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  • 7/24/2019 Trabalho Idendidade e Cultura

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    Universidade Federal do ABC

    Vincius Ramos Pires --- RA:21020714

    Reflexes Esparsas Sobre o Curso eCoisas Mais

    16 de Agosto de 21!

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    S"o Bernardo do Ca#po $ S%

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    &ntrodu'"oEste trabalho no talve o !ue eu !ueria" Pensei# $ensei# $ensei# e minha

    mente no %oi ca$a &e me $ro$or na&a &i'no &e nota a ser estu&a&o a %un&o no

    momento" As i&eias me %altaram# os $ensamentos travaram" (o conse'ui encontrar

    um $onto certo $or !ual $rinci$iar e re%letir" )alve $or isso %a*o este trabalho sem o

    au+lio &e nenhuma outra mente" ,s autores esto a!ui $resentes sim# $ois meus

    $ensamentos no sur'iro como re$entinos brilhos em minha mente" e

    constituram ao lon'o &esses anos to&os .no muitos na ver&a&e/ !ue vivi" eria

    arro'ncia tola e+i'ir autoria e+clusiva &isto" Ento# como re%erncias a este trabalho

    tenho &es&e a e&uca*o !ue meus $ais &eram-me# as coisas !ue me %oram

    ensina&as na escola e tambm $ela )V# at os ele'antes e in&is$ensveis

    ensinamentos &e intelectuais como (ietsche# 3amus# cho$enhauer# artre#

    ostoivs5i# entre outros" eria covar&ia ain&a a%irmar !ue minhas ins$ira*6es se

    resi'nam a esses nomes" e no %osse o curso# esse trabalho nunca aconteceria"

    (o &i'o isso $ela obvie&a&e &e !ue o trabalho um re!uisito &a &isci$lina" i'o#

    $or outro la&o# !ue as e+$erincias vvi&as e os ensinamentos colhi&os &urante este

    !ua&rimestre %oram essenciais $ara a re%ormula*o e cria*o &e al'umas i&eias"

    Assim# meu trabalho no tem !ual!uer tema es$ec%ico" uma breve re%le+o#

    ou melhor# con8unto &e re%le+6es" Ele %loresce &e $ensamentos !ue me $erse'uiram

    ao lon'o &a minha vi&a e &e !uest6es bastante remo&as &urante esses trs 9ltimos

    meses" (em tu&o isso tem rela*o &ireta com os conte9&os &a &isci$lina# mas no

    me %urto &e consi&erar !ue tais $ensamentos $ossam ter si&o in%luencia&os nos

    $rocessos sombrios &o inconsciente"

    essa %orma# este breve trabalho estrutura-se em &uas $artes: a $rimeira

    uma tentativa &e re%le+o sobre as aulas e o curso em si" (o na&a &etalha&a#

    mas a$enas uma viso 'eral !ue %icou 'rava&a em mim e &eci&i transmitir ao $a$el"

    (o tambm uma tentativa &e transcri*o &as aulas# mas re%le+6es $uras

    ama&ureci&as &as ativi&a&es %eitas# sobretu&o &as !ue mais me im$ressionaram" A

    se'un&a $arte al'o ain&a menos consistente e $o&e no ter rela*o a$arente

    al'uma com a &isci$lina" constitu&a &e $e!uenos te+tos %ra'mentrios sobre um

    certo n9mero &e assuntos no muito am$lo" oram como !ue e$i%anias !ue sur'iram

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    ao lon'o &o !ua&rimestre# al'umas em aula# !ue achei $or bem anotar" 3omo 8

    &isse# na %alta &e i&eias melhores em minhas ma!uina*6es# &eci&i $or %aer &esses

    %ra'mentos $arte &o trabalho tambm" As $artes so muito &istintas# mas ambas

    re%letem um $ouco &o !ue sou a'ora"

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    Reflexes Sobre as Aulas

    [Re]Conceituao?

