Trabalho Completo_EGAL_Carolina Pereira Silvestre

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ESTRUTURA INTERNA DA RESTINGA NO LITORAL DE MARICÁ (RJ-BRASIL) ATRAVÉS DO GEORADAR

Carolina Pereira Silvestre1,2, André Luiz Carvalho da Silva3, Maria Augusta Martins da Silva4 & Amilsom

Rangel Rodrigues5

1Graduanda do Departamento de Geografia – Campus Maracanã, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - RJ, 20550-013. [email protected] 2Mestranda do Departamento de Geologia da Universidade Federal Fluminense, Campus da Praia Vermelha, Gragoatá, Niterói, RJ, CEP 24210-346. 3Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Patronato, São Gonçalo, RJ, CEP 24435-005. [email protected] 4Professora Adjunta do Departamento de Geologia da Universidade Federal Fluminense. 5Doutorando do Departamento de Geologia da Universidade Federal Fluminense.

O presente estudo está voltado para o entendimento da evolução da restinga na planície costeira de Maricá (estado do Rio de Janeiro, Brasil). Este trecho do litoral está relativamente bem preservado (área de proteção ambiental - APA) e apresenta excelentes condições para a utilização do georadar, devido à existência de terrenos predominantemente arenosos, ausência de construções e acessibilidade. A geomorfologia regional é caracterizada pela presença da Lagoa de Maricá e de duas barreiras arenosas, uma de idade Pleistocênica e outra Holocênica, separadas por pequenas lagunas colmatadas. Objetiva-se, por meio deste estudo, conhecer melhor a estrutura interna da barreira holocênica através do mapeamento em detalhe, utilizando-se imagens de georadar (GPR – Ground Penetrating Radar). Busca-se também identificar os fatores geológicos-oceanográficos responsáveis pelo desenvolvimento desta barreira arenosa. A metodologia empregada contou com levantamento topográfico para a caracterização geomorfológica e aquisição de perfis com o georadar. Utilizou-se um Georadar GSSI (Geophysical Survey Systems Incorporated), modelo SIR-3000, com antenas de 400 e 200 MHz, que forneceram o melhor arranjo entre resolução e profundidade de penetração em torno de 8 e 25 metros, respectivamente. Foram adquiridos 8 perfis de GPR, desde a praia até o reverso da barreira holocênica, sendo 7 perfis perpendiculares (com a antena de 400 MHz) e 1 paralelo a linha de costa (com as antenas de 200 e 400 MHz), totalizando 7.738 metros de dados de GPR. O processamento dos dados foi realizado no software RADAN (Radar Data Analysis) e a interpretação no OpendTect, para o mapeamento dos principais refletores e padrões de reflexão. A interpretação preliminar dos dados permitiu a visualização da estrutura interna da barreira arenosa holocênica até a profundidade em torno de 10 metros. Os padrões de reflexão sugerem uma fase de retrogradação da barreira arenosa e uma outra fase posterior de progradação. Estratos inclinados na direção do continente, em torno de 1 a 4 metros de profundidade, podem representar antigos depósitos de leques de arrombamento, que comumente são formados em costas influenciadas por eventos meteorológicos de alta energia. Antigas escarpas de tempestades de praia, representadas por uma sucessão de truncamentos se estendem desde a superfície da barreira até a profundidade em torno de 5 metros. Ambos apontam para os fatores oceanográficos responsáveis pela dinâmica costeira durante a evolução da barreira, no caso, ondas de ressaca. Em torno de 4 metros de profundidade na barreira foi mapeado um refletor forte, horizontal e contínuo correspondente ao lençol freático. Palavras-chave: Georadar, barreiras arenosas; APA de Maricá, Brasil.

