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TPG folitécnico 1 dalGuarda PoIyeehnic oF 3iiarda RELATÓRIO DE ESTÁGIO Licenciatura em Farmácia Relatório de Estágio Profissional Andrela Filipa Brazalizo Almeida Lopes julho 1 2017

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TPGfolitécnico

1 dalGuardaPoIyeehnicoF 3iiarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Relatório de Estágio Profissional

Andrela Filipa Brazalizo Almeida Lopes

julho 1 2017

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

ANDREIA FILIPA BRAZALIZO ALMEIDA LOPES

CURSO FARMÁCIA- 1º CICLO

Julho | 2017

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA 1º CICLO

4º ANO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

ANDREIA FILIPA BRAZALIZO ALMEIDA LOPES

ORIENTADOR: MÁRCIO RODRIGUES

SUPERVISORAS: DIRETORA TÉCNICA DA FARMÁCIA MODERNA Dra. ANA RAQUEL SÁ MORAIS

LOPES DE ANDRADE

TÉCNICA DE FARMÁCIA DO CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU CÁTIA OLIVEIRA

Julho | 2017

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a toda a equipa da farmácia Moderna, bem como a toda a

equipa do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, pela transmissão dos seus conhecimentos, bem

como a sua disponibilidade de esclarecer dúvidas.

Um especial agradecimento às minhas orientadoras Dra. Ana Raquel Lopes de

Andrade e técnica de farmácia Cátia Oliveira pela sua supervisão, disponibilidade e

compreensão no esclarecimento de dúvidas, bem como pela transmissão dos seus

conhecimentos.

Não poderia deixar de agradecer ao meu professor orientador Márcio Rodrigues por

toda a orientação e ajuda essencial para a realização do estágio profissional.

Um agradecimento a todos os docentes da ESS-IPG que tornaram possível a

realização deste estágio.

A todos o meu muito obrigado!

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PENSAMENTO

“Para o trabalho que gostamos, levantamo-nos cedo e fazemo-lo com alegria.”

William Shakespeare

“Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida.”

Confúcio

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RESUMO

O presente documento está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo diz respeito

ao estágio curricular realizado em farmácia comunitária, o segundo capítulo diz respeito ao

estágio realizado em farmácia hospitalar e o terceiro e último capítulo é referente ao projeto de

investigação.

O estágio em farmácia comunitária, realizado na Farmácia Moderna na cidade da

Guarda, decorreu no período de 3 de outubro de 2016 a 12 de janeiro de 2017, cumprindo um

mínimo de 420 horas, segundo o horário estipulado na farmácia.

O estágio em farmácia hospitalar decorreu no Centro Hospitalar Tondela-Viseu-

unidade de Viseu, entre 6 de março e 8 de junho de 2017, cumprindo também um mínimo de

420 horas, segundo o horário estipulado pelos serviços farmacêuticos.

O projeto de investigação apresenta como tema principal o uso de antiácidos e protetores

da mucosa gástrica pela população, assim como o papel do técnico de farmácia no

aconselhamento e informações prestadas sobre esses medicamentos.

Os antiácidos e protetores da mucosa gástrica estão disponíveis no mercado há muitos

anos. Apesar de atualmente existirem medicamentos ainda mais eficazes, muitas pessoas

compram antiácidos e protetores da mucosa gástrica não sujeitos a receita médica para alívio

de sintomas gastrointestinais, considerando-os suficientemente eficazes. Foi realizado um

estudo observacional, do tipo descritivo e transversal, em duas farmácias comunitárias, nos

distritos da Guarda e de Viseu. Nomeadamente a Farmácia Moderna na Guarda e a Farmácia

Mouro em Viseu.

Palavras-chave: Antiácidos; Farmácia Comunitária; Farmácia Hospitalar; Protetores

da mucosa gástrica

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LISTA DE SIGLAS

ADM - Assistência na Doença aos Militares

ADSE - Assistência na Doença aos Servidores do Estado

AFP - Associação de Farmácias de Portugal

AINES - Anti-inflamatórios não Esteróides

ANF - Associação Nacional de Farmácias

AO - Assistente Operacional

BPF - Boas Práticas Farmacêuticas

CCF - Centro de Conferência de Faturas

CHTV - Centro Hospitalar Tondela- Viseu

CNPEM - Código Nacional de Prescrição Eletrónica de Medicamentos

DCI - Denominação Comum Internacional

DF - Dispepsia Funcional

DM - Dispositivos Médicos

DRGE - Doença do Refluxo Gastroesofágico

DU - Dose Unitária

EP - Estágio Profissional

ESS - Escola Superior de Saúde

FC - Farmácia Comunitária

FDS - Fast Dispensing System

FEFO - First Expire, First Out

FF - Forma Farmacêutica

FHNM - Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento

FM - Farmácia Moderna

FSA - Faça Segundo a Arte

HDL - High Density Lipoproteins

HST - Hospital São Teotónio

IBP - Inibidores da Bomba de Protões

IMC - Índice de Massa Corporal

INE - Índice Nacional de Estatística

INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

IPG - Instituto Politécnico da Guarda

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IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado

LASA - Look-Alike, Sound-Alike

LDL - Low Density Lipoproteins

MFH - Manual de Farmácia Hospitalar

MG - Medicamento Genérico

MM - Medicamento Manipulado

MNSRM - Medicamento Não Sujeito a Receita Médica

MSRM - Medicamento Sujeito a Receita Médica

PV - Prazo de Validade

PVF - Preço de Venda à Farmácia

PVP - Preço de Venda ao Público

RCM - Resumo das Características do Medicamento

SA - Serviço de Aprovisionamento

SAMS - Serviço de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários

SF - Serviços Farmacêuticos

SFH - Serviços Farmacêuticos Hospitalares

SGICM - Sistema de Gestão Integrada do Circuito do Medicamento

SGQ - Sistema da Gestão da Qualidade

SNC - Sistema Nervoso Central

SNS - Serviço Nacional de Saúde

TDT - Técnico de Diagnóstico e Terapêutica

TF - Técnico de Farmácia

UC - Unidade Curricular

UCIC - Unidade de Cuidados Intensivos Coronários

UCIM - Unidade De Cuidados Intermédios Médicos

UCIP - Unidade De Cuidados Intensivos Polivalentes

UMDC - Unidade de Monitorização do Doente Critico

UP - Úlcera Péptica

UVNI - Unidade de Ventilação Não Invasiva

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de referência da pressão arterial em adultos. ............................................. 43

Tabela 2 - Valores de referência da glicémia. .......................................................................... 44

Tabela 3 -Valores de referência do colesterol total, Low Density Lipoproteins (LDL) e High

Density Lipoproteins (HDL) e triglicéridos.............................................................................. 44

Tabela 4 - Mapa semanal da distribuição tradicional. .............................................................. 64

Tabela 5 - Mapa da distribuição individual por dose unitária .................................................. 73

Tabela 6 - Valores da média, mediana, moda e desvio padrão respeitantes às idades dos

inquiridos. ................................................................................................................................. 95

Tabela 7 – Percentagem de consumo de antiácidos e/ou protetores da mucosa gástrica. ........ 97

Tabela 8 – Distribuição dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica consumidos pela amostra

.................................................................................................................................................. 99

Tabela 9 - Informações transmitidas pelos profissionais de farmácia. ................................... 106

Tabela 10 - Aconselhamento de medidas adicionais. ............................................................. 106

Tabela 11 - Situações que justificam o uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica. .. 108

Tabela 12 - Razões dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica não serem prejudiciais à

saúde. ...................................................................................................................................... 109

Tabela 13 - Razões dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica serem prejudiciais à saúde.

................................................................................................................................................ 109

Tabela 14 - Obtenção dos conhecimentos acerca dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica.

................................................................................................................................................ 110

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Circuito do medicamento e outros Produtos de Saúde. .......................................... 54

Gráfico 2 - Distribuição da amostra relativamente ao género. ................................................. 95

Gráfico 3- Distribuição da amostra de acordo com a faixa etária. ........................................... 96

Gráfico 4- Distribuição da amostra por habilitações literárias. ................................................ 96

Gráfico 5- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por género.

.................................................................................................................................................. 97

Gráfico 6- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por categoria

de idade. .................................................................................................................................... 98

Gráfico 7- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por

habilitações literárias. ............................................................................................................... 99

Gráfico 8 - Distribuição dos consumidores de antiácidos/protetores da mucosa gástrica tendo

em conta o que fazer de imediato perante um episódio de dores de estômago. ..................... 100

Gráfico 9 – Respostas à questão “o que fazer de imediato perante um episódio de dores de

estômago” distribuído por género........................................................................................... 101

Gráfico 10 - Frequência com que os inquiridos recorre a antiácidos/protetores da mucosa

gástrica. ................................................................................................................................... 101

Gráfico 11 - Frequência da toma de antiácidos/protetores da mucosa gástrica...................... 102

Gráfico 12 - Tempo de tratamento médio da toma de antiácidos/protetores da mucosa gástrica.

................................................................................................................................................ 102

Gráfico 13 - Alteração da dose sem aconselhamento. ............................................................ 103

Gráfico 14 - Decisão de tomar os antiácidos e protetores da mucosa gástrica. ...................... 104

Gráfico 15 - Distribuição da alteração da dose sem aconselhamento de acordo com a decisão

de tomar antiácidos e protetores da mucosa gástrica. ............................................................. 105

Gráfico 16 - Aconselhamento no ato da compra de antiácidos e protetores da mucosa gástrica.

................................................................................................................................................ 105

Gráfico 17 - Classificação do conhecimento da amostra acerca do consumo de antiácidos e

protetores da mucosa gástrica. ................................................................................................ 107

Gráfico 18 - Classificação do uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica como sendo

prejudiciais à saúde. ................................................................................................................ 108

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13

CAPÍTULO 1- FARMÁCIA COMUNITÁRIA................................................................... 15

1 – CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA – GUARDA ............................ 15

1.1 – HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO E RECURSOS HUMANOS ................................ 15

1.2 – CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES ................................................................ 15

1.2.1 – Espaço Exterior .......................................................................................................... 15

1.2.2 – Espaço Interior ........................................................................................................... 16

1.3 – SISTEMA INFORMÁTICO ............................................................................................ 20

2 – GESTÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ................ 22

2.1 – APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS ....................................................... 22

2.2 – ENCOMENDAS DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS

FARMACÊUTICOS ................................................................................................................ 23

2.2.1 – Realização de Encomendas ........................................................................................ 23

2.2.2 – Receção de encomendas ............................................................................................. 24

2.3 – ARMAZENAMENTO DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS ............................................ 26

2.4 – CONFERÊNCIA DE PRAZOS DE VALIDADE E DEVOLUÇÕES ............................. 26

3 – PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS E PREPARAÇÕES

EXTEMPORÂNEAS ............................................................................................................. 28

3.1 – ACONDICIONAMENTO E ROTULAGEM DE MM .................................................... 29

3.2 – PREÇO DOS MM ............................................................................................................ 30

3.3 – PREPARAÇÃO EXTEMPORANÊAS ........................................................................... 31

4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ............. 32

4.1 – SISTEMAS DE COMPARTICIPAÇÃO E ENTIDADES COMPARTICIPADORAS .. 32

4.2 – DISPENSA DE MSRM.................................................................................................... 32

4.3 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES ........ 36

4.4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS ............................................. 36

4.5 – DISPENSA DE MNSRM ................................................................................................. 37

4.5.1 – Produtos de cosmética e de higiene corporal ........................................................... 37

4.5.2 – Medicamentos homeopáticos ..................................................................................... 38

4.5.3 – Medicamentos e produtos de uso veterinário .......................................................... 38

4.5.4 – Dispositivos médicos ................................................................................................... 39

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4.5.5 – Outros produtos dispensados na FM ........................................................................ 40

5 – PROCESSAMENTO E CONFERÊNCIA DO RECEITUÁRIO ................................. 41

6 – OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS PELA

FARMÁCIA ............................................................................................................................ 43

6.1 – MEDIÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS .......................... 43

7 – VALORMED .................................................................................................................... 45

8- BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 46

CAPÍTULO 2 - FARMÁCIA HOSPITALAR ..................................................................... 48

1 – CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU, E.P.E. .. 48

1.1 – CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO CHTV- UNIDADE

DE VISEU ................................................................................................................................ 50

1.1.1 – Espaço físico da farmácia hospitalar ........................................................................ 51

1.1.2 – Recursos humanos e horário de funcionamento ...................................................... 52

1.1.3 – Sistema informático .................................................................................................... 52

2 – CIRCUITO DO MEDICAMENTO E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE .............. 54

2.1 – SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE ..................................................................................................................................... 54

2.2.1 – Emissão de rótulos identificativos ............................................................................. 58

2.2.2 – Controlo de prazos de validade ................................................................................. 58

2.2.3 – Devoluções aos fornecedores...................................................................................... 58

2.2.4 – Empréstimos de medicamentos e outros produtos de saúde .................................. 59

2.3 – ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS.............................................................. 60

2.4 – DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE SAÚDE ......................... 62

2.4.1 – Distribuição tradicional ............................................................................................. 63

2.4.2 – Distribuição individual diária em dose unitária ...................................................... 68

3 – FARMACOTECNIA ........................................................................................................ 75

3.1 – PREPARAÇÃO DE FORMULAÇÕES NÃO ESTÉREIS .............................................. 75

3.2 – PREPARAÇÃO DE FORMULAÇÕES ESTÉREIS ....................................................... 77

3.3 – PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS CITOTÓXICOS............................................. 78

3.4 – REEMBALAGEM ........................................................................................................... 82

4- BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 84

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 85

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CAPÍTULO 3 - USO DE ANTIÁCIDOS E PROTETORES DA MUCOSA GÁSTRICA

POR PARTE DA POPULAÇÃO E O SEU ACONSELHAMENTO E INDICAÇÃO

POR PARTE DOS PROFISSIONAIS DE FARMÁCIA .................................................... 86

RESUMO ................................................................................................................................. 86

ABSTRACT ............................................................................................................................ 87

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 88

DISPEPSIA FUNCIONAL ...................................................................................................... 88

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO ................................................................ 88

ÚLCERA PÉPTICA ................................................................................................................. 89

ANTIÁCIDOS E PROTETORES DA MUCOSA GÁSTRICA ............................................... 90

OBJETIVOS DO ESTUDO ................................................................................................... 93

MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 94

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 95

CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 111

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 112

ANEXOS ............................................................................................................................... 113

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INTRODUÇÃO

Este relatório foi realizado no âmbito da Unidade Curricular (UC) de Estágio

Profissional (EP), pela discente Andreia Filipa Brazalizo Almeida Lopes, aluna do 4ºano do

curso de Farmácia-1ºciclo, da Escola Superior de Saúde (ESS), do Instituto Politécnico da

Guarda (IPG). O EP no primeiro semestre decorreu numa Farmácia Comunitária (FC), mais

especificamente na Farmácia Moderna (FM) da Guarda, no período de 3 de outubro de 2016 a

12 de janeiro de 2017, cumprindo um mínimo de 420 horas, segundo o horário estipulado na

farmácia. O referido estágio contou com a orientação do docente Márcio Rodrigues e supervisão

no local pela diretora técnica Dra. Ana Raquel Sá Morais Lopes de Andrade.

O EP é uma importante vertente de formação, que permite ao estudante aprender no seio

de uma equipa multidisciplinar de saúde e em contacto direto com o utente/doente. Como

referido no Decreto-Lei n.º 564/99 de 21 de dezembro o conteúdo funcional de um Técnico de

Farmácia (TF) é o desenvolvimento de atividades no circuito do medicamento, tais como

análises e ensaios farmacológicos, interpretação da prescrição terapêutica e de formas

farmacêuticas, sua separação, identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição

e stocks de medicamentos e outros produtos, informação e aconselhamento sobre o uso de

medicamentos. Segundo isto, o perfil de um TF pressupõe a existência de um profissional

competente, ativo, consciente e responsável, uma vez que a sua área de intervenção é o

medicamento e o utente. Sendo por isso muito importante para a formação do caracter técnico

do curso a realização de estágios ao longo do curso de licenciatura.

Os principais objetivos de acordo com o plano de estágio foram:

Favorecer, em contexto real, as aprendizagens desenvolvidas ao longo do curso,

de modo a que o perfil do estudante vá de encontro às competências necessárias

no âmbito da sua formação;

Preparar o estudante para dar respostas às exigências da sociedade, promovendo

a socialização e integração profissional.

No final do estágio o aluno deve demonstrar diferentes competências tais como:

Capacidade científica e técnica na realização de atividades subjacentes à

profissão de TF, nas diversas áreas de intervenção profissional;

Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão;

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Desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente integrados numa

equipa multidisciplinar;

Responder aos desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade.

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CAPÍTULO 1- FARMÁCIA COMUNITÁRIA

1 – CARACTERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA – GUARDA

A FM localiza-se na Avenida São Miguel, Edifício 2B (Facheira), Guarda-Gare, sendo

esta uma ótima localização, uma vez que, se localiza numa área residencial ficando a poucos

metros do centro de saúde. Esta é uma das quatro farmácias pertencentes ao grupo Videira

Lopes – Saúde, Unipessoal, Lda, sendo a diretora técnica desta a Dra. Ana Raquel Videira

Lopes de Andrade.

1.1 – HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO E RECURSOS HUMANOS

A FM encontra-se aberta de segunda a sábado, em horário contínuo, das 8h30 às 22h00,

estando de serviço permanente, de 10 em 10 dias, de acordo com o estipulado entre as farmácias

da cidade da Guarda.

A FM é constituída por uma equipa técnica que conta com seis farmacêuticos sendo um

deles a diretora técnica a Dra. Ana Raquel Videira Lopes de Andrade, seis técnicos de farmácia

e uma auxiliar de limpeza.

Uma correta gestão dos recursos humanos e dos horários de funcionamento assumem

um papel importante para a criação de uma equipa multidisciplinar e cooperativa, contribuindo

para a realização eficaz dos objetivos estabelecidos.

1.2 – CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES

1.2.1 – Espaço Exterior

Segundo as Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária (BPF) a farmácia

[1]:

Deve garantir a acessibilidade a todos os potenciais utentes, incluindo crianças,

idosos e cidadãos portadores de deficiência

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Apresentar um aspeto exterior característico e profissional, facilmente visível e

identificável.

Posto isto, a FM está devidamente assinalada com um letreiro nominativo e o sinal de

cruz verde, sendo que na porta principal constam informações como o nome da farmácia e da

diretora técnica, farmácias de serviço permanente e o horário de funcionamento.

A FM apresenta ainda um postigo para atendimentos noturnos e duas montras, que são

remodeladas, de modo a transmitir informações aos utentes como por exemplo produtos

sazonais, novos produtos, entres outros. Estas encontram-se separadas por uma porta

automática, que dá acesso à farmácia através de uma rampa de modo a auxiliar o acesso a

utentes com deficiências motoras.

1.2.2 – Espaço Interior

O espaço físico interno de uma farmácia está sujeito a legislação tanto a nível da área

como a nível das diversas divisões. Segundo a deliberação nº1502/2014, de 3 de julho uma

farmácia deve ter uma área útil total de no mínimo 95m2, devendo conter obrigatoriamente e

separadamente um armazém com pelo menos 25m2, um laboratório com pelo menos 8m2, uma

zona de atendimento ao público com pelo menos 50m2, instalações sanitárias com pelo menos

5m2 e ainda um gabinete de atendimento personalizado com pelo menos 7m2. As farmácias

podem ainda dispor de divisões facultativas como o gabinete da direção técnica e a área de

recolhimento que é o caso da FM, que conta ainda com mais dois gabinetes de atendimento

privado [2].

A FM está dividida em dois pisos, sendo que no primeiro piso encontra-se a área de

atendimento ao público, zona de receção, gabinete de atendimento personalizado, armazém,

zona de recolhimento e instalações sanitárias. O segundo piso é composto pelo gabinete da

direção técnica, pelo laboratório, dois gabinetes de atendimento privado e um outro armazém.

Segundo as BPF deverão ainda estar implementados sistemas de segurança que

protejamos utentes, farmacêuticos, colaboradores e medicamentos, especialmente nas noites de

serviço. Portanto, a FM apresenta câmaras de vigilância com gravação de imagem, bem como

o aviso de que o público está a ser filmado, existem ainda sistemas de proteção que impedem a

intrusão e o furto, um sistema de alarme de incêndio e sinalizadores de saída [1].

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Área de atendimento ao Público

Uma das principais atividades de uma FC é a dispensa de medicamentos e outros

produtos de saúde. A área de atendimento ao público é uma área ampla, bem iluminada, calma

e acolhedora.

Ao longo desta área pode encontrar-se lineares expositores e gôndolas de acesso ao

público com produtos de venda livre. Estes devem ter em conta a circulação dos utentes de

maneira a criar zonas quentes; isto é, locais mais expostos aos utentes, que se devem aproveitar

para expor produtos sazonais ou produtos menos solicitados. Posto isto, nas gôndolas centrais,

que se encontram estrategicamente localizadas, encontram-se produtos de higiene oral; higiene

íntima; contracetivos de barreira, lubrificantes e estimulantes sexuais; calçado ortopédico e

produtos sazonais.

Esta área apresenta lineares laterais com produtos de dermocosmética, organizados

pelas diferentes marcas (Avéne®, Uriage®, Bioderma®, Caudalie®, Roger & Gallet®, La Roche

Posay®, Lierac®, Mustela®, entre outras), e ainda lineares laterais para produtos ortopédicos,

produtos de nutrição infantil e puericultura, produtos para grávidas e pós-parto e produtos de

podologia.

Esta está equipada ainda com um esfigmomanómetro digital, para medição da pressão

arterial, e uma balança que permite obter os valores de peso e altura, indicando também o índice

de massa corporal (IMC).

Devido à elevada quantidade de clientes a FM implementou um sistema de senhas, com

o objetivo de promover um atendimento ao público mais organizado. O atendimento pelos

profissionais de saúde é feito nos oito balcões que a farmácia possui, sendo que atrás destes e

fora do alcance dos utentes existem lineares com medicamentos não sujeitos a receita médica

(MNSRM) destinados ao aconselhamento farmacêutico e dispensa ao público, bem como

produtos capilares, suplementos multivitamínicos; medicamentos homeopáticos, produtos de

nutrição e dietética e produtos fitoterapêuticos. Na parte inferior dos lineares atrás dos balcões,

existem armários com gavetas destinados à arrumação dos MNSRM para reposição dos

lineares, bem como contracetivos orais, testes de gravidez, termómetros, entre outros.

A FM conta ainda com um espaço infantil equipada com bancos, uma mesa e brinquedos

destinados ao entretenimento das crianças aquando o atendimento dos familiares.

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Área de Armazenamento

O armazenamento de medicamentos e outros produtos de saúde é feito em diversas

zonas da farmácia.

Relativamente aos medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM), encontram-se

armazenados numa sala anexa à zona de atendimento encontrando-se em gavetas telescópicas

organizadas por ordem alfabética de nome comercial e por forma farmacêutica (FF)

(comprimidos e cápsulas; gotas orais e auriculares; gotas e pomadas oftálmicas; pomadas,

cremes e geles; medicamentos injetáveis; supositórios, enemas e pomadas retais; medicamentos

de uso vaginal; soluções orais em ampolas bebíveis; aerossóis; granulados; medicamentos de

uso vaginal; medicamentos injetáveis; dispositivos para auto controlo da diabetes mellitus;

medicamentos de uso veterinário; suplementos vitamínicos e produtos de uso externo). Existem

ainda gavetas destinadas ao armazenamento de reservas pagas de produtos e medicamentos;

estando organizadas segundo o último dígito no número de reserva.

Nesta sala existe ainda um frigorífico destinado ao armazenamento dos medicamentos

termolábeis (medicamentos que devem ser armazenados em temperaturas no intervalo de 2ºC

a 8ºC), de modo a garantir a estabilidade, qualidade e preservação destes medicamentos. Este

encontra-se organizado por ordem alfabética do nome comercial independentemente da sua FF.

Junto a esta sala existe um armário com prateleiras deslizantes destinadas ao armazenamento

de outros produtos como por exemplo: material de penso (compressas, ligaduras, etc.); material

de tratamento de feridas (Betadine®, soro, água oxigenada, etc.); produtos de higiene dentária;

chás medicinais; entre outros.

O armazenamento dos medicamentos genéricos (MG) na FF de comprimidos e cápsulas

encontram-se ao longo do corredor de acesso ao armazém do primeiro piso, armazenados em

prateleiras por ordem alfabética de denominação comum internacional (DCI).

No armazém do primeiro piso encontram-se prateleiras destinadas ao armazenamento

de diversos produtos: produtos sazonais; excedentes dos MSRM e MG; material de penso e

ainda todos os xaropes e suspensões orais organizados por ordem alfabética do nome comercial.

No armazém do segundo piso encontram-se armazenados os produtos de ortopedia, puericultura

e dispositivos médicos.

Relativamente aos medicamentos psicotrópicos e estupefacientes encontram-se

armazenados num armário fechado no gabinete da direção técnica.

