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FACULDADE DE DIREITO- UFMG Economia- Professor Willian de Sá 1º período- Turma B Vanessa Mara Pinto Nogueira Lima 1) Por que se diz ser interessante a exportação de produtos com maior valor agregado? Você concorda com isso? Aliás, que produtos teriam esta característica? Produtos de maior valor agregado são aqueles que passaram por uma cadeia de processamento e transformação mais complexa. Por esse motivo, muitos consideram que a exportação desses produtos é mais lucrativa, pois se consegue um preço mais alto no mercado para uma menor quantidade de produtos. Ademais, esse tipo de produto necessita de uma tecnologia mais desenvolvida para sua produção e, desse modo, apenas países com uma indústria tecnológica e produtiva conseguem competir no mercado e exportar esses produtos, concebendo a eles, portanto, um maior valor comercial. São exemplos desses produtos o aço, a gasolina, os tecidos, os eletrônicos, automóveis, etc. Entretanto, essa não é uma interpretação absolutamente correta. Há casos em que exportar matéria-prima ao invés dos manufaturados de maior valor agregado pode sim ser mais eficiente e lucrativo. O autor Alexandre Schwartsman descreve um evento hipotético em que produzir e exportar minério de ferro é mais vantajoso que produzir e exportar aço. Assim como esse exemplo, há vários outros casos na economia. Se um país possui uma maior Vantagem Comparativa na produção de certa matéria-prima, provavelmente será mais lucrativo para ele a exportação desse produto. E o que é mais

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FACULDADE DE DIREITO- UFMG

Economia- Professor Willian de Sá

1º período- Turma B

Vanessa Mara Pinto Nogueira Lima

1) Por que se diz ser interessante a exportação de produtos com maior valor agregado? Você concorda com isso? Aliás, que produtos teriam esta característica?

Produtos de maior valor agregado são aqueles que passaram por uma cadeia de processamento e transformação mais complexa. Por esse motivo, muitos consideram que a exportação desses produtos é mais lucrativa, pois se consegue um preço mais alto no mercado para uma menor quantidade de produtos. Ademais, esse tipo de produto necessita de uma tecnologia mais desenvolvida para sua produção e, desse modo, apenas países com uma indústria tecnológica e produtiva conseguem competir no mercado e exportar esses produtos, concebendo a eles, portanto, um maior valor comercial. São exemplos desses produtos o aço, a gasolina, os tecidos, os eletrônicos, automóveis, etc.

Entretanto, essa não é uma interpretação absolutamente correta. Há casos em que exportar matéria-prima ao invés dos manufaturados de maior valor agregado pode sim ser mais eficiente e lucrativo. O autor Alexandre Schwartsman descreve um evento hipotético em que produzir e exportar minério de ferro é mais vantajoso que produzir e exportar aço. Assim como esse exemplo, há vários outros casos na economia. Se um país possui uma maior Vantagem Comparativa na produção de certa matéria-prima, provavelmente será mais lucrativo para ele a exportação desse produto. E o que é mais vantajoso para a indústria geralmente o é para a sociedade como um todo.

2) Proteger a indústria nacional é um bom negócio? Para quem?

Proteger a indústria nacional não é um bom negócio para a economia e muito menos para grande parte da população se for feita através de tarifas protecionistas às importações. Sem a abertura comercial, haverá uma baixa taxa de produtividade na indústria brasileira. Nossas indústrias não teriam acesso a insumos modernos e tecnologias avançadas e, desse modo, não poderiam ser competitivas com outras empresas do ramo. Por conseguinte, os preços dos produtos brasileiros continuariam altos, gerando gastos excessivos e desnecessários aos consumidores.

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A proteção à indústria nacional deve ser realizada através do aumento da produtividade, pois somente assim ela poderá concorrer com os produtos importados. E esse aumento só acontecerá com a liberalização do comércio internacional.

Essa proteção às indústrias do Brasil através de tarifas protecionistas só é vantajosa para uma pequena minoria: os empresários e os trabalhadores industriais. Muitas empresas ineficientes, que estariam fora do mercado com a competição, lucram mais, pois não há concorrência. Essa proteção também favorece as empresas locais que buscam por favores políticos, já que, não precisando aumentar a produtividade, passam a utilizar o lucro para fazer lobby.

3) Quais os benefícios esperados de uma maior abertura comercial e por que, apesar deles, há tanta resistência a ela?

São vários os benefícios de uma maior abertura comercial. Com essa abertura, as indústrias teriam acesso a insumos e equipamentos modernos mais baratos, o que seriam um estímulo à eficiência e à produtividade. Causaria, por conseguinte, um maior avanço tecnológico e um aumento da produtividade, que também ocorreria por uma necessidade das empresas de competir com produtos estrangeiros. Essa maior concorrência abaixaria os preços dos produtos, favorecendo o consumidor. Além disso, a falta de protecionismo faria o Brasil se especializar naquilo que possui maior vantagem comparativa, o que significa produtos que demandam uma mão de obra não tão qualificada. Um aumento de empregos desse tipo de trabalhador resultaria numa diminuição da desigualdade de renda.

