Trabalho grupo Metodologias de Investigação I.
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Docente:
Susana Pescada
Discentes:
Ana Abreu
Melissa Mealha
Patrícia Martins
Rita Gonçalves
Ricardo António
ESE – UALG
FARO, JUNHO 2011
1º ano – 2º semestre
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
AGRADECIMENTO
Este trabalho enquadra-se no âmbito da Unidade Curricular de Metodologias de
Investigação I, do 1.º Ano do Curso de Educação Social, orientada pela docente, Susana
Pescada, que formal ou informalmente, contribuiu para este resultado. À Professora
Susana queremos manifestar desde já o nosso agradecimento pela acção e
personalização das aulas que ministrou e reconhecido envolvimento pessoal e
profissional.
Agradece-se ainda aos restantes elementos da turma pela partilha e divulgação das
grelhas de leitura respeitantes às leituras dos trabalhos, bem como às entrevistadas pela
colaboração prestada.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
RESUMO
Este trabalho insere-se na Unidade Curricular Metodologias de Investigação I do curso de
Educação Social (ES) da Universidade do Algarve. É um trabalho qualitativo de carácter
exploratório, onde se procurou responder à pergunta de partida “ Quais as expectativas
que um aluno de ES tem relativamente à inserção no mercado de trabalho?”. Utilizou-se
como amostra duas alunas do curso, uma do 1º e outra do 3º ano que responderam a
uma entrevista semi directiva. Após as transcrições das entrevistas, o procedimento da
análise de dados foi a análise de conteúdo. A resposta à problemática central do trabalho
que é a das expectativas do aluno quanto à inserção no mercado de trabalho, ficou
aquém do esperado. Com o decorrer do estudo, ficámos familiarizados com as diferentes
etapas que constituem uma investigação científica, com métodos e técnicas e diversos
instrumentos de trabalho que se utilizam nas ciências sociais.
Palavras chave: educação social, educador social, inserção profissional, formação,
áreas de actuação, capacitação, problemas sociais.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
ÍNDICE AGRADECIMENTO .......................................................................................................... 2
RESUMO .......................................................................................................................... 3
Palavras chave .............................................................................................................. 3
ÍNDICE ............................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6
ENQUADRAMENTO DO ESTUDO ................................................................................... 7
METODOLOGIAS ............................................................................................................. 9
RESULTADOS ................................................................................................................11
ÁREAS DE INTERVENÇÃO ........................................................................................11
PREPARAÇÃO/FORMAÇÃO .......................................................................................11
NÍVEL DE SATISFAÇÃO/EXPECTATIVAS ..................................................................12
INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO ...............................................................12
CONTRIBUTO DO ES PARA A SOCIEDADE ..............................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................15
ANEXOS ..........................................................................................................................17
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: O Educador Social, desafiado pela diversidade
cultural das sociedades contemporâneas .....................................................................18
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: Práticas e Métodos de Investigação em Ciências
Sociais .........................................................................................................................22
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: A educação social e a investigação: algumas
generalidades em torno de um perfil profissional .........................................................23
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: O perfil formativo – profissional do(a)
educador(a) social – Uma experiência de investigação a partir do enfoque biográfico -
narrativo .......................................................................................................................25
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: Educação Social – Fundamentos e Estratégias
.....................................................................................................................................27
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: Pesquisa Qualitativa: “Reflexões sobre o
trabalho de campo” – Cadernos de pesquisa, n.º 115 ..................................................30
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: “Pesquisa Qualitativa e Análise de Conteúdo” –
Sentidos e formas de uso .............................................................................................35
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: “Educador Social: da Formação à Profissão”-
Cadernos de estudo .....................................................................................................37
GRELHA DE LEITURA - Obra/Artigo: “Pensar e intervir socialmente no séc . XXI-
Licenciatura em Educação Social” ...............................................................................40
CRONOGRAMA ...........................................................................................................42
PLANO DE ESTUDOS DA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO SOCIAL .......................43
GRELHA ANALÍTICA: O FUTURO EDUCADOR SOCIAL - Expectativas quanto à
inserção no mercado de trabalho ................................................................................44
GUIÃO DE ENTREVISTA ............................................................................................45
ENTREVISTA 1 ............................................................................................................47
ENTREVISTA 2 ............................................................................................................53
FICHA DE REGISTO DA ENTREVISTA 1 ...................................................................61
FICHA DE REGISTO DA ENTREVISTA 2 ...................................................................62
SINOPSE .....................................................................................................................63
GRELHA DE ANÁLISE - ENTREVISTADO 1 ...............................................................65
GRELHA DE ANÁLISE - ENTREVISTADO 2 ...............................................................68
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
6
INTRODUÇÃO O presente trabalho de investigação está inserido na Unidade Curricular de Metodologias
de Investigação I do 1º Ano do Curso de Educação Social (ES) Pós Laboral.
Sendo alunos do 1º ano de curso de ES e estando conscientes de, por um lado do
aumento dos problemas sociais e da importância cada vez maior desta profissão e por
outro, da dificuldade que é, nos dias de hoje, entrar no mercado de trabalho em Portugal,
pareceu-nos de todo pertinente escolher como tema a abordar, as expectativas que
futuros educadores sociais têm acerca da sua inserção profissional.
A entrada no mercado de trabalho é para a maioria dos estudantes uma questão de
extrema importância, revelando-se esta situação repleta de dúvidas e incertezas. Como
futuros Educadores Sociais (ES) existe, ao longo do curso, a preocupação de que este
nos forneça as melhores ferramentas e a formação mais adequada para o
desenvolvimento da nossa profissão e é provável que estas preocupações aumentem
com o aproximar do fim do curso. Por isso, a experiência pré profissional que é
proporcionada no 3º ano, com as unidades curriculares de Prática I e Prática II, revela-se
necessária e imprescindível, pois possibilita o contacto com as várias realidades em que
poderemos intervir futuramente.
A relevância deste trabalho será a de contribuir com um estudo acerca do curso de ES e
a futura inserção profissional dos seus diplomados, visto que muito pouco está estudado
e desenvolvido acerca desta matéria. Para isto muito ajuda o facto de ser uma profissão
nova, e pouco conhecida principalmente dos agentes empregadores. Os próprios autores
do estudo, alunos do 1º ano, têm também um grande interesse pessoal acerca deste
assunto.
Assim sendo, a questão de partida deste trabalho de investigação empírica e que no
fundo também enuncia o seu principal objectivo é a seguinte: quais as expectativas que
um aluno de ES tem relativamente à inserção no mercado de trabalho?
A partir desta interrogação, outras mais específicas surgiram, tais como:
- Qual o motivo da escolha do curso de Educação Social?
- Participou em voluntariado e/ou em formações ao longo do curso?
- O curso de ES prepara os alunos o suficiente para as necessidades do mercado
de trabalho?
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
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- Com o decorrer do curso, este corresponde às expectativas iniciais?
- Quais as abordagens realizadas pelo aluno ao mercado de trabalho (envio de CV,
contacto com professores e profissionais da área, participação em projectos, entre
outros)?
- Quais as áreas em que o ES pode exercer a sua profissão?
- Qual a importância do ES na resolução dos problemas sociais?
Resumindo, e sendo as expectativas quanto à entrada no mercado de trabalho a
problemática central deste estudo, um conjunto de problemáticas depois emerge para
melhor explicar o problema principal, tais como, as diversas áreas de intervenção do ES,
o nível de satisfação do aluno e o contributo desta formação específica para a sociedade.
O presente estudo será desenvolvido numa metodologia própria dos estudos
exploratórios de carácter qualitativo – abordagem indutiva. Os dados serão recolhidos
através de entrevista semi-directiva. O público alvo é constituído pelos alunos do curso
de ES da Escola Superior da Educação e Comunicação da Universidade do Algarve,
sendo a amostra representada por um aluno do 1º e por um aluno do 3º ano. O
procedimento da análise dos dados obtidos será a análise de conteúdo.
Deste trabalho fazem parte os seguintes capítulos: Introdução; Enquadramento do
Estudo (quanto à sua natureza empírica, e quanto à sua natureza teórica com recurso à
literatura); Metodologia; Resultados (onde consta a apresentação e discussão dos
resultados mais significativos); Considerações Finais (no qual é apresentado a reflexão
final, as criticas a todo o desenrolar do estudo e algumas pistas para novos estudos que
entretanto foram surgindo); Referencias Bibliográficas e Anexos (composto por todos os
instrumentos de trabalho usados – cronograma, grelhas de leitura, guião da entrevista,
transcrição das entrevistas, sinopses, grelhas de análise do conteúdo).
ENQUADRAMENTO DO ESTUDO No mundo actual, a Educação Social (ES) emerge para dar resposta a uma diversidade
de problemas sociais (Samagaio, 2003, Carvalho e Baptista, 2004). A ES articula
diferentes disciplinas e deve ter carácter prático (e aqui beneficia da experiência do
terreno do trabalho social), sendo os fundamentos científicos e os modelos teórico-
práticos que a sustentam obtidos na Pedagogia Social. O ES tem um saber próprio, com
capacidade para intervir no indivíduo, na família, nas instituições e na sociedade em
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
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geral, podendo a sua acção passar tanto por lares idosos, prisões, centros de juventude,
centros comunitários, escolas autarquias, entre outros.(Carvalho, 2000).
O papel do Educador Social entende-se como a ajuda ao desenvolvimento social do
indivíduo com o objectivo de este viver correctamente os aspectos sociais da sua vida a
nível pessoal, comunitário, cívico e político. O ES tem um grande desafio que é preparar
os indivíduos para questões como as da solidariedade e da tolerância para que possa
combater problemáticas, tais como, por exemplo, a exclusão social (Serapicos, 2003). O
ES para poder ter um bom desempenho na sua profissão deve estar em constante
formação e deve também ter consciência da importância da investigação científica neste
desempenho (Carvalho, 2000; Samagaio, 2006). O Educador Social deve construir o seu
conhecimento à medida das necessidades e dos vários contextos sociais onde vai
trabalhando (Samagaio, 2006). O ES trabalha partindo do princípio que todas as pessoas
são seres educáveis e em transformação ao longo da sua vida. A intervenção do ES deve
ter atenção, no plano da educação, à diversidade cultural e só com o diálogo com o Outro
numa relação de empatia e de descentração é possível ao ES dar uma resposta realista
e eficaz (Gonçalves, 2006).
A profissão ES é uma profissão nova e pouco conhecida pela sociedade (Cardoso, 2006)
por isso denota ainda uma série de lacunas quer ao nível da carreira profissional quer a
nível relação com o mercado de trabalho. A formação académica tem assim uma grande
importância nos processos de profissionalização (Teixeira, 2008). Segundo Canastra
(2009), os processos de profissionalização fazem sentido através das práticas e da
acção. O perfil do ES deve estar relacionado por um lado com as tendências e posturas
pessoais e por outro com as iterações, reflexões e criticas que este faz durante o seu
percurso (Canastra, 2009).
O curso de licenciatura em Educação Social da Universidade do Algarve é um ciclo de
estudo estruturado em 6 semestres lectivos (plano de estudo em anexo). O curso tem
como principais objectivos o desenvolvimento de um conjunto de competências de
natureza teórica e prática, tendo como base teorias e paradigmas de intervenção
reflexivos, facilitar a aquisição de habilitações para a realização e avaliação de projectos
na área da ES; desenvolver o espírito crítico e reflexivo, ministrar formações para que o
profissional possa ajudar a melhorar a vida dos indivíduos e contribuir para a formação e
inserção ao longo da vida.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
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Relativamente à inserção profissional dos diplomados, este conceito surge a partir dos
anos 80 ligada às crescentes dificuldades dos jovens na passagem para a vida activa.
Deste modo, surge uma nova problemática social, a do acesso ao emprego por parte dos
jovens (Teixeira, 2008). Esta nova problemática científica tem sido desenvolvida por um
economista francês (Jean Vicens) que se tem debruçado sobre as relações entre a
economia educativa e a economia do trabalho (Teixeira, 2008). A partir desta altura,
muitos autores têm apresentado trabalho científico no campo da inserção profissional,
tanto na área da economia como na área da sociologia. A partir dos anos 90, surgem a
nível mundial, então, uma grande quantidade de estudos empíricos e teóricos sobre a
inserção profissional enquanto objecto de estudo (Teixeira, 2008).
METODOLOGIAS Para que fosse possível a realização deste trabalho, foi necessário recorrer a métodos,
técnicas, metodologias e estratégias específicas consoante o assunto em questão
(Albarello et al, 1995).
A questão de investigação que optamos por definir foi “Quais as expectativas de um
aluno de educação social quanto inserção no mercado de trabalho?”. Foi a partir desta
questão de investigação que se começou a compor a investigação em si, é neste
momento que se decide o futuro da investigação.
