The Simpsons

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Trabalho de conclusão do curso de gestão de marcas no MBA da Anhembi Morumbi 2011.

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

MBA em Gestão de Marketing

TRABALHO DE GESTÃO ESTRATÉGIA DE MARCA

OS SIMPSONS

Josefa Araújo Silva

Letícia Brandão

Luiz Henrique Forte

Manoel Miranda Rodrigues

Marcelo de Menezes Rodrigues

Wellington Olliver

Maio/2011

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SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................................4

2. Histórico da marca ....................................................................................................5

3. Características e Atributos da marca ........................................................................8

4. Posicionamento da marca ........................................................................................13

4.2 ............................................................................................................................14

5. Gestão da marca e Estratégias de Marketing ..........................................................17

5.1 – Produtos da marca...........................................................................................22

6. Conclusão ...............................................................................................................34

7. Fontes de pesquisa....................................................................................................35

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1. Introdução

Neste estudo de caso faremos uma abordagem semiótica da marca Os Simpsons, um

desenho animado criado pelo cartunista Matt Groening. Sua primeira aparição na TV foi na

forma de pequenos takes em 1987, sendo que em 1989, foi lançado em formato de série

televisiva para o canal de TV fechada Fox. Atualmente, com 22 temporadas é a série de

animação mais vista e ainda no ar na televisão americana, contabilizando até hoje 486

episódios.

O tema sobre o “universo” Os Simpsons deste estudo tem como foco principal a marca Os

Simpsons, que abrange seus produtos, personagens, seus programas de televisão e as

propagandas feitas com os personagens da série, ou seja, o sucesso da marca, que vem

sendo inserida entre os telespectadores e consumidores dos Simpsons ao longo de seus vinte

e quatro anos de existência e que resiste aos anos e às mudanças de comportamento de toda

uma sociedade global.

Este estudo de caso está divido em seis capítulos: Introdução; Histórico da marca;

Características e atributos da marca; Gestão de marca e estratégias de marketing e por fim a

conclusão. Para tanto foram utilizados alguns autores como Johan L. Lagger, Philip Kotler,

Pyr Marcondes, que são expostos através dos conceitos sobre posicionamento, marca,

estratégias de marketing e histórico de Os Simpson. Também foram utilizados sites

referências como a Copyright Promotion Ibérica - agência que licencia a marca-, Revista

Super Interessante, Mundo Estranho, Youtube, dentre outras fontes que abordam o assunto.

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2. Histórico da Marca

Os Simpsons é uma série de desenho animado, criado por Matt Groening. A

série é uma sátira ao estilo de vida da classe média de uma família dos Estados

Unidos e é centralizada em uma típica família suburbana norte-americana. O pai

Homer Simpson, a mãe Marge Simpson e os três filhos do casal: Bart, Lisa e Maggie.

Matt Groening produzia tiras em quadrinho e foi convidado por James L.

Brooks a produzir uma série de vinhetas de aproximadamente dois minutos que

seriam exibidas no The Tracey Ullman Show, um programa de variedades da década

de 80, ele então criou Os Simpsons e usou os nomes de membros da sua própria

família para batizar seus personagens. Homer é o nome de seu pai e Marge é o nome

de sua mãe. Suas irmãs chamam-se Lisa e Maggie, e Bart é um trocadilho de “brat”,

quem em inglês significa: “pirralho, fedelho”. A princípio ele pensou em batizar Bart

com o nome de Matt, mas achou muito óbvio e desistiu da ideia. Um fato curioso é

que a letra do logotipo dos Simpsons foi uma fonte especialmente desenhado pela

Apple Computer. A fonte é baseada na própria letra de Groening.

A primeira aparição de Os Simpsons aconteceu no dia 19 de abril de 1987 e

após fazer um enorme sucesso, a Rede Fox convidou Groening para criar uma série

fixa para a emissora. De lá para cá são 486 episódios lançados, 22 temporadas, mais

de cem premiações e até mesmo conseguiram bater os recordes mundiais como:

Sitcom Americano mais longo da história, seriado animado mais longo da história e o

seriado que ficou no horário nobre da TV americana por mais tempo.