Além disso, essa especialização resultante da abertura comercial faz com que os recursos produtivos possam ser realocados em setores que o país possui uma maior produtividade, aumentando assim o bolo econômico.

Apesar de todas essas vantagens da abertura, há ainda muita resistência contra ela, principalmente por parte do governo. Isso se deve, em primeiro lugar, a uma incompreensão dos seus benefícios. Além disso, os ganhos com a abertura comercial são espalhados por toda a sociedade, enquanto os prejuízos em curto prazo se concentram sobre uma pequena minoria que tem muita influência na defesa de seus interesses (os empresários de indústrias ineficientes e com baixa produtividade que perdem dinheiro ou precisam fechar seus negócios, por exemplo.).

4) Quais os benefícios de se exportar mais?

Um país que possui uma política de exportabilidade traz muitos benefícios à sua economia. Consegue estimular as empresas a ter uma produtividade mais alta, pois precisam se tornar capazes de suprir todo o mercado interno (que possui grande demanda no caso do Brasil) e também produzirem um volume muito alto para atingirem o mercado internacional. Além disso, as exportações são necessárias para que haja os recursos

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necessários para importar. Os dólares fluem para dentro do país, facilitando essa importação que, como já visto, é essencial para o desenvolvimento da economia. E, dessa forma, as empresas nacionais se sentem estimuladas, o que gera um maior acúmulo de capital e um maior investimento, resultando no aumento do bolo econômico.

5) A vantagem comparativa na produção de um bem estaria sempre associada à existência de vantagem absoluta na sua produção? Explique a sua resposta.

A vantagem absoluta e a vantagem comparativa não estão necessariamente associadas na atividade econômica. Há a possibilidade de um país ou empresa possuir vantagem absoluta em vários produtos sobre outro país ou empresa e, ao mesmo tempo, possuir uma menor vantagem comparativa. A vantagem absoluta se observa na comparação de produtividade entre dois produtores, empresas ou nações, ou seja, quem utiliza menos insumo para produzir um bem tem vantagem absoluta sobre esse bem. Já a vantagem comparativa compara as produções de acordo com o custo de oportunidade, que mede o tradeoff enfrentado na escolha da produção dos bens. Ou seja, uma atividade pode ter menor vantagem absoluta e mesmo assim ser uma melhor escolha de produção para o país, por ter uma vantagem comparativa superior. Desse modo, é necessário avaliar qual atividade será mais produtiva para o país, para que os recursos possam ser alocados de forma eficiente.

6) O comércio internacional prejudica os países pobres ao obrigá-los a uma inflexível especialização em processos produtivos nos quais se pagam baixíssimos salários?

Essa concepção de que a especialização em processos produtivos de bens menos complexos e que pagam salários mais baixos é prejudicial à economia dos países pobres pode ser considerada equivocada. Essa especialização faz-se necessária porque os países precisam alocar seus recursos nas atividades econômicas com maior vantagem comparativa, menor custo de oportunidade. Como esses países mais pobres e subdesenvolvidos não possuem uma indústria tecnológica forte e eficiente, os bens que produzem através dessa especialização são bens mais simples, geralmente matéria-prima, que demandam uma menor qualificação do trabalhador.

Apesar disso, essa política não é prejudicial, principalmente se for realizada com uma abertura comercial de fato. Como as empresas, mesmo que mais simples, precisarão aumentar sua produtividade para não subsistir na concorrência, a demanda por trabalhadores será maior e inclusive, seus salários serão maiores. Isso resultará numa menor desigualdade de renda e maior capacidade de consumo desses trabalhadores. Tudo isso favorece a nossa economia.

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7) O comércio internacional prejudica os países ricos ao favorecer a exportação de empregos para as nações com mais baixos níveis salariais?

A noção de que a exportação de empregos dos países ricos para os menos desenvolvidos é prejudicial a eles é equivocada. O comércio internacional é necessário, fundamental para o desenvolvimento dos países. Cada um troca aquilo que produz em maior quantidade e qualidade, naquilo que tem uma especialização mais vantajosa. E, nesse caso, a exportação de empregos é como uma exportação de um bem qualquer. Nos países ricos, por uma união de uma série de fatores, há uma grande quantidade de mão de obra qualificada. Desse modo, o mercado ficaria saturado dessa mão de obra, abaixando os salários. Com a exportação, alcançam um equilíbrio, podendo usufruir dessa qualidade dos trabalhadores e ainda oferecendo essa oportunidade aos demais países subdesenvolvidos. Como enuncia o princípio fundamental da economia, o comércio pode ser bom para ambos os lados.