Trabalho - Maquinas
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SENAI - FIEMG
APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
AJUSTAGEM MECÂNICA
TECNOLOGIA DE AJUSTAGEM:
A Evolução Das Máquinas Operatrizes
Itaúna - MG
Agosto de 2013
Introdução
Foi a partir da própria fragilidade, que o homem passou a buscar formas de
vencer os inimigos que ameaçavam sua sobrevivência. O fato de andar
somente sobre duas pernas, o que liberou as mãos para outras tarefas; o
cérebro, os olhos e as mãos trabalhando em conjunto; a posição livre do
polegar, tudo contribuiu para a fabricação dos instrumentos que aumentassem
a força de seus braços: as armas e as ferramentas.
Durante milhares de anos a ferramenta foi o prolongamento da mão do homem
que, usando pedra como o principal material, desenvolveu e fabricou facas,
serras, plainas, buris, raspadores, martelos, agulhas, lanças, arpões e outras
ferramentas.
Para tornar sua produção cada vez maior, o homem começou a criar
instrumentos capazes de repetir mecanicamente os movimentos que ele
idealizou para obter as formas que queria. Surgiam, assim, os protótipos das
máquinas-ferramentas.
Neste trabalho, vamos mostrar como surgiram todas as máquinas que hoje em
dia são largamente utilizadas pelo homem.
Veremos que, embora os materiais sejam diferentes, o princípio de tudo está
naquelas máquinas e ferramentas rudimentares que o homem começou a
construir, assim que percebeu que tinha que vencer toda a hostilidade da
natureza que estava à sua volta.
Só Desvantagens (Era Isso o Que a Vida Oferecia Aos Nossos
Antepassados)
Durante muito tempo, o homem primitivo usou sua própria força muscular
juntamente com ferramentas, armas e utensílios rudimentares para satisfazer
às suas necessidades. Sua inteligência logo o ensinou que, se ele tivesse uma
pedra nas mãos, seu golpe teria mais força. Talhar a pedra foi o primeiro
processo usado para a obtenção de objetos. O trabalho era difícil e lento, e a
dureza das pedras impedia a fabricação de objetos com formatos mais
complexos.
Então, ele viu que simplesmente apanhar um pedaço de pedra no chão, não
era suficiente. Por isso, era preciso desbastar, polir, prender para fabricar um
machado. Isso trouxe o desenvolvimento das operações de desbastar, cortar e
furar, e se essa pedra tivesse um cabo, seria melhor ainda. E se ela fosse
afiada, poderia cortar a caça e ajudar a raspar as peles dos animais caçados.
A adoção da agricultura e a domesticação de animais como forma de garantir a
sobrevivência obrigou o homem a desenvolver outras ferramentas especiais,
como a enxada, o arado, a foice e consolidou a posição do artesão na
comunidade primitiva. Só que tudo isso ainda era feito de madeira, pedra, osso.
O Metal Entra em Ação
A pedra foi explorada de todas as formas como ferramenta. Entretanto, as
ferramentas de pedra tinham a desvantagem de se desgastarem rapidamente.
O homem continuou descobrindo novos materiais para fabricar ferramentas
mais duradouras. Mas a substituição da pedra por metais, como matéria-prima
para a fabricação de instrumentos de trabalho, foi um processo muito lento.
E por volta de 4000 a.C., o homem foi vagarosamente dominando a tecnologia
de utilização dos materiais metálicos. Por forjamento, isto é, martelando a
massa aquecida de metal, o forjador dava ao metal a forma desejada, o que
antes era impossível de ser obtido na pedra. Aplicando técnicas de soldagem,
inicialmente no cobre e depois nos outros metais, ele aprendeu a unir partes
metálicas. Para o acabamento da ferramenta, era necessário, em seguida,
limá-la e afiá-la.
A técnica de produção econômica do ferro teve que superar grandes barreiras
tecnológicas. Os fornos primitivos não conseguiam alcançar temperaturas de
fusão. A massa de minério era aquecida várias vezes e martelada para que o
metal se separasse da escória.
Por volta de 500 a.C. os artesãos já eram capazes de elaborar uma grande
variedade de ferramentas de ferro para seu próprio uso: tenazes, punções,
rodas hidráulicas, formões e foles bem aperfeiçoados, além de martelos de
vários modelos, adequados a cada tipo de trabalho. Com o passar do tempo,
outros métodos para dar forma aos metais foram desenvolvidos. À furadeira de
arco acrescenta-se a broca de ferro e a operação de tornear se realiza com
ferramentas também de ferro.
Surgem as Máquinas-Ferramenta
No período pré-histórico, ou seja, antes de o homem inventar a escrita, não
existiam máquinas-ferramenta propriamente ditas.
