R A B A L H A R A S P E R N A S , R E G G I E B U S H N Ã O A G U E N TA R I A O T R A N C O

2

1

Corra em uma esteira horizontal.

Mergulhe, role em movimento sobre a bola.

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AÇÃO! EM FORMA

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Page 82: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

AÇÃO!WORLD RUN

O resultadoA PONTUAÇÃO É: A = 10 PONTOS, B = 5 PONTOS, C = 1 PONTO, D = 0 PONTO

Você corre?É U M C O M P E T I D O R , U M L O U C O P O R E X E R C Í C I O S O U U M R E C L A M Ã O ? FA Ç A O T E S T E A B A I XO E D E S C U B R A S E U P E R F I L D E T R E I N O PA R A A W I N G S F O R L I F E W O R L D R U N

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CompetidorO objetivo é

Aumentar o rendimento

Procura quase diariamente superar seus limites e tem muito prazer em deixar

outros competidores para trás

O slogan é“Supere-se a cada dia!”

Nosso conselho Perfil de treino A

15-70

Louco por exercícioO objetivo é

Cuidar da saúde e se sentir bem

Treina geralmente durante toda a semana e investe na saúde

e na qualidade de vida

O slogan é“Primeiro o trabalho, depois a diversão.”

Nosso conselhoPerfil de treino B

8–14

ReclamãoO objetivo é

3 km em 18 minutos

Corre apenas de vez em quando. E quando corre sempre resmunga:

“Ah, um dia eu fui saudável...”

O slogan é“Supere seu porco interior!”

Nosso conselhoPerfil de treino C

1 Qual o maior motivo para correr?A Quero melhorar meu

rendimento.B Quero me sentir bem.C Ainda não sei...

2 Quando corro, presto atenção em...A Pulso e quilometragem.B Clima e natureza.C Na conversa com

meus companheiros de corrida.

3 Alguns dias sem correr...

A Fazem parte do proces­so do treino, talvez eu volte mais rápido depois.

B Significam dias de absti­nência, eu fico inquieto.

C Normal...

4 Meu índice de massa corporal (IMC) é:A Médio.B Alto.C Massa... o quê?

5 Você está correndo no parque e alguém te ultrapassa. O que você faz?

A O que significa ser ultrapassado?

B Não faço nada e conti­nuo minha corrida.

C Fico mais estimulado! Agora ultrapassarei meus limites!

D Cumprimento o cara que fez isso.

6 O que é mais impor-tante para você com relação à corrida?A Bom tempo, bons

adversários e boas experiências.

B Ser uma pessoa bem organizada.

C Não corro para competir!

7 Quando o pé dói...A Faço um treino alter­

nativo, sem impacto ou algo assim.

B Vou andar de bicicleta ou nadar.

C Paro tudo!

8 Depois da corrida...A Planejo o próximo

treino.B Aproveito a endorfina.C Penso na cerveja de

depois e nos músculos de amanhã!

O seu perfil personalizado você encontra em: www.redbulletin.com

82 THE RED BULLETIN

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Page 83: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

D I C A S D O P R ÓA LISTA DO PROFESSOR DE CORRIDA COLIN JACKSON

“Quando você sentir sede, já é tarde”Colin Jackson, duas vezes campeão do mundo

ALIMENTAÇÃONo dia da corrida coma o de sempre. Coma aquilo que o seu corpo está acos­

tumado. Uma mudança na alimentação pode demandar muita energia – e você pode se cansar mais rápido.

LÍQUIDOSO corpo é esperto. Quando você bebe pouco líquido, ele retira mais líquidos

dos alimentos sólidos. Portanto, sempre beba para nunca ficar com sede. Impor­tante: líquidos com sódio e potássio.

MÚSICASom calmo para tre­chos mais tranquilos e agitado para partes difíceis – o que você

quiser! Eu prefiro correr sem música para escutar o corpo. Se tiver mais gente junto, também não precisa.

