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Transcrição da Teleconferência Resultados do 4T13 — Q&A Braskem (BRKM3 BZ) 14 de fevereiro de 2014 1 Operadora: Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e ano de 2013. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor- Presidente e Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e Roberta Varella, responsável pela área de RI. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, responsável pela área de RI da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode prosseguir. Roberta Varella: Bom dia senhoras e senhores, Gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do 4º trimestre e do ano de 2013. Lembramos que em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais IFRS.

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Operadora:

Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e ano de 2013. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente e Mario Augusto da Silva, Vice-presidente de Finanças e RI, e Roberta Varella, responsável pela área de RI. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, responsável pela área de RI da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode prosseguir. Roberta Varella: Bom dia senhoras e senhores, Gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do 4º trimestre e do ano de 2013. Lembramos que em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais IFRS.

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Vale ainda ressaltar que, a partir do 2º trimestre de 2012, a Companhia passou a reconhecer em suas demonstrações contábeis os investimentos em empresas controladas em conjunto mensurados pelo método de equivalência patrimonial e não mais consolidados proporcionalmente. Adicionalmente, em decorrência da decisão de manter os investimentos na QuantiQ, que é a empresa responsável pela distribuição de produtos químicos, o resultado consolidado da Braskem reflete a consolidação do seu resultado nas demonstrações financeiras do 4º trimestre e de 2013, e sua reapresentação nas demonstrações financeiras trimestrais e anuais de 2012. As informações aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes. Vamos então para o slide seguinte, por onde iniciaremos nossos comentários... No slide de número 3, falaremos dos principais destaques do quarto trimestre de 2013: A taxa média de utilização dos crackers foi de 84%, 6 pontos percentuais inferior à apresentada no trimestre anterior, refletindo, principalmente, a parada programa no cracker de Camaçari que teve início no fim de setembro e durou cerca de 40 dias. O mercado Brasileiro de resinas termoplásticas foi de 1,3 milhão de toneladas, 2% superior ao terceiro trimestre, influenciado pela entrada oportunista de material importado, com o fim da alíquota adicional do imposto de importação de polietileno, e a reconstrução de estoques da cadeia de pvc. Na comparação com o quarto trimestre de 2012, a alta foi de 8%. As vendas da Braskem acompanharam essa tendência e totalizaram 905 mil toneladas. No último trimestre do ano o Ebitda atingiu cerca de R$ 1,2 bilhão (de reais). Em dólares, o Ebitda foi de US$ 521 milhões. A alta na comparação com o Ebitda recorrente do quarto trimestre 2012. É explicada, principalmente, pela recuperação dos spreads no mercado internacional e pela desoneração na compra de matérias-primas. Diante da crescente demanda regional da cadeia vinílica, e com o objetivo de fortalecer seu negócio, a Braskem anunciou um acordo com a Solvay para a aquisição do controle da Solvay Indupa, produtora de pvc e soda no Brasil e na Argentina. Ainda sujeita a aprovação dos órgãos regulatórios, a aquisição amplia a capacidade da Braskem no mercado Brasileiro e regional, consolidando-se como a 4ª maior produtora de pvc das américas. No que tange sua estratégia de diversificação e competitividade de matéria-prima, a construção do novo complexo petroquímico no México seguiu avançando e o progresso físico do empreendimento atingiu 58%. No trimestre, destaca-se ainda o Saque da segunda parcela do project finance pela subsidiária Braskem-Idesa no montante de US$ 547 milhões. Em linha com seu compromisso com a higidez financeira, a alavancagem da Braskem, medida pela relação Dívida Líquida/Ebitda foi de 2,87x em dólares, uma queda de 12% na comparação com o quarto trimestre de 2012, refletindo o melhor desempenho operacional entre os períodos. Passando para o slide de número 4...

