7334484 QUEDAS MESMO NIVEL Rev Final Vanderlei.ppt [Reparado]
Trabalho_climatologia Final Mesmo
-
Upload
jeremy-reese -
Category
Documents
-
view
25 -
download
4
Transcript of Trabalho_climatologia Final Mesmo
CLIMATOLOGIA
Estudo climatológico sobre o Estado do Riode Janeiro
Danilo Vassari Pereira (RA: 11042011)
Felipe Jun Ichi Anzai (RA: 21033410)
Felippe Inoue (RA: 21007710)
Isaque da Silva (RA: 11078010)
Thiago Henrique da Silva (RA: 21038110)
Yumi Seckler Ohzeki (RA: 21007810)
Professoras: Profª. Drª. Andréa de Oliveira Cardoso
Profª. Drª. Maria Cleofé Valverde Brambila
SANTO ANDRÉ2013
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO______________________________________________________01
1.1. Caracterização das áreas de estudo___________________________________ 02
1.2. O clima no Estado do Rio de Janeiro___________________________________04
1.3. Variabilidade espacial e sazonal do clima no Estado do Rio de Janeiro.________06
1.4 Distribuição e Regime das Precipitações Pluviométricas no RJ______________ 08
1.5. Atividades socioeconômicas do estado influenciadas pelo clima_____________ 10
2. DADOS E METODOLOGIA____________________________________________13
2.1. Dados___________________________________________________________13
2.2. Metodologia______________________________________________________ 13
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES_______________________________________ 14
3.1. Obtenção do ciclo sazonal___________________________________________ 14
3.2. Investigação de tendências nas séries_________________________________ 16
3.3. Identificação de eventos extremos_____________________________________ 22
3.4. Regime climático do estado e variações sazonais_________________________ 22
4. CONCLUSÕES_____________________________________________________ 31
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS_____________________________________ 31
1
1.INTRODUÇÃO
O clima e o tempo meteorológico influenciam as atividades humanas, e a
humanidade tem influenciado o clima numa relação mútua. O impacto pode ser
benéfico ou maléfico. A relação das sociedades com o clima é de ajustamento, e as
atividades do homem podem levar ao desajuste da sociedade com seu ambiente
climático. O clima está relacionado com a consolidação de diversas civilizações sobre
os espaços, assim como contínuos processos de territorialização, desterritorialização e
reterritorialização. [2][3][4]
Devido a sua importância, a climatologia do local é primordial em diversas áreas
de atuação humana, pois auxilia no desenvolvimento de projetos e no manejo florestal,
agrícola, piscicultura, construção civil, turismo, defesa civil, poluição atmosférica entre
outros. [5]
São vários os elementos que podem influenciar o clima de uma região, tais
como: temperatura, umidade, precipitação, pressão, nebulosidade, entre outros. A
maneira como esses elementos se distribuem ao longo do dia, do mês e do ano,
configuram o clima de uma região . Dentre tais elementos, a precipitação é chave para
o sucesso socioeconômico de uma região, bem como influi diretamente sobre a vida e
diversas outras atividades dos meios urbanos e rurais. O excesso, ou falta de
precipitação pode influir expressivamente nestes meios e atividades. [6]
Um bom exemplo é a relação clima/turismo. Os principais destinos turísticos do
estado do Rio de Janeiro se enquadram nos segmentos de sol e praia ou de clima de
montanha, que dependem de condições meteorológicas favoráveis para a realização
plena das expectativas turísticas. Situações adversas ou anômalas no clima podem
comprometer os ganhos e rendimentos em geral que tal atividade poderia gerar à
região. [2]
Neste trabalho serão analisados dados de precipitação do estado do Rio de
Janeiro com foco em Paraty, uma de suas cidades litorâneas. A metodologia adotada
contemplará pesquisas bibliográficas disponíveis nas bases de dados nacionais e
coleta de dados referentes a estação de Paraty. Com base nesses dados, serão
2
analisados e destacados os fatores que afetam o clima na região, e identificados o ciclo
sazonal, padrões de eventos extremos e tendências de precipitação.
1.1 Caracterização das áreas de estudo
O Estado do Rio de Janeiro (Figura 1), situado na região sudeste do Brasil, com
43.780,172 km2 de extensão territorial, está compreendido entre as latitudes 20º 45’ 54”
e 23º 21’ 57” S e longitudes 40º 57’ 59” e 44º 53’ 18” W. O estado faz divisa a nordeste
com o Espírito Santo, norte e noroeste com Minas Gerais, sudoeste com São Paulo e
com o Oceano Atlântico a sul e leste. A sua Zona Costeira (ZC) abrange uma área de
aproximadamente 19.000 km2 e compreende uma faixa marítima de 12 milhas náuticas
de extensão e uma faixa continental que agrega 34 municípios litorâneos. O seu litoral
estende-se por mais de 850 quilômetros, onde vivem aproximadamente 80% da
população fluminense (11 milhões de pessoas), com uma densidade demográfica de
585 hab/km2. Em relação ao número de municípios, o Estado é composto por 92
municípios distribuídos em oito regiões de governo: Metropolitana, Noroeste
Fluminense, Norte Fluminense, Serrana, Baixadas Litorâneas, Médio Paraíba, Centro-
Sul Fluminense e Costa Verde. [5][7][8][9]
.O Estado do Rio de Janeiro possui 15.989.929 habitantes. A população urbana é
de 95,23%, enquanto que a população rural é de 4,75%, sendo que a capital, a cidade
do Rio de Janeiro é a mais populosa, com 6.320.446 habitantes. O estado do Rio de
Janeiro possui a segunda maior economia dentre todos os estados, tem grande
potencial turístico e relevante parque industrial (indústrias metalúrgica, siderúrgica,
química, alimentícia, mecânica, editorial e gráfica, de papel e celulose, de extração
mineral, de derivados de petróleo e naval) [7][10].
