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1 Edição Nº 15 TRAJETÓRIA DE SUPERAÇÃO CARDIOLOGIA Conheça os benecios da nova geração de stents bioabsorvíveis para desobstrução de artérias NEUROLOGIA Com precisão milimétrica, o equipamento Gamma Knife trata tumores cerebrais sem incisões, inclusive metástases Acomedo por uma grave cardiopaa, o pequeno Wesley enfrentou, com êxito, transplante cardíaco e nove cirurgias em menos de dois anos

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Ediç

ão N

º 15

TRAJETÓRIA DE SUPERAÇÃO

CARDIOLOGIAConheça os benefícios da nova geração de stents bioabsorvíveis para desobstrução de artérias

NEUROLOGIACom precisão milimétrica, o equipamento Gamma Knife trata tumores cerebrais sem incisões, inclusive metástases

Acometido por uma grave cardiopatia, o pequeno Wesley enfrentou, com êxito, transplante cardíaco e nove cirurgias em menos de dois anos

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HCor Saúde

2 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

HCor Diagnóstico | Unidade Cidade Jardim(11) 3889-3939 – Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andarJardim PaulistanoEstacionamento: R. Gumercindo Saraiva, 239

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HCor - Hospital do Coração(11) 3053-6611Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – Paraíso

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Edifício Dr. Adib Jatene(11) 3053-6611Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – Paraíso

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O pequeno guerreiro da cardiopediatria

E sta edição da HCor Saúde tem como destaque a história do pequeno Wesley. Diagnosticado

ainda na barriga da mãe com uma grave cardiopatia, o bebê nasceu no HCor e passou por mais de nove procedimen-tos cirúrgicos de alta complexidade em menos de dois anos. Enfrentou um transplante de coração e um Acidente Vascular Cerebral, do qual se recuperou totalmente. Mesmo diante de um cená-rio repleto de adversidades, o pequeno guerreiro, como ficou carinhosamente conhecido, inspirou a todos com sua vontade de viver e tornou-se um exem-plo de superação.

A sala híbrida de cirurgia, ambiente de última geração determinante para a recuperação do bebê Wesley, também é tema desta edição. Equipado com os mais avançados recursos para a realização de procedimentos de alta complexidade, o espaço superou a marca de 160 cirurgias realizadas no período de um ano. Outra inovação tecnológica em evidência no HCor é a aplicação dos stents bioabsorví-veis. Estas novas próteses desenvolvidas com material especial de uso biológico desobstruem as artérias e reduzem os riscos de novos entupimentos.

Outra importante reportagem revela os projetos do Serviço de Filantropia do HCor em parceria com o PROADI-SUS do Ministério da Saúde, que têm promo-vido avanços na saúde pública do país. Além de atender crianças com cardiopa-tias de alta complexidade encaminhadas pelo SUS, como é o caso de Wesley, a filantropia também disponibiliza para pacientes da rede pública procedimen-tos de neurocirurgia com o equipamento Gamma Knife, além de inúmeras ações sociais envolvendo telemedicina, capa-citação, gestão hospitalar, ensino e pes-quisa em várias regiões do Brasil.

Em entrevista, o Prof. Dr. Enio Buffolo, reconhecido internacional-mente pela grande contribuição à car-diologia, destaca os avanços da cirurgia cardíaca nos últimos anos e fala sobre a importância da criação do Centro de Tratamento de Doenças da Aorta.

Já para os leitores que preten-dem se exercitar, HCor Saúde traz dicas valiosas para evitar contusões. A matéria sobre prevenção de lesões no joelho destaca a importância de fortalecer a musculatura adequada-mente antes de iniciar a prática de atividades físicas. A articulação é

Editorial

suscetível a lesões e a recomendação é começar com exercícios isométri-cos e de baixo impacto, sempre com orientação de um ortopedista para garantir a prática segura.

Destacamos ainda uma inte-ressante reportagem sobre saúde da mulher, que pontua a importância do diagnóstico precoce para o tratamento da endometriose, doença que afeta a vida de mais de 176 milhões de mulhe-res em todo o mundo e pode provocar dores, inflamações e infertilidade.

Boa leitura!

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Índice

EXPEDIENTE

EntrEvista ExEmplo dE supEraçãoO cardiologista Prof. Dr. Enio Buffolo destaca os avanços da cirurgia cardíaca e fala sobre a criação do Centro de Tratamento de Doenças da Aorta

Conheça a história do pequeno Wesley, um bebê diagnosticado com uma grave cardiopatia ainda durante a gestação e que enfrentou nove cirurgias em menos de dois anos

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inovação na cardiologiaSaiba como o stent bioabsorvível, prótese desen-volvida com material especial de uso biológico, atua na desobstrução de artérias e reduz riscos de novos entupimentos

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saúdE da mulhErA endometriose é uma doença que afeta 176 milhões de mulheres no mundo, mas ainda é diag-nosticada tardiamente. Entenda como identificar os sintomas precocemente

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prEvEnção dE lEsõEsFortalecer a musculatura com exercícios adequa-dos antes do início de um programa de atividades físicas pode ajudar a prevenir sobrecarga nas articulações e lesões

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projEtos sociaisCardiologia fetal, telemedicina, neurologia, gestão hospitalar, capacitação, ensino e pesquisa: conhe-ça as ações da filantropia HCor que beneficiam diversas regiões do Brasil

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A HCor Saúde é uma publicação do HCor – Hospital do Coração Associação do Sanatório Sírio

Conselho Diretor: Presidente: Antonio Carlos Kfouri

Conselho Editorial: Bernardete Weber, Carlos Alberto Buchpiguel, Jorge André Bacha dos Santos, Ronald Nicolau

Jornalista Responsável e Editor: Ronald Nicolau - MTB 23.068 e-mail: [email protected]

Coordenação Geral: Gerência de Marketing e Comunicação do HCor – Sérgio Luiz Henrique

Produção Editorial: Target Estratégia em Comunicação Tel.: (11) 3063-0477

Redação: Diego Cordeiro, Gabriela Buck, Italo Genovesi, Karina Klinger, Ricardo Costa, Rita Nogueira

Fotos: Roberto Loffel

Hospital do Coração Associação do Sanatório Sírio

Diretora Presidente: Théa Trabulse Namour

Diretoria do HCor – Hospital do Coração

Diretor Clínico: Dr. Edson Renato Romano

Superintendente Corporativo: Antonio Carlos Kfouri

Superintendente Médico: Prof. Dr. Carlos Alberto Buchpiguel

Superintendente de Operações: Jorge André Bacha dos Santos

Superintendente de Serviços Ambulatoriais e Comercial: Dr. Ary Costa Ribeiro

Superintendente de Qualidade e Responsabilidade Social: Bernardete Weber

Superintendente Financeiro: Marcelo Lebre

Correspondência: R. Desembargador Eliseu Guilherme,147 Paraíso, São Paulo - CEP 04004-030

A/C: Depto. de Marketing Tel.: (11) 3053-6611 www.hcor.com.br e-mails: [email protected] [email protected]

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Cardiologia

P ara atender com mais agilidade os pacientes acometidos por para-da cardíaca, o HCor desenvolveu

o “Sistema de Atendimento à Parada Cardíaca”. Trata-se de um dispositivo com botões de emergência inseridos no mesmo aparelho de chamada de enfer-magem, localizado próximo ao leito.

Composto por dois botões, um amarelo para atendimento de urgência e outro azul para parada cardíaca, este dispositivo acionará o Time de Res-posta Rápida (TRR) do HCor (Adulto e Pediátrico), formado por uma equipe multidisciplinar.

“Ao acionar o botão amarelo (códi-go de urgência) o TRR identifica que são pacientes de risco, com comprome-timentos respiratórios, circulatórios ou mesmo neurológicos. Já quando o botão azul é acionado (código de parada car-diorrespiratória), a equipe multidisci-plinar identifica como pacientes com

Equipe Multidisciplinar agiliza atendimento aos pacientes com parada cardíacaAo acionar botão de emergência instalado próximo ao leito, equipe denominada Time de Resposta Rápida é avisada imediatamente, tornando o atendimento ainda mais eficaz

parada cardíaca, que necessitam de atenção naquele exato momento, sendo oferecido todo suporte básico e avan-çado para garantir a sobrevida destes pacientes”, esclarece o Coordenador do TRR do HCor, César Ribeiro.

De acordo com o Coordenador do TRR, a implementação do Time de Resposta Rápida no HCor chegou como parte de uma estratégia do grupo de emergência, com o objetivo de evitar as ocorrências de parada cardiorrespi-ratória e, consequentemente, reduzir a mortalidade hospitalar. “A função desta equipe é identificar, por meio de sinais e sintomas de piora clínica súbita e ines-perada, a melhor conduta para a segu-rança dos pacientes hospitalizados, bem como intervir precocemente e prevenir na ocorrência de parada cardíaca”, es-clarece Ribeiro.

Por meio deste dispositivo, o cola-borador aciona o Time de Resposta Rá-

pida, que imediatamente traz o carrinho de emergência composto por desfibri-lador e todos os medicamentos e mate-riais necessários e, simultaneamente, executa os primeiros procedimentos de socorro como, por exemplo, a massagem cardíaca. “Todos os acionamentos e che-gadas da equipe ficam registrados. Atu-almente, o tempo médio entre aciona-mento e chegada da equipe no leito é de apenas dois minutos”, pontua Ribeiro.

De acordo com o Gerente Exe-cutivo de TI do HCor, José Lobato, antes da criação deste sistema, ao encontrar o paciente nestas condições de emergência os enfermeiros utili-zavam o telefone ou procuravam por ajuda no posto de enfermagem da unidade. “O atendimento para estes pacientes requer ainda mais atenção e o fator tempo é primordial. Com a im-plantação deste dispositivo, ficou ain-da mais rápido e eficaz”, destaca.

Botões instalados próximos ao leito fazem parte da estratégia para agilizar o atendimento. O botão amarelo indica pacientes de risco e o azul pacientes com parada cardiorrespiratória

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A evolução da cirurgia de aorta

O avanço tecnológico ocorrido nas duas últimas décadas colocou diversos segmentos em patamares inimaginá-veis. A cardiologia é um deles. Muitas inovações e contribuições aconteceram para tornar as cirurgias menos invasi-vas, mais precisas e seguras.

Um dos principais nomes dessa geração é o Prof. Dr. Enio Buffolo, car-diologista responsável pelo desenvolvi-mento da técnica de revascularização do coração sem circulação extracor-pórea, que lhe rendeu homenagens em todo o mundo, inclusive a inscrição de seu nome no monumento a Hipócrates, na Grécia, e pelo aperfeiçoamento no

tratamento endovascular das dilatações da aorta, em meados dos anos 90. Até hoje já são mais de 1,5 mil procedimen-tos desse tipo realizados.

Ambas as descobertas são reco-nhecidas mundialmente e representam enormes contribuições para a medicina. De acordo com o cirurgião, a descober-ta da primeira técnica foi a porta para o desenvolvimento da segunda.