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Neste slide falaremos dos principais destaques do ano de 2013: Com uma taxa média de utilização dos crackers de 90%, a Braskem registrou recorde histórico de produção de eteno de 3,4 milhões de toneladas. A parada programada de manutenção e alguns problemas operacionais foram compensados pela elevada taxa de operação do 1º semestre. Destaca-se ainda o recorde de produção anual de polietileno de 2,6 milhões de toneladas. O mercado Brasileiro de resinas termoplásticas foi de 5,4 milhão de toneladas, 8% superior ao ano de 2012, positivamente influenciado pelo bom desempenho de alguns setores, como de infraestrutura e agronegócio, e pela reconstrução de estoques na cadeia. Nesse cenário, as vendas da Braskem apresentaram um crescimento de 6%, totalizando 3,7 milhão de toneladas. O Ebitda consolidado do ano foi R$ 4,8 bilhões, uma alta de 22% em relação a 2012. Excluindo-se os efeitos extraordinários, a alta foi superior a 50%. Destacam-se (i) o maior volume de vendas; (ii) a recuperação dos spreads de petroquímicos no mercado internacional; (iii) a desoneração na compra de matérias-primas; e (iv) a depreciação do real. Em dólares, o Ebitda 2013 atingiu US$ 2,2 bilhões. Conforme já mencionado, em linha com sua estratégia de diversificação e busca por matéria-prima competitiva, o progresso físico do projeto México seguiu avançando no que tange à sua estrutura de financiamento, a subsidiária Braskem Idesa sacou 2 parcelas do project finance no montante total de US$ 2 bilhões. O 1º desembolso foi utilizado para que a subsidiária repagasse a antecipação dos aportes feitos pelos acionistas, que no caso da Braskem foi de US$ 649 milhões. Destaca-se ainda no ano a adoção do hedge accounting. Por ter exposição líquida ao dólar, e com o objetivo de melhor refletir as variações cambiais no seu resultado, a Braskem decidiu designar parte dos seus passivos em dólar como hedge de suas futuras exportações. Com isso, a variação cambial decorrente dos passivos designados será registrada transitoriamente no patrimônio líquido e será levada ao resultado quando ocorrerem as referidas exportações, permitindo assim que o reconhecimento do impacto do dólar sobre o passivo e sobre as exportações possam ser registrados no mesmo momento. Nesse contexto, a Braskem registrou lucro líquido de R$ 507 milhões. Com base nesse resultado, a proposta da administração é do pagamento de dividendos no valor de R$ 483 milhões. Passando para o próximo slide..... No slide de número 5 observamos o desempenho do mercado Brasileiro de resinas termoplásticas e o perfil de vendas da Companhia. No 4º trimestre de 2013, o consumo aparente de resinas termoplásticas no mercado Brasileiro foi de 1,3 milhão de toneladas, 2% superior ao trimestre anterior. Destacam-se o crescimento do mercado de pvc, influenciado pela expectativa de um contínuo bom desempenho do setor de construção e a entrada oportunista de material importado em outubro, com o fim da tarifa adicional do imposto de importação de polietileno. Nesse contexto, as vendas da Braskem totalizaram 905 mil toneladas e seu market share foi de 68%, em linha com o apresentado no terceiro trimestre.

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Em um ano em que o crescimento da economia Brasileira voltou a desapontar, a demanda doméstica por resinas termoplásticas expandiu 8%, atingindo 5,4 milhões de toneladas. A alta, conforme já mencionado, é explicada pelo bom desempenho da venda para determinados setores e pela recomposição de estoques na cadeia durante o 1º semestre. As vendas da Braskem acompanharam essa tendência e totalizaram 3,7 milhões de toneladas, um crescimento de 6%. Passando para o próximo slide... No slide de número 6 apresentamos os fatores que influenciaram o Ebitda no quarto trimestre de 2013 na comparação com o mesmo período do ano anterior. O Ebitda consolidado da Companhia foi de aproximadamente R$ 1,2 bilhão, uma alta superior a 20% na comparação com o Ebitda recorrente do quarto trimestre de 2012. Os principais fatores que contribuíram para esse desempenho foram (i) a recuperação dos spreads de resinas termoplásticas no mercado internacional; (ii) o maior volume de vendas; (iii) e a desoneração na compra de matéria-prima. A depreciação do real também foi fator positivo e afetou o resultado em R$ 254 milhões; sendo cerca de R$ 1 bilhão positivo na receita e de R$ 850 milhões negativos no custo. Passando para o slide de número 7...