Tendo em conta que a nossa investigação implica o estudo de relações sociais e a
compreensão de problemas, designa-se uma investigação de carácter qualitativo
(Guerra, 2006). A investigação qualitativa implica uma reflexão do estudo por parte do
investigador, sendo este o principal instrumento de recolha de dados adoptando uma
postura objectiva durante a recolha desses mesmos dados (observa, participa e
conversa, …).Dentro da investigação qualitativa o método do estudo de caso era o que
mais se adequava à investigação que pretendíamos realizar. Este método é uma
investigação aprofundada de um indivíduo, de uma família, de um grupo ou de uma
organização, que implica que a unidade social não seja demasiado extensa e o período
de observação não seja demasiado curto. O estudo de caso centra-se na recolha
intensiva de informação acerca de enumeras práticas e representações sociais, durante
este processo a conversação informal e a entrevista são técnicas que permitem a
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imposição do investigador. O estudo de caso serve para aumentar o conhecimento
relativamente a um determinado individuo e gerar novas hipóteses (Gauthier, 2003).
O método indutivo permite-nos fazer a correspondência entre a observação e a
realidade, para além disso, parte de questões particulares para chegar a conclusões
generalizadas, tal como nos remete a nossa investigação, partimos de uma questão
particular “Quais as expectativas de um aluno do curso de Educação Social referente ao
mercado de trabalho”, para chegar a conclusões generalizadas. O investigador tem de
ser objectivo assumindo um papel neutro. Como o público que irá ser observado por nós,
investigadores, é um grupo específico de pessoas (alunos do curso de Educação Social),
a entrevista, é a técnica de investigação qualitativa que melhor se ajustava ao nosso
trabalho (Guerra, 2006). A recolha de dados foi feita através da entrevista semi-directiva
realizada, e pela observação do investigador durante a entrevista. Este é o tipo de
entrevista que se desenrola num local informal e descontraído, de modo a que o
entrevistado se sinta confortável para que este se sinta à vontade e se expresse
livremente, por isso escolhemos as salas da Universidade do Algarve para as realizar.
A amostragem característica da investigação qualitativa é a amostragem teórica, em que
não há a noção de quantos indivíduos vamos entrevistar, nem a preocupação com a
quantidade de entrevistas que se vão realizar, mas sim, com a qualidade daquelas que
serão realizadas, para além disso a qualidade da informação recolhida é bastante
fundamentada. No decorrer do planeamento da investigação, tivemos que optar por fazer
apenas duas entrevistas já que haviam alguns condicionalismos a uma maior amostra
(principalmente falta de tempo). A amostra foi constituída por duas alunas do curso de
Educação Social da Universidade do Algarve e a variável foi o ano de escolaridade que
frequentam, a entrevistada 1 frequenta o 3º ano do curso de Educação Social em regime
pós laboral e a entrevistada 2 frequenta o 1º ano em regime diurno. Amostragem de actor
é quando a entrevista é feita a um grupo de pessoas que fazem parte do mesmo grupo
social, como é este caso. Foi realizado um Guião de entrevista.
Após a realização e transcrição da entrevista e para finalizar esta etapa, procedemos à
análise de conteúdo (Bardin, 1977; Guerra, 2006), nomeadamente ao comparar e inferir
os dados recolhidos nas duas entrevistas. Segundo, Duarte (2002), os dados recolhidos
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através da investigação qualitativa são geralmente abundantes, mas muitas vezes difíceis
de tratar.
RESULTADOS Com o objectivo de ser mais fácil a apresentação e discussão dos resultados, estes são
apresentados segundo as problemáticas estabelecidas.
ÁREAS DE INTERVENÇÃO
Os entrevistados revelaram diferentes interesses. A entrevistada 1 frequenta o 3º ano do
curso de ES e referiu que a área que lhe desperta mais interesse é relacionada com as
crianças - “nas crianças” (grelha de análise da entrevista 1). Relativamente à entrevistada
2, as áreas que lhe despertam maior interesse são, a dos idosos, as vítimas de violência
doméstica e crianças em risco - “idosos, pelas pessoas que sofreram os mesmos
problemas que eu [vivenciou violência doméstica], pessoas fragilizadas a nível
psicológico, pessoas que precisam de ajuda, que precisam de apoio, crianças
desprotegidas” (grelha de análise da entrevista 2).
Estas respostas evidenciam o carácter multidisciplinar do ES já que os contextos de
trabalho são muito diversificados, podendo abranger diferentes áreas, desde a infância à
terceira idade e passando por todo o percurso da juventude e dos adultos (Samagaio,
2006; Carvalho e Baptista, 2004).
O percurso pessoal, na escolha da área de intervenção, também tem influência (sinopse
– entrevistado 2), tal como também é referido por Canastra (2009).
PREPARAÇÃO/FORMAÇÃO
Ambas as entrevistadas referem a importância das aulas práticas logo a partir do 1º ano.
Acerca deste assunto, a entrevista 1 refere - “Penso que não. […] Penso que ::: se
tivéssemos ao longo dos 3 anos práticas, logo, ou seja, se tivéssemos uma parte de
fundamentação, uma parte teórica e fosse acompanhada logo com a prática (xxx) era
muito mais fácil e preparava muito mais as pessoas […]”(grelha de análise da entrevista
1).
A entrevista 2 refere: “[…] eu tou no 1º ano […] no 1.º semestre, como já disse, foi muito
muito teórico” (grelha de análise da entrevista 2).
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A opinião das entrevistadas está de acordo com vários autores, que afirmam que a
profissão do ES é essencialmente prática, de acção e que estes profissionais
desenvolvem melhor as suas competências profissionais em contextos de trabalho .
NÍVEL DE SATISFAÇÃO/EXPECTATIVAS
As entrevistadas tem expectativas diferentes, enquanto a entrevistada 1, que está no 3º
ano, sente que as suas expectativas se defraudaram ao longo do curso - “senti que as
minhas expectativas se defraudaram” (grelha de análise da entrevista 1). Enquanto a
entrevistada 2 que está no 1º ano refere que inicialmente o curso não estava a
corresponder as suas expectativas mas, que actualmente já está - “Agora já tá! No início
assustei-me […] agora sim posso dizer que ele tá a começar a corresponder ao que
estava à espera” (grelha de análise da entrevista 2).
Este assunto, da relação da formação académica versus mundo real do trabalho é de
extrema importância tal como refere Teixeira (2009), para que as expectativas inicias de
mantenham.
INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Ambas as entrevistadas não fizeram nenhuma abordagem ao mercado de trabalho. A
entrevistada 2 não fez abordagem ao mercado de trabalho porque está no 1º ano -“Não,
não” (grelha de análise do entrevistado 2). A entrevistada 1 não fez abordagem ao
mercado de trabalho porque têm uma profissão estável como bancária e não pretende
laborar na área de Educação Social “ (grelha de análise da entrevista 1).
CONTRIBUTO DO ES PARA A SOCIEDADE
Ambas as entrevistadas referem a importância da profissão para a resolução dos
problemas sociais. A entrevistada 1 refere que o Educador Social deverá promover o
empowerment, o desenvolvimento humano e a inclusão social dos indivíduos - “O ES
deve ser uma pessoal que deve facilitar, deve capacitar, deve promover o Empowerment,
o (xxx) desenvolvimento humano […] prover a inclusão social, portanto deve ser uma
pessoa que deve trabalhar o outro como alguém especial como uno e único […] só
através da capacitação dessas pessoas é que tu o poderás fazer” (grelha de análise do
entrevistado 1).
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A entrevistada 2 refere acerca desta questão - “tem um papel muito importante porque
estas pessoas são esquecidas e o nosso papel é, além de educar, também apoiar essas
pessoas” (grelha de análise do entrevistado 2).
CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao finalizar esta investigação, o nosso balanço é positivo, para além de nos ter
enriquecido a nível pessoal, foi também benéfico para a nossa formação académica. A
ideia com que ficamos foi de que fizemos um óptimo trabalho e de que este foi bastante
produtivo. Apesar deste trabalho ter sido na sua generalidade benéfico para todo o grupo,
pensamos que também seria importante salientar algumas dificuldades e
condicionalismos durante a sua elaboração.
Ao analisar todo este processo de investigação retiramos algumas conclusões nesse
sentido, nomeadamente que o 2º semestre foi um tempo muito curto para a realização de
um trabalho tão complexo e que exigiu tanto de nós, o tipo de material utilizado para a
gravação da entrevista não foi o mais adequado, o que trouxe algumas complicações na
sua transcrição e por último, mas não menos importante, o facto de termos dado a
conhecer às entrevistadas o guião da entrevista, condicionou a realização da mesma.
Num futuro trabalho de investigação, faremos uma pré-selecção mais rigorosa dos
indivíduos escolhidos para serem entrevistados. No caso da entrevistada 1, esta não
tenciona seguir uma carreira dentro desta área, optando por este curso apenas como via
de enriquecimento pessoal e uma futura mais-valia para si. Neste caso uma pré-selecção
teria excluído a hipótese de entrevistar esta aluna, uma vez que o seu futuro não passa
pela profissão de Educação Social, teria sido mais importante/interessante entrevistar
alguém que perspectivasse o seu futuro nesta área. Quanto à entrevistada 2, por estar
ainda no primeiro ano, não tem ainda bem presente este tipo de questão. Por isso,
teríamos obtido respostas mais adequadas se a escolha da amostra fosse apenas no
âmbito dos alunos finalistas.
Assim sendo, a resposta à pergunta de partida “Quais as expectativas que um aluno de
ES tem relativamente à inserção no mercado de trabalho” não fica respondida
satisfatoriamente.
De resto, a metodologia desenvolvida no decorrer da investigação foi a mais adequada,
sendo que este foi um estudo/investigação exploratório de carácter qualitativo, em que
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
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houve constantemente uma abordagem ao método indutivo, que se baseia na
correspondência entre a observação e a realidade partindo do particular para o geral.
Relativamente às problemáticas discutidas na sequência da nossa investigação e de
modo a assegurar uma possível continuação deste estudo sugeríamos que se
questionasse os alunos do curso de Educação Social relativamente ao plano curricular do
seu curso, de modo a perceber se este seria adequado para as futuras exigências do
mercado de trabalho. Seria também interessante realizar um estudo que tivesse como
principal objecto saber o que pensam os alunos empregados, após terminarem este
curso quanto ao seu futuro nesta área, ou seja, um estudo centrado no percurso
profissional dos alunos que terminaram o curso de Educação Social.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Albarello, L.; Digneffe, J.; Maroy, C.; Ruquoy, D. & Saint-Georges, P. (1995).
Práticas e Métodos de Investigação em Ciências Sociais. Gradiva, 244 p
Bardin, L. (1979). Análise de Conteúdo. Lisboa, Edições 70.
Canastra, F. (2009). O perfil formativo-profissional do(a) educador(a) social - Uma
experiência de investigação a partir do enfoque biográfico-narrativo. Revista
Iberoamericana de Educación, nº 49/8, pp. 1-10
Cardoso, A. (2006). Alguns desafios que se colocam à Educação Social.
Cadernos de Estudo. Porto, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, n.º
3, pp. 7-15
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nº 5, pp. 39-48 NAO TEM FICHA DE LEITURA
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Duarte, R. (2002). Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo. Rio
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Lisboa, Lusociência
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Educação de Paula Frassinetti, n.º 3, pp. 111-118
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de uso. Cascais, Principia Editora.
Samagaio, F. (2006). A educação social e a investigação: algumas generalidades
em torno de um perfil profissional. Cadernos de estudo. Porto, Escola Superior de
Educação de Paula Frassinetti, n.º 3, pp. 17-23
Serapicos, A. (2003). Pensar e intervir socialmente no séc. XXI – Licenciatura em
Educação Social. Saber (e) Educar, nº 8, pp. 55-58
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em Educação Social do Ensino Politécnico. Pontes e vazios na relação entre
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
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percursos de formação e percursos de inserção profissional. Lisboa, Universidade
Nova de Lisboa.
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ANEXOS
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GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: O Educador Social, desafiado pela diversidade cultural das
sociedades contemporâneas
Autor: José Luís de Almeida Gonçalves Páginas Consultadas: 111 a 117
Ideias / Conteúdo Tópicos para estrutura do texto
“ O reconhecimento da pluriculturalidade
das sociedades contemporâneas e das
tensões que este fenómeno suscita no
espaço público destas não é um facto
novo em si”( pág. 111)
“O elemento de novidade , no plano da
educação e a integração de tal
diversidade cultural na pedagogia e na
intervenção social”.