Dr. Enio Buffolo concedeu entre-vista à HCor Saúde para falar um pouco dessa trajetória de sucesso e das impor-tantes contribuições na área médica, além da criação do Centro de Tratamen-to de Doenças da Aorta, no HCor.

HCor Saúde – De que maneira o aprimoramento das técnicas cirúrgi-cas possibilitou os tratamentos das di-latações da aorta, os aneurismas?

Dr. Enio Buffolo – O pioneiro nes-se tipo de tratamento é o cirurgião argentino Dr. Juan Parodi. Ele descre-veu pela primeira vez a técnica para aneurismas da aorta abdominal. Nossa equipe detectou que era possível reali-zar esse tipo de tratamento também na aorta torácica. A partir daí passamos a implantar com sucesso Stents, que são pequenos tubos flexíveis, nos aneuris-mas da aorta torácica. Com isso propu-semos pela primeira vez na literatura científica nacional e internacional o tratamento das dissecções de aorta, que são complicações dos aneurismas, por meio do tratamento endovascular que é muito menos agressivo.

H.S. - Como é feito o procedimen-to?

E.B. - O cateter é introduzido por um pequeno corte na virilha e alcança o local desejado onde o stent é libe-rado, se expande e veda o aneurisma. Esse tubo é feito de um material espe-cial e flexível chamado nitinol. Pode ser comprimido dentro de um cateter muito fino e quando removido retorna ao formato original. Isso é conhecido na literatura médica e na engenharia como “smart materials” (materiais in-teligentes).

H.S. – Qual foi o impacto dessa descoberta?

E.B. – Com essa técnica é possível tratar grandes aneurismas e dissec-ções de aorta, que são complicações dos aneurismas, de uma maneira me-nos invasiva. O paciente fica um dia na UTI e três dias depois tem alta. Isso foi realmente uma revolução.

Quando começamos a dominar essa técnica, surgiram os tratamentos

A cirurgia atual tem de respeitar a integridade do doente e todo esforço é feito para isso. É possível ter sucesso fazendo bem feito com menos agressão”

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criativos, chamados de híbridos, que combinam um procedimento endovas-cular minimamente invasivo com uma pequena toracotomia, uma abertura no tórax, dispensando cirurgia extra-corpórea. Isso foi o ponto de partida para o surgimento das salas híbridas, que são locais totalmente monitorados onde se pode fazer um procedimen-to hemodinâmico e uma cirurgia ao mesmo tempo. A sala cirúrgica deixou de ser só bisturi, pinça, máscara, etc. Hoje incorpora alta tecnologia de pro-cedimentos e imagens.

H.S. – Isso também modificou o formato das indicações das cirurgias?

E.B. – Com certeza. Antes pensá-vamos muito para indicar uma cirur-gia, praticamente só em casos termi-nais. Hoje temos como operar em casos mais iniciais, evitando as complicações da doença, pois o procedimento é mais seguro. Quando se indica um procedi-mento é preciso comparar o risco com o benefício e este tem que ser melhor que o risco. Nessa linha, nossa equipe adquiriu grande experiência contando mais de 3,3 mil casos, sendo quase 1,5 mil minimamente invasivos por via endovascular.

H.S. – É possível encontrar esse tipo de cirurgia no serviço público?

E.B. – Uma das grandes contribui-ções dessa técnica foi poder desenvolver as endopróteses no Brasil para favorecer a aplicação. Elas eram importadas dos Estados Unidos e muito caras, o que inviabilizava a utilização num número maior de doentes. Então, desenvolvemos essa prótese aqui no Brasil com a mesma qualidade da norte-americana. O Dr. José Honório Palma, da nossa equipe, liderou esse projeto na Escola Paulista de Medicina em conjunto com a Braile Biomédica, em 1995. Isso baixou muito o custo e hoje esse procedimento está disponível no SUS, o que não acontecia anteriormente. Em termos de benefício social foi uma excelente conquista, pois o procedimento é feito no Brasil inteiro.

Hoje está totalmente disseminado, mas antigamente dávamos cursos de fim de semana para médicos de todo o país.

H.S. – Com toda tecnologia disponí-vel, podemos dizer que é o fim da cirur-gia aberta?

E.B. – Não. A maioria dos aneu-rismas da aorta descendente, que re-presentam um grande trecho, pode ser tratada de forma minimamente invasiva. Existem casos complicados com ramos saindo do aneurisma em que precisa-mos da cirurgia, que também é indicada para aneurisma da croça da aorta e aorta ascendente, muito próxima ao coração. Nesses casos são feitos os procedimentos híbridos. Ao invés de fazer uma cirurgia aberta muito complexa, pode-se associar o tratamento endovascular com a cirur-gia mais simples.

ção da equipe multidisciplinar formada por anestesiologista, ecocardiografista e hemodinamicista, que realizará os pro-cedimentos. Não somente o cirurgião, mas um grupo com diferentes habili-dades, num local extremamente gaba-ritado, possibilita procedimentos mais rápidos, seguros e menos invasivos.

H.S. – Como o senhor desenvolveu a técnica da revascularização do coração sem circulação extracorpórea?

E.B. – Começamos em 1981, no HCor, e apresentamos os resultados pela primeira vez em 1982, com os primeiros 40 casos operados. Trata-se de uma técnica para fazer pontes com o coração batendo. Na época ninguém acreditava ser possível, duvidavam dos resultados, pois a coronária é muito fina, tem de 2mm a 3mm, e não se ima-ginava possível fazer uma costura com o coração batendo. Mas mostramos que era possível fazer e com menos agressão ao paciente. Isso foi a porta da cirurgia mini-invasiva que foi aprimorada com o tempo para minimamente invasiva.

A cirurgia atual tem de respeitar a integridade do doente e todo esforço é feito para isso. É possível ter sucesso fazendo bem feito com menos agressão. Obviamente existem casos específicos que, para não comprometer, por exem-plo, a qualidade da sutura, deve se ob-servar a necessidade de fazer o proce-dimento da maneira convencional.

H.S. – Qual a importância de ter o nome gravado no monumento a Hipó-crates, na Grécia?

E.B. – Não há como traduzir em palavras. É uma grande conquista. Foi uma homenagem aos médicos por suas contribuições à medicina. Aconteceu durante o 18º Congresso da Sociedade Mundial dos Cirurgiões Cardiotoráci-cos na ilha de Kós, na Grécia, 2008. Os médicos com pesquisas de destaque in-ternacional tiveram os nomes grafados nas pedras do monumento a Hipócra-tes, considerado o pai da medicina. É a realização de qualquer profissional da área médica.

O Centro de Tratamento de Doenças da Aorta tem como grande diferencial a referência e estrutura do HCor, com equipamentos necessários para diagnóstico e planejamento cirúrgico”

Entrevista

H.S. – O que o Centro de Trata-mento de Doenças da Aorta oferecerá aos pacientes?

E.B. – Centro de Tratamento de Doenças da Aorta HCor visa atender uma demanda crescente. A precisão dos métodos diagnósticos mudou a me-dicina. Hoje, as angiotomografias são precisas, dando subsídios para saber o momento de operar e qual planejamento deve ser feito. O Centro tem como gran-de diferencial a referência e estrutura do HCor, com equipamentos necessários para diagnóstico e planejamento cirúr-gico. Além disso, temos a sala híbrida com ecocardiograma, hemodinâmica, tomografia, todos acoplados à disposi-

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Livro de

receitas

Só quem entende de coração poderia pensar em receitas

saudáveis e fáceis para você! Este livro elaborado pela

equipe de nutrição do HCor, traz todas as soluções:

receitas de fácil execução, deliciosas e que fazem bem

para a sua saúde e de sua família!

Livro de receitas

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Livro de receitas HCor auxilia na prevenção de doenças cardiovascularesOpções saborosas e práticas vão desde saladas, sopas, pratos principais e acompanhamentos até bolos, pães e sobremesas

P reocupado com a saúde dos pacientes, o Setor de Nutrição e Gastronomia do HCor

desenvolveu um livro com receitas que auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares.

A ideia de publicar um livro de receitas, segundo Juliana Simões, uma das autoras e Gerente de Gastronomia do HCor, foi apresentar ao público alternativas de pratos saborosos, que contribuem para a adoção de hábitos alimentares saudáveis.

“Pretendemos, desmitificar o conceito de refeição hospitalar. Ao longo de nossa experiência, o Setor de Nutrição e Gastronomia do HCor vem aprimorando seus conhecimentos e técnicas dietéticas, tornando as refeições mais saudáveis e gostosas. Nosso objetivo é nutrir com saúde, de maneira diferenciada e humanizada”, explica Juliana.

A alimentação saudável é a variável de maior

importância no controle dos fatores de risco das doenças cardiovasculares. “Por isso, uma refeição balanceada é a

primeira conduta que o paciente deve adotar, por meio do consumo de alimentos com teores reduzidos de calorias, gorduras saturada e trans, açúcar e sal”, esclarece a Gerente de Gastronomia do HCor.

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Como evitar a hipertensão

Reduzir o consumo de sódio é um dos grandes desafios da vida moderna. Utilizado para conservar e dar sabor aos alimentos, o nutriente está presente não só nas comidas salgadas, mas também em enlatados, embutidos, conservas, aditi-vos, conservantes alimentares e até mes-mo em alguns doces.

Esse vasto cardápio de opções faz com que o consumo do brasileiro ultra-passe facilmente a recomendação da Or-ganização Mundial de Saúde (OMS) de cinco gramas por dia, o equivalente a uma colher rasa de chá. “O consumo em exces-so de sódio pode provocar um aumento da pressão arterial e colocar em risco a saúde do coração”, explica Rosana Perim, gerente de nutrição do HCor.

Para não extrapolar os limites, vale ressaltar que é possível utilizar menos sal na preparação dos alimentos sem perder o sabor. Basta substituí-lo por ervas aro-máticas (alecrim, manjericão, salsinha) ou pimenta. Outras opções são: alho, cebola, gengibre, entre outros. Já para temperar a salada usar azeite, vinagre, limão, molho vinagrete ou iogurte são alternativas mais saudáveis.

Os hipertensos devem optar por ali-mentos naturais como legumes, verduras que poderão ser consumidos crus ou co-zidos, frutas, carnes magras, queijos sem sal e cereais. “É importante também ob-servar os rótulos das embalagens com a quantidade de sal e sódio presentes nos alimentos”, destaca Perim. Seguir orienta-ção nutricional e consultar regularmente um cardiologista são condutas importan-tes no combate à doença.

