Trabalhosciências relatosexponstâneos alunossistemadigestório

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1 Emef Leonardo Villas BoasConcepções espontâneas dos alunos so- bre o Sistema Digestório. São Paulo, 2013 Eliseu Marcolino Rosa Müzel

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Emef “Leonardo Villas Boas”

Concepções espontâneas dos alunos so-

bre o Sistema Digestório.

São Paulo, 2013

Eliseu Marcolino Rosa Müzel

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Concepções espontâneas dos alunos sobre O Sistema Digestório.

TRABALHOS DOS ESTUDANTES

DAS 7ª ABCD e 6ªC

Ao todo foram recolhidos quarenta e um desenhos. A maioria dos estudantes do 8º ano e

alguns do 7º ano. Os alunos do 8º ano estão estudando este tema nas aulas enquanto que os

alunos de 6º ano ainda não estudaram.

Desenhou algumas partes do sistema

digestório. Com relação à entrada e

saída de sólidos e líquidos forneceu

informações escritas. Destaca no de-

senho a presença do estômago com

síntese do processo excretor.

Ilustrou mas não descreveu as estru-

turas da digestão. Descreveu, porém,

que o produto da excreção são eli-

minados por vias diferentes, como

identificou Cubero (idem)

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Exemplificou, através do desenho que o

corpo possui dois tubos: um para a saída

dos sólidos e outro para os líquidos. Se-

gundo Cubero esta é a concepção mais

próxima dos conhecimentos cienfíticos

que a maioria dos estudantes nesta faixa

etária.

Consegue ilustrar e clas-sificar o sistema digestó-

rio com algumas difi-

culdades em relação as

sequencias do sistema

digestório.

Atribue e distingue o

percurso final das fezes e

da urina.

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Desenhou e nomeou elementos

da digestão, inclusive as glân-

dulas anexas mas trocou a se-

quencia e repetiu alguns itens.

Acrescentou os pulmões e co-

ração para o processo da diges-

tão. Também desenhou e ilus-

trou o reto para a saída dos só-

lidos e o pênis para a saída da

urina

Descreve e repete o trajeto do

alimento quando afirma que vai

para o estômago e intestino

delgado. Mas possui clareza

que é no intestino delgado que

ocorre absorção de nutrientes.

Ainda afirma que é no intestino

grosso que ocorre a separação

de sólidos e líquidos e que o

último irá para a bexiga.

O desenho é pouco representa-

tivo

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Classifica através

do desenho e

complementa as

informações com

o texto todo per-

curso entre líqui-

dos e sólidos.

Consegue distin-

guir dois percur-

sos.

Exemplifica e nomeia o trajeto da comida,

cita ainda as glândulas salivares como

processo da digestão. Apresentou dificul-

dades para construir a sequencia do pro-

cesso digestório ao classificar o intestino

grosso com anterior ao delgado..

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Enfatiza a importância dos

alimentos na gravura.Com

os respectivos nutrientes e

enfatiza o intestino delgado

e grosso. Inverte a ordem

dos mesmo. Não mencio-

na a eliminação.

O desenho mostra uma refle-

xão de como o alimento deve

seguir seu trajeto. Bem ilustra-

do, porém não da embasamen-

to de suas eliminações.

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Desenha e classifica o sistema diges-

tório. Atribui a esse mecanismo o sis-

tema circulatório e sistema reproduti-

vo.Por fim o alimento sai em forma de

fezes.

Fornece informa-

ções dos compo-

nentes do sistema

digestivo e aponta

para uma única

saída..

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O desenho identifica algu-mas partes do corpo huma-

no, como por exemplo o cé-

rebro, o coração e o pé.

Permite ainda observar que

a aluna os relaciona com a

digestão.

