trabalho escrito toxicologia animais peçonhentos

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA E QUIMICA CURSO DE QUIMICA LICENCIATURA ANIMAIS PEÇONHENTOS ACADEMICOS: VILMAR KONAGESKI, LUCIANA DAGOSTINI, ROSANE E MARISE PAIER PROFESSORA: MARIA DE LURDES COMPONENTE: TOXICOLOGIA

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trabalho da apresentacao dos animais peconhentos

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA E QUIMICA

CURSO DE QUIMICA LICENCIATURA

ANIMAIS PEÇONHENTOS

ACADEMICOS: VILMAR KONAGESKI, LUCIANA DAGOSTINI, ROSANE E MARISE PAIER

PROFESSORA: MARIA DE LURDES

COMPONENTE: TOXICOLOGIA

REGIME ESPECIAL - CAMPUS IJUÍ

IJUÍ - 1° SEMESTRE DE 2008

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ÍNDICE:

ANIMAIS PEÇONHENTOS............................................................3

1- SERPENTES.........................................................................3

1.1- O VENENO....................................................................31.2- Bothrops..........................................................................41.3- Crotalus...........................................................................51.4- Lachesis..........................................................................51.5- Micrurus.........................................................................51.6- O VENENO PARTE II..................................................5

2- ESCORPIÕES.......................................................................6

2.1- O VENENO...................................................................62.2- Tityus serrulatus.............................................................72.3- Tityus bahiensis..............................................................72.4- Tityus trivittatus.............................................................7

3- ARANHAS...........................................................................7

3.1- Phoneutria……………………………………………..73.2- Loxosceles…………………………………..……..…..83.3- Latrodectus.....................................................................83.4- Lycosa…………………………………………………83.5- Caranguejeiras…………………………………..……83.6- O VENENO...................................................................8

4 – TATURANA.........................................................................9

DINÂMICA DO ENVENENAMENTO............................................9

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................11

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ANIMAIS PEÇONHENTOS

Os animais peçonhentos são a resposta à pergunta sobre a toxicidade das moléculas naturais, uma vez que, a peçonha produzida pelos animais é de origem biológica isto indica que a resposta de Paracelsus onde todas as substâncias podem ser venenos ou remédios é mais uma vez confirmada; e o fato da peçonha não matar o animal que a porta está na localização desta substância, que fica geralmente em glândulas separadas do restante do corpo.

Neste trabalho iremos tentar explicar com base na toxicologia os constituintes das peçonhas dos animais mais comumente encontrados na nossa região, bem como no Brasil, que são os escorpiões, as cobras e as aranhas; bem como delimitar algumas espécies que são peçonhentas, pois nem todas as cobras por exemplo têm veneno e assim construiremos um pouco mais de entendimento sobre estes animais.

1 - SERPENTES

Começaremos falando sobre as cobras, existem no Brasil várias espécies de cobras, mas tomaremos como base as cobras peçonhentas do cartaz do Ministério da Saúde com os animais peçonhentos, de acordo, São quatro os tipos (gêneros) de serpentes peçonhentas no Brasil: Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu); Crotalus (cascavel), Lachesis (surucucu-pico-de-jaca) e Micrurus (corais-verdadeiras). De 2500 espécies conhecidas de serpentes no mundo, 250 são conhecidas no Brasil, das quais 70 são consideradas peçonhentas sendo responsáveis por cerca de 20 mil vítimas por ano.

1.1 – O Veneno

O veneno das cobras, ou peçonha, é uma secreção tóxica das parótidas – as glândulas de veneno, que se situam abaixo e atrás dos olhos e estão em conexão com as presas inoculadoras. É um líquido viscoso, branco (levemente turvo) ou amarelo, resultante de uma mistura de muitos protídeos, uns tóxicos e outros inócuos, e de substâncias orgânicas e inorgânicas micromoleculares.

Encontraremos então quatro tipos de ação específica: Proteolítica, Coagulante, Neurotóxica e Hemolítica.

A- AÇÃO PROTEOLÍTICA

Caracteriza-se pela destruição das proteínas do organismo. Provoca, no local da mordida, intensa reação que se reconhece pela dor, edema firme (inchaço duro), equimose (manchas), rubor (avermelhamento), bolhas hemorrágicas (ou não), que pode se seguir de necrose que atinge pele, músculos e tendões. As enzimas proteolíticas podem, pela agressão às proteínas, induzir a liberação de substâncias vasoativas, tais como bradicinina e histamina, substâncias estas que, nos envenenamentos graves, podem levar ao choque.

