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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA KELLY CRISTINA RAMIRES PINTO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO MEMORIAL, ESTÁGIOS E PESQUISA: EXIGÊNCIAS PARA FORMAÇÃO NO CURSO DE PEDAGOGIA Benjamin Constant 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA

LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

KELLY CRISTINA RAMIRES PINTO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEMORIAL, ESTÁGIOS E PESQUISA: EXIGÊNCIAS PARA FORMAÇÃO

NO CURSO DE PEDAGOGIA

Benjamin Constant

2011

KELLY CRISTINA RAMIRES PINTO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEMORIAL, ESTÁGIOS E PESQUISA: EXIGÊNCIAS PARA FORMAÇÃO

NO CURSO DE PEDAGOGIA

Trabalho de conclusão de curso - TCC

apresentado como requisito parcial á

obtenção do grau de licenciado/a no

curso de Licenciatura Plena em

Pedagogia pelo Instituto de Natureza e

Cultura- INC/UFAM/BC.

Orientação: Profª. MSc. Oderlene Bráulio da Silva

Benjamin Constant

2011

KELLY CRISTINA RAMIRES PINTO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEMORIAL, ESTÁGIOS E PESQUISA: EXIGÊNCIAS PARA FORMAÇÃO

NO CURSO DE PEDAGOGIA

Trabalho de conclusão de curso - TCC

apresentado como requisito final á obtenção do

grau de licenciado/a no curso de licenciatura

plena em Pedagogia pelo Instituto de natureza e

Cultura- INC/UFAM/BC.

Aprovado em 07 de janeiro de 2011.

BANCA EXAMINADORA

Profª Msc. Oderlene Bráulio da Silva (Presidente)

Profª. Esp. Darcimar Souza Rodrigues (Membro)

______________________________________

Prof. Esp. Josenildo Santos de Souza (Membro )

DEDICATÓRIA

Ao meu pai Manoel Oliveira Pinto e minha

mãe Mª de Nazaré Ramires Pinto;

Ao meu esposo Paulo Filho e meus filhos

Heitor de Assis e Henrique Emanuel;

As minhas irmãs que me ajudaram,

compreendendo e me acolhendo durante o

período de minha graduação, os quais

foram os pilares e motivos de seguir em

frente;

As minhas amigas em especial a Maria

Lidiane, a Josina, a Terezinha, Marcela,

Walklene e a minha prima Síntia que sempre

me ajudaram e jamais me deixaram pensar

em desistir. E a professora orientadora

Oderlene.

Agradecimentos

À Deus primeiramente, fonte de amor e esperança,

que nos inspira a lutar por uma vida digna para

todas as pessoas.

Ao meu esposo Paulo, pessoa que sempre me ajudou

nos momentos de angústia e alegria, de tentar

conseguir o impossível para me ver sempre

encorajada a seguir a grande caminhada.

Aos meus filhos que querendo ou não superaram os

momentos de minha ausência.

À Universidade Federal do Amazonas – UFAM, por

proporcionarmos esse curso de graduação, apesar

de todas as dificuldades para que isso acontecesse.

A professora, Oderlene pela orientação,

dedicação, paciência e noites de sono que passou

conosco durante o curso de Licenciatura Plena em

Pedagogia.

A todos os colegas e as pessoas que direta ou

indiretamente contribuíram e me apoiaram nessa

trajetória para concluir este trabalho.

A certeza de que estamos sempre começando, a

certeza de que é preciso continuar e a certeza de

que podemos ser interrompidos antes de

continuarmos. Fazer da interrupção um caminho

novo, da queda um passo de dança, do medo uma

escada, do sonho uma ponte, da procura um

encontro.

Fernando Sabino

RESUMO

O presente trabalho intitulado Memorial, Estágios e Pesquisa: Exigências Para

Formação no Curso de Pedagogia objetiva apresentar as atividades desenvolvidas ao

longo do curso de Pedagogia relacionado a práxis pedagógica e a investigação

cientifica, bem como as áreas de conhecimento que deram suporte as análises e

discussões ao longo do trabalho. O mesmo configura-se como um Trabalho de

Conclusão de Curso, este obrigatório à formação e atuação do profissional pedagogo,

pois apresenta as competências como docente dos anos iniciais e da educação infantil,

bem como a de gestor(a) escolar, traduzindo-se como um educador-pesquisador da

realidade educacional que circunda as nossas escolas e a população local. A forma de

organização deste trabalho foi direcionada pelo Projeto Pedagógico do Curso e as

discussões foram com base nos estudos realizados durante o curso, principalmente no

que se refere aos estágios e a pesquisa. Com relação a pesquisa principalmente

Santos(1.997), Kuhlmann Jr ( 2.000), Maluf ( 2003), dentre outros que tratam da

questão da educação infantil e da ludicidade. As atividades foram desenvolvidas em

quatro escolas Públicas, sendo três no Município de Benjamin Constant(campo dos

estágios) e uma no município de São Paulo de Olivença(lócus da pesquisa). O trabalho

foi organizado em três capítulos que apresentam os momentos cruciais de minha

formação.

Palavras-chave: Memorial. Estágios. Educação Infantil. Lúdico.

RESUMEN

Esta obra titulada Memorial, de prácticas y de investigación: Requisitos para la

Formación em Pedagogía Curso tiene como objetivo presentar las actividades

realizadas durante el curso de pedagogía relacionados com la práctica pedagógica y la

investigación científica, así como las áreas de conocimiento que apoya el análisis y

discusiones para todo el papel. Lomismo se estableció como una terminación de las

obras, por supuesto, esta formación obligatoria y el desempeño del educador

profesional, tiene habilidades como maestro delaño y la educación infantil, y el director

(a) la escuela, lo que resulta como educador e investigador de la realidad educativa que

rodea a nuestras escuelas y la población local. La forma de organización de este trabajo

fue dirigido por el Programa de Educacióndel curso y los debates se basaron em

estudios realizados durante el curso, especialmente cuando se trata de prácticas y de

investigación. Com respecto a la investigación, principalmente de Santos (1997),

Kuhlmann Jr (2000), Maluf (2003), entre otros que se ocupan de la cuestión de la

educación inicial y eljuego. Las actividades se llevaron a cabo em cuatro escuelas

públicas, tres em la ciudad de Benjamin Constant (campo de etapas) y una en São Paulo

de Olivença (locus de la investigación). El trabajo se organizó entres capítulos que

presentan los momentos cruciales de mi formación.

Palabras clave: Memorial. Etapas. Educación Infantil. Recreación.

LISTAS DE SIGLAS

APMC – Associação de Pais e Mestres

BC – Benjamin Constant

CESBI- Centro Social Batista Independente

CF – Constituição Federal

CNE – Conselho Nacional de Educação

CME- Conselho Municipal de Educação

PNE- Plano Nacional de Educação

CONIC – Congresso de Iniciação Científica

CNS- Curso Normal Superior

ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente

INC – Instituto de Natureza e Cultura

LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional

PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais

PPP – Projeto Político Pedagógico

SEMED – Secretaria Municipal de Educação

SPO- São Paulo de Olivença

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

MEC- Ministério da Educação

UEA – Universidade Estadual do Amazonas

UFAM – Universidade Federal do Amazonas

PDE- Plano de Desenvolvimento da Educação

EJA- Educação de Jovens e Adultos

PEFD- Programa Especial de Formação Docente

FUNDEF- Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental

LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais

COMCEAS - Conferência Municipal Dos Conselhos Escolares Do Alto Solimões

PROJAC - Projeto Jacarezinho

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1- Imagem da acadêmica-----------------------------------------------------------14

Foto 2- Imagem das crianças no estágio----------------------------------------------26

Foto 3- Espaço físico da escola CESBI---------------------------------------------------41

Foto 4- Imagem da escola CESBI------------------------------------------------------47

Foto 5- Imagem da regência na Educação Infantil-----------------------------------51

Foto 6- Imagem da sala de Educação Infantil no período da observação------.--53

Foto 7- Imagem da regência na Educação Infantil-----------------------------------59

Foto 8-

Foto 9-

Foto 10-

Imagem da regência nos Anos Iniciais---------------------------------------67

Mapa do município de São Paulo de Olivença------------------------------85

Imagem da escola municipal Sonho Infantil--------------------------------87

Gráfico1 Quadro funcional da escola CESBI------------------------------43

Gráfico2 Alunos por etapa de ensino da escola CESBI------------------44

LISTA DE GRÁFICOS

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................12

1 MINHA FORMAÇÃO PROFISSIONAL : MUDANÇAS

ENRIQUECEDORAS…………………………………………………………....….....14

1.1 A minha trajetória de vida até adentrar a Universidade...........................................14

1.2 Disciplinas obrigatórias comuns à formação em nível superior……………..........17

1.3 As disciplinas do eixo específico de minha formação como pedagoga...................19

1.4 Práticas da pesquisa pedagógica…………………………………….......................21

1.5 Atividades Complementares.....................................................................................22

1.6 A Prática Profissional……………………………………………………….....……23

2 OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS: MINHAS

EXPERIÊNCIASPEDAGÓGICAS................................................................................26

2.1 O Estágio na Gestão Educacional……………….....................................................28

2.1.1 As observações.......................................................................................................32

2.1.2 A intervenção.........................................................................................................37

2.2 O Estágio na Educação Infantil.................................................................................39

2.2.1 A observação do campo de estágio: um olhar à educação infantil.........................47

2.2.2O meu fazer pedagógico.........................................................................................57

2.3O estágio nos anos iniciais............................................................................... ..........62

2.3.1A observação e a participação ativa........................................................................63

2.3.2 A regência nos anos iniciais...................................................................................65

3 BRINCO, LOGO EXISTO: O LÚDICO COMO

INSTRUMENTO METODOLÓGICO NA EDUCAÇAO INFANTIL ........................70

3.1 O lúdico e a educação infantil: um olhar à luz da teoria...........................................72

3.1.1 Educação infantil: aspectos históricos e legais.......................................................72

3.1.2Criança e ludicidade uma relação necessária..........................................................77

3.1.3 O educador infantil e sua mediação na ludicidade.................................................81

3.2 Cenário e sujeitos da pesquisa.................................................................................. .84

3.3 Resultados e análises.................................................................................................90

3.3.1 A qualificação profissional e a concepção de infância dos educadores

da educação infantil.........................................................................................................90

3.3.2 A ludicidade na visão dos educadores....................................................................94

3.3.3Formas de aplicação da ludicidade no cotidiano escolar........................................95

3.3.4 Fatores que dificultam a aplicação da ludicidade na prática educativa……....….98

3.3.5 Intervindo no campo de pesquisa……………………………………………......100

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................103

REFERÊNCIAS............................................................................................................106

ANEXOS ......................................................................................................................110

INTRODUÇÃO

O trabalho de Conclusão de Curso abordará em caráter científico os resultados obtidos

ao longo trajetória de estudo no curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, objetivando

apresentar os resultados e as contribuições do trabalho realizado, nos estágios supervisionados:

Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, bem como na

pesquisa sobre a utilização da ludicidade na educação infantil atividades que servem de suporte

na vida profissional do pedagogo.

Como metodologia utilizada para a organização deste trabalho usou-se a pesquisa

qualitativa. As técnicas de abordagem foram observação, entrevista semi-estruturadas, análise

documental, e para dar suporte ao trabalho foi usado a pesquisa bibliográfica para compreensão

dos embasamentos teóricos.

Assim o TCC que é uma exigência para a formação do pedagogo e que deve

contemplar o memorial, os estágios e a monografia foi organizado em três capítulos.

O primeiro capítulo contemplará o memorial com a intenção de fazer uma retrospectiva

acadêmica resgatando recordações e fatos inesquecíveis em minha vida e ressaltando a

importância das disciplinas necessárias para a formação do pedagogo, a iniciação á pesquisa,

participação em outras atividades complementares, a prática profissional, fazendo de forma

critica uma leitura de minha retrospectiva da vida acadêmico-profissional.

O segundo capítulo apresentará as observações e intervenções dos estágios

supervisionados nas três áreas de atuação: docência na educação infantil e anos iniciais e gestão

escolar. Neste se apresentará um relato circunstanciado, minucioso e analítico das atividades

acadêmico-profissional realizadas nesta atividade obrigatória do curso, assim como descreverá

os campos e os sujeitos que os constituíam.

O terceiro capítulo, no entanto, apresentará a pesquisa resultante de uma investigação

científica minuciosa realizada numa escola pública do município de São Paulo de Olivença, a

escola Municipal Sonho Infantil. A pesquisa intitulada Brinco, Logo Existo: O Lúdico como

Instrumento Metodológico na Educação Infantil, que teve como objetivo analisar a importância

da ludicidade, identificando os motivos que impediam ou possibilitavam a utilização do lúdico

na prática educativa, reconhecendo a ludicidade como um fator imprescindível na qualidade

desta etapa de ensino e demonstrando o desenvolvimento das atividades lúdicas ressaltando a

sua aplicação no cotidiano escolar.

Portanto, esperamos que este trabalho venha a contribuir com reflexões e práticas mais

favoráveis ao desenvolvimento da educação escolar, na medida em que o professor-educador

também deve constituir-se num professor pesquisador que busca compreender a realidade das

escolas e dos sujeitos que a constituem buscando intervir em prol da qualidade do ensino.

1 MINHA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: MUDANÇAS ENRIQUECEDORAS

Figura 1- Imagem da acadêmica – 2010

Nunca se protele o filosofar quando se é jovem, nem canse de fazê-lo quando se é

velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro nem demasiado maduro para

conquistar a saúde da alma. E quem diz que à hora de filosofar ainda não chegou ou

já passou à hora de ser feliz.

(EPICURO apud RIOS)

1.1 A minha trajetória de vida até adentrar a Universidade

O município de São Paulo de Olivença, um dos lugares históricos da Amazônia mais

precisamente do Amazonas, simboliza o espaço de constituição da população da nossa

mesorregião. É neste lugar também que minha família tem suas raízes históricas, pois lá

nasceram, cresceram e sobreviveram em contato direto com a natureza, com a religião, com o

trabalho, com a terra e com a água plantando e pescando para sobreviver.

Meus pais herdaram culturas diferentes, resultado do processo de ocupação do território

da região que foi favorecido pela vinda dos excluídos principalmente do Rio Grande do Sul e

do Nordeste brasileiro, que aqui constituíram família com os descendentes de indígenas, negros

e de outros colonos. Assim foi formada as famílias de meus pais, por diferentes etnias, culturas

e saberes que tiveram que se incorporar no modo Amazônico de viver, que muita das vezes

exigia um fluxo constante entre as pequenas localidades situadas as margens dos rios.

Foi em comunidade ribeirinha que meus pais viveram longos anos e que em virtude do

cotidiano e do ambiente em que viviam não puderam frequentar a escola. Tudo o que

aprenderam foi em virtude do trabalho a qual foram submetidos, das experiências de vida e

pelas relações sociais que mantiveram especialmente na comunidade ribeirinha de Acaratuba

próxima a sede do município de São Paulo de Olivença. La nasceram 7 dos seus 10 filhos.

Sou a mais nova dentre eles, por isso como foi falado não nasci nesta comunidade, mas

por suas falas e memórias é como se lá tivesse também vivido. Sua saída da comunidade e ida

para a cidade de São Paulo de Olivença foi em virtude da busca de uma melhor educação para

seus filhos.

Nesse lugar não havia escola, por isso foram levados a pensarem na educação dos

filhos. Assim tiveram que vender tudo o que tinham: boi, galinha e outros e se deslocarem à

cidade em prol de dar um futuro melhor para sua família. Meu pai tomou essa decisão depois

de ter perguntado aos meus irmãos o que eles gostariam de ser futuramente, claro que já

crescidos puderam retratar os seus sonhos e foram dizendo que gostariam de ser professores,

enfermeiros, que queriam trabalhar para vencer na vida e ter uma vida melhor do que a que

viviam. Então, mudaram-se para a cidade, para que seus filhos pudessem estudar. Os sonhos

que tinham somente uma escola poderia concretizar.

Minha mãe não queria abandonar suas plantações e nem a comunidade, pois ali estava a

sua história, mas sabia que teria de abdicá-la pelos seus filhos. Estes não os decepcionaram,

pois todos mesmos com idade acima da estipulada para este nível de ensino concluíram a

educação básica e ainda puderam fazer o curso técnico em enfermagem (dois deles) e dois o

Ensino Superior em Geografia e Pedagogia.

E eu também não os decepcionei. Comecei minha formação escolar aos 6 anos de idade

em escola pública municipal, onde não repeti nem uma série exceto a alfabetização que desisti

por motivo de saúde. No ano seguinte retornei os estudos e tive na Educação Infantil a

possibilidade de interagir com a sociedade e desenvolver o meu lado afetivo e psicomotor

juntamente com meus colegas, fazendo com que a minha criatividade ficasse mais

desenvolvida e dando ao mesmo tempo a oportunidade de me integrar ao grupo de colegas e à

sociedade.

A Educação Infantil me proporcionou condições para que pudesse obter bons resultados

nas séries posteriores. E assim fui dando meus primeiros passos na escola. Em 1995, iniciei o

ainda primeiro grau hoje ensino fundamental. Nesta etapa do ensino básico adquiri

conhecimentos que foram essenciais para o êxito nos meus estudos.

Fiz da 1ª a 4ª séries na Escola Estadual Monsenhor Evangelista de Cefalônia, do

município de São Paulo de Olivença, ingressando dela aos 8 anos de idade e assim

sucessivamente, onde nesta funcionavam apenas essas séries na época. Nessa escola aprendi

com facilidade, os professores que nela ingressaram procuravam nos repassar seus conteúdos

de uma forma que seus alunos aprendessem, eram aulas que nos chamavam bastante a atenção.

A escola que era muito aconchegante devido à gestora nos tratar com muito carinho,

atenção e nos levar a gostar da escola como se fosse nossa segunda casa mudou quando a

gestora teve que se ausentar por motivos de saúde. Ela foi substituída por uma professora que

até hoje exerce esse cargo e que apresenta uma postura autoritária e centralizadora.

Já da 5ª série do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio fiz na Escola Estadual

Nossa Senhora da Assunção, sendo a única escola na época que ofertava essas séries. A partir

daí fui me aperfeiçoando e ampliando ainda mais os meus conhecimentos, pois lá encontrei

vários professores de opiniões diferentes, o que inicialmente me assustou, mas isso é normal.

No decorrer deste processo de formação escolar tive que abandonar a turma que me

acompanhava desde a 1ª série porque iria começar a trabalhar para ganhar meu próprio

dinheiro, então passei para o turno vespertino e comecei a trabalhar de babá. Exerci essa

profissão até os meus 18 anos e gostava muito de cuidar crianças. Fazia de tudo para eu não

repetir nem uma série, trabalhei tanto que pedia a Deus para me dar forças de terminar os

estudos e entrar em uma faculdade.

Quando estava no 3° ano do ensino médio estava terminando os estudos pensando em

fazer o vestibular, mesmo sem ter certeza de qual seria a área de formação por isso me

esforçava o bastante nas disciplinas de língua portuguesa, matemática, geografia. O

interessante é que não gostava muito de história, sociologia, filosofia, mas sabia que ao

ingressar na faculdade elas serviriam para a minha futura profissão. Meus professores do

ensino médio eram bastante esforçados em repassar seus conteúdos e sempre se reportavam a

universidade como um lugar que muito nos exigiria e que muito teríamos que nos doar para

obter a formação em nível superior.

Me esforçava o bastante para não repetir de ano não queria me atrasar nos estudos, por

está trabalhando quase não tinha tempo de estudar, tinha que trabalhar para me sustentar e

ganhar meu próprio dinheiro, pois sempre sonhei em ser uma pessoa independente.

Terminei o 3° ano do ensino médio e ainda continuava trabalhando, quando vi o

panfleto anunciando o vestibular da UFAM, decidi me escrever para pedagogia. Este era um

curso que eu não tinha a mínima idéia do que seria e o que se estudava, mas peguei 50 reais do

meu salário e me escrevi. A única coisa que eu sabia que essa área era para formar futuros

professores como o meu irmão, o qual tem formação também em Pedagogia pelo Programa

PEFD da UFAM. Quando passei meus pais ficaram muito felizes sendo eu, a primeira das 5

filhas a adentrar em uma faculdade.

Entrei na universidade aos 19 anos de idade na primeira turma de Pedagogia do

Instituto de Natureza e Cultura da UFAM no município de Benjamin Constant. Neste curso se

formariam os profissionais para exercer os cargos em: Gestão, Educação Infantil e Anos

Iniciais. Vale ressaltar que antes a UFAM já ofertava cursos de formação de professores em

nível superior através do PEFD (Programa Especial de Formação Docente). Os cursos eram

pagos pelas prefeituras dos municípios do Alto Solimões com recursos do FUNDEF, para

qualificação e formação dos professores atuantes em nível superior. Dentre os cursos

oferecidos neste programa de formação estavam: Geografia, História, Licenciatura em Letras,

Matemática, Pedagogia e outros.

Retomando a minha trajetória na universidade posso dizer que senti muita insegurança e

medo, ao adentrar na minha sala e me deparar com pessoas que nunca havia visto, sendo que da

minha cidade só haviam 3 pessoas. Estava em um município que nunca havia estado antes.

Tive que ter muita força de vontade para passar 4 anos e meio longe da minha família, sabia

que para alcançar os meus sonhos tinha que enfrentar muitas dificuldades, pois saberia que de

lá eu sairia uma futura profissional.

Ao longo da faculdade engravidei e tive 2 filhos que hoje são minha razão de viver e

meu incentivo para continuar. Se hoje estou aqui é para dá uma melhor educação para eles.

Sabemos que nos dias que vivemos educar um ser humano não está sendo muito fácil. Cheguei

a passar fome, a não ter recursos para obter as apostilas e a ver enfraquecido o meu

relacionamento conjugal, mas tudo isso foi me dando força para continuar, pois a vida é

superação. Por isso espero ser uma boa profissional da educação e poder repassar o que aprendi

ao longo desta caminhada, que educação é um direito, mas é também doação, superação e

conquista.

1.2 Disciplinas obrigatórias comuns à formação em nível superior

Para que o objetivo da universidade de formar transformadores da realidade,

qualificados como profissionais e pessoas humanas seja alcançado algumas áreas do

conhecimento se tornam necessárias. As disciplinas que serão expostas aqui são estudadas em

todos os cursos do INC de Benjamin Constant e buscam dar o suporte necessário para cidadãos

críticos e o atendimento às exigências do trabalho acadêmico-científico. Dentre as áreas estão

filosofia, sociologia, antropologia, psicologia dentre outras que serão abaixo apresentadas.

a) Introdução à Filosofia-

grande contribuição para o curso, na medida que nos leva a ir em busca de uma compreensão

profunda da realidade e dos fundamentos dos valores humanos;

b) Introdução à Antropologia - esta nos levou a refletir acerca do ser humano como um

ser específico dentro da natureza;

c) Metodologia do Estudo e da Pesquisa- uma disciplina imprescindível pelo trabalho

de sintetizar os procedimentos didáticos, fundamentos para trabalhos acadêmicos servindo de

base para as atividades tanto acadêmicas quanto profissionais que, por definição, precisa ser

ordenada, metódica e logicamente;

d) Psicologia Geral - foi fundamental para eu compreender a importância da psicologia

para a prática pedagógica. A psicologia se inclui nesse ramo devido ela preparar o corpo e a

mente do ser humano para o seu campo de atuação e pesquisa. O dicionário de pedagogia

(2008) enfatiza que a psicologia é a ciência que estuda cientificamente a mente humana, bem

como os fenômenos e as atividades mentais, com o objetivo de desvendar seus processos

específicos.

e) Sociologia Geral- teve a influência nos processos de organização humana e relações

com a natureza. Com ela percebi que vivo num grupo social homogêneo e plural que se difere

de outros grupos sociais de outros espaços e tempos históricos.

f) Língua Portuguesa- serviu para desenvolver a minha capacidade de leitura e de

instrumentalizar a produção de textos acadêmicos e científicos;

g) Fundamentos de Matemática e Estatística foi de fundamental importância, porque de

forma sistemática, organiza, descreve, analisa e interpreta dados oriundos de estudos ou

experimentos, realizados em qualquer área do conhecimento;

h) Gestão Organizacional- foi uma disciplina em que houve muitos problemas, mas o

pouco de acompanhamento que tivemos abordou apenas algumas coisas que aprendi, como: de

saber se organizar e se planejar em seu estabelecimento de trabalho;

As disciplinas mencionadas acima serviram como base para o desenvolvimento das

demais disciplinas me proporcionando condições de refletir sobre a realidade, reconhecendo a

existência de diferentes culturas, práticas e saberes, bem como dando maior importância à

comunicação em suas mais variadas formas. Percebi com elas que ser professora é ir além da

sala de aula, é ultrapassar os muros da escola para buscar conhecer as pessoas, seus hábitos,

seus valores, seu contexto e história de vida, sua forma de pensar, agir e sentir para que assim

se possa desenvolver uma prática pedagógica pautada na realidade e na busca do atendimento

das necessidades de cada individuo e grupo social.

1.3 As disciplinas do eixo específico de minha formação como pedagoga

O objetivo do curso de pedagogia do INC/UFAM/BC exposto no Projeto Pedagógico

do Curso (2008) é de ―formar o pedagogo capaz de atuar como docente no campo da Educação

Infantil, séries iniciais do ensino fundamental, para que possa desenvolver a formação cidadã

dos alunos que integrarão o corpo discente da educação básica, bem como atuar no campo da

gestão democrática educacional escolar e não escolar nos parâmetros da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional N° 9394/96.

