Tomazzini Cr

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42 www.bikemagazine.pt www.bikemagazine.pt 43 Chegou-nos uma novidade no panorama dos quadros em carbono que te dá as melhores performances por um preço já suportável por muitos. Ultra leve e com todos os pontos fortes deste material negro ao melhor nível, este quadro vem dificultar a vida à concorrência. Texto: Gonçalo Ramalho | Fotos: João Carlos Oliveira | Rider: Gonçalo Ramalho MAIS por menos ko ok Rigidez na zona da pedaleira Peso do quadro Preço Pneus demasiado específicos Tomazzini C. Racing | Tomazzini Carbon Racing to que esta Tomazzini oferece é ao mesmo tempo super-activo e confortável. O primeiro vem da leveza e do nervosismo mencio- nado, o inesperado conforto vem sobretudo da traseira pela enor- me flexão conseguida pelo Selle SMP Composit com os carris a flectirem em grande e pelo longo espigão em carbono. Da dian- teira já contávamos com eleva- do conforto por parte da Magura e é bom que assim seja porque aqui não tínhamos tubeless pa- ra rolar com pouca pressão. O próprio quadro, por ser em car- bono, consegue filtrar as peque- nas vibrações. Depois, como a direcção não é demasiado ner- vosa, consegues “brincar” com ela mais do que possa parecer à primeira vista, o sloping acentua- do aumenta a confiança. Podes mesmo transformá-la numa bike de passeio luxuosa se passares os espaçadores todos para baixo e montares um guiador elevado. Mas acaba por ser um desperdí- cio não aproveitar ao máximo o potencial desta Tomazzini em XC cronometrado. A verdade é que foi concebida para quem procura a velocidade máxima em XC mas com mais conforto. SELLE SMP COMPOSIT Este é um daqueles selins cujo aspecto engana. Quando olhas para ele começas a imaginar qual é a zona que se vai tornar mais desconfortável ao fim de pouco tempo lá sentado. A sur- presa começa logo que te sentas nele e te parece que foi moldado à tua medida, a estrutura on- dulada encaixou na perfeição. Neste selim italiano não sentes pressão a nível do perineo, atrás tens uma plataforma de apoio Um quadro em alumínio ou es- cândio com um peso semelhante a este Tomazzini pode deixar a tua conta bancária em melhores condições, mesmo um quadro de suspensão total para XC de gama média-alta pode custar o mesmo que este. O que é que te pode levar a comprar esta Toma- zzini Carbon Racing? Este não é o tipo de quadro que melhor re- presenta uma escolha racional se és daqueles que se apoiam em números – peso e preço – para decidir que bike ou que quadro queres. Este quadro foi concebi- do para quem se contenta com o melhor e, de certa maneira, sem se preocupar com as “decisões lógicas” que levam a uma ou ou- tra escolha. CARBONO “ESCULPIDO” De entre os vários quadros que já testámos neste material, este está entre os mais elaborados a nível das formas exteriores e das variações de secção dos tubos. O seu esqueleto utiliza fibras de alto módulo 3K que dão origem a um monocoque bastante com- pacto. Todas as secções foram esculpidas de maneira a atingir a melhor combinação entre robus- tez, rigidez lateral e absorção das pequenas vibrações. Particular destaque para a ligação entre as escoras e o pedaleiro, com uma pequena plataforma anti-flexão. Estas escoras têm ainda uma secção quadrada e, tal como as escoras superiores, são ondula- das. A única secção deste quadro onde encontras alumínio é nas ponteiras, que não estão disfar- çadas nem cobertas com uma malha de carbono. São maquina- das e fixam-se ao quadro por dois parafusos sextavados. O conjun- to assegura uma rigidez torsional nesta extremidade suficiente para não sentires qualquer flexão - a não ser das rodas. O peso final fica-se pelas 1070 gramas no tamanho 17’’, o que representa só por si um autêntico convite aos fanáticos do peso. EQUIPAMENTO “DE LUXE” Este quadro Tomazzini é vendido em separado ou com diferentes montagens propostas pelo im- portador com o mesmo nome. A montagem acaba por ser bastan- te influenciada pelas marcas im- portadas e comercializadas pela Tomazzini. A nossa bike de teste era a versão mais luxuosa, com uma transmissão XTR, rodas DT Swiss XR 1540, travões Magu- ra Marta, pneus-preservativo- que-furaram-umas-seis-vezes, os Kenda Blue Groove, um selim Selle SMP Composit mais con- fortável do que aparenta e com- ponentes periféricos em carbono da PZ. Uma Magura MD 100R foi a excelente escolha para assegu- rar 100 mm de curso progressivo e sensível desde o primeiro mi- límetro. Nada impede esta bike de rolar com a maior confiança e elegância. Existem outras op- ções, igualmente apetecíveis, co- mo a versão que monta transmis- são XT, vendida por 2.299 euros, e a versão LX por 1.899 euros. O quadro em separado custa uns simpáticos 900 euros. SENSAÇÃO CANGURU Este peso do quadro – e da bike – dá-nos uma boa previsão do que vamos sentir de seguida. É o tipo de máquina que podia vir catalogada como: “exclusivamen- te para competição”. O conceito do quadro puxa para esse lado, a geometria e o peso também, mas tudo vai depender do tipo de montagem. Se lhe optares por um guiador elevado e rodas ro- bustas podes dar-lhe uma utili- zação tão descontraída como te dá uma bike de passeio de fim- de-semana. O peso de 9,37 kg (com pedais) faz com que seja francamente nervosa, o que re- quer alguma habituação nas des- cidas saltitantes, mas a sensação “canguru”, quando sobes trilhos técnicos rochosos, ou a ligeireza com que fazes as longas subi- das inclinadas, são das melhores sensações que podes sentir num circuito de XC. Com isto, o tipo de andamen- com a largura certa e a extremidade dianteira a apontar para baixo facilita as entradas e saídas. Nas subidas em que te chegas para a frente podes- te apoiar bem na ponta com menos pressão do que nos outros selins. Ao longo de todo o selim - imagem de marca - tem uma abertura (orifício) central que deixa manter a circulação vascular genito-perinal. Apesar desta abertura mais longa do que é cos- tume também reduzir o peso, não é neste capitulo que o SMP se destaca. Nas descidas, a traseira pouco larga facilita também as entradas e saídas. Os longos carris, além de te deixarem uma longa margem para o posicio- nares, ainda amortecem conside- ravelmente. Por fim, a qualidade de construção e dos materiais mostrou estar ao nível dos outros pontos, com o revestimento de pele e as costuras imaculadas no fim do teste.