    ;esas $ostas aos la&os" As $essoas $er%aem um circulo com seus cor$os

    assenta&os nas ca&eiras" (o centro ca&eiras# ob8etos &e ma&eira e a*o# em uma

    a*o $er%ormtica" A $er%ormance no $ro$riamente &as ca&eiras# matria !ue nores$ira# com$letamente morta" A $er%ormance &as $essoas !ue circun&am o $alco

    ocu$a&o $elas ca&eiras" Estas esto com um !u &e &istor*o" (o so mais

    ca&eiras" 3a&eiras so ob8etos em !ue se senta# mais estas ca&eiras 8 no mais

    servem a aconche'ar $essoas# en%ileira&as# com vistas

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    'eral &e ca&eira# essas novas &is$osi*6es tm seus nomes li'a&os tambm $ria# acessvel a$enas $or a!uele !ue $ercebeu as in%orma*6es intro8etarem-se

    em sua conscincia e inconscincia e %ormarem al'o !ue no tem na&a &e universal:

    ca&a um cria um mun&o bastante sin'ular e $r>$rio &entro &a cabe*a"

    Caos

    uantos homens h em um= uantos tem$os o tem$o com$orta= Vivemos

    uma era &a &ilui*o: o $resente &issolve-se com mais $ressa aos olhos" As

    $aisa'ens $arecem mais in!uietas &o !ue nunca# os sons se combinam em $er%eita

    &issemelhan*a# a )erra 'ira e suas voltas $arecem sensveis" )o&os esto

    atravessan&o uma cor&a tnue e a maior virtu&e o e!uilbrio# $ois o $asso

    cambaleante 'eralmente no con&u ao %im# mas sim$lesmente ao abismo"

    A era em !ue vivemos# essa era &o tem$o# em !ue tu&o tem um $rao

    hermtico# em !ue os sonhos so uma e+$resso com tons &i%erentes &e um mesmo

    ob8eto# con&u os in&iv&uos ao &eses$ero" im# &eses$ero: nossos si'ni%ica&os

    caram $or terra e os i&eais morreram" Restam as buscas# mas no im$orta tanto o

    caminho" anatismos $elo &inheiro# $elo >&io# $ela &isto$ia mancham e amar'uram

    as vi&as" ,s in&iv&uos no $ossuem mais estames a na&a &o !ue no a eles

    mesmo" (o mais se veem re%leti&os nos olhos brilhosos &e outros# no mais

    sentem semelhan*a e i&enti&a&e com o re&or" , mun&o se tornou um ar!ui$la'o:

    ca&a um uma ilha"

    Porm# ain&a com$lica&o usar o verbo ser no $resente" , !ue# no homem#

    a%inal = ual in&iv&uo sabe= eu ma'o inalcan*vel# sua sub8etivi&a&e &e

    uma su$remacia in%inita e $ro%un&a ao ob8etivo e $erce$tvel" As im$ress6es !ue

    irra&iam &e um in&iv&uo lon'e esto &e in&icar on&e 'ravita sua estrela" )o&osconhecem a si e aos outros a$enas como mscaras: os rostos ver&a&eiros esto

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    ve&a&os < viso" uem &era# $ortanto# !ue as $essoas $ensassem em buscar seus

    ver&a&eiros rostos# buscar a!uele caminho !ue leva a si mesmoB ;as no" A vi&a

    &e&ica&a < &ramatur'ia# ao constante inter$retar# ao $er%ormar sem i&enti%ica*o ou

    &ese8o al'um" ,s lastros se &iluram# e as $essoas tm &e se trans%ormar &e

    situa*o $ara situa*o" , ca$italismo %a isso: &estr>i i&enti&a&es# rom$e la*os#

    a$a'a a $ro%un&i&a&e" Resta a$enas o movimento %u'a# o lancinante movimento

    im$in'e a im$ossibili&a&e &o in&iv&uo %i+ar seu ser# &e encontrar o !ue sub8a na

    sua sub8etivi&a&e" 3ostumes# &ese8os# ob8etivos cambiam con%orme $assam os

    se'un&os"

