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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE TECNOLOGIA NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ENGª DE PRODUÇÃO Leôncio Araújo Oliveira HISTÓRIA DE SUCESSO EMPRESARIAL: O caso Toyota Motor Corporation Ltd.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA

NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ENGª DE PRODUÇÃO

Leôncio Araújo Oliveira

HISTÓRIA DE SUCESSO EMPRESARIAL:

O caso Toyota Motor Corporation Ltd.

Manaus

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA

NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ENGª DE PRODUÇÃO

Leôncio Araújo Oliveira

HISTÓRIA DE SUCESSO EMPRESARIAL:

O caso Toyota Motor Corporation Ltd.

Projeto de pesquisa de Planejamento Estratégico apresentado à Faculdade de Tecnologia para fins de avaliação no processo seletivo para realização de Mestrado e cadastramento no Núcleo de Pesquisa e Extensão em Engenharia de Produção – NUPEP.

Manaus

2012

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................................5

3 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA..................................................................................................11

4 ANÁLISE CRÍTICA.........................................................................................................................12

4.1 APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO..............................................................................12

4.2 O PLANO ESTRATÉGICO DA ORGANIZAÇÃO...............................................................14

4.2.1 Os Princípios de Gestão.................................................................................................15

4.2.2 Recursos, Missão e os Objetivos Organizacionais.....................................................17

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.......................................................17

5 CONCLUSÃO.................................................................................................................................18

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................19

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre a importância do

planejamento estratégico de uma empresa. O site IEF (Instituto de Estudos

Financeiros) aponta que, apesar do interesse empresarial, a estatística não é tão

otimista, pois aproximadamente 50% das pequenas empresas fecham suas portas

em até dois anos após sua fundação devido a diversos motivos: carga tributária,

economia, planejamento, qualidade de produtos e serviços e etc. Porem, a principal

justificativa é justamente a falta de planejamento. Quando se trata das grandes

empresas, elas definem objetivos e metas alicerçadas em um planejamento

estratégico de longo prazo, como é o caso da Toyota Motor Corporation que levou

50 anos para chegar a um patamar de excelência mundial, justificando a preferência

de vários autores pela sua história de sucesso quando o assunto é planejamento

estratégico.

A pesquisa foi realizada com as bibliografias disponíveis nas esferas físicas e

eletrônicas, onde será apresentada toda a estratégia utilizada pela empresa o que

será confrontada com o referencial teórico para esclarecimentos dos mecanismos de

planejamento utilizados por ela. A parte textual do trabalho está dividida em

introdução, referencial teórico, metodologia, análise crítica – onde será apresentado

os resultados da análise - e conclusão.

 

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O erro no planejamento, conforme elucidou Poter (2007), não ocorre por fatores

externos, como mudanças nas necessidades dos clientes ou pela entrada de um

novo concorrente no setor; a maioria desses deslizes é causada por interpretação

incorreta que, em outras palavras, significa que o erro vem de dentro da própria

organização. O primeiro equívoco cometido pelos gerentes é tentar competir nas

mesmas condições que os concorrentes.

A visão integrada de toda complexidade do comportamento de uma organização

somente pode ser obtida por meio de noção estratégica. Apesar de seu conceito

amplo, vamos tomar como base uma das abordagens que mais se familiariza com o

objeto da pesquisa: “Estratégia é o processo pelo qual a organização tenta ajustar

de maneira eficaz o uso que faz de seus recursos e demandas, restrições e

oportunidades impostas pelo ambiente”. Chiavenato (2005).

A globalização nos deixa diante de uma realidade onde o tempo e o espaço são

dimensões que vivem em constantes mutações no ambiente. Quando isso ocorre, as

leis que temos em uso já não servem mais e a organização que não perceber isto

vai perder competitividade, pois as leis foram revogadas pela nova realidade. As

novas formas organizacionais estão surgindo em resposta às mudanças e às novas

necessidades estratégicas.

Para Lobato et al (2006), O aprendizado dessa Gestão Estratégica Competitiva,

deve dar-se de forma sistêmica, através do auto desenvolvimento e de um

comportamento proativo que estimule o pensamento estratégico, a fim de que se

possa compreender a ação integrada da gestão. A concretização dos objetivos

desejados será mais provável se a organização incentivar a postura empreendedora

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de todos os seus colaboradores, promovendo assim um processo com foco

participativo na elaboração e implementação da gestão.