“Do ponto de vista Sociológico , bastar-
nos–á por ora constatar que as
sociedades actuais convivem com
diferentes tipos de pluralismos: por um
lado, um pluralismo monástico,
vincadamente mono cultural (…)por outro
lado temos o pluralismo poli cultural
baseado no diálogo na troca e na
negociação das diferenças nesse mesmo
espaço publico (…)” ( pág. 112)
“Esta pluriculturalidade social – que
resulta da internacionalização da vida
quotidiana (…)” (pág. 112)
“Do ponto de vista do educador social
torna-se mais determinante entender este
paradoxo; no momento em que as nossas
sociedade redescobrem a importância da
Sociedades modernas
A dinâmica pluricultural das
sociedades
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
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variável cultural, torna-se necessário
ultrapassa-la.”(pág. 113)
“Como o educador social age sobre as
consequências das fracturas que
atravessam o tecido social, ele depara-se
com um duplo desafio: por um lado
encetar uma compreensão racional dos
conflitos, uma vez que a intervenção de
educador se situa como reflexão critica ,
nestas tensões sociais (…)”
“Na verdade, esta perspectiva contraria
aquilo que parece ser uma ameaça à
identidade a diversidade pelo contrario e
transportada pela problemática para o
interior da educação social (…)”(pág. 114)
“A diversidade e a discrepância
constituem valores e oportunidades para
fomentar um diálogo intercultural gerador
de inclusão social, mediada pelo
educador social.”(pág. 114)
A noção de culturalidade facilita o
conhecimento de processos culturais e
ajuda a pensar a alteridade sem tornar o
Outro como objecto. Então, na sua
intervenção, o educador social interessar-
se-á mais pela produção da cultura do
próprio sujeito.”(pág. 114)
“O educador social será desafiado a
operar uma verdadeira metanóia cognitiva
(…)” (pág. 115)
“Para o educador social e para a dinâmica
intercultural pouco importa o que é
exactamente determinada cultura pois o
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
20
decisivo reside no esclarecimento daquilo
que ela representa para a pessoa.”(pág.
115)
“O educador social deve inserir-se a si e
ao utente num caminho auto reflexivo e
inter-subjectivo, ajudando a discernir a
lógica psico-social das relações entre os
sujeitos portadores de cultura e a
identificar os seus efeitos
fracturantes.”(pág 115)
“(…) a cultivar pelo educador social na
sua intervenção , bem como algumas
chaves pedagógicas em registo
intercultural .”(pág. 116)
“(…) nas sociedades pluriculturais levanta
exigências de uma nova atitude ao
educador social.”(pág 116)
“(…) o educador social seja convocado a
fomentar uma pedagogia em acto que se
constrói e se desenvolve na confrontação,
na experiencia e na análise , pela
interacção comunicacional dos
sujeitos.”(pág.116)
“A realidade da educação social torna-se
evidente que as atitudes para a
descentração e a empatia não são inatas
, elas necessitam de uma aprendizagem
sistemática e objectiva -fomentadas pelo
educador social _ para evitar o
surgimento do egocentrismo.”(pág 116)
“Tentamos, neste artigo , ilustrar as
rupturas sociais antropológicas e éticas
que uma educação aberta á alteridade do
A centralidade da noção de
culturalidade na proposta
intercultural.
Exigências de uma nova
atitude na intervenção
social.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
21
Outro culturalmente diverso introduz, nas
práticas pedagógicas e intervenção social
das sociedade pluriculturais
contemporâneas e consequentemente , a
vigilância critica e a mudança de
competências hermenêuticas que exige
aos educadores.”(pág.117)
Construção de uma
identidade pessoal e social
dos educadores
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
22
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: Práticas e Métodos de Investigação em Ciências Sociais
Autores: Luc Albarello, Françoise Digneffe, Jean-Pierre Hiernaux, Christian
Maroy, Danielle Ruqquoy, Pierre de Saint-Georges
Ideias / Conteúdo Tópicos para
estrutura do texto
A metodologia da Entrevista
“O Papel do entrevistador, numa óptica semi directiva,
pode ser delimitado nestes termos: segue a linha de
pensamento do seu interlocutor, ao mesmo tempo zela pela
pertinência das afirmações relativamente ao objectivo da
pesquisa”. (...) (p. 95)
“O procedimento indutivo parte da observação do terreno;
pode abrir-se a pistas de investigação muito originais. Na sua
base encontra-se uma pesquisa exploratória, fase aberta na
qual o investigador se situa como um verdadeiro explorador,
se familiariza com uma situação ou um fenómeno e tenta
descrevê-los e analisá-los”. (p. 97)
As estratégias de intervenção do entrevistador
“O plano da entrevista: guia da entrevista e modo de
intervenção” (p. 109)
A análise qualitativa de entrevistas
Grelha de análise, comparação dos dados, sínteses,
explicação dos dados
Etapas da investigação
A problemática e quadro teórico
A constituição da amostra
As entrevistas: guia de entrevista
Análise de entrevistas
Os resultados
Característica das
entrevistas
Método indutivo.
Mais-valia da
pesquisa
exploratória.
Preparação das
entrevistas:
Procedimentos e
cuidados a ter.
Instrumentos de
trabalho a
desenvolver.
As várias etapas
do trabalho
exploratório.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
23
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: A educação social e a investigação: algumas generalidades em
torno de um perfil profissional
Autor: Florbela Samagaio Páginas Consultadas: 17-23
Ideias / Conteúdo Tópicos para
estrutura do texto
Reflexão acerca do perfil profissional do educador social.
Relaciona a sua prática profissional com a investigação.
Educação Social como resposta às exigências da sociedade
pós moderna.
“(...) a Educação Social, apesar de intervir principalmente
através da formação/educação, partindo do pressuposto que
todo o indivíduo é, independentemente da sua idade, um ser
educável, não descura a flexibilidade e a elasticidade dos
saberes. Para bem intervir, o educador social é ele próprio,
um investigador. Num contexto de investigação acção ou não,
ele treina a observação, ele levanta um problema de
investigação (...) constrói um conhecimento para melhor
intervir à medida das suas necessidades e de acordo com
determinados contextos sociais, económicos e académicos.”
(p. 18)
“A intervenção da educação social faz-se com base num
conhecimento (relativamente) seguro da realidade (...)
partindo da realidade, tal como ela é, nunca como deveria ser
e muito menos como gostaríamos que fosse, que o educador
social constrói o seu saber e realiza a sua intervenção.” (p.19)
É fundamental o contacto do educador social com as
populações.
“Um educador é aquele que ajuda os outros a crescer e a ser
(...)” (p. 19).
“O educador social procura saber um pouco de tudo (...)
Perfil do
educador social
Importância da
investigação
científica no
papel
profissional
Áreas de
actuação
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
24
procura operacionalizar uma intervenção sócio pedagógica
junto de determinadas categorias sociais, consideradas mais
vulneráveis a situações de exclusão.” (p. 21)
“Os contextos de trabalho dos educadores sociais são
diversificados. Desde a infância, à terceira idade, passando
pelas várias juventudes (...). Os contextos de pobreza e de
exclusão social, o universo das famílias existentes no
panorama social português, as populações (i)migrantes, as
diferenças sociais e económicas apelam à construção de uma
postura de trabalho marcada pelo conhecimento, pelo respeito
e pela sensibilidade face à diferença.” (p. 22).
Áreas de
actuação
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
25
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: O perfil formativo – profissional do(a) educador(a) social – Uma
experiência de investigação a partir do enfoque biográfico - narrativo
Autor: Fernando Canastra Páginas Consultadas: 1-10
Ideias / Conteúdo Tópicos para estrutura do
texto
Processos de profissionalização do Educador Social
Processos de configuração do perfil formativo
profissional dos futuros educadores sociais;
(...) tende-se a questionar o papel que desempenha
a formação académica nos processos de
profissionalização;
“(...) revisão dos modelos de formação que se
inscreve, ainda, predominantemente, numa lógica
académica, isto é, onde se tende a valorizar a ideia
da “aplicação de saberes”. A lógica de qualificação
assenta, tendencialmente, na ideia da transmissão
de saberes técnicas e valores próprios de uma
profissão que, posteriormente, deverão ser aplicadas
e transferidas para as práticas profissionais (...).
trata-se de aprender a profissão a partir dos próprios
contextos laborais e numa Dinâmica de
autoformação ao longo da vida (...).” (p-3)
“(...) saberes importados de várias áreas
disciplinares e recontextualizados no quadro da
actividade no quadro da actividade profissional,
como “transmitir esses mesmos saberes?” (p. 4)
“Do ponto de vista da formação (inicial), a principal
implicação teórica que tendemos a salientar parece
estar relacionada com a necessidade de investir em
dispositivos de formação, organizados e geridos em
Perfil do Educador Social
Formação académica no
exercício da profissão
Qualificação e
competências
Formação de cada sujeito
Sentido da
profissionalidade dos
educadores sociais
Educador social: sujeito em
transformação ao longo da
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
26
função da singularidade de cada sujeito-aprendente.”
(p.8)
“(...) é através da análise das práticas e mediante a
investigação da acção e da praxis profissional que
os processos de profissionalização se revestem de
sentido próprio para cada sujeito-aprendente.(...) de
se promoverem dispositivos de acompanhamento,
organizados e geridos em torno da prática da
investigação-acção(...)” (p. 8)
“Parece ser este processo de formalização (prática-
teoria-prática) dos saberes de acção e de
experiência que tende a dar sentido à
profissionalidade dos educadores sociais.” (p. 8)
“(...) necessidade de os dispositivos de
(auto)formação se organizarem e gerirem em torno
da Pessoa do (futuro) profissional(...) A pessoa,
neste sentido não é uma entidade fixa ou um
carácter inalterado; ela (auto) transforma-se ao longo
da sua vida (...) à medida que vai tomando
consciência das tensões (dilemas ou contradições)
que a habitam e a partir das quais se institui como
sujeito relacional da sua vida (...)”(p.8)
vida.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
27
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: Educação Social – Fundamentos e Estratégias
Autores: Adalberto Dias de Carvalho e Isabel Baptista
Ideias / Conteúdo Tópicos para estrutura do texto
Introdução: “Eis a grande finalidade deste livro: promover o jogo
entre a verdade e o ethos.” (p.7, 3º §)
“Um equilíbrio difícil de impor uma gestão entre a
solidariedade e a tolerância, entre a identidade pessoal
e a identificação colectiva, entre os sentimentos de
autonomia e de partilha…” (p.8, 4º §)
“(…) a educação ser vista como uma tarefa não
apenas escolar mas que dimana de todas as
instancias sociais, conferindo-lhes (…) coesão pelos
projectos.” (p.10, 1º §)
1 - A emergência da Educação Social:
“ (…) a actividade de formação dos seus profissionais
terá de assumir plenamente as dimensões sistémicas,
hermenêutica e projectiva da própria Educação social”
(p.23, 2º§)
“Durkheim(…) falava mesmo de coisismo para
caracterizar as exigências da redução objectiva da
sociologia por analogia com o modelo das ciências
físicas” (p.38, 1º§)
“(…)o trabalho social comporta profissões de risco
porque com grandes e permanentes riscos de fracasso
(…) Importa (…) evitar tanto a resignação conformista
como a impulsividade inconsciente.”(p.49, 4º § e p.50,
1º §)
“Já não é hoje suficiente promover processos de
Introdução: Objectivo do livro
Individuo na
sociedade
Desafio da
educação social
1 - A emergência da Educação Social:
Formação dos
Educadores
Sociais
Dicotomia
sujeito/objecto
O fracasso na
Educação Social
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
28
adaptação e integração. (…) os imperativos da
solidariedade exigem hoje a superação do paradigma
economicista e do paradigma assistencialista
subjacentes á politica social (…)” (p.52 , 4º §)
2 - Educação Social e Pedagogia Social: “(…) o educador social, reconhecendo-se, antes de
tudo, como actor social, exerce progressivamente
as suas funções educativas, enquanto mediador
social (…)” (p.58, 3º §)
“ O seu objecto de estudo é afinal um objecto –
projecto, o que significa que a sua formulação
epistemológica depende, em grande parte, da
perspectiva filosófica que for assumida (Carvalho,
1996) “ (p.59, 6º §)
“Áreas de intervenção. (...) destacamos a
seguintes: educação de adultos, educação
especializada (...) educação ambiental.” (p.63, 2º §)
“ (…) o projecto constitui a expressão efectiva da
capacidade humana de transcendência,
corporizando a crença na possibilidade de
mudança, tanto ao nível de alteração do vivido
como da invenção de dias inteiramente novos,
desenhados na esfera do sonho onde a finitude do
humano realiza a sua vocação para a imortalidade
e para o infinito.” (p.66, 2º §)
“Ao contrário do que acontece na educação formal,
a educação social não se apoia nas lógicas
curriculares previamente definidas. (…) a
planificação estratégica valoriza, antes de mais, a
decisão sobre o sentido, sobre a direcção a seguir
de acordo com uma visão de futuro solidariamente
construída.” (p.69, 5º§)
“ (…) desenhados numa perspectiva humanista de
Solidariedade
social na
actualidade
(séc.XXI)
2 - Educação Social e
Pedagogia Social:
Educador Social
como actor social
Teoria / Prática
O projecto e as
suas implicações
Educação Formal
≠ Educação Social
Áreas de
intervenção
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
29
envolvimento, de autoria e de participação dos
próprios sujeitos, valorizando, ao mesmo tempo o
tecido social comunitário que suporta as redes
sociais de apoio aos seus percursos de vida.”