    , !ue &ecorre &e tu&o isso# &e to&o esse torvelinho !ue con%un&e e emba*a a

    vista# !ue torna tu&o instvel e $eri'oso= , caos# o incontornvel caos" As vi&as so

    rema&as $elo $rinc$io &a li!ui&e# seu si'ni%ica&o constitui &e uma in%inita

    $olissemia# mas# ao mesmo tem$o# na&a h !ue a $reencha" Parece ser sem$re

    uma %resta# uma va'o im$reenchvel# o !ue nos coloca < ca*a# < ca*a &e sem$re

    mais C- mais ob8etivos# $raeres# car'os# &inheiro# a&mira*o" )u&o se volta ao

    e+terior# $ois !uan&o os olhos viram-se ao interior# resvalam com o in%in&vel

    $enhasco &a va'a e+istncia contem$ornea" Assim# vivemos o caos# $ois na&a se

    assenta e se'ue um %lu+o C- ao menos em iluso --- $al$vel ao controle" (em o !ue

    &ese8amos nasce &o $r>$rio &ese8o &e %ato# mas somente &e im$osi*6es e+teriores#

    &a $a&ronia*o &os anseios" A maior met%ora !ue e+$rime o !ue a vi&a atual a

    ima'em &o caminhante vacilante# a!uele !ue no tem certea sobre o caminho e

    !ual seu &estino# !ue no sabe a &ire*o a se'uir"

    Assim# buscar a si mesmo al'o &elinea&o $elos contornos &a

    im$ossibili&a&e" Vive-se &a ausncia trans%i'ura&a $or $aliativos mo&estos# $ois

    estes so to ausentes !uanto a $r>$ria ausncia" , cora*o $reenche-se &e

    marasmo e os &ias se alon'am e caem um $or um na am$ulheta &a eterni&a&e

    como %osse %olhas &is$ostas em uma $ilha# mas sem !ual!uer $alavra escrita" ,

    es$rito %ica re$leto &e temor# an'9stia# ressentimento# amar'ura: $ensa-se mais no

    $assa&o &o !ue !ual!uer coisaD mas no no $assa&o !ue %oi# e sim no !ue $o&eria

    ter si&o" obrevoam os cus &a mente a tristea# o &eses$ero# a amar'ura" ,s

    $or!usF e os comosF esto $er&i&os em $ro%un&a cali'em" , ambiente &a

    e+istncia sur'e como irres$irvel" , cora*o $al$ita ln'ui&o# esva&o &e

    es$eran*as" Eis nossas vi&as contem$orneas# esse caos na&a a&mirvel# !ue

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    su%oca e %a solu*ar" iante &esse cenrio ensombreci&o# o in&iv&uo tem# alm &o

    'esto &erra&eiro# &uas o$*6es: con%ormar-se e reinventar-se"

    Trocas

    )o&os traem em si e consi'o al'o# no im$orta o !u" oi esse o es$rito !ue

    $ercebi na ativi&a&e clube &e trocas" , ob8etivo no %aer com$ensa*6es &e

    valores e!uivalentes# mas a$resentar al'o !ue est alm &isso" )o&os os ob8etos

    &is$ostos na mesa# $rontos a serem $e'os e escrutina&os $elas mos vi&as tm

    um si'ni%ica&o oculto" )o&os eles che'aram at ali envoltos em uma atmos%era

    ne'a&a a terceiros# $ois seu senti&o cria*o &a rela*o &o seu $orta&or com ele" ,

    !ue um livro ou &es$erta&or si'ni%icam so coisas im$enetrveis a !uem est $rio" Percebo a i&eia como $assar essas $eculiari&a&es a %rente# como