Sopa de abóbora com queijo branco e tomilhoTempo de preparo: 40 minutosGrau de dificuldade: fácilPorção: 1 prato fundo ou 250 mlRendimento: 10 porçõesInformações nutricionais: 172 kcal/porçãoFonte de fibra alimentarBaixo teor de colesterol

Ingredientes:4 colheres de sopa de azeite1 cebola média cortada em cubos pequenos1 dente de alho grande picado1 kg de abóbora-japonesa descascada e cortada em cubos médios1,5 litro de água2 colheres de chá rasas de sal1 colher de chá de tomilho fresco picado250g de queijo branco cortado em cubos pequenos

Modo de preparo:Em uma panela, aqueça três colheres de sopa de azeite, refogue a cebola e em segui-da acrescente o alho. Assim que estiver dourado, coloque a abóbora, misture bem e adicione a água e o sal. Deixe cozinhar por 20-30 minutos ou até que a abóbora esteja bem cozida. Bata no liqui-

dificador. Despeje a sopa de volta à panela, deixe ferver. Enquanto isso, em uma fri-gideira, aqueça uma colher de sopa de azeite, salteie o tomilho picado por alguns segundos e adicione a sopa. Misture bem e desligue o fogo. Acrescente o queijo cor-tado em cubinhos.

Nutrição

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A s instalações do 5.º subsolo do edifício Dr. Adib Jatene, inau-gurado em 2014 em frente ao

prédio principal do HCor, foram feitas seguindo os mais rigorosos padrões de segurança hospitalar. Além das precau-ções convencionais adotadas em todos os ambientes, uma parte do andar ganhou portas e paredes adaptadas segundo cál-culos de blindagem estabelecidos para a instalação de um dos mais avançados equipamentos para radiocirurgias do mundo: o Gamma Knife. “A chegada do aparelho inaugurou uma nova etapa nos tratamentos neurológicos oferecidos pelo

HCor amplia atendimento na área de neurocirurgiasNeurocirurgiões do hospital estiveram no Centro de Cirurgia Neurológica da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, para treinamento com Gamma Knife; equipamento de última geração trata tumores cerebrais com alta precisão, sem cortes ou sangramentos

HCor”, afirma Dr. Ary Costa Ribeiro, superintendente de Serviços Ambulato-riais do HCor.

Ao emitir um tipo de radiação conhecida como raios gamma, através da caixa craniana do paciente, o Gamma Knife consegue tratar tumores malíg-nos e benígnos no cérebro, entre outras lesões cerebrais, com extrema precisão. Não há cortes ou sangramentos. Apenas uma única aplicação de raios gamma extremamente precisa focalizada no ponto a ser tratado. “Com esse equipa-mento, presente em apenas dois centros de saúde no país, procedimentos de alta

complexidade, como cirurgias neuro-lógicas, podem ser realizados sem que uma única incisão seja feita. Em fun-ção dessas características, o Gamma Knife proporciona cirurgias ambula-toriais mais seguras, sem necessidade de internação e que demandam bem menos tempo de recuperação. Tanto que o paciente pode retornar às suas ativi-dades cotidianas já no dia seguinte ao procedimento”, diz o neurocirurgião do HCor, Prof. Dr. Antônio De Salles.

O equipamento tem apresentado resultados excelentes no tratamento de tumores malignos do cérebro, como as metástases cerebrais. Os procedimen-tos com Gamma Knife também são eficientes no tratamento de tumores cerebrais benignos, bem como no caso das malformações artério-venosas. E isso tanto em casos de tratamentos ini-ciais, quanto nas situações em que é preciso complementar uma ressecção cirúrgica parcial do tumor. “O Gamma Knife também trata de maneira não invasiva e efetiva doenças funcionais do cérebro como o Mal de Parkinson, Neu-ralgia do Trigêmio, Tremor Essencial, entre outros tipos de tremor, Epilepsia e Transtorno Obsessivo Compulsivo”, acrescenta a Dra. Alessandra Gorgulho, também neurocirurgiã do HCor.

Novas equipes Para que os benefícios do Gamma

Knife possam abranger um número ain-da maior de pacientes no HCor, o hospi-tal também tem investido na ampliação das equipes médicas habilitadas a ope-rar o equipamento, dentro de seu corpo clínico. Tanto que, entre janeiro e maio de 2015, os neurocirurgiões do hospital Dr. Marcos Gomes, Prof. Dr. Guilher-me Lepski, Dr. Rodolfo Casimiro Reis

O equipamento em ação: tecnologia de ponta presente em poucos centros hospitalares do país

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Neurocirurgia

e o Dr. Evandro de Souza viajaram aos EUA para participar do treinamen-to Principles and Practice of Gamma Knife – Radiosurgery – Perfexion.

“O objetivo dessa atividade é, basi-camente, habilitar neurocirurgiões a utilizar os modelos de Gamma Knife Perfexion, modelo adquirido pelo HCor e o mais moderno da atualidade”, revela o Dr. Gomes. “Portanto, nosso foco em Pittsburgh foi aprender como este apa-relho, especificamente, funciona tanto de maneira prática, quanto teórica. Para isso, além de participarmos de radioci-rurgias reais feitas com o Perfexion, também pudemos entender, detalhada-mente, como os softwares que o operam funcionam”, revela.

Ministrado no Centro de Cirur-gia Neurológica da Universidade de Pittsburgh, no estado norte-americano da Pensilvânia, o treinamento oferecido aos neurocirurgiões do HCor também gerou uma certificação que atesta o conhecimento do participante na utili-zação radiocirúrgica das versões mais modernas do Gamma Knife e o creden-cia a utilizar equipamentos desse tipo em qualquer centro de saúde do mundo. “Essa capacitação ainda nos garantiu o know-how necessário para que possamos compartilhar conhecimentos e auxiliar o trabalho de outros neurocirurgiões que eventualmente precisarem lidar com esse equipamento no Brasil”, acrescenta o Dr. Gomes. “Afinal, voltamos do trei-namento dominando o que há de mais avançado no que diz respeito à utiliza-ção do Gamma Knife, hoje, no mundo”, acrescenta o neurocirurgião do HCor.

Máxima precisãoA principal vantagem do Gamma

Knife em relação a outros processos radioterápicos presentes na medicina está na precisão. Considerado “Padrão Ouro” para procedimentos radioci-rúrgicos, o equipamento é capaz de direcionar raios gamma com precisão

submilimétrica para o local a ser tra-tado. “Tamanha precisão é fundamen-tal. Com ela é possível poupar as áreas saudáveis do cérebro de significativas doses de radiação que, por sua vez, podem ocasionar sequelas”, explica o Dr. Lepski. “A acurácia do aparelho chega a ser de 0.3 mm. Esse fator, alia-do ao controle robótico do aparelho, proporciona graus incomparáveis de segurança e efetividade em termos de radiocirurgia”, avalia o neurocirurgião do HCor.

Para contar com tal precisão, o Gamma Knife utiliza imagens de alta resolucão do cérebro que, após serem obtidas em sessões de ressonância mag-nética e tomografia computadorizada, são carregadas no software de planeja-mento do aparelho. “Nesse ambiente, os limites da lesão cerebral identificada são delineados e o plano de tratamento é definido por meio de simulações com-putadorizadas feitas a partir do traba-lho de uma equipe multidisciplinar que conta não só com neurocirurgiões, mas também com radioterapeutas e físicos”, explica o Dr. Lepski.

Em seguida, um acessório que for-nece coordenadas espaciais do crânio, chamado de halo estereotáxico, é afixa-do na cabeça do paciente. O objeto então é acoplado ao topo da maca que conduz

a caixa craniana do indivíduo em trata-mento à fonte de raios gamma, dentro do aparelho. “Este recurso, conhecido como técnica estereotáxica, é indis-pensável na tarefa de irradiar estrutu-ras profundas no cérebro com precisão submilimétrica e máxima segurança”, acrescenta o médico.

Atendimento humanizado

Outro aspecto bastante positivo do Gamma Knife é o conforto. Além de possibilitar alta logo após o trata-mento – concluído em uma única ses-são, que pode levar de 45 minutos a 3 horas, no máximo –, o equipamento proporciona um ambiente bastante humanizado. Durante a fase prepa-ratória, por exemplo, os familiares podem permanecer ao lado do pacien-te. Já no momento do procedimento, todos podem se comunicar por meio de um sistema de áudio e vídeo. “Esta nova tecnologia, associada à qualida-de de nossos profissionais e ao cons-tante aprimoramento de nossas equi-pes, me permite afirmar que o HCor pode se equiparar aos mais renomados centros de saúde do mundo na área de neurocirurgia e radiocirurgia”, con-clui o Dr. Ribeiro.

O Gamma Knife permite intervenções cirúrgicas sem nenhuma incisão, mais rápidas e mais seguras, com menor tempo de recuperação

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Responsável Técnico: Dr. Luiz Carlos V. de Andrade – CRM 48277

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A história de superação do pequeno WesleyDiagnosticado com uma grave cardiopatia ainda no período de gestação, o bebê nasceu no HCor, passou por transplante cardíaco e enfrentou nove procedimentos cirúrgicos em menos de dois anos

uando descobriu que estava grá-vida, em agosto de 2012, a dona de casa Elis Costa Macedo, 29 anos, viu a chance de concretizar um dos seus maiores sonhos: ser mãe pela segunda vez, após quase um ano de tentativas. Sua nova rotina passou a ser marcada por um misto de felicidade e ansieda-de, a cada exame realizado, uma nova emoção. No sexto mês de gestação recebeu uma notícia inesperada do laboratório em que fazia o acompa-nhamento: durante um ecocardiogra-ma fetal seu bebê foi diagnosticado com Síndrome de Hipoplasia do Cora-ção Esquerdo, doença grave que afeta as funções do lado esquerdo do cora-ção e compromete o fluxo de sangue que abastece o corpo.

“Naquele instante meu mundo caiu. Fiquei muito assustada e sem chão, porque esperei muito tempo para engravidar do meu segundo filho”, re-lata Elis, mãe de Victor, 10 anos, e casa-da com Alexandro Borges de Oliveira, 28 anos. Devido à gravidade do caso, uma enfermeira sugeriu que ela bus-casse ajuda no projeto social da Pre-feitura de São Paulo, intitulado “Mãe Paulistana”, para ser encaminhada com urgência a um hospital especia-lizado em cardiologia. Deu certo. Por meio de uma parceria entre o Serviço de Filantropia, Qualidade e Responsa-bilidade Social do HCor e o Programa de Desenvolvimento Institucional do

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Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), Elis foi direcionada para atendi-mento social no serviço de Cardiologia Fetal do HCor.

No Hospital do Coração, Elis realizou um novo ecocardiograma fe-tal que ratificou a gravidade do caso e a alta complexidade da cardiopa-tia. Para ampliar as perspectivas de sucesso da gestação, a recomendação foi realizar o parto no HCor visto que logo após o nascimento, o bebê já se-ria submetido à primeira cirurgia para melhorar a circulação sanguínea no coração. O planejamento do trata-mento foi seguido com rigor e no dia 15 de abril de 2013 nasceu Wesley Davi Borges Macedo, com quase três quilos e 45 centímetros. Iniciava-se ali uma incansável batalha pela vida que mobilizou vários setores do HCor e foi pontuada por cirurgias de alta complexidade, uma sucessão de altas e reinternações, além de uma série de complicações que foram surgindo durante o percurso.