Depois de 20 anos no ar, o seriado se estendeu também para o cinema e em

2007 foi lançado Os Simpsons – O Filme. O script do filme começou a ser escrito em

2001 e teve de ser reescrito mais de cem vezes para que chegassem a um roteiro

que Matt Groening achasse apropriado. Uma curiosidade sobre o filme, é que 14

cidades chamadas Springfield (o mesmo nome da cidade em que moram Os

Simpsons), lutaram para ter o direito de exibir a pré-estreia mundial do filme. Os

Simpsons - O filme foi um sucesso de bilheteria com uma arrecadação de 71,8

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milhões de dólares apenas nos três primeiros dias de sua estreia e 527 milhões de

dólares no mundo todo.

Devido ao sucesso do seriado e do filme, foram lançados vários produtos

ligados à marca, como camisas, pôsteres, versões de famosos jogos de tabuleiros

como: Banco Imobiliário, Jogo da Vida, Scrabble e Detetive, jogos para computador e

vídeo games, publicações dos próprios criadores ou detentores da marca e

brinquedos. Mesmo sendo da Fox, em 2008 a Universal (rede televisiva dos Estados

Unidos) inaugurou em seu parque temático um simulador dos Simpsons.

Há livros que discutem filosofia, religião, psicologia e afins baseados nos

Simpsons e sua influência é tão grande que em 2006 a expressão principal utilizada

pelo personagem Homer Simpson quando este se mete em apuros, “D’Oh!”, entrou

para a lista do Oxford English Dictionary que o define como “uma expressão de

frustação utilizada quando as coisas saem errado, ao contrário do planejado ou

apenas para dizer que alguém fez alguma bobagem”. Em um estudo conduzido pela

Today Translations, empresa inglesa de traduções, a interjeição emitida pelo Homer é

a maior contribuição à língua inglesa desde Shakespeare e da Bíblia.

Devido a toda essa bagagem, a marca Simpsons hoje é muito valorizada

tanto por público e críticos. É a menina-dos-olhos da Fox que já anunciou que haverá

uma vigésima terceira temporada. Ao que parece, a família preferida dos Estados

Unidos e do mundo ainda tem muito pavio para queimar.

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Primeira ilustração dos Simpsons, em 1987 1º episódio dos Simpsons na TV

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3. Características e Atributos da Marca

Marcas surgem no mercado para atender as necessidades físicas e

psicológicas dos consumidores.

No início as marcas faziam parte de um simples processo, surgiam de acordo

com a necessidade do mercado, mas agora não é apenas isso. As marcas surgem

também para atender as necessidades psicológicas que os consumidores possuem,

eles necessitam de bens de produto e/ou serviços que os deixem realizados. E com

isso o mercado acaba ficando cada vez mais exigente.

Com todas as mudanças sofridas, e esta evolução no mercado surgiram as

marcas registradas, que é um nome ou simbolo qualquer utilizado para identificar a

empresa, serviço e até mesmo um produto. Uma marca registrada é um tipo de

propriedade, exclusividade.

Marcas registradas passam uma confiança, ela passa de ser apenas uma

etiqueta no mercado, pois tem o conceito, posicionamento, passam uma segurança

para o consumidor. Ao contrário de uma marca nova, recente no mercado.

“Da perspectiva da empresa, a marca registrada representava uma

excelente defesa. Oferecia proteção legal para as qualidades exclusivas

dos produtos e serviços, e declarava os interesses da companhia. A

marca registrada definia o território”. (Roberts, 2005, p.25).