B- AÇÃO COAGULANTE

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Substâncias que, através da mordida, penetram na circulação sanguínea, coagulam o fibrinogênio (substância que promove a coagulação do sangue), que se deposita em microcoágulos principalmente nos pulmões. Assim, o restante do sangue fica incoagulável por falta do fibrinogênio, sem que necessariamente haja hemorragia. Esta aparece quando as paredes dos vasos sanguíneos menores são lesadas pela ação proteolítica.

C- AÇÃO NEUROTÓXICA

De difícil interpretação fisiopatológica (efeito maléfico), sendo ainda objeto de investigação. Nos acidentes causados por CROTALUS, clinicamente provoca ptose palpebral (queda de pálpebra) e diplopia (visão dupla) poucas horas após o acidente. Já nos indivíduos mordidos por MICRURUS, além dos sintomas descritos acima, superpõe-se mialgia generalizada (dores nos músculos), mal estar geral, sialorréia (salivação abundante), e dificuldade de deglutição. A insuficiência respiratória é a causa de óbito nos pacientes deste grupo.

D- AÇÃO HEMOLÍTICA

A atividade hemolítica (destruição das células vermelhas do sangue) se expressa sob a forma de hemoglobinúria (urinar sangue). Este quadro evolui, quando não convenientemente tratado, para insuficiência renal aguda, causa principal de óbito nos pacientes. As alterações urinárias devido à hemólise não aparecem nas primeiras horas, surgindo entre 12 e 24 horas após o acidente.

AÇÃO FISIOPATOLÓGICA

GÊNERO NOME POPULAR

ProteolíticaCoagulante

Bothrops jararaca, jararacuçu, urutu, jararaca do rabo branco,

etc.

ProteolíticaCoagulanteNeurotóxica

Lachesis surucucu

HemolíticaNeurotóxica

Crotalus cascavel

Neurotóxica Micrurus coral verdadeira

1.2 – Bothrops

O Gênero Bothrops é composto por mais de 30 variedades de cobras que apresentam cores e desenhos diferentes pelo corpo, variando do verde ao negro. Pertencem a este grupo a jararaca, urutu, caiçara, cotiara, jararacuçu e jararaca pintada. Apresentam cabeça triangular, fosseta loreal, cauda lisa e presa inoculadora de veneno. Possuem hábitos variados, podendo ser encontradas penduradas em árvores (cobra papagaio), enterradas,

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entocadas, à beira dos rios ou dentro d´água. Apresentam tamanhos que variam, na vida adulta, de 40 centímetros a 2 metros de comprimento. Essas cobras estão distribuídas em todo o território nacional e são responsáveis por 88% dos acidentes ofídicos ocorridos no país.

1.3 – Crotalus

Este é o grupo das cascavéis. Há cinco subespécies de cascavéis no país. Apresentam cabeça triangular, presença de fosseta loreal, cauda com chocalho (guizo) e presa inoculadora de veneno. Habitam os campos abertos, regiões secas e pedregosas e também os pastos. Até o momento ainda não foram identificadas no litoral. Chegam a atingir na fase adulta 1,6m de comprimento. Sua característica mais importante é a presença de um guizo ou chocalho na ponta da cauda.

1.4 – Lachesis

Constituem serpentes de grande porte, como o nome indígena representa surucucu grande serpente. Apresentam cabeça triangular, fosseta loreal e cauda com escamas arrepiadas e presa inoculadora de veneno. Com duas subespécies, é a maior serpente peçonhenta das Américas. Poucos relatos de acidente onde o animal causador foi trazido para identificação. Existem semelhanças nos quadros clínicos entre os acidentes laquético e botrópico, com possibilidade de confusão diagnóstica entre eles. Estudos clínicos mais detalhados se fazem necessários para melhor caracterizar o acidente laquético.

