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Teresópolis - RJ 2012 JÉSSICA PITTZER DA SILVA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LETRAS LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS RESPECTIVAS LITERATURAS ATIVIDADE DE PORTFÓLIO INDIVIDUAL: Os Gêneros Textuais e o ensino da Língua Portuguesa

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Teresópolis - RJ 2012

JÉSSICA PITTZER DA SILVA

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LETRAS – LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS RESPECTIVAS

LITERATURAS

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO INDIVIDUAL: Os Gêneros Textuais e o ensino da Língua Portuguesa

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Teresópolis - RJ

2012

I.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO INDIVIDUAL Os Gêneros Textuais e o ensino da Língua Portuguesa

Trabalho apresentado as disciplinas Estruturalismo e Sociolinguística; Teoria dos Gêneros Literários; Língua Portuguesa II: Leitura e Produção de Textos; Morfossintaxe I; Seminário II da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR Profs. Marcelo Silveira; Alexandre Vilas Boas; Ana Maria Valle; Juliana Fogaça.

JÉSSICA PITTZER DA SILVA

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SUMÁRIO

1 OS GÊNEROS TEXTUAIS E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA ............... 3

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 6

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1 OS GÊNEROS TEXTUAIS E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

A noção de gênero vem sendo abordada desde Platão e Aristóteles;

com a Literatura a partir das distinções entre poesia e prosa; lírico, épico e

dramático; tragédia e comédia. Mas a palavra gêneros, num sentido mais amplo,

apareceu primeiramente a partir das pesquisas de Bakhtin, considerado o “pai dos

estudos dialógicos”. No Brasil, essa temática se difundiu com a criação dos

Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa:

No processo de ensino-aprendizagem dos diferentes ciclos do Ensino Fundamental espera-se que o aluno amplie o domínio discursivo nas diversas situações comunicativas, sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem de modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania. (BRASIL, 1998.p.32.)

Certamente, corroboramos que os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN’s) da Língua Portuguesa tratam da questão do uso dos gêneros

textuais tanto para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, como um meio para se

trabalhar em sala de aula.

Os gêneros textuais “são formações interativas, multimodalizadas e

flexíveis de organização social e produção de sentidos”. (MARCUSCHI, 2005, p.19).

Isto quer dizer que durante nossos laços de interação utilizamos sons, palavras,

frases em uma ordem própria. A partir do assunto, da intimidade com o interlocutor,

do ambiente, do tempo. Para isso procuramos a melhor maneira de transmitir o que

queremos comunicar, e é nisto que mora a definição de gênero textual, como a

maneira pela qual realizamos a comunicação, adequando-se a situação de

interação.

Uma propriedade interessante em relação aos gêneros textuais é

que eles não permanecem estáticos, “parados no tempo”, pelo contrário, adaptam-se

ou são substituídos, de acordo com as necessidades e o momento em que vive a

sociedade. Por exemplo, hoje em dia com o advento da Internet, observamos certa

substituição de cartas por e-mails; de jornais impressos por notícias na rede. Outro

fator, que podemos perceber nessa época tecnológica, é o surgimento de novos

gêneros, como os blogs e as redes sociais; que apresentam linguagem e estrutura

próprias, tornando o modo de transmitir informações e se comunicar, como algo

mais rápido e dinâmico: antes uma mensagem enviada por uma carta poderia levar

muito tempo para chegar ao seu destinatário; mas hoje, a mesma mensagem

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(adequada ao canal em que foi empregada), pode ser enviada por e-mail ou SMS e

logo é recebida em seu destino de envio.

Essa questão é explorada por Marcuschi que trata os gêneros como

atividades sócio discursivas. De acordo com ele, os gêneros “(...) surgem

emparelhados a necessidades e atividades socioculturais, bem como na relação

com inovações tecnológicas (...)”. Outra peculiaridade sobre gêneros, apontada por

Marcuschi, é de que os gêneros se mesclam, em uma espécie de hibridização, isto

é, se faz uso de um gênero dentro de outro, apesar disso, não deixa de ser aquele

gênero- já que possui sua finalidade própria, literalmente, “(...) uma publicidade pode

ter o formato de um poema ou de uma lista de produtos em oferta: o que conta é que

divulgue os produtos e estimule a compra (...)” (MARCUSCHI, 2009).

Os gêneros textuais estão presentes no nosso dia a dia, seja em

uma receita de bolo, na produção de um currículo, na bula do remédio ou mesmo em

um simples bilhete. A partir daí pode ser desenvolvido o trabalho com gêneros em

sala de aula, uma vez que vivemos em um mundo cheio de letras, informações,

contextos e estamos sujeitos a ter contato com os gêneros textuais ao longo de

nossa vida.