Gabinete de Atendimento Personalizado

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O gabinete de atendimento personalizado é um espaço que se encontra resguardado da

área de atendimento, é uma sala ventilada, com isolamento de som, de modo a evitar a ruídos

ou perturbações que impeçam a comunicação do farmacêutico com o utente. Nesta deve ser

possível, proporcionar aos utentes mais privacidade na avaliação de alguns casos e

aconselhamentos específicos, sem interrupções e sem a possibilidade de ser ouvida por

terceiros.

Segundo as BPF, “Enquanto espaço de saúde, a farmácia pode oferecer serviços de

determinação dos parâmetros bioquímicos e fisiológicos dos utentes”. Posto isto, o gabinete de

atendimento é o local onde são avaliados os parâmetros bioquímicos e fisiológicos através da

medição dos triglicéridos, colesterol, glicémia e pressão arterial. A realização destes testes é

realizada através de alguns equipamentos como o Reflotron® e material de apoio necessário à

avaliação [1].

Segundo as BPF, “A administração de vacinas deve ser realizada por farmacêuticos

aptos para realizar tal procedimento”, sendo o gabinete o espaço utilizado para a administração

de vacinas, como é o exemplo da vacina da gripe (Influvac®). Sendo depois registada no livro

de registos toda a informação acerca do processo de vacinação (lote da vacina, data de

administração, nome da utente, rubrica do farmacêutico).

O gabinete encontra-se ainda equipado com material de primeiros socorros, para a

realização de pequenos curativos e em casos de acidentes [1].

Laboratório

De acordo com a portaria 504-2004, de 2 de julho “As operações de preparação,

acondicionamento, rotulagem e controlo deverão efetuar-se num espaço adequado, concebido

para estes fins e localizado no interior da farmácia ou do serviço farmacêutico hospitalar,

adiante designado por laboratório”. Posto isto, o laboratório da FM localiza-se no segundo piso,

devidamente equipado com um exaustor, lavatório, uma bancada para a realização de

medicamentos manipulados (MM), uma balança analítica, um armário com vários

equipamentos como varetas de vidro, almofarizes, espátulas, pipetas graduadas, entre outros

[3].

Este ainda é munido como uma balança milimétrica e um pórfiro. O laboratório conta

ainda com um outro armário destinado ao armazenamento das matérias-primas organizadas por

prazo de validade (PV). Também existem as fichas de preparação de medicamentos

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manipulados, e os registos dos controlos e calibrações dos aparelhos de medida encontrando-se

esta informação arquivada por um período mínimo de cinco anos.

Outras áreas da FM

A FM tem ainda outras áreas como é o caso do gabinete da direção técnica que está

equipado com material de escritório bem como o armário dos psicotrópicos e estupefacientes e

uma mesa de reuniões. Nesta área encontra-se ainda a biblioteca da farmácia que como referido

no Decreto-Lei n.º 75/2016 de 8 de novembro, “as farmácias têm de dispor nas suas instalações

obrigatoriamente a Farmacopeia Portuguesa e de outros documentos indicados pelo

INFARMED”, a FM para além da Farmacopeia Portuguesa tem livros técnico-científicos como

o Prontuário Terapêutico, Índice Nacional Terapêutico, entre outros [4].

Conta ainda com uma zona de recolhimento equipada com uma pequena cozinha, um

armário para guardar os pertences pessoais dos profissionais da farmácia e ainda com duas

instalações sanitárias.

1.3 – SISTEMA INFORMÁTICO

O sistema informático utilizado na FM é o SPharm® desenvolvido pelo grupo SoftReis

que se encontra implementado no mercado nacional desde 1995. O SPharm® é um programa

que se encontra orientado para o aumento da produtividade dos colaboradores, minimizando os

tempos de trabalho e facilitando as tarefas habituais. Este encontra-se de acordo com a

legislação em vigor [5].

O SPharm® atua em todo o circuito do medicamento, permitindo a gestão do

medicamento desde a sua receção à sua dispensa ao utente. Sendo assim este sistema apresenta

funcionalidades tais como: a realização, transmissão aos fornecedores e a receção das

encomendas, controlo de stocks, rotatividade dos medicamentos e dos produtos existentes na

farmácia e devoluções aos fornecedores [5].

Relativamente às vendas de medicamentos o SPharm® permite a dispensa de

medicamentos mediante receita médica ou não, sendo a realização de vendas suspensas com

base na lei, e só em casos excecionais. No caso das vendas mediante receita médica, este sistema

permite a automatização de portarias, despachos e todos os sistemas de comparticipação. Em

caso de dúvidas este sistema disponibiliza ainda informações relativa aos medicamentos como

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a posologia, o resumo das características do medicamento (RCM) e ainda alguns dados

científicos, emitindo alertas aquando a existência de interações com outros medicamentos. É

possível ainda o processamento de varias receitas em simultâneo para o mesmo utente, a

consulta e a anulação da venda. De modo a um melhor acompanhamento e aconselhamento o

SPharm® permite ainda a criação de fichas de clientes onde se podem consultar dados relativos

ao utente como o contacto, o subsistema de comparticipação, possibilidade de venda a crédito

com emissão de um alerta na venda seguinte e ainda os registos de venda, o que permite a

visualização da medicação habitual do utente [5].

É neste sistema que se realiza também a gestão da contabilidade e manutenção do

receituário. É ainda de salientar que o acesso ao SPharm® só é permitido segundo uma password

exclusiva de cada profissional de saúde.

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2 – GESTÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

2.1 – APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS

O aprovisionamento e gestão de stocks é um processo fundamental, prevenindo a rutura

de stocks, de modo a satisfazer as necessidades dos utentes.

Na FM a gestão dos stocks é feita com base na análise e previsão das vendas, procura,

sazonalidade e bonificações e campanhas dos laboratórios. Devido à elevada variedade de

produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, o SPharm® permite criar uma ficha individual

do produto (ANEXO I) onde constam informações como o stock mínimo e máximo definido

com base na sua rotatividade, PV, fornecedor preferencial, stock atual, preço de venda à

farmácia (PVF), preço de venda ao público (PVP), imposto sobre o valor acrescentado (IVA),

entre outras informações.

Para a aquisição de produtos farmacêuticos é necessária a seleção dos fornecedores ou

armazenistas. Estes são selecionados tendo em conta o horário de entrega da encomenda e

número de entregas diárias, as condições de pagamento, o número de armazéns e a sua

proximidade, as bonificações, bom estado dos produtos entregues, a facilidade de contacto e a

baixa frequência de erros.

Os principais fornecedores da FM são: Alliance Healthcare, Cooprofar, Agroviseu e

Cofanor. Destes quatro fornecedores a FM trabalha diariamente com dois deles a Cooprofar e

a Alliance Healthcare, sendo que para cada fornecedor ou armazenista existem horários

definidos para efetuar e receber as encomendas. A Cooprofar é o fornecedor principal com

armazéns localizados na Guarda e em Gondomar dado que realiza cinco entregas diárias (9h30,

11h30, 13h30, 17h30 e 20h30), sendo que em casos de emergência o carro da farmácia pode

deslocar-se ao armazém da Guarda para levantar os produtos, depois de confirmação por via

telefónica da disponibilidade ou não do produto em falta no armazém da Guarda. Este é o

principal fornecedor devido à sua localização geográfica, o que possibilita uma rápida entrega

dos produtos e ao seu elevado número de entregas diárias. A Alliance Healthcare com armazéns

no Porto e em Castelo Branco realizam apenas duas entregas diárias sendo a entrega do

armazém do Porto às 8h30 e a entrega do armazém de Castelo Branco às 16h30.

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2.2 – ENCOMENDAS DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS

FARMACÊUTICOS

2.2.1 – Realização de Encomendas

Na FM as encomendas podem ser realizadas por via eletrónica, via telefónica e por

encomendas diretas.

As encomendas por via eletrónica são realizadas diariamente nos horários estipulados

com os fornecedores pelo responsável das encomendas. Como referido anteriormente, cada

produto tem um stock mínimo e máximo, o que permite ao sistema gerar uma proposta de

encomenda com base nas entradas e saídas do produto, quando atingido o stock mínimo desse

mesmo produto. No menu de confirmação da proposta de encomenda, o responsável pelas

encomendas verifica a proposta tendo acesso a informação como o nome do produto, código

nacional, FF, laboratório, quantidade encomendada, stock mínimo e máximo, stock atual, PV,

fornecedor preferencial, último PVP, último PVF, IVA e as vendas do produto no último mês.

Isto permite uma comparação de preços e bonificações dos vários fornecedores, podendo o

responsável alterar na proposta a quantidade e o fornecedor pretendidos. Depois de verificada

e alterada a proposta de encomenda, procede-se ao envio da encomenda aos respetivos

fornecedores.

As encomendas por via telefónica são realizadas quando ocorre rutura brusca do stock

de medicamentos necessários durante o atendimento ou produtos não sujeitos a receita médica

pedidos pelos utentes. Estas são realizadas através de um telefonema para o armazenista, em

que este nos informa se têm o medicamento ou se este se encontra esgotado, quando vão enviar

o produto e quando este será entregue na farmácia, confirmando o PVP no caso de MSRM e o

PVF no caso de produtos de venda livre. A encomenda de poucos produtos pode ser ainda

realizada através das lojas online dos armazenistas, que permite uma rápida conferência do

stock do armazenista e uma encomenda mais rápida. No caso de pedidos urgentes, como

referido anteriormente, as encomendas podem ser realizadas através da deslocação ao armazém

da Cooprofar sediado na cidade da Guarda, procedendo primeiro à confirmação telefónica da

disponibilidade ou não do produto, de modo a uma satisfação mais eficaz do utente.

As encomendas diretas aos laboratórios são realizadas através de reuniões prévias com

os delegados dos laboratórios farmacêuticos, que depois de definidas as condições é realizada

a encomenda pelo departamento de compras sediado no escritório central em Mangualde e

enviadas por uma transportadora ou armazenista para a farmácia. Estas encomendas são

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realizadas quando se pretendem adquirir grandes quantidades de produtos, são utilizadas no

caso de MG, MNSRM, dispositivos médicos, material de penso e produtos de cosmética.

Em casos de rutura de stock de produtos urgentes ou de produtos esgotados no mercado,

pode ser realizado um pedido de empréstimo às outras farmácias do grupo. Este é realizado

através de um telefonema à farmácia do grupo, que posteriormente emite a fatura e envia através

do motorista para a FM.

2.2.2 – Receção de encomendas

A FM recebe encomendas ao longo do dia, nos horários estipulados com os

fornecedores. As encomendas chegam à farmácia acondicionadas em contentores, identificados

com o nome da farmácia, código e fatura/guia de remessa com o respetivo duplicado. Aquando

a chegada destas à farmácia o responsável pela receção deve confirmar o destinatário e o

número de contentores.

Na fatura/guia de remessa devem constar as seguintes informações: identificação da

farmácia e do fornecedor, hora, data e local de expedição e de entrega e número da fatura.

Relativamente aos produtos farmacêuticos devem constar na fatura (ANEXO II) o código,

designação (nome comercial, dosagem, forma farmacêutica, laboratório e tamanho da

embalagem), quantidade pedida, quantidade enviada, bonificações e descontos atribuídos, valor

unitário, PVF, PVP no caso dos MSRM, uma vez que já têm o preço estipulado, o IVA que

pode ser de 6% ou 23%; podem ainda aparecer os produtos encomendados que se encontram

esgotados. No final a fatura apresenta o preço total de custo para a farmácia.

Para a receção da encomenda no sistema SPharm®, no menu principal existe uma “área

de fornecedores”, de seguida entra-se no menu de “receção de encomendas”, onde se digita o

código do fornecedor. Após introduzir o código do fornecedor podem visualizar-se todas as

encomendas pendentes para esse mesmo fornecedor, onde se verifica se a encomenda a

rececionar se encontra nessa lista e importa-se a encomenda, depois surge a encomenda com os

produtos a rececionar, tornando mais fácil para o responsável controlar os produtos para os

quais já foi dada entrada e os que ainda faltam.

Na existência de produtos termolábeis estes devem ser os primeiros a ser rececionados

e armazenados de imediato no frigorífico; se não for possível a receção imediata da encomenda,

estes produtos devem ser armazenados e o responsável deve anotar no duplicado da fatura o PV

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e a quantidade rececionada, de modo aquando a receção da encomenda no sistema seja possível

confirmar estes dados.

Procede-se então à leitura ótica dos produtos, verificando sempre o estado em que se

encontram as embalagens, o PV, PVP e a quantidade rececionada, pois uma vez que o PV seja

inferior aos dos produtos existentes em stock ou quando o stock está a zero e o PVP seja

diferente, estes dados devem ser alterados. No caso de produtos que não existam no sistema

informático da farmácia, quando se procede à leitura ótica do código de barras o sistema lança

um alerta de produto inexistente e abre o menu de criação de ficha de produto, aqui deve-se

preencher o código do produto, IVA, nome do produto stock mínimo e máximo e ainda a

subfamília estatística de modo a automatizar as margens do produto. No final, é conferido o

que está no sistema com a fatura, confirmando a quantidade pedida e enviada, PVP, PVF, e no

caso dos medicamentos de venda livre é necessário calcular o PVP segundo as margens

estipuladas pela farmácia. Depois de verificados os dados anteriores, confirma-se a receção

preenchendo-se o número da fatura, data da receção e compara-se os totais com e sem IVA que

constam na fatura com os totais que aparecem no computador, sendo que se estiver tudo

conforme finaliza-se a receção da encomenda. Quando se finaliza a receção procede-se à

impressão de etiquetas com o código de barras dos produtos que não apresentem o PVP na

cartonagem do produto, mais comum em MNSRM e produtos de venda livre. Aquando a

colagem das etiquetas na embalagem dos produtos, deve ter-se em atenção não omitir

informações importantes da embalagem como o PV, lote e composição. No final da receção a

fatura é datada, rubricada e arquivada numa gaveta específica de cada fornecedor, separadas

por originais e duplicados. No final do mês ou quinzenalmente, dependendo dos fornecedores,

são conferidas por um responsável e arquivadas num dossier organizado por fornecedor, ano e

mês.

A receção de medicamentos psicotrópicos, estupefacientes e benzodiazepinas no

sistema informático é feita de igual forma aos outros medicamentos, estes apesar de virem

discriminados na fatura/guia de remessa juntamente com os outros medicamentos e produtos

farmacêuticos, devem ser acompanhados de um documento (Requisição de substâncias e suas

preparações compreendidas nas tabelas I, II, III e IV, com exceção da II-A), anexas ao Decreto-

lei nº15/93 de 22 de janeiro, com retificação a 20 de fevereiro, que é enviado para a farmácia

em duplicado. Esta requisição (ANEXO III) deve conter o nome da substância ativa, nome

comercial, dosagem, quantidade enviada e o número de unidades por embalagem. No caso das

benzodiazepinas, as requisições devem ser armazenadas numa gaveta própria separadas

originais dos duplicados, no caso dos psicotrópicos e estupefacientes o original é anexado a

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uma fotocópia da fatura e armazenado numa gaveta situada em cima do armário dos

psicotrópicos e estupefacientes, o duplicado é armazenado na gaveta dos duplicados juntamente

com os duplicados das benzodiazepinas. Os duplicados devem ser assinados pela Diretora

técnica, ou sua legal substituta e reencaminhados para o fornecedor, os originais devem ser

armazenados na farmácia nu período mínimo de 5 anos [6].

Quanto à receção de matérias-primas estas devem ser acompanhadas de um certificado

de análise, que é depois arquivado num dossier no laboratório.

2.3 – ARMAZENAMENTO DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS

Após a receção dos medicamentos e produtos de saúde no sistema informático, estes

devem ser armazenados nos seus devidos locais, como foi descrito anteriormente. Na FM os

produtos são armazenados segundo a ordem First Expire, First Out (FEFO), sendo que os

medicamentos com um PV mais curto são armazenados à frente dos restantes, de modo a serem

os primeiros a sair; isto permite uma melhor gestão de stocks e um melhor controlo dos PV.

Todos os locais de armazenamento, incluindo o frigorífico, possuem termohigrómetros,

estes são aparelhos que medem a temperatura e humidade, de modo a garantir as devidas

condições, sendo que todas as áreas de armazenamento, exceto o frigorífico devem estar a

temperatura inferior a 25ºC e humidade inferior a 60%. Periodicamente são registados os

valores de temperatura e humidade por uma empresa especializada.

2.4 – CONFERÊNCIA DE PRAZOS DE VALIDADE E DEVOLUÇÕES

Na FM, de três em três meses o SPharm® emite um mapa dos produtos com o PV inferior

ou igual a três meses (ANEXO IV). Esta listagem é depois conferida manualmente, sendo

retirados os produtos com o PV curto. Estes são armazenados numa prateleira destinada a

produtos com o PV curto, tornando assim mais fácil para os profissionais dispensarem até o

final do mês. Os PV que não estão corretos são alterados no sistema, de modo a manter o sistema

atualizado, enquanto que os produtos que não se conseguem dispensar até ao final do mês, são

devolvidos ao respetivo fornecedor ou armazenista. As devoluções aos fornecedores ou

armazenistas não ocorrem só devido ao PV curto, estas podem ocorrer por diversos motivos

como por exemplo, devido a embalagem e/ou produto danificado ou em mau estado de

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conservação, produtos pedidos e/ou enviados por engano, envio por parte dos fornecedores de

quantidade superior à pedida e PV expirado. Podem também ser devolvidos produtos devidas

a circulares do INFARMED ou armazenista, para retirar o produto do mercado.

Nestas situações é realizada uma nota de devolução (ANEXO V) no sistema para o

fornecedor em questão, onde deve constar a designação do produto, quantidade a devolver,

fornecedor, data e motivo da devolução e ainda o número da fatura. A nota de devolução é

impressa em triplicado, dendo depois carimbadas e rubricadas, sendo que o triplicado fica

arquivado num dossier próprio na farmácia, enquanto que o original e o duplicado seguem para

o fornecedor juntamente com o produto. Quando o fornecedor aceita a nota de devolução, este

pode realizar uma troca de produtos ou realizar uma nota de crédito para a farmácia.

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3 – PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS E PREPARAÇÕES

EXTEMPORÂNEAS

A preparação de medicamentos na farmácia comunitária tem sido cada vez menor,

devido à grande oferta da indústria farmacêutica, no entanto em algumas situações ainda se

justifica a preparação de MM. A preparação destes medicamentos é mais comum para pediatria

e dermatologia.

A preparação de MM é feita no laboratório, esta deve seguir as Boas Praticas de

Preparação de medicamentos manipulados que constam na Portaria nº 594/2004 de 2 de junho

[3]. Devem ser garantidas normas de higiene como por exemplo:

Proibição de comer e fumar no laboratório;

Utilização de armários para guardar vestiário e objetos de uso pessoal;

Uso de roupa adequada ao tipo de preparação;

Afastamento temporário das atividades de preparação, de pessoas com doenças ou

lesões de pele ou que sofram de doenças transmissíveis.

As matérias-primas depois de rececionadas são armazenadas como referido

anteriormente, de acordo com o PV. Na FM é criado um “registo de movimento de matérias-

primas”, neste devem-se registar informações como o nome e número da matéria-prima,

fornecedor, quantidade rececionada, PV, lote, PVF e a data da receção.

Antes da preparação do MM, é necessária a verificação de alguns aspetos como:

A segurança do medicamento no que respeita a dosagens das substâncias ativas

e à inexistência de incompatibilidades e interações;

Que a área de trabalho se encontra limpa;

Que são respeitadas as condições ambientais eventualmente exigidas pela

natureza do medicamento a preparar;

Disponibilidade de toas as matérias-primas, devidamente rotuladas e com o PV

em vigor;

Disponibilidade dos equipamentos necessários à manipulação, em bom estado

de funcionamento e de limpeza;

Disponibilidade dos documentos necessários à preparação do medicamento;

Disponibilidade dos materiais de acondicionamento do MM.

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A preparação do MM deve seguir procedimentos normalizados, devendo respeitar as

boas práticas de manipulação. Depois da preparação do MM, a banca de trabalho e o material

utilizado deve ser limpo, e deve ser realizada a ficha de produção do MM onde devem ser

preenchidas informações como número e lote do MM, nome do utente e do médico prescritor,

FF, nome das matérias-primas utilizadas e respetivo lote, PV, quantidade utilizada e PVP, sendo

também anexada uma cópia da prescrição do MM. Devem ser ainda preenchidos no “registo de

movimento de matérias-primas”, informações como lote do MM, data de preparação,

quantidade de matéria-prima utilizada, quebras, quantidade de matéria-prima restante em

armazém e assinatura do operador.

No final da preparação dos MM deve-se proceder a todas as verificações necessárias

para garantir a boa qualidade do MM, incluindo no mínimo a verificação dos caracteres

organoléticos e efetuar ensaios não destrutivos. Os produtos semiacabados devem satisfazer os

requisitos estabelecidos na monografia da Farmacopeia Portuguesa para a respetiva FF. Deve

ser ainda efetuada uma verificação final da massa ou volume do MM, que deverá corresponder

à quantidade ou volume prescrito.

3.1 – ACONDICIONAMENTO E ROTULAGEM DE MM

Os MM devem ser acondicionados corretamente, dependendo das características do

MM (FF e volume), através da seleção de uma embalagem que garanta as condições de

conservação exigidas pelo MM. Na FM os pós são acondicionados em papéis medicamentosos,

as soluções e suspensões orais são acondicionadas em frascos de âmbar e as pomadas, cremes

e geles acondicionados em boiões de plástico opacos.

Relativamente à rotulagem, segundo a Portaria nº 594/2004 de 2 de junho, o rótulo deve

conter informações como [3]:

Nome do doente;

Fórmula do MM prescrito pelo médico;

Número de lote;

Prazo de utilização;

Condições de conservação;

Instruções especiais como: “Agite antes de usar”, “Uso externo”;

Via de administração;

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Posologia;

Identificação da farmácia;

Identificação do farmacêutico diretor técnico.

É muito importante definir um PV para o MM, este depende da FF e dos componentes

do MM. O prazo de utilização dos MM deve obedecer às seguintes regras:

Para soluções liquidas não aquosas e preparações sólidas: se a substância ativa

for um produto industrializado, o prazo de utilização é de 25% do tempo restante

para expirar o PV do mesmo, não podendo exceder os 6 meses;

Para preparações líquidas aquosas: o prazo de utilização máximo é de 14 dias,

quando conservadas no frigorífico;

Restantes preparações: o prazo de utilização corresponde à duração do

tratamento, num máximo de 30 dias.

3.2 – PREÇO DOS MM

Segundo a Portaria nº769/2004, de 1 de julho o PVP dos MM é calculado segundo a

fórmula: Valor dos honorários + Valor das matérias-primas + Valor dos materiais de

embalagem) × 1,3, acrescido o valor do IVA à taxa em vigor. Sendo que o valor dos honorários

é calculado consoante a FF do produto acabado e as quantidades preparadas, tendo por base um

fator que é atualizado automaticamente e anualmente na proporção do crescimento do índice

de preços ao consumidor divulgado pelo Índice Nacional de Estatística (INE) para o ano

anterior àquele a que respeita [7].

Relativamente ao cálculo do valor das matérias-primas este é determinado com base no

valor de aquisição, em que será descontado o valor do IVA, multiplicado por um dos seguintes

fatores:

Quilograma: 1,3;

Hectograma: 1,6;

Decagrama: 1,9;

Grama: 2,2;

Decigrama: 2,5;

Centigramas: 2,8.

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Os valores dos materiais de acondicionamento são determinados multiplicando o valor

de aquisição, sem IVA, por um fator de 1,2.

3.3 – PREPARAÇÃO EXTEMPORANÊAS

As preparações extemporâneas são geralmente suspensões reconstituídas com água,

preparadas no ato da dispensa, devido à sua reduzida estabilidades depois de reconstituída. No

ato da dispensa destes medicamentos é importante informar o utente relativamente às suas

condições de conservação, uma vez que a maior parte destes medicamentos apresentam a

necessidade de armazenamento no frigorífico (2ºC a 8ºC) e dos seus cuidados de utilização

como por exemplo agitar antes de utilizar. Em situações que o utente não tenciona inicializar

de imediato a terapêutica, é necessário informar o utente como deve fazer a reconstituição ou

solicitar-se o regresso do utente à farmácia para o profissional de farmácia proceder à

reconstituição do medicamento. São exemplos destas preparações o Clavamox DT®,

Clamoxyl®, entre outros.

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4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

4.1 – SISTEMAS DE COMPARTICIPAÇÃO E ENTIDADES COMPARTICIPADORAS

Existem várias entidades comparticipadoras, sendo o Serviço Nacional de Saúde (SNS)

o organismo mais comum. Os utentes do SNS podem apresentar diferentes regimes de

comparticipação: o regime geral que contempla todos os utentes do SNS e trabalhadores

migrantes, o regime especial para pensionistas com o rendimento total anual que não exceda 14

vezes o ordenado mínimo nacional, os doentes profissionais e doentes crónicos especiais. A

comparticipação por parte do estado é fixa e baseada na classificação farmacoterapêutica, esta

divide-se em quatro escalões: escalão A (90%), escalão B (69%), escalão C (37%) e escalão D

(15%). No entanto, a taxa de comparticipação pode ser maior em determinadas patologias ou

grupos de doentes, estes são chamados os regimes excecionais [8].