Na área de relevo mais plano, o clima que predomina no Estado é o tropical
semiúmido, com elevados índices de pluviosidade no verão e inverno seco. Entre a
baixada Fluminense e o planalto desenvolve-se o clima tropical de altitude,
proporcionando invernos rigorosos e verões quentes com grande ocorrência de chuvas.
Nos planaltos prevalece o clima tropical de altitude, que promove verões quentes e
úmidos (chuvosos) e invernos secos e frios [11].
3
Figura 1. Delimitação física do Estado do Rio de Janeiro.
A cidade de Paraty (Figura 2) localiza-se no extremo sul do estado do Rio de
Janeiro, na Região da Costa Verde, com 933,8 km² de extensão territorial,
correspondente a 39 % da área da Região da Baía da Ilha Grande, tendo sua altura
máxima em 1600 metros. Está compreendido entre as latitude 23° 56’ 26” S e longitude
46° 19’ 47” W. A cidade faz divisa ao norte com Angra dos Reis, sul com Ubatuba (SP),
oeste com Cunha (SP) e com o Oceano Atlântico ao leste . A cidade de Paraty possui
37.533 habitantes. [12][13][14][15]
O relevo da região é em geral composto de uma parte montanhosa, e baixada
descontínua ao longo do litoral. O clima do município é tropical, quente e úmido, com
temperaturas médias anuais de 27ºC. Já suas atividades socioeconômicas concentram-
se em turismo, comércio, indústria e pesca (de maior expressão para a região); na
agricultura, o cultivo de banana, mandioca e cana-de-açúcar se destacam [12][14].
4
Figura 2. Mapa do rio de janeiro com destaque para Paraty.
1.2 O clima no Estado do Rio de Janeiro
Embora se situe na orla litorânea da costa leste do território brasileiro, o Estado
do Rio de Janeiro apresenta diferentes padrões climáticos. Pode-se encontrar um clima
de montanha, com temperaturas amenas e altos índices pluviométricos, regiões de
vales e baixadas secas e regiões litorâneas com excesso de chuvas, além de outras,
como as regiões Norte e Noroeste do Estado, com índices pluviométricos bastante
baixos. [17][18]
Por situar-se acima do Trópico de Capricórnio, ou seja, na Zona Intertropical, isso
faz com que o clima seja quente, devido a intensa quantidade de radiação solar
incidente em, praticamente, todos os meses do ano. Com isso, inúmeros mecanismos
de circulação nas escalas local e meso podem ser induzidos, ambos na horizontal e na
vertical (convecção). [5][13]
A disposição das serras do Mar e da Mantiqueira apresenta-se quase
perpendicular ao escoamento médio da baixa troposfera que, associado às
perturbações extratropicais, provoca um aumento considerável da precipitação a
barlavento das montanhas quando comparado com as mesmas situações atmosféricas
5
nas regiões do Vale do Paraíba e da baixada litorânea, já que a associação do relevo
de altitude com a maritimidade gera processos convectivos turbulentos responsáveis
pela formação de nuvens orográficas de grandes dimensões verticais, as quais podem
ocasionar fortes chuvas nas regiões serranas. [13][17]
O Estado do Rio de Janeiro permanece sob a influência do Anticiclone
Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) na maior parte do tempo. Tal sistema é responsável
pelas condições de céu claro ou com pouca nebulosidade e ventos de direção nordeste
de fraca intensidade que predominam no nordeste do Estado. Este cenário de
estabilidade é interrompida pela chegada de sistemas transientes, tais como: sistemas
frontais (SFs), ciclones extratropicais, vórtices ciclônicos dos altos níveis de origem
subtropical, sistemas convectivos de meso escala (SCMs) e outros sistemas que
promovem o aumento da nebulosidade, a ocorrência de precipitação e a intensificação
dos ventos .[5][19]
Os Sistemas Frontais (SFs) são o principal sistema de grande escala
responsável pelas chuvas na região Sudeste. Os SFs têm trajetórias sazonais
diferentes: a trajetória de verão é mais lenta e caracterizada por maior atividade
convectiva devido às complexas interações entre os sistemas transientes de escala
sinótica e os sistemas quase estacionários como a Alta da Bolívia e a ZCAS. No inverno
os SFs deslocam-se mais rapidamente, em trajetórias mais zonais e não conseguem
penetrar no interior do continente. Tais sistemas não induzem apreciável atividade
convectiva sobre o Brasil central e o Sudeste do Brasil, mas ocasionalmente, provocam
forte queda de temperatura em tais regiões. [5][19]
A magnitude das chuvas na região Sudeste no verão é determinada, em parte,
pela intensidade e manutenção da Zona de Convergência do Atlântico Sul e pelos
sistemas convectivos de meso escala. A ZCAS é um sistema que se caracteriza pela
nebulosidade orientada na direção noroeste sudeste que se estende do sul da
Amazônia ao Atlântico Sul Central por alguns milhares de quilômetros. Esse sistema é
mais frequente nos meses de verão, quando a convecção tropical contribui para a
geração e manutenção do fenômeno. [5][19]
6
A proximidade com o Oceano Atlântico é outro fator importante para a
caracterização do clima do estado, já que, além das correntes oceânicas levarem o
calor dos trópicos para os polos, é necessária uma grande quantidade de calor para
aumentar a temperatura da superfície do oceano, assegurando uma maior estabilidade,
com menor amplitude térmica entre o dia e a noite, pois ele atuaria como um eficiente
regulador térmico. Nas regiões litorâneas há uma maior tendência de chuvas e uma
queda na temperatura, já que, por estarem mais próximas do oceano, ocorre o aporte
de água do oceano para o continente por meio de brisas marítimas. Este fenômeno é
conhecido como continentalidade. [5][13]
1.3 Variabilidade espacial e sazonal do clima no Estado do Rio de Janeiro
De acordo com o Mapa de Climas do Brasil do IBGE (2012), o estado do Rio de
Janeiro apresenta 11 variedades do clima tropical, levando em consideração a
temperatura média e a duração do período seco. A figura 3 descreve o Mapa de climas
do Estado.[2][20]
As principais unidades do clima observados no estado do Rio de Janeiro são:
clima Tropical Quente (temperatura do ar mensal > 18 ºC), o Mesotérmico Brando (10 –
15 ºC) e entre Sub-úmido (três meses secos) a Super-úmido (sem seca). As
temperaturas do ar variam entre 25 e 42 ºC no verão, e de 15 a 35 ºC no inverno, sendo
que nas áreas de baixadas predominam o clima Tropical e nas áreas de planalto o
Tropical de Altitude. Na região metropolitana do Rio de Janeiro há predominância do
clima Tropical semiúmido e segundo a classificação de Köppen, a região é
caracterizada como Tropical Atlântico (Aw), com temperaturas médias do ar entre
21,1ºC (julho) a 27,3ºC (janeiro), com cerca de 124 dias de chuva e 1.000 a 1.500 mm
anuais. [2][5]
7
Figura 3: Mapa de climas do Estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2012).