Para isso foram desenvolvidas disciplinas específicas à formação do pedagogo dentre as

quais destaco:

a) Introdução à Pedagogia- nesta aprendi a importância do papel do pedagogo e do

curso de pedagogia fazendo a relação com a formação de professores da Educação Infantil e

das séries iniciais;

b) Psicologia da Educação e do Desenvolvimento- pude através desta conhecer as

transformações psicológicas que ocorrem no individuo durante toda a sua existência, onde

essas transformações ocorrem envolvendo todos os aspectos cognitivo, social, afetivo,

psicomotor, social);

c) Psicologia da Aprendizagem - a disciplina me levou a estudar o complexo processo

pelo qual os conhecimentos existentes numa sociedade são apropriados pela criança ou pelo

indivíduo. Verifiquei que o entendimento desse processo exige o reconhecimento da natureza

social da aprendizagem.

d) Filosofia da Educação- foi uma disciplina que me levou a compreender as

concepções antropológicas, metafísicas, naturalista, histórico-social e sua relação com a

educação e assim indagar-me cada vez mais sobre a realidade educacional em que estou

inserida, bem como um reavaliar constante do meu fazer pedagógico.

e) Fundamentos da Educação Ambiental- visando atender uma exigência na formação

do educador que é o desenvolvimento da consciência ambiental, que leve-o a participar

ativamente do diagnóstico dos problemas ambientais, adquirindo habilidades, atitudes e uma

conduta ética, condizentes ao exercício da cidadania. .

f) História da Educação- pode-se relatar que a disciplina levou-nos pensar os indivíduos

como produtores de história, podemos dizer que o presente não vive sem o passado, e estamos

a fabricar o passado todos os dias. Somente buscando entender a historia poderei compreender

os condicionantes do modelo atual de educação e o que fazer para proporcionar melhorias na

qualidade de ensino.

g) Didática - esta disciplina tinha como função investigar objetivos e métodos seguros e

eficazes para a assimilação dos conhecimentos, onde o professor torna-se o mediador entre o

aluno e os conteúdos abordados que devem ser desenvolvidos em objetivos comuns do

professor e do aluno com vista ao desenvolvimento intelectual. Libâneo (1994, p.71) frisa que

didática é:

A disciplina que estuda o processo de ensino tomado em seu conjunto, isto é, os

objetivos educativos e os objetivos de ensino, os conteúdos científicos, os métodos e

as formas de organização do ensino, as condições e meios que mobilizam o aluno para

o estudo ativo e seu desenvolvimento intelectual. Para isso, investiga as leis e

princípios gerais do ensino e da aprendizagem, conforme as condições concretas em

que se desenvolvem.

E por isso que a didática é uma disciplina que se inclui em todos os cursos de

licenciatura, pois seus conhecimentos teóricos e metodológicos preparam o profissional para a

teoria e a prática. Foi esta disciplina que me proporcionou conhecimentos à elaboração do

planejamento de ensino, a organização de conteúdos e metodologias necessárias ao processo

ensino-aprendizagem. O professor deve ter didática e para isso esta disciplina foi crucial.

h) Metodologias da Matemática, das ciências, da história e da geografia e da língua

portuguesa nos anos iniciais. Estas metodologias trabalhadas por área de conhecimento vieram

a contribuir com o meu fazer pedagógico em sala de aula durante os estágios, pois

proporcionaram o conhecimento de diferentes metodologias e formas de ensinar os conteúdos

que lhes são específicos.

.i) Arte na Educação Infantil e Anos Iniciais foi uma disciplina muito interessante, pois

foi quando elaborei um álbum de dobraduras, deu um pouco de trabalho mais foi muito

importante passar por essa experiência;

j) História da legislação educacional - A Legislação foi de fundamental importância

devido ela preparar todos os cursos dos seus direitos e deveres, fazendo-os conhecerem a

historia de como era a educação antigamente e atualmente de como se comporta perante a

sociedades, onde futuramente poderemos expor para a mesma.

l) Avaliação Educacional e Institucional- nesta disciplina o professor abordou pontos

principais que acontecem em uma escola como: avaliar dentro de uma instituição e de um

ambiente escolar, pois a avaliação é de fundamental importância nesses ambientes, porque sem

avaliação esses ambientes viram uma desordem;

Essas foram disciplinas de fundamental importância na vida do pedagogo, pois elas nos

ajudarão futuramente a sermos profissionais qualificados. Pode-se perceber que dentre as

disciplinas citadas acima algumas disciplinas serviam para a formação do docente da educação

infantil e dos anos iniciais, e outras para a formação do gestor/a escolar. Assim elas foram

essenciais em minha formação profissional fazendo-me reconhecer que sem elas não teria o

suporte teórico-prático tão necessário ao desenvolvimento de um trabalho que venha a se

configurar como realmente interventivo na realidade de meu município.

1.4 Práticas da pesquisa pedagógica

A pesquisa é uma das exigências da universidade, por isso no curso de pedagogia ela foi

detalhadamente trabalhada, buscando formar o professor pesquisador. Em virtude deste

objetivo foram ofertadas as disciplinas de Prática da Pesquisa Pedagógica I, II, III, IV e V cada

uma com 02 créditos, teve 225 horas-aula desenvolvidas ao longo do curso. Articuladas na

composição curricular embasaram a prática educativa do formando, inserindo-o no universo da

pesquisa, da investigação em caráter exploratório, orientando-o na prática de formular

problemas de pesquisa que foram investigados no modo processual educacional.

A pesquisa como um foco principal nas práticas foi importante para conhecermos a

realidade educacional, pois julgamos bastante quem atua na área da educação, mas ao fazermos

as pesquisas nos deparamos com outras realidades. Somente inserindo-se no contexto escolar

podemos ver o lado do professor dentro de sala de aula, bem como dos demais sujeitos

envolvidos. Foi para isso que serviu a pesquisa.

As práticas da pesquisa pedagógicas de I a V estavam interligadas, sendo que todas

estão voltadas ao campo de investigação, podendo assim dizer também que foram disciplinas

que me ajudaram a conhecer a realidade educacional, e me ajudará no que se refere ao ato de

. A pesquisa é

necessária para a obtenção de sucesso em sala de aula, e na escola em que atuarei futuramente.

Elas foram importantes e marcantes na minha vida porque foi através delas que pude

escolher o meu objeto de estudo: O lúdico como instrumento metodológico na educação

infantil. Para poder realizar a pesquisa tive que ter a coragem de adentrar em uma sala de aula.

Lá me deparei com a realidade da educação, de como ela está defasada.

Retornando ao município de São Paulo de Olivença, campo de minha pesquisa, senti-

me uma pessoa muito importante, pois fui tratada bem por todos que trabalhavam na escola,

lócus do estudo. Coletei bastante dados e me entusiasmava em cada momento e no aplicar de

cada procedimento. A dificuldade que tive foi na elaboração do relatório, pois não tinha

computador tinha que esperar a colega terminar o dela para poder eu começar o meu, achei que

faltou expor muitas coisas nele, pois não sabia como iria encaixar no relatório, mas aos poucos

conseguir terminar. Ao defendê-lo fiquei um pouco nervosa, mas consegui relatar o que a

professora havia pedido, estava muito feliz de expor a realidade do meu município por mais

que ele não estivesse em boas condições.

O mais importante de tudo é saber que meu projeto de pesquisa está contemplado em

um capítulo deste trabalho, onde está apresentado os resultados da minha investigação sobre o

lúdico como instrumento metodológico da educação infantil.

1.5 Atividades Complementares

As Atividades Complementares do curso estão relacionadas com o ensino, pesquisa e

extensão tendo que o concludente apresentar no mínimo 100h dessas atividades. No decorrer

do curso participei de várias atividades relacionadas ao ensino como:

―Curso Intensivo em Língua Espanhola‖ coordenado pela Professora

Marcilene da Silva Nascimento

―Horta Escolar: Um Projeto Pedagógico Interdisciplinar,‖ coordenado

pela Professora Antônia Rodrigues da Silva;

Do Evento ―Mostra Acadêmica do Instituto Natureza e Cultura 2008 –

Ano Internacional da Terra‖ promovido pela Pró-reitora de Extensão e Interiorização;

Do XVII CONIC-Congresso de Iniciação Cientifica da UFAM;

Apresentei o projeto ―A Importância da Ludicidade na Educação

Infantil‖ na modalidade de pôster no XVII Congresso de Iniciação Científica da

Universidade Federal do Amazonas;

Participei do mini curso sobre ―Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS‖

coordenada pela Professora Antônia Rodrigues da Silva;

Participei da ―I Conferencia Municipal Dos Conselhos Escolares Do

Alto Solimões‖- COMCEAS, Projeto Educação e Cidadania: O Exercício da

Democracia Participativa na Escola Coordenado pelas Professoras Valdete da Luz

Carneiro, Antônia Rodrigues da Silva e Oderlene Bráulio da Silva;

Participei da I semana de Filosofia organizada pelo professor Josenildo

em Atalaia do Norte;

I semana complementares do curso de pedagogia com a temática

Construindo diálogos interdisciplinares na pedagogia;

VII semana de ciência e tecnologia do Amazonas – ciência para o

desenvolvimento sustentável / Minicurso: Educação do Campo na Amazônia:

Socializando Experiências em Escolas Rurais a partir da temática do desenvolvimento

sustentável, ministrada pelas professoras Jarliane Ferreira da Silva e Ana Lucia.

Os trabalhos que desenvolvi com a comunidade foram todos proveitosos, porém o que

mais significativo pra mim foi o da Horta Escolar: Um Projeto Pedagógico Interdisciplinar, que

aconteceu na comunidade de Filadélfia, coordenado pela Professora Antônia Rodrigues da

Silva, que teve como objetivo de trabalhar a interdisciplinaridade na escola Ebenezer,

mostrando aos professores da escola e aos acadêmicos como é possível interligar as áreas do

conhecimento.

Nas atividades complementares as quais participei foram desenvolvidos trabalhos com a

comunidade acadêmica e local, estes muito importantes porque favoreceu o contato com

diferentes pessoas de diferentes áreas de formação e de diferentes formas de pensar, levando-

me a adquirir conhecimentos e comportamentos que favorecerão a minha atuação ativa na

sociedade, ou seja, esses eventos me proporcionaram conhecer outras realidades educacionais

que aproveitarei quando estiver exercendo o campo educacional.

1.6 A Prática Profissional

O estágio supervisionado foi de suma importância na vida profissional do acadêmico,

pois é através do estágio que abrem-se novos caminhos, novos conhecimentos e obtém-se

novas experiências no campo de formação profissional mediante ao desenvolvimento das

atividades no campo de estágio. O estágio possibilitou aos acadêmicos (as) estagiários (as) o

conhecimento da realidade de sua área de formação, para que futuramente possam atuar de

forma profissional e ética dentro do campo educacional.

Os estágios configuraram-se como disciplinas obrigatórias do curso possibilitando aos

acadêmicos (as) estagiários (as) o confrontamento entre teoria e prática e uma primeira

experiência no seu lócus de atuação profissional. Segundo a Lei 11.788, de 25 de setembro de

2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes.

(...) o estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de

trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam

frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação

profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos iniciais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. (art.1º.)

É de suma importância reconhecermos que a formação profissional de um educador não

ocorre somente durante o Estágio, pois ela vai se constituindo ao longo de sua trajetória

acadêmica. No entanto, é durante o estágio, pelo contato direto com o campo de atuação

profissional que serão consolidadas a escolha pela profissão, a qual o curso se propõe legitimar.

Os estágios necessários para a ampla formação do pedagogo foram:

Estágio Supervisionado na Gestão Educacional (90h)

Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais (120h)

Estágio Supervisionado na Educação Infantil (120h)

O estágio me proporcionou conhecimentos sobre como exercer a profissão, as

estratégias de sala de aula, de como se trabalhar com aquela criança que bagunça muito em sala

de aula e de como resolver um problema que ocorrido na instituição de ensino. No início do

estágio me senti um pouco nervosa, depois fui me acostumando e conseguindo realizar as

atividades e alcançar os objetivos dos estágios.

Na elaboração dos relatórios senti um pouco de dificuldade, pois tivemos que fazer um

levantamento minucioso nas escolas, mas algumas não permitiram o acesso a todos os dados. O

que dificultou dar uma maior consistência aos relatórios foi ter feito meus estágios em três

escolas diferentes. Claro que o interessante foi conhecer a realidade educacional de três escolas

municipais que se diferenciam em estrutura, organização, etapas de educação e formas de

gestão e docência, o que será apresentado no capítulo seguinte deste trabalho de forma

minuciosa.

2 OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS: MINHAS EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS

Figura 2 Imagem das crianças no estágio– 2010

Fonte: Kelly Cristina Ramires Pinto 2010

O estágio é o lócus onde a identidade profissional é gerada, construída e referida;

volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e critica e, por

isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente com essa finalidade

(BURIOLLA 1999, p.10).

Atendendo ao que dispõe a Resolução CNE/CP 01/2006 que acompanha o parecer n°

05/2005, a qual institui as diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação

Licenciatura em Pedagogia, o Estágio Supervisionado nesta proposta pedagógica tem como

objetivo oportunizar ao futuro profissional o desenvolvimento das competências necessárias à

atuação profissional na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental e na

Gestão escolar como práticas de aprofundamento e diversificação de estudos integradores por

meio de procedimentos de observação, reflexão, docência supervisionada, desenvolvimento de

investigação da realidade, de atividades práticas e de projetos.

Os estágios supervisionados foram realizados mediante a elaboração do Projeto de

Estágio, compreendendo os seguintes procedimentos:

Observação como prática de docência, ou seja, a vivência do cotidiano escolar e

não-escolar para o bom exercício das atividades profissionais do estagiário,

contando com o professor orientador da escola de formação, para permitir que o

projeto de estágio seja planejado, aplicado e avaliado;

A participação contemplada nesta proposta de estágio refere-se à participação do

aluno-estagiário, envolvendo sua colaboração ativa nas atividades da Escola ou de

sala de aula de seu campo de estágio;

Docência Supervisionada (regência) na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino

Fundamental. Trata-se da atividade de docência compartilhada, ou seja, de aulas,

desenvolvimento de projetos ou programas, sob a supervisão do orientador do

estagio, no campo de estágio.

Intervenção na gestão escolar- esta foi realizada mediante a identificação de uma

situação problema identificada no campo de estágio mediante planejamento e

efetivação desta ação sob avaliação supervisionada do orientador de estágio.

O estágio supervisionado foi de suma importância na vida profissional do acadêmico,

pois foi através do estágio que abriram-se novos caminhos, novos conhecimentos e obtiveram-

se novas experiências no campo de formação profissional mediante ao desenvolvimento das

atividades no campo de estágio. O estágio possibilitou aos acadêmicos (as) estagiários (as) o

conhecimento da realidade de sua área de formação, para que futuramente possam atuar de

forma profissional e ética dentro do campo educacional.

Sendo assim o estágio configurou-se como uma disciplina obrigatória do curso

possibilitando aos acadêmicos (as) estagiários (as) o confrontamento entre teoria e prática e

uma primeira experiência no seu lócus de atuação profissional.

O Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Pedagogia foi estabelecido pelas

Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o Curso, nos termos da Resolução

CNE⁄CP nº 1 de 15⁄05⁄2006 e da Resolução nº 004⁄00 CONSEP de 29 de fevereiro de 2000 e o

Convênio nº 028⁄2009 que entre si celebram a Fundação Universidade do Amazonas e a

Secretária de Educação do município de Benjamin Constant, com vistas á realização Estágios

Curriculares de iniciação à docência na forma prevista na Lei nº 11.788⁄2008.

É de suma importância reconhecermos que a formação profissional de um educador não

ocorre somente durante o Estágio, pois ela vai se constituindo ao longo de sua trajetória

acadêmica. No entanto, é durante o estágio, pelo contato direto com o campo de atuação

profissional que serão consolidadas a escolha pela profissão, a qual o curso se propõe legitimar.

Sendo o estágio, por excelência, um lugar de reflexão sobre a construção e o fortalecimento da

identidade,

O estágio como campo de conhecimento e eixo curricular central nos cursos de

formação de professores possibilitou que fossem trabalhados aspectos indispensáveis à

construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional

docente.

Como frisa Pimenta (2004), a identidade do professor é construída ao longo de sua

trajetória como profissional do magistério. No entanto, é no processo de sua formação que são

consolidadas as opções e intenções da profissão que o curso propõe legitimar.

O estágio supervisionado conforme as Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado

para o curso de Pedagogia tem como uns dos objetivos desenvolver as competências

necessárias à atuação profissional do futuro pedagogo na educação infantil, nos anos iniciais do

Ensino Fundamental e na Gestão Escolar; a realização de observação, registro e análise de

situações contextualizada de ensino em sala de aula e de processos de gestão educacional, etc.

Portanto o estágio não deixou de ser um momento de pesquisa onde foi confrontada a

teoria com a prática, pois desta contrapartida chegamos a uma maior compreensão da realidade

que envolve o processo educativo escolar. Os estágios foram realizados em escolas municipais

localizadas na zona urbana do município sendo elas:

a) Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida a qual

denominaremos de escola ―A‖ esta o lócus do estágio em Gestão Educacional.

b) Escola Municipal CESBI — Centro Social Batista Independente,

denominaremos neste trabalho de escola ―B‖, lócus do estágio em Educação Infantil.

c) Escola Municipal Cosme Jean a qual denominaremos de escola ―C‖, está espaço

de realização do estágio nos Anos Iniciais.

Dessa forma, para melhor compreendermos a realidade educacional dessas escolas, o

presente capítulo objetiva apresentar os resultados obtidos nos estágios de Gestão, Educação

Infantil e Anos Inicias do Ensino Fundamental, estes necessários a formação profissional e

humana do pedagogo.

2.1 O Estágio na Gestão Educacional

O estágio supervisionado na Gestão Educacional foi realizado no Centro Municipal de

Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida no período de setembro de 2009 a fevereiro de

2010 com o objetivo de compreender o processo de gestão escolar em sua dinâmica cotidiana

analisando as atuações dos membros da comunidade escolar no ambiente educativo.

O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma

instituição de ensino regular situada na Rua Sérgio Ferreira, no bairro Umarizal, na área urbana

do Município de Benjamin Constant – AM.

O bairro do Umarizal localiza-se na zona oeste de Benjamin Constant. Seus primeiros

habitantes foram os índios Bitota (Peruano) Eduardo Sumaeta e Cristóvão Montes que vieram

do sul do Peru, Cordilheira dos Andes no ano de 1878. Foram eles que construíram as

primeiras moradias e fizeram uma grande plantação de Umari. Anos mais tarde os índios Bitota

abandonaram este local e foram para o lugarejo Oriente. Com isso passaram a morar os

habitantes como o casal Maria Serafina Ruiz Comapa e Simão Ijuma Paredes, os mesmos

tiveram vários filhos, mas apenas um filho de Simão Ijuma reside até hoje no bairro Umarizal e

sobrevive da agricultura.

Outro habitante do bairro foi uma judia chamada Delícia Abensur onde construiu um

barracão comercial, ficando como proprietária do lugar. Como na época havia uma grande

quantidade de árvores de umari, os moradores ficaram impressionados e passaram a chamar a

localidade de Umarizal dando origem ao Bairro.

Os tipos de moradias existentes na época eram de pachiúba coberta de palha. Os

moradores mais antigos do bairro foram João Bento, Apolinário Ipuchima, Augusto Jean

Simão Ijuma, Emilio Tapudima e Manoel Ordones.

Hoje lá no bairro: Conjunto habitacional da Cohabam, Conjunto habitacional Sagrado

Coração de Jesus, Igreja Católica de São Francisco, Igreja da Santa Cruz Ordem Cruzada,

Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Igreja Evangélica Fontes de Vida, Centro Social Irmão

Sol, Casa da Mãe Gestante, Casa de atendimento Prótese Dentária, Casas que produzem vinho

de açaí, Casa para a produção de farinha de mandioca, Rádio Comunitária Nova Onda FM,

Comércios, Bares, Danceteria, Hospedarias, Movelarias, Serraria, Bancas de gasolina, Salão de

Beleza, Lanchonete, Bazar, Padarias, Oficinas mecânicas, Associação dos Produtores Rurais,

Escola Particular, PROJAC — Projeto Jacarezinho, Prefeitura Municipal na qual está

funcionando temporariamente na Escola Municipal Cosme Jean e a referida Escola Municipal

Francisco Chagas de Almeida.

Diante das entrevistas feitas podemos constatar que a grande maioria das famílias que lá

residem são de classe baixa. Embora, saibamos que existem pessoas inseridas neste meio social

que sobrevivem da agricultura, da pesca e de benefícios sociais que o governo oferece, mas

outros conseguiram uma formação acadêmica que lhe garantiram um emprego para atender as

necessidades de suas famílias e da própria comunidade.

Os eventos culturais predominantes na comunidade são: o arraial do padroeiro do bairro

São Francisco, o boi bumbá mangangá, os blocos carnavalescos Unidos da Cohabam e unidos

do Oeste e o arraial das escolas Cosme Jean e do Centro Francisco chagas de Almeida, esta

ultima nosso campo de estagio.

A escola Municipal Francisco Chagas de Almeida foi fundada no ano de 1977, sendo

que na época foi construída de madeira compreendendo (03) três salas de aula para oferecer um

ensino de 1ª, 2ª e 3ª série primário nos turnos matutino e vespertino contando com um quadro

de (06) seis professores.

No ano de 1985, esta foi reconstruída em alvenaria, porém com a mesma estrutura da

anterior. Neste mesmo ano foi oficializada como uma instituição de ensino em 31 de Outubro,

na administração do prefeito Alcino de Almeida Castelo Branco através do decreto de nº.

088/85. O nome deu-se em homenagem ao professor estadual e ex-prefeito Francisco Chagas

de Almeida.

Em 1988, na gestão do prefeito João Corrêa de Oliveira esta foi reformada e ampliada

compreendendo (06) seis salas de aula, (01) uma cozinha, (01) uma secretaria / diretoria e (01)

uma sala de leitura, nesta época oferecia alfabetização e o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série.

Com o aumento da demanda de alunos por conta do crescimento e desenvolvimento do

bairro, na administração do prefeito José Amauri da Silva Maia, no ano de 2003 ampliou-se

mais (04) quatro salas de aula, sendo que uma delas foi destinada para o laboratório de

informática, pois foram instalados (05) cinco computadores bem como ar-condicionado em

todas as salas da escola, mas até hoje não funcionam porque a subestação não suporta a

sobrecarga quando todos estão ligados, muito embora se apresente em bom estado de

conservação. As salas de aulas são bastante pequenas tornando-se um espaço antipedagógico.

No que tange a parte física, no ano de 2007, a escola compõem-se de (09) nove salas de

aula, (01) um laboratório de informática com (05) cinco computadores mais no momento não

funcionam, (01) uma cozinha, (01) uma secretaria/diretoria, (01) uma sala para depósito de

livros, que será transformada em uma sala de recursos para educação especial, (03) três

banheiros (01um masculino, um feminino e um para os funcionários), contanto com serviços de

água encanada, energia elétrica e sistema de esgoto.

No quadro de pessoal, a escola dispõe de 51 funcionários distribuídos da seguinte

forma: (29) vinte e nove professores, (01) uma diretora, (01) uma orientadora, (01) secretário,

(03) três auxiliares de secretaria, (01) um auxiliar de serviços gerais, (02) dois vigias, (03) três

merendeiras e (10) dez serventes.

Para atender as exigências da LDB/EN, a Secretaria Municipal de Educação oportuniza

aos docentes cursos de graduação. Assim sendo, (09) nove professores com Curso Superior em

Pedagogia, Normal Superior, Geografia e Ciências; (14) quatorze professores cursando Nível

Superior e somente (06) seis professores têm Ensino Médio.

No ano de 2007 a escola oferecia Ensino Fundamental de 1ª a 6ª série e a modalidade de

Educação de Jovens e Adultos – EJA – perfazendo um total de 760 discentes distribuídos nos

turnos matutino, vespertino e noturno. Para auxiliar os professores a escola contava com alguns

recursos tecnológicos como: TV e vídeo, retroprojetor, aparelham de som e alguns jogos

didáticos.

A escola atualmente oferece Educação Infantil para crianças de 4 a 5 anos de idade e a

Educação Especial para aluno com necessidades educacionais especiais. No centro existem

(09) nove salas de aulas, (01) uma secretaria, (01) uma sala dos professores, todas com

instalação e iluminação elétrica. As salas de aula todas equipadas com ar-condicionado, mas

nem todos funcionam, cada sala tem (04) quatro lâmpadas florescentes, (01) um quadro-negro

e (01) um quadro-branco, com a quantidade de 35 a 39 carteiras, (01) uma mesa e (01) uma

cadeira para o professor. As três salas de alfabetização são decoradas com vários desenhos,

onde as crianças têm acesso de tocar cada uns deles, as outras seis salas são decoradas com

cartazes educativos e outros materiais didáticos. O retroprojetor só é mais usado pelos

professores que ensinam da 3ª série em diante.

O corpo administrativo da escola é formado por uma gestora, um secretaria, um auxiliar

de secretaria, quatro merendeiras, um vigia e dez auxiliares de serviços gerais, onde todos

prestam serviço à escola. Já os recursos humanos dispõem de um aparelho de radio, uma

televisão e um computador. A escola oferece também abastecimento de água potável e coleta

de lixo, um pátio, uma cozinha, dois banheiros um sendo feminino e outro masculino e duas

mesas onde é servida a merenda aos alunos.

O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida dispõe de (29)

vinte e nove professores, entre (03) três turnos. Sendo (26) vinte e seis efetivos e (03) três que

trabalham em caráter temporário. Porém cursando Pedagogia são (06) seis e Normal Superior

(02) dois e que já concluíram são (04) quatro professores e um cursando matemática (01) um

com Licenciatura em História e (03) três em Geografia (05) cinco em Magistério e (06) seis

Professores Especializados em Pedagogia.

Por tanto, a escola dispõe de (06) seis professores graduando também em gestão

escolar. Assim sendo o tempo de serviço de cada professor varia de (01) um a (20) vinte anos.

A escola também se dispõe de (05) professores substituto e (03) três cursando o Normal

Superior e (01) um cursando Antropologia.