Uma das tarefas mais importantes do profissional de marketing provavelmente

seja a de criar, manter, proteger e melhorar uma marca, pois as melhores marcas só

são consideradas assim por fazerem com que seus clientes associem seus nomes à

qualidade, como justifica Kotler,

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“Uma marca é um nome, termo, símbolo, desenho – ou uma combinação

desses elementos – que deve identificar os bens ou serviços de uma empresa ou

grupo de empresas e diferenciá-los dos da concorrência”. (Kotler, 2000, p.426)

O conceito de marca vai além de algo tangível, algo concreto que podemos mensurar

através de números. As marcas possuem personalidades próprias, podem transmitir

sofisticação, alegria, sinceridade, status, entre outros. As marcas também podem ser

odiadas ou amadas, mesmo que não sejam pessoas. Suas características atingem o

subconsciente humano de forma muito similar.

Segundo Pyr Marcondes (2003), a escolha da marca está atrelada a paixão.

“Você não compra um carro para levá-lo de um ponto a outro. Não compra um

relógio para que ele lhe informe as horas. Não usa uma roupa porque ela

cobre sua nudez. Não bebe um uísque porque ele ajuda a relaxar. Bobagem.

Você escolhe. Cada escolha sua pode, claro, ser influenciada por uma série

de razões lógicas, como preço e qualidade, o lado direito do seu cérebro. Mas

entre dois produtos equivalentes, com atributos semelhantes, você escolhe a

marca pela qual se sente mais atraído. Muitas vezes, aliás, mesmo que um

produto concorrente seja notoriamente melhor que o de sua marca predileta,

inda assim você segue seu coração e compra com o lado esquerdo do

cérebro. Ou, se preferir, com o coração”. (Marcondes, 2003, p 26.).

De acordo com o mesmo autor, a paixão está para o enamorado como a marca está

para o consumidor. As duas relações baseiam-se na troca de olhares, na atração, na

experimentação e depois no convívio. Após algum tempo, pode ser que essa paixão

transforme-se em um sentimento duradouro e acompanhe o consumidor por muito

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tempo, mas também pode ser algo rápido, apenas uma atração passageira. O autor relata

de forma descontraída essa comparação:

“No mundo das paixões e das marcas há traição e há substituições. Há

consumidores que não se satisfazem com uma relação estável e preferem

estar sempre com marcas novas. Há os que são fieis por natureza e, mesmo

que a marca os traia, eles a entenderão e a receberão de volta ao lar,

relevando seus deslizes”. (Marcondes, 2003, p.15)

Já Daryl Travis, no livro Emotional Branding, livro no qual analisa em detalhes o

comportamento do consumidor moderno, afirma: “Produtos são feitos em fábricas, mas

uma marca é feita na sua cabeça e no seu coração. Produtos são distribuídos pelas

fábricas aos milhares, mas marcas são compradas uma de cada vez. E são vendidas

através de sentimentos”.

Ainda segundo este mesmo autor, “Muitos homens de marketing não entendem que

é o que as pessoas pensam e sentem que comanda o valor e a aceitação de uma marca

em suas vidas”.

Kotler definiu marca como uma promessa do vendedor de oferecer, de forma

consistente, um grupo específico de características, benefícios e serviços aos

compradores. Ele afirma que as melhores marcas apresentam uma garantia de

qualidade, mas, atualmente, esse artifício se tornou commodity, não sendo mais um

diferencial para um público que espera que isso seja o mínimo. Seguindo o

pensamento de Marcondes (2003, p. 28), embora as formas de pagamento e

promoções também sejam maneiras de atrair o consumidor, não é isso que vai definir

a compra e sim a identificação como a marca.

O sucesso de uma empresa não está ligado ao fato de ela possuir uma marca

registrada, mas isso pode ser um grande diferencial caso ela seja consolidada entre

os consumidores, como foi abordado tantas vezes nas aulas, em outra palavras,

conseguir o seu contrato social. Algumas marcas tornaram referencial no século

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XX fixando-se junto ao mercado consumidor. Entre elas estão a Bom Bril, Super

Bonder, Maizena, entre outras, em que a marca era tão forte que até hoje dão seus

próprios nomes aos produtos originais.