Na região serrana, as médias anuais de temperatura variam de 22 a 24 °C com
pluviosidade média anual entre 1.000 e 1.500 mm. Entre a Baixada Fluminense e a
Serra Fluminense, o clima é classificado como Tropical de Altitude, com o verão quente
e chuvoso (índice pluviométrico anual de até 2.500 mm em algumas localidades) e
inverno frio e seco. A temperatura média anual é de 16 °C [5].
Na região dos lagos (Baixadas Litorâneas), o clima é Tropical Marítimo, com
temperatura média anual de 24 °C e verão moderadamente quente, mas amenizado
pela circulação de brisa marítima. No inverno observam-se temperaturas do ar amenas,
também devido ao vento frio, proveniente da Corrente das Malvinas, vinda do mar e
que caracteriza essa região com uma das mais secas da região Sudeste. São
observadas precipitações pluviais de aproximadamente 750 mm, nas cidades de Arraial
do Cabo, Cabo Frio e Armação dos Búzios, enquanto as regiões de Maricá e
Saquarema são as mais chuvosas, com precipitação em torno de 1.100 mm [5].
8
1.4 Distribuição e Regime das Precipitações Pluviométricas no Estado do Rio de
Janeiro
O comportamento pluviométrico da Região Sudeste se dá por fatores estáticos
(localização geográfica e topografia) e dinâmicos (massas de ar).[10]
Os fatores estáticos ocorrem devido a posição da borda oriental do continente
sul-americano, que acaba por expor a região sudeste ao fluxo meridional de ar frio do
Polo Sul sobre as águas quentes do oceano e também às invasões de frentes frias e
instabilidade tropical. A sua posição marítima ocasiona maior densidade de núcleos de
condensação às camadas de ar logo acima. [10]
Com relação aos fatores dinâmicos, sob condições de circulação normal na
Região Sudeste, este fica sob domínio da massa Tropical Atlântica a maior parte do
ano. Essa massa é de divergência anticiclônica e possui altas temperaturas, devido a
intensa radiação solar nas latitudes tropicais, e forte umidade específica, devido à
grande quantidade de evaporação marítima. Essa massa de ar atua de sentido NE na
superfície do solo, com inversão térmica superior, em que se formam ventos
descendentes de NE, se dirigindo para as baixas subpolares. Assim, o tempo fica
estável e com poucas nuvens. Essa circulação zonal é frequentemente modificada pela
circulação meridional dos anticiclones móveis que vem dos Polos. [10]
A região sudeste é a que mais apresenta diferenciação na distribuição espacial
de precipitações pluviométricas. Os fatores estáticos de posição latitudinal e de
localização na borda do oceano proporcionam ao estado do Rio de Janeiro forte
radiação solar. A elevada pluviosidade do Rio de Janeiro não está associada somente
com a posição tropical e a proximidade da superfície oceânica e seu processo de
radiação e evaporação intensas, mas também deve-se somar os fatores dinâmicos para
se determinar os elevados índices pluviométricos da região.[10]
O fato de o Rio de Janeiro estar localizado na borda oriental da América do Sul,
na zona tropical (trajetória comum de correntes perturbadas), garante alta frequência de
chuvas ao longo do ano. A distribuição das chuvas são determinadas pelos seguintes
fatores: o mecanismo dinâmicos e a orografia. As precipitações pluviométricas crescem
9
na mesma proporção que a altitude e, nas serras do mar e da Mantiqueira, existe o
paralelismo das escarpas dessas serras, que se opõem de modo frontal aos ventos das
correntes de circulação atmosférica perturbada, representada pelas descontinuidades
polares.[10]
Nas serras do Mar e da Mantiqueira chove bem mais que o litoral e o vale do
Paraíba do Sul. Nenhuma outra serra do território nacional exerce tanta influência nos
níveis de precipitações quanto elas. A serra do Mar é mais pluviosa do que a serra da
Mantiqueira, isso ocorre devido a ligação das precipitações com as instabilidades
frontais e pós-frontais, sendo que a serra do Mar é a primeira a ser atingida pelas
correntes perturbadas dos subpólos. Porém as frentes semi-estacionárias (ou quentes)
podem levar à serra da Mantiqueira precipitações mais intensas do que na Serra do
Mar, assim como as frentes frias de orientação norte-sul. Os níveis mais elevados da
Mantiqueira recebem entre 2.000 a 2.500mm de chuva durante o ano, enquanto que a
Serra do Mar, de 2.000 a 4.500mm.[10]
Nessas serras, as encostas meridionais a barlavento costumam ser bem mais chuvosas
do que as de sotavento. Nas encostas de barlavento da Serra do Mar, as isoietas
(linhas traçadas em um mapa meteorológico que marcam os
pontos com igual precipitação pluvial) de valores mais elevados que passa pela crista
da serra descem a níveis médios da encosta, e a sotavento, as chuvas diminuem da
crista para o vale do Paraíba do Sul. No Vale do Paraíba o clima é menos úmido e
menos chuvoso (índice médio de pluviosidade de 750 a 1.000mm, pois há menos
umidade do ar, que são subtraídas pelas serras da Mantiqueira e do Mar, havendo
dessecação adiabática. A Baixada Litorânea também é menos chuvosa, sendo que o
trecho do Espírito Santo à lagoa de Araruama apresentam as mais baixas alturas de
precipitação, inferiores a 1000mm. A repartição de pluviosidade no Estado do Rio de
Janeiro se deve ao mecanismo atmosférico regional. Veja na Figura 4 o mapa das
isoietas das precipitações médias anuais no Estado do Rio de Janeiro. [10][11]
10
Figura 4. Mapa das isoietas das precipitações médias anuais no Estado do Rio de Janeiro.
