Trabalho Cartas Paulinas Final

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ARQUIDIOCESE DE PORTO VELHO Cartas Paulinas Uma breve Introdução Tiberio Luiz Coimbra Mendonça 01/11/2014 Trabalho de apresentação do valor Teológico e Pastoral do conteúdo das cartas que São Paulo nos deixou.

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Estudo sobre as cartas produzidas pelo apóstolo paulo as primeiras comunidades cristãs

Transcript of Trabalho Cartas Paulinas Final

  • ARQUIDIOCESE DE PORTO VELHO

    Cartas Paulinas

    Uma breve Introduo

    Tiberio Luiz Coimbra Mendona

    01/11/2014

    Trabalho de apresentao do valor Teolgico e Pastoral do contedo das cartas que So Paulo nos

    deixou.

  • ARQUIDIOCESE DE PORTO VELHO

    Escola de Teologia Para Leigos

    Dom Helder Cmara

    CARTAS PAULINAS UMA INTRODUO

    Porto Velho NOVEMBRO/2014

    ALUNO: Tiberio Luiz Coimbra Mendona

  • SUMRIO

    1 Introduo ........................................................................................................................... 1

    2 Quem foi Paulo ................................................................................................................... 1

    3 Viagens de So Paulo......................................................................................................... 2

    4 As cartas Paulinas .............................................................................................................. 3

    4.1 Tessalonicenses 1 e 2 ................................................................................................. 3

    4.2 Filipenses .................................................................................................................... 3

    4.3 Corntios 1 e 2 ............................................................................................................. 4

    4.4 Glatas ........................................................................................................................ 4

    4.5 Colossences ................................................................................................................ 4

    4.6 Efsios ......................................................................................................................... 5

    4.7 Romanos ..................................................................................................................... 5

    4.8 Timteo 1 e 2 ............................................................................................................... 6

    4.9 Tito .............................................................................................................................. 6

    4.10 Filmon ........................................................................................................................ 6

    5 Concluso ........................................................................................................................... 6

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    1 Introduo

    Este modesto trabalho de concluso do curso de teologia para leigos da arquidiocese de Porto Velho, no tem a pretenso de esgotar algo to inesgotvel, quanto profundidade e o valor teolgico e fundamental para nossa f, que so as cartas paulinas, que completam de forma brilhante e fundamental o trabalho missionrio de So Paulo, para aquelas comunidades e discpulos de sua poca e agora para todos os povos de Deus.

    As cartas paulinas, assim chamadas por estarem de alguma forma ligada ao trabalho pastoral e missionrio de So Paulo, conferem um sabor especial ao novo testamento, pois nelas, nos so reveladas e propostos caminhos para pr em pratica o evangelho de Jesus, superar os obstculos da caminhada, rumo vitria em Cristo.

    As cartas tambm apresenta a universalidade do Reino, que foi rejeitada no incio da

    era crist, completa a mensagem dos atos dos apstolos e orienta aos pastores para que, onde estiverem seus rebanhos, ali estar seu corao.

    Para compreender melhor o sentido das cartas paulinas, faremos uma pequena viagem

    a fim de conhecer quem foi este homem, o contexto de sua vida, sua converso, sua misso, pois, somente conhecendo So Paulo, poderemos compreender a autenticidade do sentimento e a dimenso de amor a Jesus e as comunidades, que suas cartas nos comunicam.

    Num tempo em que a distncias representavam apenas pequena fatia dos obstculos

    ao anncio do evangelho, So Paulo deixa para ns um verdadeiro exemplo de que as dificuldades na construo do Reino no desanimam o Cristo.

    2 Quem foi Paulo

    So Paulo nasceu na Cidade de Tarso, na Cilcia, cidade de cultura Grega, mesmo filho de Judeus, Paulo possua cidadania Romana (At.16,37) o que de fato o ajudou em vrios momentos de sua misso. O Seu nome Judeu, utilizado antes de sua converso era Saulo. Saulo recebeu uma educao privilegiada, foi educado na f por Gamaliel, um dos mais respeitados fariseus na interpretao e aplicao da lei judaica At 5.34, o que lhe favoreceu na fora de sua f e obedincia a Deus e a tornar-se um importante fariseu, especialista rigoroso e cheio de zelo na aplicao da Lei (At22,3). Saulo conhecia filosofia, cultura grega, romana, falava vrios idiomas, falava e escrevia em grego, foi grande mestre na retrica, e desde cedo forte em sua f. Sua profisso era fabricante de tendas, ele apresentado nos atos dos apstolos como um homem muito trabalhador, que no gosta de depender dos outros para seu sustento, mas defende que a comunidade ajude no sustento do projeto de Jesus e misso dos apstolos (1Cor 9+).