    se &e uma maneira in&ireta %osse $ossvel um conhecer ao outro atravs &os ob8etos

    troca&os" uan&o ce&o al'o !ue %oi meu e me tem 'ran&e si'ni%ica&o a outro#

    $or!ue es$ero !ue este $ossa sentir a mesma e%uso &e coisas !ue senti outrora"

    uan&o $e'o al'o !ue al'um &ei+ou sobre a mesa# $or!ue me sinto curioso $or

    obter a!uilo# $or &eci%rar# a$reciar# sentir e &escobrir as motiva*6es !ue %ieram

    al'um carre'ar a!uilo consi'o e &ei+ar ali"

    o mensa'ens ci%ra&as e secretas# &i%ceis &e serem inter$reta&as" um

    8o'o &e troca: troca &e si'ni%ica&os imbu&os nos ob8etos# !ue so a$enas os

    $orta&ores &a!ueles" A misso consiste em &escobrir# com$reen&er tu&o &essa

    mensa'em# no obstante tu&o isso ser em 'ran&e $arte a esmo# $ois os si'ni%ica&os

    morrem e renascem com %u'aci&a&e" , si'ni%ica&o anterior transmuta

    re$entinamente no novo si'ni%ica&o !ue $osso atribuir a $artir &e a'ora" ,s

    si'ni%ica&os so muito restritos# $ois sur'em e $ertencem a es%era &e um universo

    muito &istante &os outros: a sub8etivi&a&e" As trocas so uma comunica*o# so uma

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    bar'anha em !ue no h a %riea &a im$essoali&a&e &o merca&o ca$italista" o

    uma maneira &e tentar $enetrar no sub8etivo &e outro recrian&o seu $r>$rio sub8etivo

    ao novo" uma e+$erincia &e tentar rom$er seu hemis%rio e inva&ir cortesmente o

    &os outros# bem como a$resentar-se rece$tivo < visita &e al'um

    A ttulo &e curiosi&a&e# no %oram muitos os ob8etos !ue circularam $or

    minhas mos e $ercorreram um caminho mais lon'o comi'o" )o&os so livros" o

    as coisas !ue mais me atraem# $ois so constitu&os &e lin'ua'em# so os 'ran&es

    trans$orta&ores &e i&eias# emo*6es# senti&os" estranho isso# $ois no $assam &e

    um a$inha&o &e $alavras" ;as o si'ni%ica&o !ue elas me transmitem e o senti&o !ue

    $osso atribuir a esses si'ni%ica&os so e+$erincias &e intersub8etivi&a&e &as mais

    ricas" al'o com$le+o# &i%cil &e ser e+$resso com ele'ncia e $reciso" Por isso#

    'uar&o-me em &ier os livros !ue levei: Carta ao ai&e ran Ga%5a e! Corista e

    Outras "istrias &e Anton )che5hovD e o !ue trou+e comi'o: #ilosofia da Ci$ncia &e

    Rubem Alves" Husti%ican&o brevemente os si'ni%ica&os e motiva*6es !ue eles tm

    $ara mim# &i'o !ue os !ue levei so livros 'eniais# &e &ois mestres &a literatura#

    ca$aes &e abrir e &estrinchar o es$rito humano como $oucos# e achei interessante

    !ue mais $essoas $u&essem &escobrir al'o assim neles tambm" H o !ue eu

    trou+e comi'o# minha motiva*o %oi meu 'osto $or %iloso%ia# alm &e enten&er a

    necessi&a&e &e com$reen&er como %unciona a cincia# !ue emer'iu e ocu$ou o

    lu'ar &o anti'o eus morto"

    Atividades no Hall

    As $are&es &o Iall so causticamente brancas" Jembram-me um hos$ital"