(p.71, 3º §)
3 - Educadores Sociais: “ (…) o educador social não pode ser um consumidor
passivo de conceitos e até mesmo de valores sociais
entretanto sujeitos à delapidação ideológica (…)” (p.85,
3º §)
“Uma formação que ultrapassa necessariamente a fase
formal do educador para se prolongar no próprio
exercício da profissão, com todos os riscos que isso
implica.” (p.86, 2º §)
“(…) o educador poderá, com certeza, isolado ou
integrado em equipas, contribuir para protagonizar
consequentemente o combate contra a exclusão social
a partir da viabilização da liberdade de cada um para
construir responsavelmente os seus projectos de vida.”
“A formação de um educador torna-se, pois, um
processo de socialização profissional (…)” (p.86, 5º §)
“ (...) preparados para adquirirem novas competências
de acordo com aquelas que são as exigências sempre
renovadas da própria sociedade, sob pena de a sua
actividade perder todo o sentido.” (p.89)
“Os educadores sociais são chamados a intervir em
territórios de intervenção partilhados por muitos outros
profissionais (...). Esta indeterminação traz problemas
acrescidos para o desenvolvimento de uma identidade
profissional ainda jovem (...)” (p.97)
Projectos
3 - Educadores Sociais:
O educador social
tem que adaptar
os conceitos às
situações
Competências do
Educador social
Formação do
Educador Social
Adaptação à
realidade, novas
competências
Reconhecimento
público como
direito profissional.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
30
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: Pesquisa Qualitativa: “Reflexões sobre o trabalho de campo” –
Cadernos de pesquisa, n.º 115
Autor: Rosália Duarte Páginas Consultadas: 139-154
Ideias / Conteúdo Tópicos para estrutura do
texto
Introdução:
“Uma pesquisa é sempre, de alguma forma, um
relato de longa viagem empreendida por um sujeito cujo
olhar vasculha lugares muitas vezes já visitados” (pág.140,
1º §).
“…muitas vezes nos esquecemos de relatar o
processo que permitiu a realização do produto” (2º §).
“… relatar procedimentos de pesquisa, mais do que
cumprir uma formalidade, oferece a outros a possibilidade
de refazer o caminho” (3º §).
1º Capítulo (Reflexões sobre o trabalho de campo):
“…frequentemente nos leva a um trabalho de
reflexão em torno dos problemas enfrentados” (1º §).
2º Capítulo (A selecção de sujeitos em abordagens
qualitativas)
“…a definição de critérios segundo os quais serão
selecionados os sujeitos que vão compor o universo de
investigação é algo primordial” (pág.141, 1º§)
3º Capítulo (Delimitação do universo de sujeitos a
serem entrevistados)
“Numa metodologia de base qualitativa o número de
sujeitos que virão a compor o quadro das entrevistas
dificilmente pode ser determinado a priori…” (pág.143,1º§)
“Quando já é possível identificar padrões
simbólicos, práticas, sistemas classificatórios, categorias de
Introdução:
A pesquisa deve ser
intensiva.
Ter atenção ao
objecto de estudo e ao
material a ser analisado.
O relatar de uma
pesquisa não é, por si só, o
cumprir da formalidade,
permite a outros continuar e
expandir a perspectiva.
1º Capítulo (Reflexões sobre
o trabalho de campo):
Reflectir caso surjam
problemas, erros ou
dificuldades no trabalho de
campo.
2º Capítulo (A selecção de
sujeitos em abordagens
qualitativas)
A escolha do público-
alvo é a base do trabalho de
campo.
3º Capitulo (Delimitação do
universo de sujeitos a serem
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
31
análise da realidade e visões de mundo do universo em
questão, e as recorrências atingem o que se convencionou
chamar de «ponto de saturação», dá-se por finalizado o
trabalho de campo, sabendo que se pode (e deve) voltar
para esclarecimentos” (pág.144, 2º§)
“No que diz respeito ao número de pessoas
entrevistas, o procedimento que se têm mostrado mais
adequado é o de ir realizando entrevistas (a prática têm
indicado um numero de vinte, mas isso varia em razão do
objecto e do universo de investigação), até que o material
obtido permita uma análise mais ou menos densa das
relações estabelecidas naquele meio e a compreensão de
«significados sistemas simbólicos e de classificação,
códigos, práticas, valores, atitudes, ideias e sentimentos» (
Dauster, 1999, p.2)” (pág.144, 2º§)
4º Capítulo (Situação de contato)
“Registar o modo como são estabelecidos esses
contatos, a forma como o entrevistador é recebido pelo
entrevistado, o grau de disponibilidade para a concessão
do depoimento, o local em que é concedido (casa,
escritório, espaço público etc.), a postura adotada durante
a coleta do depoimento, gestos, sinais corporais e/ou
mudanças de tom de voz etc., tudo fornece elementos
significativos para a leitura/interpretação posterior daquele
depoimento, bem como para a compreensão do universo
investigado.” (pág.145, 2º§)
5º Capítulo (A realização de entrevistas)
“Por mais que se saiba, hipoteticamente, aquilo que
se está buscando, adquirir uma postura adequada à
realização de entrevistas semi-estruturadas, encontrar a
melhor maneira de formular as perguntas, ser capaz de
avaliar o grau de indução da resposta contido numa dada
questão, ter algum controle das expressões corporais
entrevistados)
O número de sujeitos
a ser entrevistado não deve
ser definido inicialmente.
Após finalizado o
trabalho de campo adoptar o
método circular, de forma a
obter melhores resultados.
Os sujeitos a
entrevistar variam consoante
o objecto de estudo e até
que se obtenha uma análise
densa do resultado das
entrevistas.
4º Capítulo (Situação de
contacto)
As metodologias
utilizadas no trabalho de
campo nomeadamente o
contacto resultante entre
entrevistador e sujeito deve
ser dotado de métodos e
técnicas que visem registar
todos os sinais, gestos do
sujeito bem como selecção
de um espaço físico viável.
5º Capítulo (A realização de
entrevistas)
Os métodos e
técnicas exactos a serem
usados nas entrevistas semi-
estruturadas, com o objecto
claro de se obter o que se
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
32
(evitando o máximo possível gestos de aprovação, rejeição,
desconfiança, dúvida, entre outros), são competências que
só se constroem na reflexão suscitada pelas leituras e pelo
exercício de trabalhos dessa natureza.” (pág.146, 2º§)
“À medida que perguntas vão sendo feitas diversas
vezes, para diferentes pessoas, em circunstâncias
diversas, e passamos a ouvir nossa própria voz nas
gravações realizadas é que se torna possível avaliar
criticamente nosso próprio desempenho e ir corrigindo-o
gradativamente.” (pág. 146, 4º§)
“… situações de contato exigem atenção redobrada
por parte do pesquisador, pois ele corre o risco de ver a
entrevista escapar-lhe completamente das mãos e perder-
se dos objetivos da pesquisa, restringindo-se a divagações
ou, mesmo, resvalando para uma espécie de “troca de
experiências” mútuas, que compromete bastante a
qualidade do trabalho..” (pág.147, 1§).
“Livros e artigos relatando vivências com entrevistas
dessa modalidade e/ou coleta de depoimentos orais ou de
histórias de vida são de grande valia, especialmente para
pesquisadores iniciantes.” (pág.147, 2º§).
“Para Queiroz (1988), a entrevista semi-estruturada
é uma técnica de coleta de dados que supõe uma
conversação continuada entre informante e pesquisador e
que deve ser dirigida por este de acordo com seus
objetivos.” (pág.147, 4º§).
“Nesses casos, adverte, corre-se sempre o risco de
começar a explicar a realidade pelas categorias “nativas”,
ou seja, de passar a olhar a realidade exclusivamente pela
ótica do interlocutor.” (pág.148, 1º§).
“O que eles propõem é, basicamente, que os relatos
gravados e transcritos, assim como os procedimentos
utilizados para colhê-los, sejam acessíveis a diferentes
pretende, só se adquirem
com a experiência adquirida
quer pelas reflexões das
leituras quer através da
leitura de outros processos
de investigação.
O ouvir a voz do
entrevistador, permite uma
avaliação, análise, critica e
correcção das entrevistas.
Colocar o sujeito à
vontade partindo de
conversas banais, permite-
lhe uma maior liberdade para
exprimir as ideias, opiniões,
etc.., contudo, durante o
contacto, este não pode ser
demasiado extenso para que
não se corra o risco de
divagações ou induções que
comprometam a qualidade
do trabalho.
Ter como exemplo
outras entrevistas já
publicadas, são de extrema
importância para
entrevistadores iniciantes.
A entrevista semi-
estrutura deve ser dirigida
pelo investigador e de
acordo com os objectivos a
que se propõe o estudo.
No caso do
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
33
pesquisadores que não participam da pesquisa em
questão, para que cada um possa fazer suas própria
interpretação do conteúdo dos relatos colhidos e, dessa
forma, auxiliar na validação dos resultados apresentados
(Armstrong et al., 1997).” (pág.149, 2º§).
6º Capítulo (Problemas mais frequentes com o roteiro
da entrevista)
“Uma das razões é, por exemplo, quando o
entrevistador sente necessidade de explicar a pergunta ao
entrevistado, ou seja, todas as vezes em que é formulada,
tal pergunta suscita tantas dúvidas que é preciso reiterar
sempre o que se quer, de fato, saber.” (pág.149, 4º§).
“Algumas perguntas levam a divagações
intermináveis e precisam ser repensadas, sob pena de
acrescentarem ao material “bruto” uma enorme quantidade
de informações “descartáveis”, que dificultarão, em muito, o
processo analítico.” (pág.150, 1º§).
“Por essa razão, este deve ser um instrumento
flexível para orientar a condução da entrevista e precisa ser
periodicamente revisto para que se possa avaliar se ainda
atende os objetivos definidos para aquela investigação.”
(pág.150, 5º§).
7º Capítulo (Análise de “dados” qualitativos)
“Métodos qualitativos fornecem dados muito
significativos e densos, mas, também, muito difíceis de se
analisarem.” (pág.151, 1º§).
“Esse material precisa ser organizado e
categorizado segundo critérios relativamente flexíveis e
previamente definidos, de acordo com os objetivos da
pesquisa.” (pág.151, 3º§).
“Vencida a etapa de organização/classificação do
material coletado, cabe proceder a um mergulho analítico
profundo em textos densos e complexos, de modo a
investigador e sujeito
partilhem o mesmo universo
cultural (gestos, valores,
concepções, etc.), haverá
uma tendência arriscada
para que a realidade seja
explicada pelo investigador e
logo para que seja indutivo.
Os resultados obtidos
(dados colhidos, gravações,
transcrições…) devem ser
analisados por mais do que
um investigador para uma
maior fiabilidade e validade
dos resultados.
6º Capítulo (Problemas mais
frequentes com o roteiro da
entrevista)
No caso de as
perguntas terem que ser
reformuladas ou explicadas
é necessário que estas
sejam concisas, com vista a
obter-se efectivamente o que
se pretende, não devendo a
mesma pergunta ser
repetida /reformulada
constantemente (pode levar
à indução do investigador).
Caso necessário,
formular novas questões e
retirar as que sejam
indutivas ou que levem à
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
34
produzir interpretações e explicações que procurem dar
conta, em alguma medida, do problema e das questões
que motivaram a investigação.” (pág.152, 1º§).
divagação exagerada, de
forma a não dificultar a
análise dos dados obtidos.
O guião deve ser
flexível e revisto várias vezes
para que se obtenha os
objectivos pré-definidos.
7º Capítulo (Análise de
“dados” qualitativos)
Dada a densidade
dos dados obtidos através
da pesquisa qualitativa,
embora muito indicativos,
leva a uma maior dificuldade
de serem analisados.
Os dados obtidos
devem ser devidamente
organizados e classificados
mas, de forma flexível e de
acordo com os objectivos da
pesquisa.