TÊNISOs tênis precisam es­tar vivos e saudáveis. Não use até ficarem um trapo, pois eles

perdem o poder amortecedor. Não eco­nomize no tênis de corrida. Depois de correr 1 000 km, teste um novo!

1. COMO ÉNo dia 4/5/14, às 6h do horário de Brasília, começam ao mesmo tempo 37 corridas em 35 países. Depois de 30 minutos, os catcher cars come­çam a correr e a deixar os atletas para trás. O último a ser ultrapas­sado, no mundo inteiro, ganha.

5. PARTICIPANTESDe iniciantes a praticantes até cor­redores profissionais e celebridades (como David Coulthard): o objetivo é passar pelo máximo de trechos possível e ajudar pessoas paraplé­gicas com a renda.

4. A AVALIAÇÃOO último homem e a última mulher do mundo a serem alcançados pelo carro são os campeões mundiais e ganham uma viagem especial pelo mundo: eles serão recebidos por todos os países que participaram da corrida. Cada corredor pode conferir na internet as comparações de seu desempenho com os outros.2. OS CAÇADORES

Os catcher cars aumentam a veloci­dade em intervalos fixos e sucessi­vos, para melhorar o seu desempe­nho de velocidade. Se um corredor for ultrapassado, ele é eliminado. Assim, a distância percorrida é automaticamente calculada.

6. A MISSÃOA Wings for Life World Run começou com o slogan “Correr por aqueles que não podem”. Todo o dinheiro arrecadado pela corrida é investido em projetos científicos internacio­nais da Fundação Wings for Life para melhorar a vida de pessoas paraplégicas: www.wingsforlife.com

3. OS TRECHOSOs percursos se dividem em cinco categorias globais: na costa, ao lon­go do rio, na cidade, na natureza e em lugares com paisagens. Informa­

ções detalhadas sobre luga­res, trechos e tempos de

corrida você encontra no site do evento.

Apoie a Wings for Life World Run! Inscreva­se online até 20 de abril em: www.wingsforlifeworldrun.com

A corrida mundial W INGS FOR L IF E WOR L D RUN  UMA LARGADA EM SEIS CONTINENTES NO DIA 4 DE MAIO DE 2014. A MAIOR CORRIDA DA HISTÓRIA DO ESPORTE. QUEM PODE IR? TODOS QUE QUISEREM SE AVALIAR EM RELAÇÃO AO MUNDO

ENTRE

AGORAE COMECE

A TREINAR

THE RED BULLETIN 83

Page 84: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

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Untere Donaustraße

Roßauer Lände

Schüttelstraße

Weißgerberlände

Erdberger Lände

Rathaus

AÇÃO!MINHA CIDADE

Quando o HVOB se formou, no início de 2012, Anna Müller e Paul Wallner queriam fazer música eletrônica boa – tanto para ouvir quanto para dançar: um batidão com inteligência. Com Anna Müller compondo e can-tando e Paul Wallner fazendo a produção, eles conse-guiram o que queriam. Depois de subir alguns trechos no SoundCloud, as coisas começaram a acontecer rápido: performances em alguns dos maiores festivais da Europa, um convite do designer Elie Saab para fazer a trilha sonora do seu vídeo no Paris Fashion Week, um EP, um álbum, outro EP e, acima de tudo, um grande número de vendas. Eles tocarão ao vivo no festival SXSW em março na cidade de Austin, Texas (eles amam tocar ao vivo, quando o duo se transforma em trio com o reforço de um baterista). Se você não puder ir aos EUA vê-los, procure Lion, o novo EP da HVOB. Mas, se puder ir a Viena, procure fazer os programas obrigatórios de Anna.www.hvob-music.com

Anna Müller, do HVOB, é um dos principais nomes da cena eletrônica europeia

N Ã O P E R C A T E M P O

VIENA BOMBANDO

T O P 5AS DICAS DA ANNA

ZIMMER 37 Am Karmelitermarkt 37–39“É verdade que este mercado é meio boêmio, mas isso não importa. No Zimmer 37, uma equipe de mãe e filha faz uma comida maravilhosa. É o melhor lugar para sentar ao sol e comer ou só tomar um café em toda Viena. Pertinho você também acha os restaurantes Schöne Perle e Pizza Mari.”

