Diviso do Romantismo no Brasil Em relao poesia, podemos agrupar a obra romntica em trs geraes: 1 Gerao: temtica nacionalista / indianista; autores: Gonalves de Magalhes, Gonalves Dias, Arajo Porto Alegre 2 Gerao: temtica mal-do-sculo / ultra-romantismo; autores: lvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire 3 Gerao: temtica social e libertria; autores: Castro Alves, Tobias Barreto, Sousndrade Quanto prosa romntica, os autores que se destacaram foram: _ Joaquim Manuel de Macedo; _ Jos de Alencar; _ Bernardo Guimares; _ Franklin Tvora; _ Alfredo Taunay; _ Manuel Antnio de Almeida. Primeira Gerao Romntica (indianista / nacionalista) Esta gerao marcada intensamente pela busca de uma identidade nacional. Voltados para a recuperao das tradies brasileiras, por influncia de autores europeus, os poetas desta primeira gerao tentam resgatar, atravs da figura do ndio, do heri que, na Europa, foi encontrado na Idade Mdia. O cenrio tropical, retratado em toda a sua exuberncia, usado como motivo de orgulho e patriotismo. O poeta desta fase exalta a natureza brasileira, inserindo nela um indgena idealizado, nobre como um cavaleiro das Cruzadas, cheio de fidalguia e honra, corajoso e belo. ele quem vai simbolizar nossas razes, ao mesmo tempo em que enaltece as caractersticas prprias do povo brasileiro e ressalta a importncia da independncia. Segunda Gerao Romntica (ultra-romntica) chamada de gerao byroniana devido a influncia de Byron e de Musset romnticos europeus que levaram ao extremo a exacerbao dos sentimentos e fantasias mrbidas. Os principais temas das composies poticas desse perodo giram em torno de: egocentrismo, dvidas, tristezas, pessimismo, desenganos, tdio, amor insatisfeito, depresso, auto-ironia masoquista, obsesso pela morte como soluo para os problemas emocionais. O tema predileto dos poetas ultra-romnticos a fuga da realidade. Como conseqncia dessa total insatisfao perante a realidade, h a morte prematura de um grande nmero de jovens (entre 20 e 30 anos), constituindo-se num verdadeiro mal do sculo. Os poetas brasileiros dessa fase do Romantismo do grande nfase vida sentimental. A poesia, desse modo, intimista e egocntrica.

As figuras mais representativas da segunda gerao romntica so: lvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. A gerao byroniana caracteriza-se por: a) pessimismo: reflexo de uma atitude de insatisfao perante a vida. A angstia, a tristeza, o desespero e o tdio so temas constantes na poesia individualista e subjetivista da gerao do chamado mal do sculo; b) morbidez: a morte vista como sada para as crises de depresso. Os poetas vem nela o nico momento de paz que tero, j que, vivos, sentem-se atormentados pelo desespero de viver em um mundo que no lhes satisfaz; c) satanismo: a presena do demnio, as cerimnias demonacas e o inferno visto como um prolongamento das dores e das orgias da terra so freqentes nos poetas ultraromnticos; d) mistrio: preferncia por ambientes fnebres, escuros, misteriosos, apropriados aos rituais satnicos e reflexo sobre a morte e a depresso. Terceira gerao romntica (condoreira / hugoana ou social) Entre 1860 e 1870, o Brasil atravessa um perodo de agitao poltico-social em decorrncia do enfraquecimento do regime monrquico. Idias liberais e democrticas fervilham e difundem-se entre a populao esclarecida. Formam-se grupos defensores dos ideais abolicionistas; realizam-se freqentes assemblias e comcios pblicos. Entre os estudantes, so constantes as discusses polticas; as novas idias agitam as faculdades de Direito de So Paulo e de Olinda. Tornam-se conhecidos no Brasil os textos inflamados e eloqentes do poeta francs Victor Hugo, que exerce forte influncia sobre a juventude da poca. Sua poesia fala de liberdade, de igualdade social, de reformas que tornem o mundo melhor. a chamada poesia condoneira, que tm ideais elevados e tenta alcanar as alturas, como o condor, ave que voa acima das cordilheiras dos Andes. neste panorama histrico e cultural que surge a terceira gerao romntica brasileira. Veja algumas de suas caractersticas: a) poesia de fundo social, defensora da Repblica, das revolues e do Abolicionismo; b) nfase na funo apelativa, por ser um tipo de poesia prpria para ser declamado em praa pblica; o objetivo empolgar os ouvintes; c) uso de apstrofes, de grande efeito retrico; d) presena constante de antteses, hiprboles, metforas, dando maior colorido ao texto.