Para Lobato et al (2006) as diretrizes estratégicas são definidas pela visão, missão e

valores da organização. Essa etapa é essencial na implementação da gestão

estratégica competitiva, pois permite ao estrategista detectar os sinais de mudança,

identificar as oportunidades, planejar de forma sintonizada com o negócio e criar

condições para as ações proativas. Uma organização pode ser descrita em termos

de suas diretrizes estratégicas, que a levam a assumir determinados

comportamentos que dão base para a formulação de suas estratégias.

Segundo os autores, pode-se conceber a visão como um cenário ou uma intuição,

um sonho, ou uma vidência. Estando a mesma acima dos objetivos da empresa,

deve ser uma imagem projetada para o futuro e compartilhada e apoiada por todos

os colaboradores da empresa. Ao definir a sua visão, a organização deve fazer as

seguintes reflexões:

Como queremos ser reconhecidos no futuro?

Que desafio se apresenta aos nossos colaboradores?

O que queremos ouvir dos nossos stakeholders?

Onde estaremos atuando com os nossos clientes?

Quais as principais oportunidades que podem surgir?

A missão é a razão de ser da organização, a função que ela desempenha no

mercado para tornar-se útil e justificar seus lucros perante os acionistas e a

sociedade em que atua. Tal como no caso da visão, existe uma ampla variedade de

abordagens para se definir a missão. Alguns preferem explicar detalhadamente

como alcançar o sucesso e como medi-Io; outros sintetizam a missão numa única

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frase. Contudo, existem alguns pontos comuns sobre os quais a organização deve

refletir ao estabelecer sua missão:

Qual o negócio da organização?

Quem é o seu cliente?

Onde ela tem sua base de atuação?

Qual a sua vantagem competitiva?

Qual a sua contribuição social?

Na concepção da organização como um sistema aberto, as organizações são

concebidas como parte de um universo ou ambiente maior, já que qualquer coisa

que acontece no ambiente maior pode afetar a organização e vice-versa. O

ambiente externo é constituído por todos os elementos situados “fora” da

organização, em outras palavras, por todas as varáveis que de maneira direta ou

indireta impactam no funcionamento das organizações. As organizações operam

dentro de um contexto, do qual dependem para sobreviver, manter-se, crescer e

desenvolver-se. É do ambiente que as organizações obtêm recursos e informações

necessários ao seu funcionamento e, é no ambiente que colocam o resultado de

suas operações. À medida que ocorrem mudanças no ambiente, as operações das

organizações são influenciadas por essas mudanças.

Para a maioria dos autores já citados, o ambiente externo divide-se em dois níveis

(ANDRADE e ANBONI, 2007), sendo que o primeiro é constituído pelos elementos

que atuam de forma indireta na organização, denominado de ambiente indireto ou,

ainda, ambiente geral, macroambiente e ambiente maior. O segundo é formado

pelos elementos que atuam de forma direta e é chamado de ambiente direto,

operacional ou específico. O ambiente geral normalmente é definido como o

ambiente em que se encontram as variáveis tecnológicas, legais, políticas,

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econômicas, demográficas, ecológicas e socioculturais, conforme descrito no quadro

adiante.

O conceito de ambiente operacional que está relacionado com as partes do meio

ambiente que são 'relevantes ou potencialmente relevantes para estabelecer e

atingir um objetivo’, compõe-se de quatro setores principais: clientes (distribuidores e

usuários); fornecedores (de materiais, mão-de-obra, capital, equipamento e espaço

de trabalho); concorrentes (de mercado e recursos); grupos reguladores (órgãos do

governo, sindicatos e associações de empresas); e stakeholders.