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1. INTRODUÇÃO

Este estudo foi desenvolvido em uma Área de Proteção Ambiental na porção central do litoral de Maricá no estado do Rio de Janeiro, Brasil (figura 1). A planície costeira neste litoral é caracterizada pela presença de duas barreiras arenosas com lagunas a retaguarda: uma de idade pleistocênica (mais interna) e outra mais recente, tendo sido formada no Holoceno (mais externa) (Silva, 2011), escolhida para o desenvolvimento deste estudo. Este estudo objetiva visualizar a estrutura interna da barreira arenosa holocênica na APA de Maricá, também conhecida como Restinga de Maricá, almejando identificar os fatores geológico-oceanográficos responsáveis pelo seu desenvolvimento. Pretende-se mapear e analisar detalhadamente a disposição e orientação dos estratos em subsuperfície através da aquisição de perfis de GPR (Ground Penetrating Radar) obtidos perpendicularmente e ao longo da barreira holocênica.

Estudos dessa natureza permitem ampliar o conhecimento sobre a dinâmica pretérita e as variáveis envolvidas na evolução geomorfológica e sedimentar de ambientes litorâneos. O conhecimento da arquitetura sedimentar deste ambiente e dos mecanismos que influenciaram na sua formação e evolução é de grande relevância para: (1) compreender a resposta da barreira arenosa às variações do nível do mar e (2) o papel dos eventos de tempestades e das correntes costeiras. Espera-se poder contribuir para o estabelecimento de medidas de gerenciamento costeiro de forma integrada e eficaz, num momento em que o litoral de Maricá e adjacências apresenta forte tendência de concentração populacional e implantação de grandes empreendimentos industriais e turísticos.

Figura 1 – Localização da área de estudo na porção central do litoral de Maricá. Imagens: Google Earth do ano de 2010.

As barreiras arenosas, também conhecidas como restingas, são acumulações de sedimentos moldadas, principalmente, pela ação das ondas, correntes e do vento e podem ser separadas do continente por planície de maré, laguna e/ou pântano (Bird, 2008). Geralmente apresentam características lineares e paralelas à costa e estão presentes em aproximadamente 15% dos litorais do planeta (Clifton, 2006). O termo barreira está associado à proteção que esta exerce sobre a zona costeira, diminuindo a influência das ondas de tempestade, das marés e do spray marinho sobre o continente (Davis Jr. & Fitzgerald, 2004). Barreiras arenosas com sistemas lagunares a retaguarda

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constituem-se em elementos marcantes na paisagem do litoral do estado do Rio de Janeiro. Inúmeros trabalhos objetivando o entendimento dos processos relacionados à evolução desse ambiente foram realizados de forma pioneira a partir de Lamego (1940, 1945); seguido por diversos autores: Muehe, 1975; Muehe, 1984; Muehe & Ignarra et al. 1987; Muehe & Corrêa, 1989; Perrin, 1984; Ireland, 1987; Turcq, et al., 1999; Pereira et al., 2003; Silva, 2006; Silva et al., 2008a; Silva et al., 2008b; entre outros. A estratigrafia e as sequências deposicionais apresentadas por Silva (2011) forneceram elementos para o entendimento da dinâmica e evolução de sistemas de barreiras-lagunas, a geocronologia dos eventos de deposição e erosão e as mudanças do nível do mar durante o Quaternário na área de estudo. Entretanto, faz-se necessário uma maior compreensão a cerca dos mecanismos de formação e evolução da barreira holocênica.

1.1 Caracterização da área de estudo

A barreira arenosa holocênica, ou simplesmente Restinga de Maricá (figuras 1 e 2), possui aproximadamente 9 km de extensão dentro dos limites da Área de Proteção Ambiental e localiza-se a cerca de 20 km a leste da entrada da Baía de Guanabara, sendo limitada ao norte pela barreira pleistocênica e lagoa de Maricá, a oeste pela praia de Itaipuaçú, a leste pelas praias da Barra, Guarapina e Ponta Negra, e banhado ao sul pelo oceano Atlântico. Trata-se de um litoral com belas praias arenosas, conhecido pela incidência direta de ondas de tempestades que chegam a alcançar mais de 3 metros de altura, associadas à passagem da massa de ar polar proveniente do sul do continente (Silva, 2006; Silva et al. 2008b). A amplitude da maré neste litoral não ultrapassa 1,50 m (Diretoria de Hidrografia e Navegação), caracterizando um regime de micromaré, sendo, portanto, uma costa dominada pela ação das ondas. Esta área sofre com a retirada ilegal de areia, que vem destruindo a topografia das barreiras arenosas.