“Uma marca é essencialmente uma promessa da empresa de fornecer

uma série específica de atributos, benefícios e serviços uniformes aos

compradores. As melhores marcas trazem uma garantia de qualidade.

Mas uma marca é um símbolo ainda mais complexo”. (Kotler, 2000,

p.426).

Podemos fazer um parâmetro entre os estudos de Kotler (2000), onde aponta

seis níveis de significados de marca com os resultados apontados nas pesquisas

sobre Os Simpsons:

1. Atributos: uma marca traz à mente certos atributos. A marca Os Simpsons

sugere ironia, rebeldia, inteligência, exagero e ousadia.

2. Benefícios: os atributos devem ser traduzidos em benefícios funcionais e

emocionais. O atributo “rebelde e ousado” traduz o benefício emocional “o desenho

me faz sentir livre para expressar minhas opiniões, independente do que as pessoas

venham a achar”.

3. Valores: a marca também diz algo sobre os valores da empresa. Os

Simpsons simboliza humor sarcástico e irônico.

4. Cultura: a marca pode representar certa cultura. Os Simpsons representam a

cultura americana, mas que também pode estender-se as demais culturas por abordar

temas como conflitos familiares, sociais, religiosos e políticos.

5. Personalidade: a marca pode projetar certa personalidade. Os Simpsons

pode sugerir um pai inconseqüente (pessoa), uma hiena (animal) ou uma televisão

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(objeto).

6. Usuário: a marca sugere o tipo de consumidor que compra ou usa o produto.

Podemos esperar um jovem de 12 anos assistindo e/ou utilizando produtos da marca

Os Simpsons, mas dificilmente iremos observar uma senhora de 55 anos

assistindo o desenho ou vestida com uma camisa de um dos personagens.

O objetivo de uma marca de sucesso é tornar-se uma marca de amor, aquela

em que o consumidor não irá esquecer, pois o contato com ela ultrapassa os limites

da razão e nos levam direto à emoção.

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4. Posicionamento da marca

Para que um posicionamento seja bem sucedido é necessário que todas as ferramentas

de marketing dêem suporte a ele.

“Devido ao fato da atividade competitiva e as condições econômicas variarem,

as empresas normalmente acham necessário reformular sua estratégia de

marketing várias vezes durante o ciclo de vida de um produto. As tecnologias, as

formas de produto e as marcas também exibem ciclos de vida com estágios

distintos. A seqüência geral de estágios em qualquer ciclo de vida é introdução,

crescimento, maturidade e declínio. A maioria dos produtos hoje está no estágio

de maturidade”. (Kotler, 2000, p.342)

Segundo o mesmo autor, na busca de um posicionamento específico, a unidade de

negócios deve considerar as seguintes fontes possíveis:

- Posicionamento por atributo: a empresa se posiciona em relação a algum atributo

ou aspecto. Uma cervejaria afirma que é mais antiga; um hotel se descreve como o mais

alto da cidade. O posicionamento por um aspecto é, em geral, uma escolha frágil, pois

nenhum benefício é asseverado de modo explícito.

- Posicionamento por benefício: o produto promete um benefício. O sabão em pó

Tide que limpa melhor. A Volvo garante que seus carros são mais seguros. Os profissionais

de marketing trabalham principalmente com o posicionamento por benefício.

- Posicionamento por uso ou aplicação: o produto é posicionado como o melhor em

determinada aplicação. A Nike pode descrever um de seus tênis como o melhor para

atletismo e outro como o melhor para o basquete.

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- Posicionamento por usuário: o produto é posicionado em termos de um grupo de

usuários-alvo. A Apple Computer descreve seus computadores e softwares como os

melhores para os designers gráficos. A Sun Microsystems apresenta seus computadores

estações de trabalho como os melhores para engenheiros de projeto.