Apesar do SNS ser o organismo mais utilizado, existem outras entidades

comparticipadoras que surgem com frequentemente tais como a Assistência na Doença aos

Servidores do Estado (ADSE) e a Assistência na Doença aos Militares (ADM). Podem ainda

ocorrer casos em que o utente pode usufruir de complementaridade de comparticipações, de

mais do que um organismo, ou seja, acrescenta outra comparticipação sobre a comparticipação

do organismo primário, como é o exemplo dos SAMS (Serviço de Assistência Médico-Social

do Sindicato dos Bancários). No caso de receitas com complementaridade de comparticipações,

deve-se tirar fotocópia ao cartão de beneficiário e da receita médica, uma vez que na faturação

a receita original é enviado para o organismo principal e a fotocópia da receita médica e do

cartão de beneficiário segue para o organismo complementar [9].

4.2 – DISPENSA DE MSRM

Segundo o Decreto-Lei nº176/2006, de 30 de agosto, estão sujeitos a receita médica

todos os medicamentos que preenchem uma das seguintes condições [10].

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Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente,

mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem

vigilância médica;

Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam

utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes

daqueles a que se destinam;

Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade

ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

Destinam-se a ser administrados por via parentérica.

Os MSRM só são dispensados mediante a presença de uma receita médica, atualmente,

existem três modelos de receita médica: as receitas manuais, receitas materializadas e as receitas

desmaterializadas ou receitas sem papel. Segundo a Portaria 224/2015, de 27 de julho, as

receitas só são válidas se apresentarem [11]:

Número da receita;

Local de prescrição ou respetivo código

Identificação do médico prescritor, incluindo o número da cédula profissional e

em alguns casos a especialidade;

Nome e número de utente;

Entidade financeira responsável e número de beneficiário;

Regime especial de comparticipação de medicamentos.

As receitas materializadas (ANEXO VI) para serem válidas além das informações

referidas anteriormente devem ainda conter o DCI da substância ativa (dosagem, FF, dimensão

da embalagem e número de embalagens); se aplicável a denominação comercial do

medicamento; código nacional de prescrição eletrónica de medicamentos (CNPEM) ou outro

código oficial identificador do produto; data da prescrição; assinatura autógrafa do prescritor;

e se aplicável a exceção que impede o direito de opção (prescrição de medicamento com

margem ou índice terapêutico estreito; reação adversa prévia ou continuidade de tratamento

superior a 28 dias). Este tipo de receita pode ter até três vias, sendo que em cada receita podem

ser prescritos até quatro medicamentos ou produtos de saúde distintos com um limite máximo

de duas embalagens por medicamento ou um total máximo de quatro embalagens. No caso dos

medicamentos se apresentarem em embalagem unitária, podem ser prescritos até quatro

embalagens do mesmo medicamento.

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As receitas desmaterializadas (ANEXO VII) além do referido anteriormente só são

válidas quando apresentam: a hora da prescrição, linhas de prescrição (tipo de linha, número da

linha, identificada univocamente e constituída pelo número da prescrição e pelo número de

ordem da linha de prescrição, tipo de medicamento ou produto de saúde prescrito, data do termo

da vigência da linha de prescrição), DCI da substância ativa e data da prescrição. Nestas receitas

cada linha só pode incluir um medicamento ou produto de saúde até um máximo de duas

embalagens de cada. Neste tipo de receitas o utente pode não estar acompanhado da “guia de

tratamento”, nesse caso é enviada uma mensagem para o telemóvel do utente com o número da

receita, código de acesso e dispensa e código de direito de opção [12].

As receitas manuais (ANEXO VIII) só são válidas se apresentarem: vinheta

identificativa do local de prescrição se for o caso; vinheta identificativa do médico prescritor;

identificação da especialidade médica, se aplicável e contacto telefónico do médico prescritor;

apresentar identificada a exceção para a prescrição manual (falência informática, inadaptação

do prescritor, prescrição no domicílio ou até 40 receitas por mês); nome e número de utente; se

aplicável, identificar o regime especial de comparticipação de medicamentos; DCI da

substância ativa; assinatura autógrafa do prescritor e se aplicável a exceção que impede o direito

de opção. Só é admitida uma via da receita manual [11].

Antes da dispensa de MSRM é necessária a verificação dos aspetos referidos

anteriormente da prescrição médica por parte do profissional de farmácia. Esta deve ser

corretamente avaliada de modo a interpretar e avaliar a prescrição médica, identificando

possíveis problemas com o medicamento ou com a receita médica. Após a verificação da receita

médica, procede-se à dispensa do medicamento com o auxílio do sistema informático SPharm®.

No início da dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde deve-se perguntar ao utente

se possui cartão da farmácia, nesse caso é possível ao profissional de farmácia aceder a

informações como o subsistema de comparticipação, últimas vendas possibilitando ao

profissional de farmácia verificar qual a medicação que o utente faz habitualmente, tornando

mais fácil e rápida a dispensa ao utente. A dispensa de MSRM no sistema informático depende

do tipo de receita médica. Na dispensa de receitas manuais procede-se à leitura ótica do código

de barras dos medicamentos ou digita-se o código manualmente, sendo necessário introduzir o

código do respetivo organismo de comparticipação, procede-se depois à confirmação da

dispensa introduzindo-se o número da receita médica. Antes de finalizar a dispensa é necessária

a confirmação dos medicamentos procedendo-se novamente a leitura ótica do código de barras

dos medicamentos de modo a evitar erros na dispensa, nas receitas manuais deve-se ainda

imprimir no verso da receita o documento de faturação, que o utente deve assinar no local

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destinado para o efeito. Na dispensa das receitas materializadas inicia-se a dispensa com a

introdução do número da receita e do código de acesso, procedendo depois à leitura ótica do

código de barras dos medicamentos. Neste tipo de receitas o organismo de comparticipação

aparece automaticamente, podendo assim finalizar a dispensa, confirmando novamente os

medicamentos dispensados como referido anteriormente. Depois é necessário recortar a receita

de modo a que o utente possa levar o guia de tratamento e a receita médica fique na farmácia

depois de impresso o documento de faturação e ser devidamente assinado pelo utente. Quanto

às receitas desmaterializadas a dispensa começa com a introdução do número da receita e

código de acesso, permitindo ao profissional de farmácia aceder à lista de medicamentos que

constam nessa receita. Depois são selecionadas apenas as linhas dos medicamentos que o utente

quer, procedendo-se à leitura do código de barras dos medicamentos. Neste tipo de receitas o

organismo de comparticipação aparece automaticamente, podendo depois finalizar-se a

dispensa confirmando novamente os medicamentos dispensados. Neste tipo de receitas é

importante assinalar no guia de tratamento com quantas embalagens e quais os medicamentos

com que o utente fica na receita. Neste tipo de receita não é necessária a impressão do

documento de faturação (ANEXO IX). Este documento deve conter impressas as seguintes

informações: identificação da farmácia, número de registo dos medicamentos dispensados em

carateres e código de barras, quantidade fornecida preço total de cada medicamento, valor total

da receita, medicamentos, encargo do utente em valor por medicamento e respetivo total,

comparticipação do estado em valor por medicamento e respetivo total e data da dispensa. Este

deve ainda conter a informação em que o utente declara que:

“Me foram dispensadas as N embalagens de medicamentos constantes na receita

e prestados os conselhos sobre a sua utilização”

Pode ainda ser impressa informação, relativamente ao direito de opção, no entanto é só

é impressa apenas quendo aplicável.

“Não exerci direito de opção”

“Exerci o direito de opção para medicamento com preço superior ao 5.º mais

barato”

“Exerci direito de opção por medicamento mais barato que o prescrito para

continuidade terapêutica de tratamento superior a 28 dias”

É muito importante no ato da dispensa, sempre que aplicável questionar o utente sobre

se quer adquirir o medicamento de marca ou se quer optar pelo medicamento genérico e

informar e explicar como o utente deve tomar e armazenar o medicamento.

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4.3 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E ESTUPEFACIENTES

Na prescrição de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, não podem constar de

receita materializada ou receita manual, onde sejam prescritos, outros medicamentos ou

produtos de saúde. O processamento da receita médica é realizado dependendo do tipo de

receita da forma descrita anteriormente. No ato da dispensa o sistema informático identifica os

produtos, considerados psicotrópicos e estupefacientes, abrindo um menu de preenchimento

obrigatório com informações acerca do médico prescritor (nome e código de identificação),

informação do utente (nome e morada) informação do adquirente (nome, data e número do

cartão de cidadão ou carta de condução, número do passaporte no caso de cidadãos estrangeiros

e data de nascimento) e número da receita. Após a dispensa destes medicamentos o sistema

informático para além do recibo de venda imprime um talão comprovativo da venda em

duplicado com os dados do médico, utente e adquirente, referidos anteriormente, cada talão é

anexado a uma cópia da receita médica, um deles é enviado para o INFARMED e o outro talão

com a cópia da receita é ainda anexado à cópia da fatura sendo armazenada durante um mínimo

de 3 anos no arquivo da farmácia.

4.4 – DISPENSA DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS

A dispensa de MM no sistema informático é realizada da mesma forma que outros

MSRM. No entanto os MM que são comparticipados pelo SNS são os que constam em anexo

no Despacho nº18694/2010, de 16 de Dezembro. A esta lista podem ser acrescentados MM que

cumpram as seguintes condições:

Inexistência no mercado de especialidade farmacêutica com igual substância

ativa, na FF pretendida;

Existência de lacuna terapêutica a nível de medicamentos preparados

industrialmente;

Necessidade de adaptação de dosagens ou FF às carências terapêuticas de

populações específicas, como é o exemplo da geriatria e da pediatria.

Os MM para serem comparticipáveis devem ser prescritos mediante indicação na receita

médica da substância ativa, dosagem, excipientes e FF, e devem mencionar a palavra

“Manipulado” ou “FSA”. A comparticipação destes medicamentos é de 30% do respetivo PVP

[13].

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4.5 – DISPENSA DE MNSRM

Segundo o Despacho n° 17690/2007, de 23 de Julho a automedicação é a utilização de

MNSRM de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de

saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um

profissional de saúde [14].

O profissional de saúde, no ato a dispensa e do aconselhamento deve questionar o utente,

de modo a obter informações acerca de:

Sintoma ou motivo de consulta ao profissional de farmácia;

Duração do problema de saúde;

Existência de outros sinais ou sintomas associados ao problema de saúde que

motivou a consulta do doente ao profissional de farmácia;

Outros problemas de saúde manifestados pelo doente;

Medicação que o utente toma.

No entanto, existem grupos em que é necessário ter especial atenção como é o caso dos

idosos, crianças, grávidas e mulheres a amamentar, podendo ser necessário desaconselhar a

automedicação e encaminhar o utente para o médico.

4.5.1 – Produtos de cosmética e de higiene corporal

A FM apresenta uma vasta gama de produtos de cosmética ao dispor do utente. Como é

o exemplo da Vichy®, Uriage®, Filorga®, Bioderma®, entre outras. Aquando a dispensa destes

produtos deve-se explicar ao utente como aplicar e outros conselhos adicionais, e ter-se em

especial atenção no aconselhamento o tipo de pelo do utente.

Relativamente aos produtos de higiene corporal a FM apresenta também uma vasta

gama de produtos, que conta com produtos como Lactacyd Pharma®, Saforelle®, Saugella®,

Letifem®, entre outros.

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4.5.2 – Medicamentos homeopáticos

Um medicamento homeopático é um medicamento obtido a partir de substâncias

denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico

descrito na farmacopeia utilizada de modo oficial num estado membro, e que pode ter vários

princípios [15].

Na FM os medicamentos homeopáticos são do laboratório Boiron®, existindo uma

variedade de produtos. Estes medicamentos são usados em doenças comuns sendo exemplos de

medicamentos homeopáticos e respetivas indicações os seguintes:

Stodal® - tratamento da tosse;

Oscillococcinum® - estados gripais;

Homeovox® - perda de voz e rouquidão;

Homeogene 9® - para as dores de garganta;

Arnigel® - contusões e cansaço muscular;

Cicaderma® - feridas e queimaduras;

Camilia® - perturbações dos primeiros dentes.

4.5.3 – Medicamentos e produtos de uso veterinário

Segundo o decreto-lei nº 148/2008, de 29 de julho, um medicamento veterinário é toda

a substância, ou associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas

ou preventivas de doenças em animais ou dos seus sistemas, ou que possa ser utilizada ou

administrada no animal com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou,

exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou

modificar funções fisiológicas.

Na FM existem variados medicamentos veterinários desde desparasitantes externos das

marcas Frontline®, Advantix®, desparasitantes internos da marca Drontal® e Strongid®, pilulas

como a Magecat® e Pilludog® e vacinas como a Tetradog®. E outros produtos como as coleiras

da Scalibor®, shampoo da marca Eliminall®, entre outros.

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4.5.4 – Dispositivos médicos

Um dispositivo médico é qualquer instrumento, equipamento, software, material ou

artigo utilizado isoladamente ou em combinação, incluindo o software destinado pelo seu

fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêuticos e que seja

necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo principal efeito pretendido

no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos,

embora a sua função possa ser apoiada por esses meios, destinado a serem utilizados em

humanos para fins de:

Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença;

Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou

de uma deficiência;

Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico;

Controlo da conceção.

Os dispositivos médicos podem ser classificados em três classes:

Classe I: dispositivos de baixo risco;

Classe IIa e IIb: dispositivos de médio risco, sendo a classe IIa de baixo médio

risco e a classe IIb de alto médio risco;

Classe III: dispositivos de alto risco.

Na FM existe uma vasta gama de dispositivos médicos sendo exemplo de dispositivos

médicos de classe I as fraldas e pensos de incontinência, meias de compressão, joelheiras, meias

e pulsos elásticos para fins médicos, cadeiras de roda, canadianas, muletas, pensos oculares,

seringas sem agulha, ligaduras. A FM apresenta dispositivos médicos de classe IIa como por

exemplo: compressas de gaze hidrófila estéreis e não estéreis, pensos de gaze não impregnados

com medicamentos, medidores de tensão com fonte de energia associada, termómetros com

pilha ou outra fonte de energia associada, agulhas das seringas, lancetas e luvas cirúrgicas.

Quanto aos dispositivos de classe IIb a FM apresenta por exemplo: canetas de insulina,

preservativos masculinos, diafragmas, material de penso para feridas ulceradas extensas e

crónicas, material de penso para queimaduras graves que atingem a derme e cobrem uma área

extensa e material de penso para feridas de decúbito graves. Os dispositivos de classe III ao

dispor dos utentes na FM são por exemplo: pensos com medicamentos, preservativos com

espermicidas, dispositivos intrauterinos que não libertem progestagénios [16].

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Numa farmácia comunitária podem ainda encontrar-se dispositivos médicos para

diagnóstico in vitro como é o exemplo de testes de gravidez, equipamento para medição da

glicemia, frasco para colheita de urina assética, entre outros [16].

4.5.5 – Outros produtos dispensados na FM

Na FM encontram-se ainda diversos produtos ao dispor do utente como é o caso de

produtos de alimentação especial. É exemplo desta, a marca Resource® que apresenta diversos

produtos como por exemplo:

Resource® Protein: é um tratamento nutricional que melhora a cicatrização de

feridas;

Resource® 2.0: é um suplemento hipercalórico;

Resource® HP/HC: suplemento hiperproteico e hipercalórico;

Resource® espessante: para pessoas com disfagia;

Resource® cereal instant: refeições para adultos;

Resource® crema: é um suplemento completo hipercalórico e hiperproteico com

textura modificada.

Existe também alimentação especial pediátrica, sendo que na FM as marcas mais

utilizadas são Novalac®, Aptamil®, entre outras. Estas existem nas formas de leites, farinhas e

boiões. Os leites podem ser leites de transição, de crescimento ou específicos para lactantes.

A FM apresenta também uma vasta gama de suplementos multivitamínicos disponíveis

para aconselhamento, tanto para crianças como para adultos, como por exemplo o Centrum®,

Viterra®, MIXVIT®, AnimatiV®, entre outros.

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5 – PROCESSAMENTO E CONFERÊNCIA DO RECEITUÁRIO

Na FM a conferência das receitas médicas é realizada todos os dias pela pessoa

responsável pelo receituário, de modo a detetar e resolver precocemente os problemas

relacionados com as receitas médicas. A pessoa responsável verifica se a receita se encontra

válida consoante o que foi descrito anteriormente, devendo verificar outros aspetos como se o

produto dispensado corresponde ao produto prescrito, prazo de validade da receita, assinatura

do médico e assinatura do utente, devendo depois carimbar, rubricar e datar as receitas médicas.

Depois de verificadas as receitas são agrupadas por organismo de comparticipação sendo

organizadas pelo número de receita e por lote, sendo que cada lote contém 30 receitas

numeradas de 1 a 30. À medida que os lotes ficam completos vão-se fechando os lotes no

sistema informático, imprimindo os respetivos verbetes de identificação de lote, que depois de

confirmados são anexados às respetivas receitas, carimbados e rubricados [17].

Cada verbete deve conter a seguinte informação:

Identificação da farmácia;

Organismo comparticipador;

Respetivo código da Associação Nacional de Farmácia (ANF)/Associação de

Farmácias de Portugal (AFP);

Identificação do lote;

Mês e ano;

Quantidade de receitas e de etiquetas;

Valor total do lote correspondente ao PVP, valor total a pagar pelos utentes e

valor total a pagar pelo organismo de comparticipação.

Os lotes devem ser fechados até ao último dia do mês, emitindo dois documentos: a

relação resumo de lotes e a fatura mensal dos medicamentos. A relação resumo de lotes deve

conter a seguinte informação:

Nome e código da farmácia

Mês e ano da respetiva fatura;

Número da folha, relativo ao total de folhas da relação-resumo dos lotes;

Dados informativos, discriminados por lotes e transcritos dos respetivos verbetes

de identificação (tipo e número sequencial do lote, importância total dos lotes

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correspondente ao PVP, importância total dos lotes paga pelos utentes e

importância total dos lotes a pagar pelo Estado.

A fatura mensal deve conter a seguinte informação [18]:

identificação da entidade adquirente;

indicação de que se trata de documento de original ou duplicado;

nome e código da farmácia;

número da fatura;

data da fatura;

número fiscal;

total do número de lotes;

total do número de lotes, por tipo;

importância total por tipo de lote, correspondente ao PVP;

importância total, por tipo de lote, paga pelos utentes;

importância total, por tipo de lote, a pagar pelo Estado;

importância total do PVP;

importância total paga pelos utentes;

importância total a pagar pelo Estado;

assinatura.

Depois deste processo são enviados até ao dia 10 do mês seguinte as receitas

correspondentes ao SNS para o Centro de Conferência de Faturas (CCF), enquanto que as

receitas correspondentes aos outros organismos de comparticipação são enviadas para a AFP.

As duas associações procedem à conferência dos valores que devem ser reembolsados às

respetivas farmácias.

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6 – OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS PELA FARMÁCIA

A FM apresenta serviços ao utente como a determinação de parâmetros bioquímicos e

fisiológicos, tais como a avaliação da pressão arterial, avaliação da glicemia, avaliação do

colesterol, avaliação dos triglicéridos e testes de gravidez. Na FM ainda se procede à

administração de vacinas e a pequenos curativos.

6.1 – MEDIÇÃO DE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS

A pressão arterial é avaliada recorrendo a um esfigmomanómetro digital, no entanto

antes de proceder à medição é necessário recomendar o utente a descansar pelo menos cinco

minutos. É ainda importante alertar o utente para permanecer descontraído, não falar, nem se

mover durante a medição. O profissional de farmácia deve depois anotar a hora, dia e os valores

num cartão próprio e comparar os valores obtidos com os valores de referência (Tabela 1) [19].

Tabela 1 - Valores de referência da pressão arterial em adultos.

Categoria Pressão arterial

sistólica (mmHg)

Pressão arterial

diastólica (mmHg)

Ótima <120 e <80

Normal 120 - 129 e/ou 80 - 84

Normal-alta 130-139 e/ou 85 - 89

Hipertensão Grau I 140 – 159 e/ou 90 - 99

Hipertensão Grau II 160-179 e/ou 100-109

Hipertensão Grau III ≥180 e/ou ≥110

Hipertensão Sistólica Isolada ≥140 e <90

Fonte: Norma DGS nº 020/2011 de 28 de Setembro [19]

A medição da glicémia é realizada através de equipamentos e tiras específicas. Para a

medição desta são necessários alguns procedimentos iniciais como caçar luvas, de modo a evitar

contaminação, massajar o dedo de modo a aumentar o fluxo sanguíneo e desinfetar com álcool

a 70% o dedo escolhido pelo utente. O profissional procede à picada do dedo com uma agulha

descartável e coloca-se na tira uma gota de sangue, depois coloca-se a tira no equipamento

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específico e o profissional compara os valores obtidos com os valores de referência (Tabela 2)

[20].

Tabela 2 - Valores de referência da glicémia.

Fonte: Norma DGS nº 002/2011 de 14 de janeiro [20]

O diagnóstico da diabetes é feito com base em:

Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl;

Sintomas clássicos + glicemia ocasional ≥ 200 mg/dl;

Glicemia ≥ 200 mg/dl às 2 horas, na prova de tolerância à glicose oral;

Hemoglobina glicada A1c (HbA1c) ≥ 6,5%.

A medição dos triglicéridos, do colesterol e do ácido úrico é realizada com o auxílio do

Reflotron Plus®. Antes da medição destes é necessário a realização dos procedimentos iniciais

referidos anteriormente. Para a medição destes é necessário picar o dedo do utente com uma

agulha descartável, recolhendo sangue para um capilar, que depois é transferido para uma tira

própria e colocada no Reflotron Plus®. Depois os valores obtidos devem ser comparados com

os valores de referência. Na Tabela 3 encontram-se os valores de referência do colesterol total,

Low Density Lipoproteins (LDL) e High Density Lipoproteins (HDL) [21].

Tabela 3 -Valores de referência do colesterol total, Low Density Lipoproteins (LDL) e High

Density Lipoproteins (HDL) e triglicéridos.

Colesterol/triglicéridos Valores de Referência

Colesterol total < 190 mg/dl

LDL < 115 mg/dl

HDL > 40 mg/dl no homem e > 45 mg/dl na mulher

Triglicéridos < 150 mg/dl

Fonte: Norma DGS nº 019/2011 de 28 de setembro [21]

Classificação Valores

Normal < 110 mg/dl

Anomalia da glicémia em jejum 110-125 mg/dl

Diabetes ≥ 126 mg/dl

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7 – VALORMED

A VALORMED é uma sociedade criada em 1999, responsável pela gestão dos resíduos

de embalagens vazias e medicamentos fora de uso. Os contentores da VALORMED encontram-

se instalados nas farmácias ao dispor dos cidadãos [22].

Os utentes da farmácia deixam as embalagens vazias ou medicamentos fora de uso na

farmácia, para que o profissional da farmácia os coloque no contentor da VALORMED.

Quando o contentor se encontra cheio o profissional da farmácia deve fechar e pesar o

contentor. Depois deve preencher a “ficha de contentor” com as seguintes informações:

Nome e número da farmácia;

Peso do contento;

Rubrica do profissional responsável pelo fecho do contentor.

O contentor fica a aguardar a recolha por parte de um armazenista que deverá preencher

na “ficha do contentor” as seguintes informações:

Data da recolha;

Número do armazenista;

Rubrica do responsável pela recolha.

Os contentores são transportados para um centro de triagem por um operador de gestão

de resíduos, sendo que é aqui que são separados e classificados para serem entregues a gestores

de resíduos autorizados. Estes são responsáveis pelo seu tratamento, que pode ser:

Reciclagem no caso do plástico, vidro e papel;

Incineração segura com valorização energética dos restantes produtos.

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8- BIBLIOGRAFIA

[1] O. Dos Farmacêuticos, “Boas Práticas Farmacêuticas para a farmácia comunitária

(BPF),” Cons. Nac. da Qualidade, 3a edição, 2009.

[2] Infarmed, “Deliberação n.o 1502/2014,” Diário da República 2a Ser. no 145, p. 19445,

2014.

[3] Ministério da Saúde, “Portaria no594/2004, de 2 de junho -,” Diário da República, 1.a

série-B, 2004.

[4] “Decreto-Lei no 75/2016 de 8 de novembro,” Diário da República 1a série- no 214 8

novembro, 2016.

[5] Softreis, “SPharm – Softreis,” 2011. [Online]. Available:

http://www.softreis.pt/wp/?page_id=1811. [Accessed: 14-Jan-2017].

[6] INFARMED I.P., “Decreto-Lei No15/93, De 22 De Janeiro,” Diário da República, 1.a

série, 1991.

[7] INFARMED, “Portaria n . o 769 / 2004 , de 1 de Julho,” Legis. Farm. Compil., pp. 4–7,

2004.

[8] INFARMED I.P., “Comparticipação e avaliação prévia hospitalar,” 2016. [Online].