1.5. Atividades socioeconômicas do estado influenciadas pelo clima
Os benefícios do uso de informações meteorológicas apropriadas, quer seja na
questão de segurança da população ou no setor produtivo da sociedade, são altamente
reconhecidos e praticados nos países desenvolvidos. O conhecimento dos elementos
de clima no Estado do Rio de Janeiro é uma importante ferramenta para a previsão de
tempo em meso escala e para auxiliar projetos de segurança pública, turismo, agrícolas
e industriais [17][21].
A seguir, seguem alguns exemplos das atividades influenciadas pelo clima no Estado:
Setor de segurança pública: No plano da segurança pública, talvez o
caso mais notável no Rio de Janeiro seja a vulnerabilidade da área do
Grande Rio e da Região Serrana, no que diz respeito às inundações, des-
lizamentos de terra e extravasamento de esgotos para os rios provocados
por chuvas intensas. A monitorização de eventos climáticos possibilita a
11
emissão de alerta meteorológico, envolvendo os vários fenômenos de
tempo severo, como chuvas intensas, vendavais, granizadas e incidência
de raios [21].
Turismo: A indústria do turismo desempenha um papel importante no de-
senvolvimento econômico no Estado do Rio de Janeiro, favorecido pelo di-
versificado patrimônio natural e cultural [2][21]. O estado apresenta varie-
dade de ecossistemas e cenários marcantes, estendendo-se por todo o
território, divididos em 11 regiões turísticas, conforme demonstrado na fi-
gura 5. O clima interfere no turismo causando impactos em diversos com-
ponentes do sistema turístico, como infraestrutura, espaço geográfico e
demanda. O clima é fator essencial de alguns segmentos de turismo como
os tipos de sol e praia e clima de montanha, que dependem de condições
meteorológicas favoráveis para a realização plena das expectativas. A
oferta turística do estado do Rio de Janeiro está estreitamente relacionada
à diversidade climática. Os principais destinos turísticos do estado se en-
quadram nos segmentos de sol e praia ou de clima de montanha. Demais
atrativos como a natureza e o patrimônio histórico apresentam influências
decisivas do clima em suas características [2].
12
Figura 5. A Regionalização Turística do Estado do Rio de Janeiro e os principais municípios turísticos.
Setor agrícola: O monitoramento climático constitui-se numa fonte valiosa
para a estimativa das tendências das variáveis atmosféricas auxiliando
nas decisões das operações agrícolas de curto prazo (aplicações de insu-
mos fitossanitários e fertilizantes, proteção preventiva de ocorrências me-
teorológicas adversas e o uso de irrigação e drenagem suplementares) e
longo prazo (planejamento de produção, previsão de safra e zoneamento
climático). Dentre as muitas atividades agrícolas no Estado, três merecem
destaque, com importantes participações no PIB estadual: A prática da
13
horticultura e da floricultura, cultivadas nos municípios da Região Serrana
do estado do Rio de Janeiro, e o cultivo de café (quarto maior produtor de
café do Brasil), concentrando a produção principalmente nas regiões No-
roeste Fluminense, Serrana e Centro-Sul Fluminense. [21][22][23]
2. DADOS E METODOLOGIA
2.1 Dados
Os dados utilizados foram obtidos no site da Agência Nacional das Águas (ANA).
A estação cujos dados foram extraídos foi a 2344007, localizada na latitude
-23º13'24.96” e longitude -44º45'50.04”, na cidade de Paraty. Os dados levantados
foram do período de 1980 a 2010, separando-os mês a mês. O ciclo sazonal é
apresentado na Tabela 1. [24]
2.2 Metodologia
A tabela fornecida pela Agência Nacional das Águas apresentava vários dados
faltantes. Os dados que precisaram ser estimados foram referentes aos meses de junho
e dezembro de 1983; novembro e dezembro de 1984; maio e junho de 1985 e abril de
1988.
Para o preenchimento de dados faltantes, é aplicado um método conhecido
como imputação. Segundo Dias e Albieri (1992), métodos ou procedimentos de
imputação são aqueles que se destinam à substituição de dados faltantes por valores
estimados dos mesmos [25].
O modelo escolhido foi o de regressão linear, pela sua facilidade, além de que é
um método que não necessita conhecimento de dados de outras estações; uma vez
que elas também apresentam dados faltantes referentes ao mesmo período. Nesse
método, os dados faltantes da série analisada são obtidos através da série mais
correlacionada. O método basicamente estabelece uma relação entre uma variável Y
com uma X da forma Y = AX + B, onde A e B são parâmetros a serem estabelecidos
14
pelo método. Os dois tipos de regressão existentes são o do tipo simples e o multivado.
