The Red Bulletin Março de 2014 - BR

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DO CÉU MESTRES O RETORNO DO RED BULL AIR RACE DENTRO DA AMAZÔNIA Entramos na competição de 204 km no meio da floresta MUHAMMAD ALI A luta que mudou o mundo ESPECIAL OSCAR 16 PáGINAS COM PALPITES, HISTóRIAS E CURIOSIDADES MARçO DE 2014 UMA REVISTA ALéM DO COMUM AçãO ESPORTE VIAGEM ARTE MúSICA

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Transcript of The Red Bulletin Março de 2014 - BR

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DO CÉUMESTRES

O R E T O R N O DO R E D B U l l A i R R AC E

D E N T R O D A A M A Z Ô N i A

E n t r a m o s n a c o m p e t i ç ã o d e 2 0 4 k m

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M U H A M M A D A l i A l u t a q u e

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E S P E C i A l O S C A R

16 páginas com palpite s,

histórias e cUriosiDaDe s

março de 2014Uma revista além do comUm

ação esporte viagem arte música

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1 YEARANNIVERSARY

A HistóriA Por trásDo reD Bull strAtos

apresenta

A s s i t A c o m e x c l u s i v i d A d e o d o c u m e n t á r i o e m :

r d i o . c o m / r e d b u l l s t r a t o s

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bem-vindo motores ligados, pista liberada e aceleração máxima! É assim o início da corrida mais aluci-nante da Terra, o Red Bull Air Race, que está de volta em 2014. Também nas alturas, porém sem motor, acompanhamos o highline, que é uma modalidade do slackline praticado em grandes alturas. entrevistamos os atletas mais importantes da modalidade e nos apro-fundamos no que eles chamam de “religião”. em nossa viagem ainda passamos por dentro da cabeça excêntrica de Nicolas Cage, pelo coração da Selva Amazônica e pelas luvas do fenomenal Muhammad Ali, num texto inspirador de Thomas Hauser, o biógrafo do boxeador. Respire fundo antes de mu-dar de tela, muita energia está por vir.

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o retorno dos mestres do céu

tudo sobre a temporada de 2014 do Red Bull air Race

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“ Me redescobri como ator. Voltei às minhas raízes” Nicolas cagE, pág. 36

o MuNdo de Red Bull

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Simonne JoneSEla faz os instrumentos, toca vários deles, é meio geninha e agora será também personagem de HQ

50

42correriana Selva O Red Bull Kirimbawareuniu 90 atletas em plenaFloresta Amazônica paraum desafio inédito

Nesta edição

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Bullevard 08 o oscar vai para...

Fizemos todos os levantamentos e considerações possíveis para celebrar o mês da festa de Hollywood

destaques 24 Red Bull air Race

Eles voltaram

36 Nicolas CageGosta de jacarés e asas-delta!

42 KirimbawaQuem é o grande guerreiro?

50 simonne JonesEla é virtuose. Ela é gata.

56 HighlineO slackline das alturas

62 Muhammad aliHá 50 anos, ele fez história

68 tom PagèsOs segredos dos truques de moto

ação!78 Malas prontas Sibéria para loucos 79 EM ForMa Ivana Spanovic 80 MEu Equipo Dorian Concept81 BalaDa Los Angeles82 WFl WorlD run A Maratona Mundial84 MinHa ciDaDE Copenhague85 MÚsica Katy B86 na aGEnDa É Carnaval88 MoMEnto MáGico Escalador de Gelo

rei da motoO francês Tom Pagès é simplesmente “O cara” do motocross freestyle (FMX). O mundial será no México, em março

68

o cara que mudou tudoHá 50 anos, cassius clay virou o centro do mundo esportivo – e político. Thomas Hauser, seu biógrafo, nos explica

62

ela vai longeA musa do atletismo, Ivana Spanovic, conta como mantém as pernas em forma para as competições

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MaRço de 2014

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nosso timequem fez esta edição

THE RED BULLETIN Brasil, ISSN2308-5940

Editora e Sede Editorial Red Bull Media House GmbH

Gerente Geral Wolfgang Winter

Diretor Editorial Franz Renkin

Editores-Chefes Alexander Macheck, Robert Sperl

Editor Brasil Fernando Gueiros

Diretor de Arte Erik Turek

Diretor de Fotografia Fritz Schuster

Editora Assistente Marion Wildmann

Redator-Chefe Daniel Kudernatsch

Gerentes de Projeto Cassio Cortes, Paula Svetlic

Apoio Editorial Ulrich Corazza, Werner Jessner, Ruth Morgan,

Florian Obkircher, Arek Piatek, Andreas Rottenschlager, Stefan Wagner, Paul Wilson

Colaboraram nesta edição Lisa Blazek, Georg Eckelsberger, Raffael Fritz,

Sophie Haslinger, Marianne Minar, Boro Petric, Holger Potye, Martina Powell, Mara Simperler,

Clemens Stachel, Manon Steiner, Lukas Wagner

Editores de Arte Miles English (Diretor) Martina de Carvalho-Hutter,

Silvia Druml, Kevin Goll, Carita Najewitz, Kasimir Reimann, Esther Straganz

Editores de Fotografia Susie Forman (Diretora Artística de Fotografia)

Eva Kerschbaum, Rudi Übelhör

Revisão Judith Mutici, Manrico Patta Neto

Impressão Clemens Ragotzky (Diretor),

Karsten Lehmann, Josef Mühlbacher

Gerente de Produção Michael Bergmeister

Produção Wolfgang Stecher (Diretor)

Walter O. Sádaba, Christian Graf-Simpson (tablet)

Financeiro Siegmar Hofstetter, Simone Mihalits

Marketing & Gerência de países Stefan Ebner (Diretor), Elisabeth Salcher,

Lukas Scharmbacher, Sara Varming

Assinaturas e Distribuição Klaus Pleninger, Peter Schiffer

Marketing de Criação Peter Knethl, Julia Schweikhardt

Anúncios Marcio Sales, (11) 3894-0207,

[email protected]

Gestão de anúncios Sabrina Schneider

Coordenadoria Manuela Geßlbauer, Kristina Krizmanic, Anna Schober

IT Michael Thaler

Escritório Central Red Bull Media House GmbH,

Oberst-Lepperdinger-Straße 11–15, A-5071 Wals bei Salzburg, FN 297115i, Landesgericht Salzburg, ATU63611700

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Publicação O Red Bulletin é publicado simultaneamente

na Áustria, Brasil, França, Alemanha, Suíça, Irlanda, Kuwait, México, Nova Zelândia, África do Sul,

Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Visite nosso site www.redbulletin.com.br

O nome do escritor americano foi o primeiro a aparecer quando tivemos a ideia de falar sobre o 50º aniversário da vitória épica de Muhammad Ali sobre Sonny Liston. O livro de Hauser, Muhammad Ali: His Life and Times, é considerado a biografia definitiva de Ali. “É difícil imaginar como foi impor-tante para a época”, diz Hauser. “Cinquenta anos depois, poucos ainda lembram do furor que ele criou, mas a imagem de um jovem forte e vibrante será eterna.”

thomas hauser

O fotógrafo de Londres está acostumado

a trabalhar com gente talentosa. Seus créditos recentes incluem atores da Inglaterra como Naomie Harris para a revista Esquire e Damian Lewis para o jornal The Guardian. Mas, quando a musi-cista americana Simonne Jones plantou bananeira de salto alto para uma foto na edição deste mês do Red Bulletin, Woffinden ficou estupefato. “Simonne foi incrível”, ele diz. “Ela foi como uma supermulher. Parece que ela pode conseguir tudo.”

andrew woffinden

O fotógrafo de Los Angeles já fez fotos para uma capa do Red Bulletin com o DJ A-Trak, mas dessa vez pedimos para ele ir um pouco além: colocamos Dan para registrar a fantástica aven-tura que é a prática do highline. Pense em se equilibrar em um cabo a quilômetros de altura. “Fiz slackline por cinco anos e pratico o highline há dois”, ele diz. “A sensação é impressionante, você se sente um gigante.” Encon-tre seu equilíbrio na página 56.

dan kr auss

fernando gueirosMosquitos e um calor infer-nal foram pro-

blemas relativamente pequenos para o nosso editor em sua viagem ao Red Bull Kirimbawa, uma corrida de aventura em pleno coração da Floresta Amazônica. “Chegamos em voadeiras no meio da madru-gada”, diz Gueiros, que mora em São Paulo. “Tive que seguir os competidores no meio do mato carregando a minha mochila e uma lanterna na testa.” A recom-pensa depois de 24 horas sem dormir foi um incrível pôr do sol no Rio Amazonas.

“ Cinquenta anos depois, poucos ainda lembram do furor que Ali criou” thomas hauser

6 the red bulletin

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SEU MoMEnto.ALÉM DO COMUM

FOTOGRAFIAS QUE TE

DEIXAM SEM FÔLEGO

AS PESSOAS QUE ESTÃO

MUDANDO O MUNDO

AVENTURAS QUE

ROMPEM OS LIMITES

ADRENALINA

TALENTO

EXTREMO

UMA REVISTA ALÉM DO COMUM

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SEU MoMEnto.ALÉM DO COMUM

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b o m p e r d e d o r

michael douGlasEle merece dois Oscars: um de Melhor Ator e outro de Melhor Atriz

Nem mesmo por seu papel de Gordon Gekko em Wall Street – Poder e Cobiça ele ganhou a estatueta. Na pele de Liberace, em Behind the Candelabra (título original), ele não teve nem a chance. O filme estreou nos Estados Unidos direto na TV, longe das telo-nas. Michael Douglas parece não se importar: um verdadeiro macho que interpreta muito bem um pianista gay, com direito a beijos de Matt Damon toda vez que desperta seu ciúme. Michael definitivamente não mede seu sucesso por pequenas estatuetas.

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A v A t A r James Cameron levou para o cinema, em 2009, o primeiro blockbuster da nova geração 3D. Nunca antes se viram cenas reais tão bem combinadas com as computadorizadas.

M A t r i x Em 1999, o tempo congelou – e isso foi chamado de bullet time. Foi filmado com 24 câmaras, gerando ações de 360º em câmera lenta. Um efeito que influenciou o cinema.

C Í r C U L O D E F O G O Com o épico alienígena de Guillermo del Toro, a técnica digital ganhou uma força inesperada e surpreendente: monstros versus robôs.

E O OSCAR DE OLHAR CANSADO MAIS BONITO VAI PARA...S c a r l e t t j o h a n S S o n . Em três filmes, ela foi a musa de Woody Allen, duas vezes eleita “a mu-lher mais sexy do mundo”, e agora, no filme Ela, a moça seduz Joaquin Phoenix apenas com a voz, quando ele se apaixona pelo software falante de seu Smartphone. Ela deveria ganhar um Oscar todo ano, não acha?

c o M P U ta D o r n o c I n e M a

nÃo conFIe noS SeUS olhoSEstes três filmes revolucionaram o que antes entendíamos por “efeitos especiais”

...que mereciam um Oscar de Ator

Coadjuvante:

Buzz LightyeArEste sim parece um super-herói. O herói

de Toy Story nós seguiremos “até o

infinito e muito além”.

O BurrO FALANteShrek sem ele seria como o mundo sem

Eddie Murphy. Bordão: “Já chegamos?”

E u , p o r f a v o r !Muitos chegam perto, outros ganham vários e tem os que esperam a vida inteira. Como diria Jack: “Alguns matariam por uma estatueta”.

S e m p r e e l e s Q u a s e l á

3 Oscars Joel & ethan Coen

Jack Nicholson

3 Oscars Michelle Williams

nomeada 3x terrence Malick

nomeado 3x

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M eu M A LVA D O FAVO ritO

Tipo único. Talento para o caos: infinito. Capacidade

de concentração: “mínima”.

H E r Ó i S D i G i t A i S

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nomeado 3x Johnny Depp

3 Oscars Meryl Streep

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F I N A L A L T E R N A T I V O

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G U E R R A A O T E R R O R

Jeremy Renner deveria simplesmente ter ficado com a família.

Assim o filme teRiA bombAdo.

ge orge c l o on ey. e seAN PeNN. e deNZel WAsHiNGtoN. e dANiel dAY-leWis.

o fascinante filme de guerra de Kathryn bigelow sobre especialistas em bombas foi o ganhador do oscar menos procurado na internet de todos os tempos.

Piromaníacos e terroristas

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Q U E M F A L T A ?

A p A R T I D A

U m a agÊ nc i a De e m Pr e g os e F ic a Z.

Aficionados pela série A sete Palmos com

síNdRome de AbstiNêNciA.

daigo é tocador de violoncelo e está desem pregado. então ele vai trabalhar como preparador de cadáveres numa agência funerária. Ganhou o oscar de filme estrangeiro em 2008.

b rUc e l e e se levanta da maca de cadáveres para preparação, ressuscitado, e parte para o combate.

...você talvez um dia também precise de um preparador de cadáveres.

F I C A N A M E M Ó R I A p O R Q U E . . .

A M O R

A batalha do amor contra a dureza da morte dura duas... horas... e... sete... minutos.

A moRte lHe cAi bem, com meryl streep e Goldie Hawn.

AmoR x moRte. investindo nessa parceria, michael Haneke ganhou o oscar de melhor filme estrangeiro ano passado.

b r a D Pi t t em seu papel de Joe black.

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Q U E M É O V E R D A D E I R O H E R Ó I ?

Q U E M F A L T A ?

N Ã O C O N F U N D A C O M . . . p E R F E I T O p A R A . . .

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O A R T I s T A

PoRque é um filme mudo, oRAs.

Ug gi e, o c ac hor ro

Oscar de Melhor Filme de 2012: ator de filmes mudos se apaixona por dançarina. daí surge o filme sonoro. A dançarina vai trabalhar no cinema, e ele faz carreira no alcoolismo.

sr. s om & sr a. cor

Q U E M É O V E R D A D E I R O H E R Ó I ?

o amor DeVe ser De VerDaDe!

os que foram ver o filme no primeiro encontro... e continuam juntos.

H I T s D O O s C A R Q U E Q U A s E N I N G U É M V I U

GRANDE ARTE, BILHETERIA FRACAHollywood ama os grandes sucessos de bilheteria – e os filmes que a princípio não atraem o público

chamam atenção depois, quando levam para casa a estatueta do Oscar... Porém, nem sempre! Estas quatro obras-primas atraíram apenas os mais apaixonados por cinema

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j e s s i c a r a b b i t

Bem, o tamanho dos peitos dela em Uma Cilada Para

Roger Rabbit nós devemos agradecer a um ótimo dese-nhista. Ainda assim, nosso

amor por ela é sincero.

M U L H e r - G a t O O filme Mulher-Gato pode

ter sido um fiasco. Mas a Halle Berry usando

máscara de gato e chicote é defini tivamente mais sexy

do que o Indiana Jones e seu velho chapeuzinho.

n e y t i r i Ela é totalmente azul,

o tempo todo. Mas com a Neytiri do Avatar a gente não recusaria o convite

de ir a um acampamento selvagem passar um tempo.

L O U C A M E N T E S E X Y

QUE ROUPA É ESTA?Couro, tanguinha e muita pele de fora: no conteúdo as musas fantásticas do cinema podem até deixar a desejar, mas elas têm uma missão extra, de tirar o fôlego, que cumprem muito bem – nos seduzir. E se fosse criado um Oscar para isso?

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G O S TA R Í A M O S D E V E R O S C A R S P A R A D U B L Ê S

OS VERDADEIROS HERÓIS DE HOLLYWOODDublês de ambos os sexos arriscam seus ossos pelos filmes de ação – como em Velozes e Furiosos 6. Não existe Oscar para esse ofício, mas a categoria é premiada anualmente no Taurus World Stunt Awards

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A estrela de Velozes e Furiosos Tyrese Gibson, saltando de um carro para outro... Mentira! Quem pula é Mens-Sana Tamakloe, seu dublê

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D O I S A G R A D E C I M E N T O S N A Í N T E G R A

H I S T Ó R I A D O C I N E M A

CULTS SEM pRêMIOSEles nos presentearam com momentos para

a eternidade. E continuam sem nenhum Oscar

A gente desculpa três coisas no discurso de agradecimento: brinca­deirinhas, espontaneida­de e emoções puras. Mas, por favor, nada de lamen­tações! Gwyneth Paltrow nunca mais foi indicada de­pois de seu choroso agrade­cimento de 1999 (23 vezes “obrigada”). Já Adrien Brody, que tascou um beijo de língua selvagem em Halle Berry, em 2003, também nunca mais entrou na lista de nomeados. O discurso de agradecimento mais longo aconteceu em 1943: Greer Garson falou durante 7 minutos. Foi seu único Oscar.

Gwyneth paltrow, 1999: “Obrigada. Obrigada. Obrigada! Obrigada! Obrigada, obrigada. Obrigada, blá, obrigada, obrigada, obrigada. Obrigada! Obrigada, obrigada! Obrigada, obrigada. Obrigada, blá, obrigada. Obrigada e obrigada, obrigada. Obrigada!”.

alFreD hItChCoCK, 1968: “Muito obrigado”.

“ I ’ l l b E b A C k ! ” três palavras e meia foram o bastante para que arnie, com o

eXterMInaDor Do FUtUro, entrasse para a história do cinema.