Conhecer, avaliar e acompanhar o ambiente direto e indireto, assim como as

tendências, é função estratégica dos gestores de quaisquer empresas. Por meio

dessas estratégias eles podem identificar as oportunidades ou as ameaças para

suas organizações, e, a partir dessa identificação, implementar ações para minimizar

os impactos, principalmente das ameaças. Assim, as ameaças são os fatores

externos à organização que a empresa não tem controle e que pode restringir e/ou

prejudicar a atuação da mesma enquanto que, as oportunidades dizem respeito aos

fatores externos à organização que pode favorecer a mesma. Então, as ameaças

representam uma condição desfavorável para a empresa. Por exemplo, uma medida

econômica definida pelo governo federal pode ser uma ameaça para o

desenvolvimento da empresa. Assim como o desenvolvimento tecnológico pode

representar uma oportunidade para a organização aperfeiçoar seus meios para

colocar produtos no mercado com mais qualidade e valor agregado.

Uma das ferramentas utilizadas para realizar a analise setorial do ambiente onde a

organização está inserida é o modelo de indústria proposto por Porter (1980),

conhecido como modelo de cinco forças competitivas. Na visão de Porter, a

capacidade de uma organização competir num dado mercado é determinada pelos

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seus recursos técnicos e econômicos, bem como por cinco “forças” ambientais,

sendo que cada uma delas ameaça a entrada da organização em um novo mercado.

Para Porter, o administrador deve analisar essas forças e propor um programa para

influenciá-las, ou para se defender delas.

As cinco forças ambientais de Porter são:

1. Rivalidade entre os concorrentes. Auxilia na determinação do valor criado por

uma indústria em função da concorrência. A rivalidade ocorre porque um ou mais

concorrentes sentem-se pressionados ou percebem a oportunidade de melhorar sua

posição, existindo então uma acirrada disputa por posição dentro da indústria.

2. Ameaça de novos entrantes. A rentabilidade média da indústria é influenciada

pelos concorrentes existentes e pelos concorrentes em potencial. O conceito-chave

na análise da ameaça dos novos entrantes é o de barreiras à entrada, as quais

atuam no sentido de prevenir um fluxo de firmas para a indústria sempre que os

lucros, ajustados pelo custo de capital, aumentam bem acima de zero. As ameaças

de retaliação dos concorrentes já estabelecidos também podem deter os novos

entrantes.

3. Ameaça dos produtos substitutos. A existência de substitutos que

desempenham as mesmas funções que os produtos ou serviços analisados é uma

condição básica que limita o montante de valor que uma indústria pode criar. A

análise da ameaça de substituição de produtos pelo lado da demanda deve focalizar

as funções desempenhadas pelos clientes, e não apenas a similaridade física dos

produtos. A possibilidade de substituição dos produtos dos fornecedores afeta a

propensão destes para prestar os serviços requeridos, assim como a possibilidade

de substituição pelo lado da demanda afeta a propensão dos compradores para

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pagar preços mais altos pelos produtos requeridos. Os produtos substitutos

possuem, pelo menos, uma das seguintes características: a) o comprador, após

adquirir um produto, deixa de consumir outros até o fim do prazo normal de

reposição do produto; e b) os produtos se revezam na preferência do consumidor ao

final do prazo de reposição.

Em todos os três casos mencionados, a pressão dos produtos substitutos intensifica

a concorrência de maneira global, pois afeta o poder de barganha dos clientes e

fornecedores e acirra a própria rivalidade entre as empresas.

4. Poder de barganha dos clientes / compradores. Trata-se da força demonstrada

pelos compradores ao negociar a compra de produtos ou serviços. Aqui se

denominam compradores todos aqueles que consomem produtos ou serviços

fornecidos por uma determinada indústria. O poder de barganha dos compradores é

um dos principais fatores que determinam quem irá apropriar-se do valor criado na

indústria. Tal poder permite aos consumidores diminuir as margens da indústria

pressionando os competidores a reduzir preços ou aumentar a oferta, sem custos

adicionais para os primeiros.

5. Poder de barganha do fornecedor. Trata-se da força demonstrada pelos

fornecedores ao negociar com os compradores, ameaçando elevar preços ou reduzir

a qualidade de seus serviços. Fornecedores poderosos podem reter a maior parte

da rentabilidade de uma indústria quando os compradores são incapazes de

repassar aumentos de preços aos consumidores finais.

