Trabalho de Medicina Nuclear(AV2)
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Cintilografia do aparelho gênito-urinário
Funções Renais
Regulação do volume de água do organismo;
Controle do balanço eletrolítico;
Regulação do equilíbrio ácido-base;
Conservação de nutrientes;
Excreção de resíduos metabólicos;
Regulação de hemodinâmica renal e sistêmica;
Participação na produção das hemácias;
Participação na regulação do metabolismo ósseo de cálcio e
fósforo.
7.1. Introdução
• 1950-1968 – I-131-OIH (ortoiodohipurato), estudos com gama-probe
• 1970-1986 – Tc-99m-DTPA/DMSA, estudos em gama-câmara
• 1986 – Tc-99m-MAG3
7.2. Fisiologia renal
• A fisiologia renal consiste em dois mecanismos: filtração passiva através do glomérulo e a secreção tubular ativa
• Escolha do radiofármaco depende de suas propriedades de captação
• 1. captação por filtração glomerular
2. captação por secreção tubular
3. manutenção no túbulo renal por um período maior
7.3. Aplicações clínicas
• Insuficiência renal aguda e crônica
• Anormalidades vasculares
• Hipertensão renovascular
• Uropatias obstrutivas
• Refluxo vesico-ureteral
• Pielonefrite
• Trauma renal
• Avaliação de transplante renal
• Anomalias congênitas
• Epididimite e torção testicular
7.4. Radiofármacos
• 99mTc-DTPA (ácido dietilenotriaminopentacético) – Molécula quelante que se liga ao Tc-99m. Meia-vida biológica de 2h. Mecanismo de captação 100% através de filtração glomerular. Útil na avaliação do fluxo sanguíneo pré-renal, função renal e integridade do sistema pós-renal.
• 99mTc-DMSA (ácido dimercaptosucinico) – Mecanismo de captação 40 a 50% se fixa no córtex tubular renal por um período prolongado (6h). Atinge 70% de concentração renal 24h após a injeção. Excreção muito lenta. Útil na avaliação de função renal, cicatriz renal e infecção renal.
• 99mTc-MAG3 (mercaptoacetiltriglicina) – Se liga a proteínas. Extração de 1ª passagem maior do que a com DTPA. Mecanismo de captação 100% tubular. Há excreção tubular. Útil na avaliação de função renal.
• 99mTc-EC (etilenodicesteína) – Equivalente ao MAG3.
• 131I-OIH (ortoiodohipurato) – Utilizado por anos até o aparecimento do Tc-99m. O hipurato deve ser mantido a 4ºC e protegido da luz. Há necessidade de solução saturada de potássio iodado ou solução de lugol para evitar a captação de radioiodo não marcado pela tireóide. Meia-vida biológica de 1h. Mecanismo de captação 80% tubular e 20% glomerular.
7.5. Métodos de investigação renal
A avaliação do sistema genito-urinário se dá através de 4 métodos principais:
• Perfusão renal
• Imagem funcional (Renograma)
• Quantificação renal
• Imagem estática
7.5.1. Perfusão renal
Exame dinâmico realizado durante o primeiro minuto após injeção i.v. de 5mCi de 99mTc-DTPA, EC ou MAG3. Injeção em bolus (fluxo) – braço garroteado, injeta volume até 1mL, solta garrote e injeta soro fisiológico. A perfusão corresponde à fase vascular, representando visualmente o fluxo aórtico e renal. As contagens obtidas são então transformadas em curvas atividade x tempo.
7.5.2. Renograma
A imagem funcional é obtida através de 29 imagens de 1min cada. Assim, é possível avaliar a quantidade de material que chega a cada rim. O renograma ou estudo renal dinâmico é a resultante de múltiplos fenômenos fisiológicos e se divide em 3 fases:
1- Subida abrupta da atividade durante um curto espaço de tempo – corresponde a chegada do material nos rins.
2- Aumento contínuo, porém menos rápido. Se deve à retirada do radiofármaco da circulação por filtração glomerular ou secreção tubular. O material é eliminado junto com a urina. O pico máximo, em indivíduos normais, se dá entre 3 e 5min. A partir de então há queda acentuada da captação.
3- Na ausência de obstrução do trato urinário e fluxo urinário adequado há queda acentuada e prolongada.
7.5.3. Quantificação renal
Cálculo da taxa de filtração glomerular quando utilizado o DTPA, essencialmente filtrado pelos rins, ou cálculo do fluxo plasmático renal efetivo quando utilizado o MAG3, secretado 80% pelos túbulos renais.