Após organizados
todos os dados recolhidos,
deve-se ler atentamente a
informação obtida de forma a
apurar-se resposta aos
motivos da investigação.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
35
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: “Pesquisa Qualitativa e Análise de Conteúdo” – Sentidos e formas
de uso
Autor: Isabel Carvalho Guerra Páginas Consultadas: 42 a 46
Ideias / Conteúdo Tópicos para estrutura do texto
1 - “Não aconselhamos que se designe por «
amostras» os universos de análise qualitativa,
apesar de ser essa a opção da maioria dos
autores que utiliza a noção de «amostra» num
sentido não probabilístico“ ( pág.43 , 2º §)
“Pires considera que esta discussão sobre
a amostragem probabilística ou não
probabilística não tem grande sentido na
análise qualitativa, na medida em que a
oposição se faz aqui mais entre o «caso
único» e o «caso múltiplo» (…)” (pág. 43,
2º §)
“As características da análise qualitativa
não facilitam uma definição a priori do
universo de análise, porque, em primeiro
lugar, a pesquisa qualitativa é muito
maleável, o objecto evolui, a amostra pode
alterar-se ao longo do percurso; e, por
outro lado, é difícil ( se não mesmo
impossível) definir uma amostra sem fazer
referência ao processo de construção do
objecto (…)”( pág. 43 ,3º§)
2 - “São sociologicamente mais frequentes
as amostragens por «casos múltiplos» “(
pág. 45, 3º §)
3 -“ (…) Na amostragem por
1- A questão da amostragem
2- A amostragem por casos múltiplos
3- Amostragem por
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
36
homogeneização, o analista quer estudar
um grupo homogéneo”( pág. 46 , 4º §)
“O controlo da diversidade não é realizado
face a elementos externos ao grupo
seleccionado, mas internamente ao grupo”
(pág. 46, 4º §)
“Torna-se assim importante entrevistar
operários com grande diversidade de
características que se considera
susceptíveis de fazer variar a apreciação
face ao sindicalismo: idade, género, tipo de
actividade, tipos de contratos de trabalho,
experiencia de conflitos de trabalho, etc.”
(pág. 46,4º §)
“Neste tipo de amostra, é difícil prever o
número de entrevistas a realizar”
(pág.46,5º §)
“A maioria dos autores considera que a
saturação está presente a partir de 30 a 50
entrevistas, mas neste tipo de amostragem,
dependendo da definição de
homogeneidade, poderão ser menos.”(
pág.46 , 5º §)
homogeneização
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
37
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: “Educador Social: da Formação à Profissão”- Cadernos de estudo
Autores: Adalberto Dias de Carvalho Páginas Consultadas : 39-48
Ideias / Conteúdo Tópicos para estrutura
do texto
“A prática pode constituir-se, de facto, como uma
frente de investigação? (…) Boutinet tentou denunciar uma
tentativa (ilusão) das ciências sociais - no quadro do
pressuposto da existência de uma continuidade linear
entre a teoria e a prática (…).” (pag.39-40)
“As fracturas teóricas e os fracassos práticos obrigam
uma razão polémica e uma acção autónoma a
identificarem, respectivamente, o papel ideologicamente
legitimador da razão instrumental e o enviesamento das
práticas concretas.” (pag.40; 3§)
“A necessidade de se entrecruzar uma lógica
epistemológica de conhecimento, uma lógica pragmática
de eficácia e uma lógica axiológica de sentido.” (pag.41;
2§)
“Uma actividade de formação impõe a conjugação
profissionalizante das três, isto é, a sua articulação e
direccionamento para acções marcadas pela singularidade
contextual e identitária e pela relação pessoal.”
(pag.41;2§)
Assim, “emerge o saber pedagógico - social enquanto
saber profissional, o qual se constrói com a construção da
própria identidade profissional, identidade que conferirá ao
educador social o estatuto de mediador educativo entre
actores sociais - sendo ele um deles - e entre casa actor e
o seu próprio projecto.” (pag.24)
“(…) educação social, os saberes constituídos,
Relação entre a
prática e a teoria
A importância da
relação
Saber pedagógico –
social
A contribuição de
outras ciências
Contribuição da
educação social nas
ciências sociais
Dificuldades na
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
38
fundamentalmente, por ciências contributivas como a
antropologia cultural, sociologia, e a psicologia, por
ciências nucleares como as ciências da educação e ainda
pela pedagogia social na qualidade de saber
especializado.” (pag.42; 1§)
“As ciências da educação, têm se apresentado como
um núcleo privilegiado do saber da educação social por
contraponto desta realidade à perspectiva assistencial,
carente de um corpo de saber específico e, deste modo,
integralmente subsidiária das ciências contributivas
sempre em busca uma fundamentação científica.” (pag.43;
3§)
“Contudo, a forte implicação escolar e formal das
ciências da educação tem bloqueado a emergência das
ciências da educação social, as quais deveriam constituir
uma componente privilegiada da investigação na área.”
(pag.44; 1§)
“A pedagogia social, definida como “ciência e
tecnologia do fenómeno e da intervenção sócio –
educativa ou pedagógico – social”, aspirou a surgir como
uma simbiose de uma vertente, propriamente onto – lógico
– empirista, sobre o fenómeno e a realidade sócio –
educativas e uma outra vertente práxico – lógico –
tecnológica relativa a acções processuais ou intervenções
sócio – educativas.” (pag.44; 2§)
“A P.S. (pedagogia social) é o campo de
conhecimento que organizado como ciência numa
disciplina (…) tem como objectivo a formação e
preparação dos profissionais de educação social.” (pag.
44; 3§)
“Na imbricação das ciências sociais, das ciências da
educação e da pedagogia social no espaço da intervenção
sócio – educativa, emerge a originalidade da educação
emergência da
educação social
Pedagogia Social
Objectivos da
Pedagogia Social
Dificuldades na
superação da
tradição existente
entre a teoria e a
prática
A formação –
processo
investigativo
Diferentes dimensões
na formação dos
profissionais
O educador social
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
39
social, quer pelas suas finalidades, quer ainda pelo seu
carácter interdisciplinar e praxiológico.” (pag. 45; 1§)
“Tem se tentado superar as tradições entre a teoria e
a prática mas, existem algumas dificuldades:
distanciamento sujeito/objecto e do profissional na
envolvências nas situações; “desfasamento entre a
morosidade da ponderação reflexiva sobre os fenómenos
sócio – educativos e o carácter de imediatez das
respectivas intervenções”; “divergência entre as situações
concretas e o conjunto de conceitos das perspectivas
disciplinares; diferença entre a utilização da verdade como
critério de validação das teorias científicas e a eficácia
enquanto critério das acções sócio – educativas”;
incongruência entre a busca de coerência interna
característica das teorias e a incontornabilidade da
conflitualidade e paradoxalidade inerente aos processos
da prática.“ (pag. 45-46)
“A formação deve ser um processo investigativo
devido “à sua capacidade problematizadora, actualizadora
e contextualizadora”, promovendo a formação e a própria
identidade e dignidade da educação social. (pag. 46; 2§)
“A formação dos profissionais das ciências sociais
deve ter diferentes dimensões: “sistemática, hermenêutica
e projectiva da própria educação social.” (pag. 46-47)
“(…) educador social, reconhecendo-se, antes de
mais, como uma actor social, exerce progressivamente as
suas funções educativas, enquanto mediador social,
através da concertação e edificação inter e intrapessoal de
projectos de vida individual e social.” (pag. 48; 2§)
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
40
GRELHA DE LEITURA
Unidade Curricular: Metodologias de Investigação I
Obra/Artigo: “Pensar e intervir socialmente no séc . XXI- Licenciatura em
Educação Social”
Autor: Ana Maria Serapicos Páginas Consultadas: 55 à 58
Ideias / Conteúdo Tópicos para estrutura do texto
“Vivemos, realmente, um tempo particular:
liberdade, direitos humanos, intolerância e
exclusão social conseguem coexistir neste
dealbar do séc.XXI “ ( pág. 55)
“ Educar para estes valores supõe um
processo de inovação tanto nos conteúdos
como nos métodos e organização educativa
que despoletem o aparecimento de novas
sensibilidades, saberes e comportamentos com
categoria ética.” (pág.55)
“Nesta atenção ao outro, a educação ocupa
um lugar privilegiado ao nível da formação uma
vez que, operando na mudança de
mentalidades, poderá ser decisiva na mudança
das atitudes sociais.” (pág.55)
“A eclosão da Educação Social poder-se –
á explicar com o ressurgimento do pensamento
democrático (…)” (pág.56)
“(…) criou o curso de Educação Social
convicta da sua importância em contextos que
reclamem o reconhecimento e a prática dos
mais elementares direitos do homem.” (pág.56)
“ Este sentido é conferido ao Educador
Social pelo trabalho que desenvolve junto de
populações com todo o tipo de carências:
afectivas, pedagógicas, familiares, de
Problemas sociais do sec. XXI
Perfil Educador Social
Ética
Respeito pela individualidade
com vista à coesão social
Direitos do Homem
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
41
integração, na saúde, na solidão…” (pág.
56)“(…) grandes desequilíbrios sociais onde
não é estranha a pobreza , a exclusão e a
discriminação , melhor compreenderemos ,
neste séc. XXI , a pertinência do Educador
Social .” (pág. 56)
“Tornando-se presente a finalidade última
da sua acção – ajudar o Outro a ser – este
profissional terá de se afirmar pela
diferença(pág.57)
“ Acreditamos que só um corpus de
conteúdos e de métodos em permanente
dialogo com o tecido social darão ao Educador
Social um saber em constante processo de
construção para a formação das identidades e
dos projectos pessoais daqueles com quem se
cruza profissionalmente.” (pág. 57)
“Na sua formação o educador social cruzar-
se-á com várias lógicas (…)” (pág. 57).
Diversas áreas de actuação
O Educador Social deve estar
em constante processo de
formação e actualização
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
42
CRONOGRAMA
Mês Fev Fev/ Mar
Mar Mar/ Abr
Abr Abr/ Mai
Mai Mai/ Jun
Jun
Semana
9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª 16ª 17ª 18ª 19ª 20ª 21ª 22ª 23ª 24ª 25ª
1ªfase Apresentação do tema; Planeamento da investigação; Questões de investigação.
2ªfase Caracterização do campo de análise; Amostragem; Guião de entrevista; Entrega do mini-ensaio;
3ª fase Contacto com o público-alvo; Entrevistas; Registo da observação e gravação das entrevistas;
4ª fase Análise de gravações; Análise dos conteúdos das entrevistas;
5ª fase Conclusões da investigação; Entrega do ensaio final;
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
43
PLANO DE ESTUDOS DA LICENCIATURA
EM EDUCAÇÃO SOCIAL
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
44
GRELHA ANALÍTICA
O FUTURO EDUCADOR SOCIAL
- Expectativas quanto à inserção no mercado de trabalho -
Problemáticas Dimensões
Áreas de intervenção Áreas de interesse do ES;
Áreas de inserção profissional;
Preparação/formação Visão pessoal do percurso escolar (com êxito,
dificuldades…);
Participações em conferências/seminários ao
longo do curso;
Voluntariado;
Contributo da formação para o exercício da
profissão.
Nível de satisfação/expectativas
Escolha do curso;
Expectativas iniciais/expectativas reais;
Melhor qualidade de vida;
Profissão/Profissão com melhor estatuto;
Inserção no mercado de trabalho
Abordagem realizada ao mercado de trabalho;
Contributo do ES para a sociedade
Resolução de problemas sociais pelo ES.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
45
GUIÃO DE ENTREVISTA
Apresentação e Objectivos da Entrevista
Estamos a contactá-lo(a) no sentido de nos conceder uma entrevista, tendo como público
alvo estudantes do ensino superior na Licenciatura do Curso de Educação Social, a qual
consiste em obtermos dados sucintos quer da sua «história de vida» quer (em termos) da
sua trajectória escolar e profissional, e ainda, dos motivos que o (a) levaram à escolha do
curso e quais as expectativas após o seu “términus”, nomeadamente quanto à inserção
no mercado de trabalho.
1 - Caracterização social do entrevistado
De uma maneira geral, pode informar-nos a respeito de alguns dados pessoais:
Idade;
Naturalidade e nacionalidade;
Qual a sua área de residência actual;
Outras áreas/locais onde residiu;
Outras experiências/actividades profissionais;
Cursos/formação anteriores;
2 - Percurso escolar/académico
De um ponto de vista mais particular refira-nos:
O seu percurso escolar (estabelecimentos de ensino frequentados, tempo/anos de
ensino, percurso regular ou com paragens);
Durante o seu percurso escolar sentiu algum tipo de condicionalismos (de
natureza social, económica, psicológica…)
Como vê o seu percurso escolar até ao momento (potencialidades, dificuldades,
com êxito…)?
Ano em que iniciou?;
O que o(a) motivou a escolher o curso de Educação Social?;
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
46
Quais as suas áreas de interesse em Educação Social;
Já fez algum voluntariado ou participou em conferências/seminários ao longo do
curso?