A análise do ambiente interno relaciona-se ao diagnóstico da empresa no que se

refere às suas forças e fraquezas, suas competências e sua capacidade de obter

sucesso no negócio em que se propõe a atuar. Fazer o diagnóstico do ambiente

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interno é responder, fundamentalmente, às seguintes perguntas (LOBATO et al,

2006):

De que recursos dispõe a organização para cumprir a sua missão e atingir os

seus objetivos?

Que capacidades e competências a organização precisa desenvolver?

Que características internas da organização, principalmente do ponto de vista

estratégico, podem ser identificadas como força ou fraquezas no que se

refere ao cumprimento da missão?

Quais as principais causas das forças e fraquezas da organização?

Como está o desempenho interno em relação ao desempenho da

concorrência?

Os pontos fortes são as vantagens estruturais que a empresa controla que a

favorece perante as oportunidades e ameaças do ambiente. Por outro lado, os

pontos fracos são as desvantagens estruturais ou fragilidades que a desfavorece

perante as oportunidades e ameaças do ambiente.

3 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA

Para a classificação da pesquisa, toma-se como base no descrito por Vergara (2003,

p.46-49), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos

meios:

- Quanto aos fins, o trabalho terá como base uma pesquisa descritiva por expor

características de um determinado fenômeno, que é o caso das razões de sucesso

do empreendimento estudado.

- Quanto aos meios, a pesquisa será bibliográfica, porque para a fundamentação

teórico-metodológica do trabalho será realizada investigação sobre os seguintes

assuntos: Administração Estratégica, conceitos de Estratégia competitiva. A

estratégia inovadora para a competitividade organizacional. Fundamentos da

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administração estratégica: Análise de concorrência; Estratégia competitiva para

compradores e fornecedores; Estratégia competitiva na Indústria Global sob o

enfoque da Concorrência; Vantagem competitiva. A investigação será, também,

documental, porque se valerá de livros apoiados em pesquisa documental da

organização estudada.

4 ANÁLISE CRÍTICA

4.1 APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A Toyota Motor Corporation (TMC) está entre as dez maiores empresas da listagem

da Fortune Global 500¹, e posiciona-se entre as mais importantes corporações

mundiais globais. A Toyota é, neste momento, o terceiro maior fabricante de

automóveis mundial, com vendas anuais superiores a seis milhões de veículos² nos

cinco continentes. A Toyota tem todo o orgulho em ser um dos fabricantes de

veículos mais admirados de sempre³ , uma proeza que a empresa acredita resultar

da sua imensa dedicação em satisfazer o cliente. Tal como muitas empresas que

deixaram a sua marca bem vincada na história da Humanidade, a Toyota tem-se

definido por um conjunto único de valores e de princípios que têm as suas raízes

nos seus anos de formação no Japão.

A história da Toyota começa em finais do século 19, quando o fundador da

corporação Toyota, Sakichi Toyoda, filho de um humilde carpinteiro, nasceu em

1867 quando o Japão recém iniciava seu processo de modernização. Em sua

juventude Sakichi utilizava seus conhecimentos de carpintaria para modernizar o

antigo tear manual com que sua mãe trabalhava. Em 1891, Sakichi patenteou seu

primeiro tear automático e se mudou para Tóquio para começar um novo negócio de

teares.

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De volta a sua terra natal, concentra seus esforços na invenção de novos e

melhores teares. Assim, em 1896, desenvolve um tear automático que tinha

capacidade de parar imediatamente quando ocorria uma falha. O êxito dessa

invenção foi logo reconhecido pela companhia exportadora Mitsui, que assinou um

contrato para comercializar os teares de Toyoda.

As máquinas desenhadas por Toyoda custavam um décimo dos teares fabricados

na Alemanha e um quarto dos teares franceses.

Em 1894, o Japão se viu envolvido em uma guerra com a China. A recessão

golpeou duramente a indústria de teares e Sakichi se dedicou novamente ao

aperfeiçoamento de suas máquinas. Entretanto, em 1904, a guerra entre Rússia e

Japão reverteu por completo essa situação. A demanda de algodão cresceu e, com

ela, a demanda de teares Toyoda.

Em 1907, Sakichi funda a empresa Toyoda Loom Works com um capital de 1 milhão

de ienes. Três anos mais tarde, Sakichi viaja aos Estados Unidos e se interessa pela

complexidade de um novo produto, o automóvel.