Neste slide apresentamos os fatores que influenciaram o Ebitda em 2013. O Ebitda consolidado da Companhia atingiu R$ 4,8 bilhões um crescimento de 22% em relação a 2012. Em dólares, o Ebitda foi de US$ 2,2 bilhões, 11% superior. Excluindo-se os efeitos extraordinários, o Ebitda da Braskem em 2013 apresentou uma expansão de 57% em reais e 43% em dólares. Os principais fatores que levaram a esse desempenho foram (i) a melhora da margem de contribuição, positivamente influenciada pela recuperação dos spreads de resinas e petroquímicos no mercado internacional, que apresentaram alta de 28% e 12%, respectivamente; (ii) o melhor mix de vendas; (iii) e a desoneração na compra de matérias-primas. Destaca-se ainda o efeito positivo de R$ 918 milhões da depreciação do real, sendo cerca de R$ 4 bilhões positivo na receita e de R$ 3 bilhões negativo no custo. Passando para o próximo slide...

O slide 8 ilustra o endividamento da Braskem. Pelo fato do investimento do projeto México, feito pela subsidiária Braskem-Idesa, ser financiado pela modalidade de project finance; onde a dívida deve ser repaga com a geração de caixa do próprio projeto, a análise do endividamento, aqui apresentada, não considera essa estrutura de financiamento. Nesse contexto, em 31 de dezembro de 2013, a Companhia apresentou dívida bruta de US$ 7,9 bilhões, uma queda de 3% em relação à registrada em 30 de setembro. Quando medida em reais, a dívida foi 2% superior, impactada pela apreciação da

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moeda norte-americana em 5% no período. A dívida bruta atrelada ao dólar foi de 70%. O saldo de caixa e aplicações ficou praticamente em linha com o terceiro trimestre, totalizando US$ 1,6 bilhão. A Companhia, em linha com sua estratégia de liquidez e higidez financeira, possui ainda três linhas de crédito rotativo (stand by) duas que totalizam US$ 600 milhões e uma no valor de R$ 450 milhões, que não apresentam cláusulas restritivas de saque em momentos adversos de mercado; e que não foram utilizadas. Por consequência, a dívida líquida da Braskem em dólares totalizou US$ 6,4 bilhões, uma queda de 3%. Quando medida em reais, apresentou alta de 2%, totalizando R$ 15 bilhões. A dívida líquida atrelada ao dólar foi de 75%. A alavancagem financeira medida pela relação Dívida Líquida/Ebitda, mensurada em dólares, encerrou o ano em 2,87x, 12% inferior a alavancagem apresentada no fim de 2012, refletindo a melhor performance operacional em 2013. Em reais, a alavancagem foi de 3,09x. No fim de dezembro, o prazo médio do endividamento era de aproximadamente 15 anos. Se considerarmos apenas a parcela da dívida em dólares, o prazo médio fica em torno de 21 anos. Apenas 7% do total da dívida têm vencimento no ano de 2014 e o elevado patamar de liquidez da Companhia garante que seu saldo de disponibilidades cubra os vencimentos dos próximos 32 meses. Se considerarmos as linhas de crédito rotativo, a cobertura se estende para 35 meses. Em linha com sua estratégia de alongamento da dívida, a Braskem emitiu US$ 500 milhões em bonds com vencimento em fevereiro de 2024. Os recursos desta captação foram integralmente utilizados em uma oferta de recompra de bonds com prazos mais curtos. Passando para slide de número 9 ...

Neste slide apresentamos o Capex de 2013 e a perspectiva de desembolso para 2014. A Braskem, em linha com seu compromisso na realização de investimentos com retorno acima de seu custo de capital, desembolsou em 2013 R$ 2,7 bilhões. Do total, 40% ou cerca de R$ 1 bilhão foi destinado ao projeto no México. O desvio em relação ao inicialmente planejado é explicado pelo investimento no projeto do México. Os principais fatores foram:

A antecipação de parte do desembolso com a chegada e montagem dos grandes equipamentos no site;

O atraso do governo mexicano no processo de ressarcimento do imposto sobre o valor agregado na compra de equipamentos;

E o efeito do câmbio na tradução dos valores investidos em dólares para reais.