Transplante cardíaco e nove cirurgias

Após o nascimento, o peque-no Wesley começou a lutar contra o tempo. Foi submetido à sua primeira cirurgia, com apenas 12 horas de vida, para a realização de um procedimen-to híbrido – que consiste na abertura do tórax pelo cirurgião cardíaco para a realização de uma espécie de banda-gem em volta das artérias pulmonares para restringir o fluxo de sangue ao pulmão, seguido pelo implante de um stent (pequena prótese metálica para assegurar o fluxo sanguíneo) no canal arterial realizado pelo intervencionista cardiopediátrico.

“A vantagem desse procedimento, no qual o HCor é considerado a maior referência entre os hospitais do país, é que, além de proporcionar uma rápida recuperação da criança, o pós-opera-tório é menos traumático e com uma

taxa de sobrevida desses pequenos pacientes em torno de 90%”, esclarece Dr. Carlos Regenga Ferreiro, cardio-logista e coordenador médico da UTI Cardiopediátrica do HCor.

Quando completou seis meses de vida, Wesley retornou ao HCor para o segundo estágio da cirurgia de recons-trução da aorta e consequente trans-formação do ventrículo direito no ven-trículo “sistêmico”, ou seja, fazendo o papel do ventrículo esquerdo.

Após esta segunda cirurgia, o “pe-queno guerreiro”, como Wesley passou a ser chamado carinhosamente pela equipe da cardiopediatria, enfrentou ainda vários procedimentos para ten-tar restabelecer as funções cardíacas como correção na válvula e colocação de prótese mecânica, mas mesmo assim o caso evoluiu para um quadro grave de

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insuficiência cardíaca por falência da função contrátil do ventrículo direito. Não restava outra alternativa senão a realização urgente de um transplante cardíaco. Wesley foi colocado na fila de transplante de coração do Sistema Nacional de Transplantes e passou a depender da sorte, num processo de espera angustiante.

Devido à emergência da situação, com o bebê internado na UTI em ven-tilação mecânica (respirando por apa-relhos e recebendo drogas vasoativas potentes para manter a contração de seu debilitado coração), o caso assumiu prio-ridade na fila de transplantes e Wesley conseguiu uma doadora de seis anos que teve morte cerebral após um acidente.

“Tornar o HCor um Centro de Transplante Cardíaco Pediátrico foi uma conquista recente do grupo da Cardiolo-gia Pediátrica e Cardiopatias Congêni-tas do HCor coordenado pela Dra. Ieda Jatene. Wesley foi o segundo paciente de transplante cardíaco pediátrico realiza-do pelo nosso grupo”, comemora Dra. Cristiane Ximenes, cardiologista pediá-trica do Grupo de Transplante Cardíaco Pediátrico do HCor.

Segundo a cardiologista, o tempo de espera na fila por um coração foi surpreendentemente curto e a notícia de um órgão compatível veio do inte-rior de São Paulo, na primeira semana de 2015. “A cirurgia para transplante

foi realizada pelo Dr. Marcelo Jate-ne, Dra. Fabiana Succi e Dra. Patri-cia Marques de Oliveira, do grupo de transplante pediátrico do HCor, e foi um sucesso. O pós-operatório na UTI pediátrica foi liderado pela Dra. Solange Copolla, intensivista do gru-po. Todas as dificuldades foram supe-radas e Wesley teve uma ótima recupe-ração”, esclarece Dra. Ximenes.

A luta do pequeno guerreiro ainda estava longe de terminar. O pós-opera-tório e o seguimento ambulatorial de pacientes pediátricos que recebem um transplante de coração é muito mais do que um acompanhamento médico, pois envolve uma equipe multiprofis-sional composta por fisioterapeutas, psicólogas, farmacêutica, nutricionista e assistente social, além da equipe de enfermagem pediátrica.

Ainda se recuperando do impacto emocional do transplante, os pais nem tiveram tempo de comemorar o êxito do procedimento e já foram surpreen-didos com uma péssima notícia: após 24 dias com o novo coração, ele apre-sentou uma crise convulsiva e evoluiu para um quadro de AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico, o deixando sem movimento no braço e perna esquerdos.

Wesley foi então submetido a uma tomografia de crânio que confirmou o diagnóstico de AVC. O pequeno guer-

Os avanços da cirurgia neurológica pediátrica“No dia 15 de fevereiro fomos chamados na UTI Pediátrica do HCor para avaliar-mos o pequeno Wesley, que estava em coma profundo e paralisia do lado es-querdo do corpo, por ter sofrido um ex-tenso sangramento cerebral, resultante da anticoagulação do sangue, necessá-ria após a cirurgia cardíaca, no qual ele foi submetido para reparar um defeito congênito”, explica o neurocirurgião do HCor, Prof. Dr. Guilherme Lepski.De acordo com o neurocirurgião, nes-tes casos há pressa em se evacuar o sangramento para que a pressão dentro do crânio se normalize o quanto antes. Dependendo do tamanho, esses hema-tomas causam destruição importante do cérebro. Em adultos, essa condição é popularmente conhecida pelo nome de “derrame”.Em crianças a realidade é diferente. No caso do Wesley, mesmo em coma pro-fundo e com perda da movimentação de um lado do corpo, a chance de recu-peração completa é muito grande. Isso porque o cérebro da criança tem um potencial de regeneração muito maior em relação ao cérebro de um adulto. Numerosas células-tronco imaturas, dentro do cérebro da criança, se mul-tiplicam e repovoam as áreas lesadas, formando novos circuitos que resti-tuem os circuitos perdidos. “Por esse motivo, em crianças há sem-pre chances de se investir no tratamen-to, mesmo quando a situação possa parecer sombria, pela esperança de recuperação completa. Graças a essas propriedades do cérebro da criança, o pequeno Wesley pôde se recuperar completamente. Com os recursos técni-cos disponíveis hoje em dia, a realidade da cirurgia pediátrica neurológica mu-dou muito e para melhor”, esclarece

Dr. Lepski.

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Matéria de Capa

O cenário das cardiopatias congê-nitas ainda representa um grande desafio no país. Dos bebês que nascem com problemas no cora-ção e precisam de cirurgia repa-radora, menos de 40% conseguem o tratamento adequado. O Brasil registra cerca de três milhões de nascimentos por ano, dos quais 25 mil têm problemas no coração. Cerca de 2% de todos os bebês nascidos são portadores de mal-formações congênitas, sendo as cardiopatias as mais frequentes e graves. As patologias do coração têm incidência infantil significati-va, atingindo de cinco a oito crian-ças a cada 1000 nascidas. Cerca de 50% das cardiopatias congê-nitas são tão graves que podem trazer sintomas ainda dentro do útero ou imediatamente após o nascimento, com a necessidade de tratamento específico nas primei-ras horas ou dias de vida.O conhecimento pré-natal das anomalias cardíacas favorece imensamente a evolução clínica destes bebês, pois permite uma programação do local ideal do nascimento, da idade gestacional e via de parto apropriada. Atual-mente, já é possível tratar ou me-lhorar 70% das cardiopatias con-gênitas, principalmente aquelas de menor gravidade, com técnicas de cateterismo. Em casos mais graves, a cirurgia se faz necessá-ria e nos mais complexos optamos pelos procedimentos híbridos, em que o cirurgião e o intervencionis-ta trabalham juntos.

Sem tratamento, 95% dos be-

bês com a Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo, considera-da a cardiopatia congênita mais grave e uma das mais prevalentes diagnosticada intra-útero, podem não sobreviver ao primeiro mês de vida. Os portadores desta sín-drome nascem com o ventrículo esquerdo debilitado. “O tratamento para os portadores desta cardiopatia exige a reali-zação de três cirurgias cardíacas durante os primeiros dois anos de vida ou um transplante cardíaco. Devido aos grandes avanços na cirurgia, bem como nas técnicas intervencionistas e, principalmen-te, na medicina fetal, muitas crian-ças que nascem com esta doença estão tendo horizontes menos dolorosos”, explica Dra. Cristiane Ximenes, do Grupo de Transplante Cardíaco Pediátrico do HCor. De acordo com a Cardiologista Pediátrica e Fetal, Dra. Simone Pedra, da Unidade Fetal HCor, as cardiopatias congênitas podem ser detectadas ainda na vida fe-tal. Durante a gestação, alguns exames facilitam a detecção da doença. “Exames de ultrassom morfoló-gico, que são realizados rotinei-ramente no primeiro e segundo trimestres gestacionais fazem o rastreamento da má formação no coração da criança. Quando há suspeita de alguma anormalidade, é realizado então um ecocardio-grama fetal, que permite avaliar e detectar detalhadamente anor-malidades estruturais e da função cardíaca”, esclarece Dra. Simone.

reiro foi levado de imediato ao centro cirúrgico para realizar uma cranioto-mia para drenagem do sangue em seu cérebro - procedimento realizado com sucesso pela equipe do neurocirurgião do HCor, Dr. Guilherme Lepski.

Recomeçava uma nova luta na UTI agora para reverter o quadro de lesão cerebral. Após mais de 30 dias em tra-tamento intensivo com realização de fisioterapia motora intensa, o peque-no guerreiro venceu mais essa batalha e recuperou todos os movimentos do lado esquerdo. A partir daí, a fé inaba-lável dos pais se fortaleceu ainda mais com esta vitória e as esperanças se re-novaram para enfrentar os próximos desafios que vão pontuar a infância de Wesley.

Em abril de 2015 Wesley recebeu alta da UTI Pediátrica com uma festi-nha em celebração ao seu aniversário e, mesmo em isolamento, deliciou-se com a cobertura de um bolo de chocolate e fez brincadeiras que arrancaram sorri-sos (e lágrimas) de toda equipe do HCor e dos familiares.

Ainda recebendo medicamentos para evitar a rejeição do novo coração, Wesley continuará regularmente suas consultas no HCor, sempre embaladas por muita energia, sorrisos contagian-tes, e claro, uma vontade de viver capaz de superar os mais complexos prog-nósticos. “Meu filho nasceu de novo e minha dedicação a ele será 24 horas por dia. Foram momentos de luta, mas a mi-nha fé só aumentou. Desde que o Wes-ley nasceu me tornei uma pessoa me-lhor, mais completa e, diante de tantas provações, o amor por ele só aumentou nestes dois anos de batalha. Ele é um exemplo de força, fé e garra”, esclarece a mãe do pequeno guerreiro.

A importância do diagnóstico fetal

Campanha socialA Associação do Sanatório Sírio,

mantenedora do HCor, lançou campa-nha para arrecadar recursos para o tra-tamento de crianças cardiopatas caren-tes da cardiopediatria. Para saber como colaborar ligue (11) 3053-6507.