Ensinar a partir dos gêneros textuais é enfatizado por todos os

autores, mesmo sendo apresentado de maneiras distintas, desta forma: com fins

práticos, nos artigos produzidos por ANDRADE, e no dos autores SACCHETTO,

MENDES e LEMOS- este que traz uma pesquisa que permite ampliar o

conhecimento sobre o que vem sendo desenvolvido ou não no trabalho com

gêneros; ou mesmo a partir do embasamento teórico produzido por MARCUSCHI e

BUENO, todos concordam com o que é apregoado pelos PCN’s:

Utilizar as diferentes linguagens verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal- como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais em intenções e situações de comunicação. (BRASIL – Ministério da Educação)

O trabalho desenvolvido através dos gêneros é capaz de enriquecer,

ampliar o conhecimento dos educandos, possibilitando a abertura de discussões que

contribuem positivamente para a evolução da aprendizagem dos mesmos. Para tal,

é preciso ter em mente o que ressalta BUENO (2009): “os textos pertencentes aos

diferentes gêneros possuem as seguintes dimensões ensináveis: a situação de

produção; os aspectos discursivos e os aspectos linguístico-discursivos”. Com isso,

a autora quis dizer que para a utilização dos gêneros em sala é preciso fazer

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escolhas que se leva em conta qual é o contexto; qual o assunto; o “como dizer”;

pois interagimos em diversas situações no nosso cotidiano, assumimos diferentes

papéis sociais durante essas interações, ora podemos ser mães, esposas, amigas,

professoras, etc., para que a comunicação seja estabelecida é preciso se adequar.

Para SCHETTO, SCAFUTTO, MENDES e LEMOS é preciso “criar na

escola, situações que se assemelhem às existentes no ambiente social externo”.

Através disso, o professor cria as “chaves” necessárias para que “portas” sejam

abertas e que por meio delas, os alunos sejam capazes de evoluir na aprendizagem

e a partir de novas experiências lancem-se ao até então desconhecido.

Apesar dos PCN’s terem sido criados como um eixo norteador da

língua, como um auxílio ao professor a lidar com as novas demandas da sociedade.

O que notamos, como destacam os autores estudados, é que existem profissionais

despreparados; que não conseguem atingir as finalidades do trabalho com

diferentes gêneros, simplesmente por não saberem como fazer. Muitos dos livros

didáticos repassados pelo Ministério da Educação trazem em suas capas “De acordo

com os PCN”; mas até mesmo esses livros limitam-se a um saber segmentado,

dividido por blocos de unidades e não são capazes de ampliar esse trabalho, nem

mesmo contribuir para o como ensinar e o como aprender, já que mediante as

palavras de SACCHETTO, SCAFUTTO, MENDES e LEMOS: “Se não houver foco

em torno dos gêneros, a avaliação fica incompleta”, pois se restringe em estrutura,

conteúdo e gramática – observam-se somente questões como ortografia, coesão e

coerência, pontuação, acentuação.

A partir dos artigos analisados, é notável que concordamos com a

posição dos autores que consoante às ponderações realizadas, observamos que

são muitos os estudos realizados sobre os gêneros textuais, mas ainda se faz

necessário que em nossas escolas deixem de tratar a língua como algo estanque e

que passe a ser vista como um instrumento dinâmico, capaz de se adequar as

diversas situações comunicativas da vida dos alunos. Não existem fórmulas mágicas

para orientar o melhor caminho a ser seguido por cada professor e os alunos, mas

existem maneiras a serem exploradas: cabe ao professor escolher qual delas seguir.

E que nessa caminhada, passo a passo, o aluno consiga atingir o ponto de chegada,

de maneira plena, uma vez que, não basta ter em mente o que devemos fazer e

como, mas também é preciso colocar em prática, através de ações significativas e

construtivas de aprendizagem em qualquer área do conhecimento.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Karen Alves de. Os Gêneros Textuais no Ensino Do Português. Disponível em: <http://www.revistaaopedaletra.net/volumes/.../Vol9-Karen-Andrade.pdf>.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino

fundamental: língua portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf>

BUENO, Luzia. Gêneros textuais: uma proposta de articulação entre leitura, escrita

e análise linguística. In: CENP. Língua Portuguesa: ensinar a ensinar. São Paulo, Secretaria de Educação, 2009... Disponível em: <desuzano.edunet.sp.gov.br/.../BUENO_Generos_textuais[1].pdf >.

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade.

Disponível em: < www.cvps.g12.br/.../pdf/.../LP/Generos%20textuais%20d...pdf>

MARQUES, Bárbara Cristina. Teoria dos Gêneros Literários: letras- Bárbara

Cristina Marques. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

NANTES, Eliza. Língua Portuguesa II: leitura e produção de textos: letras – Eliza

Nantes. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

SACCHETTO, Maria Elizabeth; SCAFUTTO, Maria Luiza; MENDES, Sávio Damato; LEMOS, Ana Carolina. Gêneros Textuais: Reflexões e Ensino. Disponível em: < www.ufjf.br/fale/files/2010/.../Generos-textuais-reflexoes-e-ensino.pdf>.

SILVEIRA, Marcelo. Estruturalismo e Sociolinguística: letras/ Marcelo Silveira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.