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Teste bicicleta Tomazzini Cr

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Chegou-nos uma novidade no panorama dos quadros em carbono que te dá as melhores performances por um preço já suportável por muitos. Ultra leve e com todos os pontos fortes deste material negro ao melhor nível, este quadro vem dificultar a vida à concorrência.Texto: Gonçalo Ramalho | Fotos: João Carlos Oliveira | Rider: Gonçalo Ramalho

Mais por menos

kook

Rigidez na zona da pedaleira Peso do quadroPreço

Pneus demasiado específicos

Tomazzini C. Racing

| Tomazzini Carbon Racing

to que esta Tomazzini oferece é ao mesmo tempo super-activo e confortável. O primeiro vem da leveza e do nervosismo mencio-nado, o inesperado conforto vem sobretudo da traseira pela enor-me flexão conseguida pelo Selle SMP Composit com os carris a flectirem em grande e pelo longo espigão em carbono. Da dian-teira já contávamos com eleva-do conforto por parte da Magura e é bom que assim seja porque aqui não tínhamos tubeless pa-ra rolar com pouca pressão. O próprio quadro, por ser em car-bono, consegue filtrar as peque-

nas vibrações. Depois, como a direcção não é demasiado ner-vosa, consegues “brincar” com ela mais do que possa parecer à primeira vista, o sloping acentua-do aumenta a confiança. Podes mesmo transformá-la numa bike de passeio luxuosa se passares os espaçadores todos para baixo e montares um guiador elevado. Mas acaba por ser um desperdí-cio não aproveitar ao máximo o potencial desta Tomazzini em XC cronometrado. A verdade é que foi concebida para quem procura a velocidade máxima em XC mas com mais conforto.