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M uitas pessoas começam a pra-ticar atividades físicas para espantar o sedentarismo e ter

uma vida mais saudável. No entanto, não imaginam que a cada passo dado podem estar se aproximando de um proble-ma comum, muitas vezes subestimado: lesões no joelho.

“A mídia incentiva a pratica de ati-vidades físicas, e isso é ótimo. No entan-to, é preciso orientar as pessoas a ma-neira adequada de praticá-las. De certa forma, a superação e a dor fazem parte da cultura do esporte, mas do pon-to de vista da saúde isso não é bom. A

A importância do fortalecimento muscular na prevenção de lesõesIniciar a prática esportiva com exercícios de baixo impacto, aumentando a intensidade e a carga gradativamente, são alternativas para não sobrecarregar os joelhos

dor é um alarme do corpo”, afirma Dr. Marcio Ferreira, ortopedista do HCor.

Segundo o ortopedista, as lesões no joelho são comuns em parte pela anato-mia da articulação, mas principalmente pelos hábitos de vida das pessoas. “É o que eu chamo de “Tripé da Consulta”: o sobrepeso, a falta de condicionamen-to e a falta de orientação”, afirma o Dr. Ferreira.

A articulação do joelho depen-de muito da musculatura para não ser sobrecarregada. Por isso, sair corren-do por aí sem estar preparado não é a melhor maneira de “vencer” o seden-

tarismo. Antes de qualquer iniciativa esportiva é preciso passar por exames clínicos e ortopédicos.

Uma das primeiras medidas para manter seus joelhos seguros é começar a prática de exercícios aeróbicos com ati-

vidades de baixo impacto (caminha-das, bicicleta ergométrica, elípticos e atividades hídricas – hidroginás-

tica e natação). A intensidade e a duração devem ser aumentadas de acordo com o ganho de con-dicionamento físico. Ao mesmo tempo, um programa de forta-lecimento muscular deve ser iniciado para agregar força e resistência ao corpo e permitir uma evolução física sadia.

Deve-se ressaltar que as pes-soas possuem características físicas

diferentes como idade, biótipo, peso, capacidade física inicial e até mes-mo alguma doença pré-existente. Portanto, as orientações devem ser individualizadas.

“O ideal é que a pessoa tenha orientação de um profissional para a realização das atividades,

e comece o fortalecimento muscular com exercícios isométricos evoluindo para os isotônicos, objetivando sempre força e resistência. A duração e intensi-dade de carga dos exercícios devem ser crescentes, aumentando cerca de 10% a 20% por semana, para que o corpo acei-te bem o acréscimo de esforço, mini-mizando, assim, as chances de lesões”, explica Dr. Ferreira.

Adotar estas medidas é impor-tante, pois o tratamento das lesões por sobrecarga articular geralmente não se resolve na velocidade que os “atletas” desejam, sendo que algumas ainda po-dem necessitar de reparo cirúrgico. Não podemos esquecer que as dores e lesões

No exercício isotônico os músculos são trabalhados e as fibras musculares são alteradas durante a atividade, como na cadeira extensora

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provocam frustração e desânimo, fatores estes que contribuem para o abandono das atividades físicas.

O segredo para manter os joelhos livres das dores, segundo o ortopedis-ta, está na opção e adoção consciente de hábitos de vida saudáveis, e não esquecer de dedicar parte dos treinos à prevenção. “Falta prevenção e sobra transpiração. Na maioria das consultas que tenho, preciso orientar o paciente a adotar novos hábitos esportivos. Muitas vezes, a ação de melhora clínica cabe so-mente a algumas mudanças no padrão das atividades que as próprias pessoas realizam, não necessitando de nenhuma intervenção terapêutica”, analisa.

Portanto, vale a pena cumprir to-das as etapas de adaptação aos treinos e evoluir gradativamente com os es-forços, afinal quanto mais fortalecida estiver a musculatura, menor serão as chances de lesões no joelho.

Selo de Qualidade Internacional

O HCor é considerado um dos prin-cipais centros de excelência do país. Acre-ditado pela Joint Comission Internatio-nal - JCI, entidade renomada que avalia padrões de qualidade na área de saúde, o hospital tem buscado ampliar as certifica-ções internacionais de seus serviços.

Machucou o joelho? Veja como procederConfira algumas dicas que devem ser adotadas em caso de lesão nas articulações:

1- Proteja a articulação da me-lhor forma possível.

2- Mantenha a articulação em re-pouso: quanto menos mexer, menor a chance de agravar o problema.

3- Coloque gelo por 20 minutos e, se possível, faça uma com-pressão leve no local. O frio tem efeito analgésico e com-prime os vasos sanguíneos, evitando o inchaço da região.

4- Eleve o membro para evitar acúmulo de sangue na área.

5- Procure um serviço médico para uma avaliação clínica.

Referência nacional no tratamento de atletas e esportistas

A área de ortopedia do HCor, que conta com renomados cirurgiões como o Dr. Gilberto Camanho e o Dr. Rene Jorge Abdalla, se consolidou como referência nacional no tratamento de atletas amado-res e de alta performance esportiva.

Alan Kardec e Rodrigo Caio, jo-gadores do São Paulo, são exemplos de atletas que trataram recentemente suas lesões no HCor.

O principal objetivo deste serviço especializado é prestar um atendimento individualizado, diferenciado e atualiza-do nos tratamentos clínico, cirúrgico e de reabilitação (fisioterapia).

Por meio de consultas e avaliações realizadas por uma equipe multiprofis-sional, o serviço de ortopedia define o melhor tratamento, assim como o plane-jamento de treinos e prevenção de lesões.

Aliado aos mais altos padrões de tecnologia para o tratamento das lesões articulares, o HCor dispõe de apare-lhos capazes de mensurar disfunções que aumentam as chances de lesão. São exemplos desses instrumentos diag-nósticos o dinamômetro Isocinético Cybex® para avaliação e treinamento da força e equilíbrio muscular, o Ba-lance System® para mensuração e trei-namento da propriocepção articular, o SportsMetrics™, utilizado na avaliação da biomecânica dos membros inferio-res durante o salto e o KT-1000® para avaliação da integridade do ligamento cruzado. O HCor conta também com um serviço de fisioterapia que oferece trata-mentos preventivos e pós-operatórios para atletas profissionais e amadores. Um dos coordenadores, o fisioterapeuta Fabio Mosconi, destaca que, além de protocolos para reabilitação pós-cirúr-gica ou tratamento conservador para lesões não cirúrgicas, o setor oferece avaliações funcionais, capazes de iden-tificar as causas que geram lesões por sobrecarga e corrigi-las a partir de um tratamento global a fim de diminuir sintomas e a progressão da lesão.

Ortopedia

No exercício isométrico os músculos são trabalhados sem que as fibras musculares sejam alteradas: na foto, o paciente trabalha os músculos da coxa isometricamente

Depois de con-quistar as acredita-ções da JCI para os Programas Clínicos de Infarto Agudo do Miocárdio e Insufi-ciência Cardíaca, o HCor está finalizan-do os protocolos para certificar também o Programa Clíni-co em Artroplastia, responsável pela admissão, tratamen-

to e pós-operatório relacionados a próteses de joelho e quadril.

O objetivo é elevar ainda mais a qualidade dos serviços prestados. A expectativa é alcançar a Acreditação até meados de 2016.

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Stent bioabsorvível reduz chances de novas obstruções nas artériasPrótese feita com material especial de uso biológico permite a normalização do fluxo sanguíneo no vaso obstruído e diminui o risco de novos entupimentos

O stent bioabsorvível é uma tec-nologia pioneira e revolucio-nária na cardiologia que vem

sendo estudada há dez anos. Recente-mente começou a ser aplicada efetiva-mente no HCor com resultados bas-tante promissores. Após a aprovação da ANVISA, no começo de 2015, estes stents puderam ser implantados em pa-cientes.

Produzidos com um material especial de uso biológico, os stents bioabsorvíveis são próteses que, em contato com a parede dos vasos san-guíneos, reagem quimicamente, sen-do transformados em água e dióxido de carbono, com objetivo de deixar os vasos livres das placas de gordura e do próprio stent, que serviu de “molde” quando foi implantado.

De acordo com o Dr. José Eduardo Sousa, responsável pelo Serviço de Hemodinâmica do HCor e criador do stent convencional e do farmacológi-co, bem como o responsável pelo pri-meiro implante do stent bioabsorvível em paciente no HCor, a reabsorção destes novos stents começa seis meses após o implante e desaparece em até dois anos sem deixar qualquer sinal do seu uso prévio.

“Essa tecnologia não provoca novo risco ao organismo. Além disso, um dos efeitos do uso desse polímero é a diminuição do risco da formação de coágulos no local do stent, que é intro-duzido por meio da angioplastia, em

Atualmente, a angioplastia coro-

nária é a forma mais co-mum de tratamento para doença

arterial coronariana, que é a presença de entupimentos nas artérias do coração. A angioplastia utiliza os stents metálicos – uma “molinha” colocada pela virilha ou pelo punho, que atinge o coração e desobstrui a artéria.

Já os stents metálicos farmacológicos possuem uma medicação que é liberada no local do entupimento nos primeiros 30 dias após o procedimento. Este stent desobstrui de maneira imediata a artéria e a medicação atua na região para diminuir a probabilidade de voltar o entupimento.

Há algumas situações em que os stents metálicos ainda são melhores, especialmente em casos de interven-ções em vasos muito pequenos e tortu-osos. Isso porque os dispositivos me-tálicos ainda são muito mais finos do que os bioabsorvíveis. Com o tempo, os bioabsorvíveis se tornarão uso padrão em grande parte dos casos, especial-mente em pacientes mais jovens ou com outros problemas de saúde, como o diabetes, que fazem com que a doen-ça avance muito mais rapidamente.

pessoas com obstrução nas artérias. Inserido no vaso obstruído, ele permi-te a normalização do fluxo sanguíneo e diminui o risco de doenças como o infarto”, esclarece Dr. Sousa.

Para o cardiologista, o fato de o novo produto ir desapa-recendo com o tempo pode trazer algumas vantagens ao paciente, pois sendo eliminado evita os riscos de trombose. “No caso do stent feito de metal pode haver uma coagulação exa-gerada em torno da prótese, o que pode gerar a necessi-dade de um novo implante no futuro. Como o stent bioabsorví-vel vai se dissolvendo, a chance de isso acontecer é menor”, afirma.

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Inovação

O HCor comemorou em 2015 um ano da inauguração da Sala Hí-brida Cardiovascular com uma

performance bastante animadora: 160 procedimentos realizados. Com equipa-mentos de última geração, o ambiente permite que o cirurgião cardíaco e o intervencionista atuem juntos em pro-cedimentos de alta complexidade, com todo suporte integrado de exames de imagens de alta resolução atualizadas em tempo real.