Available:

http://www.infarmed.pt/web/infarmed/infarmed?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_s

tate=maximized&p_p_mode=view&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview

_content&_101_returnToFullPageURL=%2F&_101_assetEntryId=1303774&_101_typ

e=content&_101_urlTitle=compartic. [Accessed: 28-Apr-2017].

[9] “Decreto-Lei n.o 19/2014 de 5 de Fevereiro,” Diário da República, vol. 1.a série, pp.

968–972, 2014.

[10] Ministério da Saúde, “Decreto-Lei n.o 176/2006, de 30 de Agosto - Estatuto do

Medicamento,” Diário da República 1a série, 2006.

[11] “Portaria n.o 224/2015 de 27 de julho,” Diário da República, 1.a série — N.o 144 — 27

julho, 2015.

[12] Administração Central do Sistema de Saúde, “Normas relativas à prescrição de

medicamentos e produtos de saúde.” 2014.

[13] Ministério da Saúde, “Despacho no 18694/2010,” Diário da República, vol. 2, 2010.

[14] Ministério da Saúde, “Despacho n.o 17690/2007,” D. da Repub., 2007.

[15] “Medicamentos homeopáticos - INFARMED, I.P.” [Online]. Available:

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47

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humano/autorizacao-de-introducao-no-mercado/medicamentos-homeopaticos.

[Accessed: 23-May-2017].

[16] INFARMED I.P., “Dispositivos médicos na farmácia,” 2016. [Online]. Available:

http://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/dispositivos-medicos/aquisicao-e-

utilizacao/dispositivos_medicos_farmacia. [Accessed: 22-May-2017].

[17] Ministério da Saúde, “Portaria n.o 223/2015 de 27 de julho,” Diário da Repub., 2015.

[18] “Portaria n.o 24/2014, de 31 de janeiro,” Diário da República, 1.a série — N.o 22 31

janeiro, 2014.

[19] F. H. M. George, “Norma da DGS-Hipertensão Arterial: definição e classificação,”

Direção-Geral da Saúde, 2013.

[20] F. H. M. George, “Norma da DGS-Diagnóstico e Classificação da Diabetes Mellitus,”

Norma da Direção-Geral da Saúde, pp. 1–13, 2011.

[21] F. H. M. George, “Norma da DGS- Abordagem Terapêutica das Dislipidemias no

Adulto,” Norma Da Direção Geral Da Saúde, pp. 1–17, 2015.

[22] Valormed, “Sociedade Gestora de Resíduos e de Embalagens e Medicamentos, Lda.” .

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CAPÍTULO 2 - FARMÁCIA HOSPITALAR

1 – CARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR TONDELA-VISEU, E.P.E.

O primeiro hospital da cidade de Viseu foi o Hospital de Chagas, instituído entre 1565-

1585, por Gerónimo Braga e a sua mulher Isabel de Almeida. Este destinava-se a doentes que

não excedessem os três meses de tratamento. Foi depois reedificado e ampliado pelo Bispo D.

Júlio (Julius Franciscus de Oliveira), ficando com duas enfermarias para homens e mulheres

com quarentena, oito lugares além dos do venéreo e uma casa separada para crianças enjeitadas

[1].

No final do século XVII o bispo D. Júlio resolveu edificar outro hospital vindo a ser

denominado de “Hospital Novo”. A construção decorreu lentamente estando suspensa por

alguns anos devido à falta de recursos financeiros e devido à Guerra da Península e posteriores

guerras civis. O “Hospital Novo” recebeu os primeiros doentes em 1842 estando ainda

inacabado. Este hospital era composto por dois pisos, tendo quatro enfermarias denominadas

de: São João, S. Francisco, Sant’Ana e Senhora das Dores; tinha ainda mais duas enfermarias

para os Irmãos da Misericórdia, alguns quartos para pensionistas, compartimentos para doentes

alienados e presos, instalações sanitárias, casa das autópsias e casa mortuária [1].

A 14 de Julho de 1997 foi inaugurado o Novo Hospital de São Teotónio situado na

periferia da cidade, sendo a sua área de influência todo o distrito de Viseu e alguns concelhos

fora dele, atendendo a uma população aproximada de 420.000 habitantes. O Hospital São

Teotónio (HST) tem como missão prestar cuidados de saúde diferenciados, em articulação com

os cuidados de saúde primários e com os hospitais integrados na rede do Serviço Nacional de

Saúde (SNS) com qualidade e eficiência elevados [2].

Com base no Decreto-Lei n.º 30/2011 de 2 de Março, foi criado então o atual Centro

Hospitalar Tondela-Viseu, E.P.E., unindo o Hospital São Teotónio, E.P.E com o Hospital

Cândido de Figueiredo e integra ainda o Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental situado

na unidade de Abraveses [3].

A unidade de Viseu do Centro Hospitalar Tondela- Viseu (CHTV) possui um total de

632 camas englobando os seguintes serviços clínicos:

Angiologia

Bloco operatório;

Cardiologia;

Cirurgia A

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Cirurgia B

Cirurgia C

Cirurgia D

Cirurgia vascular

Cirurgia plástica

Consultas externas

Exames especiais

Gastroenterologia

Ginecologia

Hematologia

Hemodiálise

Hemodinâmica

Hospital de dia cirúrgico

Hospital de dia de Nefrologia

Hospital de dia oncológico

Imagiologia

Laboratório de análises clínicas

Medicina A

Medicina B

Medicina C

Medicina D

Medicina Física e de Reabilitação

Neurologia

Nefrologia

Neurocirurgia

Neonatologia

Obstetrícia A

Obstetrícia B

Oncologia

Ortopedia A

Ortopedia B

Ortopedia C

Oftalmologia

Otorrinolaringologia

Patologia clínica

Pneumologia

Pediatria

Unidade de AVC

Unidade de Ventilação Não

Invasiva (UVNI)

Unidade de Cuidados Intensivos

Coronários (UCIC)

Unidade de Cuidados Intensivos

Polivalentes (UCIP)

Unidade de Endocrinologia

Unidade de Cuidados Intermédios

Médicos (UCIM)

Unidade de Monitorização do

Doente Crítico (UMDC)

Urgência geral

Urgência pediátrica

Urgência obstétrica/ Ginecológica

Urologia

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A unidade de Viseu do CHTV conta com uma vasta equipa, dos quais se destacam:

Dirigentes: 9

Médicos: 219

Técnicos Superiores: 20

Enfermeiros: 648

Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDT): 107

Administrativos: 149

Assistentes Operacionais (AO): 440

1.1 – CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO CHTV- UNIDADE

DE VISEU

Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares (SFH) asseguram a terapêutica medicamentosa

aos doentes, a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos, integram as equipas de

cuidado de saúde e promovem ações de investigação científica e de ensino. Estes têm como

objeto o conjunto de atividades farmacêuticas, exercidas em organismos hospitalares ou

serviços a eles ligados, que são designados por “atividades de farmácia hospitalar” [4].

Aos SFH compete especialmente:

Preparar, verificar analiticamente, armazenar e distribuir medicamentos;

Dar apoio técnico aos serviços de análise, de esterilização, de sangue ou outros

que dele careçam;

Abastecer de produtos químicos e reagentes os laboratórios de análises clínicas

ou outros;

Cooperar na ação médica e social, tanto curativa, como recuperadora ou

preventiva, dos organismos a que estejam ligados;

Promover ou apoiar a investigação no campo das ciências e da técnica

farmacêutica;

Colaborar na preparação e aperfeiçoamento do pessoal destinado a estes

serviços na educação farmacêutica de pessoal destinado a estes serviços e na

educação farmacêutica de outros serviços com que estejam em ligação.

Os Serviços Farmacêuticos (SF) do CHTV são acreditados pela norma NP EN ISO

9001:2008 desde novembro de 2010. Esta permite a garantia da qualidade que engloba as áreas

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de desenvolvimento, produção, instalação e assistência médica. A norma ISO estabelece que a

organização acreditada deve [5]:

Identificar os processos necessários para o Sistema de Gestão da Qualidade

(SGQ) e para a sua aplicação em toda a organização;

Determinar a sequência e interação dos processos;

Determinar critérios e métodos necessários para assegurar que, tanto a

operação, como o controlo dos processos são eficazes;

Assegurar que se encontram disponíveis os recursos e informações necessárias,

para suportar as operações e monitorizar os processos;

Monitorizar, medir e analisar os processos;

Implementar ações necessárias para atingir os resultados planeados e a melhoria

contínua dos processos.

Devido à certificação pela norma ISO 9001:2008, todos os parâmetros são cumpridos,

uma vez que são documentadas todas as etapas dos diversos procedimentos e respetivas

responsabilidades, através de modelos formalizados que verificam se os procedimentos são

realizados conforme o descrito, sendo realizados para todos os procedimentos necessários.

1.1.1 – Espaço físico da farmácia hospitalar

Segundo o manual de farmácia hospitalar, a localização dos serviços farmacêuticos

deverá sempre que possível, observar os seguintes pressupostos:

Facilidade de acesso interior e exterior;

Implementação de todas as áreas, incluindo o armazém, no mesmo piso;

O setor de distribuição de medicamentos a doentes ambulatórios, se existir,

deverá localizar-se próximo da circulação normal deste tipo de doentes; como

por exemplo, junto das consultas externas e ter entrada exterior aos serviços

farmacêuticos;

Proximidade com os sistemas de circulação vertical como monta-cargas e

elevadores.

Posto isto, os SF da unidade de Viseu do CHTV localizam-se no piso 1, sendo de fácil

acesso para os doentes de ambulatório, para funcionários do hospital pela entrada interna e de

fácil acesso para os fornecedores pela entrada exterior. Os SF da unidade de Viseu do CHTV

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são compostos pelas seguintes áreas: secretariado, ambulatório, sala de reuniões, sala da

direção, sala dos administrativos, instalações sanitárias/ vestiários, sala da distribuição

tradicional, sala dos técnicos, armazém geral, sala de distribuição em dose unitária, sala dos

farmacêuticos de apoio à dose unitária, sala da receção, sala da reembalagem, sala do cofre,

câmara frigorífica, ensaios clínicos, laboratório de preparações não estéreis e laboratório de

preparações estéreis (citotóxicos e não citotóxicos).

Estas áreas divididas por salas são essenciais para um melhor funcionamento,

desempenho e organização, de modo a permitir as condições adequadas em termos de acesso e

circulação.

1.1.2 – Recursos humanos e horário de funcionamento

Os SF da unidade de Viseu do CHTV conta com uma equipa composta por 14

farmacêuticos, 14 técnicos de farmácia (TF), 7 AO e 3 assistentes técnicos. Os SF encontram-

se em funcionamentos 24 horas por dias, todos os dias da semana, incluindo fins-de-semana e

feriados. O horário normal é das 9h às 24h, sendo que a partir das 18h até às 24h ficam apenas

de serviço um farmacêutico e um TF, das 24h às 9h fica um farmacêutico de prevenção. O

mesmo acontece aos fins-de-semana a partir das 18h. Aos sábados encontram-se apenas em

serviço 2 farmacêuticos, 4 TF e 2 AO e aos domingos encontram-se de serviço apenas um TF

e um farmacêutico das 9h às 18h, ficando um farmacêutico de prevenção das 18h de domingo

às 9h de segunda-feira.

Relativamente ao ambulatório o horário de funcionamento é das 9h às 18h de segunda

a sexta-feira.

1.1.3 – Sistema informático

O sistema informático utilizado no Centro Hospitalar Tondela Viseu é o Sistema de

Gestão Integrada do Circuito do Medicamento (SGICM). O SGICM possibilita o pedido e o

registo de medicamentos e outros produtos de saúde por via informática, bem como a

distribuição informatizada dos medicamentos emitidos diariamente a partir da prescrição

médica eletrónica. Este sistema informático apresenta como vantagens o aumento da segurança,

redução dos erros de medicação, conhecimento rigoroso do perfil farmacoterapêutico dos

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doentes, diminuição do risco de interações medicamentosas, permite a racionalização da

terapêutica e dos diferentes stocks nos serviços, controlo mais rigoroso dos custos e reduz os

desperdícios [6].

Este sistema informático atua em todo o circuito do medicamento desde a sua aquisição

até à sua distribuição aos serviços ou doentes.

De modo a uma maior segurança o acesso ao SGICM só é permitido através da inserção

de uma password específica para cada profissional de saúde.

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2 – CIRCUITO DO MEDICAMENTO E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

A gestão do medicamento é o conjunto de procedimentos realizados pelos SF do

hospital, garantindo o bom uso e dispensa dos medicamentos em perfeitas condições aos

doentes do hospital, tanto em regime de internamento como em regime de ambulatório.

O circuito do medicamento e outros produtos de saúde apresenta várias fases,

começando na sua seleção, aquisição e armazenamento, passando pela distribuição e acabando

na administração do medicamento ao doente (Gráfico 1) [4].

2.1 – SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE

A seleção de medicamentos deve ter por base o Formulário Hospitalar Nacional de

Medicamentos (FHNM) e as necessidades terapêuticas dos doentes do hospital. Quando são

necessários medicamentos que não constem no FHNM a sua aquisição tem de ser aprovada pela

comissão de farmácia e terapêutica, com base em critérios baseados nas necessidades

Receção

Armazenamento

DistribuiçãoAdministração

Seleção e Aquisição

Gráfico 1- Circuito do medicamento e outros Produtos de Saúde.

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terapêuticas dos doentes, na melhoria da qualidade de vida do doente e em critérios

fármaco-económicos.

As necessidades relativas a medicamentos e Dispositivos Médicos (DM) são realizadas

pelo diretor do serviço com base no seguinte:

Previsões do consumo anual com base no histórico de necessidades do hospital;

Stocks existentes;

Falhas de reposição por parte dos fornecedores;

Necessidades pontuais do hospital.

Como auxílio na identificação das necessidades de compra, existem duas agendas

localizadas na sala da distribuição tradicional, a agenda “armazenista local” (Alliance

Healthcare®) onde são registadas situações pontuais, transitórias ou urgentes que surjam nos SF

e “Medicamentos em falta”, onde são registados os medicamentos com stock zero ou que

atingem o stock mínimo.

No final de cada ano o diretor de serviço elabora as previsões de consumo anual para o

ano seguinte, com base nas necessidades de medicamentos e dispositivos médicos detetadas. O

processo de compra de medicamentos é realizado através de concursos, as respostas a esses

concursos são depois analisadas pelo diretor dos serviços farmacêuticos e pelo Serviço de

Aprovisionamento (SA), tendo em conta a viabilidade técnica do medicamento face ao

solicitado, preço, quantidade, interesse dos SF do tipo de fornecimento e qualidade do

fornecedor no que diz respeito ao seu histórico de desempenho. Os concursos são negociados e

as propostas de adjudicação são enviadas ao conselho de administração para aprovação, depois

de aprovadas é realizada a nota de encomenda (ANEXO X) no SGICM, que é impressa e

armazenada num dossier próprio na sala da receção. Todas as aquisições realizadas pelos SF

passam pelo SA, sendo necessário serem aprovadas pelo conselho de administração.

As encomendas dos produtos ao armazenista são realizadas por via telefónica, sendo a

nota de encomenda feita só aquando da chegada dos produtos aos SF.

Relativamente aos medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, aquando da emissão

da nota de encomenda é também necessário o preenchimento do Anexo VII “Requisição de

Substâncias e suas Preparações compreendidas nas Tabelas I, II, III e IV com a exceção da II-

A” anexas ao Decreto-Lei nº 15/93 de 22 de janeiro, com retificação de 20 de fevereiro, de

acordo com a legislação em vigor. O anexo é enviado para o laboratório por via eletrónica e por

correio a acompanhar a nota de encomenda [7].

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2.2 – RECEÇÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

Segundo o FHNM os SF devem ter acesso direto ao exterior e ter fácil acesso ao

armazém dos medicamentos; posto isto, os SF da unidade de Viseu do CHTV apresentam um

cais de cargas e descarga onde são rececionadas as encomendas [4].

Os produtos chegam aos SF acompanhados da fatura/guia de remessa e da respetiva guia

de transporte. O AO verifica se a encomenda é destinada aos SF do hospital, verificando o

estado geral da embalagem, quantidade do produto, e se é um medicamento de receção

prioritária devido às suas condições de armazenamento e conservação como é o exemplo dos

medicamentos termolábeis. O AO tem ainda de assinar e carimbar a guia de transporte que

acompanha os produtos, agrupando os medicamentos e outros produtos de saúde de modo a

facilitar a conferência por parte do TF. De seguida, o TF procede à conferência dos

medicamentos e produtos rececionados, dando prioridade aos medicamentos termolábeis, aos

psicotrópicos e estupefacientes, aos medicamentos citotóxicos, hemoderivados, produtos de

grande volume e só depois são conferidos os restantes medicamentos e produtos de saúde. O

TF confirma a quantidade, DCI; FF, dosagem, lote, PV comparando com o que vem descrito

na fatura, sendo importante verificar se os medicamentos termolábeis vêm acondicionados nas

devidas condições e se os medicamentos citotóxicos vêm acondicionados separados dos outros

medicamentos. É necessário ainda verificar no caso dos medicamentos hemoderivados se vêm

acompanhados do “certificado de autorização de utilização de lote” e se o produto está

aprovado. De seguida, o farmacêutico analisa, arquiva e procede à impressão dos rótulos

identificativos. No caso dos medicamentos psicotrópicos o TF deve verificar se vêm

acompanhados do Anexo VII “Requisição de Substâncias e suas Preparações compreendidas

nas Tabelas I, II, III e IV com a exceção da II-A” anexas ao Decreto-Lei nº 15/93 de 22 de

janeiro, com retificação de 20 de fevereiro, de acordo com a legislação em vigor, assinada e

carimbada pela entidade fornecedora. Quanto às matérias-primas estas têm de vir

acompanhadas de certificado de análise, que é depois avaliado por um farmacêutico verificando

se estas satisfazem as exigências da respetiva monografia, enquanto a avaliação não é realizada

as matérias-primas são colocadas em quarentena dentro de um tabuleiro identificado como tal,

localizado na sala da receção.

Após a conferência das encomendas são anexadas as faturas/guias de remessa às

respetivas notas de encomenda inicialmente criadas, confirmando se os produtos encomendados

são os produtos enviados na fatura. Após estas serem anexadas procede-se à receção no sistema

informático, sendo os medicamentos e produtos farmacêuticos rececionados à em dose unitária

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isto é, são por exemplo rececionados ao comprimido e não à embalagem. Na receção

informática dos produtos o TF introduz no sistema informático os seguintes dados:

Número da nota de encomenda;

Data em que foram rececionados nos SF os produtos;

Tipo de documento a que se refere a receção (fatura/guia de remessa).

Uma vez colocados estes dados o sistema informático assume automaticamente o

fornecedor e o produto em causa, tendo o TF apenas de colocar o lote, PV e a quantidade

unitária final, sendo ainda necessária a confirmação do preço da nota de encomenda com o

preço da fatura/guia de remessa, caso estes dados correspondam procede-se então à

confirmação da entrada dos produtos no sistema informático. No caso de os preços não

coincidirem é necessária a alteração, sendo que no caso do preço da fatura ser inferior ao do da

nota de encomenda o preço é alterado pelo TF na hora de dar entrada, no entanto se o preço da

fatura for superior ao da nota de encomenda, esta terá de ser averiguada pelo SA. Depois da

receção dos produtos no sistema informático as faturas anexadas às notas de encomendas são

enviadas para o setor de aprovisionamento para serem conferidas e arquivadas.

As encomendas dos armazenistas, neste caso da Alliance Healthcare®, são como

referido anteriormente feitas por via telefónica. Posto isto, aquando da receção dos produtos é

necessário criar a nota de encomenda, para depois realizar a receção no sistema informático

como descrito anteriormente.

Em caso de não conformidades como envio do produto errado, quantidade errada ou

embalagens em mau estado de conservação, é necessária a comunicação ao fornecedor via

telefónica a pedir troca dos produtos ou nota de crédito.

Os SF da unidade de Viseu do CHTV são ainda responsáveis pela receção de

medicamentos e produtos de saúde destinados aos SF da unidade de Tondela, sendo a receção

realizada como descrito anteriormente no stock dos SF do HST. Posto isto, os SF da unidade

de Tondela do CHTV realizam um pedido semanal aos SF da unidade de Viseu do CHTV de

modo a repor o seu stock máximo. O TF responsável pela receção prepara o pedido,

acondicionando os produtos pedidos numa caixa identificada com os SF da unidade de Tondela,

tendo em atenção o armazenamento dos produtos termolábeis em caixas específicas com

termoacumuladores. O TF executa o débito dos produtos, passando-os para o stock dos SF da

unidade de Tondela, sendo os produtos depois transportados para os SF da unidade de Tondela

do CHTV por um motorista do CHTV.

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2.2.1 – Emissão de rótulos identificativos

Os medicamentos nas FF orais sólidas, que não se encontrem com identificação

individualizada devem ser rotulados. O TF informaticamente cria um rótulo com a DCI,

dosagem, FF, lote e PV, imprimindo a quantidade necessária. Depois da impressão dos rótulos

é necessário preencher o “Registo de emissão de rótulos e sua destruição”, preenchendo o nome

do medicamento, dosagem, lote, data de emissão, número mecanográfico e nome do

responsável e número de rótulos emitidos. No caso de sobrarem etiquetas ou de as etiquetas

estarem inutilizáveis estas devem ser destruídas preenchendo no “Registo de emissão de rótulos

e sua destruição” a data da destruição, rubrica e número mecanográfico do responsável pela

destruição e número de rótulos destruídos. Depois da emissão de rótulos o TF coloca os

medicamentos e as etiquetas dentro de um tabuleiro na sala de reembalagem para depois serem

etiquetados por um AO. Depois de etiquetados, os medicamentos são armazenados nos

respetivos locais.

2.2.2 – Controlo de prazos de validade

O TF responsável pela receção de encomendas é também responsável pelo controlo de

PV. O TF emite mensalmente, uma listagem do sistema informático com os medicamento e

produtos de saúde com PV a terminar nos 3 meses seguintes. Os medicamentos e produtos de

saúde que seja previsível o seu consumo durante esses 3 meses são colocados em sacos plásticos

com o respetivo PV assinalado de modo a serem os primeiros a serem consumidos.

No caso de produtos e medicamentos que se encontram em stock que não consigam ser

consumidos dentro do PV, deve-se contactar os respetivos fornecedores, de modo a avaliar a

possibilidade de troca ou devolução com emissão de nota de crédito. Os produtos com PV

expirado são recolhidos para posterior inutilização ou devolução ao fornecedor.

2.2.3 – Devoluções aos fornecedores

As devoluções são realizadas em 3 situações:

Quando os medicamentos se encontram em stock com o PV expirado;

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Quando os medicamentos tenham PV curto;

Quando rececionados, caso estejam produtos não conforme na encomenda,

produtos trocados, produtos em mau estado de conservação ou produtos não

encomendados.

Nestes casos o TF liga ao fornecedor em questão a comunicar o assunto, enviando

posteriormente um e-mail a pedir nota de crédito ou troca dos produtos em questão.

No caso de os produtos não terem sido rececionados no sistema informático o TF

preenche a “Troca de produtos farmacêuticos com o exterior” (ANEXO XI) onde anexa uma

fotocópia da fatura que acompanham o produto de volta para o fornecedor. No caso de os

produtos terem sido rececionados no sistema informático o TF imprime uma nota de devolução

criada no sistema informático que acompanha os produtos. É também necessário preencher um

documento Excel “avaliação de fornecedores” onde se regista o dia, fornecedor, produto, e onde

se faz uma pequena descrição do ocorrido, é também necessário registar esta informação numa

base de dados criada para o efeito.

Estes produtos ficam a aguardar a recolha por parte do fornecedor numa prateleira

designada para o efeito, onde consta uma folha de “produtos não conforme” com as seguintes

informações: designação do produto, quantidade, fornecedor e observações necessárias.

Sempre que seja adicionado ou retirado um produto da prateleira a folha é atualizada.

2.2.4 – Empréstimos de medicamentos e outros produtos de saúde

Os empréstimos podem ocorrer de duas maneiras:

O CHTV emprestar medicamentos e outros produtos a outros hospitais;

Outros hospitais como é o exemplo do Hospital da Universidade de Coimbra,

emprestar medicamentos ao CHTV.

Tanto nos empréstimos cedidos como nos empréstimos obtidos são sempre impressos

dois comprovativos onde constam informações como o produto e a quantidade.

A receção de empréstimos é realizada da mesma maneira que os restantes produtos

provenientes de laboratórios ou armazenista. Sendo que no sistema informático é realizada a

receção como empréstimo, imprimindo o comprovativo da receção, que é anexado à guia de

remessa e arquivada no dossier de empréstimos de modo a um melhor controlo.

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2.3 – ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS

O armazenamento de medicamentos e outros produtos de saúde deve ser feito de modo

a garantir as condições necessárias de espaço, luz, temperatura, humidade e segurança dos

medicamentos e outros produtos de saúde [4].

Depois de rececionados os produtos estes devem ser armazenados nos respetivos locais,

de acordo com as condições especiais de conservação e armazenamento de cada medicamento

ou produto. O armazenamento é realizado por um AO, com a supervisão de um TF segundo a

regra First Expire, First Out (FEFO), isto é, os medicamentos ou produtos com o PV inferior

ficam armazenados de modo a serem os primeiros a ser consumidos.