3- Expectativas educacionais e futuras
Gostaríamos também de conhecer as suas expectativas face o seu presente e futuro
escolar e formativo e, ainda, saber a sua opinião em relação a alguns aspectos da sua
vida profissional futura.
Com o decorrer do curso de Educação Social, sentiu que o mesmo corresponde
às expectativas iniciais?
Considera que o curso lhe poderá facultar uma melhoria das suas condições de
vida (independência económica, subida de estatuto)?
Pensa que a aprendizagem desenvolvida durante a sua trajectória escolar lhe
permitirá aceder a uma profissão melhor ou melhorar a actual (mais rendimento,
estatuto…)?
Sente que o curso de ES prepara os alunos o suficiente para as necessidades do
mercado de trabalho?
O que espera do seu futuro após a conclusão do curso?
Quais as áreas em espera poder vir a exercer a sua profissão?
Que abordagem já fez ao mercado de trabalho? (envio de CV; contacto com
professores; entre outras).
4-Importância do Educador Social na Comunidade/Sociedade
Que importância tem o ES na resolução dos problemas sociais?
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
47
ENTREVISTA 1
1. DADOS
3º Ano do Curso
de Educação
Social
ESE -UALG 31-05-2011 16H48 Rita Gonçalves 0:12´14
2. TRANSCRIÇÃO
RG: Boa Tarde [
E1: Boa Tarde
RG: Estamos a contactá-la no sentido de nos conceder uma entrevista
para a unidade curricular de Metodologias de Investigação do Curso de
Educação Social.
Esta entrevista consiste em obtermos informações à cerca da sua
história A::: de vida e a sua trajectória escolar e profissional. Também
os motivos que levaram à escolha do curso e as expectativas A:::: que
tinha iniciais e (as quem tem após o conclusão do curso),
nomeadamente a inserção no mercado de trabalho.
RG: A::::: Importa-se que (xxx) as imagens para... (xxx) [
E1: Não (podem)
RG: Podemos (assim dar início) à entrevista? [
E1: Com certeza.
RG: De um modo geral pode informar-nos acerca dos dados pessoais:
Idade, naturalidade (...) [
E1: Portanto:: tenho 38 anos, sou natural de Olhão, A::: resido no
concelho ainda mas não na cidade, A:: que mais? A:: Como profissão
sou bancária A:: e estudante (do 3º ano) também do Curso de
Educação Social Pós Laboral (0.1) -- mais alguma coisa? --
RG: A::: Trabalha na zona onde reside?
E1: Não, trabalho no concelho de Faro, na cidade de Faro.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
48
RG: Ok. (xxx) já fez um curso além do que está a fazer agora?
E1: Não, (xxx) várias formações mas curso (formação) científica não
não.
RG: A::: Do ponto de vista mais particular, o seu percurso escolar...
E1: Portanto, o meu percurso escolar iniciou-se (xxx) aos 6 anos de
idade, fiz (xxx) até ao 12º ano, A::: terminei esse trajecto aos 18 anos,
ou ainda não tinha, A::: só voltei agora ((sorriso)), no ano 2008.
RG: (xxx) algum (problema) específico como deixou de estudar?
E1: A::: Sim, naquela altura o meu pai não estava de acordo em que eu
fosse pra Faro, A::: o curso que eu queria só havia em Coimbra (0.1)
E:: então cá em Faro não (estudei mais).
RG: Existiram algumas condicionantes lá? E ter A::: e ter (...)
E1: (xxx) não [
RG: Não?
E1: ((acena com a cabeça que não))
RG: A:: As dificuldades que sentiu durante o percurso escolar, até à
entrada na Universidade? A::: (0.2), ou seja, quais foram as suas
potencialidades, onde é que teve mais (xxx)? Até ao 12º ano, depois
(xxx) na entrada na Universidade. Sentiu algumas DIFICULDADES
(xxx) [
E1: Não, sempre fui uma aluna mediana, pronto nada de excepcional,
tendo maior êxito, maior aptidão para as línguas do que para o
científico, pronto para as matemáticas ou biologias mas, não (xxx)
sempre fui uma aluna mediana.
RG: Iniciou o curso de ES em que ano?
E1: 2008
RG: 2008 (xxx), e qual o motivo que a levou a escolher o curso de ES?
E1: Inicialmente não era o curso que eu pretendia (0.1), mas depois
após uma visita à Universidade e ter ficado colocada no mesmo e
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
49
falado com o professor (xxx), convenceu-me completamente a fazer
este curso - [
RG: A::: E qual era o curso inicial? -
E1: Assessoria (e) Administração.
RG: (xxx)
E1: (xxx)
RG: Já fez algum voluntariado ou participou em conferências ou
seminários ao longo do curso?
E1: Sim (mesmo antes), sim.
RG: E especificamente qual foi o seminário?
E1: A::: Voluntariado pronto desde o início que faço, pertenci às (xxx)
de Portugal e fazíamos portanto A::: como voluntárias a recolha de
angariação de fundos, portanto em eventos específicos ou actividades
específicas como A:: o cancro, ... sei lá A::: as santas casas da
misericórdia... várias. Depois, já em adulta, fiz pro Euro 2004, como
voluntária de assistência ao público... A::: Mais tarde também fiz aqui
mesmo na Universidade para a (apátris)... E::: neste momento tou a
fazer uma formação para o voluntariado e sou voluntária... (xxx).
RG: Quais são as áreas que maior interesse (lhe despertam)?
E1: (0.4) A área que maior interesse me desperta?! É um pouco vago,
mas nas mas nas crianças e (xxx)
RG: Nunca pensou, ou seja, (tendo) A::: trabalhar mais direccionado
mais para os jovens do que para os idosos?
E1: (0.2) É assim, gosto muito da minha profissão... gosto daquilo que
faço, venho fazer este curso como uma forma de enriquecimento
pessoal e crescimento também pessoal... Não me vejo A::: laborar na
área de Educação Social, sendo que é um curso (xxx) e faz falta
qualquer pessoa, portanto, todos os dias A::::: como é que eu hei-de
dizer (xxx) e por em prática um pouco daquilo que aprendo ou que
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
50
aprendi na licenciatura. Portanto, são valores basilares, tanto teóricos
como... como práticos e... todos os dias damos uso a isso.
RG: No decorrer do curso sentiu que o mesmo correspondia às suas
expectativas?
E1: Com o decorrer do curso senti que as minhas expectativas se
defraudaram.
RG: E por algum motivo (xxx)?
E1: A::: Não é a velha questão da utopia da educação, e mais o "faz o
que eu digo não faças o que eu faço"... enfim...
RG: Considera que o curso lhe poderá (provocar) melhoria das suas
condições de vida? Ou seja, aqui é um pouco relativo visto que não...
não, não pretende [
E1: Não, não... Em termos económicos não.
RG: Pois seria de (xxx) na parte profissional [
E1: Não...
RG: Pensa que a aprendizagem desenvolvida durante a trajectória lhe
permitira ter melhores expectativas de vida, ou seja, aquilo que
aprendeu no decorrer do curso, A::: vai enriquecer (as suas condições)
de vida?
E1: Enriquece-me enquanto ser humano... enquanto cidadã deste país
ou de qualquer outro A::: parte do mundo... só por aí, pelo
enriquecimento pessoal e melhores conceitos e melhores hábitos,
melhores práticas.
RG: Acha que o curso de ES prepara os alunos o suficiente para as
necessidades do mercado de trabalho?
E1: Penso que não. É uma opinião minha, particular, muito minha, mas
penso que não. Penso que::: se tivéssemos ao longo dos 3 anos
práticas, logo, ou seja, se tivéssemos uma parte de fundamentação,
uma parte teórica e fosse acompanhada logo com a prática (xxx) era
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
51
muito mais fácil e preparava muito mais as pessoas, se calhar, para o
mundo lá fora... só no último ano acho muito pouco.
RG: Acha que é necessário Educadores Sociais na (xxx)?
E1: Acho que os Educadores Sociais fazem falta em todo lado, como
isto é um curso basilar, mesmo em qualquer profissão, mesmo que não
seja um educador social numa instituição, as pessoas aqui têm acesso,
portanto, a conceitos, a (comunicações) e a práticas, que deveriam ser
leccionadas ao longo do percurso escolar; o direito à cidadania, a
educação para a cidadania, a educação para os valores, portanto, toda
esta pedagogia ou (xxx) deveria ser leccionada ao longo do (xxx), ou ao
longo do desenvolvimento duma criança, dum adolescente, dum adulto.
Portanto, deveriam de ser valores, conceitos que poderiam ajudar... no
dia a dia (xxx).
RG: Ou seja, o Educador Social, a importância que ele terá na
resolução dos problemas sociais? Ou seja, qual a importância exacta
do ES para a resolução destes problemas [
E1: O ES deve ser uma pessoal que deve facilitar, deve capacitar, deve
promover o Empowerment, o (xxx) desenvolvimento humano, A:::: que
mais é que posso dizer... deve promover a inclusão social, portanto
deve ser uma pessoa que deve trabalhar o outro como alguém especial
como uno e único... A::: de forma a que essas pessoas se sintam
mesmo como elas são cidadãs também de um país. Portanto, e isso só
consegues fazer quando as pessoas têm um conhecimento delas, têm
um reconhecimento delas e uma auto-estima elevadas, portanto, só
através da capacitação dessas pessoas é que tu o poderás fazer.
Portanto, parte muito por aí... olhar para os outros como se fossem
seres únicos e unos... e capacitá-los.
RG: Durante o estágio conseguiu pôr em prática aquilo que aprendeu?
E1: (0.3) hhhhhh Nestas práticas, podemos dizer que em termos de...
teóricos, sim. Tudo aquilo que aprendi ao longo dos 3 anos, tem-me
servido e de muito para fazer o projecto, para fazer também o relatório
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
52
final (xxx). Em termos de::: de prática, mesmo com as pessoas hhhhhh,
sim só pela forma de... de promover o Empowerment, de
desenvolvimento humano, A::: apelar portanto, e, na minha questão,
das práticas que fiz com o meu grupo, da educação para a saúde,
tentar por promover valores mais altos e mais condignos para as
pessoas, para que estas também tenham uma vida mais condigna. A::::
De resto não (promovi) A:::::, sei lá, nada mais do que isso. Não (xxx)
as pessoas, penso que podia-os ter mudado alguma coisa porque
quando tentas pôr em prática valores como aqueles que disse (xxx)...
mudança social e mudança social para melhor. E penso que assim
porque muitos dos conceitos penso que as pessoas os interiorizaram...
Agora, também foi dado, porque nós fazemos muitas palestras, e pelas
pessoas que convidámos. Portanto, se nós mudámos alguma coisa, ou
tentámos mudar, A::::: mas só nesse sentido, porque não houve (xxx)
de tirar alguém da exclusão social, não, promover (...) [
RG: É um curto espaço de tempo não é? É uma mudança não podia
acontecer [
E1: Não, não...
RG: …num curto espaço de tempo. Abrir horizontes para (xxx) [
E1: Sim, sim. E a transformação social começa mas tá sempre -- é um
ciclo -- não tá fechado.
RG: Ok, damos assim por terminada a nossa entrevista. Obrigado.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
53
ENTREVISTA 2
3. DADOS
4. TRANSCRIÇÃO
MM: Boa Tarde [
E2: Boa Tarde
MM: Estamos a contactá-la no sentido de nos conceder uma
entrevista em que o público-alvo os (imperceptível) do ensino superior
da licenciatura do curso de Educação Social (0.1) e esta entrevista
consiste na obtenção de dados da sua história de vida quer em
relação à sua trajectória escolar e profissional e ainda os motivos que
levaram à escolha do curso e quais... quais as expectativas em
relação ao mesmo e à inserção no mercado de trabalho.
Importa-se que captemos imagens desta entrevista? [
E2: Não.
MM: E:: Então podemos dar início à entrevista?
E2: Sim.
MM: A:: De um modo geral pode-nos alg-, pode-nos conceder alguns
dados pessoais?
E2: Sim.
MM: A:: Qual a sua idade?
E2: 20.
MM: E a naturalidade?
E2: De Olhão.
1º Ano do
Curso de
Educação
Social
ESE -
UALG 02-06-2011 13H49
Melissa
Mealha 0:11´32
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
54
MM: E a área de residência?
E2: Olhão.
MM: A::: e exerce alguma actividade profissional?
E2: Não.
MM: E já fez cursos ou formações anteriores?
E2: Fiz cursos sobre suporte básico de vida:::, sobre primeiros
socorros, A:::: higiene e segurança no trabalho [
MM: E esses cursos (fê-los onde?)