    Parece !ue no es$a*o !ue elas con%inam a vi&a se %a tmi&a" At mesmo as$alavras %ala&as se contentam como leves murm9rios" A ima'em &e uma serie&a&e

    e ri'i&e &esnecessrias bem transmiti&a" A cor mon>tona a$resenta bem o !ue

    o ambiente aca&mico: um mar $ara&o e sem %im# &e ativi&a&e muitas vees leviana

    e con%ormista" )o&os esto absortos em seus $r>$rios $roblemas e $raos# %ebris em

    &ar conta &e tu&o" A vi&a ali $arece $assar em um outro tem$o e lu'ar# com uma

    calma %alsa# &istante e isola&a &e tu&o"

    Por isso %oi interessante inun&ar a!uele local &o burburinho &e &iversas i&eias

    saltitantes" As $are&es austeras %oram inun&a&as &e cor e vivi&e# o silncio %oi

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    $rorrom$i&o $elo som &a &iscusso e &as $ossibili&a&es" 3artaes es$alharam-se

    $reenchi&os $or mensa'ens# $oemas# &esenhos# i&eias" As cores $areceram escalar

    $elas $are&es# $rovoca*6es saltavam aos olhos &e to&os" A criativi&a&e &e to&os os

    $artici$antes com as %ronteiras &es%eitas $ulsou e criou um novo mun&o &entro hallD

    um mun&o !ue $arece mais com a reali&a&e: tico# s# universitrios# to&os 8 se $ensan&o como

    a&ultos e ama&ureci&os $arecamos novamente crian*as em um momento &e

    contentamento irra&iante" im$ressionante !uo velo $assa-se o tem$o !uan&o se

    tem um $e&a*o &e ar'ila na mo sen&o mol&a&o# uma $ilha &e li+o sen&o

    trans%orma&a em al'o interessante e antes inima'invel" , mun&o $arece se

    remo&elar# e a veloci&a&e em !ue 'ira se torna com$letamente outras"

    ;as no %oram e+$erincias a$enas &iverti&as" (o se $o&e &ei+ar &e

    $erceber sua im$ortncia" (ovamente $erceber !ue as coisas $o&em ser outras

    alm & %orma em !ue se a$resentam al'o &e %ascinante" Lma $ilha &e materiais &e

    constru*o &escarta&os $o&em virar arte# uma $are&e branca .como nos museus/

    $o&e ser o %un&o $er%eito $ara uma $rovoca&ora e+$osi*o" , beiral &e uma 8anela#

    a$arentemente 9til s> $ara se escorar# re$entinamente $o&e se trans%ormar em um

    8ar&im ver&e8ante" )u&o isso como lan*ar lues a coisas $ouco visveis na

    $enumbra e contem$lar as$ectos antes in&istintos"

    Assim# $ara concluir essa $arte# acho interessante transcrever um &os

    $oemas !ue escrevi &urante uma &as aulas:Lm cu C- s>li&a cor

    !ue o tem$o

    curva"F

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    Frag#entos( Esbo'os de %ensa#entos

    Priplo

    es%olha&as# as silhuetas &as rvores bamboleiam !uan&o tres$assa&as

    $elas cortantes ra8a&as outonais" ;urm9rios lon'n!uos se arrastam $ela terra

    amarela&a# e as on&as se &ebatem contra o $romont>rio" , tem$o torna-se o 9nico

    testemunho &a ausncia" (o h na&a a %aer alm &e nave'arD arrostar as 'uas

    revoltas &os oceanos abissais e con&uir-se me&iante a circulari&a&e &o &estino"