Alguns medicamentos apresentam necessidades especiais de conservação, sendo os

primeiros a ser armazenados. Como é o caso dos medicamentos termolábeis, que são

armazenados na camara frigorífica, a temperaturas entre os 2ºC e os 8ºC, por ordem alfabética

de DCI, FF e dosagem. Deve-se manter espaços entre os medicamentos e entre os

medicamentos e as paredes da câmara, de modo a garantir a circulação adequada do frio. As

temperaturas são controladas por sondas de controlo de temperatura, que emitem um alerta

sonoro, sempre que as temperaturas variem do intervalo dos 2ºC a 8ºC.

Os medicamentos que necessitam de congelação são armazenados na arca congeladora

a temperaturas de -25ºC ± 5ºC.

Os medicamentos citotóxicos são armazenados no armazém num armário próprio

identificado como “medicamentos citotóxicos”, fechado e separado dos restantes

medicamentos e produtos de saúde. Estes estão organizados por ordem alfabética de DCI, FF e

dosagem, armazenados segundo a ordem FEFO. Todos os medicamentos armazenados têm

etiquetas identificativas com as seguintes informações: lote, PV, DCI, FF e dosagem. Estas

etiquetas estão armazenadas juntamente com os medicamentos, de modo a facilitar o registo do

lote do fármaco utilizado aquando da sua manipulação. Ao lado deste armário existe um kit de

emergência, devidamente identificado para utilizar em caso de derrame. Existem ainda

medicamentos citotóxicos que necessitam de condições de conservação a temperaturas entre os

2ºC e os 8ºC, que são armazenados na câmara frigorífica separados dos restantes medicamentos,

identificados com etiquetas de cor vermelha.

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes encontram-se armazenados num cofre

fechado, numa sala de acesso restrito. Estes medicamentos são exclusivamente armazenados

pelo TF responsável pela receção de encomendas. Todos os medicamentos psicotrópicos e

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estupefacientes apresentam uma folha de prateleira do medicamento, em que são anotados todos

os movimentos de entrada e saída de stock do produto, de modo a um melhor controlo de stock.

Aquando a receção deste grupo de medicamentos é necessário preencher na folha de prateleira

do produto a caneta de cor vermelha, preenchendo as seguintes informações: data de entrada,

quantidade, lote, número de registo de entrada e a quantidade total existente em stock a partir

desse momento. Estes medicamentos são também armazenados pelo método FEFO uma vez

que a dispensa destes é feita por lote, dispensando sempre o lote com PV mais curto.

Os produtos inflamáveis são armazenados num armazém localizado no exterior dos SF,

que como refere o Manual de Farmácia Hospitalar (MFH) está equipado com uma porta corta-

fogo de fecho automático, a abrir para fora, paredes interiores reforçadas e resistentes ao fogo,

chão impermeável, inclinado, rebaixado e drenado para bacia coletora sem ligação aos esgotos.

Os gases medicinais são também armazenados no exterior dos SF, em local próprio ao

abrigo da luz direta do sol, protegidos da chuva e da humidade. Estando devidamente

identificados e separadas as garrafas cheias das garrafas vazias.

As matérias-primas depois de aprovadas são armazenadas no laboratório, por ordem

alfabética de DCI, separadas as FF sólidas das FF líquidas.

Os restantes medicamentos e produtos de saúde encontram-se armazenados na sala da

distribuição tradicional, distribuição por dose unitária e no armazém geral.

Na sala da distribuição tradicional, os medicamentos encontram-se armazenados por

ordem alfabética de DCI e dosagem, em prateleiras devidamente identificadas através de

etiquetas. As etiquetas contêm informações como a DCI, dosagem, FF e código, estando estas

atualizadas segundo o método LASA e medicamentos de alto risco.

No entanto existem prateleiras separadas das restantes onde se encontram armazenados

separadamente os seguintes medicamentos ou produtos de saúde: os antibióticos, material

penso, medicamentos e produtos requisitados ao armazenista local, medicamentos de uso

oftálmico e antídotos. Na sala da distribuição existe ainda um módulo para as benzodiazepinas,

encontrando-se assim separados dos restantes medicamentos armazenados pela ordem de DCI

e dosagem.

Na sala da dose unitária os medicamentos nas FF de comprimidos estão armazenados

em módulos, apresentando-se em dose unitária sendo que os medicamentos que não apresentem

identificação individual devem estar devidamente rotulados. Estes apresentam-se armazenados

por ordem alfabética de DCI e dosagem, devidamente identificados com etiquetas como

referido anteriormente. Sendo que a sala da dose unitária apresenta ainda 3 armários distintos

sendo que um deles armazena os antibióticos independentemente da FF, outro armazena os

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restantes medicamentos na FF de ampolas. O outro armário destina-se ao armazenamento dos

medicamentos de uso oftálmico, os produtos adquiridos ao armazenista e os meios e quartos de

comprimidos corretamente reembalados. Todos estes medicamentos estão armazenados por

ordem alfabética de DCI e dosagem. Similar à sala da distribuição tradicional, as

benzodiazepinas encontram-se armazenadas separadamente dos restantes medicamentos num

módulo à parte. Existem ainda medicamentos armazenados nos dois equipamentos

semiautomáticos existentes na sala, o Kardex® e a FDS®.

No armazém geral, encontram-se diversas estantes organizadas por ordem alfabética de

DCI, dosagem e FF, não esquecendo o método FEFO, armazenando os produtos com PV

inferior à frente dos restantes de modo a serem os primeiros a ser dispensados.

Os soros e as soluções de grande volume assim que são rececionados nos SF são

armazenados de imediato no armazém geral. Estes são colocados nos espaços destinados de

modo a não impedir a circulação do porta-paletes, organizados por volume. Juntamente aos

soros e aos solventes de grande volume encontram-se armazenadas as bolsas nutritivas para

alimentação parentérica organizadas por tipo de bolsa (bicompartimentada ou

tricompartimentada), quantidade total de azoto e por volume total. Junto a estes estão ainda

armazenadas as soluções de lípidos e aminoácidos e corretivos da volémia organizados por

ordem alfabética de eletrólito principal.

No armazém encontram-se estantes destinadas ao armazenamento de medicamentos,

encontrando-se os antibióticos numa estante separada dos restantes medicamentos. Existem

ainda outras estantes distintas destinadas ao armazenamento de material de penso, formulações

de nutrição pediátrica, contrastes para imagiologia e soluções desinfetantes.

2.4 – DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE SAÚDE

A distribuição de medicamentos tem como objetivos [4]:

Garantir o cumprimento da prescrição;

Racionalizar a distribuição de medicamentos;

Garantir a correta administração do doente;

Diminuir erros relacionados com a medicação;

Monitorizar a terapêutica;

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Reduzir o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e

manipulação dos medicamentos;

Racionalizar os custos com a terapêutica.

Nos SF da unidade de Viseu do CHTV existem quatro tipos de distribuição de

medicamentos:

Distribuição tradicional;

Reposição por níveis;

Distribuição por dose unitária;

Distribuição em regime de ambulatório.

A escolha do tipo de distribuição mais adequada é realizada em função do serviço clínico

em causa, de modo a minimizar os custos por utente e por serviço, em função dos recursos

humanos e equipamentos, quer dos serviços clínicos quer dos SF.

De modo a uma melhor execução da distribuição nos casos de medicamentos urgentes

ou pontuais, produtos de saúde e /ou documentos, os SF estão equipados com um sistema de

transporte pneumático. Este funciona através da criação de compressão do fluxo de ar que cria

uma pressão negativa que “aspira” a cápsula levando-a até ao serviço programado. Este é

utilizado para enviar para os serviços principalmente medicamentos urgentes, medicação

alterada da dose unitária, bem como enviar para a farmácia documentos e prescrições manuais.

Os pedidos depois de preparados e debitados no sistema informático são colocados numa

cápsula de plástico que é colocada no local de entrada do sistema, e é digitado o código do

respetivo serviço. Quando o sistema estiver disponível a cápsula sobe através da tubagem com

destino ao respetivo serviço.

2.4.1 – Distribuição tradicional

A distribuição tradicional consiste na dispensa de medicamentos e outros produtos de

saúde para reposição dos stocks existentes nos serviços clínicos. Os serviços clínicos que

usufruem deste tipo de distribuição são os serviços que não necessitam de distribuição por dose

unitária ou que devido às características dos produtos maioritariamente utilizados não

permitirem a distribuição individual. Posto isto, na distribuição tradicional são distribuídos:

Medicamentos de uso geral;

Soluções injetáveis de grande volume;

Desinfetantes;

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Nutrição parentérica e entérica;

Material de penso com efeito terapêutico;

Gases medicinais;

Psicotrópicos e estupefacientes.

O pedido de medicamentos para o serviço clínico é realizado semanalmente, segundo

um mapa semanal de atendimento (Tabela 4):

Tabela 4 - Mapa semanal da distribuição tradicional.

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Pneumologia

UVNI

Exames especiais

Otorrinolaringolog

ia

Oftalmologia

Bloco operatório

Hospital dia de

Nefrologia

Consultas

Externas

Medicina A

Medicina B

Medicina C

Medicina D

Hemodinâmica

Urgência

pediátrica

Psiquiatria

Ortopedia A

Ortopedia B

Ortopedia C

Cirurgia A

Cirurgia B

Neonatologia

Patologia

clinica

Pediatria

Gastroenterolog

ia

Nefrologia

Neurologia

Neurocirurgia

Obstetrícia A

Obstetrícia B

Urologia

Cirurgia

vascular

Hematologia

UCIP

Hospital de dia

cirúrgico

Cardiologia

Urgência geral

Cirurgia C

Cirurgia D

UCIC

Urgência

obstetrícia

Cada serviço clínico realiza o pedido até à véspera do dia estabelecido para a cedência

dos medicamentos, subdividindo o pedido por categorias em “medicamentos de uso em geral”,

“material de penso”, “antisséticos e desinfetantes” e “injetáveis de grande volume”

Depois de receber o pedido informaticamente, o TF procede à sua impressão, sendo que

no caso de não haver possibilidade do pedido ser preparado e atendido no momento, estes são

armazenados em gavetas destinadas a esse efeito distintas por: pedidos de medicamentos de uso

em geral, material de penso, pedidos de desinfetantes e pedidos e injetáveis de grande volume.

Os injetáveis de grande volume são preparados e atendidos no dia antes do atendimento

semanal por um AO sendo supervisionado por um TF. O AO coloca os soros no carro de

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transporte de soros do respetivo serviço e o TF verifica o volume total, quantidade e se é o

produto correto. O AO do serviço clínico assina e data a folha do pedido dos injetáveis de

grande volume (ANEXO XII), sendo depois debitados pelo TF no sistema informático, que

regista o número da satisfação do pedido a vermelho na folha e a arquiva.

Os pedidos dos desinfetantes (ANEXO XIII) são preparados no dia estabelecido, pelo

AO responsável pelo setor da distribuição tradicional e colocados dentro de um cesto com

identificação do serviço clínico, mais tarde o TF confere se os desinfetantes são os corretos e

se estão nas quantidades correspondentes. Os pedidos ficam a aguardar dentro dos respetivos

cestos, sendo logo debitados no sistema informático aquando da dispensa dos produtos, o AO

do respetivo serviço data e rubrica a respetiva folha do pedido de injetáveis aquando do

levantamento dos produtos. O TF debita no sistema informático os produtos e as quantidades

dispensadas assinalando a vermelho o número da satisfação do pedido na folha do pedido que

depois é arquivada.

O TF prepara devidamente o pedido dos medicamentos e do material de penso, sendo

que quando conveniente, os medicamentos são retirados das embalagens originais e

acondicionados em sacos plásticos fechados. Posto isto, é importante que os medicamentos que

não possuam identificação individual sejam devidamente rotulados.

No caso de medicamentos termolábeis, estes são colocados num saco com o nome do

serviço e com uma etiqueta de medicamentos de frio, que fica a aguardar num cesto destinado

aos medicamentos da distribuição tradicional no frigorífico. É importante anotar a caneta

vermelha com letra grande e legível a palavra “Frio” na folha do pedido, de modo a que o AO

não se esqueça de levar os medicamentos termolábeis na hora da dispensa. Depois de preparado

o pedido é conferido pelo TF de modo a verificar se está tudo correto e debitado no sistema

informático, como já referido anteriormente é anotado na folha do pedido do material de penso

(ANEXO XIV) e na folha de pedido de medicamento (ANEXO XV) a vermelho o número de

débito, sendo esta rubricada pelo TF responsável. Depois do serviço preparado e debitado, o

AO procede ao seu acondicionamento no cesto ou numa caixa de papelão identificada com o

respetivo serviço, juntamente com a folha do pedido. O AO do respetivo serviço aquando do

levantamento dos produtos deve assinar e datar a folha do pedido, tendo em atenção se têm

alguma anotação respetivamente aos medicamentos termolábeis.

No caso de os medicamentos pedidos não serem fornecidos ou serem fornecidos em

quantidades diferentes das pedidas deverá ser preenchido o “comunicado aos serviços” com o

nome do serviço, data, número do pedido, identificação do medicamento, quantidade pedida e

quantidade enviada e qual o motivo de não ser enviado (acerto da quantidade por embalagem,

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esgotado no mercado, não comercializado ou outro), este é depois rubricado pelo TF

responsável e enviado para o serviço clínico.

No caso de medicamentos extra formulário o médico deve preencher devidamente uma

justificação (ANEXO XVI) e enviar para os SF para ser validada por um farmacêutico.

Os pedidos dos gases medicinais são feitos informaticamente, sendo a botija vazia

trocada por uma nova, pelo AO do respetivo serviço nos SF. O transporte das botijas deve ser

realizado com o equipamento adequado, garantindo que são transportadas na vertical e

protegidas de choques e quedas. O débito dos gases pode ser realizado por um TF, um

farmacêutico ou um Assistente técnico.

Na distribuição tradicional são também rececionadas ofertas de medicamentos e

produtos de saúde, oferecidos por doentes e profissionais de saúde, que já não utilizam e que

podem ser reaproveitados e introduzidos no stock da farmácia. Os medicamentos são

rececionados no setor da distribuição tradicional, onde o TF faz uma análise do medicamento

de modo a garantir a segurança e a qualidade dos produtos. O TF verifica o estado de

acondicionamento dos medicamentos e o PV dos mesmos. Os medicamentos com PV expirado

ou elegível ou em mau estado de conservação são rejeitados de imediato, também são rejeitados

medicamentos termolábeis, embalagens abertas e produto cujo aspeto esteja alterado. Os

medicamentos rejeitados são colocados em contentor próprio para serem incinerados, os

medicamentos conforme é dada entrada como oferta e armazenados devidamente.

Os serviços clínicos podem também devolver ao setor da distribuição tradicional

produtos de saúde ou medicamentos, devido muitas vezes a suspensões terapêuticas pelo que

não é necessário ter o produto em stock. Nesse caso o TF verifica o PV e o estado de

conservação, sendo que quando conformes é dada entrada no sistema informático e é feito o

devido armazenamento. Caso não estejam em conformidade os produtos são colocados em

contentor próprio para incineração ou devolução ao respetivo fornecedor.

Reposição de stock por níveis

A reposição de stock por níveis, é efetuada com base num stock máximo de

medicamentos nos serviços previamente definidos pelos SF e o enfermeiro chefe do serviço

com base na análise do consumo de períodos anteriores.

A reposição de stock por níveis é realizada na segunda-feira para os serviços do bloco

operatório e urgência obstétrica e à quarta-feira para a obstetrícia A e B. Cada serviço tem dois

carros com vários módulos de gavetas, com a identificação de DCI do medicamento, dosagem,

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FF e a quantidade pré-definida. O carro é trocado semanalmente pelo AO, nos dias estipulados

de acordo com o serviço clínico. Durante a semana o TF até ao dia definido no mapa de

distribuição semanal procede à impressão a listagem de reposição de stock por níveis (ANEXO

XVII). Depois de impressa a lista o TF procede à contagem das unidades de cada medicamento

que estão nas gavetas, tendo sempre especial atenção ao PV e ao seu estado de conservação. Os

produtos com PV curto ou expirado são trocados por produtos com PV superior. O TF procede

então à reposição de cada medicamento em falta para o stock máximo do carro, devendo colocar

nas gavetas os medicamentos de forma individual devidamente rotulados e sem a cartonagem

exterior. Depois do carro reposto com todos os produtos nas quantidades corretas o TF procede

ao débito dos medicamentos e produtos de saúde no sistema informático ao serviço

correspondente. No dia estipulado o AO procede à distribuição levando o carro reposto ao

serviço e trazendo o outro carro para repor até à semana seguinte. O TF regista o número de

satisfação do pedido na listagem do stock que arquiva em dossier próprio.

Distribuição de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são medicamentos que atuam no

sistema nervoso central, que podem causar habituação psíquica ou física, tendo por isso um

sistema de distribuição bastante mais controlado.

Cada serviço clínico apresenta um stock pré-definido dos medicamentos psicotrópicos

e estupefacientes. O pedido é feito informaticamente, sendo preparado pelo TF quando o

enfermeiro se apresenta nos SF com o respetivo destacado da ficha de controlo de psicotrópicos

(ANEXO XVIII) e ficha de controlo de estupefacientes (ANEXO XIX), devidamente

preenchida para reposição do respetivo stock. O TF verifica se todo o stock foi consumido, e se

o destacável está devidamente preenchido com a data da administração, a cama e nome do

doente, assinatura do médico, dose administrada, hora da administração e rubrica do

enfermeiro. No caso de inutilização dos medicamentos o enfermeiro deverá preencher no verso

do destacável da folha de estupefacientes (ANEXO XX) ou da folha de psicotrópicos a hora,

data, unidades inutilizadas, causa de inutilização, rubrica do responsável pela inutilização e

rubrica da testemunha de inutilização.

O TF satisfaz o pedido no sistema informático, preenchendo o lote do medicamento a

dispensar com o PV mais curto, uma vez que a dispensa de medicamentos psicotrópicos e

estupefacientes é efetuada por lotes procedendo depois à impressão da satisfação do pedido.

(ANEXO XXI).

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O TF faz corresponder o destacável entregue pelo enfermeiro ao cabeçalho com a

mesma numeração, arquivado na sala do cofre e regista o número da satisfação do pedido a

vermelho no cabeçalho da ficha de controlo. De seguida, o TF elabora uma nova ficha de

controlo preenchendo no cabeçalho e no destacável o nome do medicamento, dosagem, FF,

serviço clínico e a data. O novo destacável segue com os medicamentos para os serviços,

enquanto que o cabeçalho fica arquivado na sala do cofre. O TF cede os medicamentos do lote

que consta na satisfação do pedido, sendo que aquando a dispensa dos medicamentos do cofre

deve ser preenchida a respetiva ficha de prateleira (ANEXO XXII). Na ficha de prateleira são

registados a caneta de cor preta ou azul a data, descrição do medicamento (nome, dosagem e

FF), lote, quantidade cedida e a quantidade que consta em stock após a dispensa, o número de

satisfação de pedido é assinalado a cor vermelha.

É entregue ao enfermeiro a nova folha de controlo e os respetivos medicamentos, que

são conferidos duplamente pelo TF e o enfermeiro. É também necessário que o enfermeiro

rubrique ainda as folhas de controlo (cabeçalho e destacável) já utilizadas, que são depois

arquivadas nos SF.

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes podem ainda ser cedidos ao serviço

através de um empréstimo. Os empréstimos são realizados no caso de medicamentos que não

contam do stock do serviço. O empréstimo procede-se da mesma maneira que a dispensa dos

medicamentos para stock no entanto é necessário escrever na folha de controlo de psicotrópicos

e estupefacientes a indicação de que é empréstimo e das quantidades emprestadas. Sendo que

no cabeçalho que fica arquivado na farmácia consta também a informação de que é um

empréstimo registando a vermelho o número da satisfação do pedido.

2.4.2 – Distribuição individual diária em dose unitária

A distribuição de medicamentos por dose unitária (DU) surge como um imperativo de

[8]:

Aumentar a segurança no circuito do medicamento;

Conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico do doente;

Diminuir o risco de interações;

Racionar melhor a terapêutica;

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Os enfermeiros dedicarem mais tempo aos cuidados dos doentes e menos na

gestão dos medicamentos;

Atribuir corretamente os custos;

Reduzir os desperdícios.

A distribuição por DU é realizada diariamente, em dose unitária para cada doente

internado, para um período de 24 horas ou no caso dos fins-de-semana e feriados para um

período de 48 horas, de acordo com a prescrição do doente. No entanto, a prescrição pode sofrer

alterações a nível dos medicamentos, dosagem e FF, sendo, portanto, responsabilidade do TF

estar alerta caso haja alterações na prescrição do doente.

A prescrição é realizada via informática pelo médico, sendo posteriormente analisada e

validada pelo farmacêutico, que geram os mapas da prescrição por serviço e por doente. Os TF

procedem então à impressão das etiquetas identificativas do doente onde conta o nome do

doente, número do processo, número da cama e serviço clínico, colocando por ordem de número

de cama na cassete do respetivo serviço.

O processo de preparação dos medicamentos a distribuir pode ser totalmente manual ou

através de equipamentos semiautomáticos, pois torna possível:

Reduzir os erros;

Reduzir o tempo destinado a esta tarefa;

Melhorar a qualidade do trabalho executado;

Racionalizar os diversos stocks nas unidades de distribuição.

Depois de validadas as prescrições, são enviados os mapas terapêuticos para os sistemas

semiautomáticos existentes nos SF da unidade de Viseu do CHT, nomeadamente, o Kardex® e

a FDS®.

O sistema semiautomático FDS® é utilizado para a reembalagem e dispensa de

medicamentos nas FF orais sólidas. Este é composto por cassetes que se encontram calibradas,

numeradas e identificadas, uma vez que cada cassete é atribuída para um medicamento

específico, com uma dosagem específica e de um laboratório específico.

Todos os medicamentos existentes dentro da FDS® têm de ser desblisterados, o que

provoca uma redução do PV, sendo apenas atribuído 25% do PV original até um máximo de 6

meses após a desblisteração.

Diariamente no início da manhã o TF responsável procede à limpeza da FDS®, de acordo

com os procedimentos de limpeza. A limpeza para as partes metálicas é feita com álcool a 70%

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e para as partes de plástico com água esterilizada, sendo a limpeza da zona de selagem apenas

feita de dois em dois dias com o auxílio de um óleo e uma escova própria.

Após a validação do farmacêutico o mapa terapêutico é enviado para a FDS®, sendo

acionada a dispensa só quando a FDS® alcançar uma temperatura de 110ºC. O TF aciona a

dispensa dos medicamentos, começando a FDS® a reembalar os medicamentos, sendo que para

cada serviço sai uma fita correspondente, que contem a medicação em dose unitária para cada

doente. A fita deve estar devidamente identificada contendo no primeiro papel da fita o

respetivo serviço e identificação do doente, seguindo-se depois os papéis da FDS® com os

medicamentos, sendo que estes devem estar identificados com a respetiva DCI, dosagem, FF,

quantidade, PV e lote original. Aquando a dispensa do serviço é importante a verificação por

parte do TF se os medicamentos dispensados são os corretos e na quantidade correta e se estão

em boas condições (por exemplo se não estão esmagados ou partidos). De seguida o TF destaca

a fita de cada serviço clínico, separando a medicação por doente, colocando de seguida na

respetiva gaveta, confirmando o nome e o número da cama do doente.

No final do dia o TF imprime uma listagem de inventário de medicamentos na FDS®,

este analisa a listagem e recolhe uma lista de medicamentos que precisem de ser desblisterados.

O TF procede à recolha dos medicamentos necessário que coloca na sala de reembalagem

informando um AO da necessidade de desblisteração dos medicamentos recolhidos. O AO

procede à desblisteração dos medicamentos, registando os medicamentos desblisterados na

folha de registo “Folha de Registo de Medicamentos Desblisterados”, sendo colocados os

medicamentos desblisterados em tabuleiro próprio na sala da dose unitária.

A reposição da FDS® é realizada apenas quando é atingido o stock zero, sendo que assim

não se misturam lotes nem PV. Quando um medicamento atinge o stock zero a FDS® emite um

alerta sonoro, tendo o TF de colocar os medicamentos na respetiva cassete, inserindo

informações como DCI, dosagem, lote, PV e quantidade.

É na FDS® que também são reembalados comprimidos fragmentados em meios, terços,

quartos, etc. O TF seleciona a opção reembalagem, colocando todos os dados obrigatórios como

DCI, dosagem, FF, lote original e lote atribuído, PV e quantidade, colocando as partes dos

comprimentos individualmente em cada compartimento do tabuleiro de reembalagem. De

seguida a FDS® procede à reembalagem automaticamente sendo necessário a conferência da

fita por parte do TF de modo a garantir que a reembalagem foi realizada corretamente.

É ainda de salientar que todos os erros e ocorrências da FDS® são registadas em folha

própria para o efeito onde é anexada a fita com o defeito.