O torno foi uma das primeiras e mais importantes máquinas-ferramenta, porque
dele derivaram todas as máquinas operatrizes que existem atualmente. Ele se
caracteriza por dois movimentos: a rotação da peça e o avanço da ferramenta.
Os primeiros tornos de que se tem conhecimento do funcionamento foram
chamados de Tornos de Vara, muito utilizados por artesões durante toda a
idade média e meados do século 19. Apesar disso, provas arqueológicas e
desenhos egípcios mostram que esta máquina já existia há muitos anos,
alguns datados de 300 anos antes de Cristo.
No sistema de vara, a peça a ser trabalhada era amarrada com uma corda
presa em uma vara sobre a cabeça do artesão e sua outra extremidade era
amarrada a um pedal, que quando pressionado puxava a corda fazendo a peça
girar. A vara, por sua vez, fazia o retorno. Por ser fácil de montar, esse tipo de
torno permitia que os artesões se deslocassem facilmente para lugares onde
houvesse a matéria prima necessária para o trabalho.
No final do século 15, Leonardo da Vinci (inventor, cientista, pintor, escultor,
entre muitas outras funções, nascido na Itália em 1452) desenhou três
máquinas em uma página. A primeira delas, um torno, já utilizava uma roda
que ainda funcionava somente para a inércia. A segunda era uma serra e a
terceira, um sistema que usava um pedal para girar uma roda, que poderia ser
anexado a diversos dispositivos. O torno Leonardo da Vinci se constituía
simplesmente de um pedal e da roda que mantinha o movimento inercial.
Mais tarde, pela necessidade de uma velocidade contínua de rotação, foi criado
o Torno de Fuso. Esses tornos necessitavam de duas pessoas - ou mais - para
serem utilizados. Enquanto um servo girava a roda, o artesão utilizava suas
ferramentas para dar forma ao material. Esse torno permitia que objetos
maiores e com materiais mais duros fossem trabalhado.
A Revolução a Vapor
Depois da invenção da máquina a vapor, pelo escocês James Watt em meados
do século XVIII, os meios de produção como teares e afins foram adaptados à
nova realidade. A sua invenção foi essencial para a revolução industrial.
O inglês Henry Moudslay adaptou a nova maravilha de Watt a um torno,
criando o primeiro torno a vapor. Essa invenção não só diminuía a necessidade
de mão de obra, uma vez que os tornos podiam ser operados por uma pessoa
apenas, como também fez com que a mão de obra se tornasse menos
especializada. Outro mecanismo que criou, permitia que a ferramenta ficasse
fixa durante o trabalho, aumentado a sua precisão.
À medida que a manufatura tornava-se mais mecânica e menos humana, as
caras habilidades dos artesões eram substituídas por mão de obra barata. Isso
deu condições para que Joseph Whitworth, em meados do século XIX,
mantivesse uma fábrica com 700 funcionários e 600 máquinas-ferramenta.
Moudslay e Whitworth ainda foram responsáveis por várias outras mudanças
nos tornos da época, como o suporte para ferramenta e o avanço transversal.
A Reta Final
Depois das modificações feitas por Moudsley e Whitworth, em 1906 os tornos
estavam equipados com a correia motriz, movimentada por um conjunto de
polias de diferentes diâmetros, o que possibilitava uma variada gama de
velocidades de rotação. Sua propulsão era obtida através de um eixo acionado
por um motor, o que fixava a máquina a um local específico.
Ainda sofrendo diversas modificações em seu processo, em 1960 o torno
automático entra em cena. Para satisfazer a exigência de grande rigidez criou-
se uma estrutura completamente fechada. A máquina é equipada com um
engate copiador que transmite o tipo de trabalho do gabarito através de uma
agulha.
Uma das últimas grandes mudanças nos tornos veio em 1978, com o torno
CNC (Comandos Numéricos Computadorizados). O uso de um painel permite
que vários movimentos sejam programados e armazenados permitindo a rápida
troca de programa. Sua grande vantagem é a melhora no acabamento e a
diminuição do tempo de produção.
A fresadora também encontra suas origens nesse mesmo torno primitivo. O
fresamento, como o torneamento, caracteriza-se pela remoção de material
mediante uma sincronização de movimentos. A diferença está no fato de a
ferramenta, em geral de dentes múltiplos, girar enquanto a peça, fixa, avança
em movimento linear.
Conclusão
Concluímos com este trabalho que, mudaram os materiais, aperfeiçoaram-se
os mecanismos, descobriram-se formas de fazê-los funcionar sem que se
precisasse empregar força humana ou animal. Mas tudo o que o “Homo
Sapiens”, nosso ilustre antepassado, pensou como princípio chegou até nossos
dias intocado.