E2: Fiz numa empresa de (xxx)
MM: A:::Então agora do ponto de vista mais particular, refira-nos o seu
percurso escolar... A::: se teve... interferências no percurso escolar.
E2: Ao longo do meu percurso escolar pronto... do 1º ciclo até agora
só tive, nem lhe chamo uma interferência, no 10º ano, quando nós
passamos do 9º pró... pró 10º, que::: eu fui pra::: tecnologias, posso
dizer que perdi um ano porque depois mudei para humanidades,
porque não gostava da área, foi a única coisa. De resto foi sempre,
segui sempre sem problemas.
MM: E teve alguns condicionalismos no percurso? Ou a nível
económico, ou social ou psicológico?
E2: (0.4) Não.
MM: A::::: Tem sentido dificuldades relativamente ao percurso
escolar? E se... A:::: desde que iniciou até agora? Tem sentido
dificuldades?
E2: Dificuldades (0.3) quando vim para aqui (0.2) deparei-me com um
mundo completamente diferente e senti dificuldades no 1.º semestre.
Assim... Foi como se tivesse caído aqui de PÁRA-QUEDAS. Tava
habituada a ter notas altas, sempre tive notas altas e cheguei aqui e
comecei a fazer coisas e comecei a estudar e os primeiros testes
assim (xxx) baixas e (xxx) e onde é que eu fui parar... assustei-me um
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
55
bocadinho mas depois de me habituar voltei ao ritmo normal, como se
costuma dizer.
MM: E agora tá a concluir o 2º semestre com êxito?
E2: Sim (0.2), o primeiro também não deixei nada.
MM: Em que ano é que iniciou o curso de ES?
E2: Este ano ((2011)).
MM: Portanto 2010/2000 [
E2: Sim, 2010/2011.
MM: O que é que a motivou a escolher este curso?
E2: A:::: Motivos pessoais principalmente. (0.2) A::: Porque tive uma
infancia/adoloscência assim um pouco::::: complicada, porque vim de
um ambiente de violência doméstica entre o meu pai e a minha mãe
e::: também porque soube de situações posteriores à minha, de
casos... que precisavam de ajuda e comecei a interessar-me pelo
curso, comecei a pesquisar e apesar de quando eu me fui candidatar
tava indecisa entre a 1ª e a 2ª opção. Tava indecisa entre Ciências da
Comunicação (CC) e Educação Social (ES), porque eu gosto muito de
comunicação, gosto muito de falar, gosto muito de entrevistar, gosto
muito dessas coisas todas e::::::::: tava indecisa e por acaso pus CC
em primeiro lugar, só que acho que se tivesse entrado na primeira
opção eu tinha pedido transferência. Porque depois comecei a ver que
isto tem mais... Tem muito mais a ver comigo, tanto a nível pessoal
como profissional do que (xxx) da minha vida ou -- uma coisa é gostar
de entrevistar alguém, gostar de fazer projectos, outra coisa é levar a
vida a fazer a mesma coisa. Acho que este curso é muito mais
humano e muito mais enriquecedor a nível pessoal.
MM: Então quais são as suas áreas de interesse em ES?
E2: Interesso-me pelos... pelos idosos, pelas pessoas que sofreram os
mesmos problemas que eu, pessoas fragilizadas a nível psicológico,
pessoas que precisam de ajuda, que precisam de apoio, crianças
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
56
desprotegidas, A:::::: os cursos de RVCC, as formações foi uma coisa
que sempre me interessou bastante porque eu gosto muito de
participar em formações e workshops, coisas do género. hhhhhhhhh E
basicamente é::: isso. Acho que um bocadinho de tudo.
MM: Já fez algum voluntariado? A:::: a (esse nível?)
E2: Não lhe posso chamar bem bem voluntariado. Quando eu era
mais nova, em Olhão, vocês sabem (xxx), aquelas casas (xxx), Santa
Casa da Misericórdia que tem só raparigas, que não têm pais, lá não
há rapazes, só elas e as freiras e aquilo é muito complicado e eu
desde pequenina que sempre me ensinaram a... a ajudá-las e a minha
sempre no Natal, na Páscoa, ia sempre lá dar alguma coisa e depois
acabei por me meter no meio delas e acabei por tar lá de (xxx), a
visitá-las, a conversar com elas, só que depois com o secundário e vir
para aqui o tempo desapareceu... e eu apercebia-me o que elas
passavam, que aquilo era muito complicado. Elas não podem sair, vão
pra escola sem nada pra comer, A::::: depois tamos a falar de freiras
não é?! A mentalidade é completamente diferente e elas querem ser
como... como NÓS né?! Como raparigas NORMAIS. Sentem-se
presas, (xxx) que elas têm são muito muito complicadas porque ali
não há (xxx).
MM: E já participou em conferências ou seminários (desde que está)
no curso de ES?
E2: Participei como? A fazê-los ou [
MM: Não, a assistir?
E2: Ah, a assistir já.
MM: E que seminários eram?
E2: hhhhh um de voluntariado:::, outro sobre a depressão [
MM: Todos aqui na UALG?
E2: Sim, aqui. E::::::::::: outro sobre o Teatro do Oprimido.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
57
MM: Com o decorrer do ano lectivo, o curso tá a corresponder às suas
expectativas iniciais?
E2: Agora já tá! No início assustei-me, não sei... Tava confusa porque,
como lhe disse, caí aqui de pára-quedas e (xxx) e não despertaram
coisa nenhuma. E::::::, vim (xxx) demonstrar que é isto que quero pra
mim... Eu gosto -- era isto -- é isto que eu quero fazer, mostrar será
que o curso dá (xxx), isto é tudo muito teórico, onde é que está a
prática? Onde é que tá? Não tá. E:::: a pouca prática temos agora no
2º semestre, que é Metodologias, que podemos entrevistar alguém ou
ter acesso a outro tipo de realidade hhhhhhhhh e no Teatro do
Oprimido com as práticas, com os exercícios, com as peças, com os
workshops que se podem organizar mas, agora é que eu tou a
começar a perceber mais ou menos e agora sim posso dizer que ele
tá a começar a corresponder ao que estava à espera.
MM: Considera que o curso lhe poderá proporcionar uma melhoria das
suas condições de vida?
E2: Tendo em conta o país em que estamos... eu tenho esperança,
mas não sei ((risos)) [
MM: Mas sente que é o país (xxx)
E2: (0.2) Já pensei mas... tou... tou a ponderar, não é uma coisa que
eu diga sim sim vou sair daqui, porque eu gosto muito do meu país e
gostava de trabalhar aqui como é óbvio, só mesmo em último caso.
MM: Aquilo que aprendeu durante o percurso escolar vai-lhe permitir
aceder a uma profissão... acha que sua opinião dá-lhe para aceder a
uma melhor profissão?
E2: Acho que sim [
MM: (xxx) ou a outras profissões?
E2: Sim, acho que sim.
MM: E acha que o curso de ES prepara os alunos o suficiente para as
necessidades do mercado de trabalho?
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
58
E2: hhhhhhhhhhhh é assim, eu tou no 1º ano... mas [
MM: Do que já viu [
E2: Do que já vi pronto, no 1.º semestre, como já disse, foi muito muito
teórico hhhhhhhh A:::::: preparar-nos para o mercado de trabalho pois
temos professores que exigem (imperceptível) e exigem bastante de
nós (xxx) e trabalhos e puxam muito por nós e eu tou numa fase que
tou super cansada e tou a precisar mesmo de férias, e é trabalhos
atrás de trabalhos, e eu acho que isso é uma forma que eles tem de
nos preparar para o que nos espera lá fora, acho que apesar de (xxx)
trabalhos de grupo e coisas assim de escola, mas acho que é uma
maneira que os professores têm de nos mostrar que isto não é uma
brincadeira mas sim a vida real, que dá trabalho, que com esforço se
consegue, acho que é essa a mensagem que eles nos querem
(transmitir) quando nos mandam fazer trabalhos de investigação ou
(recensões) ou o que quer que seja.
MM: Quais são as suas previsões para o futuro após terminar o curso
de ES?
E2: Após terminar a licenciatura A::::: gostava de trabalhar na área, se
fosse possível... Se conseguir. Se não conseguir pois terei que optar
por outras opções como muita gente opta mas:::::, uma dia mais tarde
gosta de voltar e fazer uma especialização na área, ou ao nível de
psicologia ou dos idosos [
MM: E pensa tirar o Mestrado?
E2: (xxx) mesmo só Pós Graduação.
MM: E quais são as áreas que pensa exercer a sua profissão?
E2: A::::::: formação de RVCC, como eu tinha dito, ou com idosos ou
com jovens problemáticos.
MM: E a nível de abordagens ao mercado e trabalho, o que já fez
nesse sentido? Enviou currículos, teve contactos com professores [
E2: Não, não
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
59
MM: Na sua opinião qual a importância que o Educador Social na
resolução dos problemas sociais?
E2: Acho que hoje em dia a importância de um educador social tem a
ver quanto ao estado, como a sociedade está... é importante porque
cada vez há mais desprotegidos, pessoas a viver de forma desigual,
cada vez temos mais picos altos e buracos (xxx), podemos falar
assim, e cada a vez mais a população é mais envelhecida, porque não
há muitos jovens há mais pessoas idosas o que (xxx) e acho que o
Educador Social aí tem um papel muito importante porque estas
pessoas são esquecidas e o nosso papel é, além de educar, também
apoiar essas pessoas.
MM: Muito obrigada por nos conceder esta entrevista e até uma
próxima.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
60
• GLOSSÁRIO DE ENTREVISTAS:
o RG: Rita Gonçalves (entrevistadora)
o E1: Entrevistada
o MM: Melissa Mealha (entrevistadora)
o E2: Entrevistada
o (xxx): Incompreensão de palavras ou segmentos
o (hipótese): do que se ouviu
o MAIÚSCULA: Entonação enfática
o ?: Interrogação
o !: Exclamação
o ...: Qualquer pausa
o ((minúscula)): Comentário gestual
o -- --: Comentários que quebram a sequência temática da exposição
o [: Superposição, simultaneidade de vozes
o (...): Indicação de que a fala foi tomada ou interrompida em determinado ponto.
o “ ”: Citações literais de textos, durante a gravação
o hhh: Inspirações audíveis de ar são transcritas como ´hhh´ (o número de
hs é proporcional à duração da inspiração)
o (0.2): pausas em segundos
o A::: - Sons prolongados: o prolongamento de sons é marcado com dois pontos, em número proporcional à duração do prolongamento.
o palavra sublinhada: mostra ênfase ou saliência.
o dife- - Um hífen indica que uma palavra ou som foram cortados.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
61
FICHA DE REGISTO DA ENTREVISTA 1
Data da entrevista: 31/5/2011
Local da entrevista: sala 37 da ESEC (campus da Penha)
Duração da entrevista: 0,12`14 minutos
Entrevistador: Rita Gonçalves
Identificador do entrevistado: Entrevistado 1
Género do entrevistado: feminino
Idade do entrevistado: 38 anos
Ano lectivo que frequenta: 3º ano do curso de Educação Social
Área de interesse profissional: Bancária
Peculiaridades da entrevista: A entrevistada desenvolveu bem as perguntas feitas
pela entrevistadora, respondendo mais além do que era perguntado.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
62
FICHA DE REGISTO DA ENTREVISTA 2
Data da entrevista: 6/6/11
Local da entrevista: Sala da ESEC (Campus da Penha)
Duração da entrevista: 0,11`32 minutos
Entrevistador: Melissa Mealha
Identificador do entrevistado: Entrevistado 2
Género do entrevistado: feminino
Idade do entrevistado: 20 anos
Ano lectivo que frequenta: 1º ano do Curso de Educação Social
Área de interesse profissional: Trabalhar com jovens ou idosos que sofram mal
tratados.
Peculiaridades da entrevista: A entrevistada referiu aspectos pessoais da sua vida
bastante pertinentes.
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
63
SINOPSE
Problemáticas Entrevistado 1 Entrevista 2
Áreas de intervenção «[…] nas crianças […] »
(p.49.)
« […] idosos, pelas pessoas
que sofreram os mesmos
problemas que eu
[Vivenciou violência
doméstica], pessoas
fragilizadas a nível
psicológico, pessoas que
precisam de ajuda, que
precisam de apoio, crianças
desprotegidas […] » (p.55-
56.)
Preparação/Formação «Penso que não. […] Penso
que::: se tivéssemos ao
longo dos 3 anos práticas,
logo, ou seja, se
tivéssemos uma parte de
fundamentação, uma parte
teórica e fosse
acompanhada logo com a
prática (xxx) era muito mais
fácil e preparava muito mais
as pessoas […] » (p.50-51.)