BURGGASSE 24Burggasse 24“Não conheço loja melhor em Viena. Espaços brancos grandes e amplos e produtos vintage maravilhosos, especialmente roupas antigas.”

PROPAGANDAStubenring 20 “Não tem cabelo mal cortado em Viena porque a cidade é o lar de Wolfgang Steinbauer, o Jackson, e seu pequeno salão com uma enorme foto de Marilyn Mansonna parede.”

ST. JOSEFMondscheingasse 10“Almoce com a consciência tranquila: este lugar é saudável, orgânico, regional e as pessoas são incrivelmente legais. E tudo é muito gostoso.”

PRATERSAUNAWaldsteingartenstraße 135“A melhor balada de Viena é reverenciada em toda a Europa. Tem tudo de melhor: os con­vidados, o jardim e a piscina. A gente já trabalhou com os melhores e mais deslumbrantes VJs da Pratersauna.”

VIENA, ÁUSTRIA

Viena chamando V IEN A  A PR INCE SA DO EL EC T RO, A N N A M Ü L L ER , GOS TA DE BA L A DAS DE PR IM EI R A , N ÃO DIS PEN SA U M B OM COR T E DE CA B ELO E VA I ÀS COM PR AS EM L UG A R E S DESCOL A DOS DE SUA CIDA DE N ATA L

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FUTURE WAR Uma das melhores

casas de tiro de laser da Europa.

Persiga seus oponentes em

um labirinto esfu-maçado e acabe

com eles.laserfun-vienna.at

VOE EM UM AIRBUS

Pratique decola-gens, pousos

e situações de emergência em um simulador de voo de Airbus. É uma

experiência sensacional.

viennaflight-px.rtrk.at

ESCALANDO A CIDADE

O Vienna Climbing Hall oferece os

melhores espaços de escalada e um curso de equili-

brismo. É o paraíso da escalada para

iniciantes e experimentados.kletterhallewien.at

Prater

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Page 85: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

Jornada dupla: James Mercer é vocalista e guitarrista em duas bandas

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Ele é um homem ocupado. Aos 42 anos, o havaiano é o vocalista do The Shins, cujas músicas indie diver-tidas e psicodélicas têm feito sucesso nas paradas e nas críticas por alguns anos. Desde 2009, ele tam-bém está junto com o Broken Bells, na companhia do amigo Danger Mouse (que também integra a dupla Gnarls Barkley e é produtor do Black Keys

e da Norah Jones). Como um duo, eles proclamam seu amor por um pop obscuro e uma dance music mais estranha, que soa bizarra e que funciona esplendidamente: o primeiro álbum do Broken Bells vendeu 700 mil cópias nos EUA. Um segundo álbum, After the Disco, foi lançado agora. A seguir, Mercer revela o que o inspirou enquanto trabalhava nele.www.brokenbells.com

ACERTANDO O RITMO Para encher os múscu-los da perna com ácido lático: todos os ciclis-tas que gostam de um som devem comprar estes speakers sem fio, com bateria de dez ho-ras e bom desempenho em qualquer terreno. O melhor: cabe no su-porte de garrafa da bike. www.scosche.com

1“Para mim, essa música reúne tudo o que era o espírito dos anos 1990. Throwing Muses era uma banda

de garotas e foi uma das primeiras que eu vi ao vivo quando estava no colégio na Inglaterra. ‘Not Too Soon’ é a can-ção power pop clássica. Pode soar bem em 1991, mas faria sucesso em qualquer ano.”

4 5“‘You’re Too Weird’ foi escrita pelo meu amigo Eric Johnson da banda Fruit Bats. É uma música de amor para

a mulher dele. Bem, talvez não apenas para ela, mas é linda e muito bem escrita. Eu conheci o Eric há 15 anos numa turnê quando ele tocava em sua banda antiga, muito subestimada, chamada Califone, e ficamos íntimos.”