De volta ao Japão, Sakichi funda a Toyoda Spinning and Weaving Co. Ltd.

plantando as bases da corporação Toyota. Em 1929, Toyoda vende os direitos de

suas patentes (de teares) à empresa britânica Platt Brothers e encarrega a seu filho

Kiichiro os investimentos na indústria automobilística. Sakichi morre um ano depois e

Kiichiro inicia seu trabalho no desenvolvimento de motores de combustão à gasolina.

Dois anos depois, funda a Divisão Automobilística da Toyota Automatic Loom

Works. Finalmente, em 1937, Kiichiro consegue produzir o primeiro protótipo de

automóvel e estabelece as bases para fundar a Toyota Motor Company Ltd.

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No Brasil, a empresa completou 50 anos no dia 23 de janeiro de 2008. Meio século

de história no país fez da Toyota uma empresa sólida, garantindo uma firme

estrutura para possibilitar crescimento ainda maior no futuro. Uma história de

sucesso, aliada ao forte compromisso com os princípios da empresa, resultou em

prêmios como o de “Empresa Mais Admirada do Brasil” no setor automobilístico pelo

quarto ano consecutivo, concedido pela revista Carta Capital.

A Toyota abriu o ano de 2008 com o slogan “Ampliando Horizontes”, e em março

anunciou o lançamento da 10ª geração do Corolla, que veio para repetir o sucesso

da geração anterior, dando continuidade à trajetória de conquistas da montadora no

Brasil. É assim que a Toyota está determinada a crescer - com a mesma paixão e

entusiasmo de quem um dia sonhou e montou no Brasil sua primeira fábrica fora do

Japão. Para a Toyota, ampliar horizontes é imaginar e acreditar no futuro.

4.2 O PLANO ESTRATÉGICO DA ORGANIZAÇÃO

O planejamento estratégico da Toyota foi uma revolução silenciosa que durou em

torno de 50 anos para chegar a um patamar invejado por seus concorrentes. A

montadora viveu sua pior crise no período pós Segunda Guerra. Seu planejamento

estratégico nasceu de um simples pedido de Eiji Toyoda. presidente da empresa,

quando esta se encontrava à beira da falência. Pediu ao engenheiro Taiichi Ohno

que reinventasse o processo produtivo da montadora, após uma visita às instalações

da Ford, nos Estados Unidos. Ohno juntamente com Shigeo Shingo, resolveu o

problema passando um pente fino no processo, reduzindo desperdícios e eliminando

estoques altos, comum nas indústrias, em geral. Assim nascia o chamado Sistema

Toyota de Produção (STP). Durante cinco décadas, a Toyota dedicou-se a aprimorar

seu método utilizando ferramentas de gestão tipo: Just in time (JIT), Total Quality

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Control (TQC), Lean production, Kaban e PDCA. Este método alinhado com os 14

princípios de gestão tornou sua produção eficiente e enxuta.

Guerra ao desperdício, produção flexível e automatizada, grupos de trabalho

autogeridos, administração enxuta, produção enxuta para produzir na quantidade

certa, ciclo PDCA, alta qualidade e preço baixo. Estas idéias formam a base da

cultura da organização, diretamente englobadas com a filosofia do aprimoramento

contínuo, o Kaizen alicerçado pelos 5S.

4.2.1 Os 14 Princípios de Gestão da organização

Os 14 princípios de gestão da Toyota estão subdivididos em 4P’s.

Filosofia – A Toyota leva serio o pensar a longo prazo. O foco consiste em fornecer,

desde o mais alto nível da empresa, valor aos clientes e à sociedade.

Basear decisões administrativas em uma filosofia de longo prazo, mesmo em

detrimento de metas financeiras de curto prazo.

Processo – Fazer certo da primeira vez ou fazendo o processo certo os resultados

será certo. Orientada pelo processo. Aprendeu pela experiência quais processos

funcionam, iniciando com uma situação ideal de fluxo de peças unitárias.

Criar um fluxo de processo para trazer problemas à tona;

Utilizar sistemas de puxar na produção;

Nivelar carga de trabalho;

Parar quando houver problema de qualidade;

Padronizar tarefas;

Usar controle visual para os problemas não passarem despercebidos;

Usar somente tecnologia confiável.