C O N D I Ç Ã O b R U T A l“primeira regra: você não pode falar sobre o ClUBe Da lUta.” os jurados do oscar obedeceram à regra e ignoraram o filme.

S E O S Q U A D R I S M A T A S S E MUma thurman e John travolta formam em pUlp FICtIon a melhor dupla de todos os filmes de tarantino. Mais que oscar: ganharam fama eterna.

perCUSSÃo VoDUO Rei dos Zumbis

(1941): a comédia de horror foi um total

fracasso, mas a trilha sonora caribenha de “cantos tribais” que

ganhou o Oscar é até hoje um modelo para músicas de filmes de terror.

eletrÔnICoA Rede Social (2010):

com Trent Reznor do Nine Inch Nails

na trilha sonora não se esperaria um dra­

malhão. Mas o diretor David Fincher surpreen­

deu com o lado cool, melancólico e obscuro

do som eletrônico.

Coral GreGorIanoA Profecia (1976):

para quem tem unhas para roer e orelhas para congelar. Com

“Ave, Satani!”, de Jerry Goldsmith, milhões de espectadores ficaram em dúvida se deviam

tapar olhos ou ouvidos.

F I l M E S C O M S O N S

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D a n i e l B r ü h l

tempos Difíceis“Quando você tem a chance de

fazer um filme com um gênio como o diretor Ron Howard, não dá para

reclamar. Nem mesmo quando você tem de passar sete horas filmando

sem tirar uma maldita máscara. Mas, ao olhar diariamente as orientações

para as cenas, muitas vezes ficava meio indignado: ‘Chris Hemsworth,

primeira cena: beija uma enfermeira’, ‘Chris Hemsworth, segunda cena: faz

sexo com a enfermeira’; ‘Daniel Brühl, primeira cena: confere os pneus’.

Foram tempos difíceis para meu ego.”

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G U I A D O B L O C K B U S T E R

SIGA O LABIRINTOComo se escreve um sucesso de Hollywood? Aristóteles já sabia há 2 400 anos.

Aí vai a fórmula* para um roteiro de sucesso

O herói aceita a tarefa

Tempo para a ação

Chega na casa do vilão

Tempo para voltar Luta acirrada contra a morte, que

parece óbvia, porém o herói se recupera

12Volta para casa e

comemora com o tesouro

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Herói no dia a dia

1

A aventura chama

2O herói recusa

3

5

6

7

Luta contra o mal

8Encontra o tesouro

9

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12

4O herói encontra seu mentor

*Fonte: A Jornada do Escritor, de Christopher Vogler

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M a r i ly n M o n r o e

GÊnia PerDiDa eM HollyWooDQue ela era linda, todo mundo sabe (e já viu). Que ela era inteligente, poucos sabem. Que ela era uma atriz de primeira, a gente sabe, hoje. Quando começou a fazer carreira e sucesso no papel de loira burra, ninguém ima ginava com quanta paciência ela preparava sua esplêndida atuação. Oferecemos para a grande dama do ofício de atriz um Oscar póstumo.

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P I S T O L A B I O M É -T R I C A Na aventura 007: Opera-ção Skyfall, “Q” presenteia 007 com

uma smart gun, que só funciona com a im-pressão digital de seu dono. Os EUA já estão trabalhando nisso.

T A B L e T Numa das grandes obras de Stanley Kubrick, 2001: Uma Odisseia no Espaço, de 1968,

os astronautas já tinham iPad. Hoje não dá mais

para pensar no dia a dia sem ele.

h O v e R -B O A R d A tecnologia para o skate voador de De Volta para o Futuro já existe. A versão da vida real deve estar disponível nas lojas até 2015. Mais informa-ções em: haltekindustries.com

d o p o p à s t e l a s

aINda No pedaÇoA transição de Will Smith da música para as telas foi uma boa ideia

Em 1990, Will Smith tinha 22 anos – e estava quebrado. Mesmo com dois álbuns de rap/pop lançados e com o single “Parents Just Don’t Under­stand” ser considerado o primeiro hip hop a ganhar um Grammy. Ainda assim, o jovem talento estava mal das pernas e não conseguia se sustentar sozinho: a Receita andava atrás dele, cobrando um imposto de US$ 2,8 mi­lhões. Como Smith se salvou? Com seu primeiro papel como ator na TV, na sitcom Um Maluco no Pedaço – uma das séries de TV de maior sucesso nos anos 1990. Mas Smith ainda faz música. Principalmente por prazer. Financeiramente ele também resolveu seus problemas: no ano passado foi considerado o sexto ator mais bem pago do mundo, com uma renda de US$ 30 milhões. Até que as coisas estão caminhando bem, não é?

R A y Jamie Foxx fez o papel da lenda Ray Charles e mostrou incrível talento como cantor. Para isso existe um Oscar, e ele ganhou.

J O h N N y & J U N e Busca por drogas, shows na prisão, um grande amor, a vida de Johnny Cash. Perfeito para o Oscar.

S e A R C h I N g f O R S U g A R M A N A busca de dois músicos por seu ídolo Sixto Rodriguez ganhou o Oscar de Melhor Documentário em 2013.

OS MELHORES FILMES DE

MÚSICA

“ d i n h e i r o e s u c e s s o n ã o m u d a m h o m e m n e n h u m . e l e s s ó f o r t a l e c e m o q u e j á e s t á d e n t r o d o h o m e m ” W I l l s m I t h

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f i c ç ã o q u e v i r o u v e r d a d eNa maioria das vezes, a vida inspira a arte. Mas, em certos casos, acontece o contrário. Estes filmes apresentaram modelos ficcionais para tecnologias modernas, que se tornaram realidade. Quem sabe um dia a gente pode viajar na velocidade da luz...

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B A T M Ó V E L Dez metros de comprimento

e um jet-turbo capaz de atingir uma velocidade de 530 km/h – no filme Batman & Robin.

Na realidade, porém, ele só funciona por causa dos estúdios. Mas... só um pou-quinho... estamos falando do cinemão. Pura ficção.

D e L o r E A n Ah, o sonho da minha infância: simplesmente pegar um carro, abastecer e viajar pelo tempo. O DeLorean de De Volta para

o Futuro é com certeza o carro mais legal do mundo.

L o T u s “Wet Nellie”, do filme

clássico de James Bond, 007: Um Espião que me Amava,

andava tanto na água quanto na terra. Em 2013, o Lotus Esprit anfíbio foi avaliado

em € 651 mil.

O S p O S S a n t e S M a I S L e G a I S D O C I n e M a

OSCaR DOS CaRROSEles falam, voam, mergulham, atiram... Por que não merecem um Oscar?

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f i l m e sde eSPORte

OS 3 MeLHOReS

b e n d i n g c o l o u r s ( 2 0 1 2 ) A vida e a trajetória nas ondas do incrível talento sul-africano Jordy Smith – com filmagens épicas dos picos de surf mais alucinantes do mundo. De tirar o fôlego.

f u l l y f l a r e d ( 2 0 0 7 ) Skate street do mais alto nível: Guy Mariano, Eric Koston e outras lendas. Por trás das lentes, Spike Jonze e Ty Evans.Sequências em câmera lenta para assistir de joelhos.

Eletrizantes ao extremo, perigo-sos ao extremo, extremamente bem filmados – e no que diz res-peito ao Oscar, extremamente mal recompensados

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W h e r e t h e t r a i l e n d s ( 2 0 1 3 )

Um grupo de mountainbikers absurdamente talentosos arrisca

tudo para andar de moto onde ninguém nunca colocou o pé.

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Page 22: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

CAÇADORES DE OBRAS-PRIMAS

S h a r o nS t o n e

Existe uma continuação de Instinto Selvagem?

Oi? Ninguém viu...

G e o r G eC l o o n e y

O Retorno dos Tomates Assassinos (1997) realmente existe... Não adianta negar.

“ a c h o q u e o o s c a r p o d i a v e s t i r c u e c a . o q u e é a q u e l a c o i s a p e l a d a c o m u m a g r a n d e e s p a d a n a f r e n t e ? ” J a r e d L e t o

O talento dos atores não salva um roteiro ruim. Isso quem disse foi Billy Wilder, ganhador de um total de 6 Oscars. Desde então essa se tornou a principal desculpa de atores milionários...

k o m a*

PRÊMIO DO KAINRATH

Q u a s e L á

FILmes ruINs, atores mImadosSer estrela não significa acertar na mosca

t i l d a S w i n t o n

“Desejos Femininos soa bem.” Era o que pensava

em 1996 a musa dos cults.

GRAVIDADE

...E O VENTO LEVOU

H e r ó I s d e a m a N H ã

FIque De OlHO NelesTrês talentos que entrarão no seleto rol de superestrelas

Com Lunar e Contra o Tempo, ele foi o responsável por

levar aos cinemas os filmes de ficção mais inteligentes de nossa época. Imagina

com um orçamento gordo.

A revelação de Chiwetel Ejiofor foi em Amistad

(1997). Com sua atuação em 12 Anos de Escravidão, ele entrou para a turma do De Niro. Favorito ao Oscar.

A notável estrela britânica Carey Mulligan brilhou pela

última vez em O Grande Gatsby e em Inside Llewyn

Davis – Balada de um Homem Comum.

Duncan JonesChiwetel Ejiofor

Robert De Niro

Helen Mirren

Steven Spielberg

Carey Mulligan

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*KOMA: KAINRATH'S OEUVRES OF MODERN ART

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l a s s i e Au, au! O Brad Bitt dos cães:

lindo cabelo, porém nenhum Oscar.

H e r ó i s e m o n s t r o s

roarrr!O monstrengo japonês destruirá ainda mais arranha-céus em maio. Enquanto isso, continuamos aguardando o surgimento do primeiro ganhador não-humano do Oscar. Nossos indicados são:

g o d z i l l a O Jack Nicholson dos

dinossauros: olhar pene-trante, sorriso frio, tempe-ramento quente. Chega em maio nos cinemas, em mais um remake. Lá pelo dia 29.

o T U B a R Ã o - B R a N C o

Da-dam! Da-dam! É o Christian Bale dos tubarões:

gosta de explodir os inimigos.Co

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volta ao ar

Depois De uma pausa De quase quatro anos, o reD Bull air race, a mais rápiDa prova De velociDaDe Do munDo, Decola De novo

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Velocidade nos céus O Red Bull Air Race está de

volta – com a orla de Abu Dhabi Corniche servindo como

um impressionante cenário para a competição. A próxima corrida

acontece na Croácia, em abril

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“ adoro isso. sou viciado em adrenalina… precisava voltar a voar” K i r b y c h a m b l i s s

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otado de uma habilidade natural bem texana de dizer exatamente o que pensa, o piloto do Red Bull Air Race Kirby Chambliss não é um homem que mede as palavras. E fica difícil entendê-las quando se está numa ligação internacional.

Como cada terceira frase some entre ruídos eletrô-nicos, é difícil compreender o que o bicampeão está dizendo. Mas, quando o veterano aviador fala sobre sua motivação de retornar à competição depois de um hiato de quase quatro anos, ele é claro como água.

“Faz parte de mim, é o que eu faço”, diz. “Vou ser sincero, não gosto das viagens, de toda a logística, acho péssimo. E, em relação à segurança, bem, tenho um filho de 9 anos agora, então não foi uma decisão fácil. Mas definitivamente quero participar disso. Amo esse esporte. Sou viciado em adrenalina… Eu precisava voltar a voar.”

Passaram-se alguns dias, e o companheiro de cam-peonato, o piloto Nigel Lamb, reverbera o mesmo entu-siasmo de Chambliss. “Minha vida foi por 30 anos ser piloto de apresentações, mas para mim o Red Bull Air Race vai além do que eu fazia antes”, ele diz. “Voltar para as corridas aéreas é o que quero fazer de verdade. Não preciso nem pensar.”

Mas enquanto a decisão de correr novamente tem sido fácil para quem está na cabine, para aqueles que estão nos bastidores o processo de reconduzir a gigan-tesca competição de volta aos ares é um procedimento bem mais complexo.

Após sete anos, a competição tinha, às vésperas do campeonato de 2010, se tornado um gigante in-controlável. Com uma média de público superando meio milhão no local das provas em 2009, a logística e as finanças necessárias para realizar o show em todo o mundo se tornaram enormes.

Estreia sul-americana O calendário foi ampliado

na temporada de 2007 para incluir o Rio de Janeiro, primeira cidade sul-americana a receber um evento do Red Bull Air Race

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Mas não era só no chão que os problemas apare­ciam. Eles se manifestavam no ar também, como ex­plica Erich Wolf, CEO do novo campeonato: “Sempre houve regras e regulamentos em vigor, mas os pilotos iam até o limite ou iam além. Em alguns momentos, a segurança não era total”.

Com as possibilidades ampliadas e a competição ficando cada vez mais intensa, não demorou para que as coisas chegassem ao extremo. Dois acidentes (sem feridos) nas primeiras quatro etapas provocaram preocupação quando questões logísticas forçaram o cancelamento das duas paradas finais do campeo­nato. Era o limite. A competição foi imediatamente congelada.

E então tudo virou silêncio. O que inicialmente estava previsto como um ano sabático, acabou sendo dois e então três. Parecia que o esporte ia embora. Mas as engrenagens giravam nos bastidores. Wolf, que tivera que sair do campeonato em 2009 devido ao que chamou “alguns acontecimentos”, foi recontratado, e foram definidos novos objetivos.

“As novas metas são, primeira­mente, garantir a segurança dos pilotos, e então desenvolver ainda mais características de segurança.

Um exemplo? Fuselagem reforçada para o avião de corrida”, diz Wolf. “Por último, consolidar o esporte com credibilidade, já que no passado algumas pes­soas o consideraram como uma missão de marketing da Red Bull e não como um esporte original”, acres­centou. “Nos próximos três a cinco anos, ele tem que se tornar um esporte comercialmente viável.”

Do futuro ainda não se sabe, mas, no lado espor­tivo, as questões foram assumidas com a introdução de uma série de padrões, mudanças para diminuir os excessos das equipes. Além disso, em um lance para melhorar a segurança, os pylons (pilares in­fláveis) usados para delinear o percurso foram de 20 para 25 metros de altura, um pequeno aumento que, para o chefe de aviação, Sergio Pla, fará grande diferença. “Para quem vê de fora pode não parecer muito, mas o tempo de reação em voo será bem mais imediato que antes. Não tivemos nenhuma surpresa em um treinamento de campo que realizamos. Os pilotos têm uma grande margem de tempo e altitude para resolver. Faz muita diferença.”

Novas locações também foram escolhidas, com os circuitos de cidade, antes priorizados, dando espaço para uma mistura de ambientes com terra, água e, em uma inovação, mais corridas em ambien­tes controlados – como estradas nos EUA e arenas, que Wolf diz que são perfeitas para a competição. “O Red Bull Air Race é um esporte de velocidade e nós devemos ir até onde os esportes de velocidade acontecem. Nós temos que garantir aos espectadores os melhores lugares de forma que eles possam ver todo o circuito da corrida. Eles também precisam ter os serviços de alimentação e bebidas, além de

“ Os pilOtOs fOram até sEus limitEs E até supEraram as barrEiras”E r i c h w O l f

Abu Dhabi, EAU O aviador americano Michael Goulian se prepara para decolar no Red Bull Air Race World Series

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Monument Valley, Utah/Arizona, EUA O piloto britânico Paul Bonhomme faz o traçado entre os pilares na terceira corrida da temporada de 2007

Rio de Janeiro, Brasil Matthias Dolderer, da Alemanha, impressiona multidões durante o qualifying day no Red Bull Air Race 2010

Page 30: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

estacionamento. Essas locações são enormes e, além disso, já estão preparadas para os eventos. Você tem arquibancadas com capacidade para 200 mil espec­tadores que proporcionam a todos uma boa vista do circuito. As estradas dos EUA são lugares perfeitos para nós, mas também continuaremos nos centros de cidade.”

A única questão que resta é se a nova competição pode alcan­çar a velocidade que precisa para a decolagem em um curto prazo. Com o anúncio oficial de que o campeonato retorna­ria apenas em outubro de 2013, as 12 equipes envolvidas têm um prazo apertado para se preparar para a abertura da temporada em Abu Dhabi, no dia 28 de fevereiro.

“Como todas as outras equipes, estamos longe de

estarmos prontos, é até engraçado”, diz Chambliss. “Vai ser difícil e acredito que a primeira corrida vá ser muito difícil também.”

O piloto texano é formidavelmente otimista e, enquanto reconhece que a especulação do Red Bull Air Race 2014 é provavelmente um voo para o des­conhecido, ele está mais que satisfeito em se jogar na empreitada.

“Meu objetivo é sempre vencer. Não vou apenas brincar”, ele diz. “Alguns amigos disseram que seria muito legal se eu pudesse participar, apenas passear e levar numa boa, mas o que eu respondo é, claro, vou curtir, mas lembrar sempre o motivo de estar ali, lembrar que você é um entre 15 no mundo. Por isso, se rolar, vou andar no limite. Vou pensar na maneira mais rápida de sair de um gate para o próximo. Farei a mesma coisa que sempre fiz, que é tentar vencer. É isso o que faço.” Fazer com que os aviões cheguem ao limite é também o motivo do remode lamento do Red Bull Air Race, só que dessa vez nas condições corretas e nas arenas adequadas, como insiste Sergio Pla.