O Raio X, por exemplo, fornece imagens tridimensionais e tomográfi-cas. Isso dá mais segurança ao médico para analisar casos mais complexos. As imagens podem ser sobrepostas e com-paradas no sistema computadorizado da sala híbrida, para garantir precisão aos casos mais delicados e complexos.“Essa integração de imagens também pode ser usada como guia de navegação em cirur-gias e isto possibilita uma recuperação mais rápida do paciente, pois a tecno-

Sala Híbrida Cardiovascular abre novas perspectivas para tratamentos de alta complexidade

logia aplicada ao procedimento o torna menos invasivo”, esclarece Dr. Alexan-dre Abizaid, Coordenador Médico da Sala Hibrida de Cardiologia HCor.

Os principais benefícios relaciona-dos à utilização da sala híbrida e da ci-rurgia minimamente invasiva envolvem diversos aspectos. A ergonomia de um ambiente de trabalho amplo facilita a mobilidade entre a equipe multiprofis-sional, e abriga de maneira adequada todos os equipamentos necessários à intervenção.

“Segurança é outra perspectiva importante, pois o tratamento de qual-quer complicação relacionada aos pro-cedimentos percutâneos ou híbridos encontra na sala híbrida um local mais propício de intervenção, além de ofe-recer melhor resultado estético, menor trauma cirúrgico e redução no tempo de recuperação dos pacientes quando comparados à cirurgia convencional”, enfatiza Dr. Abizaid.

Este ambiente com avançadas tec-nologias ganha cada vez mais relevância no atual cenário da cardiologia, visto que as terapias híbridas (que unem ci-rurgia e procedimentos minimamente invasivos) representam uma opção cada vez mais utilizada no tratamento de pacientes de alto risco e com doenças cardiovasculares complexas, com o ob-jetivo de oferecer maior segurança para o procedimento.

“Além disso, apesar de toda tecno-logia oferecida, o sucesso do tratamento dependerá do planejamento adequado e da integração da equipe multidiscipli-nar: médicos intervencionistas, cirurgi-ões, equipe de enfermagem e adminis-trativo, laboratório, banco de sangue, engenharia clínica, Tecnologia da In-formação, entre outros. Todos agindo de uma maneira conjunta para o desfecho favorável do tratamento”, finaliza o co-ordenador Médico da Sala Híbrida de Cardiologia HCor.

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Diagnóstico precoce é chave para sucesso no tratamento da endometrioseDoença, que afeta cerca de 176 milhões de mulheres no mundo, interfere no bem-estar da paciente, provocando dores, inflamações e infertilidade

Apesar de sua alta incidência – acomete uma em cada dez pacientes em fase reprodutiva

– a endometriose ainda é uma doença diagnosticada tardiamente. Disseminar informações sobre o assunto continua sendo um dos maiores desafios dos gi-necologistas. Ensinar a mulher a iden-tificar os primeiros sinais da doença, se possível ainda na adolescência, e adotar questionamentos mais específicos nas consultas de rotina são algumas iniciati-vas para tentar identificar precocemen-te o problema.

No período fértil, o organismo pre-para o útero para receber a gestação, o que só é possível devido à ação dos hormônios estrogênio e progesterona. Quando não ocorre a gravidez, há uma descamação da camada interna do útero, o endométrio, resultando na menstrua-ção. Não se sabe exatamente o porquê, mas esse tecido pode seguir em outras direções e se instalar principalmente nos ovários e tubas uterinas, peritônio (tecido que recobre os órgãos da cavida-de abdominal), ligamentos que dão sus-tentação ao útero, espaço entre o reto e a vagina e miométrio (camada muscular do útero).

Cólicas menstruais e incômodo na relação sexual sinalizam a endometrio-se. “Tratam-se de dores que evoluem de forma progressiva, aumentando a cada ciclo, a cada relação, tornando-se into-leráveis e exigindo cada vez mais medi-camentos para o alívio da dor”, explica o ginecologista do HCor Dr. Celso Luiz Borrelli.

O risco para a endometriose pode ser maior em mulheres cujas mãe e ir-mãs sofreram do mal, sugerindo fatores genéticos envolvidos. Outras pesquisas indicam problemas imunológicos que reduziriam as defesas do organismo e

Existem dois tipos de endometriose: a superficial e a profunda. O diagnóstico precoce é importante para melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas pela doença

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Saúde da Mulher

facilitariam o crescimento do endomé-trio em outros órgãos. Mas há um perfil comum entre mulheres com o problema: são bem ativas, ansiosas, com atividade profissional intensa, que mesmo com dor, continuam com suas rotinas - o que explica por que a endometriose é cha-mada de doença da mulher moderna.

Apesar de negligenciados, o sangue na urina ou nas fezes durante a mens-truação com forte dor abdominal tam-bém é sintoma da doença, só que em es-tágio avançado, com comprometimento do intestino ou bexiga. Como está sob a ação dos hormônios, esse endométrio, mesmo fora do útero, continua se mul-tiplicando, sangrando e provocando dor na menstruação, por isso o sangue é ex-pelido pelo reto ou pela bexiga.

Diagnóstico e tratamentos

Além das queixas da paciente, há outras formas de detecção da endome-triose, como exame clínico, por meio do toque vaginal, realizado por um profissional experiente e considerado de grande valia. “Mas os exames de imagem, como ultrassom transvaginal (com preparo intestinal) e a ressonân-cia magnética são fundamentais”, afir-ma o ginecologista. Outro exame a ser solicitado é o de dosagem sanguínea do marcador Ca125, feito no início do ciclo menstrual.

A endometriose é classificada se-gundo a sua severidade e seu compro-metimento. Os médicos identificam a versão superficial, quando o peritônio e a superfície de órgão pélvicos, como útero, ovário, tubas e bexigas são aco-metidos, produzindo poucos sintomas de dor, mas que pode resultar em in-fertilidade. Na versão profunda, o in-testino e a bexiga são comprometidos, e camadas internas desses órgãos são afetadas, causando dor mais intensa e incapacitante, bem como sangramentos nas fezes e na urina. Há a endometriose interna, localizada na camada muscu-lar do útero, e chamada de Adenomiose,

responsável por fortes cólicas na mens-truação.

Estima-se que entre 30% e 50% das mulheres com endometriose não consigam engravidar. Segundo o Dr. Giuliano Borrelli, também ginecologis-ta do HCor, a dificuldade na gestação é multifatorial: pode estar relacionada a problemas funcionais provocados pela doença (quando envolve os ovários), me-cânicos (obstruções das trompas), além de fatores imunológicos.

A boa notícia é que, com o avanço das pesquisas e a melhora progressiva da qualidade dos exames, a endometrio-se pode ser diagnosticada e tratada pre-cocemente. As cirurgias laparoscópicas, por exemplo, são eficazes em casos de endometriose superficial e nos ovários - onde é feita uma pequena incisão no

ovário para retirada da cápsula de san-gue formada no local. Para tratar as endometrioses profundas recorre-se a cirurgias mais complexas, envolvendo equipe multiprofissional. Em casos de infertilidade, há opções oferecidas pelas técnicas de fertilização assistida que são bem-sucedidas e permitem às mulheres engravidar.

Há ainda o tratamento hormonal, uso de pílulas anticoncepcionais que impedem a menstruação. Mais recen-temente foi lançado um método espe-cífico, somente à base de progesterona, com ação nesses focos de endometriose, que tem mostrado redução da doença. Já nas lesões superficiais causadas pelo endométrio, o processo de cauterização desses focos no peritônio pode ser uma alternativa.

A doença pode complicar o desejo de engravidar, mas há tratamentos e alternativas que permitem às mulheres realizarem este sonho

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CardiopediatriaNo último triênio, o HCor realizou 730 tratamentos

cirúrgicos e/ou hemodinâmicos em pacientes com cardiopatias

congênitas. Para as gestantes foram realizados 2.059 exames

de ecocardiogra�a fetal, 51 partos e 966 exames

de ultrassom morfológico.

NeurologiaA partir de 2015, o HCor

passou a oferecer 90 vagas aos pacientes do SUS de alta

complexidade para realização de radiocirurgias com Gamma

Knife, equipamento que remove tumores cerebrais

sem incisões.

TelemedicinaO serviço de Telemedicina do

HCor atua na emissão de laudos à distância para eletrocardiogramas

realizados em atendimentos de emergência que ocorrem tanto nas

ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), quanto nas Unidades de

Pronto Atendimento (UPAs) de todas as regiões

do país.

PesquisaO Instituto de Pesquisa HCor coordena e executa projetos

multicêntricos nacionais e internacionais. Entre os principais

objetivos destacam-se a publicação de artigos, apresentação de

temas-livres em eventos cientí�cos e a geração de patentes para produtos

decorrentes das pesquisas.

GestãoO Laboratório de Inovação em Planejamento, Gestão,

Avaliação e Regulação de Políticas, Sistemas, Redes e Serviços de Saúde (LIGRESS) do HCor desenvolve, entre outras atividades, cursos e pesquisas

com o objetivo de aprimorar o trabalho realizado pelos

gestores que atuam no SUS.

Capacitação O HCor capacitou 54 médicos

do SUS para diagnosticar e rastrear cardiopatias fetais, 27 pro�ssionais de saúde para a

realização de cirurgias cardiovasculares, em Manaus, e 465 gestores

hospitalares de 16 Estados do Brasil. No total, a parceria HCor e

PROADI-SUS contribuiu para o aprimoramento de mais de

5,6 mil pro�ssionais.

24 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

Projetos do HCor promovem avanços na saúde pública do país

O ano de 2015 marcou o iní-cio do terceiro triênio do convênio do Hospital do

Coração (HCor) com o Progra-ma de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O balanço do período é marcado pela imple-mentação de importantes projetos que têm contribuído expressi-vamente com o avanço da saúde pública no país. Com iniciativas que contemplam várias frentes de atuação, envolvendo desde a reali-zação de cirurgias de alta comple-xidade em crianças cardiopatas e pacientes com tumores cerebrais até programas de pesquisa, ensino e capacitação de equipes médicas e profissionais de saúde, em várias regiões carentes do país, a parce-ria firmada com o Ministério da Saúde em 2009 vem sendo amplifi-cada em diversos setores.

“Em 2015 dobramos o volume de laudos de emergência fornecidos pelo nosso serviço de Telemedici-na para as ambulâncias do SAMU e Unidades de Pronto Atendimento de todo país, além de intensificar os programas de capacitação médi-ca em regiões que não dispõem de recursos de atualização científica e gestão hospitalar”, afirma Dra. Bernardete Weber, superintendente de Qualidade e Responsabilidade Social do HCor.

No último triênio, um dos desta-ques das ações filantrópicas do HCor no PROADI-SUS ficou por conta da

área de Cardiopediatria. No total, foram realizados 3.826 atendimen-tos ambulatoriais a crianças com cardiopatias de alta complexidade (226 casos acima da meta acordada com o PROADI-SUS), e 290 atendi-mentos hospitalares. “Esse volume já representa cerca de 8% do número total de atendimentos ambulatoriais dentro do hospital”, explica a Dra. Bernardete.