O Centro não dispõe de psicólogo, fonoaudiólogo e pedagogo, mas recebe visitas anuais

destes profissionais, oferecidos pela Secretaria de Educação. Esta não possui em seu bojo

nenhum núcleo de apoio aos alunos e professores. A escola que como centro tem dois anos de

funcionamento vem se destacando e avançando significativamente na qualidade do ensino, mas

muito ainda tem que ser feito como apresentado nos tópicos abaixo.

2.1.1 As observações

O estágio supervisionado na gestão educacional foi um dos primeiros passos que

demos para realizarmos o estágio, e um dos principais momentos foram vivenciados durante as

observações. A escola durante o período desenvolveu vários projetos, um deles foi o projeto

Formação do profissional da educação Especial.

A escola é bastante solicitada pelos moradores, porque no ano de 2009 muitas crianças

do bairro ficaram sem estudar, mas talvez isso tenha acontecido por falta de opção e vale

ressaltar que a escola é vista pela comunidade e especialmente pelos pais como um espaço

imprescindível para o desenvolvimento e crescimento de seus filhos.

A maioria dos alunos são filhos de agricultores e pescadores, uma grande minoria

sobrevive de um salário e dos programas sociais. Os mesmos são do próprio bairro, alguns vêm

de fora e outros de bairros diferentes.

Na cultura os alunos seguem as tradições de vários eventos como: dança folclórica,

festas juninas, comemorações de datas importantes, arraiais, existem bastantes alunos com

necessidades especiais, que recebe atenção especial, os alunos vêm de famílias de baixa renda

residente no próprio bairro e muitos de várias partes do município tanto da zona rural como da

zona urbana.

O Centro não tem nivelamento, mas há um grande estímulo aos alunos por parte dos

professores e do gestor. Os alunos se sentem mais motivados quando tem a merenda escolar.

Muitas das vezes os professores se sentem na obrigação de irem à casa dos alunos para

verificar o que está acontecendo e tentar trazer estes alunos de volta para escola, é através do

estímulo de maneira a não desistirem de estudar, fazendo com que haja a diminuição da evasão

escolar.

As crianças ingressam na Escola a partir dos 06 seis anos e estudam até a série que a

mesma oferece daí tem que se deslocar para outras escolas para concluir o Ensino Médio. Vale

à pena ressaltar que a mesma atende alunos de outros estados e países devido o Município ficar

em área de Fronteira.

Como base em nossas observações vimos à escola com melhorias em seu âmbito

escolar com:

Nível de qualidade no ensino;

Melhor atendimento das necessidades;

Melhor estrutura da escola.

Melhor em atender a inclusão.

Para que essa instituição obtivesse melhores resultados estava faltando, no entanto, o

compromisso de alguns membros da mesma em buscar a sua interação, compartilhamento,

solidariedade, de serem verdadeiros educadores. Sendo assim podemos destacar como pontos

negativos:

O descompromisso de pais, alunos e principalmente de alguns professores;

Um planejamento com a ausência de uma prática docente interdisciplinar e

contextualizada;

A falta de criatividade e a improvisação do professor colaboram para o

desinteresse do educando;

Outro ponto importante diz respeito ao espaço físico escolar que não contribui

para a permanência e motivação do alunado;

Pela estrutura das salas pequenas com grande demanda, bem como o sistema da

subestação que não suporta a alta carga de energia, dificultando o

funcionamento de refrigeração e a iluminação das salas de aula;

A ausência da avaliação da prática pedagógica que reflete negativamente no

processo ensino-aprendizagem.

O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma

instituição de ensino da Educação infantil e especial que oferecia educação escolar, atendendo

atualmente um total de 760 discentes distribuídos nos turnos matutino, vespertino.

O Centro é visto ainda pelos atores envolvidos no processo educativo como uma

organização tecnocrata esperando que as decisões aconteçam de maneira horizontal, isto

porque ainda está impregnada a idéia de modelos prontos e acabados como se as coisas fossem

imutáveis. Tudo isso representa um legado do modelo de educação tradicional do qual somos

resultado.

A relação de poderes que acontece no interior da escola, ou melhor, a interação da

comunidade escolar e a comunidade local ainda estão bastante ausentes por não haver uma

efetiva participação nas tomadas de decisões da escola, nem por parte dos professores e muito

menos por parte de pais.

Assim sendo acaba que as decisões são tomadas apenas pelo diretor, coordenador e em

última instância em conjunto com os professores. Porém, é preciso que a escola crie

mecanismos de atração, de envolvimento/engajamento dos pais e comunidade em geral para

que ocorra essa participação.

A relação professor-aluno que poderia ser marcado pela cordialidade, pela afetividade

verifica-se que não há uma aproximação entre o professor e os educando, porque o professor

faz questão de manter-se a distância talvez por considerar que qualquer aproximação possa

fazê-lo perder a autoridade. Não há articulação entre o modo como o professor trabalha e as

orientações que ocorrem na sala de aula com curiosidade e inquietações próprias dos alunos.

Percebe-se, que a forma como a escola estava estruturada não ensina o que é necessário

e significativo, não respeita e não integra o saber e a cultura do estudante e da comunidade e,

portanto, é incapaz de educar porque reforça a desigualdade social e nega a educação para a

emancipação.

Partindo dos pressupostos expostos podemos propor um grande desafio de trabalhar

dentro da escola com o modelo de gestão-democrática posta pela CF. e confirmado pela

LDBEN 9394/96. Por compreendermos que essa concepção de gestão democrática oportuniza

o compartilhamento de decisões e informações, há a preocupação com a qualidade da educação

e transparência.

Mas, é importante saber que numa gestão democrática, é preciso lidar com conflitos e

opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida já que concebemos a sociedade dentro da

concepção dialética. Porém, é através do diálogo, da compreensão do outro como um ser

diferente é que a educação passará a ter sentido e significado na construção de uma sociedade

mais justa, humana e solidária. É por isso que a comunidade tem que esta incluída na escola,

pois a LDB em seu artigo 14 diz que:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da

escola;

II – participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares e

equivalentes.

Para buscar implementar o princípio da gestão democrática na escola foram criados

alguns mecanismos de democratização buscando relativizar o papel da escola, por meio da

busca de aproximação entre a escola e a sociedade (família), ambas com responsabilidades de

educar e, multiplicar na escola enquanto local de trabalho, a interação entre o educador e o

educando alicerçados no processo ensino-aprendizagem para melhor compreensão das práticas

pedagógicas aplicadas. Os artigos 3º. e 14º. da LDBEN abordam a questão do princípio da

gestão democrática:.

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura o pensamento, a

arte e o saber;

III- Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV- Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V- Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII- Valorização do profissional da educação escolar; VIII- Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei da legislação dos

sistemas de ensino;

IX- Garantia de padrão de qualidade;

X- Valorização da experiencia extra-escolar;

XI- Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas escolar.

E o art. 14. Enfatiza que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão

democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas

peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da

escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Para favorecer a participação a escola vinha implementando alguns mecanismos de

democratização como:

a) Projeto Político Pedagógico- O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco

Chagas de Almeida, estava construindo o Projeto Político Pedagógico. O PPP se constitui

como um referencial teórico e prático e tem grande importância e sentido à nossa prática

pedagógica, porque serão através deles que se concentrarão todos os parâmetros sociais,

políticos, econômicos, culturais e éticos, pois suas perspectivas possibilitarão uma nova

organização coletiva e real à entidade da escola. Segundo Libâneo (2004), o PPP é ―o

documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido

na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os

propósitos e expectativas da comunidade escolar‘‘.

b) A APMC (Associação de Pais e Mestres e Comunitários), outro mecanismo

de democratização no ano de 2009 refez sua diretoria, no qual faltava ser legalizada em

Cartório, mas que esta diretoria ainda exercia o papel apenas de administração dos recursos

recebidos pelo FNDE.

c) PDE - PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA- Processo de

planejamento estratégico que a escola desenvolve para construção de sua identidade, definindo

o que é a escola, o que pretende fazer, aonde quer chegar, como e com quais recursos atingir os

objetivos educacionais. Para a sua elaboração é criado um grupo de sistematização formado

pelo diretor e representante dos segmentos da Unidade Escolar (coordenação pedagógica,

docente, discente, pessoal administrativo e de apoio e pais), que, juntamente com o Conselho

Escolar, constitui o Comitê Estratégico, responsável pelas grandes decisões durante a execução

desse plano.

Percebemos que o relacionamento que a escola tinha com a comunidade acontecia de

modo horizontal, visto que quando esta era convidada pela escola era apenas para obter

informes ou acatar algumas determinações que hora vinha da SEMED, hora vinha

especificamente da direção e hora para realizar questões rotineiras e enfadonhas.

As reuniões entre pais, professores e a direção da escola aconteciam no início do ano

escolar e no decorrer de cada bimestre para verificação do aproveitamento e desempenho de

cada aluno e no final de cada ano. Outros temas discutidos em reuniões referem-se às datas

comemorativas, para saber a possibilidade de alunos poderem participar dos eventos que a

escola promove. Assim percebemos também a necessidade de nesse processo de

democratização da escola se ter um maior fortalecimento das relações humanas entre as

pessoas que faziam parte dos diferentes segmentos da instituição. Foi esta constatação que nos

levou a realizar a ação interventiva do estágio.

2.1.2 A intervenção

Através das observações feitas nessa referida escola, pudemos identificar várias

problemáticas onde escolhemos uma para darmos a aula interventiva que teve como temática:

Relações Humanas na gestão escolar: a cultura organizacional no cotidiano do Centro

Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida na relação dos profissionais de

educação, no qual foi detectado no período de estágio que havia um grande individualismo por

parte dos mesmos, visando que estes não trabalhavam de forma coletiva na elaboração e

aplicação do plano e outros aspectos, possibilitando assim, a construção de novos

conhecimentos, contribuindo para uma melhor educação do nosso município. Objetivando

compreender o processo das relações humanas na escola buscando superar as dificuldades no

processo de gestão escolar.

A construção do referido permitiu a compreensão do processo das relações humanas na

escola, pois este foi um fator que dificultava o desenvolvimento educacional das crianças e dos

educadores pela falta da interação coletiva.

Para isso, refletiu-se como se daria as relações humanas na escola, identificando os pontos que

caracterizavam as relações humanas e compreendendo os motivos que ocasionaram certas

relações entre os membros da comunidade escolar.

A escola é vista ainda pelos atores envolvidos no processo educativo como uma

organização tecnocrata esperando que as decisões aconteçam de maneira horizontal, isto

porque ainda estava impregnada a idéia de modelos prontos e acabados como se as coisas

fossem imutáveis. Tudo isso representava um legado do modelo de educação tradicional do

qual somos resultado.

A relação de poderes que acontecia no interior da escola, ou melhor, a interação da

comunidade escolar e a comunidade local ainda estavam bastante ausentes por não haver uma

efetiva participação nas tomadas de decisões da escola, nem por parte do gestor e muito menos

por parte dos professores.

Assim sendo acabava que as decisões eram tomadas apenas pelo gestor e seu

coordenador pedagógico e em última instância em conjunto com os professores. Porém, era

preciso que a escola criasse mecanismos de atração, de envolvimento/engajamento dos

membros da comunidade em geral para que ocorressem essa participação.

A escola apresentava como uma organização fundamentada na concepção funcionalista

em que cada indivíduo realizava sua função de modo estanque e fragmentado. No interior da

sala de aula a prática pedagógica era baseada na mera transmissão do conhecimento e o

educando não era visto como um sujeito, mas como um objeto, sendo o professor detentor do

conhecimento e o educando apenas o receptáculo desse conhecimento.

Diante disso a relação desses membros que poderia ser marcado pela cordialidade, pela

afetividade, pela cooperação verificava-se que não havia uma interação entre os professores,

gestor e coordenador pedagógico. Não havia articulação entre o modo como o professor

trabalhava e as orientações dadas pela coordenação em suas metodologias e as inquietações

próprias dos alunos.

Partindo desse pressuposto através desse projeto nos propomos ao grande desafio de

trabalhar na escola dentro do modelo gestão-democrática posto pela Constituição Federal e

confirmado pela LDBEN 9394/96, onde em seu artigo 3º, inciso VIII ―Gestão democrática do

ensino público na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino‖.

Por compreendermos que essa concepção de gestão democrática oportunizava o

compartilhamento de decisões e informações, houve a preocupação com a qualidade da

educação e transparência. A elaboração coletivamente do projeto político pedagógico bem

como a criação de colegiados escolares significa o passo inicial para a efetivação da gestão

democrática. Porque assim, a escola teria autonomia didático-pedagógica, administrativa e

financeira para elaborar em conjunto com professores, pais, alunos, funcionários e comunidade

local um plano de trabalho que venham de encontro aos anseios da escola e em especial dos

alunos.

Mas, foi importante saber, numa gestão democrática, é preciso lidar com conflitos e

opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida já que concebemos a sociedade dentro da

concepção dialética. Porém, é através do diálogo, da compreensão do outro como um ser

diferente que a educação passará a ter sentido e significado na construção de uma sociedade

mais justa, humana e solidária.

Conforme a observação realizada no estágio supervisionado, verificou-se que há várias

problemáticas, e a que se deu mais importância foi à falta de relacionamento entre os

profissionais de educação, na qual não havia interação, compartilhamento entre os professores

e gestor da escola, fazendo com que a aprendizagem dos discentes ficasse defasada.

A atividade de intervenção foi aplicada na escola tendo como público alvo os membros

da Comunidade escolar. Onde seu processo deu-se da seguinte maneira:

1. O primeiro passo para aplicação da atividade de intervenção foi o

esclarecimento para gestores e professores do que se tratava a atividade, a sua importância para

a educação, sobretudo para os profissionais de educação. Isso foi feito por meio de reuniões e

momentos de dialogo discursivo;

2. O segundo passo foi o encontro com a comunidade escolar onde se desenvolveu

oficinas e palestras. As oficinas se desenvolveram em grupos dirigidos por cada acadêmico e a

Palestra sobre o tema foi realizada por duas professoras especialista em Gestão Educacional da

Universidade Federal do Amazonas. Após a palestra fizemos um debate sobre o tema

abordado;

3. E por ultimo fizemos a avaliação das atividades, por meio de indagações aos

participantes;

A ação interventiva favoreceu uma determinada aproximação entre as pessoas dos

diferentes segmentos que participaram, bem como uma maior sensibilização da importância da

participação de todos os envolvidos nas tomadas de decisões e ações da escola.

2.2 O estágio na educação infantil

As atividades desenvolvidas diretamente na escola durante o Estágio Supervisionado na

Educação Infantil veio nos proporcionar oportunidades de vivências no ambiente educativo,

atendendo assim as Diretrizes curriculares do curso de Pedagogia que oportuniza a formação de

professores capazes de realizar ações pedagógicas a partir dos princípios e finalidades gerais da

Educação Nacional, no que tange o educar e o cuidar.

Desta forma, a disciplina Estágio Supervisionado na Educação Infantil objetivou

proporcionar a iniciação à docência dos acadêmicos, visando à complementação do ensino e da

aprendizagem, por meio de procedimentos de observações, reflexões, participação ativa,

docência supervisionada, desenvolvimento de investigação da realidade, com fins de

treinamento teórico – prático e aperfeiçoamento técnico, cultural, cientifico e social,

desenvolvendo as competências necessárias à atuação profissional e social, desenvolvendo as

competências necessárias à atuação profissional na educação do ensino básico. Para que a

finalidade do Estágio Supervisionado na Educação Infantil tivesse ênfase tornou-se necessário

que fossem distribuídas dentre de uma carga horária de 120h as seguintes ações:

1. A elaboração de um projeto de estagio que norteou todas as ações dentro e

fora do campo do estagio

2. A realização de práticas de observações, diagnosticando e analisando

situações dentro do contexto escolar;

3. A participação do aluno – estagiário envolvendo sua colaboração ativa nas

atividades dentro de sala de aula no seu campo de estágio;

4. A produção do plano de docência – regência para a consequente atuação no

campo de estágio;

5. A elaboração circunstanciada de um relatório descrevendo e analisando à luz

das teorias as observações e os registros do diário de campo dando

continuidade ao memorial da vida acadêmica

Frente a isso se faz necessário a descrição deste documento, que descreverá com

rigorosidade metódica todas as ações e observações desenvolvidas durante o Estágio

Supervisionado na Educação Infantil na escola CESBI, localizada na Rua Elízio Ataíde, n.441,

bairro de Coimbra na zona urbana do município de Benjamin Constant.

Atualmente o bairro que possui uma população de 2.898 habitantes, segundo dados do

Sistema de Informação de Atenção Básica- SIAB do DATASUS do Sistema Único de Saúde e

que limita-se ao norte com o Rio Solimões , a leste com o bairro de Bom Jardim ,ao sul com a

Colônia II e ao oeste com o Centro da Cidade, tem água encanada, luz, esgoto, coleta de lixo

só citando que são poucos que possuem, pois é uma problemática constante no bairro e sedia

para o melhor atendimento da população local os seguintes espaços: hospital, , igrejas, a base

de tratamento de agua da COSAMA, Prefeitura, Secretaria Municipal de Educação, ONG,

farmácia, panificadoras, comércios, boutiques, hospedarias com lanchonete, salão de beleza,

serraria, copiadora, oficinas de motocicletas, movelaria, quadra poliesportiva, bumbodromo,

pracinha e escolas (dentre as quais está a escola CESBI)

A Escola Municipal CESBI — Centro Social Batista Independente fica situada na Rua

Elízio Ataíde n.441, no bairro de Coimbra na zona urbana do município e foi criada como uma

entidade filantrópica sem fins lucrativos inaugurada em 1985 pelo missionário Pedro Vargas

(Militar do Exército do Rio Grande do Sul). As atividades na instituição foram iniciadas

oferecendo Ensino Fundamental de 1a a 4a série e cursos profissionalizantes gratuitos, tendo

como acionista a convenção das Igrejas Batistas Independentes e Missão Evangélicas da

Noruega e Suécia.

Os missionários trabalhavam na igreja que se localizava na própria escola como

professores. Sendo que o objetivo primordial era evangelizar e ajudar as pessoas. Neste

sentido, em 1999 os responsáveis pelo prédio decidiram fazer um convênio com a Prefeitura

Municipal de Benjamin Constant, cedendo o mesmo através de um comodato que a

responsabilizou pela manutenção e custeação da escola e das casas dos missionários.

Atualmente a escola pela sua ampla extensão conta com 21 salas de aula (estas

atendendo séries iniciais do ensino fundamental, educação infantil e o projeto avançar) bem

como 01 diretoria, 01secretaria, 01 sala de apoio pedagógico, 01 sala para professores com

banheiro, 02 banheiros masculinos e 02 femininos, 01 refeitório, 01 cozinha, e 01 pátio com

área de estacionamento. As salas de aulas são amplas1, comportam em média 35 alunos. A

escola possui uma biblioteca ou um espaço de leitura para os alunos, o pátio serve para

atividades lúdicas e pedagógicas, com uma ampla área de lazer.

Foto 3: Espaço físico da escola. Fonte: Gestor da escola

No que tange a estrutura financeira, a escola depende de recursos repassados pela

Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto, de trabalhos realizados pela Associação

de Pais e Mestre através do Programa Dinheiro Direto na Escola, o PDDE, através do Plano de

Desenvolvimento da Escola e de outros Projetos que visam o benefício da escola, como

1Com exceção de 01 sala que funcionava como apartamento e que foi adaptada para atender a educação

infantil, esta com tamanho reduzido, atendendo uma quantidade de 30 alunos, número de crianças maior

que das demais turmas de educação infantil

merenda escolar, água para o consumo, manutenção das instalações sanitárias e salas de aula,

direcionamento do lixo produzido no local entre outros.

Através dos recursos obtidos a escola adquiriu os equipamentos que auxiliam no

trabalho pedagógico como: rádio gravador, tv, notebook, computadores, mesas p/

computador,impressoras, data-show, aparelho de dvd, parabólica, r,etroprojetor, mimeógrafo,

caixa amplificada-200w, dvds educativos, dentre outros

Frente ao exposto, percebe-se que na escola havia uma infra-estrutura básica para o

atendimento educacional das crianças, mas não corresponde as exigências dos Parâmetros

Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil.

Mesmo tendo a escola capacidade de abrigar todas as crianças da educação infantil, e

estrutura ainda em boas condições, devia ser ampliada um pouco porque criança precisa de

espaço para brincar e se sentir à vontade dentro do ambiente educativo. Como frisa Os

Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil:

(…) deve-se organizar um ambiente adequado à proposta pedagógica da instituição,

que possibilite à criança a realização de explorações e brincadeiras, garantindo-lhe identidade, segurança, confiança, interações sócio educativas e privacidade,

promovendo oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento (2006, p.16).

Segundo a resolução Nº. 06 de 2008 do CME/BCT que estabelece as normas de

organização da estrutura e funcionamento da educação infantil, para o sistema municipal de

ensino de Benjamin Constante os espaços físicos devem dispor de espaço físico e o material

influenciam no desenvolvimento da criança.

Diante disso, percebe-se a grande importância do ambiente para o desenvolvimento

infantil, pois é nele que a criança estabelece a relação com o mundo e com as pessoas e é ele

que vai garantir a sua formação e a sua qualidade de vida social, moral, psicológica e cultural.

Segundo Faria e Palhares (1999, p.69), ―a organização do espaço deve contemplar a

gama de interesses da sociedade, das famílias e prioritariamente das crianças atendendo as

especificidades de cada demanda, possibilitando identidade cultural e sentido de

pertencimento‖.

Organizar o cotidiano das crianças na educação infantil pressupõe pensar que o

estabelecimento de uma sequência básica de atividades diárias é, antes de mais nada, o

resultado da leitura que fazemos do nosso grupo de crianças, a partir, principalmente, de suas necessidades. É importante que o educador observe o que as crianças brincam,

preferem ficar, o que lhes chama mais atenção, em que momento do dia estão mais

tranquilos ou mais agitados. Este conhecimento é fundamental para que a estruturação

espaço-temporal tenha significado. Ao lado disto, também é importante considerar o

contexto sociocultural no qual se insere a proposta pedagógica da instituição, que

deverá lhe dar suporte. (CRAIDY E KAERCHER, 2001, p.67)

a) Os Recursos humanos do processo educativo

A escola é uma entidade que recebe recurso da Prefeitura Municipal e era composta por

um amplo quadro funcional, constituído por 42 professores, distribuídos nos turnos da manhã e

tarde, desde a pré-escola até as séries inicias do ensino fundamental e o projeto avançar. Além

disso, possuía 03 professores de apoio, 01 bibliotecário, que eram professores (as) do quadro,

02 coordenadoras pedagógicas, 01 gestor, bem como14 auxiliares de serviços gerais, 04 vigias,

05 merendeiras, 04 administrativos, sendo que deste total, apenas 04 estavam como contratados

e os demais já estavam efetivos.

Gráfico 1: Quadro funcional da escola CESBI Fonte: a própria académica

O quadro de funcionário da escola foi formado para atender os 1.262 alunos

distribuídos em turmas das séries iniciais do ensino fundamental, que são a maioria e

apresenta-se superlotadas, devido a repartição das mesmas por causa do projeto AVANÇAR2,

que o acolhendo alunos por turma com a faixa etária entre 7 a 17 anos, e em turmas de

educação infantil esta acolhendo as crianças com suas idades certas.

Gráfico 2: Alunos por etapa de ensino da escola CESBI Fonte: a própria académica

Mesmo frente ao total do número de alunos o quadro de funcionários da escola,

principalmente de professores, era mais do que o suficiente, pois tinha funcionários com desvio

2 O AVANÇAR é um programa de correção do fluxo escolar nos anos iniciais do ensino fundamental.

PROFESSORES 62%

AUX. DE SERVIÇOS GERAIS

18%

ADMINISTRATIVOS 4%

COORDENADORIA PEDAGOGICA

3%

VIGIA 5%

MERENDEIRA 7%

GESTOR 1%

QUADRO FUNCIONAL

0 200 400 600 800 1000

Total de alunos

ALUNOS POR ETAPA DE ENSINO DA ESCOLA

projeto Avançar

Educaçao Infantil

series iniciais do EnsinoFundamental

822

106

294

de função que ficavam sem fazer nada na escola, sendo a maioria efetivos, poucos são

contratados, durante as observações feitas tinha trabalho que era para os apoios pedagógicos da

escola fazerem, acabando a própria professora da sala de aula fazendo esse trabalho. Implicava

que a maioria dos funcionários sendo efetivos deixavam seus trabalhos meio que a desejar. A

resolução no. 06/2008 do CME/BCT ressalta que: Art. 13 – Os espaços serão projetados obedecendo as Diretrizes do Plano Nacional de

Educação – PNE (2001-20100, a fim de favorecer o desenvolvimento das crianças se

0 (zero) a 05 (cinco) anos, respeitadas as suas necessidades e capacidades, disposto no art. 10 da Resolução nº 05/2008 CME/BCT.

Parágrafo Único – Em se tratando do desenvolvimento da Educação Infantil

concomitantemente com classe do Ensino Fundamental, parte dos espaços deverão ser

de uso exclusivo das crianças de 0 (zero) a 05 (cinco) anos, podendo outros serem

compartilhados, desde que a ocupação se dê respeitando as definições previstas na

proposta Pedagógica da Escola.

Art. 14 – Todo imóvel destinado à Educação Infantil Pública dependerá de aprovação

pelo órgão oficial competente as normas e especificações técnicas.

Parágrafo Único – O imóvel deverá apresentar condições adequadas de localização,

acesso, segurança, salubridade, saneamento e higiene, em total conformidade com a

legislação que rege a matéria de acordo com as Diretrizes do Plano Nacional de Educação – PNE.