A barreira holocênica (figura 2) possui aproximadamente 5 metros de altura na porção oeste e 7 metros para leste, evidenciando um aumento na altura nesta direção. Apresenta largura em torno de 220 metros, com relevo relativamente aplainado devido à remoção de areia e com escarpas de tempestades bem definidas, demarcando o limite interno da praia (Silva & Silva, 2010). Nesse trecho do litoral é possível observar dunas no reverso da barreira holocênica. Essas dunas possuem cerca de 12 metros de altura em relação ao nível do mar e encontram-se morfologicamente alteradas devido o tráfego de veículos off road (Silva et al., 2012). A praia apresenta uma variabilidade considerável na largura e na morfologia ao longo das estações do ano. Eventualmente, extensos canais paralelos à linha d’água são encontrados no pós-praia. A frente de praia é bastante íngreme e estreita, ocasionalmente seccionada por canais perpendiculares à praia, que surgem a partir do rompimento dos canais existentes no pós-praia (Gralato et al., 2012).

Lamego (1940; 1945), propôs de forma pioneira um modelo para explicar a formação e evolução desses ambientes de restinga, apresentada por ele como “breves linhas a formação das línguas de areias que fecham as enseadas ou formam paralelamente à costa uma barragem separando uma laguna do oceano” (Lamego, 1940). Muehe (1984) apresenta evidências de retrogradação da barreira arenosa holocênica entre o litoral da cidade do Rio de Janeiro e Cabo Frio, em função da existência de arenitos de praia submersos paralelos aos cordões, o desaparecimento de esporões lagunares no reverso do cordão e perfis erosivos observados na parte submersa da praia. Perrin (1984) desenvolveu um estudo sobre a evolução da costa fluminense entre a Ponta de Itacoatiara (Niterói) e Ponta Negra (Maricá) levando em consideração as variações do nível do mar e o resultado dessas na sedimentação desse trecho do litoral. Para tal, utilizou-se de datações realizadas por Martin et al., (1979) e estabeleceu que a barreira interna dataria de 5.000 a 5.500 anos A.P. e a barreira externa em torno de 3.500 anos A.P. Ireland (1987), com base em dados de sondagens e datações pelo método 14C, realizadas em Itaipuaçú e na Lagoa do Padre, considera que a barreira externa se formou por volta de 7.150 anos A.P. e que a barreira interna teria se formado no Pleistoceno.

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Figura 2 – Visão geral da barreira arenosa na APA de Maricá, estado do Rio de Janeiro, Brasil (A) (Foto: Desirée Guichard, 2009); Vista para leste (B) e para oeste (C). A topografia aplainada é

resultado da extração ilegal de areias (B e C).

Turcq et al., (1999) destaca a existência de dois sistemas lagunares isolados (interno e externo) entre Guaratiba e Cabo Frio, sendo que o externo teria se formado entre 7.000 e 5.000 anos A.P., durante a Transgressão Holocênica, e o interno no Pleistoceno. Pereira et al., (2003), apresentaram a estratigrafia da planície costeira de Itaipuaçú (Maricá) associando dados de GPR e sondagem (até 13 m de profundidade). Foi identificado um sistema barreira-laguna pretérito associado a uma série de canais de maré que alimentavam uma laguna localizada na retaguarda da barreira externa, atualmente colmatada. Sedimento turfoso foi encontrado na profundidade de 7,5 metros e datado por AMS 14C, revelando uma idade em torno de 6000 anos A.P. para esse sistema lagunar. Estudo desenvolvido por Silva (2011) apresentou a arquitetura sedimentar e a evolução geológica do litoral de Maricá ao longo do Quaternário Tardio, utilizando-se de levantamento topográfico, aquisição de perfis de GPR, sondagem geológica (até 27 m de profundidade) e datações pelo método AMS 14C. Os resultados mostram um pacote sedimentar superior a 20 metros de espessura, sendo dividido em seis unidades deposicionais, relacionadas aos sistemas de barreiras e lagunas, sobre o embasamento Pré-Cambriano (figura 3). As idades obtidas para a paleolaguna (unidade III) foram superiores a 40.000 anos A.P. A barreira interna (unidade IV) foi datada em 40.880±1420 anos A. P. Conchas provenientes