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O Kardex® é um sistema semiautomático de armazenamento e dispensa, que é composto

por prateleiras com diversas gavetas que se movimentam na vertical. No Kardex® podem

distinguir-se dois tipos de produtos: produtos internos e produtos externos. Os produtos internos

são aqueles que se encontram fisicamente nas gavetas ou são suscetíveis de ser armazenado em

alguma gaveta do Kardex®, os produtos externos são aqueles cuja localização não se encontra

dentro de nenhuma gaveta do Kardex®, sendo emitida uma folha de “produtos externos”

(ANEXO XXIII) pelo sistema. Estes são colocados manualmente pelo TF, os produtos externos

normalmente são produtos com pouca rotatividade, produtos de grande volume e/ou

medicamentos termolábeis.

Cada medicamento tem definido um stock mínimo e máximo. Todos os dias antes de

fechar o Kardex® é impressa uma folha “reposição de mínimos” (ANEXO XXIV), onde

constam os medicamentos com stock inferior ao stock mínimo e as quantidades a ser repostas.

A reposição do stock do Kardex® é realizada diariamente de manhã, o TF seleciona os

medicamentos e com a ajuda dos AO os medicamentos retirados da cartonagem e colocados

individualmente nas gavetas. De seguida o TF seleciona o menu de entradas, as prateleiras

rodam e acende uma luz vermelha identificativa da gaveta, nessa gaveta é colocado o

medicamento pedido e é introduzido no sistema do Kardex® a quantidade colocada, PV e lote

do medicamento, carregando num dos botões sob o balcão para confirmar a entrada do

medicamento. No final da reposição de mínimos o Kardex® emite uma lista de incidência de

entrada (ANEXO XXV) com os medicamentos que foram repostos, quantidade pedida e a

quantidade reposta.

Todos os serviços clínicos com distribuição por dose unitária estão implementados por

este sistema. Apesar de minimizar o tempo de preparação e os erros, não permite a visualização

do perfil farmacoterapêutico individualizado para cada doente, uma vez que a dispensa através

deste sistema é realizada por medicamento e não por doente.

O SGICM envia os mapas terapêuticos para o Kardex®, o TF seleciona o serviço que

quer processar e inicia a saída dos produtos. O serviço é preparado por dois TF sendo um

responsável por tirar o medicamento da gaveta assinalada com a luz vermelha e carregar no

botão sob o balcão para avançar para o próximo medicamento até que seja finalizado o mapa e

outro por colocar o medicamento na gaveta do doente correto. Um TF compara se o

medicamento retirado da gaveta é realmente o medicamento que aparece no ecrã do computador

associado ao Kardex®, na FF e dosagem correta. O outro TF é responsável fazer a dupla

verificação do medicamento e da quantidade e só depois colocar na gaveta corresponde ao

doente. No caso de um medicamento em rutura de stock do Kardex®, é emitida uma folha de

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incidências, posto isto o TF coloca manualmente os medicamentos na gaveta como no caso dos

produtos externos. Estas folhas apresentam informações como o serviço, medicamento ou

produto de saúde, dosagem, FF, quantidade, cama, número de processo e nome do doente,

posologia e data. Os medicamentos são colocados nas respetivas gavetas, sendo que no caso

dos produtos e medicamentos de grande volume estes são transportados em cima da cassete do

serviço devidamente identificados com etiquetas identificativas do doente.

Relativamente aos medicamentos termolábeis, estes são colocados dentro de um saco

de plástico identificado com etiqueta de medicamentos de frio e com uma etiqueta identificativa

do doente e do serviço clínico. Estes são colocados num cesto destinado aos medicamentos da

distribuição em dose unitária que fica a aguarda no frigorífico até ao momento da distribuição.

As prescrições podem sofrer alterações, sendo importante o TF verificar o “Mapa de

alteradas” (ANEXO XXVI), que podem ser altas dos doentes internados (retira-se toda a

medicação do doente), transferência de cama e/ou serviço clínico, entrada de novos doentes no

serviço clínico (prepara-se toda a medicação do doente), ou alteração da terapêutica do doente

(altera-se a dosagem/ quantidade do medicamento, introduz-se ou retiram-se medicamentos).

As alterações na prescrição dos doentes, que forem validadas até à hora definida da distribuição

das cassetes para os serviços, são realizadas podendo colocar ou retirar medicamentos da gaveta

do respetivo doente. No entanto, se se verificarem alterações na prescrição dos doentes e a

cassete já tiver sido transportada para o serviço, são apenas efetuadas as alterações de adição

de medicamentos. Os medicamentos são colocados em sacos de plástico com uma etiqueta

identificativa do doente, sendo enviados pelo sistema de transporte pneumático.

Na distribuição individual por dose unitária são também satisfeitos pedidos de stock

para armazéns avançados (ANEXO XXVII). Este é um stock mínimo de apoio à distribuição

por dose unitária em casos de emergência. Sempre que os enfermeiros utilizem um

medicamento do armazém avançado, estes debitam o medicamento do sistema informático.

Posto isto, o sistema informático gera um pedido automaticamente todos os dias da semana

menos às quintas-feiras e fins-de-semana, de acordo com o serviço clínico.

O TF imprime o pedido da reposição de armazém avançados do sistema informático e

procede à preparação do pedido. A medicação é acondicionada em sacos de plástico fechados

e devidamente identificados com os serviços clínicos correspondente e com a identificação de

“stock avançado”. Estes seguem para os serviços em cima das cassetes correspondentes, depois

de debitadas no sistema informático.

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Imediatamente antes das cassetes serem transportadas ou os sacos serem enviados para

os serviços clínicos é realizado o débito dos medicamentos por um TF de modo a manter os

stocks atualizados.

As cassetes depois de preparadas são fechadas e acondicionadas devidamente em carros

de transporte. Estas são transportadas para os serviços clínicos pelos AO de acordo com um

mapa de distribuição individual em dose unitária (Tabela 5), trocando as cassetes vazias pelas

cassetes com a medicação para as próximas 24 horas.

Tabela 5 - Mapa da distribuição individual por dose unitária

Distribuição das 14 horas Distribuição das 15 horas Distribuição das 16 horas

Cirurgia A Medicina A Cirurgia C

Cirurgia B e UMDC 1 Medicina B Cirurgia D e UMDC 2

Orto A e REAB Medicina C Oftalmologia, Oncologia,

Otorrinolaringologia

Orto B Medicina D Cardiologia

Orto C Pneumologia e UVNI

UCIM e unidade AVC Gastrologia, Nefrologia,

Hematologia e neurologia

Ginecologia e Obstetrícia B

Neurocirurgia e cirurgia

plástica

Urologia, Angiologia e

cirurgia vascular

Após a chegada da cassete dos serviços à sala da dose unitária, é necessário o TF

proceder à abertura de todas as gavetas das cassetes, de modo a verificar a existência de

medicamentos devolvidos que, por alguma razão não foram administrados ao doente. Aquando

a abertura das gavetas o TF deve analisar o estado de conservação dos medicamentos e o seu

PV. No caso dos medicamentos se encontrarem em boas condições e dentro do PV são

devolvidos no sistema informático e os outros são colocados no contentor amarelo para serem

incinerados. As devoluções são realizadas por dois TF sendo que um transmite as informações

necessárias e o outro faz a devolução no sistema informático. O TF no computador seleciona o

serviço clínico e muda a data para o dia anterior, procedendo então às devoluções no sistema

informático, que sempre que possível são realizadas por doente, no caso de não ser possível

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estas são realizadas por serviço clínico. O outro TF tira os medicamentos da gaveta,

transmitindo ao TF no computador informações como: serviço, número da cama e nome do

doente, medicamento e a sua quantidade. Depois de devolvidos no sistema informático os

medicamentos são armazenados nos respetivos lugares, nos armários existentes na sala da dose

unitária, e as gavetas das cassetes limpas pelos AO.

É ainda de salientar que relativamente aos serviços clínicos de Obstetrícia A, UCIC,

Pediatria e a sala de observação da urgência geral, apresentam distribuição individual em dose

unitária apenas de medicamentos antibióticos. Nestes casos a prescrição pode ser realizada via

informática ou via manual, sendo depois validada por um farmacêutico. O TF prepara a

medicação colocando em sacos de plástico fechados e identificados com etiqueta identificativa

do doente. O AO coloca os sacos no sistema de vácuo para distribuição ao respetivo serviço.

A distribuição de medicamentos a doentes em regime de ambulatório é uma tarefa

destinada exclusivamente aos farmacêuticos. A distribuição em regime de ambulatório resulta

da necessidade de um maior controlo e vigilância de determinadas terapêuticas, sendo estes

medicamentos completamente gratuitos para os doentes.

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3 – FARMACOTECNIA

Atualmente são poucos os medicamentos produzido nos hospitais, no entanto, as

preparações realizadas atualmente destinam-se a [4]:

Doentes individuais e específicos;

Reembalagem de doses unitárias sólidas;

Preparações asséticas;

Preparações de estéreis ou citotóxicos individualizados.

A existência do setor da farmacotecnia nos hospitais permites assegurar e garantir uma

[9]:

Maior qualidade e segurança na preparação de medicamentos a administrar aos

doentes;

Resposta às necessidades específicas de determinados doentes, nas situações

onde não existe disponibilidade por parte do mercado fornecedor;

Redução significativa do desperdício relacionado com a preparação de

medicamentos;

Uma gestão mais racional dos recursos.

As principais preparações no setor da farmacotecnia englobam a preparação de

medicamentos citotóxicos, preparação de outros medicamentos que exigem técnicas asséticas,

manipulação/adaptação de especialidades farmacêuticas comercializadas e acondicionamento

de medicamentos em dose unitária [9].

A preparação de medicamentos citotóxicos é realizada por dois TF, sendo estes rotativos

mensalmente, independentemente do setor onde estão colocados. As restantes preparações

estéreis e as preparações não estéreis são da responsabilidade de um técnico que se encontra no

setor da distribuição tradicional.

3.1 – PREPARAÇÃO DE FORMULAÇÕES NÃO ESTÉREIS

A farmacotecnia de formulações não estéreis é praticada em espaço distinto. Segundo a

portaria nº594/2004, de 2 de junho, as operações de preparação, acondicionamento, rotulagem

e controlo deverão efetuar-se em espaço adequado, concebido para estes fins e localizado no

interior dos serviços farmacêuticos hospitalares, adiante designado por laboratório. O

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laboratório deverá ser convenientemente iluminado e ventilado, com temperatura e humidade

adequada, com superfícies de fácil limpeza e com uma área suficiente para se evitar riscos de

contaminação durante a preparação [10].

A preparação de medicamentos manipulados (MM) ocorre na sequência de uma

prescrição médica. O farmacêutico receciona a prescrição informaticamente ou em papel

analisando-a e procedendo à sua validação. De seguida, o farmacêutico verifica se o MM em

questão tem ficha técnica criada, se não tiver o farmacêutico analisa a viabilidade da preparação

e elabora a ficha técnica do manipulado consultando a bibliografia disponível.

Antes de iniciar a preparação dos MM o farmacêutico ou o TF deverá assegurar se:

São respeitadas as condições ambientais eventualmente exigidas pela natureza

do medicamento a preparar, de acordo com o definido na respetiva “Ficha de

preparação do MM”;

Se encontram todas as matérias-primas, corretamente rotuladas e com PV em

vigor, bem como os equipamentos necessários à preparação;

Estão disponíveis os documentos necessários para a preparação do MM;

Estão disponíveis os materiais de embalagem destinados ao acondicionamento

do MM preparado;

O armazenamento de matérias-primas e dos materiais de embalagem dos MM

deve ser realizado conforme o método FEFO.

O farmacêutico preenche a Ficha técnica de preparação (ANEXO XXVIII) com todos

os dados necessários, efetuando todos os cálculos necessários e criação dos rótulos

identificativos dos MM (ANEXO XXIX) a preparar. A prescrição original é arquivada em

dossier próprio no laboratório, enquanto que deverá ser anexada uma fotocopia da prescrição e

dos rótulos à ficha de preparação de MM.

O TF antes de iniciar a preparação dos MM procede-se à leitura da respetiva ficha de

preparação, à limpeza da bancada de trabalho e dos equipamentos necessários com álcool a

70%. O TF deverá equipar-se adequadamente com luvas, máscara e touca, e preparar todas as

matérias-primas e equipamentos necessários. O TF procede à manipulação de acordo como

procedimento descrito na ficha de preparação de MM, sendo supervisionado por um

farmacêutico.

Após a manipulação são efetuados os ensaios de verificação e se estiver tudo conforme

são devidamente acondicionados e rotulados. Para todos os manipulados preparados é atribuído

um lote, sendo o primeiro dígito do lote uma letra do alfabeto, sendo esta introduzida de forma

sequencial diariamente seguida pela data na ordem de ano, mês e dia.

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Durante o meu estágio tive a oportunidade de observar a preparação de:

Soluto de lugol;

Nistatina composta;

Papéis medicamentosos de bicarbonato de sódio de 1g;

Solução aquosa de ácido acético a 4%;

Solução aquosa de ácido cítrico a 25%.

3.2 – PREPARAÇÃO DE FORMULAÇÕES ESTÉREIS

Para a preparação de formulações estéreis (não citotóxicas) são necessários alguns

requisitos especiais, visando diminuir os riscos de contaminação microbiológica. Posto isto, a

preparação de formulações estéreis é realizada na câmara de fluxo laminar horizontal,

assegurando que se cumpre a técnica assética:

Desinfetar a superfície da câmara com álcool a 70%, bem como todas as

embalagens a utilizar antes do início da manipulação;

O manipulador deverá equipar-se na antecâmara com vestuário adequado, ou seja, a

bata, touca, máscara e luvas.

A zona de trabalho divide-se em diferentes áreas:

Área suja (classe D) - é a sala de apoio onde são preparados os medicamentos e

os materiais necessários à manipulação;

Área semi-limpa (Classe C) - local onde está localizado o laboratório para

lavagem de mãos e onde o manipulador se equipa com touca, protetor de

calçado, máscara e bata;

Área limpa (classe B) – “sala branca” onde se localiza a câmara de fluxo de ar

laminar horizontal e o balcão de apoio, com pressão positiva;

o Câmara de fluxo de ar laminar horizontar (Classe A) - apresenta filtro

HEPA onde são realizadas as formulações estéreis.

A sala branca tem pressão positiva em relação à antecâmara e está equipada com a

câmara de fluxo de ar laminar horizontal, o que faz com que o ar circule na horizontal, de trás

para a frente, protegendo o manipulado.

O processo é idêntico ao processo de preparação de formulações não estéreis,

começando com a receção da prescrição informaticamente ou em formato de papel.

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Antes de entrar na câmara, o TF prepara todos os medicamentos e equipamentos

necessários, colocando-os dentro de um tabuleiro de inox que coloca no transfer desinfetando

com álcool a 70%. De seguida, o TF procede à lavagem das mãos de forma assética e equipa-

se com a protetores de calçado, touca, máscara, bata e um par de luvas.

Dentro da sala branca o TF procede à limpeza da câmara com álcool a 70%, em

movimentos verticais e da área menos contaminada para a área mais contaminada, isto é, de

cima para baixo e de dentro para fora. O TF procede então à transferência das matérias-primas

e equipamentos do transfer para a câmara calçando o segundo para de luvas estéreis. O TF

procede à manipulação de acordo com a ficha de preparação do MM.

Após a preparação, o produto deve ser acondicionado, rotulado e colocado no transfer

para que o farmacêutico proceda ao controlo de qualidade através da verificação das

características organoléticas, pH, quantidade, entre outros e regista os resultados na ficha de

preparação dos MM.

No final da preparação todo o material em contacto com os produtos químicos e

fármacos são rejeitados, sendo colocados em contentor amarelo. De seguida, o TF procede

novamente à limpeza da câmara de fluxo de ar laminar horizontal e retira o equipamento de

proteção deitando em contentor para posterior incineração.

É ainda de salientar que todas as segundas-feiras é realizado o controlo microbiológico

através de identificação de placas. O farmacêutico identifica o local de colheita em cada placa,

entregando-as ao TF, que dentro da câmara realiza as colheitas. São realizadas duas placas, uma

dentro da câmara de fluxo de ar laminar horizontal e outra fora da câmara.

No decorrer do meu estágio foi-me possível a observação de:

Colírio de gentamicina 15 mg/ml

Colírio de amicacina 25 mg/ml

Solução de cefuroxima intracamerular 10 mg/ml

Colírio de voriconazol 10 mg/ml

3.3 – PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS CITOTÓXICOS

A preparação de medicamentos citotóxicos é precedida de uma prescrição médica, que

de preferência deverá ser por via informática, tendo como base os protocolos estabelecidos e

aprovados no HST. A prescrição só é válida quando está assinada pelo médico prescritor com

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o seu número mecanográfico. O farmacêutico analisa cuidadosamente e valida a prescrição. A

posologia estabelecida para cada medicamento citotóxico será em função da dose do

medicamento utilizado, ritmo e via de administração, volume da superfície corporal do doente

e/ou peso do doente e de eventuais reduções de dose devidamente expressas na prescrição.

Após a validação o farmacêutico elabora os rótulos identificativos do tratamento onde

consta: o nome do doente, serviço clínico, data de administração, medicamento, dose e volume

correspondente do medicamento, soluções e respetivo volume de diluição, volume final e

número mecanográfico do farmacêutico responsável. O farmacêutico imprime o mapa de

produção, sendo que no caso da prescrição manual imprime os rótulos que elaborou de acordo

com a prescrição. Com base nessas fotocópias, os TF (manipulador e adjuvante) procedem à

preparação dos tabuleiros de citotóxicos, retirando os medicamentos do armário e colocando as

quantidades necessárias para o total de preparações diárias no tabuleiro de inox, onde são

transportados para a sala de apoio. Aqui os medicamentos são retirados da cartonagem e

registadas as quantidades de cada fármaco no “Registo Diário de Consumos”, sendo

posteriormente colocados num tabuleiro de inox separados por princípio ativo. Nos mapas de

produção são coladas etiquetas identificativas do medicamento citotóxico contendo o nome,

lote e PV, de modo a identificar qual o lote do medicamento que cada doente irá fazer. De

seguida, é necessário ver quais são os solventes, soluções injetáveis de diluição e os sistemas

de administração necessários para a manipulação, procedendo sempre ao seu registo na folha

de “registo de lotes e prazos de validades dos solventes/soluções de diluição dos medicamentos

citotóxicos”, registando a quantidade, lote e PV. Estes são colocados juntamente com o

tabuleiro dos medicamentos citotóxicos no transfer, sendo desinfetados com álcool a 70%.

Dá-se início à manipulação quando estiverem validadas a maior parte das prescrições

previstas para esse dia, a manipulação é realizada por medicamento, começando pelos

anticorpos monoclonais e dando prioridade a tratamentos de tempos de administração mais

longo. Os TF equipam-se primeiramente nos balneários com umas calças e uma túnica própria

e depois na antecâmara procedem à lavagem assética das mãos e equipam-se devidamente com

protetores de calçado, touca, máscara com viseira, bata esterilizada e o primeiro par de luvas.

Os dois TF entram para a sala branca, sendo que o TF manipulador procede à limpeza da câmara

de fluxo de ar laminar vertical com álcool a 70%, enquanto que o TF adjuvante descontamina

novamente os medicamentos e material colocado no transfer, bem como das superfícies das

bancadas de apoio, colocando todo o material necessário nas bancadas de apoio. De seguida os

dois TF calçam o segundo par de luvas esterilizadas, sendo que o TF manipulador calça o

segundo par de luvas já sentado na câmara de fluxo de ar laminar vertical. O TF adjuvante é

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responsável pela observação da manipulação do TF manipulador e fornecimento do material e

medicamentos necessários pelo lado esquerdo do manipulador bem com a transmissão das

quantidades a manipular. É de salientar que dentro da câmara de fluxo laminar vertical é

colocado apenas um tratamento de cada vez, bem como o meio de armazenamento e o respetivo

solvente. O TF manipulador deve manipular na zona central da câmara, de modo a permitir uma

circulação do ar adequada, impedindo a contaminação do ar. Sempre que se trocar de

medicamento deve-se limpar a bancada com uma compressa embebida em álcool a 70%. Depois

da manipulação, o TF manipulador coloca os medicamentos prontos do seu lado direito da

câmara e o TF adjuvante procede à transferência do medicamento para a bancada de apoio. Na

bancada de apoio o TF adjuvante procede à colocação dos rótulos, colocando um rótulo no

saco/seringa ou bip com o medicamento e o outro rótulo igual no saco protetor exterior, de

seguida o TF adjuvante coloca os medicamentos prontos dentro do transfer. É necessário ter

em atenção que a janela do transfer seja apenas aberta de um lado encontrando-se o outro

fechado. O farmacêutico sela os sacos protetores exteriores e coloca-os dentro do carro de

transporte identificado com o símbolo de citotóxicos, registando qual o tratamento enviado para

o serviço clínico. O AO do respetivo serviço clínico recebe o carro assinando o protocolo de

entrega e transporta o carro até ao serviço clínico.

Todo o material utilizado e em contacto com os medicamentos citotóxicos, é colocado

em contentor amarelo que se encontra no lado direito da câmara de fluxo de ar laminar vertical.

Todos os materiais ou resíduos não citotóxicos são acondicionados em saco preto. No final da

preparação o TF manipulador retira o primeiro par de luvas, procedendo depois ao fecho do

contentor amarelo e novamente à limpeza da câmara. O TF adjuvante coloca o tabuleiro de inox

com os medicamentos que sobraram no transfer e procede à limpeza da superfície das bancadas

de apoio. De seguida retira o primeiro par de luvas, que coloca no saco vermelho, onde também

são colocadas as compressas da câmara e os frascos de solventes utilizados.

Os TF saem da sala branca, sendo que na antecâmara retiram a touca, a máscara, a bata,

as luvas e os protetores de calçado, sendo colocado em saco preto. As calças e a túnica são

colocadas para lavagem e esterilização.

No final da sessão de trabalho é registado o nº total de preparações efetuadas e o tempo

de exposição dos TF, rubricando o TF manipulador e o TF adjuvante. De seguida um dos TF

procede ao débito no sistema informático dos medicamentos, solventes, soluções injetáveis de

diluição e de outros materiais necessários ao serviço requisitante.

A limpeza da câmara é realizada diariamente por um AO, após meia hora da última

manipulação, tendo de estar este devidamente equipado com bata, luvas, máscara, touca e

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protetor de calçado, desinfetando primeiramente as mãos. Semanalmente o TF depois da

manipulação procede à limpeza da câmara, desmontando o tabuleiro inferior limpando com

desinfetante para superfícies, que deixa atuar alguns minutos procedendo depois à limpeza de

toda a câmara com álcool a 70%. Também às segundas-feiras é realizado o controlo

microbiológico na câmara de fluxo de ar laminar vertical através de placas como referido

anteriormente.

Na primeira segunda-feira de cada mês são realizadas as seguintes placas:

1. Pontas das luvas do técnico manipulador, antes do início do trabalho;

2. Pontas das luvas do técnico adjuvante, antes do início do trabalho;

3. Esquerda da superfície de trabalho da câmara de fluxo laminar, antes do início

do trabalho;

4. Centro da superfície de trabalho da câmara de fluxo laminar, antes do início do

trabalho;

5. Direita da superfície de trabalho da câmara de fluxo laminar, antes do início do

trabalho;

6. Bancada de trabalho da sala branca, antes do início do trabalho;

7. Local aleatório da sala branca antes do início do trabalho;

8. Câmara de transição, antes do início do trabalho;

9. Esquerda da superfície de trabalho da câmara de fluxo laminar, no fim da sessão

de trabalho;

10. Centro da superfície de trabalho da câmara de fluxo laminar, no fim da sessão de

trabalho;

11. Direita da superfície de trabalho da câmara de fluxo laminar, no fim da sessão de

trabalho;

12. Bancada de trabalho da sala branca, no fim da sessão de trabalho;

13. Local aleatório da sala branca no fim da sessão de trabalho;

14. Manga da bata do técnico manipulador acima da luva;

15. Câmara de transferência no fim da sessão de trabalho;

16. Pontas das luvas do técnico manipulador, no fim da sessão de trabalho;

17. Pontas das luvas do técnico adjuvante, no fim da sessão de trabalho;

18. Placa de sedimentação interior da camara de fluxo laminar;

19. Placa de sedimentação exterior da camara de fluxo laminar.

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Nas restantes segundas-feiras do mês são realizadas as placas nº 1,3,4,5,9,10,11,16 e 18.

O farmacêutico procede então ao acondicionamento das placas e posterior envio para o

laboratório de microbiologia.

Em caso de derrame de medicamentos citotóxicos, deve-se recorrer ao Kit de derrame

que se encontra no interior da sala assética, destinando-se a uso único.

Nesta área tive a oportunidade de observar, do lado exterior da câmara, a preparação de:

Fluorouracilo

Dacarbazina

Azacitidina

Bevacizumab

Oxiplatina

Infliximab

Cetuximab

Ironotecano

Bortezomib

Panitumumab

3.4 – REEMBALAGEM

O principal objetivo da reembalagem é dispor aos SF:

Os medicamentos na dosagem prescrita e de forma individualizada;

Reduzir os custos;

Diminuir o tempo de enfermagem dedicado à medicação;

Diminuir os erros de administração;

Reduzir os riscos de contaminação do medicamento.