Art. 15 – Os espaços internos deverão atender às diferentes funções da Instituição de

Educação Infantil e conter uma estrutura básica que contemple:

I – espaços para refeição;

II – salas para professores e para os serviços administrativos - pedagógicos e de apoio;

III – salas para atividades das crianças, com boa ventilação, areação, iluminação, e

visão para o ambiente externo, com mobiliário e equipamentos adequados;

IV – instalações sanitárias completas, suficientes e próprias para uso das crianças e

para uso dos adultos;

V – área coberta para atividades externas compatíveis com a capacidade de

atendimento da instituição. §1º - O material didático deverá ser simples, estimuladores e facilitadores da

aprendizagem e adequados às atividades desenvolvidas pela criança;

§2º - Consideram-se como material didático, brinquedos que estimulem o

desenvolvimento do raciocínio infantil, jogos, objetos necessários às atividades

artísticas criadoras, aparelhos para recreação ao ar livre, livros, livros de estórias,

gravuras e revistas, material de sucata (doméstico e industrial).

Art. 16 – As áreas ao ar livre deverão possibilitar as atividades de expressão físicas,

artísticas e de lazer, completando também áreas verdes.

b) Os mecanismos de democratização da escola Os mecanismos de democratização almejados pela nova gestão escolar, buscavam

relativizar o papel da escola, por meio da busca de aproximação entre a escola e a sociedade

(família), ambas com responsabilidades de educar e, multiplicar na escola enquanto local de

trabalho, a interação entre o educador e o educando alicerçados no processo ensino-

aprendizagem para melhor compreensão das práticas pedagógicas aplicadas. Os artigos da

LDBEN que abordam a questão do princípio da gestão democrática citam que:

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

XII- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

XIII- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura o pensamento, a

arte e o saber;1q

XIV- Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

XV- Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

XVI- Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

XVII- Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

XVIII- Valorização do profissional da educação escolar;

XIX- Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei da legislação dos

sistemas de ensino;

XX- Garantia de padrão de qualidade;

XXI- Valorização da experiencia extra-escolar;

XXII- Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas escolar.

Art. 14. Enfatiza que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e

conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da

escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou

equivalentes.

Através desses dois artigos podemos relatar como estavam funcionando os mecanismos

de democratização dessa escola:

a) APMC (Associação de Pais e Mestres e Comunitários) - foi implementada através de

votação envolvendo toda a comunidade escolar, Há dois anos estão a frente da associação:

Rosilda Rodrigues Lopes, Suzie Nascimento Nobre, Risleângela Ramires do Nascimento, Iria

de Fátima de Lima Macedo, Ana Lucia B. Nascimento, Alcirlane dos Santos Corrêa e Benedita

C. Ara. Estão atuando através dos recursos que vem todos os anos pelo PDDE, quando falta

material para a escola como: pano de chão tempero para colocar na merenda, material de

limpeza, material para os professores usarem em sala de aula, papel ofício, pincel e outros, eles

cobrem essas necessidades com o dinheiro da APMC;

b) CONSELHO ESCOLAR- (CE) o CESBI foi a primeira escola do município a

implementar o CE em 15 de agosto de 2008 através de votação para disputa de pleito entre as

chapas ―A‖ e ―B‖. Chapa vencedora ―B‖. Presidente Prof. Wigson Chunha da Silva. Antes da

eleição houve reuniões pra sensibilizar a comunidade escolar e local sobre a necessidade do

Conselho dentro da escola. Para isso a coordenadora pedagógica disse ter sido necessário se

indagarem sobre por que criá-lo? Quem seriam os responsáveis diretos? Qual sua finalidade?

Seu objetivo? Qual o papel dos membros de um CE? Quem por direito deveria participar

(chapas e votação)? Para contribuir foram convidadas as docentes da UFAM: Antônia

Rodrigues, Oderlene Bráulio, Jarliane Ferreira, Valdete Carneiro e os membros da SEMED.

Até o ano de 2009 a diretoria tinha realizado reuniões periódicas (para estudar, refletir e

tomar decisões sobre assuntos de interesse escolar), reuniões extraordinárias quando

necessário, mas ainda nada havia sido realizado de concreto. Segundo a coordenadora Ermelita

―o Conselho Escolar existe, mas caminha lentamente‖.

c) PROJETO POLITICO PEDAGOGICO- (PPP) a escola não possuía um projeto

pedagógico. Este estava sendo reformulado, estão fazendo reunião com todos os funcionários

da escola, onde os participantes eram os mesmos. A atuação se fazia nas reuniões pedagógicas

realizadas no contra turno, estas não sendo uma obrigação mais sim uma forma de participação.

d) PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA- o PDE da escola foi

elaborado no ano de 2009 com a participação da comunidade escolar e local e funciona como

um mecanismo de financiamento e democratização da escola.

A escola não tinha um regimento próprio, pois funcionava de acordo com o regimento

geral das escolas públicas do município. Isso não impossibilitaria a escola de desenvolver um

regimento próprio. No entanto, estava faltando interesse por parte dos membros da escola em

elaborar, planejar e por em prática e sempre reformular esses projetos, pois é necessário, bem

como para a criação de um caixa escolar e um grêmio estudantil.

As DCNEI dizem o seguinte sobre gestão democrática na escola:

VII- O ambiente de gestão democrática por parte dos educadores, a partir de liderança

responsável e de qualidade, deve garantir direitos básicos de crianças e suas famílias à

educação e cuidados, num contexto de atenção multidisciplinar com profissionais

necessários para o atendimento.

2.2.1 A observação do campo de estágio: um olhar à educação infantil

Figura 4-Imagem da escola CESBI – 2010

Fonte: Kelly Cristina Pinto - 2010

A observação no campo de estágio correspondeu a 60 h da carga horária do estágio e

ocorreu entre os dias de 29 de março a 20 de abril de 2010. Esta atividade constituiu-se num

dos procedimentos mais importantes na experiência de estágio na escola. Sendo uma das mais

antigas formas de conhecer a realidade do campo educacional, a observação consiste no uso

atento dos sentidos num objeto ou situação, na sua manifestação espontânea, para adquirir um

conhecimento determinado sobre um ou mais aspectos da realidade.

Nós acadêmicos estagiários observamos o ambiente escolar e a prática docente em

classes de Educação Infantil. Desta forma, a observação no campo do estágio da Educação

Infantil teve como base:

a) Os indicadores da qualidade na educação infantil- onde buscou-se registrar o

número de crianças que estavam presentes; tempo escolar; os dias letivos que horas iniciava e

terminavam as aulas; os aspectos físicos da sala de aula; ambientação da sala: dimensão,

iluminação, ventilação, organização e arrumação da sala de aula conforme desenvolvimento de

diferentes atividades, hora da merenda, descanso, relacionamento entre crianças, as crianças se

envolvem nas brincadeiras propostas.

b) A dimensão pedagógica – consistiu em uma utilização dos diferentes espaços

pedagógicos para o desenvolvimento das atividades; trabalhando o desenvolvimento integral da

criança; trabalhando noções de higiene e cuidado à criança; regulando as aulas dadas; a troca

de idéias entre professores sobre como planejar as aulas; os professores procuravam conhecer o

que as crianças aprenderam no ano anterior para preparar as aulas; os professores desenvolvem

seus planos com base no diagnóstico e das necessidades básicas de aprendizagem das crianças;

demonstra alegria e entusiasmo em trabalhar com educação infantil; quem é este educador (a),

formação, anos de atuação na educação infantil e no magistério; se planeja, desenvolve e brinca

com as crianças.

c) A relação professor-aluno - possibilitou verificar se os (as) professores (a)

aceitavam os sentimentos dos alunos; se respondiam a eles; apresentavam criticas aos alunos;

se desaprovavam atitudes dos alunos; se valorizavam suas respostas e seus conhecimentos;

como lidavam com aqueles que apresentavam dificuldades; trabalhavam e como trabalhavam

os erros dos alunos; permitem perguntas e estimulam os alunos a participarem das atividades.

d) As informações ou levantamento sobre o campo de estágio - foram observadas

as características do bairro; identificação da instituição, estrutura física; instalações; á dimensão

da gestão na instituição de educação infantil; mobiliário, equipamento e recursos materiais;

recursos humanos; matricula e demanda; projetos desenvolvidos na instituição; Conselho

Escolar, APMC, Grêmio Estudantil, Caixa Escolar, características da gestão e das relações

humanas na instituição; ambiente educativo.

e) A participação ativa- esta foi uma das peças principais no estágio, pois envolveu

a colaboração dos acadêmicos (a) estagiários (a) no planejamento, realização ou avaliação de

qualquer atividade realizada pelos professores da instituição, ou seja, ajudando os professores

na sala de aula, porque seria uma preparação para nossas vidas profissionais.

Com base nos dados observados descreverei neste os seguintes elementos: o ambiente

educativo, sala de aula: espaço de aprendizagem das crianças na escola, relação professor-aluno

e a prática docente, a importância da ludicidade na educação infantil e sobre as crianças e suas

necessidades de aprendizagem.

a) O ambiente educativo

No ambiente escolar fez-se a observação e através dela que pudemos identificar as

problemáticas e como é o relacionamento entre os integrantes do campo educativo, se eram

alegres, respeitados, solidários, se mantinham amizades com todos, se as regras de convivência

eram claras, conhecidas e respeitas por todos e se as crianças participavam da elaboração das

regras de convivência e se elas eram cumpridas e quando não eram o que acontecia. Para

verificar esses dados foram realizados entrevista com 5 professoras e estas declararam que:

a) O clima da escola é de alegria, amizade, respeito e solidariedade;

b) Na sala não há discriminação, pois se procuro tratar todos iguais;

c) As regras existem, mas não são respeitadas por todos;

d) Na sala de aula cada professor (a) justamente com seus alunos procura criar suas

regras para disciplinar as crianças e favorecer a convivência, o respeito e a responsabilidade.

O ambiente educativo é um indicador de qualidade, segundo o MEC, porque a escola é

um espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Nela os indivíduos se socializam,

brincam e experimentam a convivência com a diversidade humana. No ambiente educativo, o

respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, o combate à discriminação e o

exercício dos direitos e deveres são praticas que garantem a socialização e a convivência,

desenvolvem e fortalecem a noção de cidadania e de igualdade entre todos. Por isso que ela

vem ser um dos principais indicadores de qualidade.

Relatando sobre a sala de aula é importante frisar as regras utilizadas pela professora no

ambiente educativo que se reportavam aos horários de atividades que iniciam sempre depois

que a professora termina de recepcionar as crianças, depois ela cantava musiquinhas variadas

para despertar as crianças em sala, mas não era todo dia que ela cantava.

Quando chegava gente na porta da sala davam bom dia tinham bons modos, pois a

professora fez cartaz com as boas maneiras na parede da sala como: com licença, bom dia, boa

tarde, boa noite, sim senhor (a), desculpa, até logo, perdão, obrigado (a), pois não e ajude-me.

Estas são regras que as crianças têm que aprender desde pequeno. Porém essas regras

devem ser trabalhadas também em casa, porque não é só na escola que aprendemos. Pois

adquirindo esses conhecimentos as crianças obterão respeito, serão solidários e terão mais

facilidade de incluírem-se na sociedade.

B) A sala de aula: espaço de aprendizagem das crianças na escola

O espaço na educação é constituído como uma estrutura de oportunidades, é uma

condição externa que favorecerá ou dificultará o processo de crescimento pessoal e o

desenvolvimento das atividades instrutivas. […] o ambiente de aula, enquanto

contexto de aprendizagem, constitui uma rede de estruturas espaciais, de linguagens, de instrumentos e, finalmente, de possibilidades ou limitações para o desenvolvimento

das atividades formadoras.3

Os espaços físicos de uma instituição de educação infantil deve ter espaços suficientes

para acolher todas as crianças como retrata o tópico 4 das Diretrizes Operacionais da Educação

3Citação tirada de uma pesquisa onde os pesquisadores acreditam ser o espaço elemento importante para

auxiliar no desenvolvimento da criança, citamos Zabalza (1998, p. 236):

Infantil que fala sobre os espaços físicos e recursos materiais para a educação infantil.

a) Os espaços físicos das instituições de educação infantil deverão ser coerentes com sua proposta pedagógica, em consonância com as Diretrizes Curriculares

Nacionais, e com as normas prescritas pela legislação pertinente, referentes a

localização, acesso, segurança, meio ambiente, salubridade, saneamento, higiene,

tamanho, luminosidade, ventilação e temperatura, de acordo com a diversidade

climática regional.

b) As normas devem prever ainda o número de professores por criança,

dependendo de sua faixa etária, entre 0 e 6 anos de idade, em consonância com o art. 25 da LDB/96.

c) Os espaços internos deverão atender às diferentes funções da instituição de

educação infantil, contemplando:

- ventilação, temperatura, iluminação, tamanho suficiente, mobiliário e equipamento

adequado;

- instalações e equipamentos para o preparo de alimentos que atendam às exigências

de nutrição, saúde, higiene e segurança, no caso de oferecimento de refeição;

- instalações sanitárias suficientes e próprias para uso exclusivo das crianças;

- local para repouso individual, pelo menos para crianças com até um ano de idade, área livre para movimentação das crianças, locais para amamentação e higienização e

espaço para tomar sol e brincadeiras ao ar livre;

- brinquedos e materiais pedagógicos para espaços externos e internos dispostos de

modo que garantam a segurança e a autonomia da criança e como suporte de outras

ações intencionais;

- recursos materiais adequados às diferentes faixas etárias e à quantidade de crianças,

atendendo aspectos de segurança, higienização, manutenção e conservação.

Figura-5 Imagem da regência na Educação Infantil– 2010

Fonte: Kelly Cristina Pinto - 2010

Com relação a sala de aula do estagio era bem organizada, sendo pintada por dentro de

amarelo e por fora de azul com listras vermelhas, nela continha desenhos pendurados no teto da

sala, na parede tinha os numerais e suas quantidades, o painel com nomes das crianças, as

vogais e seus representantes, a casa do tempo (ensolarado, nublado e chuvoso), o quadro

branco que é bem decorado, tem as boas maneiras como (até logo, bom dia, sim senhor (a),

com licença, perdão, boa noite, pois não, desculpa, boa tarde, obrigado (a), ajude-me, por

favor), a data do aniversario de todas as crianças, na parede uma corda com grampo

identificando o nome de cada aluno para pendurar os trabalhinhos deles.

Possuía 01 armário onde a professora guardava os materiais que ela utiliza com seus

alunos como: tinta guache, lápis, régua, cola, papel oficio, EVA, cartolina, papel crepom, giz

de cera, entre outros materiais, as cadeiras são adaptadas para o tamanho das crianças elas são

arrumadas nos cantos da sala em formas de quadrado foi uma maneira que a professora

arranjou para melhor ensinar seus alunos e de dar atenção a todos.

A sala era bastante grande, tem 01 mesa e 01 cadeira para a professora, além de

cadeiras para os 28 alunos que foram matriculados. No entanto, compareciam apenas 25 (10

meninas e 15 meninos) todos com a faixa etária de 5 anos.

A importância do ambiente social para aprendizagem, como sala de aula deve ser para

Piaget – De dentro para fora. ―A aprendizagem se dar pela estrutura do pensamento através do

mecanismo interno que as produz‖.4 Os teóricos enfatizam de como deve ser a sala de aula e de

como ela deve ser organizada sendo o educador um dos principais responsáveis por essa

organização, a baixo serão abordados alguns pontos que são necessários em uma sala de aula.

Espaço privilegia mesas e cadeiras;

Movimentação das crianças tuteladas pelo educador;

Atividades prioritariamente desenvolvidas nas mesas e cadeiras, utilizando

materiais como papel e lápis;

Implicação pedagógica: Toda ação emana do educador que é o centro da prática

pedagógica;

Analisar estrutura da sala e do mobiliário;

Estabelecer tipos de atividades que serão realizadas nos diferentes espaços;

Considerar tipo de piso, iluminação, mobiliário;

Prever em que momentos da jornada os espaços serão utilizados e quais serão

utilizados simultaneamente;

Determinar os espaços que serão utilizados para exposições como painéis,

murais...

c) Relação professor - aluno e a prática docente

É importante que o aluno sinta no professor um aliado do seu processo de criação, um professor que quer que ele cresça e se desenvolva, que se entusiasma quando seus

alunos aprendem e os anima a enfrentar os desafios do processo educacional‖. (PCN,

V.6, p.102)

4Retirado do slide sobre organização dos espaços nas instituições infantis.

Durante os dias que estive em sala, pude verificar se a professora aceitava os

sentimentos dos seus alunos, desaprova atitudes, valoriza as respostas e os conhecimentos

trazidos por eles, sua iniciativa; bem como reforça os acertos, trabalha o erro do aluno; se

permite perguntas e estimula os alunos a participarem das atividades.

Sendo ela formada no magistério, nível superior completo em pedagogia, atua a 12 anos

na área da educação sendo sete (07) na educação infantil, trabalhando nos turnos matutino e

vespertino.

Figura 6- Imagem da sala de Educação Infantil no período da observação – 2010

Fonte: Kelly Cristina Pinto - 2010

Retratando sobre a prática pedagógica as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Infantil retrata que educar e cuidar de crianças de 0 a 6 anos supõe definir

previamente para qual sociedade isso será feito e como se desenvolverão as práticas

pedagógicas para que as crianças e suas famílias sejam incluídas em uma vida de cidadania

plena.

Para que isto aconteça, é importante que as Proposta Pedagógicas de Educação Infantil

tenham qualidade e definam-se a respeito dos seguintes fundamentos norteadores:

a) Princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do

respeito ao bem;

b) Princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da

criticidade e do respeito à ordem democrática;

c) Princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade, da qualidade

e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.

Como também podemos constatar nos Referenciais Curriculares Nacionais da Educação

Infantil:

―Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e

aprendizagens orientadas de forma integradas e que possam contribuir para o

desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e de estar

com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança e o acesso,

pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste

processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de

apropriação e conhecimento da potencialidades corporais, afetivas, emocionais,

estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e

saudáveis‖ (1998, p. 23).

Já as Diretrizes Operacionais enfatizam em uma das suas propostas pedagógicas e

regimento que:

Tal proposta, em suas práticas de educação e cuidado, deve integrar aspectos físicos,

afetivos, cognitivos, sociais e culturais das crianças, respeitar a expressão e as competências

infantis, garantindo a identidade, a autonomia e a cidadania da criança em seu

desenvolvimento. (p-42)

Em atendimento as exigências institucionais e a organização e determinação dos

conteúdos a serem trabalhados a professora desenvolve planejamento quinzenal, sempre de

forma coletiva com a orientação da coordenação pedagógica e é sempre baseada em livros de

Educação Infantil e nos PCNs sendo ele sempre flexível.

Sua metodologia até o momento que ficamos eram as musiquinhas cantada no inicio e

no decorrer das aulas antes, durante e depois das aulas. Participamos de todas as atividades

feitas pela professora em sala de aula, como: ensinando as crianças no dever; distribuindo as

atividades que eram rodadas; cantando com eles; levando eles para o banheiro; quando a

professora saia para merendar nós ficávamos cuidando das crianças na sala, porque a

professora não liberava eles para brincarem fora da sala, por medo de se machucarem no meio

das crianças maiores; servíamos merenda da escola para elas e depois da merenda levávamos as

vasilhas sujas para a cozinha; levávamos eles para beber água; participamos da festa da páscoa

que aconteceu no refeitório, eu e a colega ficamos cortando lembranças para o dia da páscoa;

ajudamos a professora a confeccionar as roupas do dia do índio; da reunião do projeto

AVANÇAR .

A prática pedagógica da professora deve, portanto contemplar ações que possam ajudar

essa criança, mas não podemos por a culpa toda na professora, pois isso aconteceu devido à

superlotação da sala, pois a Educação Infantil tem que abrigar no mínimo 20 crianças e nessa

sala eram de 28 e vão somente 25 alunos. Nessas horas a professora tem que ser dinâmica,

lúdica e criativa para trabalhar com essa situação, ou seja, ela deve ser profissional.

d) A importância da ludicidade na educação infantil

Sabemos que as crianças podem e devem aprender também através das brincadeiras,

dos jogos e das músicas e que os docentes não devem trabalhar somente com a teoria mas

também com a prática envolvendo o lúdico, pois é um método muito bom de se trabalhar com

as crianças, mas pudemos durante o estágio analisar que as crianças necessitam mais de aulas

que envolvam brincadeiras, ou seja, que tenham mais aulas práticas e que a professora trabalhe

com o lúdico dentro de sala.

Mas para que isso possa acontecer é preciso que o professor obtenha um bom gosto

pelas brincadeiras. O lúdico refere-se o jogo e brincadeira, o que é uma necessidade do ser

humano em qualquer idade, sobre tudo, não pode ser visto apenas como diversão. Por meio da

ação interventiva foi comprovado que o lúdico favorece a aprendizagem, além do

desenvolvimento pessoal, social e cultural, pois facilita os processos de socialização,

comunicação, expressão e construção do conhecimento.

A ludicidade é um incentivo não só para as crianças como também para o adulto, sendo

que é através do brincar que eles descobrem a maravilha que existe dentro de cada um.

Portanto, o lúdico é necessário para a criança desenvolver habilidades tornando-a aprendiz para

toda vida. Até o determinado momento das observações feitas, poucas foram as atividades

lúdicas, como musiquinhas, desenhos, brincadeiras de roda, colagem, mas não eram tão

intensas. As brincadeiras que a professora trabalhava em sala era coelhinho fora da toca, água e

terra, as músicas de rotina e outras, eram brincadeiras que poderiam envolver a mente das

crianças, seus movimentos sua interação com os colegas, mas não havia levado em nenhuma

forma de conhecimento para as crianças.

Durante as observações percebemos que as crianças aprendiam suas atividades com

bastante facilidade e rapidez, mas tinham outras que possuíam dificuldade de aprendizagem.

Fica um pouco difícil de a professora ficar todo tempo repetindo aquele assunto para 2em 3

alunos, por isso ela deveria ter utilizado métodos e dinâmicas mais criativas em sala de aula. A

ludicidade pode ser aplicada de diversas formas como:

Trabalhando as dificuldades dos alunos através de alguma brincadeira ou

musica;

Através de leituras infantis;

Quebra cabeças;

Lacunas e outras.

e) As crianças e suas necessidades de aprendizagem

As crianças eram pessoas muito amáveis, carinhosas e meigas, elas interagiam muito

bem com os coleguinhas de sala, com a professora, com funcionários, ou seja, com toda

comunidade escolar, pois nessa sala foram matriculadas 28 crianças, mas frequentam a sala

somente 25 alunos sendo 10 meninas e 15 meninos todos com idade de 5 anos. Suas

nacionalidades são brasileiras, as suas localizações de moradia estão divididas entre os bairros

de Coimbra e Colônia II, suas classes sociais são media.

Ao longo das observações percebemos que na sala tinha crianças que enfrentavam

alguns problema nas suas família, citaremos o caso do comportamento de uma criança que às

vezes era muito de rebelde, onde ele chegava a inventar coisas que não havia acontecido, como

casos que foram citados à cima, em um certo dia ele chegou dizendo o seguinte para nós na

sala: professora a mamãe apanhou em mim lá em casa, percebemos que essa criança passava

por grandes problemas na sua família, pois achávamos que ele era muito carente e quando nos

iríamos agradar ele parecia que nunca tinha recebido carinho em sua vida. Essa e as outras

situações citada à cima tem como características de necessidade de atenção, carinho, amor,

afeto, união. Não adianta isso acontecer somente na sala tem que acontecer na família também.

Segundo Craidy e Kaercher (2001),

Organizar o cotidiano das crianças na educação infantil pressupõe pensar que o estabelecimento de uma sequência básica de atividades diárias é, antes de mais nada, o

resultado da leitura que fazemos do nosso grupo de crianças, a partir, principalmente,

de suas necessidades. É importante que o educador observe o que as crianças brincam,

preferem ficar, o que lhes chama mais atenção, em que momento do dia estão mais

tranquilos ou mais agitados. Este conhecimento é fundamental para que a estruturação

espaço-temporal tenha significado. Ao lado disto, também é importante considerar o

contexto sociocultural no qual se insere a proposta pedagógica da instituição, que

deverá lhe dar suporte. (p.67)

Quando falamos em necessidade das crianças estamos falando das citadas durante as

observações que foram: alimentação, higiene, mau comportamento por parte de alguns, pois

esses problemas impedem que as crianças tenham uma boa aprendizagem na escola. O objetivo

da Educação Infantil conforme a LDBEN é:

Art. 29: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade

o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos

físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade.

A escola está cumprindo essas exigências, só não a de superlotação de sala de aula,

que uma sala de educação infantil tem que ter 20 alunos e na sala d as observações havia 28

crianças caso que a professora teria que se virar pra dar conta de todas aquelas crianças, dar-se-

á ai uma necessidade de a professora ensinar todas as 28 crianças, tem também sentido um

pouco a ausência da família e da comunidade na escola são pouco os que vão, pois as famílias

também são de grande influencia na aprendizagem das crianças.

Percebemos também que algumas crianças iam para a escola por causa da merenda. A

alimentação dos que levavam dinheiro era somente aquelas merendas industrializadas vendida

na escola. Quando eles iam merendar colocavam em cima da cadeira sem o guardanapo seria

preciso trabalhar a higienização dos alimentos e cuidado com suas saúdes. Portanto o que nos

levou a escolher a temática da regência foi esta problemática detectada.

2.2.2 O meu fazer pedagógico

a) o planejamento

Para a efetivação da regência tornou-se necessário a elaboração do planejamento de

aula. Este teve como tema central ―Alimentação humana,‖ objetivando conhecer a importância

da alimentação e sua contribuição para o desenvolvimento humano, pois percebeu-se que na

escola há um alto índice de consumo de alimentos e merendas artificiais. As crianças na

maioria das vezes trocam a merenda escolar por alimentos gordurosos e industrializados como

o refrigerante, o chito, o pastel, a pizza, e outros, onde estas podem causar graves

consequências à saúde do ser humano.

No relatório do CNE (CEB- paracer 22/98) está expresso que a questão da alimentação

não é uma preocupação atual, pois é resultado de prejuízos em relação às responsabilidades

conjuntas do Estado, da sociedade civil e da família sobre os cuidados de higiene, saúde,

nutrição, segurança, acolhimento, lazer e constituição de conhecimentos e valores

indispensáveis ao processo de desenvolvimento e socialização de crianças de 0 a 5 anos.