- Posicionamento em relação ao concorrente: o produto indica sua periodicidade ou

diferença em relação ao produto do concorrente. A locadora de veículos Avis se descreve

como a empresa “que se esforça mais” (do que a Herz, fica implícito); 7 UP denomina-se

Uncola (um refrigerante sem cola).

- Posicionamento por categoria: a empresa pode se descrever como uma líder de

categoria: Kodak significa filme; Xerox significa copiadora.

- Posicionamento por qualidade e preço: o produto é posicionado em determinado

padrão de qualidade ou preço. Chanel nº 5 é posicionado como um perfume de alta

qualidade e muito caro; Taco Bell apresenta seus tacos como os que oferecem a melhor

relação custo-benefício. (Kotler, 2009).

4.1 - O posicionamento da marca Os Simpson

A marca Os Simpsons já está consolidada no mercado. Na época de seu lançamento,

em 1987, o desenho teve um início difícil, pois sua aparição na TV foi em forma de

pequenos takes, sendo que dois anos após foi lançado em formato de série televisiva. A

partir daí, deu-se início ao seu crescimento. Acredita-se que a marca segue há 24 anos

no mercado por estar em constante mudança.

Sendo assim, e com base nas análises realizadas, e nos conteúdos e conceitos

apresentados durante a disciplina e estudo realizado, podemos afirmar que o sucesso da

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marca Os Simpsons deve-se ao fato da série conseguir firmar seu contrato social com seu

público, ou seja, fazer com que o seu público alvo a acompanhe ao longo da sua vida,

atingindo todos os públicos. Enquanto as crianças se interessam pela cor e animação dos

personagens, os adolescentes são cativados pela irreverência e humor “ácido” dos

personagens, já os adultos seguem atraídos pelas histórias atuais, nas quais se

identificam. Todas essas questões fazem com que Os Simpsons seja umas das poucas

séries animadas a cruzar gerações simultaneamente sem perder a sua identidade com o

seu público.

Podemos verificar que Os Simpsons tem um recurso único para todas as idades, onde

todos podem se identificar com alguém, com algum dos personagens, sendo assim fica

mais fácil traduzi-las em diferentes produtos. Em resumo, a satirização da realidade é a

marca dos Simpsons. A marca tem como público alvo homens, mulheres e crianças com

idade entre 5 e 80 anos. Conforme informações divulgadas no site Copyright Promotion

Licensing Group, agência que licencia a marca, “Os Simpsons entretém o público em todo

o mundo com um tipo de humor, paródia e estado de espírito”.

Segundo o criador da série, Matt Groening, em entrevista site Brand Bulders, “Os

Simpsons é uma empresa comercial, e temos abraçado a natureza capitalista deste

projeto. O que tentamos fazer com Os Simpsons é um rótulo. Isto é, não só colocar os

desenhos na lateral de um produto”.

Já Kayane Lanahan, da Fox revela: “Se fizéssemos tudo que não foi fiel a marca

Simpsons perderíamos a credibilidade dos fãs. O que temos é um excelente sistema de

freios e contrapesos para nos certificarmos de que isso não aconteça”.

Dona de um humor único, a série lança um olhar inteligente, bem humorado e nada

hermético sobre os problemas, valores e ícones da sociedade contemporânea, que vão

desde sustentabilidade, culto as celebridades, educação e política, atingindo mais de 60

milhões telespectadores das mais diferentes faixas etárias, em mais de 90 países,

incluindo o Brasil.

Um exemplo do poder da marca foi o sucesso alcançado com a produção do filme,

em 2007 que arrecadou mais de meio bilhão em todo o mundo, sendo U$ 8,5 milhões

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apenas no Brasil. O filme serviu não apenas para revigorar a marca entre as novas

gerações como também para reforçar o seu poder junto aos mais de 500 licenciados

globais nas mais diferentes linhas de produtos, incluindo publicações, papelaria,

eletrônicos, brinquedos, promoções, vestuários e alimentos. Sendo considerada a maior

marca televisiva de todos os tempos em um estudo apresentado na Brand Licensing

Europe 2010, em Londres que inclui a opinião de 450 peritos em licenciamento.