O simples estabelece essa relação entre X e Y a partir de somente uma variável
independente. Já o multivado estabelece essa relação a partir de várias variáveis
independentes [26][27].
A implementação desse método foi a partir das curvas de tendência traçadas nos
gráficos do LibreOffice Calc. Após traçar o gráfico da série mensal e a linha de
tendência linear, o próprio software fornece a equação que se ajusta aos dados.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1. Obtenção do ciclo sazonal
Como já mencionado, os dados utilizados foram obtidos no site da ANA e
separados por precipitação mensal de 1980 a 2010. Para o preenchimento dos dados
faltantes, essas foram as regressões obtidas:
Para os dados faltantes de abril:
Para os dados faltantes de maio:
Para os dados de junho:
Para os dados de novembro:
Para os dados de dezembro:
O ciclo sazonal pode ser observado na Tabela 1. Os dados da Tabela 1
destacados em verde são aqueles que foram estimados.
f(x) = 2,5665120968x - 4995,173891128
f(x) = -0,0026209677x + 57,63625
f(x) = 0,2705564516x - 511,1517338708
f(x) = 4,7255967742x - 9282,6616935514
f(x) = 2,1982620968x - 4213,7799798353
15
Tabela 1. Ciclo sazonal.
Com base nesses dados, podemos identificar os valores de máximo e mínimos
nos níveis de precipitação. Esses valores são mostrados na Tabela 2:
Precipitação (mm) Mês Ano
Valor máximo 640 Março 2003
Valor mínimo 0 Junho 1992, 2000
Tabela 2. máximos e mínimos nos níveis de precipitação.
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média de Precipitação Mensal Total de Precipitação Anual Desvio Padrão1980 127,00 116,80 55,60 54,00 5,80 33,20 6,60 43,00 42,60 201,50 186,20 264,00 94,69 1136,30 84,201981 293,20 115,60 261,80 217,20 21,20 6,00 36,80 27,60 27,60 90,60 89,40 127,00 109,50 1314,00 98,561982 74,80 67,60 325,80 108,40 12,80 42,20 28,60 75,00 90,20 109,20 111,70 232,00 106,53 1278,30 88,751983 136,60 64,80 243,70 170,40 151,20 25,36 17,60 18,40 194,90 106,00 96,40 145,37 114,23 1370,73 72,931984 109,60 14,20 139,40 87,80 71,20 1,20 13,80 69,60 63,00 77,80 92,92 147,57 74,01 888,09 46,871985 339,80 222,00 331,40 245,20 52,43 25,90 4,40 15,60 88,30 56,20 115,80 154,20 137,60 1651,23 120,341986 98,80 274,80 226,80 61,60 38,20 3,60 139,80 57,60 133,80 48,40 45,60 372,80 125,15 1501,80 112,091987 131,80 135,40 47,40 236,30 128,40 84,20 38,00 21,90 58,40 90,80 97,70 99,80 97,51 1170,10 57,491988 108,10 309,90 118,50 107,05 113,10 18,60 14,70 2,40 225,80 107,80 177,80 204,30 125,67 1508,05 91,961989 138,70 275,60 375,50 78,80 33,00 39,20 41,00 18,40 74,40 62,70 106,60 201,60 120,46 1445,50 110,541990 87,20 86,00 75,40 67,20 44,80 7,00 41,20 52,00 81,40 294,80 213,20 21,30 89,29 1071,50 82,801991 108,60 33,20 300,60 20,80 13,10 39,20 20,70 66,60 93,00 121,60 35,50 116,00 80,74 968,90 79,881992 99,40 13,80 36,40 50,90 21,50 0,00 11,40 4,10 185,60 91,80 123,90 31,00 55,82 669,80 57,521993 24,10 21,40 18,80 20,70 14,40 15,60 6,00 1,20 21,40 17,60 21,80 58,60 20,13 241,60 13,891994 59,70 33,60 264,40 113,40 30,20 38,20 7,80 2,60 64,80 124,80 110,60 175,20 85,44 1025,30 76,871995 202,20 286,60 38,60 38,60 48,00 43,20 63,80 64,60 64,40 216,60 152,60 109,00 110,68 1328,20 84,011996 180,80 487,60 358,40 56,40 55,40 35,00 23,20 43,00 166,40 60,20 35,10 18,10 126,63 1519,60 150,511997 125,60 28,10 84,60 60,00 66,60 20,80 9,80 12,60 42,20 94,80 152,80 71,00 64,08 768,90 45,061998 99,20 166,80 88,00 34,00 65,40 7,60 26,40 40,20 128,60 171,60 111,40 68,00 83,93 1007,20 53,681999 112,00 204,70 236,10 83,80 14,40 35,10 4,40 37,40 83,60 75,80 56,60 45,40 82,44 989,30 71,672000 48,00 51,90 39,60 20,40 5,40 0,00 9,00 36,60 111,20 69,40 177,90 318,80 74,02 888,20 92,022001 208,60 215,70 157,70 60,10 66,80 8,30 40,20 47,10 122,80 163,90 98,90 231,30 118,45 1421,40 76,132002 235,90 352,40 96,80 278,80 84,40 103,60 31,20 36,30 66,80 103,50 208,70 263,90 155,19 1862,30 107,212003 544,80 48,60 640,00 57,30 76,30 51,70 26,10 37,50 45,20 234,70 304,50 252,10 193,23 2318,80 210,622004 216,30 336,30 229,70 152,00 77,00 83,00 197,80 5,20 49,40 115,70 158,00 252,60 156,08 1873,00 95,332005 353,00 29,20 248,00 639,90 169,30 15,40 147,50 11,40 140,10 294,40 333,70 205,20 215,59 2587,10 178,182006 102,70 233,30 45,70 7,30 21,70 8,10 16,80 30,00 25,70 38,70 40,40 267,40 69,82 837,80 88,232007 315,50 132,10 139,20 43,90 6,90 27,70 71,90 5,90 56,30 160,90 169,60 113,60 103,63 1243,50 88,512008 184,70 271,80 275,40 380,40 15,70 6,60 0,30 10,80 21,10 265,90 528,90 132,60 174,52 2192,70 173,712009 225,90 241,80 143,40 167,80 56,80 45,50 78,80 88,00 72,70 165,80 99,20 249,80 136,29 1635,50 73,602010 327,30 186,50 347,40 155,10 43,20 15,80 96,10 6,50 17,40 48,10 238,60 374,80 154,73 1856,80 138,42