“Essa é a corrida mais emocionante que existe”, ele diz. “O Red Bull Air Race é a competição mais veloz do mundo.”Mais informações em: www.redbullairrace.com

QuAndo você está ocupAdo pilotAndo um AnimAl de 300 hp ou mAis em curvAs de forçA G vAriAdA, é melhor umA Abor dAGem mAis objetivA pArA o pAinel de comAndo… AQui vAi o básico

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Martin Sonka, piloto da Rep. Checa, se prepara para a decolagem na Austrália em 2010

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1 velocidade do ar Mostra a velocidade relativa do ar (em nós).

2 altíMetro indica a altitude da aeronave (em pés) acima de um nível de referência através da medida da pressão do ar estática.

3 eFiS (Sistema de instrumentos de voo eletrônico) Proporciona ao piloto informações sobre sua volta. também manda informações de velocidade e força g para a torre.

4 analiSador de Motor Um dispositivo que grava dados sobre o motor. depois de um voo, os dados

são baixados para análise. o inter­ruptor em cima é um alarme de voz que alerta o piloto em caso de qualquer falha no sistema.

5 interrUPtor da BoMBa de coMBUStível Usado para alter­nar os três tanques de combus­tível: asa direita, asa esquerda e tanque principal. aviões queimam cerca de dois litros de combustível por minuto no ar.

6 G­Meter Mostra ao piloto a força da gravi­dade no momento. Para 2014 os pilotos não podem ir além de 10 g.

7 PedaiS os pedais direcionais movimentam o avião em solo. no ar, usar os pedais faz que o avião dê um giro em seu eixo vertical (guinada).

8 controlador de ProPUl­São ajusta o posicionamento das hélices de propulsão.

9 rádio liga o piloto com a torre de controle.

10 SMoke on/oFF Quando o piloto inicia a corrida ele liga a fumaça para tornar sua volta mais visível.

11 Botão “Start” dá a partida!

12 Manche direita ou esquerda faz com que o avião gire, para frente ou para trás posiciona o bico para baixo ou para cima.

13 controle de aceleração controla a potência.

14 tranSPonder dá informações à torre sobre a posição e altitude do avião.

15 BúSSola indica o rumo do avião.

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the red bulletin: Você está feliz de voltar ao Red Bull Air Race?paul bonhomme: Vou ficar se for cam-peão. Falo para os meus filhos: “Olha, o importante não é competir, o importante é vencer”. Isso parece meio petulante, mas para mim só se entra em uma competição porque se quer vencer. Eu mal posso espe-rar pelo dia que vou preferir ser o último e fazer só pela galhofa. Como você está encarando o campeo-nato desta vez?Tenho que admitir que já me consumi um pouco na tentativa de ir bem. É tentador dizer que não me incomoda, eu estava lá só para me divertir, mas não se chega a lugar nenhum desse jeito, você precisa se consumir pela coisa para ir bem. Eu tive uma disputa bem intensa com Hannes [Arch] e acho que, se você perguntar a ele e se ele for honesto, ele diria também que foi um pouco consumido por isso.A decisão de voltar foi fácil? Tive que pensar muito e por muito tempo sobre o assunto. Demorei para tomar a decisão porque minha vida mudou nos anos em que a competição ficou parada. Tenho três filhos pequenos e um enteado mais velho, então a família está bastante diferente se comparada com a de quando comecei no Red Bull Air Race. Minha mulher é muito compreensiva e teve o mesmo entendimento que eu na linha de raciocínio, que foi: “Participe e vá bem, mas aproveite. Divirta-se em vez de se es-gotar”. O que vem à cabeça é a observação que Buzz Aldrin fez para o Neil Armstrong quando eles estavam assistindo às come-morações da aterrissagem na Lua.

O Aldrin disse: “Ei, Neil, eu acho que nós perdemos o melhor da festa”. É assim que eu vejo o campeonato agora. Antes, eu estava tão obcecado por ele que acre-dito ter perdido o melhor da festa. Então, estou ansioso para voltar neste ano e aproveitar. Uma das coisas nas quais quero melhorar é na habilidade de ficar sorrindo durante toda a corrida. Neste começo de temporada, você acha que já dá para sorrir?Não muito. Na verdade, eu diria que os níveis de estresse estão razoavelmente altos. Já passamos por Abu Dhabi [para a abertura da temporada], então no fundo acho que tudo vai dar certo, mas agora está um pouco tenso porque a gente ainda

não tem um motor ou um exaustor, e diversos outros componentes ainda estão para chegar. Vai ser uma corrida para deixar tudo pronto. Se eu soubesse como encontrar uma vantagem nas novas regras, seria ótimo, mas não tenho ideia de como as coisas vão andar. Agora que todo mundo tem a mesma potência e peso, vai ser um jogo diferente, o que para mim não é fácil. Sou um dos pilotos mais pesados e vou ter que chegar a 82 quilos, é um pouco demais. Tenho 1,84 metro e… ossos pesados! Vai ser uma combinação entre a perícia do piloto e aerodinâmica. Acredito que em termos aerodinâmicos estejamos OK, temos um avião bem pouco aderente, mas nunca se sabe.Qual é o seu principal objetivo para a temporada de 2014? Não me apavorar. Se eu não me apavorar, o ano será mais seguro e isso é o mais importante. A segunda coisa fundamental é ganhar. Então, para ser seguro e não se apavorar para vencer, como eu digo, tem que gostar do que faz. Eu acho que, em qualquer ordem que você colocar isso, funciona… Eu acho!

O Rei VOltOuO AtuAl CAMPeÃO, PAul BONHOMMe, ADMite Que FOi CONSuMiDO PelA VelO-CiDADe NO PASSADO, MAS eM 2014 ele VAi Se DiVeRtiR

Paul Bonhomme, bicam-peão do Red Bull Air Race: “Vai ser uma combinação entre a perícia do piloto e a aerodinâmica”

“ Meu OBjetiVO é NÃO Me APAVORAR. Se CONSeguiR iSSO, já é MeiO CAMiNHO ANDADO”

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Não existem muitos esportes que não cultuam a juventude, mas o Red Bull Air Race é um deles. Com os pilotos de 2014 com uma média de idade de 45 anos, esse é um esporte em que

a voz da experiência fala mais alto.O dilema, então, é como fazer com que

pilotos mais novos melhorem suas posições. A resposta é a Challenger Cup.

O evento vai trazer um seleto rol de novos pilotos e aviões equipados em um circuito simplificado feito especialmente para dar experiência à próxima geração. O objetivo é que os pilotos obtenham uma superlicença e se graduem para a série principal.

“Eles vão voar com muito menos pressão que as equipes de corrida”, diz o chefe de aviação Sergio Pla. “Todos eles vão compare-cer a pelo menos dois campos de treinamento antes de sua primeira corrida, o que significa que eles vão ter pelo menos duas ou três vezes o tempo de treinamento que os pilotos tive-ram no passado [quando chegaram à compe-tição]. A margem de segurança nas corridas aéreas não é grande, então nós temos que amadurecer as pessoas que sabem o que estão fazendo.”

Para assegurar que os pilotos mais jovens tenham a maturidade necessária, o psicólogo e gerente de equipe e segurança do Red Bull Air Race, Christian Czihak, explica:

“Você pode ser um piloto de jato ou um piloto de acrobacias experiente, mas é diferente de voar ao redor de um circuito de corrida a menos de 50 m do solo – total-mente diferente”, ele diz. “Você pode ter todos os atributos, mas não quer dizer que você possa fazer isso automaticamente. Estamos buscando pessoas que podem cumprir com o objetivo debaixo de pressão ou trauma. É geralmente uma questão de quanto risco eles estão dispostos a assumir.”

O CEO do Red Bull Air Race, Erich Wolf, acredita que a competição agitará os pilotos. “Tenho certeza de que eles desafiarão os atuais pilotos muito em breve. Em 2015, nós vamos ver novos talentos.”

gravidade multiplicadaOs pilotos do Red Bull Air Race estão sujeitos a forças extremas durante o voo. Em 2014, eles estarão limi­tados a 10 g, o que significa que, durante as curvas mais fechadas, o peso do corpo chega a dez vezes a força normal. Para um piloto de 80 kg, é como ter um carro pequeno jogado dentro do peito. “É como ser agredido com uma mar­reta”, diz Paul Bonhomme, atual campeão. “O momento em que a gra vidade se ma­nifesta é o pior. Em menos de meio segundo, você vai a dez ou doze vezes o peso do seu corpo. É pre ciso se concentrar para não perder a consciência. Se a força continuar aumentando, você apaga.”

força e pressãotente levantar o peso de um carro pequeno 12 vezes em um minuto. É assim que você vai ter um aperitivo do castigo físico que os pilotos do red Bull air race passam durante uma volta

como fuNcioNaa roupa à prova de gravidade obriga­tória é ativada pela própria força g, fazendo com que tubos cheios d’água corram pela extensão do traje para espremer o piloto, prevenindo a queda no fluxo do sangue.

“teto­preto”O “teto­preto” ocorre pelo sangue forçado para as extremidades mais baixas do corpo diante da alta força da gravidade. A pressão cai e a visão começa a embaçar: é um princípio de desmaio. “Dá para combater o efeito contraindo os músculos do estômago”, diz o piloto Nigel Lamb. “E, se você encolhe o estômago e seus músculos da coxa por ape­nas um segundo, impede que o sangue desça e sua visão fica nítida.”

roupa especial Os pilotos já estão acostu­mados a usar contrações musculares para combater os efeitos de curvas de alta gravidade, e o novo e obriga­tório traje à prova de gravi­dade faz a função com mais

Voe peLo muNDodesde circuitos sobre o golfo pérsico e em torno dos paddocks de ascot até voltas em algumas das mais famosas estradas dos eua, o red Bull air race será um teste de fogo neste ano

a NoVa força aÉreacomo um esporTe Que precisa De DÉcaDas De eXperiÊNcia poDe TraZer NoVos TaLeNTos? simpLes, DÊ a eLes um peDaciNHo Do cÉu para correr

eficiência. Feito pela alemã Autoflug, o traje é de tecido não elástico e com água. A roupa provoca pressão contrária que combate os efeitos de grandes cargas de gravidade no piloto, re duzindo o movimento do sangue nas extremidades inferiores. “A roupa comprime as pernas e o abdome”, diz Paul Bonhomme. “Em vez de ser obrigado a se tencionar, a roupa faz isso e dá cerca de 1,5 g de vantagem. Pode não parecer, mas diminui muito o cansaço.”

mudanças bruscas no eixo de gravidade podem fazer o piloto desmaiar

o red Bull air race 2014 começa em abu dhabi e termina na china

Fluxo de sangue normal

Fluxo de sangue sob pressão

Visão de corte da roupa com os tubos ampliados

FORÇA G FORÇA G

G­BAixO G­ALtO

1. aBu dhaBi, EAU 28 de fev e 1º de mar 2. rovinj, cROáciA 12 e 13 de abr 3. putrajaya, MALáSiA 17 e 18 de maio 4. gdynia, POLÔNiA 26 e 27 de jul 5. ascot, iNGLAtERRA 16 e 17 de ago 6. dallas/Fort Worth, EUA 6 e 7 de set 7. las vegas, EUA 11 e 12 de out 8. local a ser conF., chiNA 1º e 2 de nov

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Page 34: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

COMO É O AVIÃO

MXS-RDiferente dos rivais com fuselagem metálica, o MXS-R, desenvolvido especificamente para corridas pela MX Aircraft a partir do seu avião MXS, é feito com uma fuselagem de fibra de carbono em camadas, o que significa uma estrutura muito leve e forte, mas que não pode ser substancialmente modificada. A leveza contribui para a velocidade, que, numa competição como essa, vale muito.

A HÉLICE A hélice foi padronizada

para 2014 e já ganhou apelido: “Claw” (garra),

do fabricante americano Hartzell. Outros itens obri-

gatórios para as equipes são a cobertura de bico de hélice e regulador de fibra

de carbono composta.

O MOTOREm anos anteriores, as equipes eram obrigadas a usar motores construídos pelo fabricante americano Lycoming, mas elas eram então autorizadas a mandar os geradores de potência para fora das oficinas. Na temporada de 2014, as equipes terão de usar só o motor Thunderbolt AEIO-540-EXP da Lycoming.

ANÁLISE DE DADOS Uma linha de pensamento diz que sem uma vantagem de motor os pilotos vão começar a dar o seu pró-prio jeito para melhorar o tempo das voltas. E isso vai acontecer com sistemas de telemetria estilo F1. A informação vai permitir que os pilotos aperfeiçoem o voo para conseguir o melhor tempo possível a cada volta.

AERODINÂMICA Com o gerador de potência e seus auxiliares padroni-zados, é bem provável que pilotos comecem a procurar alguma outra coisa para conseguir uma vantagem sobre seus rivais. Melhorar a aerodinâmica do avião é o primeiro passo.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

FABRICANTE: MX Aircraft, EUA

COMPRIMENTO: 6,51 m

EXT. DE ASA: 7,32 m

PESO BÁSICO: 571 kg

POTÊNCIA: 300 cavalos

VELOCIDADE MÁXIMA: 426 km/h

VELOCIDADE DE GUINADA: 420°/seg

G MÁXIMO: +/- 12 g

MOTOR: Lycoming AEIO-540-EXP(reguladores: Thunderbolt)

DESIGN DE ASA: simétrico, em fibra de carbono

HÉLICE: Hartzell

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Page 35: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

algumas REgRas mudaRam PaRa mElHORaR a sEguRaNÇa E também fazER cOm quE a cORRida fiquE mais disPutadaEm qualquer forma de esporte de veloci­dade, a busca de uma vantagem de perfor­mance é sempre encoberta de mistério. O Red Bull Air Race do passado não foi menos complexo na sua busca por uma vantagem, mas, quando todas as modificações sutis se esgotaram, o objetivo essencial para os pilotos foi simples: maximizar a potência em relação ao peso.

O desejo de extrair potência máxima do motor e simultaneamente abaixar o seu peso ao tirar o peso do avião levou a com­petição a um ponto de perigo em potencial, com as equipes em risco de comprometer a integridade do gerador de potência na busca de leveza, com mais elementos potentes na fórmula. Então, para 2014, o campo de prova foi nivelado com a intro­dução de motores, hélices e exaustores padronizados.

Foi uma mudança elogiada pelo piloto Nigel Lamb. “É uma coisa certa em muitos aspectos”, ele diz. “Não poder mexer nos motores é relevante em termos de seguran­ça e também muito relevante com respeito ao custo. O mais importante: cria um campo de jogo de muito melhor nível.”

O ponto principal é que em 2014 o Red Bull Air Race não será mais um jogo de po­der e os pilotos terão que dar outro jeito para alcançarem o primeiro lugar do pódio.

zivkO EdgE 540 v2O avião escolhido pela maioria dos pilotos, o Edge, venceu o título em todas as temporadas. Ele usa uma estrutura tubular de aço que, embora não seja leve como outras, é, segundo o chefe da empresa, Eric Zivko, mais prática. Em 2014, dois modelos serão usados: o antigo V2 e o novo V3.

cORvus ca-41 RacERO Corvus Racer foi desenvolvido pela Corvus Aircraft e o Instituto de Aviação da Universidade Técnica de Budapeste, com o input do piloto Peter Besenyei, que realizou sua primeira aparição no Red Bull Air Race de Windsor, em 2010, e voa com ele desde então.

EXAUSTOR A última parte do conjunto de padronização é o siste-ma de exaustão. Construído com materiais de pouco peso, será fabricado pela companhia americana Sky Dynamics e adaptado ao uso de qualquer modelo de avião escolhido.

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Page 36: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

A D R E N A L I N A é m E u R E m é D I oN I c o L A s c A g E E m u m A c o N v E R s A s o b R E s o f R I m E N t o , c A s t E L o s E t u D o o q u E m A I s I m p o R t A ( D E v E R D A D E ) N A v I D Ap o R : R ü D I g E R s t u R m I L u s t R A Ç Õ E s : p E t E R s t R A I N

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Page 37: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

Ele gosta de enfrentar seus medos, mesmo

que isso signifique dar marshmallows aos jacarés

Page 38: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

Depois de ter feito de tudo, Nicolas Cage ainda tem um sonho:

“Quero voar de asa- delta. Existe maior

liberdade que isso?”

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the red bulletin: Sr. Cage, a morte é uma preocupação?nicolas cage: Não tenho pressa em encontrá-la, mas a morte é um tema importante. E é inteligente pensar sobre ela algumas vezes. Só assim o homem tem chance de tomar as rédeas do medo da morte com as próprias mãos.E?E o quê?Você tem esse medo nas mãos?Digamos que ainda é um trabalho em progresso. Mas o que tem a ver essa pergunta com a angústia em relação à morte, exatamente?Nas filmagens do seu mais novo filme, Joe, você de fato pegou com as mãos uma serpente venenosa. O veneno da cobra em questão pode ser mortífero. Isso não tem nada a ver com medo da morte ou algo do tipo. É uma maneira de relaxar.Não quero te ensinar nada, mas existem outros métodos para relaxar...Fazendo filmes de ação, eu descobri que relaxo com esse tipo de coisa. Uma corrida de carro a 160 km/h, tentando evitar bater contra os muros de proteção, para mim, funciona melhor que qualquer meditação. Talvez essas coisas funcionem de um jeito diferente comigo, de uma forma menos convencional. Por exemplo: quanto mais café eu bebo, mais eu relaxo.