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    Saulo aparece inicialmente no episdio do martrio de Estevo, que foi um dos sete diconos, escolhidos pelos apstolos para ajudar a formao da comunidade crist. Neste episdio Saulo observa o apedrejamento de Estevo e recebe seu manto aos seus ps. Nesta ocasio, em nome de sua f, Saulo j era um perseguidor implacvel dos cristos, pois estes eram uma ameaa as tradies, a f e as leis judaicas. Autorizado pelo sindrio, Saulo inicia uma perseguio implacvel aos seguidores de Jesus, ao saber que uma forte comunidade iniciava-se em Damasco, dirige-se para l com inteno de destru-la. No caminho para Damasco, Saulo vive a experincia mais importante de sua vida e do mesmo modo importante para toda humanidade. No caminho, Saulo encontra Jesus (At 9,3-19), a verdade lhe revelada, toda sua cegueira foi curada.

    Aps sua converso, com o mesmo ardor que defendia a lei judaica, passou a defender

    Jesus. Foi a partir de sua converso que passou a utilizar o seu nome Romano: Paulo. Aps sua converso, o livro dos Atos dos Apstolos apresenta uma vida totalmente dedicada misso de levar a boa notcia a vrios povos, da sia at a Europa, at sua priso em Roma.

    3 Viagens de So Paulo

    O Livro dos atos dos Apstolos nos relata cinco viagens de so Paulo:

    1. A primeira viagem foi de Jerusalm a Damasco, quando aconteceu a Converso, nesta viagem ele j comeou a evangelizar na Arbia e em Damasco;

    2. Na Segunda, que foi considerada por muitos autores a primeira viagem missionria, Paulo percorreu vrias cidades como Chipre, Perge, Antioquia de Psidia, Icnio, Listra, Derbe, Licania;

    3. Na Terceira, que foi considerada por muitos autores a segunda viagem missionria, Paulo evangelizou na Sria, Cilcia, Listra, Frgia, regio da Galcia, Msia, Trade, andou pela Grcia em vrias cidades fundando comunidades como em Tessalnica e em Corinto, voltando por Chipre at retornar a Antioquia;

    4. Na Terceira viagem missionria, Paulo visitou novamente cidades por onde j havia passado, fortalecendo as comunidades e batizando em nome da Trindade Santa;

    5. A quinta e ultima que se tem notcia, viagem a Roma j como prisioneiro. De l, Paulo escreveria vrias cartas: Filmon, Filipenses, Colossences, Efsios;

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    Durante as viagens missionrias, Paulo batizava, evangelizava e criava novas comunidades crists. No tempo de Paulo, no era nada fcil percorrer estas distncias, o transporte era barco, outros meios de transporte primitivos e muitas vezes a p. Paulo experimentou na carne o sofrimento em nome de Jesus, foi perseguido, preso, chicoteado, apedrejado e passou por muitos perigos (2 Cor 11,24-25). Por isso Paulo sabia dos perigos e ameaas que sofreriam as comunidades fundadas por ele.

    4 As cartas Paulinas Paulo soube utilizar muito bem o sistema de correios Romano e ajuda de seus

    Colaboradores, sempre atendo s necessidades de seu rebanho, suas angstias, suas dvidas, Paulo dirigia-se pessoalmente at elas, porem, muitas vezes isso no era possvel, ou devido s distncias ou estava preso. Nesses casos Paulo utilizava desse instrumento, que foram suas cartas.

    O Novo testamento apresenta 13 cartas atribudas a Paulo, mas sabe-se que outras

    cartas no foram encontradas e por isso no esto no Novo Testamento. Alguns autores atribuem a Pedro a Carta aos Hebreus, porem essa teoria refutada por muitos que a consideram uma Carta de autoria de Barnab.

    Segundo a Introduo as epstolas de So Paulo da bblia de Jerusalm: As epstolas

    que Paulo nos deixou, so escritos ocasionais, jamais devemos esquecer. No so tratados de teologia, mas respostas a Situaes concretas, ou seja, cada comunidade crist que necessitava de orientao, ajuda, unidade, Paulo escrevia para aquela comunidade, orientado pela realidade da comunidade, porm sem distanciar da autntica f crist. A maioria delas foi destinada comunidade exceto a carta a Filmon e as duas cartas denominadas cartas pastorais: Tito e Timteo que neste caso tiveram destinatrios determinados.

    As cartas Paulinas so apresentadas na Bblia em ordem decrescente de tamanho da

    Carta, mas iremos analisar cada uma delas segundo acredita-se ser a ordem cronolgica.