16
Após obtidos os dados, foi realizado o cálculo de média amostral, desvio padrão
e variância de cada mês no período de 1980 a 2010. Os valores se encontram na
Tabela 3:
Mês Média (mm) Variância (mm) Desvio Padrão (mm)
Janeiro 131,8 12712,8 112,76
Fevereiro 135,4 15173,47 123,18
Março 157,7 19471,37 139,54
Abril 78,8 16843,01 129,78
Maio 44,8 1798,31 42,41
Junho 25,36 658,24 25,66
Julho 26,1 2211,84 47,03
Agosto 30 596,06 24,41
Setembro 72,7 2920,45 54,04
Outubro 106 5581,54 74,71
Novembro 111,7 10644,91 103,17
Dezembro 154,2 9841,02 99,2
Tabela 3. Cálculo da média amostral, desvio padrão e variância de cada mês no período
de 1980 a 2010.
Podemos ver que as médias de precipitação atingem o seu pico em meses de
verão (dezembro a março) e atingem seus valores mínimos nos meses de inverno
(junho a setembro).
3.2.Investigação de tendências nas séries
Com base nos dados de precipitação, é possível desenhar um gráfico e, a partir
dele, traçar uma linha de tendência. Os gráficos de cada mês, além do gráfico com os
dados de precipitação total e as linhas de tendência se encontram a seguir:
17
Figura 6. Gráfico de precipitação de janeiro.
Figura 7. Gráfico de precipitação de fevereiro.
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
Dados de Precipitação de Janeiro
(1980 - 2010)
Ano
To
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
Dados de Precipitação de Fevereiro
(1980 - 2010)
Ano
To
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
18
Figura 8. Gráfico de precipitação de março.
Figura 9. Gráfico de precipitação de abril.
Figura 10. Gráfico de precipitação de maio.
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
200,00
400,00
600,00
800,00
Dados de Precipitação de Março
(1980 - 2010)
Ano
To
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
200,00
400,00
600,00
800,00
Dados de Precipitação de Abril
(1980 - 2010)
AnoTo
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
100,00
200,00
Dados de Precipitação de Maio
(1980 - 2010)
AnoTo
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
19
Figura 11. Gráfico de precipitação de junho.
Figura 12. Gráfico de precipitação de julho.
Figura 13. Gráfico de precipitação de agosto.
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
50,00
100,00
150,00
Dados de Precipitação de Junho
(1980 - 2010)
Ano
To
tal d
e P
reci
pita
ção
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
100,00
200,00
300,00
Dados de Precipitação de Julho
(1980 - 2010)
AnoTo
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
50,00
100,00
Dados de Precipitação de Agosto
(1980 - 2010)
AnoTo
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
20
Figura14. Gráfico de precipitação de setembro.
Figura 15. Gráfico de precipitação de outubro.
Figura 16. Gráfico de precipitação de novembro.
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
100,00
200,00
300,00
Dados de Precipitação de Setembro
(1980 - 2010)
AnoTo
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
100,00
200,00
300,00
400,00
Dados de Precipitação de Outubro
(1980 - 2010)
Ano
To
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
200,00
400,00
600,00
Dados de Precipitação de Novembro
(1980 - 2010)
Ano
To
tal d
e P
reci
pita
ção
21
Figura 17. Gráfico de precipitação de dezembro.
Figura 18. Gráfico de totais de precipitação.
Analisando os gráficos, podemos verificar uma tendência ao aumento nos níveis
de precipitação, de 1980 a 2010. Podemos ver que o aumento é de maior intensidade
em meses de maiores temperaturas, como janeiro, fevereiro, novembro e dezembro.
Quedas nos níveis de precipitação só foram encontrados nos meses de agosto e
setembro. Ou seja, apesar da média anual de temperatura aumentar, verificamos
tendências mais diferenciadas sazonalmente. A partir da série temporal analisada,
podemos inferir que os verões se tornarão cada vez mais chuvosos e os invernos cada
vez mais secos; característica já típica de cidades da região Sudeste.
3.3 Identificação de eventos extremos
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
200,00
400,00
Dados de Precipitação de Dezembro
(1980 - 2010)
AnoTo
tal d
e P
reci
pita
ção
(m
m)
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 20150,00
1000,00
2000,00
3000,00
Dados de precipitação total
(1980 - 2010)
AnoTo
tal d
e p
reci
pita
ção
(m
m)
22
Podemos verificar que existem épocas ao longo desses trinta anos que
apresentam valores muito baixos de precipitação. Os anos de 1992, 1993, 1997 e 2006
foram períodos de baixo nível de precipitação, especialmente o ano de 1992, que
apresentou um total pluviométrico de apenas 241,6 mm e os valores de precipitação
registrados em praticamente todos os meses apresentaram valores abaixo da média.