selle sMP CoMPosiTEste é um daqueles selins cujo aspecto engana. Quando olhas para ele começas a imaginar qual é a zona que se vai tornar mais desconfortável ao fim de pouco tempo lá sentado. A sur-presa começa logo que te sentas nele e te parece que foi moldado à tua medida, a estrutura on-dulada encaixou na perfeição. Neste selim italiano não sentes pressão a nível do perineo, atrás tens uma plataforma de apoio

Um quadro em alumínio ou es-cândio com um peso semelhante a este Tomazzini pode deixar a tua conta bancária em melhores condições, mesmo um quadro de suspensão total para XC de gama média-alta pode custar o mesmo que este. O que é que te pode levar a comprar esta Toma-zzini Carbon Racing? Este não é o tipo de quadro que melhor re-presenta uma escolha racional se és daqueles que se apoiam em números – peso e preço – para decidir que bike ou que quadro queres. Este quadro foi concebi-do para quem se contenta com o melhor e, de certa maneira, sem se preocupar com as “decisões lógicas” que levam a uma ou ou-tra escolha.

Carbono “esCulpido”De entre os vários quadros que já testámos neste material, este está entre os mais elaborados a nível das formas exteriores e das variações de secção dos tubos. O seu esqueleto utiliza fibras de alto módulo 3K que dão origem a um monocoque bastante com-pacto. Todas as secções foram esculpidas de maneira a atingir a

melhor combinação entre robus-tez, rigidez lateral e absorção das pequenas vibrações. Particular destaque para a ligação entre as escoras e o pedaleiro, com uma pequena plataforma anti-flexão. Estas escoras têm ainda uma secção quadrada e, tal como as escoras superiores, são ondula-das. A única secção deste quadro onde encontras alumínio é nas ponteiras, que não estão disfar-çadas nem cobertas com uma malha de carbono. São maquina-das e fixam-se ao quadro por dois parafusos sextavados. O conjun-to assegura uma rigidez torsional nesta extremidade suficiente para não sentires qualquer flexão - a não ser das rodas. O peso final fica-se pelas 1070 gramas no tamanho 17’’, o que representa só por si um autêntico convite aos fanáticos do peso.

equipamento “de luxe”Este quadro Tomazzini é vendido em separado ou com diferentes montagens propostas pelo im-portador com o mesmo nome. A montagem acaba por ser bastan-te influenciada pelas marcas im-portadas e comercializadas pela

Tomazzini. A nossa bike de teste era a versão mais luxuosa, com uma transmissão XTR, rodas DT Swiss XR 1540, travões Magu-ra Marta, pneus-preservativo-que-furaram-umas-seis-vezes, os Kenda Blue Groove, um selim Selle SMP Composit mais con-fortável do que aparenta e com-ponentes periféricos em carbono da PZ. Uma Magura MD 100R foi a excelente escolha para assegu-rar 100 mm de curso progressivo e sensível desde o primeiro mi-límetro. Nada impede esta bike de rolar com a maior confiança e elegância. Existem outras op-ções, igualmente apetecíveis, co-mo a versão que monta transmis-são XT, vendida por 2.299 euros, e a versão LX por 1.899 euros. O quadro em separado custa uns simpáticos 900 euros.