OBS: a aluna pensou na dobra da folha para representar os dois lados de uma pessoa. “por fora

se observa desta maneira e por dentro é assim – vire a folha – “

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BREVE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foram recolhidos mais de quarenta trabalhos realizados por estudantes da faixa etária

entre doze e treze anos (6ª e 7ª séries). Foi possível idenfiticar, nas representações, aquilo que

Cubero (1998) elucidou nos seus trabalhos. A maioria dos desenhos reduz o sistema digestó-

rio basicamente num único órgão, o estômago. A maioria dos adolescentes afirma que o prin-

cipal órgão da digestão é o estômago. Alguns conseguem argumentar que este é o lugar onde

o alimento passa por mudanças e transformações, antes de ser distribuído por todo o corpo.

Neste sentido Cubero (1996) afirma que “Construir uma representação mais completa do pro-

cesso digestório implica compreender a assimilação dos alimentos e sua conexão com os sis-

temas digestivo com o circulatório”. (Cubero, pg. 40). Das representações coletadas, alguns

estudantes conseguem mencionar, através do desenho, a representação para o coração. Acre-

ditamos que esta representação é muito significativa por ir ao encontro das conclusões deste

autor.

Cada desenho representa uma concepção personalizada sobre o assunto abordado. É

comum os meninos e meninas fazerem representações de sí mesmos (as), representam seus

próprios corpos. Os conhecimentos abordados são, em muitas vezes, os resultados de conví-

vio social, familiar e notícias veiculas pela mídia.

A história pessoal de cada um dos alunos, a representação que eles têm sobre o seu cor-

po e as crenças culturais, que propõe que os alunos compreendam que a digestão é realizada

somente no estômago, tratado como um órgão oco que tem a função de receber e expelir o

alimento, poucos estudantes falam sobre os intestinos, e nenhuma menção dos rins para o pro-

cesso de filtração e os demais elos envolvidos no processo do sistema digestivo. CUERVO

(pg. 15). A grande maioria dos desenhos apresentam uma aproximação das relações entre di-

gestão e excreção. Reduzem o sistema digestório às sequencias de órgãos estudados, prova-

velmente na escola, mas sem estabelecer relações sistêmicas entre eles. Nenhum aluno men-

cionou o sistema circulatório, mas muitos conseguem estabelecer relações entre digestão e

nutrição, reconhecem e enfatizam a importância da ingestão de alimentos. Muitos adolescen-

tes compreendem que a digestão constitui um processo de distribuição de alimentos onde a

comida é distribuída por todo o corpo, separando o alimento necessário "bom" de desneces-

sário "ruim", segundo Cubero, 1996

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hay niños y niñas que conciben la digestión humana como distribu-

ción, allí el alimento se distribuye a todo el cuerpo, separando el alimento

necesario o “bueno” del innecesario “malo”.

Segundo BANET, E. y NUÑEZ, F. (1988, 6 (l), 30-37) a sequência dos trajetos percorridos

pelos alimentos e exaustivamente explorado nos livros e manuais didáticos dão a impressão

que o processo digestório se realiza por pro-

cessos separados e distintos e isto tem im-

plicações e afectam o conceito global do

processo de digestão e absorção.

“..tiene, en ocasiones, implicaciones

que afectan a la noción de conjunto del pro-

ceso digestivo y de la absorción. En este

sentido, podemos señalar que en estos

alumnos se observa una ligera tendencia a

conectar con el intestino grueso el hígado

y/o páncreas; a considerar al intestino grue-

so más relevante desde el punto de vista de

las acciones digestivas; o a relacionarlo con

la absorción («em el intestino grueso se ab-

sorbe lo que sirve del alimento, pasando al

intestino delgado lo que no sirve»). No obs-

tante, nos parece más difícil poder aventurar alguna idea más precisa en relación con esta no-

ción, consecuencia, en gran medida, de las contradicciones y de la inseguridad que se observa

en las respuestas de muchos alumnos.

No geral as representações dos alunos identificam que o sistema digestório é composto

por três partes: a boca, estômago e do ânus. Tanto Banet e Núñez (1989) quanto Cubero

(1996) defendem que as crianças ...