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5. Gestão da marca e Estratégias de Marketing

O Processo de gestão da marca Os Simpsons, deu-se início em 1987 e no final do

primeiro episódio na rede Fox, a marca começa obter um sucesso intenso com os

produtos comercializados.

Os primeiros produtos lançados foram camisetas com o desenho do personagem

principal chamado Bart, no ano de 1990. (figura 1), que foram vendidas em poucos

dias, mais de um milhão dessas camisetas, gerando assim fabricação de outras

mercadorias com o nome da marca, como bonecos, jogos, canecas, chaveiros,

adesivos, relógios, livros, eletrônicos, diversos tipos de vestuários, entre muitos

outros, gerando em 14 meses de vendas mais de um bilhão de dólares, fazendo o

“desenho” que é algo intangível transformar-se em produtos, os quais são tangíveis,

fortalecendo ainda mais a marca.

Surgiu então magníficas vendas e o aumento gigantesco de telespectadores, a

“Rede Fox”, analisando o público-alvo da série Os Simpsons, em relação à idade,

horário comercial, entre outros diversos fatores, sempre utilizou o horário noturno para

atingir seus consumidores. O horário dos episódios eram às 20 horas de domingo, e

no mesmo horário na quinta-feira, onde adultos e crianças poderiam assistir,

ganhando assim grande espaço na rede televisiva, com mais de 33 milhões de

telespectadores, sendo elogiados por diversos críticos. Atualmente os episódios

continuam no canal Fox às 20:30 todos os domingos e em canal aberto como a Globo

em horários um pouco mais tarde.

Esse sucesso na época levou o aumento da equipe de roteiristas para 16 pessoas,

as quais eram contratadas em sua maioria, nas melhores universidades do mundo,

mas com dois únicos requisitos de contratação: saber fazer piadas e ser engraçado.

Essa foi uma tradição criada e seguida até os dias de hoje, podendo ser referido o

grande sucesso da marca também a esses excelentes profissionais do humor.

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Nos primeiros episódios de Os Simpsons, profissionais que faziam as vozes dos

personagens principais ganhavam em média três mil dólares por episodio cada um

deles, mas a cada ano que passava este valor aumentava significativamente,

chegando no ano de 1999 o valor de vinte e cinco mil dólares para cada voz e por

cada episódio.

Atualmente cada uma das vozes de Os Simpsons recebe trezentos mil dólares por

episódio. O aumento de salário comprova a forte identidade das vozes dos

profissionais para com os personagens e os dois juntos para com o público, pois

mudar a voz de um personagem que já está gravado na mente do consumidor é com

certeza um suicídio para a marca.

No ano de 1997 a audiência dos Simpsons aumenta e supera o desenho Os

Flintstones.

“O sucesso de uma organização depende não só de as características

de seus negócios atenderem aos requisitos-chave de êxito na operação

em mercados-alvo, mas também de superarem os pontos fortes dos

concorrentes”. (KOTLER, 2000, p.98).

A partir deste momento, muitas empresas como, Apple, Gol, Dove, Grupo Pão de

Açúcar, grifes de roupas, entre outras nacionais e multinacionais, construíram

grandes parcerias com a marca “Os Simpsons”. Fortalecendo ainda mais o marketing

de relacionamento, onde as vendas de novos produtos aumentam o lucro e o

reconhecimento da marca.

Os anos foram passando, e atualmente com 486 episódios traduzidos para 45

idiomas em 90 países, o enorme sucesso fez com que cerca de 500 empresas em

todo o mundo, conseguissem licenciar a marca “Os Simpsons”, para utilizar em suas

propagandas e publicidade em geral.

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Em 2005 a revista Men’s Health elegeu como filósofo da década, o

personagem Homer Simpson. Segundo Morgan Rees, o editor da revista, “Homer

ensinou uma geração a encarar o desafio da paternidade moderna e a vencê-la”.

