Trabalho comunismo

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Alexander: Você disse antes que Marx partiu da ideia que se pode dissolver a família. Sophie Rois: Que interessante. E se perdeu. Não discutimos essa possibilidade de dissolver a família. Não pode. Ninguém diria isso. Todos, todos os partidos rejeitam a ideia. Alexander: O certo é que a estrutura de família e de clãs é menos adequada para o socialismo. Para criar uma fábrica de pessoas na sociedade que estejam interessadas em serem iguais entre si, há que se superar a noção de família e substitui-la por outra coisa amorosa, mas isso não existe. Então sempre voltamos à sociedade das cavernas, da sociedade tribal, à família. Sophie Rois: A família nos pede... Alexander: Não quero ser negativo. Sophie Rois: Nem eu. Você tem que... Todos tem algumas coisas como certas, como sua família, que você não quer questionar. Mas também é possível pensar as coisas sob outro ângulo, e nos perguntar se a família é uma instituição bárbara. Alexander: Barbara, certo... E ao mesmo tempo... Sophie Rois: Bem, bárbara não é o termo certo, mas algo antiquado... Alexander: Mas todas as sociedades que conheço são pequenas carvoarias, onde de algum modo o amor está sendo cozido. O interesse por outro lado, e um protege o outro ou luta com outro para proteger um terceiro. Na verdade, é nosso arsenal, que podemos deixar solto. É nosso verdadeiro capital, que é acalentado nas famílias. São nossos campos emocionais. Sophie Rois: Mas é também o que nos leva à loucura. Ou por que as pessoas se matam? Ou matam outra? Porque não há como sair da família. [...] Famílias são máquinas de matar. Alexander: Como em Shakespeare. Há muitos dramas ali dentro. [...]. Uma família na China com um só filho, é uma tentativa de domar algo.

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Alexander: Voc disse antes que Marx partiu da ideia que se pode dissolver a famlia. Sophie Rois: Que interessante. E se perdeu. No discutimos essa possibilidade de dissolver a famlia. No pode. Ningum diria isso. Todos, todos os partidos rejeitam a ideia. Alexander: O certo que a estrutura de famlia e de cls menos adequada para o socialismo. Para criar uma fbrica de pessoas na sociedade que estejam interessadas em serem iguais entre si, h que se superar a noo de famlia e substitui-la por outra coisa amorosa, mas isso no existe. Ento sempre voltamos sociedade das cavernas, da sociedade tribal, famlia. Sophie Rois: A famlia nos pede...Alexander: No quero ser negativo.Sophie Rois: Nem eu. Voc tem que... Todos tem algumas coisas como certas, como sua famlia, que voc no quer questionar. Mas tambm possvel pensar as coisas sob outro ngulo, e nos perguntar se a famlia uma instituio brbara. Alexander: Barbara, certo... E ao mesmo tempo...Sophie Rois: Bem, brbara no o termo certo, mas algo antiquado...Alexander: Mas todas as sociedades que conheo so pequenas carvoarias, onde de algum modo o amor est sendo cozido. O interesse por outro lado, e um protege o outro ou luta com outro para proteger um terceiro. Na verdade, nosso arsenal, que podemos deixar solto. nosso verdadeiro capital, que acalentado nas famlias. So nossos campos emocionais.Sophie Rois: Mas tambm o que nos leva loucura. Ou por que as pessoas se matam? Ou matam outra? Porque no h como sair da famlia. [...] Famlias so mquinas de matar.Alexander: Como em Shakespeare. H muitos dramas ali dentro. [...]. Uma famlia na China com um s filho, uma tentativa de domar algo.

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