Respecto a la categoría de estructura, los niños y niñas, consideran que el aparato digestivo

está conformado por tres partes: la boca, el estómago y el ano. Estos órganos aparecen con rele-

vancia, porque pueden ser los más fácilmente observables y los culturalmente más conocidos. Sin

embargo, no son claras las conexiones entre ellos y su papel en el proceso de transformación de los

alimentos. Estos hallazgos se relacionan con la investigación de Banet y Núñez donde se plantea

que los niños y niñas consideran que el proceso de la digestión se da únicamente en el estómago

como órgano principal. Esta concepción se relaciona también con los hallazgos de Cubero quien

dice que los niños y niñas consideran que en el estómago se realiza el proceso de la digestión, ya

que es allí donde el alimento se transforma. También se encuentra una relación cuando se mencio-

na que los niños y niñas confunden el proceso de la digestión humana con el proceso del aparato

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excretor, en los hallazgos de la investigación de Banet y Núñez cuando mencionan que los niños y

niñas no identifican los órganos pertenecientes a cada uno de los aparatos. CUERVO (pg. 47)

"O processo digestivo é entendida como uma analogia de mastigar: a converter alimen-

tos em algo menor progressivamente desta natureza", pode ser mencionado que, em seguida,

para as crianças, o processo que ocorre na boca onde o processo de mascar é entendida como

a transformação de alimentos em pedaços menores. CUERVO (pg. 47)

Esta autora consegue perceber em alguns relatos e desenhos das crianças que existe

muitas dificuldades em compreenderem como que o líquido que ingerimos se separa dos sóli-

dos e em que momento da digestão. Ela cita o relato de uma criança.

"A comida vai para o estômago, intestinos e, em seguida, torna-se cocô líquido e, em se-

guida, vai para os rins que limpa a água de que necessitam e, em seguida, obtem, através dos tu-

bos para a bexiga e, em seguida, transformam-se em urina CUERVO (pg. 47)

Os estudantes adolescentes conseguem entender que a digestão é um processo longo e

que passa por vários órgãos que compõe um sistema e que está interligado com outros siste-

mas.

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COMENTÁRIOS PARCIAIS

A maioria dos desenhos e textos constroem o caminho dos alimentos sólidos e liquidos

desde a boca até o estômago, mas não enfatizam a conexão entre os diversos (digestório, res-

piratório e circulatório). A epiglote, por exemplo, não é mencionada em nenhum trabalho. O

tamanho dos órgão é representado, muitas vezes de maneira relativamente organizada mas os

alunos possuem dificuldades em compreender que estes estão interrelacionados e o processo

digestório depende de cada um deles.Também foi observado nas ilustrações que os sólidos e

líquidos quando ingeridos ganham seus respectivos nomes de excreção quando eles identifi-

cam as vias. Se é através do reto, os sólidos saem em forma de fezes. Quando ocorre pela a

bexiga, os líquidos será a urina.

Também pode se observar que a maioria dos desenhos demosntrou a inversão do trajeto

que o alimento faz.Fazendo jus ao desenho justa posto.Parte dos desenhos observados torna

visível essa confusão.

Importante ressaltar que embora as representações demonstrasse a inversão dos nomes

dados ao conjunto do sistema digestório, dentre tantas outras coisas que pode ser observado,

os alunos se empenharam na tarefa de expor o que conhece a cerca do assunto proposto.Nesta

faixa etária, é comum a valorização do “eu” externo em vez de pensar como “eu” por dentro.

Por lado, excitar o pensamento cientifico do aluno promove a discursão para prática

alimentar mais saudável, uma vez que vivemos um momento em massa de grande produtos

comercializados, carregado sódio, gorduras saturadas, doces, guloseimas, dentre outros ali-

mentos que traz bastante preocupações para as autoridades nacional. Como por exemplo a hi-

pertensão, que antes era referida apenas para pessoas com mais idade, hoje já ocorre nas cri-

anças. Assim, como as guloseimas carregadas de doces, que podem resultar em uma criança

obesa ou diabética.