“Após ser eleito como filósofo, o personagem aparece em uma lista de 10

homens de destaque em outras áreas, entre eles Jamie Oliver (Chef de cozinha do

ano) e até o cantor Bob Gelgof (ativista do ano). Todos os citados têm usado seu

talento para mudar o mundo ao seu redor, em vez de apenas chamar à atenção para

si mesmos”, concluiu Morgan Rees.

A marca desde o primeiro produto lançado começou a fazer grandes jogadas

de marketing. No ano de 2007 estava previsto o lançamento do filme “Os Simpsons”,

e como estratégia de marketing, a marca conseguiu uma parceria com a empresa,

“Linhas Áreas GOL”, e adesivou as 72 aeronaves Boeing 737, na parte externa e

interna com os personagens da série, promovendo além do filme, promoções valendo

prêmios como XBOX 360º, entre outros, mas devido a Lei Cidade Limpa de São

Paulo, os adesivos externos foram obrigados a serem retirados dos aviões que

fizessem a frota dentro da cidade, pois foram considerados “outdoors ambulantes”.

(figura 10).

Mesmo sem a divulgação externa em São Paulo, os aviões da GOL,

sobrevoaram e pousaram adesivados em outras cidades e estados, concretizando

mais uma estratégica de marketing. O Filme neste ano de 2007 foi uma das melhores

estratégias de marketing que a marca conseguiu construir para fidelizar ainda mais

sua marca com o consumidor.

Como Kotler especificou: “A tarefa do marketing é encontrar meios de ligar os

benefícios do produto às necessidades e aos interesses naturais das pessoas”.

Foi então que se deu início à formação de avatares dos personagens no

próprio site da marca, onde o internauta conseguiria formar com narizes, bocas,

olhos, etc, mas com a “cara” do próprio internauta; Cd’s da trilha sonora

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do filme em forma de Donut’s - doces que mais os personagens da série comem -

fizeram também um vídeo da estátua da liberdade segurando um Donut’s; novos

papéis de parede e até bonecos com design diferente do que o público estava

acostumado, tudo inusitado para chamar atenção do “grande filme” e fortalecer o

marketing de relacionamento.

E a melhor jogada de marketing foi à parceria com as lojas de conveniências 7-

Eleven nos EUA, onde a intenção era que o público se sentisse “um” Simpson, então

foram feitas fachadas adesivadas e desenhadas em todas as essas lojas. Foram

criados produtos que Os Simpsons consumiam na série para serem comercializados

nestes locais, como sucrilhos, refrigerantes, etc.

O lucro do filme foi muito mais do que o esperado, aproximadamente 572

milhões de dólares, fora todos os produtos vendidos referentes ao filme.

Os Simpsons foi escolhido como a melhor série de animação de todos os

tempos, vencendo até mesmo o desenho Tom e Jerry, segundo uma votação dos

telespectadores da televisão britânica Channel 4.

Atualmente estipula-se que a marca Os Simpsons adquire por ano bilhões de

dólares com a comercialização de sua marca em 500 produtos diversificados.

Em 2008 a Renault fecha uma parceria com a marca Os Simpsons na Bélgica,

onde consegue um enorme sucesso, e em 2010 assume novamente mais um contrato

promovendo o carro Kangoo em versão limitada e diferenciada do veículo. O carro foi

fabricado com um emblema dos personagens estampados na traseira do automóvel e

GPS com a voz do Homer Simpson. (figura 20).

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Os Simpsons é admirado pelos cinéfilos devido à quantidade de referências

sarcásticas a filmes, tais como e O Poderoso Chefão e O Exterminador do Futuro.

Além de várias personalidades mundiais já que fizeram participação no desenho, seja

contracenando com os personagens ou apenas emprestando sua voz. Entre eles

estão Rolling Stones, Tom Cruise, Ronaldinho Fenômeno, Pelé, Xuxa entre outros.