    )o&a via'em um retorno &es&e o $rinc$io# os vastos caminhos no horionte

    con&uem ao mesmo lu'ar:

    escuro $reenche to&a a sala" , es$etculo ale're rom$e &e re$ente# o silncio

    %9nebre inun&a ca&a centmetro !ue encontra" ;as no centro# $ermanece em $ o

    artista" Es!uecera-se &e !ue antes tinha uma $lateia ali" Es!uecera-se &os a$lausos

    e &a balb9r&ia ao trmino &o es$etculo" u'iram-lhe &os ouvi&os os sons &e

    &es$e&i&as# as reclama*6es# o barulho &os carros $artin&o l %ora" Resta ele s># ele

    e si mesmo" Lm %a com$anhia ao outro# um basta ao outro" , artista $ersiste#

    ento# a encenar" Em seu rosto no sur'e !ual!uer rus'a &e cansa*o" (o seu

    ouvi&o ressoam ain&a a$lausos# to vvi&os !ue $o&eria &ier !ue so $resentes e

    reais" Ento ele come*a tambm a a$lau&ir# %eli e cheio &e si mesmo: %iera a sua

    melhor inter$reta*o# $ois sabia !ue tinha inter$reta&o a si mesmo e !ue estees$etculo nunca termina" ua $antomima &iri'ia-se a ele mesmo e o 9nico sorriso

    !ue im$ortava %ul'ir era o seu" , artista encontrara-se consi'o e a'ora $o&ia se

    con&uir" eu es$etculo era sim seu es$etculo"

    Uma Considerao Sobre a Cultura

    euses# morais# valores# costumesM ubttulos im$er%eitos &o na&a"

    3intila*6es evanescentes e va'as# $retensas a se ante$or < escuri&o como

    irra&ia*o $rimor&ial &e um universo $or si mesmo o$aco" em !ual!uer teleolo'ia#

    cor$os va'am inertes $ela imensi&o encontran&o-se# unin&o-se e &estruin&o-se"

    http://viniciusramospires.tumblr.com/post/120659516961/p%C3%A9riplohttp://viniciusramospires.tumblr.com/post/120659516961/p%C3%A9riplo
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    3ria*o e+cessiva &e novos absolutos# novas mira'ens !ue se &iluem na ausncia

    total" Por !ue# ento# essa ou a!uela moral# essa ou a!uela cultura= ,s mitos esto

    &e antemo# tal como seus a&ora&ores# se$ultos na eterni&a&e" Perceb-los como

    nebulosas %lutuantes# eva$oran&o lentamente at &esa$ari*o absoluta# tocar com

    o cora*o to&o seu absur&o insosso" A estranhea# o seu ri&culo so in&i'nantesD

    to&avia# na&a &o !ue humano $ersiste sem o arcabou*o %alsamente luminoso &a

    cultura" , !ue $o&emos n>s# a&mira&ores &a $arca lu celestial e %alsa !ue timoneia

    nossas vi&as# alme8ar# alm &e !uestionar as culturas e tentar enten&er $or !ue se

    a'arrar a elas e &elas retirar o sumo essencial $ara $ersistir $or al'uns instantes

    realmente vivos nisso !ue se conhece $or e+istncia=

    Peueno !ito

    Antes &o tu&o veio o na&aD e antes &o na&a# 8 havia o tu&o" ,s homens

    resi&iam na s>li&a escuri&o !ue se esten&ia $or to&os os rinc6es &o es$a*o#

    habitua&os ao silncio atem$oral !ue ain&a c $ulsa &entro &os cora*6es mais

    a%ei*oa&os ao lan'or" (esse tem$o# sem sons e $aisa'ens# to&os aninhavam-se em

    seu $r>$rio ventre# no a% &e sentir com to&o o ser o $al$itar &eses$era&o e&esanima&o &o cora*o entreva&o# e !uem sabe &es$ertar o cor$o &o enre'ela&o

    esta&o &e tor$or in%li'i&o $elo %r'i&o clima &a comunho &as coisas $arcas" Lm &ia#

    a mais bela &as $essoas &a escuri&o# cansa&a &e buscar calor em seu $r>$rio

    ventre# saiu &a $osi*o imemorial e estirou-se no cho em &erre&or" Es$raiou-se

    como $u&esse sentir ca&a 'ro &e $oeira &a eterni&a&e" Jevantou-se e %itou# mesmo

    sem na&a ver# a escuri&o interminvel" Atirou os bra*os rumo ao cu e come*ou a

    levitar# ascen&en&o acima &e to&as as outras $essoas tilintantes e tristonhas"