Desta forma, mesmo sabendo que o problema da alimentação ou da falta dela é um

problema histórico podemos dizer que atualmente estes se juntam a um outro grave problema

que é o consumo de alimentos industrializados nocivos à nossa saúde. Por isso que se deu a

importância de se trabalhar essa problemática, para conscientizar as crianças do que e de como

elas devem se alimentar.

A escola com sua função de educar e cuidar deve tratar da questão da alimentação, pois

é somente através de uma boa nutrição que as crianças poderão obter um desenvolvimento

integral que está expresso na LDBEN como um dos objetivos de Educação Infantil.

O plano foi de caráter interdisciplinar onde serviu de guia da regência supervisionado,

foi desenvolvida na sala do pré -II a qual se realizou a observação no período do estagio na

educação infantil.

Em virtude disso é que a regência supervisionada estava alicerçada, no planejamento

interdisciplinar. Heloisa Luck (2007) diz que:

Interdisciplinaridade é o processo que envolve a integração e engajamento de

educadores, num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo escolar

entre si e com a realidade, de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando a

formação integral dos alunos afim de que possam exercer criticamente a cidadania,

mediante uma visão global de mundo e serem capazes de enfrentar os problemas

complexos, amplos e globais da realidade atual.

Dessa forma o planejamento além de contemplar a interdisciplinaridade, também em

suas metodologias atendeu as perspectivas da visão interacionista no processo ensino-

aprendizagem. A visão interacionista embasou a realização da prática de regência, pois

segundo Motta (2010) o ser humano se desenvolve e aprende com o meio em que vive, levando

em consideração todo o contexto sócio histórico e cultural do individuo.

Portanto, a metodologia empregada foi de suma importância para conscientização das

crianças em relação à alimentação, de como se alimentar, suas origens e seus cuidados. Mas

para elaborar o plano foram seguidas as orientações de Sonia Kramer (2006) e da apostila do

estagio supervisionado na educação infantil que apresentou um roteiro de planejamento de aula

em cinco (05) momentos.

b) A aplicação do planejamento em sala de aula: o inicio á docência

―Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina‖

(Cora Coralina)

Figura 7 Imagem da regência na Educação Infantil– 2010

Fonte: Kelly Cristina Pinto - 2010

A regência foi realizada no dia 27 de maio de 2010, com a temática sobre alimentação

humana. Antes de começar a aula foram apresentadas as regras que iriam ser aplicadas em sala

que seriam:

a) Não iriam sair toda hora para ir ao banheiro;

b) Não sairiam para tomar água toda hora;

c) Sairiam somente se fosse necessário;

d) Iriam sair somente na hora do intervalo, acompanhado por mim ou minha

auxiliar;

e) Eles não iriam sair para merendar fora da sala, e que eles teriam que

guardar seus dinheiros, porque lanchariam na sala a merenda da escola e a que a

professora havia levado para sala de aula.

A aula foi iniciada com músicas infantis, uma atividade de rotina:

“Bom dia coleguinha, como vai... A nossa amizade cresce mais, cresce mais…

Faremos o possível, para sermos bons amigos. Bom dia coleguinha como vai, com

vai... Bom dia!”.

―Meu pintinho amarelinho cabe aqui na minha mão, quando quer comer bichinho,

com seus pezinhos eles riscam o chão. Ele bate as asas. Ele faz piu, piu. Mas tem

muito medo é do gavião”.

“Comer, comer,… Alimentos saudáveis para poder crescer… (2x). Comer, comer,…

Frutas naturais para poder crescer… comer, comer… verduras, para poder crescer…

Comer, comer… carnes e peixes para poder crescer… comer, comer”…[Readaptação

da música Eliana – comer, comer].

Essa última foi escolhida para cantar justamente para testar o raciocínio das crianças e

ver se elas tinham prestado atenção na letra da música e de que ela estava falando. Foi incrível

como elas aprenderam rápido, pois depois de terminarmos de cantar, fizemos perguntas para

eles sobres a música e souberam responder direitinho, ainda questionaram que haviam comido,

frutas, verduras, carnes e peixes, sendo que a minha idéia era de não falar para eles a temática

da regência e sim que eles descobrissem. Debatemos sobre a música, perguntamos quais os

alimentos que a música falava e quem gostava de comer frutas, verduras, carnes e peixes, eles

foram respondendo.

Depois mostramos um cartaz que representava os alimentos naturais e os artificiais,

exemplificando o que era bom e o que fazia mal para a saúde como o bombom, o chito, o

refrigerante, produtos que consomem muito na escola. Falamos sobre as consequências que

esses alimentos trariam para as suas saúdes e os alunos foram contribuindo com as falas. Um

disse que o bombom estragava os dentes, outros disseram que o chito deu dor de barriga nele

quando ele comeu e entre outros questionamentos.

Após a exposição do cartaz, passamos às crianças desenhos rodados no mimeógrafo,

para pintarem apenas os alimentos que fossem saudáveis a nossa saúde, todos fizeram a

atividade como eu pedi.

Antes do intervalo foram ensinados a maneira correta de lavar as mãos em sala de aula,

levei 02 bacias, 01 tacinha, 01 toalha, 01 sabão, coloquei as crianças na fila com a ajuda da

auxiliar para não me atrasar.

Cantamos com eles a musiquinha do: ―meu lanchinho, meu lanchinho, vou comer...

Pra ficar fortinho… e crescer”….Ao término do intervalo fizemos o jogo da adivinhação, onde

teriam que adivinhar os alimentos que fossem imitados.. Depois de olhos vendados

descreveram os alimentos oralmente com uma venda nos olhos usando os cinco sentidos, todos

participaram até os que nunca se interagiram em sala. O jogo segundo Vera Lúcia (2007) diz

que:

Através dos jogos cada criança terá a oportunidade de expressar seus interesses,

necessidades e preferências. O papel do professor será o de propiciar-lhes novas

oportunidades e novos materiais que enriqueçam seus jogos, porém, respeitando os

interesses e necessidades da criança de forma a não forçá-la a realizar determinado

jogo ou participar de um jogo coletivo.

Expusemos outro cartaz com figuras ilustradas sobre o lócus onde são adquiridos os

alimentos, se tratando dos alimentos naturais, vegetais e minerais, questionando a eles onde

seus pais adquirem os alimentos, se elas algumas vezes haviam ido para a plantação dos seus

pais e se elas conheceram onde se vendem esses alimentos na cidade.

Levamos para a sala uma bacia com variados tipos de frutas, verduras e alimentos

artificiais, pedimos para as crianças separarem os alimentos naturais dos artificiais,

perguntamos sobre a quantidade dos alimentos apresentados na bacia, depois fizemos a

identificação dos alimentos no quadro em forma de numeral.

Uma outra atividade foi colocá-las para fazer a correspondência com os alimentos

solicitados( saudáveis e não saudáveis). Esta foi feita no chão da sala com os próprios alunos,

os quase teriam que caminhar encima da linha que iria dar no alimento que respondesse a

pergunta. Foi muito bom, porque nós percebemos que eles prestaram atenção na aula, sendo

que todos queriam participar, essa atividade era onde se escolheria um aluno para fazer com

que ele pegasse o alimento saudável no meio dos industrializados ou vice-versa.

Por fim fizemos uma roda no meio da sala para que pudessem fazer à avaliação da

aula. Perguntamos se eles haviam gostado da aula, do que se tratava, se foi legal ou não. Eles

responderam que haviam gostado e que gostaram de comer as frutas que havíamos levado.

Durante toda a regência as crianças foram muito participativas nas brincadeiras, nas

atividades, perguntavam muito sobre a temática, elas ficavam ansiosas principalmente na hora

da merenda. Aprendemos muito nessa prática tanto com as crianças como com a orientadora e

a professora da sala. Como aborda Paulo Freire: ―Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.

Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos

sempre‖. Desta forma a regência foi um passo para a atuação profissional.

2.3 O Estágio nos Anos Iniciais

A disciplina Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais objetivou analisar a realidade

das instituições de educação dos anos iniciais do Ensino Fundamental, fazendo observações no

campo de estágio, participando das atividades de salas de aulas no campo de estágio,

identificando os desafios, refletindo sobre a prática docente para provocar o reconhecimento e a

incorporação de um referencial teórico-metodológico que contribua para a elevação de uma

práxis pedagógica consequente que transforme o ato educativo em possibilidade real de

intervenção e construção da realidade, chegando a produzir o relatório de estágio desta

disciplina. Ela foi desenvolvida na escola Cosme Jean

A Escola Municipal Cosme Jean é uma instituição de ensino que nos acolheu

amigavelmente, mas ela precisa se organizar um pouco, pois quando iria acontecer reuniões na

escola a professora onde fiz minhas observações era a última a saber, as vezes avisavam elas

quando já estava para começar a reunião, isso era um pouco chato, porque a professora não

tinha com que ela deixasse seus alunos, e ela não podia soltá-los porque tinha mães que não

gostavam que seus filhos voltassem para casa só.

Não frequentava muito a escola, pois a sala de aula que eu estagiei estava em anexo

em uma outra escola, o pouco que eu o conheci foi de fundamental importância para eu

elaborar este trabalho.

2.3.1 A observação e a participação ativa

A observação no campo de estágio correspondeu a 60 h da carga horária do estágio e

ocorreu entre os dias de 31 de agosto a 10 de novembro de 2010. Esta atividade constituiu-se

num dos procedimentos mais importantes na experiência de estágio na escola. Sendo uma das

mais antigas formas de conhecer a realidade do campo educacional, a observação consiste no

uso atento dos sentidos num objeto ou situação, na sua manifestação espontânea, para adquirir

um conhecimento determinado sobre um ou mais aspectos da realidade.

Nós acadêmicos estagiários observamos o ambiente escolar e a prática docente em

classes de anos iniciais do Ensino Fundamental. Ao longo, desta encontramos muitas

dificuldades, mas pudemos no Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais conhecer um pouco da

realidade vivida e enfrentada pelos educadores, e que não é uma coisa tão fácil de fazer.

As vezes falamos tanto dos educadores que não são competentes para estarem atuando

na área, sem conhecer a realidade e os desafios que enfrentam. Hoje podemos dizer que

sabemos que eles são guerreiros por estarem aguentando tudo o que é de ruim dentro de uma

sala de aula. Apresentaremos portanto, pontos fortes e fracos que foram observados dentro da

escola e da sala de aula como:

a) Pontos fortes- amizade com a professora da sala, bom relacionamento com as

crianças, com os secretários, a confiança da professora para conosco, conhecimento da

realidade da escola, o aproveitamento que o estagio nos deu de conhecer a realidade

educacional, o nível de formação dos professores da escola, onde todos tinham ou estavam

cursando ensino superior, a dinamicidade do gestor e as relações entre todos os sujeitos da

escola, dentre outra;

b) Pontos fracos- não encontrei pontos fracos com relação ao gestor, pois trabalha

coletivamente na escola, mas a escola não possui uma estrutura física adequada para

favorecer as diferentes atividades escolares e gestionárias, a escola precisa de salas anexos

em outra escola e essas as vezes são esquecidas, excluídas de alguns fatos que acontece ou

ira acontecer em sala de aulas e quando é avisada ;e de ultima hora: como as reuniões que

irão acontecer, mas participação dos pais em sala de aula, que os pais dessas crianças os

ajude mais em casa e não espere somente pela professora e uma outra preocupação é com a

alimentação das crianças.

Sugerimos aqui algumas iniciativas necessárias a serem tomadas para intervir nos

problemas que acontecem nessa escola.

1) Que as famílias se integrem mais na escola;

2) Que trabalhe bastante a leitura com essas crianças;

3) Que a escola faça dia de lazer com as crianças e seus pais;

4) Que façam concurso de livrinhos com as crianças as deixando usarem as suas

criatividades, trabalhando com eles ao mesmo tempo a leitura;

5) Que a escola proíba de vender alimentos industrializados e frituras;

6) Que ela faça uma cantina que seja higienizada e que vendam alimentos

saudáveis e que não sejam prejudiciais para as crianças;

7) Que a escola se organize para abrigar todos na mesma para que não tenha

mais anexo em nem uma escola;

8) Trabalhar interdisciplinarmente;

9) Trabalhar a realidade das crianças.

10) Sensibilizar as crianças e comunidade escolar como um todo da importância

de uma alimentação saudável

Com relação a este último elemento ele foi citado, pois as crianças na maioria das vezes

trocam merenda escolar por alimentos gordurosos e industrializados como o refrigerante, o

chito, e outros, onde estas podem causar graves consequências à saúde do ser humano.

No relatório do CNE (CEB, parecer 22⁄98) está expresso que a questão da alimentação

não é uma preocupação atual, pois é resultado de prejuízos em relação ás responsabilidades

conjunto do Estado, da sociedade civil e da família sobre os cuidados de higiene, saúde,

nutrição, segurança, acolhimento, lazer e constituição de conhecimentos e valores

indispensáveis ao processo de desenvolvimento e socialização de crianças.

Desta forma, mesmo sabendo que o problema da alimentação ou da falta dela é um

problema histórico podemos dizer que atualmente estes se juntam a outro grave problema que é

o consumo de alimentos industrializados nocivos à nossa saúde. Por isso que se deu a

importância de se trabalhar essa problemática, para conscientizar as crianças do que e de como

elas devem se alimentar.

Portanto, a escola com sua função de educar e cuidar a criança pequena deve tratar da

questão da alimentação, pois uma boa nutrição possibilita às crianças a saúde necessária à

obtenção do seu desenvolvimento integral, este o objetivo do Ensino Fundamental expresso na

LDBEN 9394/96.

Foi este problema que nos levou a escolher a temática da regência ―Alimentação

Humana‖, onde envolveria a alimentação vegetal, animal e mineral que será abordado no

capitulo seguinte, pois as crianças consumiam bastante alimentos industrializados.

2.3.2 A regência nos anos iniciais

O planejamento da regência foi interdisciplinar com o tema central: Alimentação e

Saúde. Ele foi o guia da regência supervisionada, a ser desenvolvida na sala do 1° Ano a qual

foi realizado a observação no período do Estágio nos Anos Iniciais.

Sabemos que o Ensino Fundamental como segunda etapa da educação básica, vem nos

impulsionar a conhecer a realidade das crianças nesta fase para sabermos como trabalhar com

elas para atingir a finalidade educacional, esta apregoada no artigo 32 da LDBEN⁄1996 e diz

que:

[...] o ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na

escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação

básica do cidadão, mediante

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o

pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a

aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana

e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social

Foi de fundamental importância, assim, se trabalhar a alimentação humana, com as

crianças, pois deve ser proporcionado a elas conhecer os tipos de alimentação. Como aborda a

CF⁄1988:

―É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,

com absoluta prioridade, o direito á vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao

respeito, á liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a

salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e

opressão‖. (art. 227).

O direito à alimentação além de está expresso na CF⁄1988, também é apresentado no

ECA (1990) em seu artigo 4º. o qual trata as crianças como sujeitos de direitos devendo assim

serem reconhecidas em qualquer espaço da sociedade, principalmente nas escolas.

Em consonância, as Diretrizes Curriculares Nacionais vêm especificando que nas séries

Iniciais devem ser favorecidos a obtenção de princípios éticos da autonomia, da

responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; dos princípios políticos que

dão direitos e deveres as crianças à cidadania, à criticidade, e do respeito à democracia e o

princípio estético da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de

manifestações artísticas e culturais, sendo estes direitos da criança para sua participação ativa

na sociedade.

Nesse sentido o trabalho com as condutas e valores humanos na sala de aula é

legitimado pelas Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental onde em seu artigo 3°, inciso

III estabelece que:

As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constituídas pela interação

entre os processos de conhecimento com os de linguagem e os afetivos, em

consequência das relações entre as distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarizados; as diversas experiências de vida de alunos, professores e

demais participantes do ambiente escolar, expressadas através de múltiplas formas de

diálogos, devem contribuir para a constituição de identidades afirmativas, persistentes

e capazes de protagonizar ações autônomas e solidárias em relação a conhecimentos e

valores indispensáveis à vida cidadã.

Em virtude disso é que a regência supervisionada foi alicerçada, no planejamento

interdisciplinar, que consiste, portanto na inter-relação entre todas as disciplinas trabalhadas

nos Anos Iniciais e com o propósito de se obter uma visão mais holística da realidade. A visão

interacionista embasou a realização desta prática, pois segundo Motta (2010) o ser humano se

desenvolve e aprende com o meio em que vive, levando em consideração todo o contexto sócio

histórico e cultural do individuo. Portanto, a metodologia da regência buscou sensibilizar

crianças em relação à alimentação, do modo de se alimentar, das suas origens e dos cuidados

necessários. Para isso o planejamento foi interdisciplinar e abordou um tema transversal, pois:

Na prática pedagógica, interdisciplinaridade e transversalidade alimentam-se

mutuamente, pois o tratamento das questões trazidas pelos Temas Transversais expõe

as inter-relações entre os objetos de conhecimento, de forma que não é possível fazer um trabalho pautado na transversalidade tomando-se uma perspectiva disciplinar

rígida. A transversalidade promove uma compreensão abrangente dos diferentes

objetos de conhecimento, bem como a percepção da implicação do sujeito de

conhecimento na sua produção, superando a dicotomia entre ambos. Por essa mesma

via, a transversalidade abre espaço para a inclusão de saberes extra-escolares,

possibilitando a referência a sistemas de significado construídos na realidade dos

alunos. (PCNs, 1998, p.30)

Figura 8 Imagem da regência nos Anos Iniciais – 2010

Fonte: Kelly Cristina Pinto - 2010

A minha regência foi realizada no dia 11de novembro de 2010, com a temática sobre

alimentação, cheguei na escola as 06:30 da manha, com a minha colega que foi minha auxiliar.

Neste dia compareceram 24 alunos (12 meninos e 12 meninas).

Antes de começar as aulas apresentei para as crianças as regras que eu aplicaria dentro

da sala como: não teria intervalo, contagem até 03 quando os alunos estiverem inquietos.

Em seguida iniciei a aula com a oração do Pai Nosso, depois cantei a música do

indiozinho que é cantada da seguinte maneira:

1,2,3, indiozinho- 4,5,6, indiozinho, 7,8,9 indiozinho-10 no pequeno bosque

bote. Iam navegando rio abaixo, quando o jacaré se aproximou, e o pequeno

bote do indiozinho quase (2x) virou, mas não virou.

Introduzindo a temática, comecei a aula contando a história da alimentação (semana da

alimentação) através do alimentoche, onde a historia falava o seguinte:

Tia Zilá: - Olá, amiguinhos! Eu sou a tia Zilá. Temos um assunto muito importante

para conversarmos. É sobre a alimentação. - Hoje estamos aqui para falar de algumas amigas

que nos querem muito bem. As frutas: que são gostosas, nutritivas e tem vitaminas, o que é

muito importante para nossa saúde. - E com vocês as frutas. Todas as frutas: Olá amiguinhos!

Nós estamos aqui para defender vocês das doenças, protegendo seu organismo contra

desnutrição. Tia Zilá: - Vejam só quem está aqui: a maçã e o tomate. Maçã: - Eu sou a maça,

sou muito gostosa, vou deixar você, com a pele formosa. Tomate – Eu sou o tomate,

vermelhinho, vermelhinho. Aqui e ali. Sou sempre seu amiguinho. Tia Zilá: - Vejam quem veio

dar uma ajuda: o mamão e o limão. Mamão: - Eu sou o mamão. Sou um campeão. Na luta

contra a desnutrição. Limão: - Eu sou o limão. Sou forte de montão contra a gripe, sou um

campeão. Tia Zilá: - Vejam só quem está aqui para o suco: o abacaxi e o caju. Abacaxi: Eu

sou o abacaxi. Nutritivo e gostoso. Colocado no suco fico muito saboroso. Caju: - Eu sou o

caju. Que suco gostoso, pro seu lanche, ficar delicioso. Tia Zilá: - É com vocês, nosso amigos

inseparáveis: laranja e banana. Laranja: - Eu sou a laranja, gostosa e docinha, pra cuidar de

todos vocês, amiguinhos. Banana: - Eu sou a bananinha, sou forte e amarelinha de todos os

coleguinhas. Todas as frutas: - Somos o batalhão da saúde, cuidamos de todos para que

tenham sempre muita saúde.

Esta historinha foi escolhida para testar o conhecimento das crianças e ver se elas

haviam prestado atenção na historinha e de que ela estava falando, pois alguns não souberam

me responde quando eu havia perguntado para eles do que estava falando a historinha, depois

que fiz as perguntas para eles.

Em seguida expôs-se cartazes com figuras ilustrativas, explicando para eles o real

significado daquelas figuras que representavam os alimentos. Fizemos leitura e escrita de

palavras e silabas. Formamos palavras com a palavra alimento. Depois apresentamos os nomes

dos alimentos em ficha, fazendo leitura dos alimentos em fichas, em seguida fizemos a

separação das silabas.

Logo deu a hora do intervalo, eles foram merendar a merenda da escola quando eles

terminaram distribui para eles a merenda que eu havia levado.

Contudo na regência/docência trabalhamos interdisciplinarmente com as disciplinas de

Ciências, Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, Historia, Artes, Temas Transversais e a

Avaliação oral com os alunos, onde foi muito interessante a integração dos mesmos na aula,

pois eles gostaram das atividades porque nela estava envolvido pintura, as contagens de

números nas palavras que foram expostas como laranja, caju e outros.

Essa foi muito importante para a nossa formação como futuros profissionais da

educação, sendo esse como o último estágio ao mesmo tempo me ajudou a escolher qual ramo

quero seguir, mas considero esses como um passo é um dos objetivos alcançados, estagiando

nessas áreas coisa que todos nós sabemos que não é fácil, mas nos superamos, e ficamos

somente lembrando do que passamos nesses estágios.

3 BRINCO, LOGO EXISTO: O LÚDICO COMO INSTRUMENTO

METODOLÓGICO NA EDUCAÇAO INFANTIL

Um homem somente brinca quando ele é humano no sentido amplo da palavra, e ele

somente é humano no sentido amplo da palavra quando ele brinca.

(Friedrich Schiller)

O capítulo objetiva abordar os resultados da pesquisa realizada durante as disciplinas de

Prática da Pesquisa Pedagógica sobre a temática Brinco, Logo Existo: O Lúdico Como

Instrumento Metodológico Na Educação Infantil. A pesquisa tinha como objetivo analisar a

importância da ludicidade, identificando os motivos que impediam ou possibilitavam a

utilização do lúdico na prática educativa, reconhecendo a ludicidade como um fator

imprescindível na qualidade desta etapa de ensino e demonstrando o desenvolvimento das

atividades lúdicas ressaltando a sua aplicação no cotidiano escolar.

O título Brinco, Logo Existo é tomado de empréstimo de Silene de Moreira de Souza,

onde a autora faz uma alusão a célebre frase de René Decartes (século XVII): penso, logo

existo, que deu origem a teoria do conhecimento racionalista, na qual a razão é o instrumento

de autodeterminação e por meio dela o homem encontraria suas respostas, teria dignidade, seria

valorizado na sociedade e alcançaria sua plenitude. A mesma ao fazer esta alusão, pensou-se

em inferir que por analogia, a criança ao brincar, pode chegar a momentos nos quais elabora –

do ponto de vista da psicanálise – suas fantasias. Exercita, igualmente, a curiosidade extrema e

incansável, procurando respostas na situação lúdica apresentada e, que, por meio do brincar, a

criança teria sua condição valorizada, sentiria a plenitude de ser e de pertencer a um contexto

que a reconhece e a determina enquanto sujeito que pensa e sente.

Mas o que justificou esta pesquisa? A observação da falta da prática de ludicidade no

ensino da Educação Infantil, assim como o espaço utilizado, para a realização das atividades

escolares, principalmente nas salas de aula suscitaram o desenvolvimento dessa pesquisa onde

buscou-se contribuir com a melhoria da qualidade de ensino, mostrando que, mesmo diante das

dificuldades, é possível aplicar o lúdico. A realização da pesquisa sobre a problemática se fez

necessária, por causa da necessidade de uma melhor formação das crianças na Educação

Infantil, com o propósito de formar educandos autônomos e críticos.

Com a finalidade de alcançar os objetivos propostos desenvolveu-se uma metodologia

que auxiliasse na compreensão do objeto de estudo. De acordo com Minayo (1994)

metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. Nesse

sentido os procedimentos metodológicos referiram-se às abordagens e instrumentos do

processo de investigação, configurando-se em um caminho entre o pensamento e a prática.

Por ser uma pesquisa na área de ciências sociais, onde a educação faz parte, foi

imprescindível que se fizesse uma abordagem qualitativa, mas sem descartar o aspecto

quantitativo, visto que estes dois processos se complementam. Dessa forma foi realizada uma

pesquisa de natureza qualitativa, a qual para Denzin & Lincoln (2006) envolve o estudo do uso

e a coleta de uma variedade de materiais empíricos que descrevem momentos significativos

rotineiros e problemáticos na vida dos indivíduos.

Para isso utilizou-se uma pesquisa-ação, pois é uma ―linha de pesquisa associada a

diversas formas de ação coletiva orientada em função da resolução de problemas ou de

objetivos de transformação‖ (THIOLLENT, 2007). Sendo assim, esse tipo de pesquisa

possibilitou fazer um trabalho que envolvesse todos os atores do processo educativo visando

resolver problemas práticos.

Como instrumentos de pesquisa primeiro foi utilizado a pesquisa bibliográfica, pois de

acordo com Lakatos e Marconi (1991) ―a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias,

abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo‖, ou melhor,

buscamos através das leituras a fundamentação teórica que foi dando respaldo científico à

pesquisa. As mesmas autoras (1991) se reportam a Manzo (1971)para dizerem que a pesquisa

bibliográfica oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como

também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente,

permitindo assim ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de

suas informações.