No caso dos medicamentos que não possuam identificação individualizada

relativamente à DCI, dosagem, lote e PV são reembalados ou rotulados, sendo que a

reembalagem é utilizada no caso de medicamentos conservados em frasco e a rotulagem é

utilizada caso os medicamentos estejam em blisters.

Na sala de reembalagem o AO efetua o fracionamento, com o auxílio de um bisturi

desinfetado com álcool a 70%, sendo este processo efetuado de luvas. Coloca-se de seguida os

medicamentos fracionados em sacos que são selados e colocados dentro da cartonagem original.

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O fracionamento permite obter frações da dose de medicamentos, possibilitando a utilização de

dose que não se encontram disponíveis no hospital. O mesmo se procede com a desblisteração

dos medicamentos. De seguida os medicamentos são reembalados com o auxílio da FDS® como

descrito anteriormente. O lote atribuído começa sempre pela letra “R” de reembalagem e a

segunda letra é uma letra do alfabeto introduzida sequencialmente todos os dias, os dígitos

seguintes são numéricos correspondendo à data do dia da reembalagem pela ordem: ano, mês e

dia.

No caso de medicamentos em dosagens pontuais, o fracionamento e a desblisteração

ocorrem como anteriormente descritos, no entanto a selagem é auxiliado com uma máquina de

selagem manual. Neste caso o rótulo é feito manualmente, registando a DCI, dosagem, lote e

PV atribuído. O PV dos medicamentos reembalados é 25% do PV original até um máximo de

seis meses.

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4- BIBLIOGRAFIA

[1] “Hospital São Teotónio- História.” [Online]. Available: http://www.hstviseu.min-

saude.pt/Historia/fhistor.htm. [Accessed: 02-Jun-2017].

[2] “A Instituição - Serviço de Otorrinolaringologia - Hospital São Teotónio.” [Online].

Available: https://sites.google.com/site/servicoorlhst/a-instituicao. [Accessed: 02-Jun-

2017].

[3] Ministério da Saúde, “Decreto-Lei na30/2011 de 2 de Março,” Diário da República, 1a

série, 2011.

[4] Conselho executivo da farmácia hospitalar, “Manual da Farmácia Hospitalar,”

Ministério da Saúde, Nov. 2005.

[5] Instituto Português de Qualidade, “Norma Portuguesa Sistema de Gestão de Qualidade

ISO 9001,” 2008.

[6] J. Feio, “Sistema de Gestão Integrada do Circuito do Medicamento,” HUC, 2006.

[7] INFARMED I.P., “Decreto-Lei No15/93, De 22 De Janeiro,” Diário da República, 1.a

série, 1991.

[8] M. H. L. Brou et al., “Manual da Farmácia Hospitalar,” Ministério da Saúde, p. 69, 2005.

[9] R. Crujeira et al., “Programa do medicamento hospitalar,” Ministério Da Saúde, 2007.

[10] Ministério da Saúde, “Portaria no594/2004, de 2 de junho -,” Diário da República, 1.a

série-B, 2004.

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CONCLUSÃO

No decorrer do estágio profissional, através das atividades realizadas e com o auxílio de

todos os TF e farmacêuticos foi-me possível alcançar os objetivos propostos no início do

estágio. Foram cumpridas as 420 horas em cada vertente de estágio, perfazendo assim um total

de 840 horas.

A primeira vertente de estágio decorreu na Farmácia Moderna da Guarda, sendo uma

experiência importante para a minha formação académica. Durante este estágio, foi-me possível

participar em todo o circuito do medicamento, desde a chegada do medicamento à farmácia até

à sua dispensa ao utente. Sendo que as principais conclusões que tiro deste estágio, é que para

um bom atendimento é necessária uma boa gestão dos medicamentos e produtos de saúde, desde

não deixar que ocorram ruturas de stock, ao controlo dos PV, realizar um bom armazenamento,

armazenando-os no local correto e segundo a ordem FEFO, de modo a que no ato da dispensa

seja dispensado o medicamento correto, dentro do PV e sem desperdiçar tempo crucial para um

atendimento correto ao utente.

A segunda vertente do estágio profissional decorreu no CHTV, na unidade de Viseu,

sendo que me foi possível conhecer e envolver no circuito do medicamento em meio hospitalar.

Nesta vertente foi-me possível participar desde a receção do medicamento ao hospital até a sua

distribuição ao doente ou ao serviço, sendo apenas me foi possível a observação no que diz

respeito à manipulação de formulações estéreis e não estéreis.

Este estágio foi importante, uma vez que tive a possibilidade de colocar em prática e

testar os meus conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso. Posto isto, posso afirmar

que concluo este estágio profissional com um melhor conhecimento sobre as funções de um TF

tanto na FC como em Farmácia hospitalar, bem como a sua importância para os utentes da

farmácia ou para os doentes do hospital.

Posso ainda afirmar que com a realização deste estágio, percebi que é necessário uma

constante formação e atualização de conhecimentos para se ser um bom profissional.

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CAPÍTULO 3 - USO DE ANTIÁCIDOS E PROTETORES DA MUCOSA

GÁSTRICA POR PARTE DA POPULAÇÃO E O SEU

ACONSELHAMENTO E INDICAÇÃO POR PARTE DOS

PROFISSIONAIS DE FARMÁCIA

RESUMO

Introdução: Apesar de atualmente existirem medicamentos mais eficazes do que os

antiácidos e protetores da mucosa gástrica, muitas pessoas compram medicamentos de venda

livre para alívio de sintomas gastrointestinais, considerando-os suficientemente eficazes. Em

particular, entre os antiácidos há uma grande variedade de composição química, potência de

neutralização do ácido, efeitos adversos e interações medicamentosas, sendo por isso

importante o uso racional destes medicamentos.

Objetivo: O principal objetivo deste estudo foi caracterizar o padrão de consumo de

antiácidos e protetores da mucosa gástrica por indivíduos adultos nos distritos de Viseu e

Guarda, bem como o papel dos profissionais de farmácia no aconselhamento dos mesmos.

Métodos: Aplicação de um questionário para determinar a informação sociodemográfica

e caracterização do uso e aconselhamento de antiácidos e protetores da mucosa gástrica, numa

amostra de 150 utentes das farmácias comunitárias abrangentes entre fevereiro e maio de 2017.

Resultados: A prevalência de uso de antiácidos foi de 48,7%. A maioria dos inquiridos

tinham entre 40 a 45 anos (18,7%) e eram do sexo feminino (64,7%). Em relação ao uso dos

antiácidos 63,3% considerou-os prejudiciais à saúde, sendo a principal justificação

apresentarem efeitos secundários (40,1%).

Conclusões: Considerando os resultados deste estudo, é necessária uma reeducação da

população relativamente ao uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica e melhorar o

aconselhamento dos profissionais de farmácia quanto ao uso de antiácidos e protetores da

mucosa gástrica.

Palavras-chave: Aconselhamento; Antiácidos; Profissional de farmácia; Protetores da

mucosa gástrica

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ABSTRACT

Introduction: Although there are currently more effective drugs than antacids and

protectors of gastric mucosa, many people buy over-the-counter medicines to alleviate

gastrointestinal symptoms and consider them to be effective enough. In particular, among the

antacids there is a wide variety of chemical composition, acid neutralization potency, side

effects and drug interactions, therefore the rational use of these drugs is important.

Objective: The main objective of this study was to characterize the pattern of antacid

and protectors of gastric mucosa consumption by adult population living in the Viseu and

Guarda districts, as well as the role of pharmacy professionals in their counselling.

Methods: Application of a questionnaire to determine sociodemographic information

and characterization of the use and counselling of antacids and protectors of gastric mucosa in

a sample of 150 users of the pharmacies ranging from February to May 2017.

Results: The prevalence of the antacid protectors of gastric mucosa use was 48.7%. The

majority of respondents had between 40 and 50 years hold (18.7%) and where women (64.7%).

In relation to the use of antacids and protectors of gastric mucosa, 63.3% considered them

harmful to health, being the main reason their side effects (40.1%).

Conclusions: Considering de results of this study, its necessary a re-education of the

population to the use of antacids/protectors of gastric mucosa and improve the counselling by

the pharmacy professionals in the use of antacids.

Keywords: Antacids; Counselling; Pharmacy professionals; Protectors of gastric

mucosa

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INTRODUÇÃO

DISPEPSIA FUNCIONAL

A dispepsia funcional (DF) não é definida como uma doença, mas sim como um sintoma

ou um conjunto de sintomas relacionados com doenças do trato gastrointestinal superior sem

lesão orgânica [1], [2], [3]. Esta é caraterizada por um desconforto na parte superior do

abdómen, dor crónica recorrente, sensação de plenitude abdominal após as refeições, saciedade

precoce, arrotos, vómitos, náuseas, azia e inchaço. A DF não apresenta relação com a idade,

etnia e estado socioeconómico; no entanto, a DF apresenta uma maior prevalência no sexo

feminino do que no sexo masculino [2]. Alguns estudos indicam que em 30% a 40% dos doentes

com DF apresentam esvaziamento gástrico atrasado e 40% dos doentes apresentam

acomodação prejudicada do estômago proximal [3]. Podem ocorrer ainda outras anormalidades

tais como distúrbios da motilidade gástrica [2].

O tratamento não farmacológico da DF engloba modificações dietéticas e do estilo de

vida. Enquanto o tratamento farmacológico consiste nos inibidores da bomba de protões (IBP),

antagonistas dos recetores H2, procinéticos (ex.: metoclopramida e domperidona),

antidepressivos, protetores da mucosa gástrica e antiácidos. Estes últimos, consoantes alguns

estudos, demonstraram melhoria aos nível dos sintomas dispépticos [3].

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é um distúrbio comum, referente a

sintomas e/ou complicações na mucosa, resultantes do refluxo anormal do conteúdo gástrico

do estômago para o esófago. Os principais sintomas esofágicos da DRGE são a azia e a

regurgitação ácida. Os sintomas extra-esofágicos são a asma, rouquidão, dor no peito e

distúrbios do sono. As complicações a longo prazo associadas à DRGE incluem o

desenvolvimento de estenoses esofágicas, esófago de Barrett (substituição do epitélio escamoso

esofágico por epitélio do tipo colunar intestinal) e adenocarcinoma do esófago [4], [5]. A DRGE

é uma doença que afeta doentes de todos os grupos etários com igual distribuição por género

[4].

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O objetivo do tratamento para a DRGE é diminuir a acidez do refluxo e o volume

gástrico, melhorar o esvaziamento gástrico, aumentar a pressão do esfíncter esofágico inferior

e a depuração do ácido, proteger a mucosa esofágica e prevenir complicações [6].O tratamento

não farmacológico da DRGE consistem nas alterações dietéticas, perda de peso, cessação

tabágica e evitar refeições tardias, de modo a reduzir o refluxo noturno [5], [6]. A terapia

medicamentosa é realizada através de antagonistas dos recetores H2, IBP, antiácidos e

protetores da mucosa gástrica [5].

ÚLCERA PÉPTICA

A úlcera péptica (UP) é uma lesão na mucosa, formada pelo ácido e pela pepsina quando

os mecanismos protetores da mucosa se encontram afetados, sendo que a denominação da

úlcera identifica a sua localização anatómica. A úlcera denomina-se esofágica quando a ferida

ocorre na mucosa do esófago, enquanto se a ferida se localizar na mucosa do estômago trata-se

de uma úlcera gástrica e se a ferida se localizar na mucosa do duodeno (primeira porção do

intestino delgado) denomina-se de úlcera duodenal. As úlceras podem ainda ser consequência

do stress, denominando-se assim úlceras de stress [7], [8].

O sintoma da UP mais frequente é a dor epigástrica. Na úlcera duodenal a dor

geralmente ocorre 1 a 3 horas após as refeições e é aliviada na presença de alimentos. Os

doentes podem ainda apresentar outros sintomas menos frequentes como azia, arrotos, inchaço,

náuseas ou vómitos [7], [8]. As principais causas da UP são a infeção pela bactéria H. Pylori,

anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) e stress [7], [8].

O tratamento não farmacológico consiste em eliminar ou reduzir o stress psicológico, o

tabagismo e o uso de AINEs (incluindo a aspirina). Devendo os doentes evitar alimentos e

bebidas que causem dispepsia ou que aumentem os sintomas da UP [8].

O tratamento farmacológico convencional engloba o uso de IBPs, antagonistas dos

recetores H2 ou sucralfato e antiácidos. Na presença da H. pylori deve-se proceder à sua

erradicação usando terapia tripla com IBP, amoxicilina e claritromicina. Os antiácidos não

devem ser utilizados em monoterapia devido ao elevado número de tomas necessárias. Quando

não devidamente tratadas podem surgir complicações que podem incluir hemorragia

gastrointestinal, perfuração das paredes do estômago e/ou duodeno e cicatrizes e estenoses [8].

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ANTIÁCIDOS E PROTETORES DA MUCOSA GÁSTRICA

Os antiácidos são medicamentos que consistem em sais de alumínio, cálcio, magnésio,

sódio ou uma combinação destes; são relativamente insolúveis, que quando no estômago

neutralizam o ácido gástrico, aumentam o pH gástrico, inibem a pepsina e ligam-se a sais

biliares [6], [8], [9]. Estes podem ser classificados quanto à absorção digestiva em duas grandes

categorias: absorvíveis (carbonato de sódio, magnésio, cálcio ou uma combinação de carbonato

de cálcio com carbonato de magnésio) e não absorvíveis (fosfato de alumínio, hidróxido de

alumínio, hidróxido de magnésio, combinação de alumínio-magnésio ou combinação de

alumínio-magnésio com outros medicamentos) [10].

Os efeitos dos antiácidos são devidos à neutralização de uma porção do ácido gástrico,

elevando assim o pH gástrico, sendo normalmente necessárias elevadas doses. O aumento do

pH gástrico por parte dos antiácidos inibe a atividade da pepsina, que é maximamente inibida

a aproximadamente pH de 4, levando assim a uma atividade proteolítica reduzida [9]. Estes

apresentam uma duração de ação curta (aproximadamente 30 minutos com o estômago vazio),

no entanto, esta pode ser aumentada de 1 até 3 horas quando administrados na presença de

alimentos. Sendo assim necessário uma administração mais frequente ao longo do dia, de modo

a proporcionar uma neutralização contínua do ácido [4], [5], [9].

Os efeitos adversos dos antiácidos não sujeitos a receita médica são mínimos para

indivíduos com uma função renal normal, sendo que estes variam com a composição química

dos antiácidos. O bicarbonato de sódio produz dióxido de carbono, que é responsável por causar

arrotos, distensão gástrica e flatulência. A administração excessiva deste pode causar ainda

alcalose sistémica e alcalinização da urina [9]. Os efeitos adversos dos antiácidos à base de

cálcio podem causar obstipação, arrotos e flatulência [9]. O principal efeito adverso dos

antiácidos à base de alumínio é a obstipação, sendo que esta pode progredir para obstrução

intestinal, hemorroidas e fissuras anais. O seu uso prolongado e em doses elevadas podem levar

à reabsorção do cálcio do osso, resultando em osteoporose, osteomalacia e fraturas. O principal

efeito adverso dos antiácidos contendo magnésio é a diarreia, estes podem ser absorvidos

sistemicamente, causando hipermagnesemia, que pode ainda levar a arritmias cardíacas [9].

Apesar dos antiácidos à base de alumínio causarem obstipação e os antiácidos à base de

magnésio causarem diarreia, nos antiácidos com combinações de alumínio e magnésio o efeito

secundário que predomina é a diarreia [8].

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Os antiácidos são ainda capazes de alterar o ambiente local do trato gastrointestinal,

podendo desempenhar um papel no risco das interações fármaco-fármaco [10]. Estes interações

alteram o pH gástrico, aumentam o pH urinário, formam uma barreira física à absorção ou

complexos insolúveis com outros fármacos [5]. Estas ocorrem devido a alterações na absorção

do fármaco, sendo que as mais significativas ocorrem devido à quelação ou formação de

complexos insolúveis. Os antiácidos que contêm cálcio, magnésio e alumínio são agentes

quelantes. Estes ligam-se a um grande número de fármacos suscetíveis à complexação com

estes sais, como é o caso da digitoxina, ácido acetilsalicílico, cimetidina, ranitidina, famotidina,

teofilina, indometacina, entre outros. A absorção no intestino depende do pH, solubilidade

lipídica e pKa do fármaco e ação da glicoproteína-P. Os antiácidos aumentam o pH gástrico,

alterando o grau de ionização dos fármacos, reduzindo a biodisponibilidade dos ácidos fracos

como é o exemplo dos barbitúricos, sulfonamidas, entre outros e aumentam a absorção das

bases fracas como é o exemplo da atropina, cloropromazina, propranolol, entre outros. As

alterações do pH podem ainda alterar a dissolução dos fármacos, que como são insolúveis em

água requerem um ambiente ácido, necessitando de um pH baixo para a sua dissolução e

absorção, como é o exemplo da digoxina, fenitoína, isoniazida, cetoconazol, itraconazol,

quinolonas, glipizida, glibenclamida, cefuroxima e preparações de ferro [4], [9]–[11].

Os antiácidos à base de magnésio e alumínio podem alterar o pH urinário, podendo

assim alterar a ionização dos fármacos nos túbulos renais, aumentando ou reduzindo a

reabsorção dos fármacos. Estes juntamente com os antiácidos de cálcio reduzem a absorção das

tetraciclinas e das fluroquinolonas. As tetraciclinas bem como a ciprofloxacina podem ainda

formar quelatos insolúveis com cálcio, alumínio, bismuto e ferro, diminuindo assim os seus

efeitos antibacterianos [4], [9], [11]. Podem ainda ocorrer interações com suplementos de ferro,

isoniazida, quinidina, sulfonilureias, quinolonas e varfarina, estando estas influenciadas pela

composição, dose, dosagem e formulação do antiácido [5], [8]. O único antiácido que não se

liga a outros fármacos é o bicarbonato de sódio. Estas interações medicamentosas podem ser

evitadas, quando os antiácidos e os fármacos são administrados com um intervalo de pelo

menos 2 horas [4], [5], [8]–[11].

Os protetores da mucosa gástrica atuam através de mecanismos de defesa mucosa

gástrica envolvendo a barreira muco-bicarbonato. De facto, a mucosa gastroduodenal ajusta os

seus mecanismos de defesa de acordo com o pH do lúmen e mantém o balanço ácido-base

aumentando a absorção de ácido do lúmen a secreção de bicarbonato [12]. De entre o grupo dos

protetores da mucosa gástrica existe o sucralfato que é sujeito a receita médica. Existem

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também protetores da mucosa gástrica não sujeitos a receita médica tais como os medicamentos

da marca Gaviscon® contendo alginato de sódio, bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio

que podem aliviar de forma eficaz os sintomas de azia [13]. Por um lado, atua pelo alginato de

sódio na formação de uma camada espessa no topo dos conteúdos do estômago, assim que entra

em contacto com os ácidos do estômago. Esta camada funciona como uma forte barreira física

e ajuda a manter os conteúdos do estômago no estômago, onde pertencem, e não no esófago,

onde são prejudiciais. Por outro lado, apresenta também um efeito conjunto devido à associação

de antiácidos (carbonato de cálcio com bicarbonato de sódio) que neutraliza o ácido gástrico,

proporcionando alívio rápido da indigestão e da azia [14].

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OBJETIVOS DO ESTUDO

No âmbito da realização do projeto de investigação acerca de antiácidos e protetores da

mucosa gástrica, propõem-se os seguintes objetivos:

Analisar a frequência com que a população recorre ao uso de antiácidos e

protetores da mucosa gástrica não sujeitos a receita médica e a duração de

tratamento com estes fármacos;

Averiguar qual o comportamento da população quando se depara com sintomas

dispépticos;

Determinar o nível de conhecimento quanto ao consumo de medicamentos para

dores de estômago (antiácidos e protetores da mucosa gástrica) por parte da

população;

Identificar as fontes de aconselhamento à população, relativamente ao uso de

antiácidos e protetores da mucosa gástrica;

Determinar se está a ser efetuado um aconselhamento adequado por parte dos

profissionais de farmácia;

Identificar situações nas quais os antiácidos e protetores da mucosa gástrica são

usados para diferentes fins dos indicados.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Para a recolha de dados deste projeto de investigação foram realizados questionários

(ANEXO XXX) nos distritos de Viseu e Guarda.

A recolha de dados ocorreu em farmácias comunitárias, nomeadamente na farmácia

Moderna da cidade da Guarda e na farmácia Mouro da cidade de Viseu pertencentes ao grupo

Videira Lopes, entre fevereiro de 2017 e maio de 2017. A população-alvo inclui todos os

adultos com idade igual ou superior aos 18 anos, residentes nos distritos de Viseu e da Guarda.

Os inquéritos foram realizados através de entrevista pessoal do autor ao público-alvo,

registando as respostas num inquérito impresso, de modo a evitar erros que poderiam levar a

respostas inválidas. Os entrevistados com idade igual ou superior a 18 anos e residentes num

dos dois distritos, participaram anonimamente e voluntariamente, sendo informados do âmbito

e dos objetivos do estudo. Foram realizados 45 questionários na cidade da Guarda e 105

questionários na cidade de Viseu perfazendo um total de 150 questionários realizados.

Foi realizado primeiramente um inquérito teste a três indivíduos, de modo a verificar a

estrutura das perguntas e da utilização de termos mais acessíveis à compreensão do público em

geral. Nesse sentido, foram realizadas alterações ao inquérito a nível da linguagem, estrutura

de perguntas, sendo ainda necessário adicionar novas questões, de modo a melhorar a

compreensão das questões propostas.

O inquérito foi constituído por duas partes, constituído por perguntas fechadas, com

respostas de escolha única ou múltipla. A primeira parte questiona sobre as características

sociodemográficas dos entrevistados, a segunda parte questiona sobre o padrão de consumo de

antiácidos e o seu aconselhamento por parte dos profissionais de farmácia.

Com a realização deste inquérito foram recolhidas informações como os antiácidos e

protetores da mucosa gástrica que as pessoas entrevistadas tomaram de acordo com uma lista

de medicamentos, o comportamento da população quando se depara com situações dispépticas,

frequência com que recorrem ao uso de antiácidos, duração de tratamento com esses fármacos,

fontes de aconselhamento à população, aconselhamento acerca destes fármacos por parte dos

profissionais de farmácia.

Foi realizada uma análise descritiva e uma correlação de variáveis em alguns casos.

Sendo que foi efetuada uma análise estatística de modo a descrever, comparar, associar e

estabelecer medidas quantificadoras de associação e efeito entre as variáveis em estudo. O

processamento e análise de dados foram realizados usando o SPSS versão 23.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 150 questionários 64,7% são do sexo feminino e 35,3% são do sexo masculino, isto

é, 97 indivíduos do sexo feminino e 53 do sexo masculino (Gráfico 2).

Gráfico 2 - Distribuição da amostra relativamente ao género.

De acordo com a Tabela 6, conclui-se que a média das idades dos inquiridos é de 43,81,

sendo a idade mais frequente os 43 anos.

Tabela 6 - Valores da média, mediana, moda e desvio padrão respeitantes às idades dos

inquiridos.

A distribuição dos inquiridos encontra-se mais localizada na faixa etária dos 40-45 anos

com uma percentagem de 18,7% (Gráfico 3).

Estatísticas

Idade

Média 43,81

Mediana 43,00

Moda 43

Desvio Padrão 15,220

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Gráfico 3- Distribuição da amostra de acordo com a faixa etária.

Relativamente às habilitações literárias, a maior parte dos inquiridos com uma

percentagem de 28,7% tinham o ensino secundário, seguido do 3º ciclo com 19,3% e 12,7%

eram licenciados (Gráfico 4).

Gráfico 4- Distribuição da amostra por habilitações literárias.

Na Tabela 7 estão demostrados os indivíduos que não tomam nenhum antiácido e

protetores da mucosa gástrica. Portanto, pode-se verificar que 51,3% não toma este tipo de

medicamentos sendo a percentagem de uso deste tipo de medicamentos de apenas 48,7%.

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Tabela 7 – Percentagem de consumo de antiácidos e/ou protetores da mucosa gástrica.

Em relação ao uso dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica, o facto dos entrevistados

não se lembrarem se já usaram algum dos medicamentos referidos na lista apresentada, devido ao

elevado intervalo de tempo que passou desde do seu consumo, pode levar a uma subestimação da

prevalência do uso destes. No entanto a presença da lista com os nomes comerciais e o método de

entrevista que ajudaram, no facto de lembrar ao inquirido alguns detalhes do medicamento,

tornando possível uma melhor identificação dos medicamentos utilizados pelo inquirido.

De acordo com a correlação de variáveis é possível verificar que dos 53 indivíduos do

sexo feminino 67,5% não consomem antiácidos nem protetores da mucosa gástrica, sendo que

dos 97 indivíduos do sexo masculino apenas 32,5% não consomem antiácidos nem protetores

da mucosa gástrica (Gráfico 5).

Gráfico 5- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por

género.