1.5 – Micrurus

Este grupo é formado pelas corais verdadeiras. É importante lembrar que as corais não possuem fosseta loreal. Em virtude de apresentarem dentes pequenos e fixos, seus inoculadores de veneno, e habitarem, preferencialmente, buracos, os acidentes são raros, porém mais graves do que os causados pelos demais ofídios, devido a sua potencial evolução para o bloqueio neuromuscular, paralisia respiratória e até mesmo óbito. A prevalência de acidentes por Micrurus é baixíssima, representando menos de 0,5% do total de acidentes ofídicos.

1.6 – O VENENO PARTE II

Como já vimos os venenos de serpentes não podem ser caracterizados como uma mistura específica, mas, sim em uma mistura onde existem substâncias que provocam tal efeitos de acordo com a espécie da serpente, mas também existem casos que vão além desta definição, como na notícia a seguir, da globo.com:

Cobra devora sapo e ainda usa o veneno dele

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Serpente comum em ilhas japonesas armazena toxinas do anfíbio em suas glândulas. Peçonha do sapo fica no sangue do réptil e vira defesa contra predador.

Uma cobra asiática desenvolveu o que poderíamos chamar de "veneno terceirizado": no lugar de produzir sua própria peçonha, ela aproveita a existente nos sapos que devora e a utiliza contra seus próprios inimigos quando necessário.

O truque foi flagrado por pesquisadores americanos e japoneses que estudam a Rhabdophis tigrinus, espécie comum em várias ilhas do Japão. Diferentemente de outras serpentes, o réptil não inocula veneno usando suas presas, mas possui glândulas produtoras de peçonha na parte de trás do pescoço. "Produtoras" é, claro, modo de dizer: os pesquisadores, liderados por Deborah Hutchinson, da Universidade Old Dominion, na Virgínia, verificaram que o veneno contém substâncias muito parecidas com as presentes numa espécie de sapo, o Bufo japonicus. Daí a suspeita de que seriam glândulas recicladoras, e não produtoras.

2- ESCORPIÕES

No mundo todo, existem aproximadamente 1.400 espécies de escorpiões até hoje descritas, sendo que no Brasil há cerca de 75 espécies amplamente distribuídas pelo país. Esses animais podem ser encontrados tanto em áreas urbanas quanto rurais.

Os escorpiões de importância médica no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais rico em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. As principais espécies são: Tityus serrulatus, responsável por acidentes de maior gravidade, Tityus bahiensis e Tityus stigmurus. As diversas espécies do gênero Tityus apresentam um tamanho de cerca de 6 a 7 cm.

2.1 - O VENENO

Segundo relatos clínicos, parece existirem diversos fatores que modulam a toxicidade do veneno do escorpião para humanos. Os principais fatores são:

1) a toxidez do veneno do tipo de escorpião envolvido;2) a quantidade de veneno injetada pelo escorpião;3) o tamanho do corpo da vítima; 4) a condição médica geral da vítima.

O veneno do escorpião compreende uma variedade de substâncias, nem todas completamente investigadas. O veneno de um único escorpião pode incluir diversas neurotoxinas, histimina, seratonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outros compostos não identificados. O veneno pode conter, ainda, sais diversos, muco, peptídeos, nucleotídeos e aminoácidos. 

O pesquisador brasileiro Marcus Vinicius Gomezem sua tese de doutorado purificou, do veneno do escorpião brasileiro, Tityus serrulatus, uma neurotoxina que

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denominou tityustoxina. Demonstrando que as substâncias presentes nas peçonhas dos animais ainda não é totalmente conhecida devido principalmente a variabilidade que ocorre devido a alimentação destes animais e o meio em que se encontram. 2.2- Tityus serrulatus

Também chamado escorpião amarelo, podendo atingir até 7cm de comprimento. Apresenta o tronco escuro, patas, pedipalpos e cauda amarelos sendo esta serrilhada no lado dorsal. Considerado o mais venenoso da América do Sul, é o escorpião causador de acidentes graves, principalmente no Estado de Minas Gerais.

2.3- Tityus bahiensis

Apresenta colorido geral marrom-escuro, às vezes marrom-avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. Fêmures e tíbias dos pedipalpos com mancha escura. A mão do macho é bem dilatada. É o escorpião que causa os acidentes mais freqüentes no Estado de São Paulo.

