Tireoidites

4
Lívia Rioja Tireoidites – AC1 1 TIREOIDITES Variedade de doenças correlatas caracterizadas por um processo inflamatório ou infeccioso da tireoide TIREOIDITE INFECCIOSA 1. TIREOIDITE AGUDA (SUPURATIVA OU SÉPTICA): É uma infecção da glândula tireoide geralmente de etiologia bacteriana. É uma doença rara. Ela ocorre com mais frequência em indivíduos com doença tireoidiana prévia (câncer, tireoidite de Hashimoto e bócio multinodular), anomalias congênitas (persistência do ducto tireoglosso ou presença de fístula do seio piriforme), imunodeprimidos (uso de agentes imunossupressores, infecção por HIV etc.), debilitados ou idosos. Além disso, é mais prevalente em crianças do que em adultos. Diagnóstico: PAAF A USG pode detectar um abscesso supurado A função tireoidiana é normal, mas tanto tireotoxicose quanto hipotireoidismo podem ocorrer. Por isso, deve- se acompanhar a função tireoidiana do paciente durante o diagnóstico e o tratamento. Tratamento: Antibioticoterapia apropriada (orientada por bacterioscopia e cultura do material obtido pela PAAF) e drenagem cirúrgica do abscesso e excisão do seio piriforme a fim de prevenir a recorrência da doença.

Transcript of Tireoidites

Page 1: Tireoidites

Lívia Rioja Tireoidites – AC1

1

TIREOIDITES Variedade de doenças correlatas caracterizadas por um processo inflamatório ou infeccioso da tireoide

TIREOIDITE INFECCIOSA

1. TIREOIDITE AGUDA (SUPURATIVA OU SÉPTICA): É uma infecção da glândula tireoide geralmente de etiologia bacteriana.

É uma doença rara. Ela ocorre com mais frequência em indivíduos com doença tireoidiana prévia (câncer, tireoidite de Hashimoto e bócio multinodular), anomalias congênitas (persistência do ducto tireoglosso ou presença de fístula do seio piriforme), imunodeprimidos (uso de agentes imunossupressores, infecção por HIV etc.), debilitados ou idosos. Além disso, é mais prevalente em crianças do que em adultos.

Diagnóstico: PAAF A USG pode detectar um abscesso supurado A função tireoidiana é normal, mas tanto tireotoxicose quanto hipotireoidismo podem ocorrer. Por isso, deve-se acompanhar a função tireoidiana do paciente durante o diagnóstico e o tratamento.

Tratamento:

Antibioticoterapia apropriada (orientada por bacterioscopia e cultura do material obtido pela PAAF) e drenagem cirúrgica do abscesso e excisão do seio piriforme a fim de prevenir a recorrência da doença.

Page 2: Tireoidites

Lívia Rioja Tireoidites – AC1

2

2. TIREOIDITE SUBAGUDA: é conhecida como tireoidite de De Quervain, tireoidite dolorosa, tireoidite de células gigantes e tireoidite granulomatosa.

Etiologia: Causada por comprometimento tireoideo pós-infecção viral do trato respiratório superior. Sinais e sintomas específicos: O inicio pode ser

súbito ou gradual, com dor irradiada para os ouvidos (simulando otite), mandíbula ou área occipital. A tireoide, geralmente, encontra-se endurecida, e a dor pode ser desencadeada por movimentos da cabeça ou deglutição. O episódio da tireoidite subaguda é autolimitado, com duração de 6-12 semanas, podendo

estender-se por até 1 ano.

Sintomas sistêmicos: indisposição geral, febre, mialgia e cansaço. Pequeno número de pacientes poderá apresentar tireotoxicose, aliada aos sintomas clínicos usuais.