E quando o café não funciona mais você saboreia um pouco de veneno de cobra?Hahaha, não. Nessa filmagem de Joe estava progra-mada a gravação de uma cena complicada, e, por algum motivo, meu nível de adrenalina não estava alto o bastante. Sem a concentração necessária. Então tive essa ideia da cobra e perguntei para o diretor, David Gordon Green, se ele tinha algo contra. Ele dis-se: “Só me prometa que você não vai morrer. Senão, vou me sentir um completo idiota”. Eu prometi a ele, peguei a cobra e... – bang! – funcionou. Minha adre-nalina disparou. E, dependendo da adrenalina, eu consigo até surfar, sabia? Esse é meu jeito de manter o nervosismo sob controle.Mas não tem medo envolvido aí?Ah, claro, o medo sempre deve estar envolvido. Sem medo, nada disso faria sentido. É uma questão de ficar de olho no próprio medo, de conhecê-lo. Assim, é possível derrotá-lo. É um princípio muito simples: fique exposto exatamente às coisas que mais trazem medo, e elas perdem isso.Agora fiquei com vontade de ouvir algumas his­tórias suas, sobre os medos que você já derrotou.Alguns anos atrás, mergulhei na costa sul-africana numa gaiola. Eu queria conhecer um grande tubarão- branco, que era um dos meus maiores medos. E foi uma experiência incrível. Ficar frente a frente com esse bicho, a 1 ou 2 metros de distância, e ele me olhando com aqueles olhos vazios... E então, de repen-te, senti, de uma forma muito bonita, calma e estranha, uma conexão linda entre nós. Foi um momento de profunda harmonia. Parece loucura, né?Contanto que sua próxima história sobre terapia do medo não envolva ter beijado uns tubarões­ brancos... Hahaha... Não, mas ainda tenho outra história sobre isso: uma vez estava navegando pelos pântanos de Nova Orleans, onde vivi por algum tempo. E lá tinha um jacaré de 400 quilos. Quando nos encontramos, ele me olhou por debaixo da superfície d’água, parecia um dinossauro...E aí, aposto que você pulou do barco e foi nadar com o jacaré...Não... Eu dei uns marshmallows pra ele. Joguei do barco mesmo. Jacarés adoram marshmallows.Quem ouve você falando assim pode pensar que, talvez, você tenha desperdiçado sua verdadeira vocação... Cientista, especialista em ciências naturais, aventureiro, velejador... Isso nunca passou pela sua cabeça?Você não está totalmente errado. Aos 16 anos, decidi duas coisas. Primeiro: tentaria seriamente ser ator; segundo: se isso não desse certo, eu seria pescador ou trabalharia na Marinha. O mar é meu primeiro amor. Quando estou perto d’água, sinto uma calma indescritível, que não tem comparação com nenhum outro sentimento.E o que te atraiu tanto na carreira de ator, a ponto de fazer com que você optasse pelo plano A?É uma válvula de escape perfeita. E eu preciso disso para toda a energia que tenho acumulada, especial-mente a que vem da raiva. Quando era criança, eu sentia muita raiva. Tenho certeza que, se não tivesse me tornado ator, teria cometido erros piores na vida.

le já foi de super-herói a soldado, de alcoólatra a ladrão de carros – e sempre com uma energia maníaca, que lhe

rendeu tanto um Oscar quanto muitos comentários negativos. É difícil encontrar uma estrela de Hollywood tão reverenciada e, ao mesmo tempo, tão desprezada como Nicolas Cage: o cara que se casou com a filha de Elvis e deu o nome de um persona-gem de história em quadrinhos ao segundo filho. O cara que tinha tanto dinheiro que gastou ainda mais. Nicolas Cage é agora um cinquentão e está se reinventando como ator mais uma vez. Ou seja, um bom momento para um bate-papo. Conheça um pouco mais dessa mente louca nas próximas linhas.

the red bulletin 39

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fazer essa associação... Ok... Tem muito a ver com a sensação que eu tinha no castelinho de madeira da minha infância.E o quanto doeu em você ter de vender o castelo? Você passou por maus bocados, financeiramente, por um bom tempo...Ah, foi bem difícil. Na minha cabeça, o castelo continua lá. Assim como o castelinho de ma-deira. Mas vamos combinar... Estamos aqui falando do quanto é difícil para um homem ter de “vender um castelo”. E o que dirão os que têm problemas de verdade? Quão cínico isso vai soar? Simplesmente não conseguia mais manter o castelo. Uma época eu tinha muita grana, mas pouco crédito no banco. Então, resolvi investir em imóveis. Aí o mer-cado virou... para a direção errada. Acontece. No fim, tudo tem alguma razão.E aí?E aí que hoje vivo de um jeito diferente de como era antes. Digamos que vivo de maneira mais aberta. Não me escondo mais num iate, num jatinho particular ou atrás de muros de castelo. Comecei a fazer coisas normais, com pessoas bem normais. Tem me feito bem.Pela escolha dos filmes que vem fazendo, você parece ter amolecido um pouco tam-bém. Joe tem uma pegada diferente dos espetáculos de ação bizarros dos quais você participou nos últimos anos...Você tem razão. Pode-se dizer que me redes-cobri como ator. Voltei às minhas raízes. Isto é, voltei a interpretar personagens dramáticos em produções independentes.O que você responderia se eu dissesse que um tempo atrás você era o rei dos filmes B?Eu diria que não vejo dessa maneira. Só fiz esses filmes de ação porque as pessoas diziam: “Você não é um ator de filmes de ação. Esque-ça”. Sempre acho que posso provar o contrário. Aí, de ator de melodrama, virei um herói dos filmes de ação. E agora chegou o momento de mudar de novo. É assim que funciona.Mas você vai sentir falta da adrenalina, não vai?Em geral, só preciso da adrenalina quando filmo. Mas gosto de andar de moto e ainda tenho um sonho na vida: voar de asa-delta.Perdoe a minha indiscrição, mas isso não soa exatamente como um sonho irrealizável para uma estrela de Hollywood...Bom, os contratos fazem parte do meu traba-lho. E nesses contratos são estipuladas coisas

como essa, que eu não posso praticar atividades do tipo saltar de asa-delta. Mas deixa eu te contar do meu sonho. Tenho certeza que voar de asa-delta é a melhor forma de o ser humano se tornar um só em conjunto com a natu-reza. Você não polui o meio ambiente. Você fica livre como uma águia. Você aprende a entender o ar. Um dia, pode acreditar, eu vou para os Alpes e vou me inscrever em uma dessas escolas que garantem que você pode voar em duas semanas. Aí vou fazer amizade com as pessoas mais extraordinárias. Com pessoas para as quais você pode simplesmente ligar e dizer: “Ei, vamos voar hoje?” – “Claro. Vamos nessa.” Aí eu vou levantar voo já pela manhã, me retirar do mundo, ficar sozinho... Só eu e as minhas próprias asas.O novo filme de Nicolas Cage, Joe, ainda não tem previsão de lançamento no Brasil

De onde vinha essa raiva?Eu não tentava fazer contato com outras pessoas. Eu era excluído, não tinha amigos, ninguém gostava de mim na escola. Isso me machucava. Até meu pai me disse uma vez que eu era um E.T. Essa ideia se instalou em mim tão profundamente, que fiquei surpreso quando um médico me disse que eu tinha órgãos e um esqueleto humano normais. Isso pode soar estra-nho hoje em dia, mas minha vida não foi nada agradável. Só que, de alguma forma, eu sabia que tinha alguma coisa me esperando, algo que daria sentido à minha existência.E é a profissão de ator que te dá esse sentido?Na situação atual, eu diria que sim.Quando está atuando, você esquece de toda a raiva, sofrimento e dor?Eu não sou do tipo raivoso. Só cultivei a raiva durante uma fase da vida. Eu sei que sem agressividade a vida fica mais leve. Gosto deste planeta, gosto de viver aqui, sou louco pela minha família. Por mim, eu passaria os dias inteiros em casa brincando com meu filho de 8 anos.Como você descobriu que a profis-são de ator e o show business pode-riam ser essa válvula de escape?Desconfio que isso tenha a ver com meu pai. Ele era bom em estimular minha imaginação. Por exemplo, ele me fazia ler romances clássicos e escre-ver um capítulo sobre cada livro – foi assim com Sidarta, de Hermann Hesse; Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley; e Moby Dick, de Herman Melville. Ele construiu uma casinha de madeira para mim, no jardim. Era meu castelinho particular, minha bo-lha, meu reino. Ali eu passava a maior parte do tempo. Era onde eu podia dar vazão a todos os meus persona-gens, foi onde comecei a atuar.Quem conhece um pouco da sua biografia sabe da relação difícil com seu pai.Nos últimos anos de vida dele ficamos bem próximos. O infarto que ele sofreu em 2008 me pegou de jeito. Sou grato pelo tempo que passamos juntos.Quanto esse castelinho de madeira da infância tem a ver com o castelo que você comprou na Alemanha?Quando eu penso no castelo, a primeira coisa que me vem à cabeça é o momento que o vi pela primeira vez. Era uma tarde de inverno, eu estava dirigindo na floresta, na neve, e no rádio estava tocando Parsifal, de Wagner. E, quando finalmente saí da floresta, a neve parou de cair, o sol apareceu, e eu vi esse cas-telo... Nessa hora me senti em casa. Se você quiser

m i l h õ es

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40 the red bulletin

Page 41: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

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Page 42: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

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G u e r r e i r o s d a

a M a z ô n i a42

Page 43: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

a z ô n i a

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“ E s s a f l o r E s ta é d i f e r e n t e d e t u d o . É c o m o c o r r E r E m u m a E s t E i r a d E n t r o d a s a u n a”

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O corredor Renato Campos arrumou seu

jeito de lidar com o calor e a umidade

da selva. Ele com­pletou a corrida

em 4h04m

A tribo Inhaã­Bé e seu ritual para abençoar os guerreiros

Às 3 horas da manhã, no meio da selva amazô-nica, a tribo Inhaã-Bé está tomada por atletas com lanternas presas na testa. Eles estão prestes a largar para um grande desafio na selva, o Red Bull Amazônia Kirimbawa, que é dividido em três modalidades: corrida, mountain bike e caiaque. A competição conta com 90 atletas de ponta separados aleatoria-mente em 30 equipes de três atletas cada.

Quatro índias fazem a dança que evoca a coragem e o apoio dos deuses aos kirimbawas – nome dado aos grandes guerreiros –, enquan-to a escuridão da tribo é quebrada pela luz de tochas acesas ao redor. Uma quinta índia, a mais velha, caminha em círculos segurando uma cesta com ervas queimadas exalando um cheiro forte. “É para purificar os espíri-tos”, ela diz, compenetrada em sua função de fazer a fumaça se espalhar.

“Correr aqui é como correr em uma esteira dentro da sauna”, diz o atleta Pericles Villaça, 39 anos, pouco antes de largar. “O ambiente da selva é diferente de tudo, tanto pela umi-dade e calor quanto pelas adversidades.”

Ele e todos os 30 corredores da primeira etapa do desafio pernoitaram na tribo, em redes, e por isso tiveram dificuldade para descansar. Foi o caso de Fernanda Maciel, 33 anos, que foi picada por um inseto durante a noite e acordou às 2 da manhã com o olho inchado. “Não dormi nada e, quando conse-gui relaxar, um bicho me picou. Abri o olho procurando um médico, melhorei e agora vou para a largada.”

Manaus

BRAsIl

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Alexandre Moura no trecho final da corrida, cruzando um rio.

A equipe dele, Ariranha, termi- nou a competição em terceiro

“ e u n ã o s a b i a o q u e e r a p i o r :

p e d a l a r n o m o r m a ç o

d a s o m b r a o u n o c a l o r

d i r e t o d o s o l”

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Os 86 km de mountain bike foram realizados em

trechos de muita lama, subidas e descidas. Valmor

Hausman ficou em 12º, com o tempo de 3h05m

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“ d e p o i s d e c o n s e g u i r c o m p l e ta r , r e a l m e n t e m e c o n s i d e r o u m g u e r r e i r o ”

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“ e s t o u c o m a s m ã o s s u p e r - m a c h u c a d a s , s o f r i d e m a i s c o m o c a l o r e a s e d e ”

colocados fizeram os 50 km em mais de 5h30m. Os últimos, em mais de sete horas.

Na linha de chegada, com a noite caindo na capital amazonense, o segundo a pisar em terra firme foi o canoísta Marcelo Lins. “Eu nunca tinha feito uma prova tão longa na minha vida”, afirmou, visivelmente fraco. “Estou com as mãos supermachucadas, sofri demais com o calor e a sede, mas, depois de con seguir completar tudo isso, realmente me consi-dero um guerreiro.”www.redbull.com.br

Os 50 km de caiaque foram muito difíceis, tanto pelo sol do meio-dia quanto pela força da corrente dos rios Amazonas, Negro e Solimões. Lucas Maravalhas (foto ao lado) com pletou o trecho em 6h45m e foi o 16º colocado

Depois da noite maldormida, os corre-dores partiram no escuro para os 50 km por trilhas sinuosas na mata fechada, estra-das esburacadas e trechos por dentro de rios com água na cintura. Após 3h15m, o primeiro corredor chegou. Fernando Bezerra relatou: “Tem alguns bichos bem grandes nesse mato. Vi um que era maior que uma raposa, inteiro preto, cruzando o meu caminho. Foi assustador”.

O sol começa a despontar atrás das árvores quando os primeiros ciclistas par-tem para os 86 km de muita lama, subidas e descidas. Esse trecho foi o mais rápido do desafio, com os primeiros ciclistas chegando na base do Comando Militar da Amazônia após 2h55m, numa velocidade média de 30 km/h. Ofegante, o ciclista Rubens Donizete, 31 anos, foi o quarto a chegar. “Desde os primeiros quilômetros de pedalada, comecei a suar e não parei mais. É incrível, não seca em nenhum momento”, ele disse, ainda tremendo de tanta adrenalina. “No final, tinha um trecho muito aberto e muito quente. Não sabia o que era pior: pedalar no mormaço da sombra ou no calor direto do sol.”

A competição ganhou um tom dramáti-co no trecho final, dos caiaques, tanto pelo sol quente do meio-dia quanto pela força da corrente contrária nos rios Amazonas, Negro e Solimões. Ao longo do trajeto houve oito desistências e os primeiros

the red bulletin 49

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Cr

edit

:

S I M O N N E J O N E S É C I E N T I S T A , I N V E N T O R A , A R T I S T A

P L Á S T I C A , M Ú S I C A E A G O R A T A M B É M H E R O Í N A D E H Q .

F I C A M O S F R E N T E A F R E N T E C O M E L A

Por: Florian Obkircher Fotos: Andrew Woffinden

Laboratório em cima

do palco: nesta foto,

a talentosa e versátil

americana Simonne

Jones trabalhava em

seu álbum de estreia

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Cr

edit

: MARAVILHA MULHER

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Quando Simonne Jones entrou pela porta, houve um momento de silêncio. É normal que as pessoas se deparem com seu 1,90 m e pensem que ela é uma modelo. O cabelo é muito comprido, preto e enca-racolado; e os olhos, grandes e castanhos. E as pernas são longas, muito longas.

Tanta beleza combina com o talento inacreditável da californiana de 26 anos, que reside em outras (e muitas) áreas que não a das passarelas. Apenas parada em cima de seus altíssimos saltos ou espancando uma guitarra – não importa: fazendo qualquer coisa, ela sempre parece elegante. Quando explica que o rabisco nas costas da mão é a fórmula estrutural da serotonina – “Meu neurotransmissor preferido, fiz hoje de manhã” –, você fica realmente com vontade de ouvi-la. Se ela topasse discursar sobre a primeira lei da termo dinâmica, acredite: você viraria um nerd na hora.

Simonne Jones se divertiu na entre-vista com o Red Bulletin, em Londres. Ela trouxe de casa uma guitarra que ela mesma montou e explicou, nos intervalos entre as fotos, como se mexe com fios sintetizadores analógicos, como se medita durante 15 horas e como as bactérias são clonadas.