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Pessoal e parceiros – Acrescentar valor à organização, desenvolvendo seu pessoal

e parceiros. Ferramentas criadas para desenvolvimento das pessoas, pois a

identificação de problemas requer soluções rápidas. Construir pessoas e não

automóveis.

Desenvolver líderes que vivenciem a filosofia;

Respeitar, desenvolver e desafiar a pessoa e as equipes;

Respeitar, desafiar e auxiliar os fornecedores.

Problemas – A solução contínua de problemas básicos impulsiona a aprendizagem

organizacional. Identificar a causa dos problemas e impedir que reincidam, com

análise séria, reflexão e comunicação das lições aprendidas. Padronização das

praticas conhecidas.

Aprendizagem organizacional continua através do Kaizen (melhoria contínua);

Ver por si mesmo para compreender a situação – Genbutsu (o local onde as

coisas acontecem);

Tomar decisões lentamente, através de consenso, considerando opções e

implementá-las com rapidez.

Cada colaborador da Toyota compromete-se profundamente com esta filosofia, em

parte, o sucesso do Sistema Toyota de Produção pode ser atribuído ao plano de

formação de seus colaboradores que tem a duração de cinco meses, onde 30 dias

são dedicados aos ensinamentos da cultura organizacional, dois meses para o

ensino da produção e os outros dois meses o ensino se estende a uma

concessionária para entenderem o que um consumidor espera (CORREA, 2007).

Dessa forma, os funcionários conseguem identificar desperdícios e eliminá-los, além

de identificar, corrigir e eliminar os defeitos na fabricação, tendo o poder de parar a

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linha de produção sempre que encontre um problema que não consigam resolver,

para buscarem o suporte necessário para solucioná-lo.

4.2.2 Visão de futuro, Missão e os Objetivos Organizacionais

Visão de futuro: “Firmar nossa posição na indústria automobilística mundial e em

contribuir para a sociedade de usuários de carros do amanhã. Nós tomamos

controle de nosso próprio destino perseguindo a inovação com visão a longo prazo

em todas as áreas operacionais – incluindo desenvolvimento, compras, produção, e

vendas – permitindo-nos liderar o crescimento na indústria”.

Missão: Promover a Sustentabilidade, por meio de ações de cunho ambiental e

educacional que beneficiem a sociedade brasileira e sua riqueza cultural,

reafirmando os valores e o compromisso da “Toyota do Brasil” com o

desenvolvimento social do Brasil.

Objetivos organizacionais: Contribuir com a sociedade; Alcançar objetivos e metas

de meio ambiente, segurança e saúde; Respeito pelos idiomas e leis de todos os

países do mundo, com atividades transparentes e justas que demonstram suas

ações de bom cidadão do mundo.

Com este planejamento estratégico, a Toyota assumiu, em abril de 2007, o posto de

maior fabricante de carros do planeta, desbancando os 73 anos de liderança da

americana General Motors. A vitória de um novo sistema competitivo sobre outro

envelhecido.

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

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Tudo é praticamente perfeito. A fórmula do sucesso apoiada em busca pela

qualidade, longo relacionamento com empregados e fornecedores, eliminação do

desperdício, produção flexível e automatizada, administração e produção enxuta,

para produzir na quantidade certa com preço baixo e crescimento meticulosamente

calculado nos leva a pensar: “Isto é resultado de planejamento”.

Que mecanismos de planejamento estratégico foram utilizados pela Toyota?

4.3.1 A visão de futuro do criador

Vamos começar pela visão estratégica que teve Sakichi Toyoda quando ao

encontrar um novo produto (automóvel), viu a possibilidade de ser muito mais

rentável que a fabricação de teares. Essa visão de futuro fez nascer o império que

hoje é a Toyota. No caso do seu sobrinho e presidente da empresa Eiji Toyoda,

através de um Benchmarking nas instalações da fábrica FORD, solicitou

imediatamente aprimoramentos em seu processo, visto que, naquele momento, a

FORD possuía muito mais Know-how que a Toyota. Se a intenção da Toyota era

entrar no mercado americano, precisava pelo menos ser muito mais competitiva do

que seu futuro concorrente. Percebe-se uma pequena menção de uma das cinco

forças criada por Porter (1980), que é a “rivalidade entre os concorrentes” e a

aplicação do Diagnóstico Estratégico Externo (DEE).