2“Eles são uma banda indie nova e têm essa música chamada ‘Varsity’, que é a faixa-título do último ál-bum. Eu adoro.

Soa como uma clássica música de rádio dos anos 1980. É bem fácil de ouvir. Tentamos levá-los para a nossa turnê com o Broken Bells três anos atrás, mas infelizmente estavam muito ocupados fazendo outra coisa.”

“O Blur lançou sua primeira música nova desde 2003 em seu site para download no dia 1° de abril, três anos atrás.

E quase ninguém prestou atenção – pelo menos não nos EUA. Isso é loucura! Eu achei ‘Fool’s Day’ ótima: uma das melhores músicas do Blur. Pensei que a música precedia um disco novo, mas ainda estou esperando.”

3“Eu aprendi muito sobre como compor escutando essa música. É estranha e tem acordes estranhos. Foi um 7 pole-

gadas que vinha de brinde quando você comprava o Tone Soul Evolution em vinil. Era aquela coisa que caía quando você abria a embalagem. Bem irritante, mas o que se pode fazer? É uma das minhas músicas favoritas.”

Hinos perdidos P L AY L I S T O VOCA L I S TA DO B R O K E N B E L L S, JA M E S M E R C E R , E C I N C O DO S M E L H O R E S D I S C O S DO S Q UA I S VOC Ê N U N CA O U V I U FA L A R

AÇÃO!MÚSICA P R Ê M I O

D A M Ú S I C A

DIA 26 DE JANEIRO ACONTECE O 54° GRAMMY

Throwing Muses “Not Too Soon”

Fruit Bats “You’re Too Weird”

Smith Westerns “Varsity”

Blur “Fool’s Day”

Apples In Stereo “The Golden Flower”

GEORG SOLTI O maestro húngaro,

que morreu em 1997, é o que mais recebeu Grammys:

31 troféus. Ele pode ser superado

pela cantora de bluegrass Alison

Krauss, que tem 42 anos e 27 prêmios.

STEVIE WONDER Na noite da

cerimônia de 1976, na Nigéria, ele apa-receu em um link

via satélite. O mes-tre-de-cerimônias Andy Williams per-

guntou: “Stevie, você consegue nos ver?” Foi a última

participação de Williams.

SINÉAD O’CONNOR

A única pessoa a recusar um

Grammy foi a can-tora irlandesa, que protestou contra a comercialização

do evento. Milli Vanilli teve que

devolver o dele por suposta fraude.

G R O O V E D A M O N TA N H AMETAL NO PEDAL?

THE RED BULLETIN 85

Page 86: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

19/1, em SP e no Rio

Campeonatos estaduaisA temporada futebolística já está pronta para voltar com força total. Depois do movimento Bom Senso FC, boa parte dos times deve começar os estaduais com equipes reservas, mas isso não deixa de ser bom: conhecer as opções do elenco de seu time do coração faz parte do dever dos torcedores. futebolpaulista.com.br; fferj.com.br

Uma das bandas punk mais conheci-das do mundo passa pelo Brasil para tocar sucessos da carreira e de seus últimos trabalhos, Christmas Songs e True North. É um prato cheio para os amantes das guitarras estridentes e do head banging. Os fãs mais antigos podem ficar tranquilos; afinal, os pri-meiros hits, como “American Jesus” e “A Walk” estão no setlist.circovoador.com.br

Para descobrir os futuros cra-ques, é necessário ficar de olho no principal torneio de futebol júnior do país, a Copa São Paulo, que terá a decisão no dia 25.futebolpaulista.com.br

8 e 9/2, no Rio e em SP

Bad Religion

Como será Palmeiras e Corinthians depois do Bom Senso FC?