Diagnóstico da tireoidite subaguda:

Tratamento da tireoidite subaguda:

Controlar a dor e os sintomas inflamatórios sistêmicos com anti-inflamatórios não esteroides e

glicocorticoides – Naproxeno ou Tenoxicam. Os sintomas de tireotoxicose podem ser tratados com betabloqueadores (bloqueando os receptores Betas adrenérgicos), e os sintomas de hipotireoidismo, com

reposição de levotiroxina. TIREOIDITE AUTOIMUNE

1. TIREOIDITE DE HASHIMOTO (TH)

Trata-se de um quadro autoimune que pode cursar com aumento indolor da glândula tireoide, mas também é descrito como quadro de atrofia tireoidiana. Em alguns casos, pode haver um crescimento

rápido do bócio, com sintomas compressivos locais.

Diagnóstico: o Valores suprimidos de TSH e

o Níveis elevados de HT. o Anti-TPO e anti-TG aumentados.

o Podem coexistir o BMT e TH. o PAAF: demonstra linfócitos, macrófagos, coloide escasso e poucas células epiteliais, que podem

apresentar aspecto de Hürthle. o US: pode evidenciar uma glândula aumentada com textura normal e hipoecogeneidade difusa,

muitas vezes simulando nódulos mal definidos.

Page 3: Tireoidites

Lívia Rioja Tireoidites – AC1

3

Tratamento:

Quando a tireotoxicose resulta da TH, costuma ser transitória e não exige terapia adicional, além dos betabloquadores para melhora dos sintomas. Após alguns meses, se o paciente apresentar sinais e

sintomas que sugerem hipotireoidismo, fazer a dosagem laboratorial de TSH/T4livre. Caso confirmado o diagnóstico, tratar o hipotireoidismo. O tratamento é feito com reposição de levotiroxina - hormônio

tireoidiano na forma T4 que é convertida em T3 para realizar suas ações periféricas.

2. TIREOIDITE LINFOCÍTICA INDOLOR Considerada uma variante subaguda da tireoidite de Hashimoto, que apresenta velocidade de evolução

similar a da tireoidite subaguda, também podendo apresentar evolução trifásica, mas não costuma evoluir com dor local ou febre.

3. TIREOIDITE PÓS-PARTO

É bastante similar a tireoidite linfocítica indolor, com a diferença de acometer mulheres nos primeiros 6 meses de puerpério na maioria dos casos. Por definição, pode ocorrer até 1 ano após o parto, podendo

ser encontrada em até 8 a 10% das gestações. Cursa com altos títulos de anticorpo anti-TPO, podendo ocorrer associada a outras doenças autoimunes como diabetes melito tipo 1.

Os pacientes podem apresentar uma fase inicial com hipertireoidismo por destruição dos folículos tireoidianos; após esta fase, pode ocorrer hipotireoidismo alguns meses após o parto, com

hipotireoidismo permanente ocorrendo em 20% dos pacientes em 1 ano e 50% em 7anos.

Page 4: Tireoidites

Lívia Rioja Tireoidites – AC1

4

Diagnóstico da Tireoidite pós-parto: o USG que mostrou glândula difusamente aumentada o Cintilografia de tireoide com captação diminuída o Altos títulos de tireoglobulina de anticorpos anti-TPO. o O TSH encontrava-se suprimido e os níveis de T4 livre e T3, aumentados. o (Alterações sugestivas de tireoidite pós-parto)

TIREOIDITE DE REIDEL: Caracterizada por substituição fibrótica progressiva da tireoide com aderência e infiltração das estruturas adjacentes, causando sintomas compressivos locais.

Essa tireoidite é a mais rara, com prevalência de apenas 0,05% dos pacientes submetidos à tireoidectomia. Ela afeta geralmente indivíduos entre 40 e 60 anos, sendo sua incidência 2 a 4 vezes mais comum em mulheres.

Uma vez diagnosticado o comprometimento tireoidiano, deve-se atentar para possíveis alterações em outros locais, principalmente fibrose retroperitoneal.

Tratamento O curso da tireoidite de Riedel é benigno, com progressão geralmente lenta, podendo estacionar ou mesmo regredir sem nenhum tratamento.

Fonte: http://assinantes.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5609/tireoidites.htm