7.5.4. Imagem estática
Para a imagem estática utiliza-se o DMSA. Em incidência anterior pode-se avaliar anomalias congênitas, como rim em ferradura, cicatrizes renais resultantes de refluxo vesico-ureteral ou infecção. Atualmente, utiliza-se também o MAG3.
Cintilografia renal normal
com 99mTc-DTPA
Cintilografia renal e curva
atividade/tempo com 131I-OIH.
Cintilografia renal com 99mTc-MAG3
Cintilografia com 99mTc-DTPA normal
Cintilografia renal com
99mTc-DMSA
7.6. Provas funcionais renais
1-Teste do Captopril – útil na avaliação de hipertensão renovascular. Padrão-ouro – arteriografia (invasiva, cara, não detecta anormalidade fisiológica). O captopril é um inibidor da Enzima conversora de angiotensina (ECA) e é utilizado no tratamento da hipertensão essencial. Há bloqueio da ação da renina (angiotensinogênioangiotensina1). O teste consiste na administração oral de 50mg de captopril 1h antes do estudo renal dinâmico. Se a hipertensão for de origem renovascular não haverá vasoconstrição e a filtração glomerular diminuirá. A curva no renograma mostrará um alargamento do pico e um aumento do tempo parenquimatoso. Necessidade de um estudo basal.
2- Estudo com diurético – útil na avaliação de paciente com dilatação do trato urinário alto, podendo confirmar hidronefrose e obstrução, bem como sua repercussão sobre a função renal. Administração intravenosa de diurético (furosemida-lasix) 15min após o inicio do renograma (3ª fase). Quando a dilatação ocorre em função de uma obstrução a resposta ao diurético é inexistente ou pouco acentuada. Quando ocorre dilatação sem obstrução das vias excretoras, o aumento da quantidade de urina acarreta uma rápida eliminação do radiofármaco, traduzida por uma modificação brusca na curva.
Cintilografia renal – teste do captopril positivo
Com captopril Sem captopril
Cintilografia renal – estenose bilateral art renal
Com captopril Sem captopril
Cintilografia renal – obstrução
Com DiuréticoSem diurético
Cintilografia renal – hidronefrose não-obstrutiva
7.7. Transplante renal• Cintilografia renal doador• Cintilografia renal pós-Tx – Rejeição, NTA, Toxicidade
medicamentosa• Cintilografia para avaliação de complicações cirúrgicas –
vazamento urinário, hematoma, infecção, obstrução, estenose.
7.8. Pielonefrite e refluxo vésico-ureteral
Cintilografia com 99mTc-
DMSA em criança de 3 anos com pielonefrite aguda
Refluxo vésico-ureteral:
Existem dois métodos: cistografia isotópica direta e indireta
• Direta – cateterização vesical para introdução do radiofármaco via soro fisiológico. Imagens seqüenciais de intervalos de 10seg. Estática após micção. Mais sensível que a uretrocistografia e cistografia isotópica indireta.
• Indireta – Vantagem de demonstrar RVU em condições fisiológicas, sem cateterização. Imagens pré, durante e pós micção.
7.9. Cintilografia Escrotal• Diagnóstico diferencial entre torção testicular e epididimite, como
causa de dor aguda. • Fluxo sanguíneo testicular, imagens seqüenciais de 2seg durante
60seg após iv de 99mTcO4- (pertecnetato de sódio).
• Epididimite – acentuado aporte sanguíneo para hemibolsa afetada.
Cistografia isotópica direta – Refluxo vesicoureteral
Cintilografia com 99mTc-DMSA demonstrando seqüela
de pielonefrite
Cistografia isotópica indireta com 99mTc-DTPA mostrando
RVU bilateral
Cintilografia com 99mTcO4
- Na em paciente com torção testicular
Cintilografia escrotal
Cintilografia com Na99mTcO4- em paciente com epididimite em
hemibolsa direita
Cintilografia com 99mTc-DMSA - Pielonefrite
Cintilografia com 99mTc-DTPA em paciente
transplantado renal com necrose tubular aguda
Cintilografia basal com 99mTc-DTPA de paciente com suspeita de hipertensão renovascular
Cintilografia com captopril com 99mTc-DTPA
Cintilografia com 99mTc-MAG3 mostrando escape urinário do rim esquerdo
Cintilografia com 99mTc-DMSA mostrando rim em ferradura
Cintilografia com 99mTc-DTPA mostrando rim pélvico