Atualmente, recém-premiada no Red Bull Music Awards com seu disco de estreia (“ele é como um filho bastardo do Depeche Mode com a PJ Harvey criado pelo Einstürzende Neubauten”), Jones se divide entre Londres, Toronto, L.A. e a cidade que escolheu para viver: Berlim – onde foi presenteada com uma grande exposição em 2013, ano em que também dividiu o palco com Björk e Peaches, artistas que ela considera, sem nenhuma cerimônia, suas heroínas.

the red bulletin: O que fez a pequena cantora ícone do eletropunk Peaches se tornar sua heroína? simonne jones: Eu fui a um show dela quando tinha 15 anos. Foi um espetáculo de circo, uma coisa muito louca, com con-solos gigantes e travestis no palco. Depois dessa tarde, minha vida nunca mais foi a mesma. Depois do show, eu a conheci pessoalmente, e alguns anos depois fui sua roadie numa turnê. Hoje ela é minha mentora.O que dá para aprender com ela?A virar um animal no palco, mesmo quando se é tímida na vida privada. Graças a Peaches hoje eu consigo subir em colunas altíssimas e me jogar na multidão sem medo.Dicas para superar o medo do palco?Só uma, mas é boa: assistir a gravações de seus próprios shows e se analisar. Isso ajuda muito. Nada é pior do que parecer tímida em cima do palco. Mas o medo do palco não vai ser menor porque você sente vergonha de si mesma.Para mim funciona o seguinte truque: eu tento me colocar em cima do palco no mesmo espírito de quando estava compondo a canção. Livre e sem ninguém me vendo. Do mesmo jeito que a gente canta embaixo do chuveiro ou dança sozinho em casa. Esse é o melhor espírito que se pode levar para o palco.Te chamam de menina prodígio por-que você já tocava piano com 4 anos... É isso mesmo?Eu comecei com 3. E com 10 anos escrevi minha primeira composição para ser toca-da no piano. Aos 14, na minha fase todo- mundo-me-odeia, peguei pela primeira vez na guitarra. Depois aprendi baixo. Depois bateria. E depois cítara. Aprendo a tocar qualquer instrumento que caia em minhas mãos.Com 3 anos, a maioria das crianças aprende a contar, e você já sabia tocar piano. Como foi isso?Eu me senti desafiada. Minha mãe dava aulas de piano para a minha irmã, mas dizia que eu era muito jovem. Totalmente injusto. Eu então ficava ouvindo minha mãe ensinando piano para a minha irmã e depois sentava sozinha no piano e tentava tocar as canções que lembrava. Peças para piano, como “Für Elise”, de Beethoven. Com 5 anos eu já estava pe-gando o jeito (risos). Você precisava ver a cara da minha mãe!Vamos focar só na música. Me diga: de onde veio a ideia de criar os pró-prios instrumentos?Você quer dizer a minha guitarra? Seu corpo é feito de uma caixa de madeira

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“ A o s 1 0 A n o s , e s c r e v i m i n h A p r i m e i r A

c o m p o s i ç ã o p A r A s e r t o c A d A n o p i A n o .

A o s 1 4 , n A m i n h A f A s e t o d o - m u n d o - m e - o d e i A ,

p e g u e i p e l a p r i m e i r a v e z n a g u i ta r r a”

A música encontra a ciência: Simonne Jones estuda a frequência das estrelas e depois transforma isso em ondas sonoras – e usa tudo na com po sição de suas músicas

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“ O e n t e n d i m e n t O m a t a a c u r i O s i ­d a d e . m i n h a a r t e d e v e d e s p e r t a r a c u r i O s i d a d e d a s O u t r a s p e s s O a s . d e v e f a z e r c O m q u e e l a s s e q u e s ­t i O n e m s O b r e O n d e v i v e m , s o b r e o u n i v e r s o i n t e i r o ”

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Ela tem um cachorro alienígena, é música, modelo e cientista. Eu não vi os quadri­nhos, mas supostamente ela ainda se parece comigo.Você de fato fez carreira solo na música, mas no verão passado tinha uma orquestra com você. Como foi? Outro mundo?Eu fiz quatro shows com os alemães da Rock Symphony Orchestra. O regente me achou na internet. Ele gostou da mi­nha música. E então me perguntou se eu não gostaria de tocar com sua orquestra. Adaptamos minhas canções para uma orquestra de 350 pessoas. Foram 150 can­tores e 200 músicos. Foi uma experiência maravilhosa. Eu não tinha ideia de quão alto soa uma orquestra. Quando os per­cussionistas começam a tocar, o palco inteiro treme. Um show de rock é uma piada perto disso. Como é isso? Dirigir uma orquestra?Um sonho de infância realizado! Quando eu era criança e me perguntavam o que eu queria ser, eu respondia: cientista, inventora, pianista, artista, dançarina e médica. E, de preferência, tudo ao mesmo tempo. Você tem 26 anos e já conseguiu fazer quase tudo isso.Exceto ser médica. Há alguns anos, eu me inscrevi em uma faculdade de medi­cina e até fui aceita. Mas decidi deixar a profissão de lado e optei pela música. Mas, vamos ver... sempre tem tempo para mudar.

No canto da mesma página: o desenho de um disco rígido de computador desmonta-do.) Aliás, eu descobri como construir um instrumento de baixo com a bobina de um disco rígido.O que você mais gosta de fazer é des cobrir e entender coisas?Entender não, pesquisar. O entendimento mata a curiosidade. Minha arte deve des­pertar a curiosidade das outras pessoas, deve fazer com que elas se questionem so­bre onde vivem, sobre o universo inteiro.O que você quer dizer com isso?Meu cientista preferido, Nikola Tesla, disse uma vez: “O melhor sentimento é a emoção que o inventor sente quando tem uma grande ideia. Esse sentimento faz você esquecer todo o resto. Sono, amigos, comida, até mesmo o amor”.Mas a ciência e a arte são opostas então?Não. Na minha exposição de Berlim proje­tei seis pinturas digitais, controladas por computador com luzes LED. As imagens reagiam aos movimentos dos visitantes. Quando você chega mais perto delas, as luzes são mais brilhantes. Se você mover os braços, as cores mudam. Qual foi o tema da exposição?Os Segredos do Universo. Para montá­la, pesquisei fenômenos físicos com base em padrões semelhantes. E escolhi seis subtemas, que vão do Big Bang à morte do Universo. Uau! Então é por essas e outras que tem gente que te chama de Mulher Maravilha por aí, não é?(Risos) Ah, eu sou apenas interessada. O que eu faço teoricamente qualquer um pode fazer. Mas é engraçado você dizer isso, porque acabaram de publicar uma história em quadrinhos cuja heroína é inspirada em mim. Alguns anos atrás, eu conheci Peter Steigerwald, da Aspen Comics. Nós conversamos um pouco, foi bem divertido. E alguns meses depois ele me disse que iria dedicar o próximo livro a mim.Quem é essa heroína?Ela viaja pelas galáxias para proteger alie­nígenas exóticos ameaçados de extinção.

e um cabo de vassoura. Duas cordas de guitarra e uma de baixo. É parecida com as guitarras dos escravos dos EUA, que eles construíam nas plantações de algo­dão. Como sou apaixonada por aparelhos eletrônicos, depois eu mesma instalei dois captadores e as peças necessárias para tocar a Diddley Boo com dois ampli­ficadores ao mesmo tempo – e assim consigo um som de baixo, que parece com resmungos estomacais.“Diddley Boo”?Sim, esse é o nome da minha guitarra!O que te move?A curiosidade. Quando me deparo com algo que não pode ser explicado, eu quero pesquisar. Por isso estudei biomedicina e trabalhei em laboratórios de genética, onde clonei bactérias e pesquisei o geno­ma do HIV.A arte e a ciência não são duas coisas muito opostas?Nem um pouco. O aprendizado da har­monia é no fundo bastante matemático. A harmonia acontece quando você divide proporcionalmente as ondulações. Espera aí. Eu te mostro. (Jones retira um caderno preto de sua bolsa e abre. As páginas são rabiscadas até a borda com letras de música, desenhos e fórmulas, incluindo uma que decodifica a estrutura dos acordes. ST

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Jones constrói os seus próprios

instrumentos. Com o HD do computador,

ela fez um sinteti zador de baixo e trans formou

uma caixa de madeira em guitarra

O álbum de estreia de Simonne Jones será lançado em breve pela Universal. Dá para ter um gostinho do que vem por aí acessando: www.simonnejones.org

the red bulletin 55

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Hayden Nickell tirando onda em uma highline no alto da Las Vegas Strip

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na corda bamba

O slackline praticado a centenas de

metros do chão, conhecido como

highline, faz do equilibrismo um esporte que

exige muito sangue-frioPor: Ann Donahue Fotos: Dan Krauss

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ma polegada é o comprimento da ponta de uma grama, uma cenoura baby, um palito de dentes. É o que chamamos de “quase nada”.

Mas, para os slackliners, essa medida mínima é a base do seu esporte.

Primeiro, uma definição: slackline não é o mesmo que se equilibrar na corda. Sem ofender Nik Wallenda e suas recentes façanhas cruzando as Cataratas do Niágara e o Grand Canyon – mas o slackline é uma modalidade diferente. Uma corda fina, como aquelas usadas pelos equilibristas, é um cabo estendido de meia polegada de grossura. A linha não tem flexibilidade, e o equilíbrio e o centro de gravidade do equilibrista são melhorados carregando uma trave de dezenas de metros.

O slackline é feito em um tecido entrançado de 1 polegada que é posicio-nado nas extremidades de um abismo.

E, por ser maleável, a slackline reage aos elementos – em particular ao vento e ao movimento do atleta que caminha sobre o cabo. Enquanto a corda fica lá pa-rada, uma slackline oscila, os equilibristas

U

Em outubro, diversos highliners

caminharam por um precipício

entre edifícios em Mandalay Bay,

Las Vegas

Andy Lewis monta sua highline antes de quebrar o recorde mundial em uma travessia em Mandalay Bay

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A slAckline é bem diferente de umA cordA comum,elA oscilA e oferece mAis equilíbrio

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podem terminar tendo que lidar com uma corda que parece ser usada por um garoto da escola enquanto se diverte pulando.

“Em vez de controlar a corda e andar sobre ela, você sacode junto com ela”, diz Hayden Nickell, 22 anos, slackliner pro­fissional de Nederland, Colorado. “Você precisa dar passos em intervalos estranhos. Quando a linha está no alto, há momen­tos em que você pode dar até oito passos. Por outro lado, você está fora do controle e dominado pela linha e o vento.”

Já segregado aos parques e praias como um hobby de veranistas, o slackline agora se divide em modalidades profis­sionais: trickline, na qual os equilibristas combinam ginástica e coreografia nas

competições; urbanline, que deixa de lado os precipícios naturais para encarar bura­cos entre prédios; e yogaline, que inclui movimentos de ioga.

A forma mais espetacular, no entanto, é o highline, no qual o slackline é prati­cado a centenas de metros de altura, em locais de grande beleza, tanto natural como produzida pelo homem: o Parque de Yosemite, o cânion Hell Roaring em Utah, a Las Vegas Strip – onde, em ou­tubro de 2013, o recorde mundial do highline urbano foi quebrado. Protegidos da queda apenas por uma corda elástica amarrada na cintura ou no tornozelo, os slackliners reagem constantemente ao balanço dinâmico do cabo debaixo dos pés.

“É como surfar”, diz Nickell. “Você aguarda pela melhor chance de progredir. Espera o vento diminuir e então você tem uma janela de 15 a 20 minutos para ir lá e fazer o seu. Depois bate o vento de novo e você precisa recuar.”

O vento dá à highline o seu som sinis­tro, uma nota grave misteriosa produzida pela corda reverberando entre seus gan­chos. Quando um equilibrista olha para a frente na slackline, o cérebro consegue registrar apenas uma certa quantidade de peso através dos seus 45 graus de visão periférica – a mais de 30 metros no ar, é basicamente um jato d’água fria, diz Nickell. Subir mais alto – 90, 120, 150 metros – não parece mudar muito. Mas

A corda de segurança usada pelos highliners é ligada a um ponto do corpo, normalmente o tornozelo ou a cintura

60 the red bulletin

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Cair é aterrorizante e voltar à posição é um desafio a mais. Depois de ficar pendurado por uma corda, um highliner precisa de força para voltar ao cabo

é aí que os macaquinhos brincalhões no seu cérebro começam a atrapalhar.

“No fundo, você pensa: ‘Morte instan-tânea ou cair estatelado no chão’ ’’, diz Nickell. “A highline é um reflexo direto de como você está se sentindo por dentro. Se estiver nervoso, você não está pensando em nada e de repente a linha está toda fodida e você fica meio ‘Ahhhh não’.’’

Para os praticantes desse esporte, é a mistura de concentração extrema e risco de vida que faz da busca pelo slackline algo quase espiritual. Andy Lewis, 26, tem um currículo que deveria invejar qualquer atleta de esporte de nicho: ele já quebrou vários recordes – no final de 2013, estabeleceu a nova marca mundial de highline ao andar numa linha de 110 metros a uma altura de 146 metros em Mandalay Bay, Las Vegas; estrelou diversos vídeos em cenários deslumbran-tes; e esteve ao lado de Madonna durante o show no Super Bowl em 2012. Mas, acredite, ele não dá a mínima para isso.

“Por que não posso chamar o slackline de minha religião?”, ele questiona. “O estilo de vida por trás disso tem todas as metáforas: um passo de cada vez. Man-ter o equilíbrio. Controlar seu destino. Isso se aplica diretamente à vida.”

Lewis tem a palavra “slacklife” tatuada no braço e ganhou o apelido “Sketchy Andy” por suas façanhas movidas a adrena-lina, incluindo um BASE-jump de slacklines e fazer um highline solo livre, no qual ele não usa a corda de proteção enquanto se equilibra a centenas de metros de altura. Lewis acredita que superar os limites é a essência do esporte, e na medida em que a modalidade evolui, ele vai conquistando cordas mais longas e mais altas para ali-mentar sua alma – mesmo que isso deixe o público apavorado.

“As pessoas não gostam de ver você fazer coisas assim”, diz. “Mas é horrível que hoje em dia não exista mais respeito pela habilidade. As pessoas atualmente têm muito medo de assumir riscos. Tem coxinha covarde por todos os lados, eles não deixam nem suas crianças arranha-rem a porra do joelho. Risco não é ruim – você pode ser o idiota mais cuidadoso do mundo e morrer só de bater o carro.”www.slacklink.org

“cadê o RESPEITo PELa HaBILIdadE? aS PESSoaS TêM MEdo dE aSSUMIR RISco HoJE EM dIa”

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Quando Cassius Clay enfrentou

Sonny Liston em fevereiro de

1964, o esporte mudou, a política

mudou, o significado de ser

negro nos eUA mudou... o mundo

mudou. Cinquenta anos depois,

aquele gongo ainda faz barulho Por: Thomas Hauser

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ser modesto, respeitoso com as autorida-des e aceitar uma estrutura de classe que colocava os afro-americanos como cida-dãos de segunda classe. O próprio Clay mais tarde disse: “Muitos negros achavam que ser branco era melhor”.

Ele mesmo enfrentou esse estereótipo. Em 1961, conheceu um homem chamado Sam Saxon, que pertencia a um pequeno grupo de fiéis conhecidos na mídia como Black Muslims, que seguiam os ensinamen-tos de separatismo negro do autoprocla-mado mensageiro da Nação do Islã cha-mado Elijah Muhammad. Clay aceitou o convite de Saxon para comparecer a um culto da Nação do Islã no templo de Miami e desde então foi doutrinado com os princípios da religião.

A Nação do Islã pregava que os brancos eram demônios que foram criados geneti-camente por um cientista malévolo com uma cabeça enorme chamado “Senhor Yacub”. Ensinava que havia uma Mãe dos Aviões em formato circular com largura de meio quilômetro cheia de negros no céu e que, no dia escolhido por Alá para o juízo final, 1 500 aviões da Mãe

dos Aviões despejariam explo sivos mor-tais destruindo tudo na Terra, menos os justos. Nenhuma dessas visões é parte do pensamento islâmico tradicional ou tem qualquer respaldo no Alcorão. Além disso, enquanto os conceitos de Céu e Inferno são centrais na doutrina islâmica tradicional, a Nação do Islã rejeitava ambos. Mais importante, no que toca a maioria dos americanos, o Islã adota a premissa de que corações e almas não têm cor. Os sacerdotes da Nação do Islã pregavam que, para negros americanos, a inte gração seria a destruição. Não era de domínio público que Cassius Clay já tinha se conver tido à Nação do Islã na época em que ele enfrentou Sonny Liston, mas o jovem lutador sentiu que uma força poderosa estava ao seu lado.

Betty Shabazz, esposa de Malcolm X, um seguidor de Elijah Muhammad, mais tarde recordaria: “Meu marido encucou com o fato de que ele [Clay] não era apenas jovem, forte e habilidoso; ele era um homem com fé em Deus. Ele falava sem parar sobre como Davi venceu

Liston era o campeão mundial dos pesos- pesados e uma presença fria e ameaçadora. Depois de um período na prisão por assalto à mão armada, ele conseguiu se empregar como braço forte do crime organizado. E então a máfia decidiu promovê-lo como lutador. Ele venceu e manteve o título dos pesos-pesados nocauteando Floyd Patterson duas vezes. Nas duas, precisou de pouco mais de dois minutos para cumprir a tarefa.

Muitos consideravam Liston imbatível no mundo do boxe. “Lembro de estar muito nervoso naquela noite”, reconhe-ceu o jornalista e vencedor do Prêmio Pulitzer David Halberstam. “Clay parecia jovem e vulnerável. Lembro até de ficar preocupado com o que poderia acontecer porque Liston parecia ser exatamente aquilo que se pensava dele.”

Clay mais tarde admitiu: “Pouco antes da luta, quando o árbitro nos passava as instruções, Liston me dava aquela enca-rada. Não vou mentir; fiquei com medo. Sonny batia forte e estava querendo me matar. Mas eu estava lá. Não tinha outra escolha além de ir e lutar. No primeiro round, estava dançando, recuando e me movimentando para os lados. Acertei algumas combinações, e ele me encaixou uma direita no estômago. No final do round, voltei para o meu canto e me senti bem. Sabia que poderia sobreviver”.