    Er'ueu-se $ara alm &o nite# at o inima'invel con%im e+terior ao $r>$rio cu"

    Encontrou l# tranca%ia&os e mo%a&os em um ba9# vrios novelos com milhares &e

    voltas em suas $r>$rias es%eras" A mais bela &as $essoas carre'ou-os# um $or um# a

    ca&a canto lon'n!uo e in&istinto &a escuri&o celestial" esenovelou#

    $acientemente# um a um" A ca&a volta !ue retirava os %ios &os novelos# mais

    cintilantes %icavam" ;as a nenhum $or com$leto &esmanchou" Pen&iam no cu

    mira&es in%initas &e %ios com brilho reverberante" io $or %io %oi $u+a&o em &ire*o

    ao !ue ho8e chamamos )erra" , maior novelo %oi trai&o

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    esten&eram e contem$laram a ab>ba&a celeste ilumina&a $elo custico aul &iurno"

    uan&o o aul se %oi# e a escuri&o retornou# no $resenciaram mais o

    intrans$onvel ne'ror &e antes" )al !ual a escuri&o absoluta# a mais bela $essoa

    tambm nunca mais voltou" ;ilnios &e$ois# !uan&o os homens 8 haviam se

    liberta&o &o silncio atem$oral e conse'uiam %alar# os mais sbios atriburam aos

    novelos ain&a enrola&os o nome &e estrelas# e aos %ios !ue &eles se esten&iam# o

    nome &e lu" uanto < $essoa mais bela# sentiam-na $r>+ima# a !uem nomearam

    &e Jua" 3ontam os sbios !ue ela $aira $ela ab>ba&a celeste enrolan&o e

    &esenrolan&o os novelos# traen&o e levan&o o &ia e a noite" Jua me !ue &eu lu

    e vi&a ao universo" Por isso &iem !ue as mes &o < lu aos seus %ilhos"

    An"#stia

    , caminhante $asseava $elo $ar!ue $or uma vere&a sombrea&a $elos

    vistosos %ron&es &as im$onentes rvores ver&es" , caminho se'ue tran!uilo $or

    bastante tem$o# mas# &e re$ente# se bi%urca em vrias outras vere&as &i%erentes"

    3a&a uma in&ica al'o e se esten&e $or uma &ire*o" , caminhante sabe !ue tem &e

    escolher uma e somente uma# $ois uma &eciso irretornvel" abe !ue o tem$o

    corre e a am$ulheta ra$i&amente &ei+a to&os os 'ros &e areia $assarem &e um

    la&o a outo" abe !ue s> um caminho lhe $ertencerD se se &eci&ir $or um# os outros

    estaro ne'a&os" Ento se $6e a tremer com verti'em# se &eses$era sem saber o

    !ue %aer# %ica $aralisa&o# im>vel buscan&o $or uma &eciso" ?n%elimente $ara o

    caminhante# a areia &a am$ulheta $ersiste em correr"

    $dentidade

    Procuro $or mim mesmo a tem$os# no obstante no me acho" A veloci&a&e

    &o tem$o $arece correr mais e mais e continuo $er&i&o &e mim mesmo" @s vees$arece !ue sou tantosBBB A ca&a momento al'o %a com !ue o euse $erca &e mim" A

    ca&a momento al'o &e novo intro8eta-se em mim e minha conscincia turva

    ma'oa&a $or $er&er &e novo a ca*a" A ca&a momento sou outro" (o obstante

    $ersisto nessa busca in9til" (o h como viver em $a sen&o al'o !ue no se

    conhece"

    Amor

    )ento ver-me em !uem amo" Perscruto nos olhos lam$e8antes minha ima'em

    re%leti&a" ese8o ver-me inteiro# como uma a$ari*o surreal e $lena" )ento ver-me

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    ama&o $or !uem amo" uero $erceber meus tra*os como os tra*os &o amor &e

