Trabalho - História do Mundo Contemporâneo - Larissa Costard

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Ana Gabriela Castilho Caesar  No filme “A Onda”, do diretor Dennis Gansel, não faltam características que nos façam lembrar regimes autoritários, como o nacional-socialista do Führer Adolf Hitler. Trata-se de governos que fizeram uso de mecanismos para a disseminação de ideias e, portanto, a sustentação do sistema. O professor Rainer Wenger, chamado de Herr Wenger (em português, senhor Wenger) pelos alunos, passa a ser um líder, um guia. Hitler se destacou pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) como uma pessoa capaz de livrar a Alemanha da crise, uma espécie de salvação desenvolvimentista e virou, em pouco tempo, um líder insubstituível no pensamento de parte da população. No filme, nota-se claramente que o líder exerce influência sobre o grupo de pessoas e tem poder de organização da sociedade. Assim ocorreu, quando as ideias do livre Mein Kampf foram fortemente disseminadas antes mesmo da ascensão do Führer, em 1933. A partir do momento em que Hitler está no poder da Alemanha, a organização da sociedade muda por se tratar de um regime antissemita, autoritário, etc. Com o tempo, as pessoas “diferentes” têm mais dificuldades de se adaptar àquele modelo, já que os direitos não eram aplicados a todos e muitos passam a ser perseguidos. Já em março de 1933, o campo de concentração considerado modelo, KZ Dachau, é inaugurado próxima a Munique. É para campos como esses, que passam a ser construídos na Alemanha e em territórios ocupados pelos nazistas, que oposicionistas de esquerda, judeus, testemunhas de jeová, ciganos, homossexuais, entre outros, são enviados. No longa-metragem, percebe-se também uma espécie de reeducação na forma de o aluno responder de forma concisa e curta ao docente. Método semelhantes foi usado no nazismo, quando as ideias e o pensamento deixaram de ser prioridade para a atividade física assumir papel fundamental. De tal forma, o regime não estaria incentivando a reflexão, a compreensão de ideologias, do passado, etc, o que poderia acarretar mais oposicionistas a Hitler. O condicionamento físico era, portanto, mais bem-vindo tendo em vista que a Alemanha precisa de cada vez mais soldados para conquistar territórios vizinhos e disseminar a ideologia nacional-socialista na Europa. Nota-se também que a liberdade individual dos adeptos d’A Onda passa a ser controlada, como o fato de as vestimentas passarem a ser jeans e blusa branca. Na época do nazismo, os enviados para os KZ eram obrigados a usar a mesma roupa. Havia, no entanto, duas formas de distingui-los: o número e um triângulo. A cor do triângulo se referia ao motivo pelo qual aquele preso estava ali. O triângulo vermelho, por exemplo, indicava logicamente que era por razões políticas. O rosa, por homossexualidade. O azul, por ser emigrante. No filme, o diferente, a oposição é oprimida, perseguida, exilada. No caso, alunos que discordaram d’A Onda saíram da aula do senhor Wenger ou sofreram represálias de membros da seita. No nazismo, como relatado anteriormente, muitos eram enviados a campos de concentração, onde ficavam presos com a promessa “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta), registrada no portão de todos os KZ. Mera ilusão. Muitos morreram depois de viver anos em condições sub-humanas, outros foram mortos em câmaras de gás, com tiro na nuca, etc. Outros pediam asilo para outros países e fugiam para sobreviver. Outros viviam a mercê de favor dos outros ou escondidos em lugares mínimos, como no caso da família de Anne Frank.

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Em “A Onda”, a criação de símbolos traz um sentimento de pertencimento e desejo à luta por aquele ideal. Lá, os alunos, com a liderança do professor, fazem a movimento de uma onda com o braço direito, próximo à região peitoral. Já a suástica ficou marcada como símbolo do nazismo e dos ideais do regime. A propagação deles, seja por adesivo seja por pichações, buscam marcar ainda mais o território d’A Onda. A saudação usada no filme também ajuda a criar mais mecanismo que fortalecem a identidade e o sentimento de pertencimento àquele grupo ideológico. Hitler considerava muito importante investir em propaganda e tinha um de seus homens de confiança no ministério. Assim, o regime criou diversos anúncios, fez discursos, fortaleceu a imagem de salvador da pátria para consolidar o nazismo no país.