sensação CanguruEste peso do quadro – e da bike – dá-nos uma boa previsão do que vamos sentir de seguida. É o tipo de máquina que podia vir catalogada como: “exclusivamen-te para competição”. O conceito do quadro puxa para esse lado, a geometria e o peso também, mas tudo vai depender do tipo

de montagem. Se lhe optares por um guiador elevado e rodas ro-bustas podes dar-lhe uma utili-zação tão descontraída como te dá uma bike de passeio de fim-de-semana. O peso de 9,37 kg (com pedais) faz com que seja francamente nervosa, o que re-quer alguma habituação nas des-cidas saltitantes, mas a sensação “canguru”, quando sobes trilhos técnicos rochosos, ou a ligeireza com que fazes as longas subi-das inclinadas, são das melhores sensações que podes sentir num circuito de XC. Com isto, o tipo de andamen-

com a largura certa e a extremidade dianteira a apontar para baixo facilita as entradas e saídas. Nas subidas em que te chegas para a frente podes-te apoiar bem na ponta com menos pressão do que nos outros selins. Ao longo de todo o selim - imagem de marca - tem uma abertura (orifício) central que deixa manter a circulação vascular genito-perinal. Apesar desta abertura mais longa do que é cos-tume também reduzir o peso, não é neste capitulo que o SMP se destaca. Nas descidas, a traseira pouco larga facilita também as entradas e saídas. Os longos carris, além de te deixarem uma longa margem para o posicio-nares, ainda amortecem conside-ravelmente. Por fim, a qualidade de construção e dos materiais mostrou estar ao nível dos outros pontos, com o revestimento de pele e as costuras imaculadas no fim do teste.

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a nossa oPinião_Um quadro confortável que filtra bem as vibrações e consegue uma rigidez lateral elevada na zona da pedaleira

MelhoRaMenTos_Uns pneus com uma carcaça mais robusta.

pesosuspensãoamortecedortravõestransmissãopreço

ToMazzinenCaRbon RaCing9,37 kg Magura MD 100RMagura MartaShimano XTR3.299 €

BiANChi OETZi CARBON

n.d - - -1.490 € (quadro)

LAPiERRE PRO RACE 9009,4 kg*Fox 32 FRLC -Formula puro white 160 mmShimano XTR5.016 €

MERiDA CARBON FLX 5000Dn.dFox F80 RLC -shimano XTR Disc 180/160 mmShimano XTR5.250 €

A Magurarevelou-se uma

excelenteescolha para esta bike. As

rodas são muito leves mas os pneus pouco resistentes a

furos.Pormenor muito

interessante da ponteira em

alumínio, fixa por parafusos

| Tomazzini Carbon Racing

* dados do fabricante

Quadro Carbono monocoque

Suspensão F Magura MD 100 R

Amortecedor Trás -

Direcção FSA SB Integradat

Manípulos mudanças Shimano R770

Manetes travão Magura Marta

Mudanças F/T Shimano XTR

Travões F/T Magura Marta

Pedais Exustar

Eixo pedaleiro Shimano XTR

Alavancas pedais Shimano XTR

Cremalheiras Shimano XTR 22/32/44

Carretos Shimano XTR 11-32

Corrente KMC X-10

Avanço PZ CR 2.2

Guiador PZ A1 XB

Selim Selle SMP Composit

Espigão selim PZ CR 2.1

Cubos F/T DT Swiss XR

Aros F/T DT Swiss XR 1540

Pneus F/T Kenda Blue Groove

(26x2.0)

Tamanhos S, M, L e XL

Peso aproximado 9,37 kg (M c/ pedais)

Preço aproximado 3.299,00 euros

Importador Tomazzini

(244 553 015)

PontuaçãoQuadro (5); Suspensão F (5);Suspensão T (-); Mudanças (5); Travões (5)

Rodas (4,5); Conforto (5); Comportamento (5); Relação Qualidade/Preço (5)

Global (5)FiC

ha

Cn

iCa