Podemos verificar que os anos mencionados foram influenciados por fortes ocorrências
do El Niño, entretanto, não é possível concluir que esse seja o principal fator para os
baixos níveis de chuva.
Figura 19. Eventos extremos (ocorrência de El Niño e La Niña).
3.4. Regime climático do estado e variações sazonais
Os mapas analisados foram retirados do site do Instituto Nacional de Estudos
Meteorológicos (INMET). Os mapas estudados foram do ano de 2012, para um estudo
mais atual possível. Foram analisados os seguintes dados:
• Insolação total em horas;
• Chuva acumulada total, em mm;
• Pressão atmosférica média, em hPa;
• Temperatura mínima média, em ºC;
• Temperatura máxima média, em ºC;
• Umidade relativa do ar média, em %;
23
• Nebulosidade.
Para a análise do comportamento das variações sazonais no estado do Rio de
Janeiro, foram escolhidos os meses janeiro (verão), abril (outono), julho (inverno)
e outubro (primavera). [28]
Fatores climáticos - janeiro de 2012:
24
• Janeiro: Durante o mês de janeiro, correspondente ao verão, o Rio de Janeiro
tem insolação media– alta, onde os totais de 2012 estavam entre 150 e 180
horas na maioria do estado, já na região próxima ao extremo sul do estado, tais
valores estão entre 120 e 150 horas.
Quanto a chuva acumulada total, vemos que na região central e junto a
fronteira com Minas Gerais, o estado apresenta um acumulado de 180 a 240
mm, já ''nas bordas'' do estado, na região de fronteira com São Paulo, com
Espírito Santo e nas extremidades norte e sul da fronteira com Minas Gerais, o
estado apresenta um acumulado de 240mm a 300 mm de chuva.
25
Em relação a temperatura máxima média mensal, o estado inteiro apresenta
uma certa homogeneidade, com médias entre 28°C e 30°C.
Assim como a temperatura máxima média mensal, a temperatura mínima
média mensal apresenta também uma certa homogeneidade de distribuição por
todo o estado, ficando entre 18°C e 21°C.
A pressão atmosférica média em geral é média-alta pelo estado, estando
entre 920 hPa e 960 hPa no extremo sudoeste, próximo a divisa com São Paulo
e Minas Gerais, 970 hPa e 980 hPa na região centro-norte de fronteira com
Minas Gerais e num trecho sul do litoral, 990 hPa a 1000 hPa na faixa vertical
central do estado e 1000 hPa a 1010 hPa no extremo litoral norte.
A umidade do ar é alta, na faixa de 75 – 85%, assim como a nebulosidade
na faixa de 6 a 8 décimos, propriedades que junto à temperatura dão origem a
fortes chuvas.
Fatores climáticos - abril de 2012:
26
27
• Abril: o mês de abril apresenta valores medianos de insolação solar, onde os
totais de 2012 estavam por volta de 150 e 180 horas. A chuva acumulada é
relativamente baixa, com valores de 50 mm a 120 mm, dependendo da região
do estado, ou seja, as chuvas não se distribuem uniformemente. A pressão
atmosférica média é alta, com valores de 980 hPa até 1010 hPa. As
temperaturas médias são elevadas, com valores mínimos de 21 ºC a 24 ºC e
máximas de 28 ºC a 31 ºC. A umidade relativa do ar é alta, com valores entre
75% e 85%, e os maiores valores se localizam nas regiões mais ao sul do
estado. Finalmente, a nebulosidade é regular, entre 5 e 6 décimos.
Fatores climáticos - julho de 2012:
28
29
• Julho: Em julho, os valores de insolação total não apresentou variação, se
comparada aos meses de outono. Isso é a comprovação de que a insolação
solar é aproximadamente constante o ano todo. Os valores de chuva acumulada,
entretanto, caem muito, mostrando que o inverno da região apresenta baixos
níveis de precipitação (em 2012 ficou em torno de 10 a 50 mm). As temperaturas
médias caem um pouco, mas continuam altas, e a nebulosidade fica baixa no
período de inverno.
Fatores Climáticos – Outubro de 2012
30
• Outubro: Durante o mês de outubro, correspondente ao primavera, o Rio de
Janeiro tem insolação médias de altas, onde os totais de 2012 variavam entre
150 e 180 horas na maioria do estado, já na região próxima ao extremo sul do
estado, tais valores estão entre 220 e 250 horas.
Quanto a chuva acumulada, o gráfico nos mostra que no sul do estado a
chuva acumulada ficou entre 120mm e 180 mm, já no restante do estado estas
médias foram menores, estando entre 80 e 120 mm. Em relação a temperatura
máxima média mensal, o estado inteiro apresenta uma certa homogeneidade,
com médias entre 28°C e 31°C.
31
Assim como a temperatura máxima média mensal, a temperatura mínima
média mensal apresenta também uma certa homogeneidade de distribuição
por todo o estado, ficando entre 18°C e 21°C.
A pressão atmosférica média em geral é média-alta pelo estado, estando
entre 970 e 980 hPa adentro, na fronteira com Minas Gerais,e entre 990 e
1000 hpa na faixa que corta verticalmente a região central do estado.
A umidade no estado também é aproximadamente homogênea, estando na
faixa de 60% e 70%.
Já a nebulosidade mensal para o estado nesse período foi média e
aproximadamente homogênea, ficando entre 4 e 5 décimos.
4. CONCLUSÕES
Apesar da influência de fenômenos como o El Niño e outros fatores climáticos, a
tendência, com relação a precipitação, vem aumentando a cada ano. O ciclo sazonal é
bem definido, com os verões quentes e com uma alta tendência a precipitação, e o
inverno frio e com uma baixa tendência a ocorrência de chuvas. As temperaturas
apresentam pouca variação ao longo do ano.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. 12 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
[2] LIBERATORI, R.W.M. As Influências do clima e do tempo meteorológico no sistema turístico do estado do Rio de Janeiro. 2009. 79 p. Monografia (Graduação em Turismo). Universidade Federal Fluminense. 2009.