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do arenito de praia (submerso) de Itaipuaçú forneceram uma idade de 8110±30 anos A.P. As idades apresentadas por Silva (2011) indicam que a barreira interna é pleistocênica e a barreira externa holocênica. Através da identificação das principais unidades litológicas e das sequências deposicionais, Silva (2011) apresentou um modelo contendo as diversas etapas relacionadas à evolução geológica deste litoral, influenciada principalmente por variações no nível do mar (figura 3) fundamental para o presente estudo, que busca contribuir para melhorar o entendimento do comportamento da barreira Holocênica com uma nova ferramenta de GPR, que permite observar mais detalhadamente a estrutura interna da barreira.

Figura 3 – Modelo deposicional para a área de estudos integrando perfis de GPR, sondagens geológicas e datações pelo método AMS 14C (Silva, 2011).

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2. METODOLOGIA

Este estudo sobre a barreira holocênica da APA de Maricá (RJ), contou com 8 perfis com o georadar (GPR) e 7 perfis topográficos ao longo do litoral. Os locais escolhidos para a realização dos perfis topográficos e de GPR (figura 4) são os mesmos utilizados por Silva (2011), com exceção do perfil 8, para possibilitar a comparação entre os perfis novos e os coletados anteriormente pelo referido autor. Além disso, considerou-se também o baixo nível de urbanização local, a grande extensão de área preservada, bem como a acessibilidade.

Figura 4 – Área de estudo com a localização dos perfis topográficos e de GPR. O perfil 1 foi subdividido em 4 partes devido as dificuldades de deslocamento ao longo da barreira.

Os perfis topográficos perpendiculares sobre a barreira holocênica na Restinga de Maricá permitiram a caracterização geomorfológica da mesma. O levantamento topográfico nas praias foi realizado empregando-se o método das balizas proposto por Emery (1961) (figura 5A); utilizou-se também um nível topográfico acoplado a um tripé, mira e trena (figura 5B), para a aquisição dos perfis topográficos desde a escarpa de tempestade até o reverso da barreira holocênica nos perfis 2 e 8. Nas demais áreas não foi necessário realizar este tipo de levantamento, pois foram utilizados dados coletados anteriormente nos mesmos locais (Silva, 2011). Foram coletados 1099 metros de perfis topográficos, todos geo-referenciados com GPS da marca Garmin Etrex, operando com o sistema de navegação WGS 84 (datum do mapa). Os dados de topografia foram processados no software Grapher 7. Esses dados foram integrados aos dados adquiridos com o GPR, que não registra a topografia no momento da aquisição dos radargramas.

O GPR (Ground Penetrating Radar), ou simplesmente georadar (figura 6A), é um aparelho geofísico de alta resolução que gera imagens detalhadas e contínuas das estruturas em subsuperfície através da propagação e reflexão de ondas eletromagnéticas de alta frequência (1 a 1000 MHz). Essas ondas possuem melhor penetração em terrenos arenosos (alta resistividade), por isso tem sido bastante empregado em diversos ambientes costeiros. O equipamento é composto por duas antenas, uma transmissora que emite um pulso eletromagnético e outra receptora que capta os sinais refletidos. Na medida em que se propaga, o sinal é parcialmente refletido e transmitido sempre que houver uma descontinuidade eletromagnética. A profundidade e a resolução dos radargramas dependem das