    4.1 Tessalonicenses 1 e 2 Carta escrita a comunidade de Tessalnica, onde Paulo evangelizou em sua segunda

    viagem. Paulo foi expulso dessa cidade pela inveja dos Judeus locais, mais tarde ele recebe notcias das dificuldades de entendimento do anncio e as ameaas a f dos Cristos. Paulo respondeu as ms notcias com duas cartas de encorajamento e esclarecimento.

    4.2 Filipenses

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    A cidade de Filipos foi evangelizada por Paulo em sua segunda viagem, ali surgiu uma comunidade fervorosa, porm com os mesmos problemas das comunidades da regio, que reside na oposio dos Judeus, doutrinas pags e entendimento do evangelho.

    A carta conhecida como carta da Alegria, mesmo preso, com tantos problemas na evangelizao, Paulo agradecia a comunidade sua ateno s necessidades dos apstolos e enviava mensagem de nimo e esperana a todos. No existe consenso do local ou data da carta, pode ter sido em Roma, Cesaria ou feso.

    4.3 Corntios 1 e 2 A cidade de Corinto foi visitada por Paulo em sua segunda viagem, aps sair de Atenas,

    pelos anos de 50/51. Corinto era um importante centro comercial, pessoas de vrias regies, culturas e religies ali se encontravam. Graves problemas eram observados por l, desde marginalizao de pessoas, culto aos deuses dos pagos at a prostituio descontrolada.

    Paulo chegando l, iniciou com apoio de quila e Priscila, cristos vindo de Roma, o

    trabalho de evangelizao, que se intensificou com a chegada de outros discpulos. Paulo permaneceu em Corinto por 18 meses deixando para traz uma grande comunidade crist.

    A primeira carta aos corntios foi um instrumento de resposta as notcias da casa de

    Clo, sobre desordens, dvidas e divises que surgiam na nova comunidade. A carta pretendia responder a questes prticas como, por exemplo, a vida em

    comunidade, o matrimnio, pecado, caridade e vrias questes morais. A segunda carta aos corntios responde a novos problemas e exorta aos corntios a

    serem colaboradores e defensores da misso. conhecida como carta das lgrimas, pois condena com veemncia aqueles que destroem as comunidades e causam divises.

    4.4 Glatas Provavelmente escrita para um conjunto de igrejas na regio da Galcia fundadas em

    sua primeira viagem missionria, Paulo escreve ao seu rebanho, alertando-os contra grupos Judaizantes e que condenavam a autoridade de Paulo. Atravs da carta ele defende seu apostolado, combatendo queles que queriam impor o jugo da lei ignorando as obras do esprito.

    Nesta carta ele apresenta os frutos do Esprito Santo e convida a comunidade a apoiar-se e viver segundo o desejo do Esprito.

    4.5 Colossences

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    A cidade de Colossos nunca foi visitada por Paulo. Acredita-se que a comunidade foi criada por seus colaboradores, provavelmente pafras, e a pedido de pafras, Paulo intervm orientando os Colossences que estavam deixando-se seduzir por falsas doutrinas que os Afastavam de Jesus e Paulo responde com rigor alertando dessa forma: Quem se une a essa doutrina se separa de Cristo. Ele o nico mediador entre Deus e os Homens.

    A carta foi escrita enquanto preso em Roma entre 61 e 63 e foi escrita de maneira muito prxima a carta aos Efsios.

    4.6 Efsios feso, era uma importante cidade da sia menor, no tempo de Paulo era capital do

    Imprio Romano na sia, importante centro comercial e de turismo, possua uma forte venerao a Deusa Artmis, que possua importncia religiosa e econmica para a cidade. Paulo passou na cidade de feso em sua segunda viagem, fundou uma comunidade crist com ajuda de seus colaboradores de Corinto quila e Priscila. Nos escritos originais a carta no diretamente destinada aos Efsios, nela so Paula envia a carta a Aqueles so santos e fieis em Cristo Jesus. Acredita-se que foi uma espcie de carta circular a vrias comunidades localizadas na regio de feso.

    Na carta, cheia de instrues e nimo, Paulo da nfase a um Cristo Ressuscitado, chefe

    da igreja universal, que seu corpo e os cristos os membros dessa igreja. A universalidade de Jesus reafirmada, pois Jesus ressuscitou para Judeus e pagos.

    Foi escrita em Roma durante o cativeiro na mesma poca de Colossenses.

    4.7 Romanos Enquanto passava por Corinto em sua terceira viagem, Paulo envia sua carta apostlica

    aos Romanos. Para muitos autores seria tambm uma carta de apresentao, j que Paulo no tinha ainda visitado Roma e tinha inteno de visit-los em breve, aps passar por Jerusalm. Alguns autores a consideram uma carta de tratados teolgicos, mas o certo que assim como as outras, seu aspecto pastoral prevalece.

