TIPOS DE TEXTO

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TIPOS DE TEXTO Principais Diferenças

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TIPOS DE TEXTO. Principais Diferenças. DESCRIÇÃO Fotografia/Recorte da Realidade. TEMPO: único e imutável; SER: único e particularizado; APRESENTAÇÃO DOS DADOS: simultânea; PAPEL DO LEITOR: Construção mental da cena. DESCRIÇÃO Fotografia/Recorte da Realidade. - PowerPoint PPT Presentation

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TIPOS DE TEXTOPrincipais Diferenças

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DESCRIÇÃOFotografia/Recorte da Realidade

TEMPO: único e imutável;

SER: único e particularizado;

APRESENTAÇÃO DOS DADOS: simultânea;

PAPEL DO LEITOR: Construção mental da cena.

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DESCRIÇÃOFotografia/Recorte da Realidade

EXEMPLO: “A aparência de Seu Antônio não era das melhores. Fedia ao cheiro de um dia sob o sol e uma boa meia noite num bar de atmosfera pestilenta, e seu suor tinha cheiro de destilaria. Tinha visíveis, no máximo, três dentes na boca, amarelos e querendo desistir, assim como seus companheiros, antes deles. Estava sujo e maltratado, ainda que não estivesse maltrapilho. De fato, se algo havia nele de bonito é essa dignidade humilde da gente trabalhadora”.

(Donnie César – Moinho labirinto)

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NARRAÇÃOExemplificação da realidade

TEMPO: em progresso;

SER: em transformação e particularizando;

APRESENTAÇÃO DOS DADOS: não-simultânea;

PAPEL DO LEITOR: Identificação - Sensação de aproximação ou afastamento.

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NARRAÇÃOExemplificação da realidade

EXEMPLO: “Seu Antônio parou, pediu licença para se sentar e se sentou. Pediu um trago do meu cigarro, e eu o dei todo. Parecia precisar mais que eu. E começou, aos trancos e barrancos, a contar sua história. De como amou, se mudou para essa cidade muitos anos atrás, trabalhou numa grande fábrica de pneus em São Paulo e ergueu aqui, nessa cidadezinha, sua casa. Foi vulcanizador de látex, violeiro, viajou o Brasil e descreveu como pôde umas dez cidades como sendo lindas. Envelheceu, perdeu o trabalho e hoje vive do aluguel de uma outra casa”.

(Donnie César – Moinho labirinto)

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DISSERTAÇÃODiscussão sobre a Realidade

TEMPO: presente;

SER: generalizado;

APRESENTAÇÃO DOS DADOS:em progressão lógica;

PAPEL DO LEITOR: Convencimento sobre um ponto de vista.

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DISSERTAÇÃODiscussão sobre a Realidade

EXEMPLO: “Nos países em desenvolvimento, a população idosa aumenta significativamente e o contraponto disso aponta que o suporte para essa nova condição não evolui com a mesma velocidade. Logo, a preocupação com esse novo perfil populacional vem gerando, nos últimos anos, inúmeras discussões e estudos com o objetivo de fornecerem dados que subsidiem o desenvolvimento de programas adequados para essa parcela da população. Isto porque a referida população requer cuidados específicos e direcionados às peculiaridades do processo do envelhecimento, sem segregá-los da sociedade”.

(Estudo coletivo – A situação do idoso no Brasil atual)

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TIPOS DE TEXTOArtifícios mais recorrentes

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FERRAMENTAS DA DESCRIÇÃO

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1. Pretérito Imperfeito do Indicativo Marcador de ações habituais, repetidas ou durativas

Mas chovia ainda, meus olhos ardiam de frio, o nariz começava a escorrer, eu limpava com as costas das mãos e o líquido do nariz endurecia logo sobre os pêlos, eu enfiava as mãos avermelhadas no fundo dos bolsos e ia indo, eu ia indo e pulando as poças d'água com as pernas geladas. Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava...

Caio Fernando Abreu (Além do Ponto)

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2. Verbos de ligaçãoIntrodutores de características do ser

Usava mangas curtas em todos os vestidos de casa, (...); dali em diante ficavam-lhe os braços à mostra. Na verdade, eram belos e cheios, em harmonia com a dona, que era antes grossa que fina, (...); mas é justo explicar que ela os não trazia assim por faceira, senão porque já gastara todos os vestidos de mangas compridas. De pé, era muito vistosa; andando, tinha meneios engraçados; (...). Não se pode dizer que era bonita; mas também não era feia. Nenhum adorno...

Machado de Assis (Uns Braços)

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3. Adjetivos e formas adjetivasCaracterizadores do ser

Alcançou o pátio, enxergou a casa baixa e escura, de telhas pretas, deixou atrás os juazeiros, as pedras onde se jogavam cobras mortas, o carro de bois. As alpercatas dos pequenos batiam no chão branco e liso. A cachorra Baleia trotava arquejando, a boca aberta.

Graciliano Ramos (Vidas Secas)

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4. Presente do indicativoDescritor da realidade momentânea

A sala está deserta ao subir do pano. Chegam, abafados, os sons dum terceto que toca no salão. Ouvem-se durante uma parte do diálogo, até que se indique silêncio. Columbina entra a correr pela esquerda, logo seguida de Pierrô. Mefistófeles sai-lhe ao encontro pela direita. Columbina corre até boca de cena, volta-se de repente para eles.