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características sedimentares, da frequência (velocidade de penetração da onda eletromagnética), da antena e de um bom processamento. Quanto maior a frequência da antena, maior será a resolução do imageamento e menor a penetração do pulso eletromagnético (Neal, 2004; Pereira, 2001; Silva et al., 2009; Tanaka et al., 2009). Os perfis gerados pelo ground penetrating radar permitem determinar a espessura, orientação e padrões das principais estruturas sedimentares e estratigrafia (Jol et al., 2002). As diversas possibilidades de usos, associado ao desempenho satisfatório em pesquisas no mundo todo, faz do GPR um equipamento bastante utilizado atualmente.

Figura 5 – Levantamento topográfico da área de estudo: (A) na praia, utilizando-se o método das balizas (Emery, 1961); (B) nos demais ambientes da restinga, com nível topográfico com mira e trena

(B).

Os 8 perfis de GPR, totalizando 7.738 metros de aquisição de dados, foram adquiridos com um equipamento Georadar GSSI (Geophysical Survey Systems Incorporated) modelo SIR-3000 (figura 6A), gentilmente cedido pela gerência de geofísica do CENPES – PETROBRÁS e pelo LAGEF-UFF. Dos 8 perfis, 7 são perpendiculares ao litoral e 1 localizado paralelamente a costa ao longo da barreira holocênica sobre a porção mais plana da mesma (figura 4). Os perfis perpendiculares (perfis 2 a 8) foram obtidos com a antena de 400 MHz, deslocada manualmente desde a praia até o reverso da barreira (figura 6B). O perfil paralelo realizado ao longo da barreira holocênica (perfil 1) foi subdividido em 4 partes devido a existência de obstáculos e depressões que impediam o deslocamento com o equipamento. Este perfil foi adquirido manualmente com a antena de 400 MHz (figura 6C), buscando o maior detalhamento da estrutura interna; e, com a antena de 200 MHz (figura 6D), deslocada com o auxílio de um veículo tracionado, com o objetivo de visualizar os estratos em profundidades mais elevadas. Os parâmetros básicos utilizados para este levantamento são: frequência central das antenas de 400 MHz e 200 MHz blindadas, 5 e 10 cm de espaçamento entre pontos de tiro, janela de amostragem com 200 e 400 nanoseg (cerca de 10 e 25 metros de profundidade, respectivamente), 1024 amostras por traço, tipo de registro em 16 Bits, método de aquisição em Survey well, antena transmissora com 100 Watts de potência radiada.

Os dados adquiridos foram processados no software RADAN (Radar Data Analisy) da GSSI (Geophysical Survey Systems Incorporated), objetivando a melhor visualização em subsuperfície, permitindo uma interpretação mais segura. Posteriormente, foram carregados e interpretados no software OpendTect 4.4.0, que permite a visualização digital dos mesmos. Na interpretação foram

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identificados os refletores mais proeminentes e os principais padrões de reflexão em cada radargrama. Em seguida, os dados foram editados no software Corel DRAW X6 para a confecção dos modelos.

Figura 6 - Georadar GSSI, modelo SIR-3000 (A); aquisição dos perfis de GPR perpendiculares a barreira arenosa, com a antena de 400 MHz (B); aquisição dos perfis de GPR ao longo da barreira

holocênica, com a antena de 400 MHz (C); e a antena de 200 MHz, sendo deslocada com o auxílio de veículo tracionado (D).