Frequência Percentagem

Percentagem

válida

Percentagem

cumulativa

Não tomam antiácidos e/ou protetores

da mucosa gástrica 77 51,3 51,3 51,3

Tomam antiácidos e/ou protetores da

mucosa gástrica 73 48,7 48,7 100,0

Total 150 100,0 100,0

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Correlacionando as variáveis da categoria da idade com a variável do consumo destes

medicamentos pode-se ainda referir que dos 150 inquiridos a maior percentagem de não

consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica (13,33%) encontra-se em indivíduos na

casa dos 40 aos 45 anos, sendo que a maior percentagem de consumo de antiácidos e protetores

da mucosa gástrica é de 7,33% e encontram-se na dentro dos intervalos dos 35 aos 40 anos e

dos 55 aos 60 anos (Gráfico 6).

Gráfico 6- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por

categoria de idade.

No Gráfico 7 é possível observar que a maior percentagem de consumo de antiácidos e

protetores da mucosa gástrica ocorre em pessoas que têm o ensino secundário.

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Gráfico 7- Distribuição do consumo de antiácidos e protetores da mucosa gástrica por

habilitações literárias.

Na Tabela 8, pode-se concluir que dos 73 indivíduos que tomaram antiácidos, os mais

utilizados foram o Kompensan®, com uma percentagem de 35,7%, seguido do Rennie Digestif®

com 16,3% e o Gaviscon® com 12,4%. O medicamento menos tomado foi o Riopan® sendo que

apenas 3 indivíduos afirmaram que o tomaram.

Tabela 8 – Distribuição dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica consumidos pela

amostra

Medicamentos Respostas Percentagem de casos

N Percentagem

Gaviscon® 16 12,4% 21,9%

Rennie Digestif® 21 16,3% 28,8%

Alka-Seltzer® 6 4,7% 8,2%

Kompensan® 46 35,7% 63,0%

Kompensan-S® 5 3,9% 6,8%

Phosphalugel® 6 4,7% 8,2%

Pepsamar® 11 8,5% 15,1%

Maalox Plus® 6 4,7% 8,2%

Leite Magnesia Philips® 4 3,1% 5,5%

Riopan® 3 2,3% 4,1%

Outra 5 3,9% 6,8%

Total 129 100,0% 176,7%

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Perante um episódio de dores de estômago, 27,4% dos inquiridos afirmaram não fazer

nada e esperar que a dor passe por si só e 21,9% dos inquiridos compra um medicamento por

iniciativa própria (Gráfico 8).

Gráfico 8 - Distribuição dos consumidores de antiácidos/protetores da mucosa gástrica tendo

em conta o que fazer de imediato perante um episódio de dores de estômago.

No que diz respeito à primeira medida perante um episódio de dor de estômago, o mais

referido (14 indivíduos) no sexo feminino é “não faço nada e espero para ver se a dor de

estômago passa por si só”. Enquanto que as medidas referidas pelo sexo masculino são

“consulto um médico” e “Vou comprar um medicamento para reduzir essas dores de estômago

por iniciativa própria”, ambas foram referidas por sete indivíduos (Gráfico 9).

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Gráfico 9 – Respostas à questão “o que fazer de imediato perante um episódio de dores de estômago”

distribuído por género.

Relativamente à frequência a que os inquiridos recorrem a antiácidos/protetores da

mucosa gástrica, 82,4% afirma que recorre a estes medicamentos em situações pontuais, sendo

que com alguma frequência apenas recorrem 13,5% dos inquiridos, e apenas 4,1% dos

inquiridos afirmaram tomar antiácidos/protetores da mucosa gástrica de forma continuada

(Gráfico 10).

Gráfico 10 - Frequência com que os inquiridos recorre a antiácidos/protetores da mucosa

gástrica.

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102

Durante o tratamento com antiácidos/protetores da mucosa gástrica 62,2% diz que toma

1 vez ao dia, sendo que apenas 1,4% toma 4 ou mais vezes ao dia (Gráfico 11).

Gráfico 11 - Frequência da toma de antiácidos/protetores da mucosa gástrica.

Relativamente aos dias de tratamento até melhoria do estado de saúde 37,8% afirma que

apenas toma durante um dia, sendo que apenas 12,2 % tomam mais de 7 dias seguidos (Gráfico

12).

Gráfico 12 - Tempo de tratamento médio da toma de antiácidos/protetores da mucosa gástrica.

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103

Apesar de atualmente existirem medicamentos mais eficazes do que os antiácidos/protetores

da mucosa gástrica, muitas pessoas compram estes medicamentos de venda livre para alívio de

sintomas gastrointestinais, considerando-os suficientemente eficazes [9]. Isto está de acordo com

os resultados obtidos, uma vez que 82,4% afirma que recorre a estes medicamentos em situações

pontuais, sendo 62,2% afirmam que tomam o medicamento 1 vez ao dia e ainda 37,8% diz que

realiza o tratamento apenas durante um dia. Sendo que muitos dos inquiridos referiram durante o

momento da entrevista que quando apresentam os sintomas, (por exemplo azia e enfartamento)

tomam os antiácidos/protetores da mucosa gástrica apenas uma vez, sendo que não é necessário

tomar mais nenhuma vez, visto que o medicamento surte o efeito desejado.

Em situações em que os medicamentos não surtiram efeito 68,9% afirma que não alterou

a dose habitual sem pedir aconselhamento e 17,6% dos inquiridos afirmaram que alteraram a

dose sem pedir aconselhamento (Gráfico 13).

Gráfico 13 - Alteração da dose sem aconselhamento.

Primeiramente a decisão de tomar antiácidos e protetores da mucosa gástrica é realizado

com base no aconselhamento médico para 31,1% dos inquiridos e 28,4% com base no

aconselhamento do farmacêutico (Gráfico 14).

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104

Gráfico 14 - Decisão de tomar os antiácidos e protetores da mucosa gástrica.

É possível ainda observar no gráfico seguinte que quando a toma dos antiácidos e

protetores da mucosa gástrica é realizada com base no aconselhamento do médico, os

indivíduos apresentam a maior percentagem de não alterarem a dose sem pedir aconselhamento

e a menor percentagem de ter alterado a dose sem pedir aconselhamento (Gráfico 15). No

entanto, relativamente ao aconselhamento farmacêutico, a percentagem de não terem alterado

a dose do antiácido e protetores da mucosa gástrica sem aconselhamento é a terceira mais alta

com 14,9%, sendo a percentagem de ter alterado a dose sem aconselhamento a mais elevada

igualmente quando os antiácidos e protetores da mucosa gástrica são obtidos por iniciativa

própria, com uma percentagem de 6,8%.

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105

Gráfico 15 - Distribuição da alteração da dose sem aconselhamento de acordo com a decisão

de tomar antiácidos e protetores da mucosa gástrica.

No ato da compra de antiácidos ou protetores da mucosa gástrica, 67,6% dos indivíduos

afirma ser aconselhado pelo profissional de farmácia, sendo que 9,5% afirma comprar

medicamentos sem aconselhamento, independentemente se lê ou não o folheto informativo

(Gráfico 16).

Gráfico 16 - Aconselhamento no ato da compra de antiácidos e protetores da mucosa gástrica.

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106

Dos 73 indivíduos que tomam ou já tomaram antiácidos ou protetores da mucosa

gástrica, dizem que no ato da compra destes, as informações mais transmitidas pelos

profissionais de farmácia são a dose adequada, duração máxima recomendada para o tratamento

e o momento da toma (Tabela 9).

Tabela 9 - Informações transmitidas pelos profissionais de farmácia.

Informações Respostas Percentagem de

casos N Percentagem

Dose Adequada 50 34,5% 67,6%

Duração máxima recomendada para o

tratamento

24 16,6% 32,4%

Momento da toma 34 23,4% 45,9%

Alerta para possíveis efeitos secundários 10 6,9% 13,5%

Alerta para possíveis interações

medicamentosas

5 3,4% 6,8%

Indicação de contraindicações 4 2,8% 5,4%

Todas as anteriores 10 6,9% 13,5%

Nenhuma 8 5,5% 10,8%

Total 145 100,0% 195,9%

Relativamente às medidas adicionais, a medida mais aconselhada por parte dos

profissionais de farmácia foi evitar grandes refeições com uma percentagem de 34,2%, sendo

que 28,1% afirma que os profissionais não aconselham nenhuma medida adicional (Tabela 10).

Tabela 10 - Aconselhamento de medidas adicionais.

Medidas Respostas Percentagem de

casos N Percentagem

Evitar grandes refeições antes de dormir 39 34,2% 52,7%

Evitar roupa apertada ao redor do abdómen 11 9,6% 14,9%

Evitar substâncias como a cafeína, álcool e alimentos

gordos

22 19,3% 29,7%

Evitar fumar 10 8,8% 13,5%

Nenhuma das anteriores 32 28,1% 43,2%

Total 114 100,0% 154,1%

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107

Entre os antiácidos há uma grande variedade de composição química, capacidade de

neutralização do ácido, efeitos adversos e interações medicamentosas, sendo por isso importante o

uso racional destes medicamentos [6], [8], [9]. No entanto, 17,6% dos indivíduos que tomam

antiácidos e protetores da mucosa gástrica admitem alterar a dose sem aconselhamento, referindo

ainda que a maior percentagem de alteração da dose sem aconselhamento pode ser visualizada

quando a decisão de toma é realizada com base no aconselhamento farmacêutico. É ainda de

salientar que 28,1% dos inquiridos afirmam que o profissional de farmácia não o aconselha a

nenhuma medida adicional.

No que diz respeito ao seu conhecimento acerca do consumo destes medicamentos 50%

dos indivíduos consideraram-no suficiente, 29,3% consideraram-no bom e 20,7% consideraram

o seu conhecimento insuficiente (Gráfico 17).

Gráfico 17 - Classificação do conhecimento da amostra acerca do consumo de antiácidos e

protetores da mucosa gástrica.

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108

Relativamente às doenças que justificam o uso dos antiácidos, 50,0% dos inquiridos

refere a azia como a situação que justifica o uso destes medicamentos, seguido da DRGE apenas

com 26,5% e a úlcera péptica com 22,1% (Tabela 11).

Tabela 11 - Situações que justificam o uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica.

Doenças que justificam o uso de antiácidos

Respostas

Percentagem de casos N Percentagem

Doenças Azia 115 50,0% 76,7%

Doença do refluxo

gastroesofágico 61 26,5% 40,7%

Úlcera péptica 50 21,7% 33,3%

Outra 4 1,7% 2,7%

Total 230 100,0% 153,3%

Relativamente ao uso destes medicamentos 63,3% consideram-no prejudicial à saúde e

36,7 consideram que os antiácidos e protetores da mucosa gástrica não são prejudiciais à saúde

(Gráfico 18).

Gráfico 18 - Classificação do uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica como sendo

prejudiciais à saúde.

Dos 55 indivíduos que não consideram o uso de antiácidos e protetores da mucosa

gástrica prejudiciais à saúde, 30 deles dizem que é porque quando usados durante o período de

tempo recomendado, não prejudicam a saúde, 15 acham que é porque podem ser vendidos sem

receita e 11 porque são inofensivos (Tabela 12).

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109

Tabela 12 - Razões dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica não serem prejudiciais à

saúde.

Respondeu que não Respostas Percentagem de

casos N Percentagem

Porque são inofensivos 11 15,3% 21,2%

Porque podem ser vendidos sem receita

médica

15 20,8% 28,8%

Porque têm poucos ou nenhuns efeitos

secundários

7 9,7% 13,5%

Porque quando usados durante o período de

tempo recomendado, não prejudicam a saúde

30 41,7% 57,7%

Porque são publicitados 9 12,5% 17,3%

Total 72 100,0% 138,5%

Dos 95 indivíduos que consideram que os antiácidos e protetores da mucosa gástrica

podem ser prejudiciais à saúde, 61 assinalaram que é porque têm efeitos secundários, 58 porque

quando usados por longos períodos de tempo prejudicam a saúde e apenas 33 acham que podem

provocar interações medicamentosas (Tabela 13).

Tabela 13 - Razões dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica serem prejudiciais à saúde.

Respondeu que sim Respostas Percentagem

de casos N Percentagem

Porque têm efeitos secundários 61 40,1% 66,3%

Porque podem provocar interações medicamentosas 33 21,7% 35,9%

Porque quando usados por longos períodos prejudicam a

saúde

58 38,2% 63,0%

Total 152 100,0% 165,2%

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110

Os 150 inquiridos dizem que adquiriram os conhecimentos através do profissional de

farmácia e do médico, com 26,5% e 25,1% respetivamente, seguido dos

amigos/vizinhos/conhecidos e familiares com 17,3% (Tabela 14).

Tabela 14 - Obtenção dos conhecimentos acerca dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica.

Conhecimentos obtidos Respostas Percentagem de casos

N Percentagem

Internet 20 7,1% 13,4%

Rádio/Televisão 36 12,7% 24,2%

Livros/Jornais/Revistas 13 4,6% 8,7%

Amigos/Vizinhos/Conhecidos/Familiares 49 17,3% 32,9%

Durante a formação académica 19 6,7% 12,8%

Médico 71 25,1% 47,7%

Profissional de farmácia 75 26,5% 50,3%

Total 283 100,0% 189,9%

Dos 150 inquiridos 63,3% considera o uso de antiácidos e protetores da mucosa gástrica

prejudiciais à saúde, indicando os efeitos secundários como principal razão, sendo que os que

responderam não são prejudiciais à saúde, consideram que quando usados durante o período de

tempo recomendado, não prejudicam a saúde. Isto deve-se ao uso de doses baixas e ao uso

esporádico pelos utentes, os efeitos adversos tornam-se mais significativos com doses mais

elevadas e uso prolongado [9].

Existem algumas limitações neste estudo. Isto deve-se ao facto de não se obter uma

amostra aleatória, uma vez que as farmácias são pertencentes ao mesmo grupo, o que pode

influenciar no aconselhamento dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica. Por outro lado,

o método de entrevista pessoal aumenta a taxa de resposta, evitando respostas que não sejam

válidas.

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111

CONCLUSÃO

Este projeto de investigação investigou o perfil do uso de antiácidos e protetores da

mucosa gástrica, em utentes adultos de duas farmácias localizadas no distrito de Viseu e Guarda

e avaliou o papel dos profissionais de farmácia, no aconselhamento e informações prestadas

aos utentes, realizado através de entrevista pessoal aos utentes.

Através da informação recolhida, foi possível concluir que existem muitas falhas no

conhecimento sobre o uso e informações acerca destes medicamentos. Sendo que existem uma

grande percentagem de indivíduos que refere que raramente ou nunca receberam indicações e

medidas adicionais quando adquirem estes medicamentos.

Posto isto, é necessária uma reeducação da população em relação ao uso de antiácidos

e protetores da mucosa gástrica e reavaliar o aconselhamento e recomendações relativamente

ao seu uso por parte dos profissionais de farmácia, de modo a promover o uso racional destes

medicamentos.

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112

BIBLIOGRAFIA

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[2] M. Mehboob, M. Zubair, R. Naz, S. Tabassum, and M. A. Achackzai, “Functional

Dyspepsia : An Unresolved Issue,” 2015.

[3] R. J. Saad and W. D. Chey, “Review article: Current and emerging therapies for

functional dyspepsia,” Aliment. Pharmacol. Ther., 2006.

[4] R. V. Fugit and R. R. Berardi, “Upper Gastrointestinal Disorders,” in Applied

Therapeutics: The Clinical Use of Drugs, 9th ed., 2011.

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Pharmacotherapy A Pathophysiologic Approach, 2008.

[6] S. Mccartney, L. Langmead, and M. Banks, “CME Gastroenterology,” 2009.

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[9] P. N. Maton and M. E. Burton, “Antacids revisited,” Drugs, 1999.

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[13] “Prontuario Terapêutico- Protetores da mucosa gástrica.” [Online]. Available:

http://app10.infarmed.pt/prontuario/index.php. [Accessed: 17-Jun-2017].

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funciona-gaviscon/como-funciona-gaviscon-duefet/. [Accessed: 17-Jun-2017].

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ANEXOS

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ANEXO I - FICHA INDIVIDUAL DO PRODUTO

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115

ANEXO II - FATURA

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116

ANEXO III - REQUISIÇÃO PSICOTRÓPICOS E ESTUPFACIENTES

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117

ANEXO IV - MAPA DE PRAZO DE VALIDADES

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118

ANEXO V - NOTA DE DEVOLUÇÃO

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119

ANEXO VI - RECEITA MATERIALIZADA

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120

ANEXO VII - GUIA DE TRATAMENTO

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121

ANEXO VIII - RECEITA MANUAL

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122

ANEXO IX - DOCUMENTO DE FATURAÇÃO

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123

ANEXO X - NOTA DE ENCOMENDA

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124

ANEXO XI - TROCA DE PRODUTOS COM O EXTERIOR

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125

ANEXO XII - PEDIDO DE INJETÁVEIS DE GRANDE VOLUME

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126

ANEXO XIII - PEDIDO DE DESINFETANTES

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127

ANEXO XIV- PEDIDO DE MATERIAL DE PENSO

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128

ANEXO XV - PEDIDO DE MEDICAMENTO

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129

ANEXO XVI - JUSTIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS EXTRA-

FORMULÁRIO

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130

ANEXO XVII - PEDIDO DE REPOSIÇÃO DE STOCK POR NÍVEIS

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131

ANEXO XVIII - FOLHA DE CONTROLO DE PSICOTRÓPICOS

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132

ANEXO XIX - FOLHA DE CONTROLO DE ESTUPEFACIENTES

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133

ANEXO XX- VERSO DA FICHA DE ESTUPFACIENTES

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134

ANEXO XXI - SATISFAÇÃO DO PEDIDO

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135

ANEXO XXII - FICHA DE PRATELEIRA

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136

ANEXO XXIII - PRODUTOS EXTERNOS

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137

ANEXO XXIV- REPOSIÇÃO DE MÍNIMOS

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138

ANEXO XXV- FOLHA DE INCIDÊNCIAS DE ENTRADA

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139

ANEXO XXVI - MAPA DE ALTERADAS

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140

ANEXO XXVII - PEDIDO DE STOCK PARA ARMAZÉNS AVANÇADOS

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141

ANEXO XXVIII - FICHA DE PREPARAÇÃO DO MEDICAMENTO

MANIPULADO

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143

ANEXO XXIX- RÓTULOS IDENTIFICATIVOS

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144

ANEXO XXX- QUESTIONÁRIO

Inquérito para recolha de dados

Dados de classificação pessoal

0.1 Género:

Masculino Feminino

0.2 Idade: ________anos

0.3 Habilitações Literárias:

Sem estudos

1º ciclo do ensino básico (escola primária)

2º ciclo do ensino básico (escola preparatória)

3º ciclo do ensino básico (7º; 8º; 9º ano)

Ensino secundário (10º; 11º; 12º ano)

Curso Médio / Bacharelato (3 anos)

Licenciatura (3 a 5 anos)

Pós-Graduação / Mestrado

Doutoramento

0.4 Distrito:

Guarda Viseu

Inquérito

No âmbito da elaboração de uma tese da Licenciatura em Farmácia no Instituto Politécnico da Guarda, tendo como objetivo caraterizar o uso dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica pela população, assim como o papel do técnico de farmácia no aconselhamento e informações prestadas sobre esse tipo de medicamentos, solicita-se a sua colaboração voluntária colocando um X nos quadrados que melhor correspondem à sua opinião. Em situações de engano na resposta pretendida, coloque por favor um círculo à volta do quadrado.

O inquérito é anónimo e confidencial. Tempo estimado de preenchimento: 10 minutos

Obrigada pela sua colaboração!

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Inquérito para recolha de dados

Dados de classificação pessoal

0.1 Género:

Masculino Feminino

0.2 Idade: ________anos

0.3 Habilitações Literárias:

Sem estudos

1º ciclo do ensino básico (escola primária)

2º ciclo do ensino básico (escola preparatória)

3º ciclo do ensino básico (7º; 8º; 9º ano)

Ensino secundário (10º; 11º; 12º ano)

Curso Médio / Bacharelato (3 anos)

Licenciatura (3 a 5 anos)

Pós-Graduação / Mestrado

Doutoramento

0.4 Distrito:

Guarda Viseu

Inquérito

No âmbito da elaboração de uma tese da Licenciatura em Farmácia no Instituto Politécnico da Guarda,

tendo como objetivo caraterizar o uso dos antiácidos e protetores da mucosa gástrica pela população,

assim como o papel do técnico de farmácia no aconselhamento e informações prestadas sobre esse tipo

de medicamentos, solicita-se a sua colaboração voluntária colocando um X nos quadrados que melhor

correspondem à sua opinião. Em situações de engano na resposta pretendida, coloque por favor um

círculo à volta do quadrado.

O inquérito é anónimo e confidencial.

Tempo estimado de preenchimento: 10 minutos

Obrigada pela sua colaboração!

Obrigada pela sua colaboração!

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1. Dos medicamentos que se seguem, qual (quais) é que já tomou?

Gaviscon

Rennie Digestif

Alka-Seltzer

Kompensan

Kompensan-S

Phosphalugel

Pepsamar

Maalox Plus

Leite Magnesia Philips

Riopan

Outro. Qual?____________________

Nenhum

(se respondeu Nenhum, passe para a pergunta nº 11)

2. Perante um episódio de dores de estômago o que lhe ocorre fazer de imediato? (Assinale apenas uma

opção)

Não faço nada e espero para ver se a dor de estômago passa por si só

Evito grandes refeições antes de dormir e evito cafeína (ex. café), tabaco, álcool e alimentos fritos

Consulto um médico

Consulto um profissional de farmácia

Vou comprar um medicamento para reduzir essas dores de estômago por iniciativa própria

Outra: Qual ?________________________

3. Com que frequência recorre a este tipo de medicamentos?

Em situações pontuais Com alguma frequência De forma continuada

4. Qual a frequência da toma do medicamento?

1 vez/dia 2 vezes/dia 3 vezes/dia 4 ou mais vezes/dia

5. Qual o tempo de tratamento médio de toma do medicamento até melhoria do seu estado de saúde?

1 dia 2 a 3 dias 4 a 7 dias Mais de 7 dias

6. Nas situações em que estes medicamentos não surtiram o efeito desejado, alterou a dose habitual,

sem pedir aconselhamento?

Sim Não Não se aplica

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7. Primeiramente, a decisão de tomar estes medicamentos é feita com base em: (Assinale apenas uma opção)

Aconselhamento médico

Aconselhamento farmacêutico

Aconselhamento por um conhecido, amigo ou familiar

Por iniciativa própria

8. No ato da compra de antiácidos e protetores da mucosa gástrica: (Assinale apenas uma opção)

Sou aconselhado pelo profissional de farmácia

Não sendo aconselhado pelo profissional de farmácia, solicito o mesmo

Compro o medicamento sem aconselhamento mas leio o folheto informativo do medicamento

Compro o medicamento sem aconselhamento

9. Quando compra medicamentos para as dores de estômago, que informações é que lhe são transmitidas

pelo profissional de farmácia? (Assinale as opções que considerar convenientes)

Dose adequada

Duração máxima recomendada para o tratamento

Momento da toma

Alerta para possíveis efeitos secundários

Alerta para possíveis interações medicamentosas

Indicação de contraindicações

Todas as anteriores

Nenhuma

Outro________________________________

10. O profissional de farmácia aconselha-o a algumas medidas adicionais? (Assinale as opções que

considerar convenientes)

Evitar grandes refeições antes de dormir

Evitar roupa apertada ao redor do abdómen

Evitar substâncias como a cafeína, álcool e alimentos gordos

Evitar fumar

Nenhuma das anteriores

Outras:_________________________________

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11. Como classifica o seu nível de conhecimento quanto ao consumo de medicamentos para as dores de

estômago:

Bom Suficiente Insuficiente

12. Relativamente às situações abaixo referidas, identifique aquelas que na sua opinião justificam o uso

de medicamentos para as dores de estômago: (Assinale as opções que considerar convenientes)

Azia

Doença de refluxo gastroesofágico

Úlcera péptica

Outra: Qual ?________________________

13. Considera que o uso destes medicamentos pode ser prejudicial à sua saúde?

Sim Não

13.1 Caso tenha respondido Não, indique as opções que justificam a sua resposta: (Assinale as opções

que considerar convenientes)

Porque são inofensivos

Porque podem ser vendidos sem receita médica

Porque têm poucos ou nenhuns efeitos secundários

Porque quando usados durante o período de tempo recomendado, não prejudicam a saúde

Porque são publicitados

Outra: Qual ?________________________

13.2 Caso tenha respondido Sim, indique as opções que justificam a sua resposta: (Assinale as opções

que considerar convenientes)

Porque têm efeitos secundários

Porque podem provocar interações medicamentosas

Porque quando usados por longos períodos prejudicam a saúde

Outra: Qual ?________________________

14. Os seus conhecimentos acerca dos medicamentos para as dores de estômago foram obtidos através de:

(Assinale as opções que considerar convenientes)

Internet Rádio/Televisão Livros/Jornais/Revistas

Amigos/ Vizinhos/Conhecidos/ Familiares Durante a formação académica

Médico Profissional de farmácia Outro: Qual ?_________________