25/1, em SP

Final da Copinha

29/1 - 1/2, em Salvador

Festival de Verão de Salvador

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AÇÃO!NA AGENDA

Axé, pop, rock, forró e muita festa na pista: é mais ou menos isso o que você vai encontrar no Festival de Verão de Salvador, um dos mais disputados do Brasil. Frejat, Ivete Sangalo, Paralamas do Sucesso e Grupo Revelação são alguns dos nomes confir-mados para o evento que dura três dias e prepara Salvador para a folia de Carnaval.ingressorapido.com.br

86 THE RED BULLETIN

Page 87: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

Ele foi um dos artistas mais falados de 2013 – inclusive figurando em uma das capas mais bacanas do Red Bulletin. Agora, em 2014, ele volta com o show espetacular que já virou DVD. O novo show estreia nos palcos cariocas no Citybank Hall. Vai deixar passar? citybank.com.br

Um dos festivais de música eletrônica mais conceituados do planeta está com tudo pronto para fazer Florianópolis ferver. O Creamfields aporta na Ilha da Magia com atrações como Steve Aoki, Jamie Jones e Life is a Loop. É balada, mulher bonita e muito ca-lor para curtir sem parar.creamfields.com.br

24 e 25/1, no Rio

Naldo na veia

25/1, em Floripa

Creamfields Brasil

O Museu da Língua Portuguesa dedica a Cazuza uma exposição com objetos pessoais, fotos e do-cumentos raros. “Cazuza Mostra Sua Cara” fica aberta até a metade de fevereiro. Vale a pena mergulhar no mundo de uma das figuras mais importantes do pop rock do Brasil.museudalinguaportuguesa.org.br

A carismática cantora italiana volta ao Brasil para esbanjar charme e talento. Ela é figura fácil por aqui e retorna para shows com muito vigor, numa fase mais pop e romântica do que nunca. Ela acaba de fazer parceria com a australiana Kylie Minogue e promete um show para lá de agitado. As mulheres adoram. citybankhall.com.br

Até 23/2, em SP

Homenagem a Cazuza

19 e 20/2, no Rio e em SP

Laura Pausini

19/1, em São Paulo

500 milhasA 500 Milhas de Interlagos foi criada em 1970 para promover disputas de longa duração de motocicletas no país. A competição é ideal para o teste de resistência das montadoras. É considerada a prova de gala do moto-ciclismo brasileiro, sendo a única oficial da América Latina reconhecida internacionalmente. Após 18 anos de inter-rupção, a prova voltou a acontecer em 2009, e em 2014 chega a sua 17ª edição. 500milhasbrasil.com.br

B A T U Q U E N A

A G E N D AALGUNS

ENSAIOS PARA NÃO PERDER

GAVIÕESDA FIEL

A escola de samba da torcida

do Corinthians estará com a qua-dra aberta para os ensaios às terças

e sextas-feiras. Não existe melhor balada para quem

é corintiano.gavioes.com.br

4TERÇA

VAI-VAI O aquecimento

da bateria da Vai- Vai está de braços abertos para você todo domingo de fevereiro. É uma

das melhores ma-neiras de esquen-tar os tamborins

em São Paulo, com samba, cerveja

e mulheres. vai-vai.com.br

9DOMINGO

ROSASDE OURO

A Rosas de Ouro faz a festa em

seu galpão para preparar o gogó e o batuque para

o Carnaval de 2014 – é diversão garantida a noite inteira. Seu único dever é se divertir.sociedaderosas-deouro.com.br

3SEGUNDA

THE RED BULLETIN 87

Page 88: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR

A PRÓXIMA EDIÇÃO DO RED BULLETIN SAI NO DIA 12 DE FEVEREIRO

MOMENTO MÁGICO

88 THE RED BULLETIN

24 de novembro de 2013O que Mark Webber fez depois de seu 217º e último Grande Prêmio de F1, depois da bandeirada em Interlagos, costuma ter punição séria. Mas, como o australiano vai para o mundial de endurance, essa foi a melhor despedida – com o vento batendo no rosto.

“ Foi muito bom tirar o capacete e poder ver toda a torcida e os fiscais de prova” Mark Webber

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Page 89: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR
Page 90: The Red Bulletin Fevereiro de 2014 - BR