[3] DERECZYNSKI, C. P; OLIVEIRA, J.S; MACHADO, C.O. Climatologia da precipitação no município do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Meteorologia, Rio de Janeiro, v.24, n.1, 24-38, 2009.
[4] MENDONÇA, F. Aspectos da interação clima – ambiente – saúde humana: da relação sociedade – na-tureza à (in)sustentabilidade ambiental. R. RA’EGA, Curitiba, n. 4, p. 85-99. 2000. Editora da UFPR.
[5] COSTA, C.D. Variabilidade intranual da precipitação pluvial mensal no estado do Rio de Janeiro. 2010. 42 p. Monografia (graduação em Engenharia Florestal). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2010.
32
[6] BRAMBILA, M. C. V. Elementos climáticos e Fatores que controlam o Clima. Aula ministrada para a disciplina EN2127 – Climatologia. 2013, 53 p. UFABC - Santo André.
[7] IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=rj> Acesso em: 12. Fev. 2013.
[8] SOUTO, R.D. Avaliação do Impacto Antropogênico na Zona Costeira do Estado do Rio de Janei-ro, Brasil. 2005. 180 p. Monografia (graduação em Oceanografia). Universidade do Estado do Rio de Ja-neiro. 2005.
[9] SEBRAE-RJ. Informações socioeconômicas do Estado do Rio de Janeiro. 2011. 29 p. Disponível : <www.sebraerj.com.br/services/.../FileDownload.EZTSvc.asp?.> Acesso em: 12. Fev. 2013.
[10] CPRM. Aspectos físicos e climatológicos. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/arquivos/pdf/rj/chuvas/chuvas_aspectos.pdf.> Acesso em: 14/03/2013.
[11] CPRM. Diagnóstico geoambiental do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/media/artigo_geoambientalRJ.pdf.> Acesso em: 14/03/2013.
[12] SEBRAE-RJ. Informações socioeconômicas do município de Paraty. 2008. 19 p. Disponível em: <www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/.../$File/Parati.pdf.> Acesso em: 12. Fev. 2013.
[13] SILVA, N.T.C. Diagnóstico do clima: Estação climatológica da Guanabara e região. Plano de Manejo da Estação Ecológica de Guanabara. EKOMEC. Instituto Chico Mendes de Conservação a Biodi-versidade. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/di-agnostico_clima_ga.pdf.> Acesso em 13/03/2013.
[14] Dados gerais sobre Paraty. Disponível em: <http://www.paratyvirtual.com.br/dados.asp> Acesso em 13/03/2013.
[15] Cidades históricas brasileiras: Paraty. Disponível em: <http://www.cidadeshistoricas.art.br/paraty/py_inf_p.php.> Acesso em: 12. Fev. 2013.
[16] IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em: 12. Fev. 2013.
[17] ANDRÉ, R. G. B. et al. Identificação de regiões pluviometricamente homogêneas no estado do Rio de Janeiro, utilizando-se valores mensais. Revista Brasileira de Meteorologia, v.23, n. 4, p. 501-509, 2008.
[18] ANDRÉ, R. G. B. et al. Índices de aridez e umidade para a região norte Fluminense. In: XIII Con-gresso Brasileiro de Meteorologia, Anais.., Fortaleza, CE, Brasil, 2004.
33
[19] DERECZYNSKI, C. P. et al. Climatologia da precipitação no município do Rio de Janeiro. Revis-ta Brasileira de Meteorologia, v. 24, n.1, p. 24-38, 2009.
[20] IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: < www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_pdf/brasil_clima.pdf> Acesso em: 12. Fev. 2013.
[21] UFRJ. Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.hidro.ufrj.br/pqaceivap/ceivap/ceivap4.html>. Acesso em: 12. Fev. 2013.
[22] PESAGRO-RIO. Zoneamento agroclimático para a cultura de café no Estado do Rio de Janeiro. 2003. 21 p. Disponível em: <www. pesagro .rj.gov.br/downloads/ zoneamentocafe .pdf >. Acesso em: 12. Fev. 2013.
[23] CARDOSO, K. V.; RIBEIRO, L.; BARCELOS, S. Dinamicidade Agrícola no estado do Rio de Ja-neiro: o caso da floricultura e horticultura. UFSM, 2010. Disponível em: < http://w3.ufsm.br/gpet/engrup/iengrup/Pdf/artigo_karinasamealeandro.pdf> Acesso em: 12. Fev. 2013.
[24] ANA - Agência Nacional de Águas. Paraty Estação 2344007. Disponível em: http://www.ana.gov.br/PortalSuporte/frmDadosEstacao.aspx?estacao=2344007&Ano=2012&tipo=Chuvas. Acesso em: 15. Mar. 2013.
[25] DIAS, A. J. R., ALBIERI, S. Uso de imputação em pesquisas domiciliares. VIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Anais...Volume 1: Informação Demográfica, Fecundidade, Demográfica Histórica, p. 11:26, São Paulo: ABEP,1992.
[26] FERRARI, Gláucia Tatiana. Imputação de dados pluviométricos e sua aplicação na modelagem de eventos extremos de seca agrícola. 2011. Dissertação (Mestrado em Estatística e Experimentação Agronômica) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2011.
[27] Universidade de São Paulo. Análise de Regressão. Disponível em: http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/discipl inas/aut0516/Apostila_Regressao_Linear.p df. Acesso em: 15. Mar. 2013.
[28] Centro de Previsão e Estudos Climáticos. Disponível em: http://clima1.cptec.inpe.br/estacoes/ .
Acesso em: 15. Mar. 2013.