4.3.2 Analisando o Sistema Toyota de Produção

Na criação do Sistema Toyota de Produção, o que se observou foi uma aplicação do

diagnóstico estratégico interno (DEI), onde o ambiente foi analisado conforme a

matriz SWOT (análise de forças e fraquezas), onde foi identificado o quanto inferior

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era o Sistema de Produção com relação ao que chamamos de “futuras ameaças”

que eram os concorrentes em potenciais.

Durante o desenvolvimento e implementação do STP, nota-se a aplicação de

ferramentas do TQC, como é o caso do PDCA, utilizado no planejamento

estratégico. O PDCA necessita de outras ferramentas para que possa garantir sua

efetividade: Indicadores de desempenho e planos de ação (5W2H). Sem a medição

de desempenho, não há gerenciamento organizacional.

4.3.3 Analisando os Princípios da Toyota

Quanto aos princípios propostos pela Toyota, os 4P (Filosofia, Processo,

Pessoal/Parceiros e Problemas) também empregam ferramentas essenciais do

planejamento estratégico:

Filosofia – A Toyota leva a serio o pensar em longo prazo. O foco consiste em

fornecer, desde o mais alto nível da empresa, valor aos clientes e à sociedade.

Fica claro neste item o respeito ao cliente e a sociedade por meio de um

planejamento bem estruturado e com visão de futuro.

Processo – Fazer certo da primeira vez ou fazendo o processo certo os resultados

será certo. Orientada pelo processo. Aprendeu pela experiência quais processos

funcionam, iniciando com uma situação ideal de fluxo de peças unitárias.

O que se observa no texto não é a preocupação da organização com a qualidade e

produtividade, mas a preparação e competência de seu pessoal.

Pessoal e parceiros – Acrescentar valor à organização, desenvolvendo seu pessoal

e parceiros. Ferramentas criadas para desenvolvimento das pessoas, pois a

identificação de problemas requer soluções rápidas.

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Reforçando o que foi dito no comentário anterior, a organização estende esta

preocupação aos parceiros que participam mesmo que indiretamente do resultado.

Problemas – A solução contínua de problemas básicos impulsiona a aprendizagem

organizacional. Identificar a causa dos problemas e impedir que reincidam, com

análise séria, reflexão e comunicação das lições aprendidas. Padronização das

praticas conhecidas.

Fica clara a busca pela melhoria contínua através de ferramentas do TQC e o

PDCA.

5 CONCLUSÃO

Podemos perceber a importância do planejamento estratégico para a organização. O

planejamento se bem aplicado pode servir como uma grande ferramenta para o

gestor empresarial, tornando a empresa mais competitiva.

A Toyota tem esta postura competitiva, pois se diferencia dos concorrentes e é esta

diferenciação na imagem e reputação que chama atenção dos clientes leva respeito

aos concorrentes e fez dela uma das melhores fabricantes de automóveis do mundo

e se manteve em primeiro lugar por três anos consecutivos.

A Toyota soube exatamente escolher a área para atuar, conhecer-se

profundamente, conhecer seu potencial e investir numa estratégia competitiva

adequada para o seu sucesso.

A Toyota chega nesse posto pensando no futuro. O planejamento é a palavra chave

na companhia. O departamento de pesquisa e desenvolvimento já está avaliando

como serão os carros da montadora em 2030, e as pesquisas são para criar

automóveis que os clientes queiram (ou precisem) comprar. 

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REFERÊNCIAS

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IEF. Negócio próprio: o sucesso tem um preço. Disponível em <http://www.ief.com.br/artigo.htm>. Acesso em: 21 maio 2012.

LIKER, Jeffrey K. O Modelo Toyota: os 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo. Porto Alegre. Artmed, 2004.

LOBATO, D. M. ET AL. Estratégias de empresas. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 7ª Edição. Rio de Janeiro: Campus, 1986.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. ed. 4. São Paulo, Atlas, 2003.