No começo dos anos 1960, o es-porte era uma das poucas áreas da vida americana em que os ne-gros estavam em pé de igualdade com os brancos. Mas, em muitos aspectos, o esporte refletia a or-

dem segregada. Atletas negros poderiam se tornar estrelas, mas apenas dentro dos parâmetros ditados pelo establishment. O campeão dos pesos-pesados era o mais cobiçado título do esporte. O homem que fosse dono daquele cinturão deveria ser um modelo de comportamento. Isso significava

EM 25 DE FEVEREIRO DE 1964,

UM JOVEM CHAMADO CASSIUS

MARCELLUS CLAY JR. ENTROU

NUM RINGUE DE BOXE EM MIAMI

E FICOU FRENTE A FRENTE COM

SONNY LISTON

Cassius Clay, conhecido como “Louisville Lip” [o Ousado de Louisville], aplica uma esquerda em Sonny Liston, o “Big Bear” [Ursão], no Miami Beach Convention Center, em 25 de fevereiro de 1964

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O simples fato de partir para o quinto round já era uma coisa incrivelmente corajosa de se fazer, disse o Dr. Ferdie Pacheco, médico de Clay. “Era como cegar alguém e depois mandar a pessoa para uma luta com Mike Tyson”, ele disse. “Cassius foi absolutamente brilhante. O que ele fez, mantendo-se fora de alcance e acertando com a mão esquerda, tocando Liston quando ele se aproximava, foi in-crível, fora de série. Ali estava um lutador que deveria ser um Godzilla, reinando. Ninguém podia se comparar a ele. Cassius não podia ver e, ainda assim, Liston não conseguia fazer nada.”

No meio do quinto round, a vista de Clay voltou. Pelo resto da luta, os dois homens lutaram de igual para igual. O sexto round foi do desafiante. Ele acertou Liston à vontade e Sonny não conseguiu bater de volta. Pouco antes do sétimo round, Liston desistiu e ficou no banco.

Avitória de Clay sobre Liston foi uma mostra dos atributos que o tornariam um boxeador lendá-rio: velocidade, golpes precisos, o perfeito trabalho com os pés, criatividade, coragem e genia-

lidade defensiva. De sua forma única, ele era um artista do ringue. Mas muito daquele brilhantismo foi ignorado no caos que se seguiu. Um dia depois da luta, Clay chamou uma coletiva de imprensa e declarou que não era mais cristão.

No dia seguinte, em uma nova coletiva de imprensa, ele anunciou que era um seguidor de Elijah Muhammad. Dez dias depois, o líder da Nação do Islã proclamou: “Esse nome, Clay, não tem significado divino. Espero que ele aceite ser chamado por um nome melhor. ‘Muhammad Ali’ é como vou batizá-lo pelo tempo em que ele crer em Alá e seguir a mim”.

Robert Lipsyte, que cobriu a luta Clay- Liston para o New York Times, mais tarde diria: “Naquela altura, a imprensa não tinha escolha. Estávamos envolvidos com a história e tínhamos que segui-la. Não podíamos ignorar Clay. As pessoas esta-vam vidradas naquele campeão dos pesos- pesados que dizia: ‘Eu não tenho que ser o que vocês querem que eu seja. Sou livre para ser eu mesmo’. E entre as coisas que ele não queria ser era um cristão, um bom soldado da democracia americana nos moldes de Joe Louis, ou o tipo de atleta- príncipe que a América branca queria”. Muitos americanos, negros e brancos, foram contra.

“Eu nunca simpatizei com esses pronunciamentos de Elijah Muhammad sobre o homem branco ser o demônio e que os negros deveriam pleitear um

Golias e como Deus não permitiria que alguém que cresse Nele falhasse, não importando quão grande era seu adversário”.

No terceiro round da luta com Liston, Clay partiu para a ofensiva. Mort Sharnik, então um jovem jornalista esportivo, relembraria o momento em que a tendência virou. “Liston parecia indestrutí-

vel”, Sharnik recorda. “Mas Cassius tinha mãos incrivelmente ágeis e uma técnica de esmurrar na qual ele girava o punho no momento do impacto, o que tinha o efeito de um golpe de faca. Ele acertou Liston com uma combinação de dois socos; um jab e um direto de direita. Era como uma armadura sendo furada na batalha. Cassius recolheu seu jab e havia um ‘mouse’ [um corte feio] debaixo do olho direito de Liston. Então ele puxou sua mão direita de volta e havia um corte debaixo do outro olho. A pele de Liston parecia dura, não achava que poderia ras-gar daquele jeito. Falei comigo mesmo: ‘Meu Deus, Cassius Clay está ganhando’.”

No quarto round as coisas ficaram complicadas. Clay começou a ter dificul-dades para ver. Uma substância cáustica – muito provavelmente um adstringente ilegalmente colocado nas luvas de Liston por algum dos seus assistentes – tempora-riamente cegou o desafiante.

O treinador de Clay, Angelo Dundee, recordou: “Cassius retornou para o canto após o quarto round e começou a gritar: ‘Estou cego!’ Tinha coisa errada. Seus olhos estavam lacrimejantes. Ele falava: ‘Corte as luvas fora! Vamos embora!’. É possível imaginar o que estava passando pela cabeça dele. Estava vencendo a luta e de repente não conseguia enxergar. Eu falei: ‘Para com isso. Este é o campeonato. Senta aí’. Eu o fiz se sentar, peguei uma toalha e comecei a limpar seus olhos. Então, eu joguei a toalha fora, peguei uma esponja, higienizei os olhos e joguei a esponja fora. Peguei o bocal de volta, levantei ele de novo e disse: ‘É agora a hora, papai. Fique longe dele. Corre!’”.

Algo nas luvas de

Liston provocou

distúrbio na visão

de Clay. Ele voltou

para o canto após

o quarto round

gritando: “Estou

cego!” No meio do

quinto round, sua

vista clareou. Liston

desistiu antes do

sétimo round 65

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desenvolvimento independente, uma espécie de apartheid americano”, disse Arthur Ashe, três vezes campeão do Grand Slam de tênis. “Era uma ideologia racista, eu não gostava dela.”

Mas, para muitos, Ali era um símbolo definitivo do orgulho negro e da resistên-cia a uma ordem social injusta. E, de 1964 até sua conversão ao islamismo ortodoxo em 1975, ele foi o mais visto e ouvido porta-voz da Nação do Islã. Entre as posi-ções que ele pregou, estavam a oposição à integração, ao casamento inter-racial e a necessidade de separar a terra natal negra.

“Nós não somos irmãos”, disse Ali. “Você pode dizer que somos irmãos, mas não somos.”

Enquanto isso, a Guerra do Vietnã estava pegando fogo e os garotos ameri-canos entre 18 e 26 anos estavam sujeitos ao recrutamento. Em 1964, Muhammad Ali foi classi ficado 1-Y – inadequado para o serviço militar – como resultado de um mau desempenho em um teste seletivo de aptidão mental. Mas no começo de 1966, com o aumento da abrangência da guerra e crescente necessidade de pessoal, o teste requerido para incorporação nas Forças Armadas foi rebaixado, deixando Ali su-jeito ao alistamento. Ele pediu um adia-mento. Mas, em 17 de fevereiro de 1966, ele foi reclassificado 1-A: disponível para alistamento. Algumas horas depois, um frustrado Ali disparava à imprensa: “Não tenho nada contra vietcongues”.

No dia seguinte, foi primeira página de todas as publicações do país. Então, em 28 de abril de 1967, alegando suas crenças religiosas, ele se recusou a entrar no exército dos Estados Unidos. Quase imediatamente, foi retirado dele o título e foi impedido de praticar boxe por comis-sões esportivas de todo o país. Menos de dois meses depois, ele foi julgado por re-cusar o alistamento e condenado a cinco anos de prisão, ainda que não tenha cum-prido nem uma parte da pena. Seu exílio do boxe duraria mais de três anos.

Ajudado por uma série de decisões judi-ciais, Ali retornou aos ringues, e sua con-denação criminal foi anulada pela Suprema Corte americana. Em 1974, ele realizou uma jornada ao coração da África e

derrotou George Foreman para reconquis-tar o título que tinha sido injustamente arrancado dele. Então, em 25 de fevereiro de 1975, Elijah Muhammad morreu.

“Após a morte de Elijah”, Ali mais tarde recordaria, “seu filho Wallace assumiria como líder. Isso não nos surpreendeu, sabíamos que Wallace viria depois do pai. Mas o que surpreendeu algumas pessoas foi que Wallace mudou a orientação da Nação. Ele aprendeu através dos estudos que seu pai não estava ensinando o verda-deiro Islã e Wallace nos ensinou o signifi-cado do Alcorão.”

A morte de Elijah Muhammad marcou uma mudança sísmica para a Nação do Islã e foi o prenúncio de uma mudança significativa nos pronunciamentos públicos de Ali sobre raça. No passado, o Ali público e privado parecia quase em guerra na de-fesa de que os brancos eram o mal. Agora ele conseguia dizer abertamente: “Não odeio brancos. Isto foi um dia fato, mas está se encaminhando para um final”.

Ali lutou pela última vez mais de três décadas atrás. Sua saúde se deteriorou de forma notável desde então, mas ele permanece como um dos atletas de maior destaque em nossos tempos. Seu

caso de amor com a América e o mundo alcançou o ápice em 1996, quando ele foi escolhido para acender a tocha nas ceri-mônias de abertura da Olimpíada de Atlanta. Três bilhões de pessoas em todo o mundo assistiram e foram unidas pelo amor e consideração por aquele homem.

É de reconhecimento geral que as con-tribuições mais significantes de Ali vieram

nos anos 1960, quando ele foi escrutado mais cuidadosamente, seu comportamento classificado como revolucionário e ele vi-via seus mais controversos dias. Naqueles tempos, defendeu a proposta de que os princípios são importantes; que a igual-dade entre os povos é justa e pertinente; que a guerra no Vietnã era um erro. A cada vez em que ele se olhava no espelho e se admirava, dizendo “sou tão bonito”, ele estava dizendo que “negro é lindo” antes que isso se tornasse moda.

O famoso jogador de beisebol Reggie Jackson defendeu essa visão: “Você tem uma ideia do que Ali significou para os negros? Como jovem negro, às vezes eu tinha vergonha da minha cor; eu tinha vergonha do meu cabelo. E Ali me deixou orgulhoso. Sou tão feliz sendo negro agora quanto outra pessoa é em ser branca, e Ali foi parte desse processo de amadure-cimento. Pense nisso! Você entende o que foi para os negros americanos saber que o homem mais bem-dotado fisicamente, possivelmente o mais bonito, e um dos mais carismáticos atletas do mundo, era negro. Ali ajudou a fazer com que os ne-gros deste país se libertassem da escravidão mental. Toda a experiência de ser negro mudou por causa dele”. Ali hoje é um símbolo de tolerância e entendimento.

“Quando era jovem”, ele disse, “segui um ensinamento que desrespeitava outras pessoas e pregava que brancos eram de-mônios. Eu estava errado. Cor não faz de um homem demônio. É o coração, a alma e a mente que importam. Odiar alguém por causa de sua cor é errado. Não importa qual cor promove o ódio. É errado e ponto final.” Mas Ali não se arrependia de suas crenças passadas.

“Elijah Muhammad foi um homem bom”, disse Ali. “Mesmo que não tenha sido o Mensageiro de Deus que pensáva-mos que era. Ele nos ensinou a ser inde-pendentes, a nos limpar e a ser orgulhosos e saudáveis. Se você observar como era o nosso povo naquela época, muitos de nós não tínhamos respeito por nós mes-mos. Não tínhamos nada de nosso após passar centenas de anos na América. Elijah estava tentando nos erguer e tirar nosso povo da sarjeta. Acho que ele errou ao falar dos demônios brancos, mas parte do que ele realizou foi nos fazer sentir que era bom ser negro. Então eu não peço desculpas pelo que acreditei.”

“ Segui um ensinamento que desrespeitava outras pessoas, que dizia que os brancos eram demônios. Estava errado. Mas parte do que aconteceu fez as pessoas acreditarem que era bom ser negro. Então não peço desculpas pelo que acreditei”

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Thomas Hauser é autor de Muhammad Ali: His Life and Times (ainda não lançado no Brasil), reconhe-cida amplamente como a biografia definitiva do boxeador. Seu livro mais recente é Straight Writes and Jabs: An Inside Look at Another Year in Boxing. O e-mail dele é: [email protected]

66 the red bulletin

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Clay estava em êxtase após derrotar Liston, tornando-se campeão mundial dos pesos-pesados pela primeira vez. Dez anos depois, ele se tornou Muhammad Ali

the red bulletin 67

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Grande angular São 10 da manhã. Em Saint-Vincent-de- Tyrosse, no sudoeste da França, o sol brilha sobre o centro de treinamento de Tom Pagès. O vencedor do Red Bull X-Fighters World Tour 2013 realiza um flair durante o aquecimento.

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Tom Po r: C h r i sto p h e C o u v rat e To m Pa g ès

Fotos : Da n Vo jte c h

Fomos fotografar Tom Pagès, campeão do Red Bull X-Fighters World Tour, antes da competição que acontecerá na Cidade do México, no dia 14 de março

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ntre seus colegas, ele é o extraterrestre, o estraga-prazer. Depois de sua aparição no circuito, em 2006, Tom Pagès regular-mente é quem dá a estocada, quem faz a modalidade crescer e leva o motocross freestyle (ou FMX) a um nível orbital. O francês de 28 anos é uma espécie de dervixe montado sobre duas rodas, amante de sua cavalaria motorizada, capaz de realizar as manobras mais ousadas de todas. No ano passado, sua personalidade foi reafirmada à beira do ridículo. No final das contas, Pagès é como uma boa garrafa de vinho... Não é que sua loucura e sua habilidade quase artística tenham repentinamente desaparecido, mas a me-tamorfose é visível tanto em sua atitude ao treinar como em seu rosto, incrivel-mente expressivo, com a malícia em seu olhar como testemunha. O menino nascido em Nantes se converteu num verdadeiro homem, capaz de refletir, e que se sente seguro de sua capacidade. Sua visão da vida mudou. Daqui em diante não existe só o FMX, também está o motociclismo em circuito. Imediatamente depois de sua coroação, ao vencer a temporada 2013 do Red Bull X-Fighters World Tour, Tom Pagès se dispôs a provar essa modalidade.

Ele é um cara fácil, embora possua a força impalpável que é característica apenas dos campeões de cada modalidade. Por exemplo, tem algo de Renaud Lavillenie em Pagès. Seu ponto em comum, além de ambos serem franceses? Essa necessidade

E Holly grab “É uma acrobacia que existe há anos. Não é preciso ter o queixo grudado no assento. Para os juízes, é algo básico. Todos podem fazer.”

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Ele tem essa força impalpável dos campeões de cada modalidade. Tem um pouco de Renaud Lavillenie em Pagès

extraordinária de se sobressair, nascida após longas horas de BMX, de treinar em cama elástica e de saltos e mais saltos no fosso de espuma. Essa é, sem dúvida, sua marca registrada: “Atualmente, para mim, subir na moto é como escovar os dentes”, declara, com um enorme sorriso. “Eu já nem me dou conta. De manhã, posso saltar ainda sonado. Faço isso há muito tempo! Passo horas e horas montado na moto dia-riamente já faz oito anos. Este ano instalei um contador nela. Minha dose de treina-mento é de 15 a 20 horas por semana.” E, se somarmos todas essas horas durante toda sua vida, ele investiu mais de 30 dias inteiros para conseguir dar piruetas no ar.

Foi assim que o pequeno Tom ficou grande, começando na Praça de Touros do México, a maior do mundo, há um ano, e culminando numa tarde de sol do dia 19 de julho de 2013, no cenário mágico da Praça de Touros de Las Ventas, em Madri. Pagès se converteu na maior fera do lugar, capaz de “matar” seus adversários ao realizar as acrobacias certas no momento exato.

Ainda que confesse “ter medo da queda” e, às vezes, “sentir-se desiludido consigo mesmo”, Pagès também sabe que seus amigos do circuito não são fáceis. De fato, desejaria ter algumas de suas habilidades: “Por exemplo, do Taka (Higashino) eu gostaria de ter a educação e a loucura. Os japoneses não veem a vida da mesma forma que a gente. É uma coisa muito única e especial!”, exclama. E quanto aos outros? “O Josh (Sheehan) é uma bola de músculos e um atleta incrível. E o austra-liano não tem cérebro (risos). Ele se esforça demais. E no que diz respeito ao Dany (Torres), é o mais talentoso e experiente. Ele aparece no Red Bull X-Fighters World Tour desde 2004 (somando 36 provas). Possui o maior número de vitórias no Tour (sete). Com esta trinca de ases, você pode criar um verdadeiro super- herói.” Começando por Tom...Mais sobre FMX em: www.redbull.com.br

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O flair de Pagès Esta manobra é um pouco de todas as “contri-buições” que o francês já deu ao circuito. No ano passado, ele realizou inclusive variantes com pernas cruzadas, como o tsunami ou o indy.