2.4- Tityus trivittatus

Apresenta colorido amarelo-escuro, com três faixas longitudinais quase negras, podendo haver pequenas variações na cor. Atinge cerca de 7cm de tamanho. Distribuição geográfica: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

3 - ARANHAS

As aranhas são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos e baratas. Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares. Apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome. No cefalotórax articulam-se os quatro pares de patas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras. Nas quelíceras estão os ferrões utilizados para inoculação do veneno.

No Brasil existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus. Os acidentes causados por Lycosa (aranha-de-grama), bastante freqüentes e pelas caranguejeiras, muito temidas, são destituídos de maior importância.

3.1- Phoneutria

São as chamadas armadeiras, devido ao fato de, quando ameaçadas, tomarem a postura de se “armar”, levantando as patas dianteiras e eriçando os espinhos. É extremamente agressiva.

Habitam sob troncos, normalmente folhagens densas, como bananeiras, montes de lenha ou materiais de construção empilhados e, eventualmente, aparecem dentro das residências, principalmente em roupas e dentro de calçados.

O animal adulto mede 3 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas. Não fazem teia e têm coloração marrom-escura com manchas claras formando pares no dorso do

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abdome. Após a picada, ocorre dor intensa e imediata no local e, em casos mais graves, suor e vômitos. A espécie Phoneutria keyserling é amplamente distribuída nas regiões Sul e Sudeste, com pequeno número de acidentes registrados.

3.2- Loxosceles

Conhecida como aranha marrom, é encontrada com facilidade nas residências, atrás de quadros, armários, no meio de livros, caixas de papelão e outros objetos pouco remexidos.

No ambiente externo podem proliferar-se em telhas ou materiais de construção empilhados, folhas secas, em casca de árvores, paredes de galinheiros, muros velhos e outros.

São animais pequenos, atingindo 4 cm de diâmetro quando adultas, com coloração que varia de marrom-claro a marrom-escuro, possuem abdome em forma de caroço de azeitona e pernas longas e finas. Não são agressivas.

3.3- Latrodectus

O gênero Latrodectus (“viúva negra”) – cuja espécie mais comum no Brasil é a Latrodectus curacaviensis -, ao contrário do que se verifica em outros países, é agente raro de acidente em nosso país.

3.4- Lycosa

As aranhas do gênero Lycosa, chamadas de aranhas de jardins, são comumente encontradas nas residências; também causam acidentes leves, sem necessidade de tratamento específico.

Apresentam cor marrom acinzentado, apresentando um desenho em forma de seta no abdome. O animal adulto mede entre 2 a 3 cm de corpo e 5 a 6 cm de envergadura de pernas. Habita campos e gramados e não é agressiva. No local da picada pode ocorrer leve descamação da pele.

3.5- Caranguejeiras

As aranhas caranguejeiras, apesar de seu aspecto assustador (podendo chegar a medir 20 cm de diâmetro), causam acidentes leves. A picada pode ser muito dolorosa, porém seu veneno é pouco ativo para os seres humanos, somente seus pêlos podem causar irritação em algumas pessoas. Dificilmente pica. O que ocorre com maior freqüência é uma dermatite pela ação irritante dos pêlos do seu abdome, que se desprendem quando o animal se sente ameaçado.

3.6- O VENENO

Segundo o pesquisador Marcelo Cairrão Araújo Rodrigues em sua tese, “As peçonhas de artrópodos são ricas fontes de neurotoxinas, verdadeiras ferramentas moleculares com ação seletiva e específica sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) de mamíferos, e de grande relevância clínico-científica. Demonstramos recentemente que a

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peçonha de P. bistriata, quando injetada por via intracerebroventricular (i.c.v.), desencadeava crises convulsivas em ratos, um indício da existência de neurotoxinas pró-convulsivantes na peçonha dessa aranha.” Mais um exemplo de como os estudos sobre as peçonhas estão se desenvolvendo.

4 - TATURANA

As lagartas venenosas são a fase larval das borboletas ou mariposas. Possuem pelos ou espículos simples ou arborecentes por onde secretam veneno (que são substâncias alergenas) que causa coceira, provoca queimaduras e dor.

As lagartas do gênero Lonomia, também conhecidas como Taturana, são lagartas de cor marrom-claro-esverdeado, com manchas amarelo-escuro. Apresentam listras de coloração castanho escuro ao longo do corpo e espinhos ao longo do dorso. Não ultrapassam 6 a 7 centímetros. A reação imediata ao contato é de ardência e edema local. Hemorragia pode ocorrer precocemente (antes de 72 horas) quando o contato é maciço, ou tardiamente (após 72 horas) quando o contato é superficial. Pode haver insuficiência renal.