José Régio (As três máscaras)

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FERRAMENTAS DA NARRAÇÃO

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1. Pretérito Perfeito do IndicativoMarcador de transformações do ser

Amou daquela vez como se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a última (...)E atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidas (...)Sentou pra descansar como se fosse sábadoComeu feijão com arroz como se fosse um príncipeBebeu e soluçou como se fosse um náufragoDançou e gargalhou como se ouvisse músicaE tropeçou no céu como se fosse um bêbadoE flutuou no ar como se fosse um pássaroE se acabou no chão feito um pacote flácidoAgonizou no meio do passeio públicoMorreu na contramão atrapalhando o tráfego

Chico Buarque (Construção)

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2. Discurso DiretoReprodução da voz do ser

Os seus braços — oh! que braços, Justino, que braços! — estavam quase nus. Quando Clotilde erguia-os, parecia uma ninfa que fosse se metamorfoseando em anjo. No canto da varanda, entre as roseiras, ela disse-me: "Rodolfo, que olhar o seu. Está zangado?" Não foi possível reter o desejo que me punha a tremer, rangendo os dentes. — "Oh! não! – fiz. Estou apenas com vontade de espetar este alfinete no seu braço".

João do Rio (Dentro da noite)

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3. DescriçõesConstrução do ambiente da ação

Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora. Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:— Um cachorro ergue a perninha no poste.

Dalton Trevisan (Dois velhinhos)

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4. Presente HistóricoAtualização/Aproximação do fato passado

Manobram ambos o momento com cuidado – qualquer movimento errado pode desvirtuar a etérea magia que os envolve, como que numa bolha de sabão. Olham-se, falam devagar, respiram com cuidado.- Não me convida para entrar?- Entra...Passos calculados até a entrada do prédio. Gestos medidos. Cuidados. Ele abre a porta de madeira, gentil, deixando que ela entre primeiro. Ela para diante da escada, esperando que ele a acompanhe.

Fábio Pegrucci (Bolha de Sabão)

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5. Monólogo InteriorFluxo de ideias – reprodução do pensamento

O som de uma vitrola coava-se nos meus ouvidos, (...) e eu diminuía, embalado nos lençóis que se transformavam numa rede. Minha mãe me embalava cantando aquela cantiga sem palavras. A cantiga morria e se avivava. Uma criancinha dormindo um sono curto, cheio de estremecimentos. Em alguns minutos a criancinha crescia, ganhava cabelos brancos e rugas. Não era minha mãe a cantar: era uma vitrola distante, tão distante que eu tinha a ilusão de que sobre o disco passeavam pernas de aranha.

Graciliano Ramos (Angústia)

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FERRAMENTAS DA DISSERTAÇÃO

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1. Objetividade/ExposiçãoO Foco é o próprio fato

Depois de ter sido aprovado em (...) 2009 por uma comissão especial do Senado e de ter passado (...) pela Comissão de Constituição e Justiça, o projeto de reforma do Código de Processo Penal só depende de votação em plenário (...) para se converter em lei. Com 702 artigos, ele consagra medidas importantes (como o monitoramento eletrônico de presos e o uso da internet para remessa de informações) e dispositivos polêmicos, que mudam radicalmente a estrutura da legislação processual em vigor.

Editorial (O Estado de São Paulo)

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2. Subjetividade/Ponto de vistaO Foco é a opinião do redator

Contar o tempo é uma grande ilusão, como todos sabemos, mas – e se não contássemos? Estaríamos como num deserto, todo plano, só areia, e sem estrelas no céu. Não é que, numa situação dessas, não se acha o caminho; é que não há caminho (...). O tempo, esse ente assustadoramente impalpável e elusivo, no calendário aparece singelamente traduzido em papel, como se tivesse sido (...) dominado. Dominado é bem a palavra. É a palavra que se usa contra os inimigos, e o tempo é um inimigo.

Roberto Pompeu de Toledo (Revista Veja)

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3. Raciocínio IndutivoDo caso Particular para o caso Geral

Na semana passada, ouvi uma senhora suspirar: – “Tudo anda tão confuso!”. E, de fato, o homem moderno é um pobre ser dilacerado de perplexidades. Nunca se duvidou tanto.

Nelson Rodrigues (Crônicas)

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4. Raciocínio DedutivoDo caso Geral para o caso Particular

A possibilidade de recuperar a memória e a dignidade de brasileiros desterrados apenas por lutar por suas ideias é das mais nobres tarefas da redemocratização. O poeta Vinícius de Moraes, por exemplo, foi brutalmente apeado do seu posto de diplomata pelo AI-5, acusado de “poetinha — vagabundo e comunista”. De lá para cá, Vinícius, que já era grande, tornou-se cada vez maior.

Esquina do Ricardo (Revista Carioquices)

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5. SilogismoRaciocínio Lógico (A = B e B = C, então A = C)

A Grécia é governada por Atenas.Atenas é governada por mim.Eu sou governado por minha mulher.Minha mulher é governada por meu filho, criança de 10 anos.Logo, a Grécia é governada por esta criança de 10 anos.

Temístocles (General Ateniense)