Nas ilustrações abaixo, apresentamos algumas ilustrações das participações destes

grandes ídolos.

No ano de 2009 a marca Os Simpsons, fez outra grande estratégia de

marketing juntamente com a Revista Playboy, onde no mês de dezembro lançaram

como capa desta magazine a Marge Simspon em poses sensuais, fixando seu

conceito de sátira e fortalecendo ainda mais a gestão da marca. (figura 6).

Tal gestão mantém viva a identidade da marca Os Simpsons, que completa

neste ano de 2011 vinte quatro anos de esplendido sucesso, e continua estendendo

seu processo de gestão, analisando, entendendo, envolvendo, fidelizando seus

consumidores e mais ainda, evoluindo com eles.

Com seus episódios engraçados, seus diversos produtos aliados e com todo tipo

de publicidade significativa, tornaram esta marca reconhecida mundialmente e

adorada por crianças, jovens e adultos, criando uma aliança fiel de mais de duas

décadas e que só tende à ser maior à cada ano que passa.

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Produtos da Marca (Ilustrações)

Figura 01 - 1º Produto Lançado pela marca - Camiseta

Figura 02 - Camiseta

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Figura 03 - Bonecos

Figura 04 - Boneco para publicidade

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Figura 05 - Brinquedo

Figura 06 - Revista Playboy com Marge Simpson

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Figura 07 - Relógio

Figura 08 - Bonecos

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Page 26: The Simpsons

Figura 09 - O Filme

Figura 10 - Avião da Gol Adesivado

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Page 27: The Simpsons

Figura 11- Publicidade de refrigerantes

Figura 12 - Ronaldo Fenômeno

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Page 28: The Simpsons

Figura 13 - Rolling Stones

Figura 14 - Publicidade da DOVE

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Page 29: The Simpsons

Figura 15 - Camiseta

Figura 16 - Propaganda Burger

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Figura 19 – Ensaio fotográfico com a família Simpsons para grifes famosas

Grife Chanel Grife Lanvin

Louis Vuitton Jean Paul Gaultier

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Figura 20 – Propaganda da Renault com utilização da marca Os Simpsons

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Page 32: The Simpsons

Figura 21 – Capas da primeira a sexta temporada

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Page 33: The Simpsons

Figura 21 – Capas da sétima a décima temporada

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Page 34: The Simpsons

6. Conclusão

Os Simpsons é com toda certeza um dos maiores sucessos mundiais de

sustentabilidade da marca, pois nunca perdeu seu posicionamento, seu conceito e

seus valores, fazendo desta estabilidade uma marca memorável com 24 anos de

existência, a qual conseguiu este mérito, não somente pela diferenciação de

surpreender seus telespectadores com episódios inusitados, mas também pela

evolução e análise permanente da satisfação dos desejos e necessidades de seus

consumidores.

O processo de gestão desta marca conseguiu tangibilizar o intangível,

comercializando produtos que fortaleceram a fascinação do público-alvo pela marca,

fixando-a e ancorando-a na mente destes clientes.

Neste trabalho observamos que o posicionamento da marca sempre será o

mais importante para o sucesso ou fracasso da mesma, e entendemos que além de

fidelizar seus consumidores, devem torná-los admiradores e fãs de sua marca.

Podemos assim concluir, que a marca Os Simpsons conseguiu firmar seu

contrato social com os públicos com o quais interage, comprovando o seu forte

posicionamento diante das estratégias utilizadas, e mesmo depois de vinte e quatro

anos ainda continua fortemente no mercado, e ao mesmo tempo inovando junto com

ele.

Somos fãs de Os Simpsons e admiradores de tudo que envolve esta magnífica

marca.

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Page 35: The Simpsons

7. Fontes de pesquisa

LAGGER, Johan L. De Olho em Springfild – 1ª Ed. São Paulo: Panda Books, 2006.

KOTLER, Philip. Administração de Marcas: A Edição do Novo Milênio. Ed. São

Paulo: Prentece Hall, 2000.

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