    !uem amo" uero !ue !uem eu amo tambm me ame" Pois sem esse amor# no

    $osso en+er'ar-me em !uem amo" em o amor &e !uem amo# no $osso amar-me

    en%im"

    %dio

    N&io e amor so irmos: rom$em-se &o &ese8o" En!uanto o amor &ese8a a

    $osse# o >&io &ese8a a ani!uila*o"

    &ese'o

    Percebo &ese8ar como mais &o !ue o !uerer" , !uerer esbarra no ob8eto

    !ueri&o e cessa !uan&o entram em conta&o !uere&or e !ueri&o" ;as no o &ese8o#

    o &ese8o vai alm# o &ese8o $leno e incessante: o &ese8o se re%ere a na&a e a tu&o

    ao mesmo tem$o" em &ese8o no h vi&a"

    Cultura

    Ao mesmo tem$o !ue sou o !ue sou &evi&o a mim mesmo# no sou

    e+clusivi&a&e &e mim mesmo" entir-se $leno &e $ertencimento no %ator

    su%iciente $ara se bastar" ?m$era sobre mim# antes !ue eu me estabele*a como

    re&entor e &ono &e mim mesmo# a 3ultura" e $ro meu cor$o a naturea realia sua

    &ita&ura# em minha mente a cultura tenta im$in'ir seu &omnio" , !ue sinto# $enso#

    busco $ara a vi&a# 'ran&e $arte veio &e %ora# veio &os $ensamentos# sentimentos#

    buscas &o meu $ovo" ;inha $erce$*o &a e+istncia# &os valores# &os &estinos no

    so $articulari&a&es minhas" (o sou cria&or &e valores" , !ue realmente

    $articular a mim e !ue se mantm no si'ilo &e minha mem>ria e &e minha mente o

    si'ni%ica&o !ue criei e usei $ara inter$retar os %atos culturais !ue me envolvem" ora

    isso# estou enovela&o a ela" e a 8ul'o# 8ul'o-a como $arte &ela" E se tento %u'ir &e

    minha cultura# %u8o buscan&o a submisso < outra cultura" (o $enso !ue h como

    os homens serem a$enas o !ue so $or si s>s# $ois nunca $o&ero se libertar &as

    culturas# mesmo !ue se8a a cultura &e um homem s>"

    (anatismo

    ;ovimento &os olhos rubros e enraiveci&o# &o >&io embruteci&o $ela

    $etulncia &i%amat>ria" (o $osso utiliar muitas $alavras $ara &e%inir o %anatismo"Pouco sei como e+$ress-lo" Penso !ue %anatismo a ce'ueira voluntria# a morte

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    $or suic&io &a conscincia" anticos a$enas conhecem uma ver&a&e# um la&o &as

    coisas# uma vi&a# um mo&o &e ser# um ob8eto &e venera*o" , anatismo busca

    &euses# e !uan&o os $ercebe &es%aleci&os# convoca i&eais !uais!uer $ara assumir

    sua $osi*o" Pois mais %cil $reencher a alma a vol9$ia vora &a venera*o

    absur&a# &o !ue vir &o $r>$rio vaio !ue lhe conce&e a $osse &e si mesmo"

    )sperana

    Es$eran*a# substncia &o es$erar# motiva*o 9nica &a uto$ia" uan&o a vi&a

    &es'uarneci&a &e es$eran*a# os olhos enlan'uescem e o horionte $arece ser

    coberto $ela t9nica ne'ra &a noite eterna"

    *ida

    Pe!uena intermitncia &e movimentos em meio < eterni&a&e enre'ela&a"

    !orte

    Retorno ao antes# marco transit>rio entre o ser e o nada.Antes &e tu&o 8

    havia o na&a# &e$ois &e tu&o# retorna o na&a" A morte o momento em !ue &esse

    acontecimento"

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