3 Aqui o mais difícil já passou. Não

tenho que fazer nada além de me manter com firmeza e apertar as botas contra a moto para absorver a inércia (esta imagem é da foto da abertura tomada de outro ângulo).

4 Se eu faço tudo corretamente,

meu corpo se acomoda como deve. Todos tinham se esquecido desta manobra. Existem algumas variantes só para complicá-la um pouco. A galera vê que o flair é acessível, e é por isso que o veremos muito. E bem poucos fazem volts e special flips.

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2 É aqui que tudo se complica. Tenho

que evitar virar para dentro e tentar ir um pouco para o lado direito. Se eu me mexo muito para dentro, aterrisso antes do planejado. Se eu faço tudo certo, meu corpo vira para o exterior.

1 Subo a rampa pelo lado direito, e

então tento sair pelo lado esquerdo para marcar uma curva sobre a rampa e ter a distância ideal. Isto é muito importante quando você tenta fazer bem um flair.

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CliffhangerNa memória coletiva, Cliffhanger é um filme que apareceu em 1993 e que tinha Sylvester Stallone como protagonista. No jargão do FMX, é uma manobra muito impressionante, que frequente-mente permite que seu autor ganhe tudo.

1 Ao chegar à rampa, imediatamente

me posiciono bem para a frente da moto. É preciso fazê-la picar um pouco e ficar com o corpo à frente. Se tudo vai bem desde o início, sei que poderei realizar a acrobacia corretamente.

2 Este é o momento em que levo os

pés à parte de cima e puxo o guidão. Isso levanta a moto de novo e me permite voltar com o corpo sobre ela. É muito importante segurá-la com os dois pés ao mesmo tempo.

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“ Atualmente, para mim, subir na moto é como escovar os dentes. Eu já nem me dou conta”

3 Justamente antes deste passo, me

posiciono e deixo meu corpo cair até pôr os pés sobre os tubos do garfo, nas laterais. É necessário manter o guidão bem reto. Então eu me impulsiono para baixo para voltar a uma posição normal.

4 Aqui uma aterris- sagem cliff sem

as mãos. Isso significa que eu não ponho mais as mãos no guidão. O público e os juízes do Red Bull X-Fighters World Tour adoram essa. A amplitude de pontuação que ela proporciona permite dominar seus adversários.

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A energiA de red Bull em três

novos sABores.

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Page 77: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

Coloque seu iPhone como se fosse um K7. Descubra como, na pág. 85

O duo australiano NERVO botando pra

ferver no Club Sound

Bota pra ferver!v e r d j s c o m o A f r o j A c k e T i e s T o s u b i r e m A o pA l c o e fA z e r e m

u m s e T u n d e r g r o u n d e i n u s i TA d o : e s s A é u m A e xc e ç ã o A b e r TA p o r e l e s A u m c l u b e e m h o l ly w o o d, o c l u b s o u n d

balaDa, pág. 81

a ç ã o ! V I A G E M / E Q U I P A M E N T O / T R E I N O / M Ú S I C A / F E S T A S / C I D A D E S / B A L A D A S

aonde ir e o que fazer

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Page 78: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

Ação!MALAS PRONTAS

Além do bungee  r o pe j u m p   S E V O C Ê E N J O O U D O B U N G E E J U M P, E S TA L O U C U R A N A R Ú S S I A É U M A I N J E Ç Ã O D E A D R E N A L I N A N A V E I A

DICA DO PRÓPARA UMA ESTIRADA SUAVE

“O truque é pular longe o bastante para conseguir um bom espaço na direção do vão do prédio ou debaixo da ponte”,

diz Dmitri Glebov. “Também ajuda a amenizar o puxão. Lembre-se, é uma corda, não um elástico, então vai doer

se você simplesmente se jogar.”

N ã o F i q u e d e B o B e i r aNA RúSSIA COMO

OS RUSSOS

Sair para a imensidão da Sibéria é, por si só, uma aventura. Como uma das últimas localidades realmen-te fora do comum em todo o mundo, apenas decidir ir até os vastos descampados russos é um lance de coragem. Para alguns isso não basta. Amarrar-se a uma corda de alpinismo e pular de uma ponte ou de um prédio abandonado é uma forma de acrescentar esporte radical à sua estadia russa. A Sibéria é o lar não-oficial do esporte proibido chamado rope jump, uma atividade não muito diferente do bungee jump, exceto por dois detalhes importantes: os locais de salto são normalmente em áreas com estrutura urbana e não são usadas cordas elásticas. “Nós encontramos uma ponte ou um prédio abandonado na cidade, amarramos cordas de escalada aos ganchos, com a outra extremidade fixada à estrutura, e então pula-mos”, diz Dmitri Glebov, um participante da Copa da Sibéria, uma competição anual de rope jump. “A falta de peso do pulo faz o coração saltar pela boca antes que o impulso te balance com uma força igual a uma espiral de montanha-russa.” A emoção é aprimorada pela escalada ao local do salto, que pode ser de até 500 metros de altura e perigoso o bastante para ainda precisar da adrenalina adicional de uma perseguição. “Não é tecnicamente ilegal”, diz Glebov, “mas a polí-

cia não fica contente de nos ver fazendo.” Entretanto, se você já está disposto a pular de um prédio abandonado no meio da Sibéria, não é uma persegui-çãozinha com policiais russos bravos que vai te desmotivar.

Amarre a corda e pule: lembra quando você pulava corda na escola? Então, não tem nada a ver

Fique calmoSe você estiver precisando de coragem siberiana antes de pular ou de um lugar para se refrescar após, vá até o bar Bulgakov, em Krasnoyarsk. “É um point legal, como um bar de São Petersburgo no coração da Sibéria, com ótima comida e drinques de primeira”, diz a guia turística local, Elin Kekovska.barbulgakov.ru/o-bare

As excursões de espor-tes radicais na Sibéria são organizadas pela 56th Parallel, saindo a partir de US$ 2 500 (R$ 5 875).56thparallel.com

METE O PÉJunte-se a corre-dores de mais de

20 países todo mês de março

para a maratona no gelo anual de Baikal, a corrida mais rápida do mundo no gelo.

absolute-siberia.com

PENSE ALTOEscale paredes

de rocha de tirar o fôlego na Reserva Natural Stolby, a meca

da escalada livre solo da Sibéria. sibtourgide.com

UM BARQUINHO fRIO

Embarque em uma jangada feita de puro gelo e faça

uma viagem pelas águas árticas do

Rio Angara ao sair do Lago Baikal. 56thparallel.com

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Ação!Em Forma

C O M O S E E X E R C I T A R C O R R E T A M E N T EEXERCÍCIo 1Para treinar a musculatura abdominal de uma forma dife­rente: ao inverter a gravidade, você exercita intensa­mente os múscu­los abdominais, mas sem preju­dicar a coluna vertebral.

EXERCÍCIo 2Para treinar melhor o salto.

1 2

De cabeça para baixo – com uma bola de basquete nas mãos –,

leve a cabeça aos joelhos.

Apoie a perna num banquinho, com uma barra de 15 kg nas

costas. A outra fica bem esticada.

Toque a ponta dos pés com a bola de basquete e retorne

lentamente (muito importante).

Depois do alongamento, suba e dobre a outra perna rapidamente

Faça 10 a 15 vezes por perna.

“O segredo no salto a distância não é só a força do salto”, diz Ivana Spanovic, vencedora da medalha de bronze mundial em salto a distância. “A velocidade na hora de saltar também é importante. Minhas pernas são meu capital. Eu as fortaleço treinando todos os dias, por duas horas no mínimo. A academia é minha segunda casa.” O que mais é importante, Srta. Spanovic? “Exercícios para retirar a tensão da musculatura do corpo, treino de equi-líbrio e muuuuito treino muscular abdo-minal – no ar, o corpo precisa se dobrar com força. Também controlo minha ali-mentação e sempre dou uma conferida na balança. Um quilo a mais e você fica em desvantagem. Quanto mais leve você for, mais longe você pula. É simples assim.”

Ela vai longe AT L E T I S M O I VA N A S PA N O V I C , A b E L A D O S A LT O A D I S TÂ N C I A , T E M F O R Ç A N A S P E R N A S , U M O L H A R A G U Ç A D O PA R A b A L A N Ç A E N A S O R E L H A S S E M P R E A L G U M A C O I S A PA R A O U V I R

Ivana Spanovic, três vezes campeã do mundo de salto a distância: “Minhas pernas são meu poder”

No leg press: Ivana Spanovic treinando

para fortalecer os músculos

BATIDAS QUENTES E ÁGUA GELADA“O iPod é meu parceiro de treino preferido. Nas partes pesadas, eu me inspiro com muito hip hop do Jay Z; nas partes mais tranquilas, relaxo com um Thomas Newman. E, falando em relaxar, depois de exercícios pesados um banho frio funciona como uma ótima profilaxia muscular.”

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Page 80: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

ação!meu equipo

Dorian Concept, 29 anos, mestre do som eletrônico, desliza as mãos no tecladinho

Pequeno e barulhento

S I N T E T I Z A D O R   É C O M E S TA C A I X A D E S U R P R E S A S Q U E D O R I A N

C O N C E P T C R I A S E U E XC L U S I V O J A Z Z D E F I C Ç Ã O C I E N T Í F I C A

“O microKORG é um sintetizador simples”, nos conta Dorian Concept. “Ele tem muito menos botões que seu irmão maior, o MS-10. E é muito mais divertido de usá- lo.” O músico radicado em Viena diz que ele é o responsável pelo começo do suces-so. Em 2006, publicou um vídeo – Fooling Around on Micro Korg (“Brincando Com o Micro Korg”) – no YouTube, no qual ele desliza as mãos sobre o miniteclado e fica mexendo nas regulagens. Músicos como o Flying Lotus não podiam acre- ditar nos sons alienígenas que ele estava extraindo do sintetizador. O apresentador de rádio britânico Gilles Peterson chegou a comparar Concept com o lendário tecladista de jazz Joe Zawinul. Mesmo com condições de comprar coisas mais sofisticadas, este formado da Red Bull Music Academy permaneceu fiel ao microKORG. Saiba como ele faz esses sons de ficção científica em: www.ninjatune.net/artist/dorian-concept

E Q U I P A M E N T O E L E T R Ô N I C O

O aparelhO ObrigatóriO para UM

DJ De eletrÔNiCO COlOCar tODO MUNDO para DaNÇar

abletON live 9Funciona intuitivamente e é estável. este software de música é o padrão

usado em apresentações ao vivo por DJs tais como Dorian Concept

graças à sua função “Session”.www.ableton.com

CNtrl:rpara artistas de laptop que gostam

de tocar em botões de verdade. Com este MiDi Controller (desenvolvido

pelo DJ richie hawtin) dá para regular os efeitos com as mãos.

www.lividinstruments.com

CDJ 2000 NexUSO DJ moderno vai para a boate

com o pen drive cheio de músicas. essa interface redonda permite que você toque as faixas ao contrário,

como se fosse um vinil. www.pioneerdj.com

MicroKOrg: mais barato que um ipad e pequeno o bastante para caber em qualquer mochila www.korg.com

1 SeleÇÃO De prOgraMaS

“A seleção de programas divide os 128 sons em oito categorias que vão desde o trance até o drum’n’bass. É um clichê, eu sei, mas você não pode se perder nisso tudo.”

2 O bOtÃO “releaSe”

“Pegue um som- padrão do tipo clavi-córdio. Gire o botão ‘Release’ para a di reita e ajuste o oscilador para Di9. De repente, o som fica bem louco.”

3 O bOtÃO “attaCK”

“Você quer saber o segredo dos meus sons distorcidos? Eu toco com o botão ‘Attack’ em ‘Rhythm’. O ‘Attack’ do micro-KORG é direto e bem fluido.”

4 OS aJUSteS “OCtave”

“Como tecladista, eu estou acostumado com teclados maio-res. Mas compenso com os ajustes ‘Octave’ e o disco ‘Pitch’, que regulo com a minha mão esquerda. É por isso que minhas faixas soam tão estridentes.”

“eu também uso laptop para apre-

sentações ao vivo e o software ableton

live para tocar as faixas de fundo

e improviso minhas linhas de teclado sobre elas com o microKOrg.”

D I C A S D E U M P R O F I S S I O N A L

É aSSiM QUe eU USO O MeU KOrg

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A música eletrônica que enche as pistas de dança tem aquelas melodias pegajosas, mas o que acontece quando DJs estrelados querem mudar isso? Na Sound, em Los Angeles, eles preferem tocar suas faixas underground. “Afrojack normalmente toca seu som para festivais, mas ele entra na nossa boate e toca um lance mais sombrio, underground”, diz Kobi Danan, sócio da Sound. A vibe é diferente daquela atitude chique e discriminatória da maioria das baladas de Hollywood. “Antes o negócio era ficar olhando para as celebridades que passavam, mas dance music agora é moda”, diz o CEO da Sound, Rob Vinokur. A decoração, que combina panos inspirados em Caravaggio com painéis de madeira na mansão de Frank Sinatra, atrai as celebridades.

Efeitos sonoros l o s a n g e l e s R e Ú n e o s M e l H o -R e s D J s Pa R a I n o Va R e M n a s P I s Ta s D e U M l U g a R Q U e D Á e s Pa Ç o a B aT I D a s s o M B R I a s D O I S

E M P R E G O SMÚSICOS QUE

MUDARAM DE ARES

A pista de dança da Sound acomoda mais

de 650 baladeiros

DJs famosos na Sound: R3hab (direita) e Tiësto (abaixo)

Iggy POPEra baterista de blues

em Chicago antes de virar um deus do punk, provando que a heroína pode mesmo

mudar alguém.

KATy PERRyAlguma vez pensou

a respeito da tatuagem “Jesus” que ela tem no pulso? Ela era cantora gospel antes da fama.

MIChAEl BOlTOnAbriu uma vez para

Ozzy Osbourne antes de receber o manto de rei do easy listening com

mullets. Não é brincadeira.

DARIUS RUCKERFoi de frontman do soft rock meloso do

Hootie & the Blowfish a genuíno talento como

cantor da música country.

SOUnD nIghTClUB1642 north las Palmas Avelos Angeles, CA 90028, Califórniawww.soundnightclub.com

V I B E V I N T A G E

AS BAlADAS DE hOllyWOOD COM O ESTIlO

DE TInSElTOWn

AvAlOn hOllyWOOD na década de

1920, foi um tea-tro; nos anos 1940, uma rádio; depois

a Avalon virou casa de shows. Por aqui os Beatles fizeram

seu primeiro concerto na West Coast americana.

MUSSO & FRAnK’S RESTAURAnT

AnD BARFoi lá que Charlie Chaplin desafiou

Douglas Fairbanks para uma corrida de cavalos pelo

hollywood Boule-vard. Isso pode ser

porque o lugar serve os melhores martínis da cidade.

mussoandfrank.com

AçÃo! balada

ROOSEvElT hOTEl

Pegue um coquetel e olhe para o fan-tasma de Marilyn, que dizem assom-brar o local onde

um dia viveu. facebook.com/

hollywood roosevelt

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Page 82: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

Ação!world run

3 imc (índice de massa corporal):Relação peso [em kg]/altura [em m]²

1 cooper-TesT:A determinação do caminho percorrido

durante 12 minutos de corrida

2 riTmo cardíaco em repouso:Número de batidas cardíacas em descanso

Quanto mais longe, melhorA W I N G S F O R L I F E WO R L D R U N C O M EÇA D I A 4 D E M A I O! A G R A N D E P R OVA D E C O R R I DA M U N D I A L E S TÁ C O M N OVO F O R M AT O: O D EC I S I VO N ÃO É O T E M P O, E S I M A D I S TÂ N C I A P E R C O R R I DA . U M CA R R O “CAÇA” O C O R R E D O R – Q UA N T O VOC Ê C O N S EG U E C O R R E R S E M S E R A L CA N ÇA DO ?

Tá começandoComo se comporta

Corre muito de vez em quando, ou quase nunca.

Os númerosIMC: 30 – 35

Ritmo cardíaco em repouso: >65Cooper-Test: não recomendado nesta fase.

Quilômetros por semana: <1

Prognóstico de distância atual: 1 km

Comece a treinar amanhã e você pode conseguir alcançar na World Run até:

MaratonistaComo se comporta

Corre quase todo dia e tem experiências nas corridas de 42 km.

Os númerosIMC: 16 – 20

Ritmo cardíaco em repouso: 35 – 45Cooper-Test: 3 400 – 3 800 m

Quilômetros por semana: >70

Prognóstico de distância atual: 30 km (em 2h26min)

Você pode conseguir alcançar na World Run, em 3h8min, até:

Quem treinaComo se comporta

Corre até três vezes por semana para manter a boa forma.

Os númerosIMC: 18 – 25

Ritmo cardíaco em repouso: 50Cooper-Test: 2 500 – 2 800 m

Quilômetros por semana: 30 – 40

Prognóstico de distância atual: 15 km

Você pode conseguir alcançar na World Run, em 1h52min, até:

Corre no final de semanaComo se comporta

Corre uma ou duas vezes por semana, por motivos de saúde.

Os númerosIMC: 20–30

Ritmo cardíaco em repouso: 50 – 60Cooper-Test: 1 800 – 2 200 m

Quilômetros por semana: 5–10

Prognóstico de distância atual: 10 km

Comece a treinar amanhã e você pode conseguir alcançar na World Run até:

UltracorredorOs comportamentos

É um dos favoritos ao título da Wings for Life World Run.