Na Unidade de Cardiologia Fetal, outra importante área de referência da Cardiopediatria do HCor em favor do SUS, foram re-alizados 2.059 exames de ecocar-diografia (619 acima da meta esta-belecida pelo convênio), 51 partos de gestantes oriundas de seis Es-tados brasileiros, 966 exames de ultrasson morfológicos (156 acima do previsto), além de 40 cirurgias fetais. Já em relação ao tratamen-to de cardiopatias congênitas em recém-nascidos, foram realizados 131 tratamentos cirúrgicos e/ou hemodinâmicos.

A capacitação de profissionais de saúde e hospitais da rede públi-ca também tem se destacado. Por meio de diferentes iniciativas, o HCor capacitou, somente no últi-mo triênio, 54 médicos do SUS de 14 Estados do país, a diagnosticar e rastrear cardiopatias fetais. Além disso, ofereceu treinamento a ou-tros 27 profissionais de saúde de 12 especialidades diferentes para a realização de cirurgias cardio-vasculares no Hospital Francisca

Mendes, em Manaus. “Por meio destas três áreas de atuação, a parceria com o PROADI-SUS tem possibilitado melhorias significa-tivas no diagnóstico e também no tratamento pré-natal de anomalias e má formação congênita na rede pública de saúde, ajudando a sal-var a vida de um grande número de crianças em diferentes partes do país”, afirma a superintendente.

A partir de 2015, outro impor-tante projeto passou a integrar a parceria com o Ministério da Saú-de, desta vez na área de neurologia. Trata-se da abertura de 90 vagas para a realização de radiocirurgias em pacientes da rede pública com o Gamma Knife. O equipamento permite remover tumores, entre outras lesões cerebrais, sem inci-sões. “Essa iniciativa proporciona aos usuários do SUS acesso a uma tecnologia inovadora que traz be-nefícios relevantes aos pacientes”, avalia a Dra. Bernardete.

Em parceria com o SUS, a Superintendência de Qualidade e Responsabilidade Social do Hospital do Coração viabiliza atendimento cirúrgico e ambulatorial gratuitos para casos de alta complexidade em cardiologia e neurologia, além de promover a capacitação de médicos e hospitais da rede pública

HCor Saúde

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CardiopediatriaNo último triênio, o HCor realizou 730 tratamentos

cirúrgicos e/ou hemodinâmicos em pacientes com cardiopatias

congênitas. Para as gestantes foram realizados 2.059 exames

de ecocardiogra�a fetal, 51 partos e 966 exames

de ultrassom morfológico.

NeurologiaA partir de 2015, o HCor

passou a oferecer 90 vagas aos pacientes do SUS de alta

complexidade para realização de radiocirurgias com Gamma

Knife, equipamento que remove tumores cerebrais

sem incisões.

TelemedicinaO serviço de Telemedicina do

HCor atua na emissão de laudos à distância para eletrocardiogramas

realizados em atendimentos de emergência que ocorrem tanto nas

ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), quanto nas Unidades de

Pronto Atendimento (UPAs) de todas as regiões

do país.

PesquisaO Instituto de Pesquisa HCor coordena e executa projetos

multicêntricos nacionais e internacionais. Entre os principais

objetivos destacam-se a publicação de artigos, apresentação de

temas-livres em eventos cientí�cos e a geração de patentes para produtos

decorrentes das pesquisas.

GestãoO Laboratório de Inovação em Planejamento, Gestão,

Avaliação e Regulação de Políticas, Sistemas, Redes e Serviços de Saúde (LIGRESS) do HCor desenvolve, entre outras atividades, cursos e pesquisas

com o objetivo de aprimorar o trabalho realizado pelos

gestores que atuam no SUS.

Capacitação O HCor capacitou 54 médicos

do SUS para diagnosticar e rastrear cardiopatias fetais, 27 pro�ssionais de saúde para a

realização de cirurgias cardiovasculares, em Manaus, e 465 gestores

hospitalares de 16 Estados do Brasil. No total, a parceria HCor e

PROADI-SUS contribuiu para o aprimoramento de mais de

5,6 mil pro�ssionais.

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Filantropia

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26 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

Tenda contra dengue realizou 2.376 atendimentos na zona norte de São Paulo

Equipe voluntária do Hospital do Coração atuou na região de Taipas durante cinco semanas.

Na cidade de São Paulo foram registrados 4.436 casos de dengue no primeiro trimestre de 2015 contra 1.412 no mesmo período de 2014. Preocupada com o alto índice de pessoas diagnos-ticadas com dengue, a Prefeitura firmou uma par-ceria com o HCor e outras instituições privadas para promover uma ação emergencial.

A tenda do HCor anexa à AMA/UBS Elísio Teixeira Leite, na região de Taipas, funcionou en-tre os dias 13 de abril e 18 de maio de 2015. Neste período, foram contabilizados 2.376 atendimen-tos à população. Destes, 17 foram diagnosticados com dengue C e D (casos hospitalares).

As tendas foram instaladas em pontos estraté-gicos, onde havia foco do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Esta ação só foi possível por intermédio dos colaboradores do HCor, que se inscreveram internamente para atuarem como voluntários no atendimento à população”, conta a Dra. Bernadete Weber, superintendente de Quali-dade e Responsabilidade Social do HCor.

O HCor disponibilizou 20 voluntários para a tenda, sendo: um supervisor médico, 24 médicos clínicos, 13 enfermeiros, 51 técnicos de enferma-gem, 14 assistentes de atendimento, 2 auxiliares de limpeza e 1 segurança. Os profissionais do hos-pital atuaram em período integral das 8 às 18h.

Na avaliação da Dra. Bernardete, dimi-nuir os casos desta doença na cidade de São Paulo é uma missão de extrema urgência. “Toda a equipe voluntária do HCor envolvida nesta ação se dedicou intensamente no combate à dengue, que já se tornou uma epidemia em São Paulo. Graças a todo esse empenho, nossa mis-são foi cumprida com sucesso”, explica a supe-rintendente de Qualidade e Responsabilidade

Social do HCor.

Telemedicina amplia atendimentosPara aprimorar cada vez mais a eficácia do atendi-

mento de emergência do SUS em nível nacional, o HCor possui há seis anos o projeto Telemedicina, que consiste na emissão de laudos à distância para eletrocardiogramas realizados tanto nas ambulâncias do Serviço de Atendi-mento Móvel de Urgência (SAMU), quanto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de todas as regiões do país. Da chegada do exame ao laudo emitido, o tempo é de até 10 minutos. Isso permite que os médicos tomem as provi-dências necessárias, antes mesmo que o paciente chegue ao hospital. Tal rapidez é fundamental para salvar vidas em casos de infarto e arritmias.

Este projeto foi ampliado neste triênio, incorporando também ações de Boas Práticas na Atenção à Cardiologia e Urgências Cardiovasculares, transferindo a experiência do HCor para usuários do SUS, por meio de protocolos e diretrizes, para linha de cuidado na insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio.

Só no primeiro semestre de 2015, o hospital emitiu cer-ca de 73 mil laudos à distância para diferentes partes do Brasil. Esse número corresponde praticamente ao volume total de atendimentos realizados em 2014, que ficou em pouco mais de 80 mil.

Participação do HCor no SUSEm 2008, o HCor foi reconhecido pelo Ministério da

Saúde como um dos seis hospitais de excelência que hoje inte-gram o convênio do PROADI com hospitais privados do país. Com objetivo de fortalecer e desenvolver a relação com a saú-de pública e atender às necessidades do SUS, o hospital tem ampliado o escopo de projetos nas seguintes áreas: Assistên-cia Cardiológica, coordenada pelo Serviço de Cardiopediatria, Ensino, Pesquisa e a divisão de Gestão de Redes e Serviços do Laboratório de Inovação em Planejamento, Gestão, Avaliação e Regulação de Políticas, Sistemas, Redes e Serviços de Saúde (LIGRESS) do HCor. “Os projetos que temos elaborado funcio-nam em ciclos de três anos”, explica a Dra. Bernardete.

Gestão Hospitalar Na área de gestão hospitalar, o Laboratório de Inovação

em Planejamento, Gestão, Avaliação e Regulação de Políticas, Sistemas, Redes e Serviços de Saúde (LIGRESS) do HCor desenvolve, entre diversas outras atividades, projetos com o objetivo de aprimorar o trabalho realizado pelos gestores que atuam no SUS. Para isso, o LIGRESS desenvolve projetos sob medida com foco na organização de redes de atenção à saúde. “O LIGRESS procura oferecer soluções e inovações de acor-do com o contexto específico encontrado nas redes de saúde disponíveis nas cinco regiões do país”, acrescenta a superin-tendente.

FilantropiaHCor Saúde

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Artigo

O exame de PET/CT é uma revolucionária técnica de diagnóstico por imagem que, além de mostrar imagens da anatomia do

corpo humano avalia alterações metabólicas do or-ganismo. Este exame pode ser empregado para o diagnóstico em oncologia, neuropsiquiatria e em cardiologia. O PET (Tomografia por emissão de pósitrons) e CT (Tomografia computadorizada) in-tegram informações anatômicas e moleculares em apenas um exame, fornecendo assim dados da fun-ção e comportamento das células que compõem os diferentes órgãos do nosso corpo humano.

O exame PET demonstra modificações moleculares que ocorrem usualmente antes que alterações anatômicas sejam detectadas pelos métodos de imagem disponíveis atualmen-te, como, por exemplo, no caso de um câncer que dissemina para outras regiões do corpo. A CT possibilita identificar ao mesmo tempo qual estrutura está comprometida, e se existe alguma anormalidade estrutural deste órgão.

Portanto, a combinação destas duas tecnologias, em apenas um tipo de exame, permite diagnosticar com maior precisão quando comparado com a eficácia de cada estudo

Prof. Dr. Carlos Alberto Buchpiguel assume o Serviço de PET/CT HCor

realizado de forma independen-te ou em separado. Além da sua aplicação em oncologia, o PET/CT pode auxiliar no diagnóstico pre-coce da demência de Alzheimer. Podem-se detectar alterações meta-bólicas que sugerem este diagnós-tico, de forma precoce, no cérebro de pacientes, antes que anormali-dades possam ser visíveis em exa-mes de tomografia ou mesmo de ressonância magnética.

“Em qualquer parte do corpo que existir um tumor em crescimento, o exame mostrará um sinal colorido que irá re-fletir a atividade tumoral. Por meio da união das imagens da PET com a da tomografia (CT) conseguimos identificar qual órgão ou tecido está invadido pelo câncer”, esclarece o Superintendente Médico do HCor, Dr. Carlos Alberto Buchpiguel, que acaba de assumir o serviço de PET/CT do HCor. Contudo, esta técnica está indicada apenas para cer-tos tipos de câncer, e toda indicação tem que ser realizada pelo médico que assiste o paciente.