No processo de coleta dos dados onde esse momento diz respeito à entrada do

investigador no campo de pesquisa, usou-se a entrevista e a observação participante, porque

estes instrumentos são eficazes na pesquisa qualitativa, já que possibilitam abstrair dados

objetivos e subjetivos.

No tocante a entrevista deu-se em forma de questionários com questões abertas e

fechadas, por isso ela foi semi-estruturada. Esta foi aplicada a gestora, a cinco (05) professoras

e cinco (05) alunos com o objetivo de conhecer a importância e a utilização do lúdico no

ambiente escolar nas falas dos sujeitos.

Com relação a observação que foi do tipo participante, buscou-se verificar se realmente

as falas dos sujeitos eram condizentes com o que era desenvolvido no cotidiano escolar.

Segundo Neto (apud MINAYO, 1993)

A importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de

situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez,

observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais

imponderável e evasivo na vida real. (p. 60)

Após a coleta de dados e a organização dos mesmos, se fez o confronto dos resultados da

investigação com a teoria. Por fim com base nos resultados alcançados fez-se uma aula prática,

numa turma de Jardim I, com crianças de 4 anos, onde foram desenvolvidas metodologias

lúdicas com jogos, brincadeiras e histórias infantis. Nesta ação buscou-se sensibilizar as

professoras e gestora que também se aprende brincando, assim como contribuir no

desenvolvimento das crianças, as quais demonstraram entusiasmo e facilidade de desenvolver

os aspectos físicos, cognitivos, psicológicos e sociais por meio do lúdico.

Ao término da pesquisa buscou-se encontrar possíveis soluções que contribuíssem na

transformação da realidade investigada. De acordo com essas abordagens nos preocupamos em

fazer uma pesquisa de acordo com os questionamentos abordados pelos procedimentos

metodológicos, para que não pudéssemos fugir do posicionamento e dos objetivos da pesquisa

que aqui foram enfatizados.

Constatou-se assim que a realização da pesquisa-ação foi necessária, por causa da

necessidade de uma melhor compreensão da formação das crianças na Educação Infantil, com

o propósito de desenvolvê-las em todos os seus aspectos, tornando-as capazes de aprender e de

interagir no meio da sociedade sem dificuldades.

Para melhor compreendermos a pesquisa o presente capítulo está organizado em

subtópicos que apresentarão a discussão da temática à luz da teoria, à caracterização do campo

e dos sujeitos da pesquisa e os resultados do estudo realizado, bem como as análises que

favorecem uma maior compreensão da realidade da educação infantil.

3.1O lúdico e a educação infantil: um olhar à luz da teoria

3.1.1 Educação infantil: aspectos históricos e legais Pode-se falar de ―educação infantil‖ em um sentido bastante amplo, envolvendo toda

e qualquer forma de educação da criança na família, na comunidade, na sociedade e

na cultura que viva. (KUHLMANN, 2000, p. 469)

Podemos ressaltar que nas últimas décadas do séc. XX, a educação infantil brasileira

passou por vive intensas transformações. É durante o regime militar, que tantos prejuízos

trouxeram para a sociedade e para a educação brasileiras, que se inicia esta nova fase, que terá

seus marcos de consolidação nas definições da Constituição de 1988 e na tardia Leide

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996.A legislação nacional passa a reconhecer

que as creches e pré-escolas, para crianças de 0 a 6 anos, são parte do sistema educacional,

primeira etapa da educação básica.

A instituição educacional criada para as crianças até 3 anos, a creche, surgiu

posteriormente àquelas destinadas às crianças maiores. Froebel, fundador do jardim - de

infância, na Alemanha, em 1840, chegou a escrever sobre a educação desde a mais tenra idade,

como no seu livro para as mães com sugestões de cantigas, brincadeiras e cuidados com os

bebês. Mas o jardim – de - infância não foi pensado para esses pequenos(KUHLMANN &

BARBOSA, 1998).

Na Conferência Nacional de Proteção à Infância, realizada no Rio de Janeiro em 1933,

Anísio Teixeira enfatizou a importância de a criança pré-escolar ser vista não apenas sob o

ângulo da saúde física, pois seu crescimento, seu desenvolvimento e a formação de seus

hábitos envolveriam ―facetas pedagógicas como habilidades mentais, socialização e

importância dos brinquedos‖(BRITES, 1999, p. 81) (apud KULHLMANN, 2000).

Em conferência proferida na Escola Nacional de Belas-Artes, na abertura da II Semana

de Estudos, promovida pelo Comitê Nacional da Organização Mundial de Educação Pré-

Escolar, Lourenço Filho (1959 (Apud KUHLMANN, 2000)) afirmava:

[...] não se pode tratar de questões da pedagogia atual sem que se fale de jogo e

atividades livres. Como hoje observam graves filósofos, a cultura humana brota do

jogo como jogo, e nele, e só por ele, vem a desenvolver-se. Pelo menos, o jogo é anterior a qualquer construção da cultura, o que demonstra que por ele é que se

manifestam as forças criadoras do homem. (p. 79-80)

As idéias de Mário de Andrade sobre a criança e o parque infantil valorizaram uma

nova referência para a nacionalidade, com elementos do folclore, da produção cultural e

artística, das brincadeiras e dos jogos infantis (FARIA, 1999). Mas os parques infantis também

incorporam a ênfase na Educação Física, já anunciada nos discursos de Alfredo Ferreira de

Magalhães. O jardim – de - infância estadual também passa a adotar uma orientação esportiva,

voltada para a cultura física. Nesse aspecto, distancia-se do modelo pedagógico froebeliano, do

jardim-de-infância do final do Império e do início da República. Ali, a educação moral, a

formação do cidadão, passava pelo cultivo da polidez, da ordem e do senso estético, por meio

de exercícios regrados conduzidos pela mestra. O que se observa é que sempre se alega o

argumento de que a proposta educacional corresponderia às necessidades da criança.

As creches, de algum modo, compartilharam desse clima pedagógico. Em publicação

do Departamento Nacional da Criança- DNCr, em 1952,ressalta-se que, de 29 creches

pesquisadas, em mais de50% delas havia um jardim-de-infância. O texto defendia a existência

nas creches de material apropriado para a educação das crianças: ―caixa de areia, quadros-

negros, bolas, blocos de madeira, bonecas, lápis, tesouras, livros, papel, quadros, roupas de

bonecas, pastas de modelos, livros de pano, pratos para bonecas, brinquedos de animais,

‗puzzles‘, carrinhos de bonecas, material de costura, caixinhas, cubos, em butíveis, pianos

etc.‖. A recreação é outro ponto fundamental: ―pela atividade lúdica, pelo exercício das

atividades espontâneas, a criança entra em contato com o ambiente e se torna mais objetiva e

observadora; aprende a manipular os objetos, desenvolve o equilíbrio e a habilidade

neuromuscular‖(VIEIRA, 1986, p. 170).

De acordo com Aristeo Leite Filho (1997, p. 123-126), a proposta de Heloísa Marinho,

nas décadas de1950 e 1960, também defendia uma educação em que a atividade criadora da

criança superasse em valor educativo os exercícios formais do jardim-de-infância tradicional.

No livro Vida e educação no jardim de infância, ela afirmava:

No começo do século, a jardineira ministrava educação sensorial com materiais

destinados à comparação sistemática de formas, tamanhos, coloridos. A atividade da

criança se restringia a obedecer às instruções da mestra. Hoje, a mestra incentiva a

evolução natural e a criança é quem toma a iniciativa de organizar a sua própria

atividade criadora. [...] A experiência produz conhecimento. Constitui a experiência

vivida a única fonte do verdadeiro saber.( apud KUHLMANN, 1998, p-15)

O enfoque assistencialista e compensatório de carências familiares, fundamentado numa

concepção naturalizada de infância que marcou as origens da educação infantil no Brasil,

permaneceu hegemônico por várias décadas. Nesse período não houve um significativo

aumento do atendimento às crianças de 0 a 6 anos em instituições educacionais, ficando a

responsabilidade por tal atendimento ora imputada ao poder público, ora a cargo da iniciativa

privada, caracterizando uma situação na qual

O governo proclama(va) a sua importância [do atendimento à criança em idade pré-escolar] e mostra(va) a impossibilidade de resolvê-lo dada as dificuldades financeiras em que se encontra(va), enquanto imprimia uma tendência assistencialista e paternalista à proteção da infância brasileira, em que o atendimento não se constituía em direito, mas em favor (KRAMER, 2003, p. 61).

Segundo Kramer (2003), o período que vai da década de 1930 até a década de 1980 foi

marcado, no campo da educação infantil, pela criação e extinção de diversos órgãos que tinham

como objetivo o atendimento à infância. Esse atendimento assume uma tônica médico-

higienizadora, enfocando as questões relativas à infância numa perspectiva individualista, que

tratava os problemas ligados à criança como advindos da estrutura familiar, sem uma

abordagem das questões sociais mais amplas envolvidas.

Para a mesma autora o caráter de fragmentação no campo do atendimento à criança

brasileira se revela no deslocamento da ênfase às questões ligadas à saúde para aquelas

referentes à assistência social e, finalmente, para a educação, num movimento em que as novas

tendências não englobam as anteriores. A consequência desse processo é uma transferência de

responsabilidades de uma área a outra do atendimento – assistência, saúde e educação. Nesse

processo de fragmentação de responsabilidades, também a criança é fragmentada e deslocada

dos problemas inerentes ao contexto social mais amplo no qual ela está inserida.

A década de 1970 se caracteriza por uma situação na qual o atendimento pré-escolar,

embora considerado importante, não é assumido ainda pelo Estado como direito, nem

tampouco pensado em termos qualitativos. A marca desse período é o atendimento de baixo

custo, oferecido em espaços improvisados e com pessoal sem a qualificação necessária,

baseado numa concepção de atendimento à infância de caráter compensatório. Rosemberg

(2002) (Apud KULMANN, 2000) destaca algumas ideias acerca dos modelos de atendimento à

criança pequena em países subdesenvolvidos que circularam naquele período,

(...)educadores (as) ou professores (as) leigos (as), isto é, não profissionais,

justificando salários reduzidos; espaços improvisados, mesmo quando

especificamente construídos para a Educação Infantil; improvisação, também, de

material pedagógico, ou sua escassez, como brinquedos, livros, papéis e tinta. A

educação infantil para os países subdesenvolvidos tornou-se a 'rainha da sucata'

(ROSEMBERG, 2002, p.35).

As políticas de atendimento pautadas na improvisação de recursos e espaços para o

trabalho com a criança pequena sequer consideravam a questão da formação do profissional

que trabalharia com as crianças: "o pessoal seria recrutado entre 'as pessoas de boa vontade', à

base do voluntariado, reservando-se o pagamento para alguns técnicos necessários à supervisão

e coordenação dos serviços, cujos encargos seriam de maior responsabilidade" (KUHLMANN

Jr, 2000, p. 489). A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n º 4024/61 não

faz qualquer menção à formação necessária aos professores que atuariam no chamado "Pré-

Primário", o que leva a crer que profissionais leigos poderiam atuar nesse segmento

(BONETTI, 2004). A ausência de preocupações com a formação do profissional da educação

infantil estaria ligada ao mito da mulher como educadora nata, que exerce no espaço público

aquelas funções próprias à condição feminina, por ser vocacionada para esse exercício. Dessa

forma a formação, assim como a remuneração, configuram-se como desnecessárias.

O olhar retrospectivo às políticas de atendimento à infância e de formação dos

profissionais que trabalham com a criança pequena revela que ainda há muito a conquistar no

reconhecimento das especificidades da educação infantil. Kramer (2005) aponta a dotação de

verbas específicas para essa primeira etapa da educação básica, a formação dos profissionais

que nela atuam e a construção de alternativas curriculares como alguns dos desafios que

cumpre enfrentar para que a educação infantil possa se efetivar como direito da população de 0

a 6 anos e de suas famílias. Nesse sentido, há ainda um longo caminho a percorrer para que as

conquistas no plano da legislação se traduzam na melhoria do atendimento à criança pequena.

Atualmente a Educação Infantil, no Brasil, é reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional como a primeira etapa da Educação Básica frisa que:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade

o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,

psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e

registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso

ao ensino fundamental. (LDBEN 9394/96)

A legislação educacional também expressa a necessidade das crianças terem tempo e

espaço físico que propiciem condições educativas, estimuladoras de suas capacidades e

potencialidades, pois de acordo com os Parâmetros de Infra-Estrutura a escola de educação

infantil tem que esta adaptada da seguinte forma:

(…) deve-se organizar um ambiente adequado à proposta pedagógica da instituição,

que possibilite à criança a realização de explorações e brincadeiras, garantindo-lhe

identidade, segurança, confiança, interações sócio educativas e privacidade,

promovendo oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento(2006, p.16)

Os pilares da Educação Infantil, que buscam acompanhar as crianças e propiciar

estratégias para seu desenvolvimento integral, organizam-se considerando três aspectos

fundamentais: cuidar, educar e brincar.

3.1.2 Criança e ludicidade uma relação necessária No brincar, a criança interpreta variados papéis, assume responsabilidades, estabelece

relações, desenvolve atitudes de respeito e de cooperação, aprimorando etapas do

desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e psicomotor, percebendo-se capaz de

vencer desafios ao vivenciar cada papel. (SANTOS, 2001, p.128)

O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo‖. No entanto

segundo Almeida(2006) as implicações da necessidade lúdica extrapolam as demarcações do

brincar espontâneo. A ludicidade serve para ajudar tanto a criança quanto ao professor a formar

um espaço de aprendizagem, onde ambos realizaram simbolicamente o que mais tarde

demonstrarão na vida real. Mas para que o professor consiga alcançar esse objetivo é preciso

que ele tenha um bom gosto por criança e pela brincadeira.

Segundo Maluf (2003), um professor que não gosta de brincar nunca irá observar seus

alunos vivenciando práticas lúdicas, e também não reconhecerão o valor das brincadeiras na

vida da criança. Pois é nessas horas que esse professor, deve mostrar seu lado criativo.

Conforme Piaget apud professores da pré – escola (1991) as atividades lúdicas constitui

formas de representação através das quais se revela o mundo interior da criança.

Então podemos afirmar que a ludicidade é uma realidade que vem sendo esquecida

pelas escolas, e que se pararmos para pensar, veremos que por meio delas despertaremos na

criança o interesse pelos estudos.

Segundo Maluf (2003), a escola simplesmente esqueceu a brincadeira. Na sala de aula é

utilizada como um papel didático, ou é considerada uma perda de tempo. Até no recreio a

criança precisa conviver com um monte de proibições.

Se pararmos para observar as crianças em sua realidade, nos deparamos que nós temos

muito que aprender com elas.

Certamente as crianças têm muito a nos ensinar, pois se entregam ao mundo das

brincadeiras, apesar de terem ainda tão clara a realidade, permitindo-se entrar no tem

do faz-de-conta e lá permanecer o tempo que acharem necessário, elaborando suas

emoções. (MALUF, 2003, p.67)

A ludicidade, assim, faz parte da vida de qualquer individuo, ela nos ajuda a conhecer o

lado bom da vida e a reconhecer o que ela proporciona para nós, tanto na vida das crianças

como na dos adultos. O ser humano quando pratica as atividades lúdicas com o passar do

tempo descobre que está vivendo outra vida, mas isso só aconteceu devido ter praticado a

ludicidade.

Segundo Paín (1985) a atividade lúdica nos fornece informações sobre os esquemas que

organizam e integram o conhecimento num nível representativo. A ludicidade como se sabe é

relativo a jogo, a brincadeira que na verdade não é usado só com crianças, mas sim envolvendo

todo ser humano.

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista

apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o

desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde, facilita os

processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.

(SANTOS, 1997, p. 12)

E para se trabalhar com crianças o educador deve ter uma boa formação lúdica ou obter

um bom interesse pelo mesmo, mas até aquele educador que não tem nem uma formação faz

seu trabalho em sala de aula melhor do que aquele que tem uma profissão, pois:

A formação publica deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se como pessoa,

saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear suas resistências e te uma visão

clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança do jovem e do

adulto. (SANTOS, 1997, p. 14)

O educador, dessa forma, tem que adquirir bom gosto de vivenciar a sua ludicidade,

quanto mais ele obter esse gosto mais ele vai sentir o prazer em aplicar suas atividades com as

crianças, pois ―quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este

profissional trabalhar com a criança forma de uma forma prazerosa‖. (SANTOS, 1997.p.14)

Sabemos que para o educador aplicar melhor suas atividades lúdicas na escola é

preciso, que a mesma tenha um espaço amplo, para as crianças se sentirem mais a vontade,

porque é também através da brincadeira que a criança descobre o ser que existe dentro de si,

pois:

No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e ao espaço valem e significam outra

coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. (RCNs, 1998,

p.27)

No entanto, a ludicidade é uma coisa boa, um incentivo não só para as crianças como

também para o adulto, pois é através do brincar que eles descobrem a maravilha que existe

dentro de cada um, sabemos que: ―brincar é uma necessidade básica assim com é a nutrição, a

saúde, a habilitação e a educação‖. (SANTOS, 1997, p.20)

Em se tratando do adulto quando ele volta a brincar, ele está buscando a sua auto -

realização e o interesse pela sua própria vida pensavam nós que o adulto enquanto adulto, não

voltaria mais a ser criança, pelo contrario. Para Santos no entanto,

O adulto que volta a brincar não se torna criança novamente, apenas ele convive,

revive e resgata com prazer a alegria do brincar, por isso é importante o resgate desta

ludicidade, afim de que se possa transpor esta experiência para o campo da educação,

isto é, a presença do jogo. (, p.14)

Sabe-se que para o educador ser um bom lúdico é preciso que ele tenha uma boa

educação, pois é através dela que ele aprimora seu conhecimento e repassa ao educando.

Segundo o dicionário de Pedagogia (2003) a educação é a ação exercida por meio de métodos

particulares, como o objetivo de desenvolvimento ou preparação social, intelectual, moral,

física, e afetiva de uma criança ou jovem.

Portanto podemos dizer que a educação é de fundamental importância na vida do

lúdico, porque é através dela que o educador vai se aprimorar melhor em seu conhecimento, no

entanto. Mas como diz Maluf (2003) a tendência atual na educação é não perder de vista o

lúdico. Atividades prazerosas deveriam fazer parte do dia-a-dia das crianças (p.33).

Para isso torna-se necessário espaço que favoreçam o lúdico na escola, como uma

brinquedoteca. Para o mesmo autor uma brinquedoteca é de fundamental importância na

escola, pois:

Para trabalhar numa brinquetodeca é necessário um profissional que, antes de tudo,

seja um educador; deve ter em sua formação conhecimento de ordem psicológica,

sociológica, pedagógica, artística, etc. Enfim, deve ter aprofundado áreas do

conhecimento que ampliaram sua visão do mundo, tornando-a mais clara critica em

relação a criança, ao jogo e ao brinquedo; deve ser um profissional que tenha determinação, iniciativa, que saiba sorrir, cantar e, principalmente, que saiba e goste

muito de brincar. (p.65)

Podemos declarar que o brinquedo é um instrumento de educação para o público

infantil, porque ao pegar um brinquedo a criança descobre que ele não é um objeto que está em

suas mãos apenas para satisfazê-lo, mas sim os tornando educando para a vida.―O brinquedo

não é apenas um objeto que as crianças usam para se divertirem e ocuparem o seu tempo, mas é

um objeto capaz de ensiná-las e torná-las felizes ao mesmo tempo‖. (MALUF, 2003, p.45)

Por isso tornasse importante que as escolas também tenham espaços que propicie as

diferentes atividades e possuam diferentes brinquedos, pois para a escola trabalhar a ludicidade

é preciso que ela tenha bastante espaço para que as crianças possam se sentir em casa. Através

do brinquedo livre nos diversos espaços, observam-se os diferentes encaminhamentos dados

pelas crianças para problemas semelhantes. Nessas trocas, elas realizam grandes

aprendizagens. As brincadeiras de faz-de-conta; a ação imaginativa vivenciada, que reproduz

situações reais, mostram que a criança repete o conhecido para compreendê-lo e para melhor

adaptar-se. Toda criança, ao brincar, decide sobre o quê, como, com quem, com o que e onde

brincar e com isso aprende aonde quer chegar. Nessa proposta, o educador tem bem presente a

importância do brincar na infância e vale-se deste momento para enriquecer o processo de

ensino e de aprendizagem (FORTUNA, 2004).

O brincar é uma atividade de excelência na Educação Infantil. Brincando, a criança não

apenas se diverte, mas cria e interpreta o mundo em que vive, relacionando-se com ele. Alves

et al (2004) enfatizam que brincando a criança será capaz de entender o mundo e adquirir

pouco apouco confiança em si mesma, compreender suas possibilidades e limites, construir sua

auto-imagem. Os jogos e brincadeiras infantis não são apenas passatempo, eles preparam o

terreno para o aprendizado posterior. Os autores citados referem que

[...] a brincadeira abre espaço para a criança se colocar, para organizar seu

pensamento, suas emoções, desenvolvera criatividade e a capacidade de resolver

problemas. Através do brincar a criança experimenta o mundo, os movimentos e suas

reações, tendo assim elementos para desenvolver atividades mais elaboradas no futuro

(p. 1).

Portanto, frente ao exposto, podemos verificar que a Educação Infantil requer um

ambiente estimulador, pois a criança precisa ser encorajada a testar suas hipóteses, pois como

diz Oliveira (2000) é através do brincar que a criança age espontânea e criativamente,

aceitando progressivamente regras morais e sociais. Ao brincar, ela descobre estratégias para

enfrentar desafios, toma decisões. Brincadeira, imitação e aprendizagem andam de mãos dadas

nesse processo.

3.1.3 O educador infantil e sua mediação na ludicidade

O professor da Educação Infantil ocupa a função de mediador, o que lhe permite

observar comportamentos e interagir sobre eles. Em algumas situações, ele intervém,

instigando a criança a pensar, a refletir sobre o que está acontecendo. Nem sempre, no entanto,

é necessário intervir, pois, muitas vezes, as próprias crianças resolvem as situações-problema e

encaminham soluções. ―O caráter pedagógico da Educação Infantil não está na atividade em si,

mas na postura do adulto frente ao trabalho que realiza‖ (MACHADO, 2004, p. 8). Isso

explicita a importância de o educador assumir as atribuições de mediador da ação pedagógica.

Nas brincadeiras de faz-de-conta as crianças engajam-se umas às outras, construindo e

compartilhando significados e, através da interação com o meio, vão dando altos qualitativos

em sua aprendizagem.

Partindo para a dimensão educativa, vale situar a função do educador, nesse processo de

mediação. Quer-se pensar antes um educador reflexivo, por isso se projeta sua pratica como

razão de estimulo e instigação na reflexividade do aluno.

O educador precisa ter a capacidade de fomentar, em seus educandos, a criatividade, a

curiosidade e a criticidade para olhar o mundo. A pergunta deve ser encorajada, para que não

esmoreça o desejo do saber.

Ao educador, cabe ressignificar suas crenças pedagógicas, para com isso recomeçar sua

prática de maneira inovadora e estimulante, buscando atingir o aluno, instaurando neste uma

perspectiva para o estudo, ou seja, buscando uma atitude reflexiva, na qual o aluno possa se

tornar autônomo, incentivado pela atitude reflexiva do educador. Como está apresentado no

livro introdutório dos Parâmetros Curriculares Nacionais(1998, p.53):

Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica, promover a realização de

aprendizagem com o maior grau de significado possível, uma vez que esta nunca é

absoluta-sempre é possível estabelecer relação entre o que se aprende e a realidade,

conhecer as possibilidades de observação, reflexão e informação […].

É possível criar condições necessárias para aproveitar ao máximo o potencial criativo

da criança, através do brincar. Ao educador cabe esta tarefa, quando presente diante das

infinitas demonstrações do espírito criativo e curioso da criança, que precisa ser abastecido

constantemente, trabalhando para realizar suas potencialidades. Fechado em um

adultocentrismo, o educador, muitas vezes, pode pensar que a criança pode brincar de ser

grande, e não lhe oferecer a oportunidade de ser um pequeno participante no mundo grande.

É importante ressaltar, que caberia então ao educador, maximizar as experiências

estimulantes nas crianças, na vivencia de uma infância plena e saudável, consagrando sua

forma mais prazerosa de aprender, isto é, pela via da brincadeira.

Apesar do jogo ser uma atividade espontâneas nas crianças, isso não significa que o

professor não necessite ter uma atitude ativa sobre ela, inclusive, uma atitude de observação

que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com que trabalha.

Como ressaltamos no tópico anterior a criação de espaços e tempos para os jogos é

fundamental, por isso é uma das tarefas mais importantes do professor, principalmente na

escola de educação infantil. Segundo Edson Alves Bezerra (2007) cabe-lhe organizar os

espaços de modo a permitir as diferentes formas de jogos, de forma, por exemplo, que as

crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas

que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos.

O professor precisa estar atento à idade e às capacidades de seus alunos para selecionar

e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à

quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam pelo material de que são

feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a

criatividade das crianças. A sucata é um exemplo de material que preenche vários destes

requisitos.

Para o mesmo autor uma observação atenta pode indicar o professor que sua

participação seria interessante para enriquecer a atividade desenvolvida, introduzindo novos

personagens ou novas situações que tornem o jogo mais rico e interessante para as crianças,

interessante para as crianças, aumentando suas possibilidades de aprendizagem.

Valorizar as atividades das crianças, interessando-se por elas, animando-as pelo esforço,

evitando a competição, pois em jogos não competitivos não existem ganhadores ou perdedores.

Outro modo de estimular a imaginação das crianças é servir de modelo, brincar junto ou contar

como brincava quando tinha a idade delas. Muitas vezes o professor, que não percebe a

seriedade e a importância dessa atividade para o desenvolvimento da criança, ocupa-se com

outras tarefas, deixando de observar atentamente para poder refletir sobre o que as crianças

estão fazendo e perceber seu desenvolvimento, acompanhar sua evolução, suas novas

aquisições, as relações com as outras crianças, com os adultos.