3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

O georadar possibilitou a aquisição de imagens (radargramas) contínuas de alta resolução e a definição dos estratos em subsuperfície até a profundidade de 10 metros, assim como, o conhecimento da geometria da barreira holocênica e da arquitetura sedimentar deste ambiente arenoso e sua evolução. A utilização deste método geofísico apresentou inúmeras vantagens para estudos em ambientes arenosos, tais como: agilidade e facilidade de manejo no campo, baixo custo operacional quando comparado a outros métodos e a geração de dados de excelente qualidade visual e detalhamento. A escolha correta das antenas blindadas, os parâmetros empregados na aquisição e processamento dos dados foram fundamentais para o êxito alcançado com a utilização desta metodologia de estudo. Os dados apresentam excelente qualidade entre o reverso da barreira e a escarpa de tempestade. Ocorreu perda de qualidade nas imagens em todos os perfis realizados na praia, devido à presença da água salgada em subsuperfície. Neste trabalho são apresentados os dados relativos ao perfil 6 (figura 7 – localização do perfil na figura 4). Na interpretação dos dados de

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GPR foram empregados alguns princípios básicos de sismoestratigrafia, objetivando identificar os principais padrões de reflexão, considerando-se a forma, mergulho, intensidade, continuidade e a relação entre os refletores, baseando-se no modelo de interpretação proposto por Neal (2004).

O refletor mais superior mapeado nos radargramas corresponde à superfície atual da barreira e de parte da planície lagunar, que aparece na forma de um refletor forte e contínuo, denominado de “superfície” (figura 7). O lençol freático aparece como um refletor bastante proeminente e muito contínuo ao longo de todo o perfil, que se apresenta horizontalmente ou próximo da horizontalidade, em profundidades que variam de poucos centímetros (30 cm) na área da planície lagunar a cerca de 5 metros abaixo da duna localizada na área do reverso da barreira, como verificado anteriormente (Silva, 2011; figura 3) (figura 7).

Os resultados preliminares mostram que a barreira arenosa holocênica, com cerca de 10 metros de espessura, apresenta padrões de reflexão distintos representados por uma série de estratos internos indicando a migração desta (figuras 7 e 8): tanto em direção ao continente, evidenciando um momento de retrogradação deste ambiente; quanto em direção ao oceano, caracterizando uma progradação deste sistema costeiro. Essas evidências apontam para flutuações do nível relativo do mar durante a formação e evolução desta parte da Restinga de Maricá.

Junto ao limite continental da barreira holocênica, na área abaixo da atual planície lagunar, foram identificados estratos plano paralelos e quase horizontais com cerca de 25 metros de comprimento, desde a profundidade de 2,5 metros até a superfície (figuras 7 e 8), que representam a fase de colmatação do sistema lagunar confinado entre cordões (Silva, 2011; figura 3).

Na porção mais inferior e interna da barreira, abaixo da duna atual, observou-se um padrão de refletores, entre 7,5 e 3 metros de profundidade (cor laranja – figura 8), caracterizado por estratos inclinados para o continente e alguns estratos quase horizontais na porção superior deste pacote (figuras 7 e 8). Esses estratos quase horizontais parecem ter sido truncados mais para o sul da barreira (figuras 7 e 8). Em termos de evolução, esse pacote arenoso com cerca de 5 metros de espessura, sugere um período anterior de retrogradação da barreira (figuras 7 e 8). Trata-se, provavelmente de uma resposta a um conhecido evento de transgressão do mar ocorrido no litoral do Brasil por volta de 5.100 anos A.P. (Angulo & Lessa, 1997; Angulo et al., 1999; Lessa & Angulo, 1998; Angulo et al., 2006; Martin, et al., 1993; Martin et al., 1998; Martin et al., 2003). A porção mais superior deste pacote, na profundidade em torno de 3 metros (entre os refletores vermelho e laranja), parece representar antigos depósitos de leques de arrombamento (figuras 7 e 8), comumente encontrados neste litoral (Silva et al., 2008a). Esses depósitos sedimentares costeiros são comuns em costas influenciadas por eventos meteorológicos de alta energia e representam um dos principais mecanismos de retrogradação de barreiras arenosas.