Em qualquer parte do corpo que

existir um tumor em crescimento, o

exame mostrará um sinal colorido que irá

refletir a atividade tumoral”

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28 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

HCor Saúde

Movido pelo rápido avanço dos casos de câncer entre a população brasileira – de 489 mil casos novos em 2010 para uma estimativa de 576 mil em 2015, segundo dados do Instituto Nacio-nal do Câncer (INCA), o HCor reforça sua equi-pe multidisciplinar com a chegada do renomado oncologista Prof. Dr. Auro Del Giglio.

Graduado em medicina pela Universida-de de São Paulo, especializado em oncologia no Texas e hematologia em Houston, Dr. Gi-glio soma, em seus mais de 30 anos de carrei-ra, publicações, títulos, prêmios e atuações em importantes instituições no Brasil e no exterior. Atualmente, é professor titular de Hematolo-gia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Fundação ABC, chefe do Setor de Oncologia da Clínica do Instituto Brasileiro para o Controle do Câncer, Fellow do American College of Phy-sicians e livre-docente pela Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo. Foi eleito governador do American College of Physicians no período de 2010 a 2014 e presidente da Socie-dade Brasileira de Cuidados Paliativos (SBCP).

Ao longo dessa trajetória, Dr. Giglio focou seus trabalhos em uma medicina humanizada, buscando refletir, conhecer e priorizar sobre a importância do bem-estar e qualidade de vida de cada paciente e não apenas a aderência estri-ta a diretrizes protocolares. “O tratamento de pacientes oncológicos em um contexto humani-zado é capaz de atender aos anseios mais autên-ticos de cada um, valorizando o que de fato é importante para eles, de acordo com seus valores socioculturais”, define Dr. Giglio.

Para o HCor Onco, Dr. Giglio pretende compartilhar suas experiências nos cuidados paliativos, além de criar um serviço com ênfase acadêmica na formação de residentes, pesquisas científicas e estimular o desenvolvimento da Oncogeriatria, Hemato-Oncologia e o Trans-plante de Medula Óssea no HCor. “Planejo criar ferramentas que sejam capazes de integrar uma plataforma comum a todas as especialidades que cuidam de pacientes oncológicos e que precisam de tratamentos específicos, como a quimiotera-pia, radioterapia e a imunoterapia, por exem-plo”, elenca o oncologista.

Prof. Dr. Auro Del Giglio assume a coordenação do HCor Onco

O tratamento de pacientes oncológicos em um contexto humanizado é capaz de atender aos anseios mais autênticos de cada um, valorizando o que de fato é importante para eles, de acordo com seus valores socioculturais”

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Artigo

Diferentes formas de tratamento oferecidas a pacientes com câncer, associadas aos métodos mais tradicionais, contribuem expressivamente para me-lhoria do bem-estar, auxiliam no resgate da autono-mia, além de abrirem espaço para um diálogo mais transparente com a equipe médica.

A área de cuidados paliativos é uma das espe-cialidades que vem ganhando notoriedade dentro dos hospitais, pois visa ampliar o cuidado ao pacien-te, proporcionando a melhora de seus sintomas, ado-tando algumas técnicas da medicina complementar somada à medicina alopática. Esse panorama reflete a importância de implementar terapêuticas e inter-venções em prol da melhor qualidade de vida de to-dos os pacientes oncológicos e de seus cuidadores, da cura quando possível e do cuidado dos sintomas − quando a cura deixa de ser uma meta viável.

Atualmente, há muitas pesquisas a respeito do câncer, porém a maioria é baseada na perspectiva do médico, distanciando-se da relação médico-paciente e dos benefícios que podem advir quando esta é esta-belecida de forma adequada.Além disso, a perspecti-va de seus cuidadores se torna importante, pelo fato de que esses pacientes estão inseridos numa dinâmi-ca familiar, que é alterada a partir do diagnóstico, até a resolução ou a fase paliativa, impactando na evolução de sua doença.

Nos casos graves de câncer, a administração de cuidados paliativos não está diretamente ligada ao tratamento do tumor, mas promove uma melhora na qualidade de vida dos pacientes e, em alguns casos, permite que vivam um pouco mais. A conclusão é de

um teste clínico conduzido em três centros de pes-quisa dos Estados Unidos, liderado pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York, que acompanhou 207 pacientes.

O estudo, publicado na revista médica Journal of Clinical Oncology, constatou que a taxa de so-brevida um ano após o início do teste era de 63% para os pacientes que começaram a receber cuidados paliativos logo no início do tratamento. Já para os pacientes que tiveram um atraso de três meses a taxa foi de 48%.

O resultado foi uma melhora de 15% na medi-da de sobrevida após um ano para os pacientes que aderiram desde o início ao programa de cuidados paliativos. Apesar de seu efeito na sobrevivência dos pacientes, o intervalo para iniciar os cuidados espe-cíficos não influenciou muito as medidas de bem-es-tar dos pacientes ao fim do período de acompanha-mento, segundo o estudo.

No HCor há uma equipe multidisciplinar de Cui-dados Paliativos e Dor composta por médicos, psicó-logos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, que atua com foco no paciente, combinando ciência e humanismo, com a finalidade de proporcionar seu bem-estar em diversas fases do tratamento oncológico.

“É importante que o paciente oncológico en-frente a doença com sabedoria, utilizando as limi-tações que o tratamento produz em um período de reflexão, que pode ser traduzido, no futuro, em um ponto de melhora na qualidade de vida, principal objetivo dos cuidados paliativos, ou seja, acrescentar vida aos dias e não dias à vida”, finaliza Dr. Giglio.

A importância dos cuidados paliativos

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30 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

HCor Saúde

A doença hepática crônica e a cirrose são as principais causas de morte em pacientes adultos acima de 45 anos, sendo a quinta causa nos Estados Unidos, jun-tamente com as doenças respira-tórias. Soma-se a isto a recente epidemia de obesidade em vários países, incluindo o Brasil, sendo acompanhado da doença hepáti-ca gordurosa não alcoólica (depó-sito de gordura no fígado), e que aumenta ainda mais as taxas de fibrose e cirrose hepáticas nestes pacientes.

“O grande problema deste tipo de acometimento no fígado é que ele se manifesta de forma silenciosa, não se revela até quando o problema está muito avançado e as possibilidades de tratamento são mais limitadas”, explica o responsável pelo Departamento de Diagnóstico por Imagem do HCor, Dr. Abdalla Skaf.

Uma boa notícia para quem tem doenças hepáticas é que o HCor adquiriu um software de imagem para ressonância magné-tica, chamado de elastografia, que tem como objetivo diagnosticar precocemente a fibrose hepáti-ca, que pode estar presente em várias doenças do fígado, como por exemplo, a cirrose e o câncer. Além de mensurar a rigidez do fígado em pacientes de forma não invasiva, este exame é feito sem o uso de contraste e radiação io-nizante (utilizada em estudos de

radiografia e tomografia computadorizada).Com a aquisição deste software, a Unidade Avançada Ci-

dade Jardim do HCor se consolida como pioneira na utilização de tecnologias e equipamentos de última geração, sendo um dos primeiros centros do Brasil a oferecer este recurso.

O Laboratório de Análises Clínicas do HCor conquistou o Certificado de Acreditação PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos), em 1º de abril de 2015 outorgado pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial.

Na prática, o certificado de acreditação reconhece que o Laboratório possui processos padronizados, eficientes e se-guros, o que resulta em exames sempre precisos, com benefí-cios para os pacientes e para o sistema de saúde. A certificação, ao reconhecer o nível de eficiência do Laboratório, facilitará os acordos comerciais es-

tabelecidos entre o Hospital e as operadoras de planos de saúde.

Para o responsável pelo La-boratório do HCor, Prof. Dr. Al-berto José da Silva Duarte, o La-boratório vem aprimorando seus processos reconhecidos pela sua qualidade desde 2006, quan-do foi considerado apto neste quesito pela Joint Commission International (JCI). Novamente em 2009 e 2013, em novas au-ditorias, o Laboratório junta-mente com o Hospital manteve sua acreditação. Entretanto, esta

nova acreditação traduz um certificado do mais alto nível con-cedido aos laboratórios de Análises Clínicas do País.

Nova ressonância magnética detecta precocemente doenças do fígado

Laboratório de Análises Clínicas recebe Certificado de Acreditação PALC

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A Diretoria da Comissão de Benefícios Sociais aos Servidores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (CBSS) fez homenagem póstuma ao Prof. Dr. Adib Domingos Jatene. A CBSS passou a chamar Comissão de Benefícios Sociais aos Servidores da FMUSP “Prof. Dr. Adib Domingos Jatene”. Estiveram na cerimônia a Sra. Aurice Biscegli Jatene, esposa do Dr. Jatene, e os filhos do casal Ieda Jatene, Marcelo Jatene, Fabio Jatene e Iara Jatene. O Prof. Vahan Agopyan, Vice-Reitor da USP, o Prof. Dr. Waldyr Antônio Jorge, Diretor da Faculdade de Odontologia da USP, e o Prof. Dr. José Otávio Auler Junior, Diretor da FMUSP, também estiveram presentes.

Dr. Fabio JateneSaudado pelo acadê-

mico Silvano Mário Atí-lio Raia, o Prof. Dr. Fa-bio Biscegli Jatene tomou posse como membro titu-lar da Academia Nacio-nal de Medicina e agora ocupa a cadeira nº 29 da Secção de Cirurgia, que tem como patrono o Dr. Daniel de Oliveira Barros D’Almeida.

Em discurso de pos-se, Dr. Fabio discorreu sobre seus antecessores na ca-deira 29, seus mestres, com destaque ao seu pai, e sobre fatos marcantes de sua trajetória acadêmica. Também debateu aspectos atuais do atendimento e da saúde pú-blica no Brasil.

Notas

A Profª. Dra. Amanda Guerra de Moraes Rego Sousa, cardiologista da Área de Hemodinâmica, Angiocardiogra-fia e Intervenções Percutâneas do HCor, foi homenageada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), com o Prêmio Mérito SBC – Personalidade da Cardiologia.

A premiação ocorreu em 18 de setembro de 2015, du-rante a abertura do 70º Congresso Brasileiro de Cardiolo-gia, em Pinhais (PR). O Prêmio, entregue à Dra. Amanda pelo Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola, é concedido anualmente às personalidades médicas que tenham con-tribuído significativamente para a cardiologia brasileira nas áreas de ensino, pesquisa e assistência.

“Sinto-me lisonjeada por esta premiação e reconheci-mento. Acredito, por meio de meu trabalho, com transpa-rência e dedicação, em um futuro melhor para a medicina, para os nossos pacientes e para o desenvolvimento de nos-sa cardiologia”, afirma a cardiologista.

Faculdade de Medicina da USP homenageia Dr. Adib Jatene

Profª. Dra. Amanda Sousa recebe homenagem da SBC com prêmio “Personalidade da Cardiologia”

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HC_0051_15 ANUNCIO PINHEIROS 210x275_AF01_ALTA.pdf 1 6/11/15 4:44 PM