Para dar continuidade ao trabalho de estágio vamos, num segundo momento, apresentar

os resultados destes trabalhos para a equipe de professores com a intensão que fazermos um

projeto sobre o corpo humano para uma vida saudável. Procuraremos enfatizar da importância

de trabalharmos os temas a partir de conhecimentos prévios dos estudantes.

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Considerações finais

As três atividades de estágio (Investigação, Observação e Regência) seguiram uma se-

quência conclusiva de que o espaço escolar está cercado de múltiplas realidades e que a pre-

sença do professor interessado e comprometido com o conhecimento poderá reverter uma si-

tuação que funciona com uma turma e não com a outra. Nossa atividade de regência seguiu

esta reflexão. O vídeo que preparamos foi adequado e proveitoso com uma turma e não com a

outra. Tivemos que adaptar a atividade com música, textos e tabelas para serem preenchidos,

ao invés de desqualificar os alunos como indisciplinados. O resultado final, que é a melhor

compreensão dos conteúdos propostos, foi atingido e a proposta de regências coparticipativas

(sugerida por Carvalho) também foi contemplada. Continuaremos com a ideia de organização

de uma midiateca de assuntos voltados para ciências nesta escola (baixados da internet) e fa-

remos minicursos para os professores quanto à utilização de material audiovisual bem como

na utilização e valorização de desenhos e vídeos criados pelos alunos, sejam aqueles que “de-

ram certo”, isto é, que os alunos conseguiram codificar suas representações pictóricas em fa-

las (filmadas) de acordo com os assuntos científicos ou mesmos aqueles que cometerem erro

na elaboração dos vídeos.

Esta atividade de estágio despertou em nós a valorização da participação oral dos alu-

nos, a considerarmos, valorizarmos e registrarmos o que eles pensam sobre determinados as-

suntos, de acordo com os diversos conceitos científicos trabalhados pelos professores. Em ou-

tras palavras, partiremos do senso comum, filmar aquilo que os alunos pensam, utilizando

como estratégia os desenhos realizados pelos mesmos como ponto de partida para verificar-

mos sua compreensão sobre determinados assuntos.

Finalmente, consideramos que a bibliografia estudada no curso possibilitou reflexões di-

retamente relacionadas à prática para conseguir-

mos, a partir de uma situação de dificuldades em

salas de aulas, desenvolvermos as diversas habili-

dades, principalmente a de ouvir os alunos, e de-

senvolver atividades cooperativas, coparticipativas,

segundo Carvalho, a de priorizar as interações ver-

bais entre professores-alunos. A Escola, sem estes

elementos coadjuvantes, não tem sentido, os diálo-

gos constituem os melhores e mais eficazes recursos didáticos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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Cengage/Learning (Coleção Ideias em Ação) capítulos 3 5- 7-9 (páginas 54 e 56).

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CUBERO Pérez, R. Aprendizaje de la digestión em la enseñanza primaria. Alambique- Di-

dáctica de las Ciências Experimentales, Barcelona, n.16, pp.33-43, abril 1998.

BANET, E. y NUÑEZ,F INVESTIGACION Y EXPERIENCIAS DIDACTICAS, Ideas de

los alumnos sobre la digestión: aspectos fisiológicos. Revista de investigación y experiencia.

Universidad Autónoma de Barcelona. 1989.pag 3 ENSEÑANZA DE LAS CIENCIAS, 1988,

6 (l), 30-37

CUERVO, Viviana López, Luisa María Marulanda Loaiza, Karen Katherine Piedrahita Ma-

rin Concepciones sobre la Digestión Humana en los Niños y Niñas de cuarto grado de Prima-

ria-Universidad Tecnológica de Pereira Facultad de Educación Licenciatura en Pedagogía In-

fantil Pereira 2011