As dunas na Restinga de Maricá estão concentradas principalmente na área próxima ao reverso da barreira holocênica (figura 2) e variam em altura e extensão, podendo alcançar cerca de 12 metros, em relação ao nível médio do mar em algumas áreas (Silva & Silva, 2010). Abaixo das dunas atuais, o radargrama mostra um padrão de reflexão (cor amarelo – figura 8) caracterizado pela predominância de estratos cruzados separados por um refletor interno bem forte e inclinado para o continente (cor roxa – figuras 7 e 8). Este padrão de reflexão, que aparece como uma unidade de radar com quase 3 metros de espessura, representa um pacote eólico relacionado à migração das dunas para o continente (figuras 7 e 8).

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Da base da face da duna voltada para o mar até próximo à escarpa de tempestade atual no limite interno da praia, em um segmento relativamente plano da barreira, observa-se em subsuperfície uma sucessão de estratos inclinados para o mar (cor verde – figuras 7 e 8). Esses estratos surgem próximos à superfície e se estendem até profundidades em torno de 7 metros, com uma inclinação bastante acentuada (figuras 7 e 8). A barreira arenosa neste caso mostra evidências de uma fase de progradação, provavelmente em resposta a um momento de rebaixamento do nível do mar, tendo em vista a ausência de rios locais capazes de fornecer sedimentos para este litoral. Este comportamento progradante da barreira já havia sido reconhecido por Silva (2011).

Em direção à praia, passando pela escarpa de tempestade atual, foi individualizado um padrão de reflexão caracterizado pela presença de sucessivos estratos plano paralelos truncados por estratos com elevado grau de inclinação, presentes desde a superfície até 4 metros de profundidade medindo cerca de 50 metros de extensão (cor rosa – figuras 7 e 8). Esse padrão de estratos horizontais separados por estratos inclinados (truncamentos) pode estar associado a um pacote característicos de ambiente praial, indicando que a praia possivelmente ocupava posições mais interiores em relação à atual. Durante as tempestades a praia tende a estreitar-se formando uma escarpa de tempestade, que trunca os estratos plano paralelos da berma. Posteriormente, e sob condições de tempo bom, a praia se recompõe alargando-se por meio da formação de novas bermas (McCubbin, 1982). Essa sucessão de antigas escarpas de tempestades intercaladas por estratos praiais planos também representam uma fase de progradação da barreira holocênica.

Figura 8 – Modelo deposicional da barreira holocênica na Restinga de Maricá, distinguindo os principais pacotes deposicionais formados em momentos distintos e por diferentes processos atuantes na

evolução desta.

4. CONCLUSÕES

A interpretação dos refletores mais proeminentes e dos principais padrões de reflexão possibilitou a individualização das estruturas no interior da barreira arenosa holocênica. Tais estruturas possuem características distintas, que estão associadas ao comportamento diferenciado da barreira ao longo de sua evolução e aos fatores geológicos-oceanográficos que atuaram sobre ela. As diferentes estruturas identificadas correspondem: a um momento de retrogradação da barreira holocênica, que sugere uma resposta a uma elevação relativa do nível do mar; associado a um pacote eólico, com estratos inclinados para o continente indicando a direção de deslocamento das dunas; uma sucessão de estratos inclinados para o oceano apontam para uma fase de progradação da barreira holocênica, provavelmente em resposta a um rebaixamento do nível do mar; sucessivas escarpas de tempestades truncando estratos plano paralelos de antigos depósitos de praia caracterizam a incidência constante de ondas de alta energia neste litoral.

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O conhecimento mais detalhado sobre os processos que influenciaram na evolução da barreira holocênica é uma ferramenta importante para a adoção de medidas que protejam este litoral frente às mudanças globais em curso e cada vez mais perceptíveis no clima e no nível dos oceanos. Assim, é possível a adoção de medidas preventivas buscando minimizar danos futuros e um melhor gerenciamento costeiro desta área, que vem apresentando mudanças devido ao rápido crescimento urbano nas últimas décadas e implantação recente de grandes empreendimentos industriais e turísticos na região. O georadar mostrou-se uma ferramenta valiosa para estudos dessa natureza.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Diretoria de Hidrografia e Navegação http://www.mar.mil.br/dhn/chm/tabuas/index.htm (acessado em 03/02/2012).