«[…] eu tou no 1º ano […]
no 1.º semestre, como já
disse, foi muito muito
teórico hhhhhhhh A::::::
preparar-nos para o
mercado de trabalho pois
temos professores que
exigem (xxx) e exigem
bastante de nós
(imperceptível) e trabalhos
e puxam muito por nós […]
» (p.58.)
Nível de satisfação/
expectativas
« […] senti que as minhas
expectativas se
defraudaram. […] é a velha
questão da utopia da
educação é, mais o “faz o
que eu digo não faças o
que eu faço” » (p.50.)
«Agora já tá! No início
assustei-me […] não
despertaram coisa
nenhuma. [professores ]
E::::::, vim (xxx) demonstrar
que é isto que quero pra
mim […] isto é tudo muito
teórico, onde é que está a
prática? […] no […] agora
sim posso dizer que ele tá a
começar a corresponder ao
que estava à espera. »
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
64
(p.57.)
Inserção no mercado de
trabalho
«[…] Nao me vejo A:::
laborar na área de
Educação Social […] »
(p.49.)
«Não, não» (p.58.)
Contributo do educador
social para a sociedade
«O ES deve ser uma
pessoal que deve facilitar,
deve capacitar, deve
promover o Empowerment,
o (xxx) desenvolvimento
humano […] prover a
inclusão social, portanto
deve ser uma pessoa que
deve trabalhar o outro como
alguém especial como uno
e único […] só através da
capacitação dessas
pessoas é que tu o poderás
fazer […] »(p.64.)
« […] é importante porque
cada vez há mais
desprotegidos, pessoas a
viver de forma desigual […]
Educador Social aí [relação
aos idosos] tem um papel
muito importante porque
estas pessoas são
esquecidas e o nosso papel
é, além de educar, também
apoiar essas pessoas. »
(p.59.)
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
65
GRELHA DE ANÁLISE
ENTREVISTADO 1
Problemática Análise Excertos da entrevista
1.1Áreas de intervenção
Áreas de interesse do ES A área que maior interesse
lhe desperta é a das
crianças
« […] nas crianças […] »
Áreas de inserção profissional
Não pretende exercer
profissão na área pois,
gosta da sua profissão
actual [ bancária].
« […] gosto muito da
minha profissão [bancária
].»
1.2Preparação/formação
Visão pessoal do percurso escolar (com êxito, dificuldades)
Sempre foi uma aluna
mediana, tendo maior
aptidão para as disciplinas
de línguas, do que para as
disciplinas cientificas
« […] sempre fui uma
aluna mediana, pronto
nada de excepcional,
tendo maior êxito, maior
aptidão para as línguas do
que para o científico,
pronto para as
matemáticas ou biologias
mas, não (xxx) sempre fui
uma aluna mediana.»
Participação em conferências/seminários ao longo do curso
Antes e durante o curso
sempre participou em
conferências/seminários.
« […] sim.»
Voluntariado Desde o inicio que faz
voluntariado, fazendo
recolha de angariação de
fundos, para o cancro,
para santas casas de
misericórdias entre outras.
No Euro 2004 foi
voluntária de assistência
ao público, fazendo
também voluntariado para
a (apátris), na
Universidade.
« Voluntariado pronto
desde o início que faço,
pertenci às (xxx) de
Portugal e fazíamos
portanto A::: como
voluntárias a recolha de
angariação de fundos,
portanto em eventos
específicos ou actividades
específicas como A:: o
cancro, ... sei lá A::: as
santas casas da
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
66
Actualmente, está
realizando uma formação
de voluntariado e é
voluntária.
misericórdia... várias. […]
Euro 2004, como
voluntária de assistência
ao público... A::: […] na
Universidade para a
(apátris)... E::: neste
momento tou a fazer uma
formação para o
voluntariado e sou
voluntária... (xxx).»
Contributo da formação para o exercício da profissão
Acha que a formação não
tem um grande contributo
para o exercício da
profissão. Só teria um bom
contributo se ao longo do
curso existisse mais aulas
praticas, acompanhadas
de aulas teóricas.
« Penso que não. […]
Penso que ::: se
tivéssemos ao longo dos 3
anos práticas, logo, ou
seja, se tivéssemos uma
parte de fundamentação,
uma parte teórica e fosse
acompanhada logo com a
prática (xxx) era muito
mais fácil e preparava
muito mais as pessoas […]
»
1.3 Nível de satisfação/expectativas
Escolha do curso Quando se candidatou ao
Ensino Superior o curso
que pretendia era
Acessoria de
Administração mas, após
ter visitado a Universidade,
falou com um professor
que a convenceu a fazer o
curso de Educação Social.
« Inicialmente não era o
curso que eu pretendia
[Acessoria de
Administração] (0.1), mas
depois após uma visita à
Universidade e ter ficado
colocada no mesmo e
falado com o professor
(xxx), convenceu-me
completamente a fazer
este curso .»
Expectativas iniciais/ expectativas reais
Com o decorrer do curso
sentiu que as expectativas
foram defraudadas. Pois,
trata-se da velha questão
« […] senti que as minhas
expectativas se
defraudaram. […] é a velha
questão da utopia da
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
67
da utopia da educação,
“faz o que eu digo não,
faças o que eu faço”.
educação é, mais o “faz o
que eu digo não faças o
que eu faço” »
Melhor qualidade de vida O curso não vai
proporcionar em termos
económicos uma melhor
qualidade de vida.
« […] Em termos
económicos não.»
Profissão/Profissão com melhor estatuto
Gosta muito da sua
profissão de bancária.
Sendo que, veio realizar o
curso para enriquecimento
e crescimento pessoal.
« […] gosto muito da
minha profissão [bancária
]..., venho fazer este curso
como uma forma de
enriquecimento pessoal e
crescimento também
pessoal [...]»
1.4 Inserção no mercado de trabalho
Abordagem realizada ao mercado de trabalho
Não fez abordagem ao
mercado de trabalho
porque não quer laborar
na área.
«[…] Nao me vejo A:::
laborar na área de
Educação Social […] »
1.5 Contributo do ES para a sociedade
Resolução dos problemas sociais pelo ES
Acha que o Educador
Social deve capacitar,
promover o empowerment,
o desenvolvimento
humano, a inclusão social,
trabalhando as pessoas
como especiais e únicas.
« O ES deve ser uma
pessoal que deve facilitar,
deve capacitar, deve
promover o Empowerment,
o (xxx) desenvolvimento
humano […] prover a
inclusão social, portanto
deve ser uma pessoa que
deve trabalhar o outro
como alguém especial
como uno e único […] só
através da capacitação
dessas pessoas é que tu o
poderás fazer […] »
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
68
GRELHA DE ANÁLISE
ENTREVISTADO 2
Problemática Análise Excertos da entrevista
1.1Áreas de intervenção
Áreas de interesse do ES As áreas que maior
interesse lhe desperta são
a dos idosos, a das
pessoas pessoas que
sofrem de violência
doméstica [devido a ter
vivenciado violência
doméstica], crianças
desprotegidas e pessoas
fragilizadas a nível
psicológico.
« […] idosos, pelas
pessoas que sofreram os
mesmos problemas que eu
[Vivenciou violência
doméstica], pessoas
fragilizadas a nível
psicológico, pessoas que
precisam de ajuda, que
precisam de apoio,
crianças desprotegidas […]
»
Áreas de inserção profissional
Após terminar o curso,
pretende dar formação de
RVCC, ou trabalhar com
idosos ou jovens
problemáticos.
« […]formação de RVCC,
como eu tinha dito, ou com
idosos ou com jovens
problemáticos. »
1.2Preparação/formação
Visão pessoal do percurso escolar (com êxito, dificuldades)
Sentiu dificuldades quando
entrou para o curso de
Educação Social, no 1º
semestre, porque era uma
realidade diferente da que
estava habituada. Estava
habituada a ter notas altas
e nos primeiros testes
obteve notas mais baixas,
ficando assustada. Depois,
tudo voltou ao ritmo
normal.
«Dificuldades (0.3) quando
vim para aqui (0.2)
deparei-me com um
mundo completamente
diferente e senti
dificuldades no 1.º
semestre. […] Tava
habituada a ter notas altas,
sempre tive notas altas e
cheguei aqui e comecei a
fazer coisas e comecei a
estudar e os primeiros
testes assim (xxx) baixas e
(xxx) e onde é que eu fui
parar... assustei-me um
bocadinho mas depois de
me habituar voltei ao ritmo
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
69
normal […] »
Participação em conferências/seminários ao longo do curso
Já assistiu a
conferências/seminários
de voluntariado, depressão
e do Teatro do Oprimido.
« […] a assistir já[…]
voluntariado
[…]depressão[…] Teatro
do Oprimido […] »
Voluntariado Não fez bem voluntariado.
Visitava e conversava com
as raparigas da Santa
Casa da Misericórdia de
Olhão.
Não lhe posso chamar
bem bem voluntariado. […]
casas (xxx), Santa Casa
da Misericórdia que tem só
raparigas, que não têm
pais, lá não há rapazes, só
elas e as freiras e aquilo é
muito complicado e eu
desde pequenina que
sempre me ensinaram a...
a ajudá-las […] acabei por
me meter no meio delas e
acabei por tar lá de (xxx), a
visitá-las, a conversar com
elas […] »
Contributo da formação para o exercício da profissão
Devido a estar no 1º ano
não têm ideia formada se
a formação adquirida ao
longo do curso contribui
para o exercício da função.
Mas, refere que o 1º
semestre foi muito teórico,
só prepara para o mercado
de trabalho porque tem
professores que exigem
muito nos trabalhos e
puxam pelos alunos.
« […] eu tou no 1º ano […]
no 1.º semestre, como já
disse, foi muito muito
teórico hhhhhhhh A::::::
preparar-nos para o
mercado de trabalho pois
temos professores que
exigem (xxx) e exigem
bastante de nós
(imperceptível) e trabalhos
e puxam muito por nós […]
»
1.3 Nível de satisfação/expectativas
Escolha do curso Escolheu o curso de
Educação Social por
motivos pessoais pois,
vivenciou violência
doméstica e soube de
« Motivos pessoais
principalmente. (0.2) A:::
Porque tive uma
infancia/adoloscência
assim um pouco:::::
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
70
casos idênticos ao dela.
Ao candidatar-se ao
Ensino Superior optou por
Ciências da Comunicação
Social, acabou por entrar
em Educação Social mas,
não está arrependida.
Sente que este curso tem
muito mais a ver com ela
tanto a nível pessoal como
profissional.
complicada, porque vim de
um ambiente de violência
doméstica entre o meu pai
e a minha mãe e:::
também porque soube de
situações posteriores à
minha, de casos... que
precisavam de ajuda e
comecei a interessar-me
pelo curso, comecei a
pesquisar e apesar de
quando eu me fui
candidatar tava indecisa
entre a 1ª e a 2ª opção.
Tava indecisa entre
Ciências da Comunicação
(CC) e Educação Social
(ES) […] Tem muito mais a
ver comigo, tanto a nível
pessoal como profissional
[ES] […]. Acho que este
curso é muito mais
humano e muito mais
enriquecedor a nível
pessoal.
Expectativas iniciais/ expectativas reais
Inicialmente não estava a
corresponder às
expectativas mas,
actualmente já está.
« Agora já tá! No início
assustei-me […] não
despertaram coisa
nenhuma. [ professores ]
E::::::, vim (xxx)
demonstrar que é isto que
quero pra mim […] isto é
tudo muito teórico, onde é
que está a prática? […] no
[…] agora sim posso dizer
que ele tá a começar a
corresponder ao que
estava à espera. »
Melhor qualidade de vida Tem esperanças que o
curso melhor a sua
«Tendo em conta o país
em que estamos... eu
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO I
Educação Social – 1º ano, Pós Laboral
71
qualidade de vida mas,
torna-se complicado,
devido ao País em que
está [Portugal].
tenho esperança, mas não
sei»
Profissão/Profissão com melhor estatuto
Actualmente, não têm
nenhuma profissão.
1.4 Inserção no mercado de trabalho
Abordagem realizada ao mercado de trabalho
Ainda não realizou
abordagem ao mercado de
trabalho.
«Não, não»
1.5 Contributo do ES para a sociedade
Resolução dos problemas sociais pelo ES
Acha que o Educador
Social é importante porque
cada vez mais há pessoas
desprotegidas e a viver de
forma desigual. Em
relação aos idoso acha
tem um papel importante,
porque estes estão
esquecido e o papel do
Educador Social é educar
e apoiar as pessoas
« […] é importante porque
cada vez há mais
desprotegidos, pessoas a
viver de forma desigual
[…] Educador Social aí
[relação aos idosos] tem
um papel muito importante
porque estas pessoas são
esquecidas e o nosso
papel é, além de educar,
também apoiar essas
pessoas.