Para se ter dentro de instituições infantis o desenvolvimento de atividades lúdicas

educativas, é de fundamental importância garantir a formação do professor e condições de

atuação. Somente assim será possível o resgate do espaço de brincar da criança no dia-a-dia da

escola.

A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um

guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe com ela e

que a faça pensar, tomar consciência de si de do mundo e que seja capaz de dar-lhe as

mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor. (ALMEIDA,

1987, p.195)

A decisão de se permitir envolver no mundo mágico infantil seria o primeiro passo que

o professor deveria dar. Explorar o universo infantil exige do educador conhecimento teórico,

prático, capacidade de observação, amor e vontade de ser parceiro da criança neste processo.

Nós professores podemos através das experiências lúdicas infantis obtermos informações

importantes no brincar espontâneo ou no brincar orientado.

A aplicação de jogos, brincadeiras e brinquedos em diferentes situações educacionais

podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar aprendizagens específicas, competências

e potencialidades das crianças envolvidas. Sabemos que o brincar é registrar as ações lúdicas a

partir da: observação, registro, análise e tratamento. Com isso, podemos criar para cada ação

lúdica um banco de dados sobre o mesmo, subsidiando de forma mais eficiente e científica os

resultados das ações. É possível também fazer o mapeamento da criança em sua trajetória

lúdica durante sua vivência dentro de um jogo ou de uma brincadeira, buscando dessa forma

entender e compreender melhor suas ações e fazer intervenções e diagnósticos mais seguros

ajudando o indivíduo ou o coletivo.

Com isso podemos definir, a partir de uma escolha criteriosa, as ações lúdicas mais

adequadas para cada criança envolvida, respeitando assim o princípio básico de individualidade

de cada ser humano que no caso da criança o brincar pode-se propor desafios a partir da

escolha de jogos, brinquedos ou brincadeiras determinadas por um adulto ou responsável. Estes

jogos orientados podem ser feitos com propósitos claros de promover o acesso a aprendizagens

de conhecimentos específicos como: matemáticos, linguísticos, científicos, históricos, físicos,

estéticos, culturais, naturais, morais etc. E um outro propósito é ajudar no desenvolvimento

cognitivo, afetivo, social, motriz, linguístico e na construção da moralidade (nos valores).

O educador, dessa forma, tem como papel ser um facilitador das brincadeiras, sendo

necessário mesclar momentos onde orienta e dirige o processo, com outros momentos onde as

crianças são responsáveis pelas suas próprias brincadeiras. Mediante isso, qual é o papel do

educador? O papel do educador é segundo Bezerra (2007) observar e coletar informações sobre

as brincadeiras das crianças para enriquecê-las em futuras oportunidades. Sempre que possível

o educador deve participar das brincadeiras e aproveitar para questionar com as crianças sobre

as mesmas. É importante organizar e estruturar o espaço de forma a estimular na criança a

necessidade de brincar, também visando facilitar a escolha das brincadeiras.

Nos jogos de regras o professor não precisa estimular os valores competitivos, e sim

tentar desenvolver atitudes cooperativas entre as crianças. Pois o mais importante no brincar é

participar das brincadeiras e dos jogos, pois Bezerra (2007) enfatiza que temos que estimular a

imaginação infantil é uma necessidade para isso o professor deve oferecer materiais dos mais

simples aos mais complexos, podendo estes brinquedos ou jogos serem estruturados

(fabricados) ou serem brinquedos e jogos confeccionados com material reciclado (material

descartado como lixo), por exemplo: pedaço de madeira; papel; folha seca; tampa de garrafa;

latas secas e limpas; garrafa plástica; pedaço de pano etc. Todo e qualquer material cria para a

criança uma possibilidade de fantasiar e brincar.

Portanto, o papel do professor da educação infantil tem como uma das principais

funções que é de cuidar, ensinar e educar, pois as crianças dentro de uma sala de aula vêm ser

responsabilidade do professor, ele deve ser dinamizador, ou seja, fazer brincadeiras envolvendo

o lúdico para fazer sua aula ficar, mas interessante e prazerosa, fazendo com que todas as

crianças se envolva nas atividades realizadas.

3.2 Cenários e Sujeitos da Pesquisa

A pesquisa sobre o lúdico na Educação Infantil foi realizado em uma escola pública no

município de São Paulo de Olivença (SPO). Para compreendermos um pouco o cenário da

pesquisa retrataremos um pouco dos aspectos históricos, geográficos, estruturais e

populacionais desse município e da escola em que realizamos a nossa investigação científica.

Figura 9 Mapa do município de São Paulo de Olivença

Fonte Prefeitura do referido município – 2010

São Paulo de Olivença é um nome dado pelo Coronel Joaquim de Melo e Povoas,

1759, em referência a então cidade portuguesa de OLIVENÇA, antes de sua tomada pelos

espanhóis. Esta cidade foi grande aldeia, por assim dizer, a capital da ―Província dos

Cambebas‖, e foi Samuel Fritz quem fundou o local dando o nome de a Missão de São Paulo

dos Apóstolos. A região ocupada por esses índios era tão vasta que mereceu o título de

Província. Começava no rio Javari e se estende por todo Solimões, numa distância de 224

léguas, compreendendo seis Missões fundadas pelo Padre Fritz. Uma desta era a de São Paulo

dos Apóstolos, que foi destruída em 1909, pelos espanhóis e mais tarde restaurada pelos

portugueses, sendo a Primeira missão lusa a cargo dos frades carmelitas, dos quais recebeu a

denominação de São Paulo dos Cambebas. Os primitivos fundamentos da cidade foram a 9

léguas abaixo da foz do rio Javari, à margem esquerda do rio Solimões, fronteira à do Tauru;

daí passou-se para outro local, pouco abaixo do procedente, mas na margem oposta; novamente

transferida para um outro local pouco acima deste e ainda, para a dita margem direita,

incorporou-se à Aldeia de São Pedro, que recebeu o nome de São Paulo de Olivença. .

O município recebeu várias denominações no decorrer destes dois séculos e meio de

seu aparecimento, dentre as quais foram:

a) São Paulo dos Apóstolos: - Nome dado pelo padre Jesuíta Samuel Fritz, e que

conversou até a destruição da aldeia, em 1708. Houve nesta denominação a explicação muito

oportuna de um fato religioso e histórico.

b) São Paulo dos Cambebas: - Este nome foi aplicado pelos frades de Ordem de

Nossa senhora do Monte do Carmo. Dele necessitamos estudar somente a palavra final.

CAMBEBAS é uma corrupta de CAMÉUS, uma espécie ictiológica, da verdade mandi ou

madií, sendo pouco maior que este e dotado de fortes esporões.

c) São Paulo do Javari: - Ligado à freguesia pelo Decreto de 25 de junho de 1833,

do Governo do Pará. Javari é o rio que serve de divisória do Brasil com a República do Peru. É

a palavra brasílica, corrompida de Mauari, pois o tupi não possui ―j‖nem ―v‖.Javari ou lauati é

uma espécie de palmeira das terras inundáveis, que dá o fruto jauari, como chamamos, ou

iauari, como é na língua de origem.

O município está situado na mesorregião n 02, microrregião n 03 e código municipal

0390, conforme classificação do IBGE e tem uma distância da capital do Estado de 1146 km

em linha reta e 1432 km por via fluvial. O município limita-se com os municípios de Amaturá,

Jutaí, Benjamin Constant e Tabatinga. Sendo ele o mais antigo município da Mesorregião do

Alto Solimões.

Em conformidade com o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

(2009) a população atual de SPO é de 32.000 habitantes. Sua área territorial é de 19.761 Km2. A densidade

demográfica do município é de 0,85 Hab/km2 e possui um IDH de 0, 532, não sendo ele o menor IDH da região.

O município de São Paulo de Olivença temágua encanada (COSAMA), luz (CEAM),

esgoto, bem como:

a) Empresas do setor comerciais: farmácia, panificadoras, açougue, mini boutiques,

mercadinhos com lanchonete e apartamento, salões de beleza, copiadora, associação dos moto

taxistas verde que funciona como oficina e lava jato, hospedarias, hotéis, supermercado,

lanchonetes,pizzarias, bares, 01 danceteria, dentre outras;

b) Área de lazer: ginásios poliesportivo, praças, balneários, etc;

c) Instituições públicas e privadas: hospitais, igrejas, agência bancária, a agência do

Correio, a agência de linhas áreas, cartório eleitoral, cartório Judicial, prefeitura, câmara

municipal, Secretaria Estadual de educação, FUNASA, Universidade do Estado do

Amazonas,agência de comunicação e escolas privadas e públicas, dentre as públicas está a

Escola Municipal Sonho Infantil.

Figura 10 Imagem da escola municipal Sonho Infantil

Fonte da escola – 2010

A Escola Municipal Sonho Infantil é uma entidade da rede municipal que atende

crianças de 04 a 14 anos de idade, situada à Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Rua

Getúlio Vargas- centro. O prédio utilizado foi adaptado para atender a Educação Infantil no dia

primeiro de março de dois mil na administração do Prefeito Alcides Muller, pois nele

funcionava anteriormente a prefeitura do município. Para conduzir os trabalhos desta escola foi

convidada a professora Marineide Batalha, sendo a primeira gestora da Escola Municipal

Sonho Infantil.

No ano de 2009 a referida escola atendeu 360 alunos, sendo distribuídos nos turnos

matutino de 7:00 às 10:30, com intervalo de quinze minutos e vespertino das 13:00 às 16:30. A

escola atende crianças no ensino da pré-escola com Jardim I e II. Nessa linha de trabalho a

gestora diz que escola utiliza o método Construtivista, auxiliado pela proposta da Escola Nova,

com o objetivo de integrar o ensino à realidade dos alunos, oriundos de campos, cidades e

lugares mais longínquos.

Quando ao aspecto físico da escola, prédio por ela ocupado está subdividido em: cinco

salas de aula para no mínimo 25 alunos pintadas em cor branca com barras vermelhas, com

forro em madeira envernizadas, aparelhos de ar condicionado e ou ventiladores com o piso em

cerâmica. Cada sala de aula contém quadro branco, 30 cadeiras pequenas adequadas às

crianças. A escola também possui 01 secretária, 01 sala administrativa, 01 cantina, 03

dependências de banheiros e 01 pequena área ao lado esquerdo.

Na sala administrativa consta 01 computador completo acompanhado de 01 impressora

e 01 escâner doados pelo projeto MEC, 01 mimeógrafo, 01 armário de ferro, 01 televisão de

vinte polegadas, 01 televisão LCD, DVDs e CDs, 01 sala e adaptada para armazenarem alguns

brinquedos educativos, alguns comprados e outros confeccionados pelos professores e alunos.

Escola Sonho Infantil não possui elementos básicos que favoreçam às nossas crianças

uma educação de qualidade, um ambiente seguro e saudável. A mesma não possui sala de

recepção, sala de professores, brinquedoteca, sala de vídeo, enfermaria, laboratório de

informática, auditório, cantina, refeitório, pátio interno e externo, quadra de esportes e parque,

acredito que, essa Escola só funciona por falta de fiscalização onde possa ser exigido respeito

ao cidadão bem como os direitos que lhe é assistido.

Atualmente a escola enfrenta uma grande dificuldade quanto à estrutura física da

mesma, onde não satisfaz as necessidades de uma criança em seu desenvolvimento físico,

motor, cognitivo e social. Devido seu espaço ser pequeno, suas salas não são adequadas para as

crianças, pois as crianças não possuíam nem onde fazer atividades recreativas. O prédio vem

enfrentando vários problemas que implicam em prejuízo para as atividades didáticas. O

problema mais significativo refere-se às goteiras que, em dias muito chuvosos as salas ficam

molhadas.

A Escola Municipal Sonho Infantil é conduzida economicamente pela prefeitura deste

município atendendo as necessidades dentro das suas limitações, com material básico, tipo:

cadernos, lápis, cartolina, apontador, lápis de cera, massa de modelar, lápis de cor, papel cartão,

papel ofício. É também através da prefeitura que a escola recebe mensalmente a merenda

escolar.

Quanto às condições socioeconômicas dos alunos e, portanto, dos pais destes alunos,

podemos afirmar que encontramos na escola filhos de pescadores, agricultores de subsistência,

extrativistas vegetais, pequenos e médios comerciantes, funcionários públicos, domésticas e

desempregados. Finalmente, o levantamento de dados da Escola Municipal Sonho Infantil

destacou a existência de alunos de etnia indígena (ticunas) oriundos das comunidades

ribeirinhas do município. Eles representam uma faixa de cinco por cento dos alunos

matriculados. O aproveitamento dos alunos é avaliado de acordo com as observações diárias e

registrado através das fichas de avaliação bimestral e parecer descritivo.

O corpo docente desta escola é composto por 33 professoras5. 75% delas tinham

formação em nível de graduação, principalmente em Pedagogia e em Normal Superior-CNS.

No entanto, ressaltam que para o sucesso e consolidação dos trabalhos, a Escola precisa de

5O alto número de professoras é em virtude da existência de salas anexos em outras locais como SEMED,

salão paroquial e outras escolas, devido a grande demanda de crianças para esta etapa de ensino.

Verifica-se também que atuam apenas mulheres nesta etapa de ensino.

especialista na área da educação como coordenadora e orientadora pedagógica , bem como uma

profissional formada em gestão escolar, sendo este o mínimo que se pode adquirir para

conduzir melhor a educação infantil nas suas diversificadas modalidades. Essa junção de

especialistas e professoras somaria conceito ligados à integração e articulação dos trabalhos

escolares.

As condições socioeconômicas das professoras relacionadas aos seus vencimentos que

recebem mensalmente classificam-nas como pertencentes a uma classe média baixa- e isto

significa, no município de São Paulo de Olivença, que os professores possuem apenas o

necessário para a sua manutenção e pequenas realizações pessoais.

Sendo assim assistida, a escola promove eventos sociais e culturais, visando à

construção e formação do ser social assim como sua participação assídua na comunidade. Os

eventos assim constituídos são executados a partir das datas comemorativas do mês, que bem

contadas proporcionam aos alunos uma viagem pela história, contada e recontada por diversos

personagens. São danças, dramatizações, músicas, teatros, enfim atividades que visa o

interesse, a interatividade, o conhecimento, a pesquisa e, acima de tudo, uma postura critica

sobre o mundo em meio a amplitude no fazer, pensar e compartilhar com o próximo culturas e

crenças natural de cada povo.

O cotidiano escolar assim é marcado por atividades pedagógicas no que infere ao

cumprimento do calendário escolar, ao planejamento de curso e ao planejamento quinzenal, por

pesquisa e atividades curriculares e extraclasses. A gestão escolar é quem promove as reuniões

pedagógicas, permitindo aos professores discutir problemas e dificuldades enfrentadas pela

Escola, pontos positivos e negativos, onde devem melhorar e que procedimentos aplicar para o

aprendizado mútuo dos alunos.

Desta forma torna-se importante sabermos como vem se desenvolvendo o lúdico nessa

escola, pois é um ponto importante na formação das crianças desta etapa de ensino.

3.3 Resultados e Análises

A pesquisa sobre o lúdico como instrumento metodológico possibilitou o contato com

uma escola de educação infantil e com as professoras, alunos e gestora com os quais foram

desenvolvidos os procedimentos metodológicos que favoreceram a obtenção dos dados

norteadores dos resultados e análises sobre a qualificação profissional e a concepção de

infância dos educadores da educação infantil, conceito e importância de ludicidade, as formas

de aplicação do lúdico, os fatores que dificultam a aplicação da ludicidade na pratica educativa,

assim como deram suporte para a ação interventiva no campo de pesquisa. Estes, portanto,

serão apresentados rigorosamente abaixo.

3.3.1 A qualificação profissional e a concepção de infância dos educadores da educação infantil

Ratificou-se que 85% das professoras é formada em nível superior e mesmo assim

possuem dificuldades de aplicar metodologias envolvendo a ludicidade. Isso demonstra que

para este nível de ensino é necessário que os professores tenham formação continuada

específica a fim de aprenderem novas metodologias instigando a criatividade, como também

conhecimentos teóricos que ainda não estão bem esclarecidos, dentre eles o conceito de

infância.

Na pesquisa apliquei um questionário com 5 professoras e com a gestora, para saber a

qualificação profissional e a concepção de infância dos educadores da educação infantil.

Muitas das professoras não tinham muitos anos de experiência nesta etapa de ensino, pois

algumas estavam atuando pela primeira vez. No entanto, a todas elas foram realizadas as

mesmas perguntas, dentre as quais estavam?

1. Se elas estariam preparadas para exercer a docência numa escola de Educação Infantil?

2. Em suas concepções, como devem ser os profissionais de Educação Infantil?

3. Qual a concepção de Infância para elas?

4. Para elas o que seria educar?

Com relação às perguntas, a professora ―A‖, que é formada em Pedagogia pela UFAM,

enfatizou que:

1. Eu não estou muito preparada para exercer esse cargo;

2. Que os profissionais tenham o gosto pela área e principalmente que tenham

paciência;

3. Infância é a criança que já vem de casa sabendo algo, e na escola só vai

aprimorar;

4. Educar para mim é você ensinar desde cedo o que é bom e ruim na vida e para o

futuro;

A professora ―B‖, formada em Normal Superior pela UEA a distancia com relação as

perguntas ressaltou que:

1.Apesar de ter 8 anos na área ainda preciso me aperfeiçoar melhor;

2. Os profissionais da educação têm que ser flexível e paciente;

3.Infância é aquela criança que tem a aprendizagem pobre;

4. É educar é crescer na vida.

A professora ―C‖, formada também pelo Normal Superior respondeu:

1. Estou um pouco preparada para atuar nessa área;

2. Os profissionais da educação têm que ser bastante flexível e paciente;

3. Infância é quando a criança faz coisa que não deve ser;

4. Educar é você levar conhecimento para as crianças e saber ser social, intelectual

e mostrar o mundo para elas;

Frente as respostas das professoras pudemos verificar que estas não se consideram

preparadas para atuar na área da Educação Infantil, mesmo tendo formação em nível superior

em áreas que formam o docente para trabalhar neste campo de atuação. Como podemos ver a

qualificação do profissional da educação infantil é ainda um grave problema, principalmente

por que a educação infantil também aponta para uma nova concepção de criança e novas

exigências para o profissional. Para Oliveira (1994) ―a formação do profissional da educação

infantil deve incluir o conhecimento técnico e o desenvolvimento de habilidades para realizar

atividades variadas, particularmente expressivas, e para interagir com crianças pequenas‖

(p.65). Fica uma pergunta: Que tipo de formação docente estão tendo aqueles que são

responsáveis pelo cuidar e educar a criança pequena? As profissionais se demonstraram

inseguros fazendo refletir sua má formação no seu fazer pedagógico.

Podemos verificar nas respostas para a segunda pergunta que o professor da educação

infantil deve ser paciente. O paciente que citam é na questão de poder suportar as inquietações

das crianças. Dentre as entrevistadas apenas a professora B era efetiva, as demais eram

contratadas, relatando elas que não saibam para onde iriam ser lotadas pela SEMED. Para No

entanto, o professor da educação infantil deve ser dinâmico, criativo, pois para Machado

(1999), a partir de uma postura interacionista, propõe que o educador seja um mediador

eficiente das interações entre as crianças, sendo capaz de organizar ambientes que promovam

essas interações, além de trazer sempre um elemento de conhecimento novo.

Também pudemos verificar que aquelas que estão responsáveis pelo cuidado e

educação das crianças da pré-escola não sabem definir o que é infância. As respostas dadas se

reportam a um sentido negativo de infância como se fosse algo a não ser vivido pela criança.

As professoras tiveram em seu processo de formação a disciplina educação infantil, bem como

disseram conhecer o ECA, mas as falas refletem não terem apreendido o real sentido do termo.

Lopes, Mendes & Faria(2005) (apud KUHLMANN, 2000) tratam do sentido do termo

ressaltando que infância é tempo de ser criança, vivenciando os direitos como cidadãos em uma

período específico de seu crescimento, no entanto ressaltam que nem toda criança tem direito à

infância, pois nem todas brincam, recebem carinho, proteção, saúde, educação. Dessa forma

infância é um direito da criança e não algo errado, negativo que não pode ser vivenciado pela

criança, como ressaltado pelas professoras.

Com relação a o conceito de educar as falas de certa forma se reportam ao processo de

formação e desenvolvimento social, afetivo, cognitivo da criança, mas num sentido amplo que

não caracteriza adequadamente o sentido do educar para esta fase do desenvolvimento humano,

o que para Kuhlmann Jr(1999, p.60) deve estar articulado com o cuidar esta uma atividade

humana que favorece o processo de educação da criança.

No processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele

quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a

mediação da construção do conhecimento e do desenvolvimento das habilidades das crianças

em todos os seus aspectos.

Frente ao exposto, tornou-se necessário saber da gestão da escola o que estava

implicando na atuação na docência da educação infantil e o que vinha fazendo para intervir. Foi

então realizada uma entrevista com a gestora da escola Sonho Infantil, onde as perguntas foram

as seguintes:

1. Se ela estava preparada para exercer o papel de gestora nessa escola de

educação infantil?

2. Em sua concepção, como devem ser os profissionais de educação infantil?

3. Qual sua concepção de infância?

4. Para você, o que é educar?

A Gestora da escola sonho infantil, formada em Normal Superior em 2004 pela UEA,

especialista em Língua Portuguesa respondeu o seguinte:

1. Estou preparada sim, pois tenho 8 anos de carreira, fiz muitos cursos e

minicursos;

2. Os profissionais da educação infantil devem ser articuladores, pesquisadores,

ousados, criativos, devem transformar seu plano numa didática fácil, pois o papel do

educador está no educar e cuidar;

3. Infância é uma simbolização que há de melhor na natureza humana é

inocência, confiança, liberdade, criatividade. A educação infantil sempre existe mais infância não, porque tendo em vista o mundo pré-moderno não conheceu a concepção

de infância, não forjou um vestuário próprio para infância, não se preocupou com o

lugar próprio para viverem, que consequentemente não se preocuparam com

formação especifica para as crianças, com o desenvolvimento envolvendo os seus

aspectos afetivo, social. A infância só foi reconhecida e compreendida quando foi

percebido que a criança é diferente do adulto e passaram então a fomentar o novo

sentido do adulto em relação as crianças, um sentimento do comportamento de

cultivo da educação infantil;

4. Educar está vinculado ao cuidar e educar, é propor credibilidade ao aluno de

ser esperançoso, é um mundo a ser descoberto em cada um deles. Educar é sempre

moldar, ir em busca, é um processo de construção continua. É despertar paixão ao aprender e ter paixão ao ensinar.

Verifica-se nas falas da gestora a sua qualificação profissional e o seu compromisso

como educadora e o seu amplo conhecimento sobre a educação infantil, o que sentimos durante

as observações uma certa inquietação e grandes preocupações por esta profissional. As

respostas dadas realmente traduzem os reais significados de ser um educador infantil, do que é

infância e o que é educar, elementos já questionados acima, mesmo frente a pouca experiência

em relação a tempo de profissão.

Dentre as preocupações da gestora está a forma de como são selecionados os

professores que vão atuar na escola, onde desabafa dizendo:

[…] a secretaria do município manda para essa escola qualquer um professor que não entende da área, e sempre reclamo pedindo que da próxima vez eu pudesse

escolher os professores para atuar nessa escola, pois sabemos que trabalhar com a

educação infantil não é uma tarefa tão fácil, pois o professor tem que ser

profissional, ter um perfil adequado para atuar no cuidar e educar das crianças para

desenvolvermos uma educação de qualidade.

Sendo assim torna-se necessário que todos aqueles que atuam na educação e cuidado da

criança pequeno tenha qualificação profissional, mas estes acompanhados e monitorados em

seu fazer docente participando de cursos de capacitação continuada e suporte pedagógico

constante, pois há determinados conhecimentos que devem ser exigência para sua atuação

profissional como os conceitos de infância, de educação e cuidado, alem de possuírem um

perfil adequado para atuarem nesta etapa de ensino.

3.3.2 A ludicidade na visão dos educadores

Tendo como base a falta de domínio de conceitos específicos da educação infantil,

torna-se necessário também sabermos como estes vêem a utilização do lúdico no contexto

escolar. Desta forma perguntamos: o que é ludicidade? Qual a importância do lúdico na

Educação Infantil? E o que seria necessário para desenvolver a ludicidade na escola?

Para a professora A:

1. É aquela coisa que as crianças gostam.

2. A importância do lúdico é de buscar o interesse das crianças;

3. Ser bastante criativo.

De acordo coma professora ―B‖:

1. É o gostar, fazer e saber fazer

2.A importância é que eles desenvolvam os seus aspectos;

3. Para desenvolver a ludicidade na educação infantil é preciso que a escola tenha

bastante espaço.

Na visão da professora ―C‖:

1. É uma maneira de buscar incentivar as crianças

2. Sua importância é a do que se faz;

3. Para desenvolver a ludicidade é preciso que a escola tenha bastante espaço e o

professor tem ser bastante criativo.

Já na concepção da gestora da escola:

1. Ludicidade está voltada para os recursos didáticos e a formação dos alunos onde

envolve os materiais didáticos, o meio pelo qual o aluno tem a liberdade de

expressão. Permite que o aluno exponha suas idéias.

2. Eu vejo a importância do lúdico na educação infantil, como parte fundamental

e integral da educação da criança, o lúdico vem favorecer isso onde a criança cria e

recria e a escola apenas sistematiza;

3. Desde 2005 ao entrar na escola, por mais que tínhamos apoio do município,

nós construímos materiais didáticos e recicláveis, trabalhamos até mesmo a questão literária, nós construímos esses materiais por mais que não tenhamos recursos;

Com relação ao conceito de ludicidade os sujeitos entrevistados reconhecem que é algo

atrativo à criança e que contribui para sua aprendizagem, mas não sabem defini-lo

adequadamente, com exceção da gestora que relaciona a ludicidade com liberdade de expressão

e criatividade, o que vem em acordo com que Teixeira 1995 (apud NUNES), apresenta sobre as

várias razões que levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um

recurso no processo de ensino-aprendizagem: a) as atividades lúdicas correspondem a um

impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser

humano apresenta uma tendência lúdica; b) e o lúdico apresenta dois elementos que o

caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo.