    A carta aos Romanos foi contempornea de Glatas, tratando com rigor do problema das divises provocadas principalmente por questes judaizantes e os gentios.

    Segundo a introduo das cartas paulinas da Bblia de Jerusalm: A Epistola aos Romanos representa uma das mais belas snteses da doutrina paulina. Todavia, no sntese completa nem a doutrina toda. O interesse primordial que lhe valeu a controvrsia Luterana seria prejudicial, se nos levasse a deixar de complet-la com as outras epstolas integrando-a numa sntese mais vasta.

    Ou seja, apesar de to imenso valor, deve ser completada pelas outras cartas para que possamos verdadeiramente enxergar o corao de So Paulo.

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    4.8 Timteo 1 e 2 As duas cartas a Timteo junto com a carta Tito, so consideradas cartas pastorais,

    pois foram direcionadas a seus colaboradores que eram pastores das comunidades, enviando orientaes pastorais e mensagens de nimo no senhor Cristo Jesus.

    Timteo iniciou seu trabalho junto com Paulo durante a segunda viagem missionria, quando Paulo passou por Listra, da torna-se seu importante colaborador.

    Na primeira carta o objetivo alertar a Timteo, como pastor da igreja de feso, sobre os falsos doutores, instruir sobre a conduo da Igreja.

    A segunda carta um chamado para que Timteo comparea a Roma. Alguns autores consideram como um testamento, confiando a Timteo a continuidade de seu apostolado, Paulo ali exorta a Timteo a permanecer firme na f e seguro em Jesus.

    4.9 Tito Assim como Timteo, a carta a Tito tambm um importante colaborador de Paulo na

    evangelizao da Ilha de Creta. Tito s conhecido atravs das cartas de Paulo. Filho de gregos, no foi circuncidado (Gl 2,3) fortalecendo a mensagem de universalidade de Jesus.

    A Carta assim como 1 Timteo a carta possui orientaes pastorais e mensagens de nimo no senhor Cristo Jesus.

    4.10 Filmon Filmon foi escrita a um cristo de Colossos, chamado Filmon, cujo escravo serviu a

    Paulo no cativeiro, presumidamente em Roma, mas poderia ter sido em feso. O mais importante nesta carta, que a mais pessoal de Paulo, e mais uma vez a mensagem de libertao que ele nos d ao apresentar Onsimo, um escravo de Filmon, que serviu a Paulo no cativeiro, em uma nova condio: Liberto em Cristo, em Jesus, Onsimo j no mais escravo, mais um irmo carssimo. Paulo a recorda sua mensagem aos Glatas: J no h judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vs sois um em Cristo Jesus.

    A data da carta controversa, mas no existe duvida que Paulo estivesse na condio de Prisioneiro de Cristo, provavelmente escrita em feso entre 56-57 ou em Roma entre 62-63.

    5 Concluso So Paulo para ns Catlicos foi uma das mais importantes figuras do novo testamento, aquele que os apstolos jamais imaginariam, foi o escolhido por Jesus. Ele nos deixou um exemplo prtico da eficcia do evangelho e nos exorta a anunci-lo com fervor. Ele mais se aproxima de ns que qualquer outro apstolo, pois no foi contemporneo de Jesus, mas viveu a sua experincia com Jesus e mergulhou em sua causa.

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    Em um tempo que no existia boas estradas, avies ou internet, So Paulo segue evangelizando com f e confiana no senhor, atravessando perigos sem fim com a firmeza paulina. As suas cartas, um exemplo de criatividade, para sua poca, so para ns um exemplo a parte, mostrando que os batizados so responsveis por levar sempre a mensagem adiante, com criatividade e sem desculpas. Aos pastores da nossa igreja, as cartas tambm apresentam So Paulo como um missionrio que passava na comunidade, apaixonava-se por elas e ali nascia uma ligao eterna. Mesmo longe de suas ovelhas, Paulo permanece atento s suas necessidades e aflies.

    Finalizamos rogando a Deus pai que atravs de seu Santo Esprito, nosso mundo possa aprender e imitar o esprito missionrio de So Paulo.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BBLIA Bblia de Jerusalm. So Paulo: Paulus, 1998. BBLIA Bblia Sagrada Edio Pastoral. So Paulo: Paulus, 1990. APOSTILA Apostila Cartas Paulinas Escola de Teologias Para Leigos Dom Helder Cmara. Porto Velho: Arquidiocese Porto Velho 2013;