DINÂMICA DO ENVENENAMENTO

O envenenamento ocorre quando, por intermédio da inoculação da substância tóxica, seja por intermédio de dentes ocos, espinhos ocos ou órgãos inoculadores; assim o veneno encontra um meio de entrar no organismo da vítima onde irá percorrer certos caminhos de acordo com suas características, primeiramente físico-quimicas, se ele irá se espalhar pela corrente sangüínea ou se irá ficar depositado no local da ferida onde foi inoculado.

No primeiro momento então, podemos citar é onde ocorre o acidente com o animal peçonhento, o veneno foi inoculado no organismo da vítima.

No segundo momento vem o efeito deste veneno e a forma como a vitima irá se comportar. Se a vitima tiver inoculada uma dose muito elevada deste veneno este irá impossibilitá-la de procurar ajuda e até mesmo deixá-la inconsciente sendo muito ruim o prognóstico deste acidente, com sorte são poucos os acidentes desta natureza. O que acontece com mais freqüência é o fato da vitima sofrer um acidente e este impossibilitar o membro seja o braço ou a perna. Geralmente existe alguém por perto para prestar ajuda e é nessa hora que a ajuda pode atrapalhar a vitima.

Todos sabemos que quanto maior a concentração de uma substância em um meio maior será a influencia de suas propriedades neste meio. Então podemos dizer que, quando ocorre um acidente com inoculação do veneno nos tecidos da perna, esta perna terá uma concentração um e o restante do corpo zero na hora da inoculação, então os efeitos deste veneno serão devastadores para as células da perna, ocasionando a morte de um grande numero de células, e é nesta hora que a medida mais usada o torniquete é lembrada, o torniquete faz com que o veneno fique concentrado no membro, e além disso impossibilitando a circulação sanguínea ocorre a morte dos tecidos por falta de oxigênio,

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assim os resultados podem incluir lesões nos nervos causando paralisia dos músculos, e em casos mais graves uma futura amputação dos membros.

Outra técnica do senso comum diz respeito a realizar cortes e comprimir o local do acidente, em um primeiro momento pode parecer uma atitude a favor da vitima, mas no local do acidente não se tem as condições idéias de assepsia para a realização de um procedimento deste caráter, assim o que acontece usualmente é o uso de facas de caça, previamente usadas, e o local do acidente também encontra-se muitas vezes já sujo com terra, etc. ocasionando assim uma lesão secundária ao acidente podendo esta causar maiores prejuízos para a vítima.

A atitude mais cabível é fazer o possível para que o veneno concentrado nos tecidos se dilua pela corrente sanguínea e tenha seus efeitos muito diminuídos. Assim enquanto a vitima for levada para a prestação de socorro e tratamento com soro adequado o corpo deve permanecer na maior parte do tempo deitado e o membro atingido em posição elevada.

Esta dinâmica é claro faz parte da maioria dos acidentes considerando-se um individuo adulto e que o animal causador não seja muito fora do comum, como por exemplo o acidente do malasiano Ali Khan Samsuddin que morava com 6000 cobras e escorpiões e foi mordido na mão por uma cobra rei de sete metros.

O terceiro momento do envenenamento ocorre após a prestação do socorro e a forma como ele este se desenvolveu, se os fatores favoráveis a vitima foram maiores, ela sobrevive, como: tipo e quantidade de animais que ocasionaram o acidente, estado de saúde anterior da vítima, forma de socorro, proximidade e eficiência do socorro médico, ou se os fatores desfavoráveis prevalecerem poderá ocorrer o óbito.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

<http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL2965-5603,00.html> acesso em 22/04/2008

http://www.geocities.com/~esabio/escorpiao/veneno.htm

http://www.saude.rj.gov.br/animaispeconhentos/escorpcaracteristicas.html

http://www.google.com.br/search?q=subst%C3%A2ncia+pe%C3%A7onha+cobra&hl=pt-BR&start=10&sa=N

http://www.universia.com.br/html/materia/materia_ceid.html

www.midiaindepentente.org.br

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