Com relação ao que fazer para desenvolver a ludicidade na educação infantil estes dizem

ser a criatividade para criar jogos, brincadeiras, estórias, músicas, bem como obter o espaço

adequado para seu desenvolvimento. Para Santos (2001, p.14) ―a educação pela via da

ludicidade propõe-se a uma nova postura existencial, onde o paradigma é um novo sistema de

aprender brincando inspirado numa nova concepção de educação para além da instrução‖. A

autora afirma ser necessário que os profissionais da educação reconheçam o real significado do

lúdico para que possam aplicá-lo adequadamente, estabelecendo uma relação entre o brincar e

o aprender a aprender.

Sendo assim devemos saber quais as formas lúdicas utilizadas pelos sujeitos no cotidiano

escolar, mas precisamente da sala de aula, buscando mostrar como os jogos, os brinquedos e as

brincadeiras podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das

crianças.

3.3.3 Formas de aplicação da ludicidade no cotidiano escolar

Torna-se necessário verificar as formas de aplicação do lúdico na escola de educação

infantil, reconhecendo como são aplicadas no cotidiano da sala de aula. Durante as observações

e entrevistas constatou-se que as professoras gostavam de começar suas aulas com

brincadeiras de roda como atirei o pau no gato e bom dia coleguinha, somente para as crianças

se despertarem, ao longo das aulas, e ao término também. Durante as atividades as crianças

ficavam muito ativas e espertas quando faziam esse tipo de brincadeira, no entanto, constatou-

se que as crianças não desenvolvem bem seu desenvolvimento físico-motor, pois elas não

possuem um bom equilíbrio, nem mesmo ao pegar no lápis, eles estão praticando a pintura com

tinta guache, onde a professora dava uma folha em branco para elas soltarem sua imaginação,

mas ainda precisando ser praticado constantemente ate que elas obtivessem uma boa

coordenação motora.

Se as professoras fizessem pelo menos uma brincadeira todos os dias com seus alunos,

elas veriam que iriam ajudar no desenvolvimento das crianças, principalmente em se tratando

do seu aspecto físico, social, afetivo e cognitivo, auxiliando a criança a aprimorar sua

expressão oral e corporal, bem como a sua integração ao meio em que está inserida.

A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do

conhecimento estruturado e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do

jogo como forma rica e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e

necessário que o professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o

ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com a convivência de uma com a outra.

Em uma das brincadeiras feitas como a de colagem, pudemos perceber que estava

precisando ser trabalhado um pouco mais o físico-motor das crianças, até mesmo através das

brincadeiras, na medida que essas crianças podem aprender a coordenar suas atividades como a

de cobrir.

Pudemos contatar que as professoras buscavam trabalhar materiais do dia a dia das

crianças, aproveitando estes recursos para produção de material didático, pois em um dos dias

de observação ela levou para a sala de aula materiais que correspondiam as formas geométricas

como:

Caixa de tubo de pasta que representava o retângulo;

A bola que indicava o circulo;

Uma caixa de perfume que era o quadrado;

Um chapéu de folha de jornal que era o retângulo.

Estas atividades também são formas de aplicação do ludicidade, no entanto, são bem

poucas, as professoras tentam fazer o que elas podem, quando vão brincar de roda, cantar ou

fazer alguma atividade, elas têm que afastar as mesas e as cadeiras para o canto da sala devido

a mesma não possuir espaço suficiente.

Sendo assim, essas crianças usariam suas interações sociais como formas privilegiadas de

acesso a informações: aprendendo as regras do jogo, por exemplo, através dos outros e não

como o resultado de um engajamento individual nas soluções de problemas. Desta maneira a

criança aprende a regular seu comportamento pelas reações que lhes parecem agradáveis ou

não.

Quando a escola quer promover eventos que envolvam todas as turmas, ela promove no

ginásio de outra escola, somente para as crianças não ficarem dentro de sala, devido a falta de

um espaço externo adequado a estas atividades.

Essa escola possui recursos didáticos, que foram conseguidos através de bingos e de

festas, onde arrecadaram dinheiro, para comprar brinquedos. Também recebeu doações da

comunidade, sendo que eles ficam guardados em um local perto da cozinha, quando os

professores precisam, eles pegam para brincar com seus alunos. Todavia, a quantidade não é

suficiente para atender a demanda da escola.

Como já ressaltamos ao falar da estrutura física da escola, a instituição deveria ter uma

brinquedoteca, para ajudar aguçar ainda melhor o aprendizado das crianças. Foi esclarecido,

pela gestora juntamente com as professoras que estão tentando montar a própria brinquedoteca

da escola, sendo que os mesmos tentaram montar uma dentro de sala de aula, somente com

doações dos pais dos alunos, mas as crianças sabiam que aqueles brinquedos eram doados

pelos seus pais, por isso eles não socializavam com seus coleguinhas. Isto impediu que a

técnica desse certo, mas estavam tentando montar uma ―salinha recreativa‖.

Percebemos que havia crianças que tinha facilidade de aprender as coisas bastante

rápidas, outras mais lentamente e as professoras não contribuíam com a segunda, pois não

utilizavam estratégias lúdicas suficientes, que ajudassem seu aluno a ter facilidade de aprender,

fazendo com que as atividades fossem mais prazerosas na vida das crianças.

Tornava-se necessário que em sala de aula as professoras criassem situações educativas

para que, dentro dos limites impostos pela vivência em coletividade, cada criança pudesse ter

respeitado os seus hábitos, ritmos e preferências individuais. Da mesma forma, ouvir as falas

das crianças, compreendendo o que elas estão querendo comunicar, é fortalecer a sua

autoconfiança.

3.3.4 Fatores que dificultam a aplicação da ludicidade na prática educativa

Ao observar as salas de aula percebeu-se que a escola simplesmente esqueceu a

brincadeira, pois o lúdico não é aplicado, quando é aplicado é somente em sala de aula. Até no

recreio a criança precisa conviver com um monte de proibições, sendo que elas não podem sair

da sala durante o intervalo. Sabemos que a criança precisa se soltar, explorar diferentes espaços

para poder se redescobrir, pois é através da brincadeira que a criança faz novas amizades,

melhoram seus relacionamentos com seus pais, educadores e até mesmo entre colegas em um

ambiente lúdico e tranquilo.

Não se devem desvalorizar as atividades lúdicas no cotidiano escolar, pois é através dela

que percebe-se como uma atividade vem ser natural espontânea e necessária a todas as

crianças, tanto que o brincar é um direito da criança reconhecido em declarações, convenções e

leis em nível mundial.

A pouca aplicação do lúdico se dá por fatores físicos e pedagógicos, ou seja, a escola não

possui um bom espaço para a realização das brincadeiras e dos jogos recreativos e necessita de

mais recursos para concretização do lúdico.

A falta de material didático, de brinquedos, de professores qualificados criativos, a baixa

auto-estima dos professores, a concepção errônea que tem de infância também são fatores que

dificultam a aplicação do lúdico.

A aplicação da ludicidade na prática educativa deve ser aplicada, mas esse é um

problema que necessita de solução, sendo que essa escola não disponibiliza espaço para os

professores brincarem com seus alunos.

Para o educador aplicar melhores atividades lúdicas na escola, é preciso que a mesma

tenha um espaço amplo, para as crianças se sentirem mais a vontade, porque é também através

da brincadeira que a criança descobre o ser que existe dentro de si.

As brincadeiras não podem ser aplicadas somente em sala de aula, elas podem ser

aplicadas fora da sala de aula, em ambientes que as crianças se sintam à vontade. Ao pensar a

organização do espaço físico oferecido às crianças, de acordo com a questão contextual,

percebe-se o que está contido nas teorias de Piaget (1995), Vygotsky (1998, 1984) e Wallon

(1989), os quais segundo Kuhlmann (2000), salientam a capacidade para aprender através de

trocas estabelecidas entre os sujeitos e o objeto de conhecimento. Os autores concebem o

desenvolvimento infantil como um processo dinâmico, que está em constante formação. Pensar

a organização do espaço físico é, portanto, levar em conta as dimensões cognitivas,

motivacionais, contextuais potencializadas pelas crianças, ao utilizarem o imaginário, o lúdico,

o artístico, o afetivo para aprender.

O respeito ao espaço alheio (físico ou psicológico) começa na infância, quando os adultos

permitem às crianças ter os próprios objetos, as próprias idéias, seus pertences, sua área de

brincar e de estudar, seus direitos. Dessa forma, eles aprendem a valorizar seus pertences se

ninguém mexe em suas coisas sem prévia permissão e, assim, aprendem também a não invadir

o espaço e os objetos alheios sem pedir licença.

Portanto, a escola por mais que não tenha um espaço, ela deve propor condições para as

movimentações corporais das crianças, pois exercícios de base são importantes, sempre, no

início de trabalhos corporais, de dança etc. Facilitam a firmeza, a segurança e evitam

desequilíbrios e quedas.

A escola x investigada, não oferece condições adequadas para receber toda a comunidade

estudantil, sendo que ela não disponibiliza de boa estrutura física para o acolhimento das

crianças. A escola é tão pequena que foi preciso ser aberto um local que pudesse se funcionado

para elas, devido à escola propicia encontrar-se com super lotação, este local que foi aberto,

localiza-se no prédio do programa PETI que hoje não está funcionando justamente porque está

sendo ocupado por este anexo, que funcionam as turmas de alfabetização. Pois esse prédio

também não esta em boas condições e nem apropriado para crianças, pois tem dois pisos e é

bastante alto.

Ao observar a sala de aula da professora ―A‖ posso descrever que ela não é muito grande,

pois a professora nem pode fazer brincadeiras com as crianças nesta sala, porque ela é bastante

pequena, possuem 02 ventiladores de teto esta sala abriga 28 alunos.

A sala da professora ―B‖ é bastante grande onde pode deixar as crianças se sentirem a

vontade devida essa sala ser a maior de todas as salas, ela possui 02 ventiladores de teto nesta

sala são 32 alunos sendo a maior turma.

A sala de aula da professora ―C‖ não disponibiliza de bastante espaço, pois, quando a

professora iniciou suas atividades em sala ela começou fazendo uma roda no canto da sala, pois

as crianças ficaram bastante imprensadas devido à falta de espaço em sala de aula, esta sala é

superlotada nesta sala possui 31 alunos. Esta sala possui 02 ventiladores de teto que funcionam

e 01 ar condicionado que não funciona.

Isso é um caso bastante preocupante sendo que a Educação Infantil é o alicerce da

educação básica, e é nesta que a criança começa a reconhecer o seu eu, pois o estudo começa a

fazer parte de sua vida, devido à escola se encontrar em péssimas condições as brincadeiras que

também fazem parte desse método começam a diminuir.

Portanto, constatou-se que a escola possui uma infra-estrutura física inadequada e não

disponibiliza de espaços propícios para realizar atividades lúdicas com as crianças, o único

espaço disponível é a sala de aula e esta é pequena para a quantidade de alunos, a comunidade

escolar que dela participa, já pediram ajuda para sua reforma ou de um novo prédio mais até

hoje nada foi feito.

Infelizmente essa escola é obrigada a imobilizar a criança numa carteira, pelo motivo da

mesma não disponibilizar espaço para a aplicação de brincadeiras na própria, dessa forma, a

escola estava limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para

o desenvolvimento completo das crianças. Na entrevista realizada com as crianças elas

reclamaram do ambiente físico da escola por não possuir espaço para brincarem:

Eu queria que a escola fosse maior, (Criança A)

A minha escola não tem espaço para eu brincar (Criança B)

Eu queria que minha escola tivesse um parque, mas não tem lugar (Criança C)

Além do espaço físico a escola é muito carente de livros, pois nem biblioteca tem na

mesma, sabe-se que os livros, também são bons meios de ensino para as crianças. A presença

de livros na sala de aula é de fundamental importância, sendo que as mesmas devem ter acesso

a um maior número possível de livros, já que a escola não tem biblioteca, as salas deveriam ter

um recanto em sala de aula, onde os mesmos fiquem à disposição para as crianças sempre que

desejar pudesse manusear.

Sendo assim muitos são os fatores que dificultam a aplicação do lúdico na educação

infantil da escola pesquisada, mas existem possibilidades dentro da própria escola para que

esses fatores sejam pelo menos amenizados como: a força de vontade da gestora, a criatividade

do professor, a formação das docentes, a riqueza de materiais e de brincadeiras existentes no

contexto social do município, dentre outras. Foi buscando demonstrar as possibilidades que foi

realizada a intervenção na problemática detectada.

3.3.5 Intervindo no campo de pesquisa

Em virtude do que foi observado e coletado com as entrevistas realizamos uma ação

interventiva numa escola de Educação Infantil da escola Municipal Sonho Infantil. A

intervenção aplicada na Educação Infantil foi uma experiência muito significativa e um passo à

vida profissional. Para isso trabalhamos músicas, brincadeiras, como montagem de quebra

cabeça com as formas geométricas, colagem das formas geométricas no cartaz.

Iniciamos cantando uma pequena canção para as crianças onde mandemos todos ficarem em

um circulo, já que o tema da aula foi sobre geometria. Logo em seguida pegamos um limão e

cantamos para eles, explicando as regras do jogo. A música foi: o limão entrou na roda o

limão, ele passa de mão em mão o limão, ele vai ele vem, ele aqui ainda não chegou o limão,

ele vai ele vem, ele aqui ainda não chegou.

Depois das crianças terem terminado de contar suas historinhas, logo em seguida

começamos a contar uma história que tinha como o tema ―os três porquinhos‖, pois nela

possuem as formas geométricas.

Levamos três casinhas desmontadas em formas de quebra-cabeça, dividimos a turma

em três grupos e demos uma casinha para cada grupo, para que montassem. Em folhas de papel

madeira, as crianças fizeram o trabalho de colagem. A sala foi dividida em quatro filas e cada

criança pegou tamanhos diferentes das formas geométricas cortadas, posteriormente estes

foram colados no papel madeiras na parede, de acordo com o tamanho dos que estavam no

papel pregado na parede.

Uma outra atividade foi utilizar o nome dos alunos escrito em pedaços de papel,

colocou-se o nome de todas as crianças dentro do circulo e em seguida inicia uma brincadeira,

usando as formas geométricas. Fora do circulo foi feito um quadrado, conforme fossem

chamado eles fazendo um retângulo ao redor do nome deles, ao termino da brincadeira eles

passaram a fazerem um triangulo em cima do nome do colega. Foram feitos desenhos no

mimeógrafo em formas geométricas para eles ligarem, depois pediu-se que eles pintassem

somente os desenhos sem serem as formas geométricas. Figuras geométricas que no papel

cartão de varias cores foram recortadas para que montassem o quebra-cabeça. Novamente a

turma foi dividida em quatro equipes e repartiu-se para cada grupo uma forma geométrica

desfeita para eles tentarem organizar. As crianças também formaram formas geométricas

humanas no meio da sala.

Através dessas brincadeiras pudemos ver nos olhos daquelas crianças que elas estavam

contentes por terem tido uma aula somente com brincadeiras. Observamos também que elas se

interagiam com seus colegas de forma amigável sem preconceito e discriminação com o outro.

Estavam motivadas e queriam participar de todas as brincadeiras, ate as que menos

participavam das aulas, queriam se integrar em todas as atividades, bem como a gestora e a

professora que também se envolveram nas brincadeiras juntamente com as crianças.

Quando a ação interventiva foi aplicada através da brincadeira com o limão, percebeu-se

o que aquelas crianças com a idade de 5 anos podiam fazer, movimentando-se com aquele

limão, apresentando concentração, agilidade e coordenação. Por isso podemos afirmar que o

jogo é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter

apreciado seus efeitos.

Ao aplicar a prática em sala de aula, constatamos que a ludicidade é de fundamental

importância na vida das crianças, pois mexe com o desenvolvimento de toda criança. Ela não

serve somente para ajudar as crianças, mas também ajudar o professor a formar, um espaço de

aprendizagem, onde ambos realizam simbolicamente o que mais tarde demonstrarão na vida

real.

Após a aplicação da ação interventiva pude chegar aos seguintes resultados, de que as

crianças através das brincadeiras elas sentem o prazer em estudar, pois as ações interventivas

que foram aplicadas tinham como tema as formas geométricas através dessas atividades e do

pouco tempo em sala de aula foi possível perceber que as crianças se interessam muito pelas

aulas, quando o assunto é brincadeira elas se envolvem ainda mais.

A ludicidade é uma forma de ensinar que vem sendo esquecida pelas escolas, e que se

pararmos para pensar, veremos que por meio dela despertaremos nas crianças o interesse pelos

estudos, e ao mesmo tempo despertar seu desenvolvimento.

Por isso que brincando, a criança interpreta variados papéis, assume responsabilidades,

estabelece relações, desenvolve atitudes de respeito e cooperação, aprimorando etapas do

desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e psicomotor, percebendo-se capaz de vencer

desafios ao vivenciar cada papel.

A ludicidade é relativa a jogo, a brincadeira que na verdade não é usada só com crianças,

mas sim envolvendo todo ser humano. Pois a ludicidade é uma necessidade do ser humano em

qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto

lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma

boa saúde, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e contribuição do

conhecimento.

Com tudo que foi exposto nos resultados pode-se constatar que foi uma experiência de

grande incentivo na vida acadêmica, pois foram casos existentes no cotidiano educacional das

crianças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Trabalho de Conclusão de Curso foi de suma relevância para o nosso

desenvolvimento como futuros profissionais da educação, levando em consideração tudo o que

almejamos durante toda a jornada árdua, cansativa, mas estimulante e cheia de desafios e

alegrias alcançados.

Enfatizando os estágios supervisionados foram de fundamental importância para esse

processo de formação do discente, pois refletem a realização de práticas educacionais que

contribuíram na efetivação do futuro profissional do ramo da educação. O seu cumprimento

veio fundamentar e transformar em pessoas criticas, autônomas e encorajadas para discutir

determinadas questões a qual não eram aptos. Sua finalização é preponderante na minha tão

sonhada carreira profissionalizante.

Os estágios foram de fundamental importância em nossas vidas, pois através deles

pudemos por em prática tudo o que estudamos ao longo do curso, possibilitando conhecer a

realidade educacional das escolas pesquisadas, assim podendo contribuir com as mesmas

através das intervenções-regência para amenizar as problemáticas encontradas nas mesmas.

Então perante as observações e as leituras percebemos que para que haja melhor

qualidade de ensino se fez-se necessário que:

No campo da educação infantil:

a) A escola precisa trabalhar coletivamente, trabalhar democraticamente e precisa

ser reformada no intuito de adequar os espaços físicos para atender adequadamente as crianças

no que se refere ao cuidar e ao educar a criança pequena, ela deve ser estrutura e adequada para

área de educação infantil, obtendo um refeitório, um parque para que as crianças brinquem e

brinquedos adequados.

No campo dos anos iniciais levando para o lado do lúdico:

a) A escola deve trabalhar mais em coletividade e a professora tem que trabalhar

um pouco com o lúdico, pois na sala observada percebi que tinha crianças que não tinham o

prazer em estar em sala de aula só iriam para a escola por causa da merenda.

b) Há também a necessidade de capacitação continuada aos docentes, mas que seja

acompanhado pela coordenadora pedagógica para que desenvolvam planejamentos

interdisciplinares de múltiplas metodologias.

No campo da gestão educacional.

a) A escola tem que trabalhar em coletividade, pois os professores são muitos

desunidos, ela tem que melhora em estrutura adequando a para as crianças.

b) Implementar mecanismos de democratização na escola como Projeto Político

Pedagógico, regimento escolar e fortalecer os já existente como a APMC e Conselho Escolar.

Diante de todas essas evidências sugiro que as pessoas responsáveis por estas

instituições educacionais ou até mesmo a Secretaria de Educação, possam tomar providências

para que melhorem os estabelecimentos de ensino desenvolvendo uma educação de qualidade.

Com relação ao objetivo de estudo da pesquisa, a ludicidade, pudemos verificar que este

também foi abandonado nos estágios, mas nos reportando mais especificamente ao campo de

pesquisa sugerimos que:

a) Se favoreça um fazer pedagógico que valorize a criança como um sujeito de

direito que tem o direito à infância e sendo assim ao brincar ao criar e ao construir

conhecimento.

b) Que seja ampliada a estrutura física da escola para que o espaço favoreça o

desenvolvimento de diferentes brincadeiras jogos, bem como aquisição de brincadeiras e

materiais pedagógicos que sejam favorecedores da imaginação e criatividade da criança.

c) Criar mecanismos de avaliação dos (as) profissionais que atuam na educação

infantil para que possa verificar como está se desenvolvendo o fazer pedagógico no que se

refere ao cuidar e ao educar as crianças da educação infantil.

O uso da ludicidade como instrumento metodológico é um fator contribuinte na

formação e desenvolvimento dos variados aspectos das crianças pequenas. Todos os docentes

são capazes de desenvolver atividades lúdicas, independente de se ter ou não espaço físico,

basta que estes tenham criatividades, dinamismo, autonomia e estratégia para desenvolver as

atividades de seus planos no contexto de sala de aula.

Contudo conseguimos vencer mais uma etapa alcançada em nossas vidas e concluir o

nosso TCC. Pois muitas foram as dificuldades, principalmente eu que me desloquei do meu

município para vim estudar aqui em Benjamin Constant, para poder ter um bom futuro e dar o

melhor para meus filhos, pois dificuldades encontraremos sempre em nossas vidas, mais nunca

devemos desisti dos nossos ideais.

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ZABALZA, Miguel Antônio. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre, Artmed,1998.

ANEXO

Questionário de entrevista semi-estruturada

Entrevista: Gestora da escola

1. Qual seu nome?

2. Qual a sua formação?

3. Você acha que está preparado para exercer a docência numa escola de Educação Infantil?

4. Gestora o que faz para que os professores trabalhem o lúdico na escola?

5. Sabe-se que para se trabalhar com o lúdico é preciso que a escola possua espaço extenso. A

escola possui vários espaços para desenvolver as atividades lúdicas?

6. Se a escola não possui esse espaço. O que a sua gestão faz para que esse problema seja

solucionado?

7. O que a escola disponibiliza para que as crianças possam se sentir a vontade dentro de uma

sala de aula nas atividades recreativas?

8. A escola possui brinquedoteca?

9. Quais as providências que a gestora, juntamente com seu corpo docente tomaram para

solucionar o problema de espaço da escola?

10. Quais são os dias da semana que a escola juntamente com os professores tiram para aplicar

os jogos recreativos?

11. A escola juntamente com os professores dá valor a importância da ludicidade? Como? 12.

Como você vê a importância do lúdico na Educação Infantil?

13. Em sua concepção, como devem ser os profissionais de Educação Infantil?

14. Gestora o que é para você ludicidade?

15. A ludicidade contribui para o desenvolvimento social, afetivo, físico e cognitivo da

criança? Como?

16. O que você vem fazendo para garantir o pleno desenvolvimento do educando?

17. Qual a sua concepção de infância?

18. Para você, o que é educar?

19. O que é necessário para desenvolver a ludicidade na Educação Infantil?

20. Quais são as ações gestionárias da escola que promovem uma participação de todos os

membros da comunidade escolar?

21. O que você pensa sobre a idéia de que também se aprende brincando?

Entrevista: Com os professores da escola

1. Qual seu nome?

2. Qual a sua formação?

3. Você acha que está preparado para exercer a docência numa escola de Educação Infantil?

4. Sabe-se que para se trabalhar o lúdico é preciso que a escola possua espaço extenso. A

escola possui vários espaços para desenvolver as atividades lúdicas?

5. Quais são os dias da semana que a escola, juntamente com os professores tiram para aplicar

os jogos recreativos?

6. Como é trabalhada a ludicidade dentro de sala de aula?

7. O professor para trabalhar com crianças, ele precisa gostar bastante delas e também obter um

bom gosto pela brincadeira. Você professor gosta de criança e de brincar?

8. Como você vê a importância do lúdico na Educação Infantil?

9. Quais atividades são realizadas em sala de aula?

10. Em sua concepção, como devem ser os profissionais de Educação Infantil?

11. Para você professor o que é ludicidade?

12. A ludicidade contribui para o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança?

Como?

13. O que você vem fazendo para garantir o pleno desenvolvimento do educando?

14. Qual a sua concepção de infância?

15. Para você, o que é educar?

16. O que é necessário para desenvolver a ludicidade na Educação Infantil?

17. Quais são as ações gestionárias da escola que promovem uma participação de todos os

membros da comunidade escolar?

18. O que você pensa sobre a idéia de que também se aprende brincando?

Entrevista: Com os alunos

1. Qual seu nome?

2. Qual atividade que você gosta?

3. Sua professora faz brincadeiras em sala de aula e fora da escola?

4. Qual das brincadeiras que a professora faz que você mais gosta?

5. Você gosta da sua professora?

6. Você gosta da sua escola?

7. Você acha que a sua escola possui espaço suficiente para você se sentir à vontade dentro

dela?

8. Como você imagina uma escola melhor do que essa?

Entrevista: Com funcionário

1. Qual seu nome?

2. Como é a relação de vocês com os membros da escola?

3. Vocês acham que essa escola é adaptável para as crianças?

4. Vocês se dão bem com as crianças?

5. Quantos banheiros a escola possui?

6. A sua função é somente para uma área?

7. Quantos vigias trabalham nesse recipiente?

Roteiro de analise documental 1. A escola possui Projeto Pedagógico?

2. A escola possui projetos festivos que envolvam as crianças? Quais?

3. De que forma e feito o planejamento?