Trabalho- Linguística Cognitiva e Psicologia [Salvo automaticamente].pptx
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Adriana Maria Tenuta e Marcus Lepesqueur
OS ESPAÇOS MENTAIS COMO MODELO PARA ANÁLISE DE VALORES VERBAIS DA LÍNGUA EM USO
Ana JuliaAnna MoscaMarcelo VieiraMarília DinizMarina Oliveira
INTRODUÇÃO
• Objetivo: Apresentar certas noções e categorias constitutivas do Modelo dos Espaços Mentais (MEM) utilizadas em análises de diferentes significados de determinadas formas verbais do português do Brasil
• Realização de análises e/ou diagramações para os seguintes valores verbais do
A) Presente do Indicativo: valor presente (canônico), valor atemporal (genérico ou habitual), valor futuro (semelhante a Futuro do Presente), valor imperativo e valor passado (semelhante ao Pretérito Imperfeito.
B) Pretérito Perfeito do Indicativo: valor passado (canônico), valor contrassequencial (semelhante ao valor de Pretérito mais que Perfeito)
CONCEITOS BÁSICOS
• Teoria dos Espaços Mentais – Fauconnier (1994)
• Modelo cognitivo – Cutrer (1994)
• Molduras = frame
• Noções discursivas:
1- Foco: espaço para qual se dirige a atenção
2- Evento: marca o espaço no qual o evento indicado pelo verbo é construído.
3- Base: espaço no qual o discurso está ancorado, o ponto de partida do discurso, correspondendo em geral, mas nem sempre, ao aqui e agora do falante.
4- Ponto de vista: o espaço a partir do qual outros espaços são acessados ou estruturados, o ponto de referência para as categorias tempo-aspectuais
TEMPO VERBAL
• Tradicionalmente, os tempos verbais são vistos em função da relação entre o tempo de fala e o tempo de ocorrência do evento.
Presente: ocorrência do evento coincide com o tempo da fala Passado: ocorrência do evento antecede o tempo de fala Futuro: ocorrência do evento sucede o tempo de fala
• No âmbito do MEM, a definição de tempo verbal se distingue do tradicional. Aqui, os tempos verbais são definidos, principalmente, através da relação entre PONTO DE VISTA e FOCO.
• Um valor verbal não canônico ocorre quando uma forma verbal, dependendo do contexto, tem um valor distinto do valor expresso pelo rótulo atribuído a essa forma, tendo por base a definição tradicional para tempo verbal.
• Um valor canônico de um tempo verbal é obtido através dos mesmos princípios cognitivos atuantes na interpretação canônica desse tempo. Então, buscou-se uma analise unificada dos valores verbais canônicos e dos não canônicos encontrados em diferentes gêneros textuais, a partir do MEM.
• Neste trabalho será exemplificada a utilização do MEM na observação, análise e explicação das variações de certas formas verbais com valores não canônicos.
VALORES DO PRESENTE DO INDICATIVO
PRESENTE COM VALOR CANÔNICO
“Eu to aqui em Belo Horizonte.”
Momento da fala é igual ao
momento do evento.
• “(...) visto que cada um ao longo de sua vida, imerso numa realidade sócio-cultural, singular enfrenta as situações e desafios da vida.”
PRESENTE COM VALOR ATEMPORAL
Valores atemporais = genéricos ou habituais
• “Concebe o evento como fato, como se antevisse sua realização no futuro”
• “Essa Santa Ceia aí vai para Belo Horizonte”
• “Vem cá, menininha”
• O evento é marcado como FATO ou PROGNÓSTICO.
• PROGNÓSTICO recebendo uma menor certeza que o FATO.
PRESENTE COM VALOR DE FUTURO E VALOR IMPERATIVO
“Fiquei sozinha com ele ali, e L., né?Aí chega chega a madre...”
PRESENTE COM VALOR DE PASSADO
• Presente histórico ≠ Presente da situação de narração• O falante escolhe em qual base ele vai se situar. A narrativa pode “mudar de base”.
VALORES DO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO
PRETÉRITO PERFEITO COM VALOR CANÔNICO
• Sequencialidade
• Situação de narração é a base e o ponto de vista;
• Mudança de foco de acordo com a ordem de ocorrência.
“Cheguei lá branquinho. E fui pra praia,
Sentei ali na minha toalha, direitinho...”
“Cheguei lá branquinho. E fui pra praia,
Sentei ali na minha toalha, direitinho...”
“Aí minha avó foi pra roça e eu fiquei lá. Eu
estava esperando. Porque Ada casô e
morava pr’aquele lugar e o marido dela tinha um
caminhão que fazia navegação.”
PRETÉRITO PERFEITO COM VALOR CONTRASSEQUENCIAL
• Evento é apresentado após sua ordem esperada;
• Mudança de foco;
• Aspecto Progressivo marcando o papel de fundo;
• Deslocamento de ponto de vista da base para o espaço P2
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO PRETÉRITO PERFEITO CONTRASSEQUENCIAL
CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
• Adequação do MEM para análise de fenômenos da língua em uso.
• Contexto linguístico e pragmático-discursivo.
• Presente do Indicativo.
• Pretérito Perfeito do Indicativo.
OS RESULTADOS
ARGUMENTAÇÕES TEÓRICAS PARA A UTILIZAÇÃO DO MEM
• O MEM apresenta o conceito de espaço mental que, por sua vez, é mais inclusivo no tratamento dos tempos (e aspectos) verbais do que era na visão tradicional.
• O arsenal teórico do MEM é composto das categorias discursivas, das categorias tempo- aspectuais e de noções comuns ao quadro da Linguística Cognitiva.
PERSPECTIVAS DE PESQUISA ADOTANDO O MEM
• Gêneros discursivos.
• Linguística de Corpus
• Análise de desenhos e imagens.
• Investigação dos gestos, de sua relação com a fala e da língua dos sinais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• COSCARELLI, Carla V. Entrevista: Uma conversa com Gilles Fauconnier. Revista Brasileira de Linguística Aplicada. Belo Horizonte, v.5, n. 2, 2005, p. 291-303.
• TENUTA, A. M.; LEPESQUEUR, M. Espaços mentais como modelo para análise de valores verbais da língua em uso, Revista Portuguesa de Humanidades, Braga, 2010