Os númerosIMC: 16 – 20

Ritmo cardíaco em repouso: 30 – 40Cooper-Test: >4 000 m

Quilômetros por semana: >100

Prognóstico de distância atual: 70 – 100 km

Você pode correr 99 km em 5h48m para ser o melhor do mundo.

defina seu objetivo pessoal com a calculadora de metas em: www.wingsforlifeworldrun.com/pt-br

Até onde você consegue ir?S E JA VOC Ê A M A DO R O U P R O F I S S I O N A L , FAÇA O T E S T E E V E JA Q U E D I S TÂ N C I A VOC Ê C O N S EG U I R I A FA Z E R AT UA L M E N T E – E Q UA N T O S Q U I L Ô M E T R O S A M A I S VOC Ê P O D E A L CA N ÇA R C O M U M T R E I N O O B J E­T I VO. FAÇA O CO O PER-TEST ¹, O B S E RV E S E U R I T M O CA R DÍ AC O E M R E P O U S O², C A L C U L E S E U I M C ³ E D E T E R M I N E S E U P R Ó P R I O P R OG N Ó S T I C O D E D I S TÂ N C I A

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15 km

70 – 100 km

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Page 83: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

D I C A S D o P R o F I S S I o N A L

O ULTRACORREDOR CHRISTIAN SCHIESTER fALA COMO fAZER A CORRIDA fLUIR

2 CORRIDA TAMBÉM É SOfRIMENTO. TEM ALgUM

SEgREDO pARA TER MOTIvAçãO?Incluir a corrida no cotidiano. Corra pela natureza, depois sente na grama e faça um piquenique. Depois, volte correndo. Então, deixa de ser dor, vira prazer.

3 E COMO ALgUÉM QUE NUNCA pRATICOU ESpORTES vIRA

UM vERDADEIRO CORREDOR?Aos poucos, em distâncias curtas, anotando as metas alcançadas. Depois, vá aumentando as metas. Colecione essas anotações! faço isso até hoje.

4 QUANDO vOCÊ SENTE QUE A CORRIDA ESTÁ fLUINDO?

De repente, quando a dor some, você se sente onipotente, parece que poderia continuar correndo para sempre. Com novatos é rápido, comigo, hoje, só após uns 60 km que sinto essa fluidez.

1 pOR QUE A WINgS fOR LIfE RUN TE ATRAIU?

por ter a meta maleável. você corre no meio da massa, mas sem competir com as pessoas, você compete com o catcher car. São muitos vencedores.

“Anoto todos os dias

a distância que corro” Christian Schiester,

embai xador da Wings for Life World Run

1. COMO ÉNo dia 4/5, às 6h do horário de Brasília, começam ao mesmo tempo 37 corridas em 35 países. Depois de 30 minutos, os catcher cars come­çam a correr e a deixar os atletas para trás. O último a ser ultrapas­sado, no mundo inteiro, ganha.

5. Os PARTICIPANTEsDe iniciantes a corredores profis­sionais e celebridades (como David Coulthard): o objetivo é passar pelo máximo de trechos possível e ajudar pessoas paraplé gicas com a renda. Cada corredor ajuda, cada km conta.

4. A AVALIAÇÃOO último homem e a última mulher do mundo a serem alcançados pelo carro são os campeões mundiais e ganham uma viagem especial pelo mundo: eles serão recebidos por todos os países que participaram da corrida. Cada corredor pode conferir na internet as comparações de seu desempenho com os outros.2. Os CAÇADOREs

Os catcher cars aumentam a veloci­dade em intervalos fixos e sucessi­vos, para melhorar o seu desempe­nho de velocidade. Se um corredor for ultrapassado, ele é eliminado. Assim, a distância percorrida é automaticamente calculada.

6. A MIssÃOA Wings for Life World Run começou com o slogan “Correr por aqueles que não podem”. Todo o dinheiro arrecadado pela corrida é investido em projetos científicos internacio­nais da fundação Wings for Life para melhorar a vida de pessoas paraplégicas: www.wingsforlife.com/en

3. Os TRECHOsEspalhados por mais de 35 países pelo mundo, os percursos se divi­dem em cinco categorias de circuito: na costa, ao longo do rio, na cidade, na natureza e em lugares com pai­sagens. Informações detalhadas sobre lugares, trechos, dicas de treino e tempos de corrida você encontra no site do evento.

Apoie a Wings for Life World Run! Inscreva­se online até 20 de abril em: www.wingsforlifeworldrun.com/pt­br

A corrida mundial W ings For L iF e Wor L d run um a L a rg a da em seis con t inen t es no di a 4 de m a io de 2014. a m a ior cor r ida da histór i a do espor t e. quem pode ir ? todos que quiser em se ava L i a r em r eL ação ao mundo

ENTRE

agoraE COMECE

A TREINAR

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Page 84: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

Vesterbrogade

Istedgade

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Amager Blvd.

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O famoso mercado público fica em um bairro emergente de Copenhague. Aqui eu visito exposições ou vou comer pizza no bar Mother. O lugar tem uma energia única na cidade.

GALerIA MIKAeL ANderSeN

Bredgade 63Esta galeria de arte contempo­rânea foi realmente a porta de entrada para muitos artistas jovens. Meus próprios quadros ficaram aqui por muito tempo.

CAFÉ dyreHAVeNSønder Boulevard 72

Copenhague é uma cidade caríssima. Mas, neste boteco hipster­ setentista, até se acham cervejas mais baratas... e o melhor smörrebröd da cidade!

PLANeTárIoTyCHo BrAHe

Gammel Kongevej 10O Planetário é meu lugar favorito da cidade. Olhar as estrelas me inspira, me diverte e me ajuda a meditar. Não existe nada melhor para a criatividade. Aqui é o point.

Wood WoodGrønnegade 1

Obrigatório para as compras. É do nível de qualquer loja

chique de Nova York. Aqui você encontra o que há de melhor em roupas e sapatos, de roupas simples a marcas como Kenzo ou Nike. Bom para turbinar o guarda­roupa.

ação!minha cidade

“O que eu tanto amo em Copenhague? É uma cidade dinâmica, pulsante – e, ao mesmo, pequena e agra­dável”, diz o artista plástico e performista Eske Kath, que não apenas é o responsável pelo design da capa do disco da cantora pop dinamarquesa Oh Land como também teve a honra de pintar um quarto no Palácio de Amalienborg, a residência real dinamarquesa. “Em Copenhague, você se sente em casa muito rápi­do, especialmente por causa das pessoas que sempre andam na rua com um sorriso no rosto.” Mesmo tendo fixado residência em Nova York há muitos anos, ele sempre é atraído de volta à sua cidade natal: “Se Nova York é o coração do mundo, então Copenhague é o pequeno coração da Escandinávia”. Confira os cinco endereços preferidos de Eske na cidade.

eske Kath, pintor dinamarquês e artista performático

T O P C I N C OMeUS LUGAreS PreFerIdoS

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INdoor SKydIVING

A sensação de sal-tar de paraquedas sem um paraque-

das? Isso só é pos-sível no túnel de

vento escandinavo. os ventos verticais têm uma potência de até 120 km/h. airexperience.dk/uk

HIGH roPING UrBANo

Medo de ficar balançando em

cima de uma corda a 50 m de altura? Isso não é proble-ma no jardim das cordas mais altas do mundo! Além

disso, também tem rapel e queda livre.urbanrangercamp.dk

arte? Muita. Comida? Deliciosa. Cerveja? Caríssima! c o p e n h ag U e B o T ec o S R e T R Ô, B U T I Q U e S M o D e R n a S e U M p L a n e TÁ R I o S U R p R e e n D e n T e : a c a p I Ta L D a D I n a M a R c a p e L o S o L h o S D o a R T I S Ta e S K e K aT h

PArQUe de SKATe

Construído em 2003, é o melhor

lugar para andar de skate protegido da-do o tempo ruim da cidade. Tem a maior

rampa vertical da escandinávia. Para prós e amadores!copenhagenskate

park.dk

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Page 85: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

Há três anos, Katy B pertence à elite da disco music: em seu álbum de estreia, On a Mission, a jovem bri-tânica mistura dubstep e garage – resumindo: aquilo que toca nas discotecas underground de Londres, sua cidade natal. O disco ficou em segundo lugar nas paradas britânicas e seu estilo inovador rapida-

mente conquistou incontáveis segui-dores. Seu novo álbum, Little Red, é cheio de novos hinos da night, presentes na playlist das festas mais agitadas e que falam dos encontros que acontecem na balada e da magia das discotecas. Falamos com Katy B para saber quais os sons que mais a inspiram e as músicas que gostaria de ter composto.O novo álbum de Katy B, Little Red, já foi lançado. Confira em: katybofficial.com

iReCORdeRem vez de K7, você coloca o iPhone na unidade do gravador e controla os MP3 com cinco botões grandes.

Quase tão bom quanto costumava ser – e sem enrolar a fita!

1Não sou exa-tamente fã de músicas com muita guitarra, talvez porque tenha crescido ouvindo hip hop e garage.

Mas ano passado fui convidada para uma mesa-redonda do Mercury Prize e resolvi ouvir todos os discos indica-dos, incluindo o do Arctic Monkeys. essa música ficou na minha cabeça – e quase me converteu às guitarras.

4 5Minha música preferida de 2013. A batida é tão poderosa quanto o sur-gimento de Ciara, que me lembra Janet Jackson na

juventude. e depois tem a Nicki Minaj. Não me entenda mal, eu a amo, mas às vezes ela soa meio forçada. Mas nessa música ela incendeia total – e mostra para todo mundo que é a melhor rapper da atualidade. ela é gangsta!

2Não existe música de festa melhor. É simples e eletrizante. Meus pais colocavam esse clássico da disco em

todas as festas de família, e todas as vezes ela levou todo mundo para a pistinha improvisada na sala, dos mais jovens aos mais velhos. Não existe nada mais valioso na música do que isso. Queria eu ter composto esse som.

esta música me deu uma abertura sono-ra. Obscura-mente épica. diferente de tudo o que eu conhecia. Os sets do

Skream no Club FWd – onde inventaram o dubstep – foram para mim, aos 18 anos, uma experiência espiritual. Hoje traba-lhamos juntos. Isso me deixa muito orgulhosa, já que foram eles que me indicaram o caminho da arte.

3Banks tem todos os pré -requisitos de uma estrela: melodias cati-vantes, boas letras, classe e estilo. Se eu fosse adoles-

cente, teria um pôster dela pendurado na parede. esta música é visionária: R’n’B eletrônico. Como se fosse um Timberland produzindo uma batida, só que mais obscura e graciosa. Minha previsão: Banks vai estourar este ano.

Gangsta Lady Espiritual P l ay l i s t O n OvO s u c e s s O da s Pa r a-da s ca n ta s O b r e a v i da d e n t r O da s d i s c O t eca s e r e v e l a q ua l m ú s i c a e l a g O s ta r i a d e t e r c O m P O s t O

Ação!Música C L Í N I C A

D O C DFORMAS de FAZeR COM QUe SeU Cd

ARRANHAdO VOLTe A BRILHAR

Arctic Monkeys“Do I Wanna Know?”

Ciara ft. Nicki Minaj “I’m Out”

Indeep “Last Night a D.J. Saved my Life!”

Skream“Rutten”

Banks“This Is What it Feels Like”

PASTA de deNTeS

Você pode usar pasta de dentes para limpar os Cds, utilizando um pano macio

para polir. depois, é só enxaguar

com água morna.

FReeZeRColocar o Cd ensacado no

freezer, e deixar por duas horas,

reduz a densidade do material do

disco. Os pequenos arranhões

desaparecem.

M A N I A R E T R ÔO GAdGeT dO MÊS

SOFTWARe Programas de recuperação

de dados grátis, como o Recuva, conseguem ler

Cds danificados, fazendo um

backup dos dados em outro arquivo.

Kathleen Anne Brien, conhecida como Katy B, 24 anos, a princesa das discotecas

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Page 86: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

2 e 3/3, Rio de Janeiro

Na avenidaCelebridades nos camarotes, cerveja gelada a rodo, belas mulheres e muita batucada aceleram o cora-ção de todos que passam pela Sapucaí nos dias 2 e 3 de março, quando acontece o desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial com as escolas mais tradicionais do Brasil.

No primeiríssimo final de semana de Carnaval, o Sambódromo do Anhembi recebe as principais escolas de samba da cidade e a festa vira a madrugada. Na sexta-feira, Rosas de Ouro e Vai-Vai são algumas das mais aguardadas. Já a Mocidade Alegre, atual bicampeã do Carnaval paulistano, será a terceira a entrar na avenida no sábado, dia 1°, logo após o desfile da Gaviões da Fiel.anhembi.com.br

Ela faz o Circuito Barra-Ondina às 19h30 da sexta de Carnaval. É para deixar as baterias bem carregadas para o final de semana em Salvador.danielamercury.art.br

28/2 e 1º/3, em São Paulo

Folia paulistana

“Aaaaa maiooooor feeeesta da Teerra!!!”

8/3, em Salvador

Daniela Mercury

8/3, Rio de Janeiro

As campeãs

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Ação!na agenda

O enredo campeão volta no fim de semana do dia 8 para acabar com a ressaca e trazer mais festa para a Sapucaí. Para resistir a semana inteira, você vai pre-cisar de energia. Só os mais fortes chegam inteiros para o segundo fim de semana de folia. O Rio é assim nessa época do ano: festa sem fim na rua, no sambódromo e em plena areia.rio-carnival.net/carnaval

86 the red bulletin

Page 87: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

A Confraria do Pasmado é um dos blocos mais animados da capital paulista. Na Vila Madalena, o cordão sai da Mercearia São Pedro e cruza as principais ruas do distrito famoso pela boemia.facebook.com/ confrariadopasmado

A já anunciada despedida de Bell do Chiclete com Banana acontecerá no para lá de tradicional Bloco do Camaleão, em Salvador. Domingo e segunda, o trio faz o Circuito Avenida; e, na terça, o Barra-Ondina. Só quem for vai presenciar tamanha devoção por um dos grandes nomes do axé. chicletecombanana.com.br

4/3, em São Paulo

Segunda na rua

2, 3 e 4/3, em Salvador

Fica, Bell

É com ivete sangalo puxando a galera pra cima que o Bloco coruja faz, na segunda-feira de carnaval o circuito avenida e na terça o Barra -ondina. a musa do carnaval baiano é garantia de agito. É axé pra dar e vender.ivetesangalo.com.br

Poucas mulheres mandam tão bem na passarela quanto sabrina sato, que neste ano será rainha de Bateria da vila isabel (rJ) e gaviões da fiel (sP). Para não perder o suingue da apresentadora, anote as datas e os horários em que ela desfilará: às 23h20 do sábado (1º/3) pela gaviões, e às 23h10 da segunda (3/3) na vila isabel.redeglobo.com.br

2, 3 e 4/3, em Salvador

Ivete em Salvador

1º/3 em São Paulo; 3/3 no Rio de Janeiro

Nossa rainha

A partir de 26/2, no Rio de Janeiro

Vamo pra ruafolia, calor e diversão são as palavras de ordem em plena rua do rio de Janeiro. Paralelamente às escolas de samba na sapucaí, a alegria acontece em forma de bloco de rua, como a tradicional Banda de ipanema, que invade a vieira souto com marchinhas clássicas nos dias 1º e 4 de março, e mais uma dezena de cordões, como o sargento Pimenta, com sucessos dos Beatles em versão samba, e o me Beija Que sou cineasta – que arrasta os artistas.Veja a agenda dos bloquinhos em: rio-carnival.net/carnaval

N ã o g o s t a

d e s a m b a ?

AlguMAS OPçõeS PARA SOBReViVeR

NO CARNAVAl

BAiliNhO exCluSiVO

A festa da Agên-cia haute chega

para esquentar os motores de quem quer começar a semana de Car-naval com o pé

direito. imperdível.facebook.com/agenciahaute

3segunda

SOul e SAMBA

Vamos arrastar o pé ao som da soul

music no Talco Bells especial de Carnaval. A festa

acontece na sexta -feira, no Cine Joia,

em São Paulo.cinejoia.tv

7sexta-feira

CARNAVAleleTRôNiCOA D-edge prepa-rou uma progra-mação especial

com o DJ Renato Ratier. Se você

embalou no blo-quinho à tarde e

quer esticar a fes-ta, este é o lugar.facebook.com/

dedgeclub

2domingo

the red bulletin 87

Page 88: The Red Bulletin Março de 2014 - BR

a próxima edição do red bulletin sai no dia 12 de março

momento mágico

88 the red bulletin

Alpes de Gail/Áustria, 7 de novembro de 2013“Para ser um alpinista de paredes de gelo, você tem de ter conheci-mento sobre a arquitetura delas”, diz o atleta Peter Ortner. “Nas par-tes mais arredondadas, você se movimenta com mais segurança.” E como foi nesta foto? “Neve gelada e deslizante – dá pra se machucar feio.”

“ Um movimento em falso e você pode deslocar um bloco de gelo gigante da parede” Peter Ortner, alpinista e competidor de escalada

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