É importante ressaltar, todavia, que a Braskem segue em linha com sua disciplina financeira e este desvio não reflete em um aumento de custo no investimento total do projeto.

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A Companhia realizou ainda investimentos no valor de R$ 1,4 bilhão em manutenção, visando manter seus ativos com altos níveis de eficiência e confiabilidade. Para 2014, o investimento estimado é de cerca de R$ 2,7 bilhões. Desse total, aproximadamente 25% deverá ser direcionado ao projeto no México; e cerca de 60% direcionado à manutenção, melhoria da produtividade e confiabilidade dos ativos, incluindo as paradas programadas de manutenção nos crackers de Triunfo e São Paulo. O restante está relacionado a outros projetos estratégicos, sendo o principal deles o Comperj. Passando para o próximo slide... No slide de número 10 falaremos das perspectivas e da indústria petroquímica global. No 4T13, os spreads de petroquímicos no mercado internacional permaneceram em patamares elevados, influenciados pela recuperação das economias maduras e por paradas programadas e não programadas em diversas regiões. No curto prazo, espera-se que os spreads mantenham essa tendência. O rigoroso inverno tem elevado o custo de matéria-prima nos EUA e os preços de petroquímicos tem acompanhado essa tendência. Paradas programadas e a expectativa de uma melhor demanda, a nível global, também são fatores positivos para esse cenário. Para o ano, a expectativa é de que o crescimento da economia global, impulsionado pelo avanço das economias desenvolvidas, continue a influenciar positivamente a demanda e a melhoria da rentabilidade do setor petroquímico. Os fatores de risco permanecem associados às questões geopolíticas na região do Golfo Árabe e seu impacto na dinâmica do preço de petróleo e, consequentemente, da nafta. O crescimento da produção norte-americana de petróleo também será fator importante para essa dinâmica. No caso do Brasil, a expectativa para 2014 é de um consumo interno mais fraco, decorrente de uma disponibilidade de crédito mais escassa e de um cenário político incerto; o que pode impactar a demanda por petroquímicos. Para o médio e longo prazos, a expectativa para a indústria petroquímica é de uma recuperação gradual dos spreads internacionais, refletindo o melhor cenário global. A incerteza em relação à entrada de alguns projetos já anunciados também continua a ser uma alavanca favorável para a recuperação da rentabilidade do setor. Espera-se que os novos projetos base gás, anunciados nos EUA, entrem em operação a partir de 2017, o que deve voltar a pressionar a rentabilidade da indústria petroquímica mundial. Todavia, é importante ressaltar que não é esperado que esse adicional de capacidade altere sua dinâmica de precificação, que ainda terá a nafta como a principal matéria-prima utilizada pelo setor. Passando para o último slide...

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Neste último slide apresentamos as principais concentrações da administração: Conforme já mencionado, a expectativa para 2014 é de que a economia global continue em recuperação. Todavia, o cenário ainda é desafiador e um menor crescimento poderá influenciar na demanda global por petroquímicos, impactando a rentabilidade do setor. Nesse contexto, a estratégia da Braskem permanece pautada no fortalecimento do seu negócio, de sua competitividade, e no controle da gestão de seus gastos fixos e variáveis. A Companhia tem investido em projetos que buscam diversificar sua matriz de matéria-prima e melhorar sua competitividade na curva de custos global, através: (i) da construção do projeto petroquímico integrado no México, para produção de polietileno; (ii) dos estudos para implementação do novo complexo petroquímico no rio de janeiro - Comperj; (iii) e da análise de oportunidades no mercado norte-americano em decorrência da disponibilidade do gás de xisto. A Braskem permanece focada ainda:

Na parceria com seus clientes, com consequente retomada de ampliação de seu market share;

Nos investimentos na área de inovação, desenvolvendo novas aplicações e apoiando o crescimento da indústria de transformação plástica;

Na constante busca de sua eficiência operacional, através da elevação da sua taxa de operação;

Na conclusão da aquisição do controle da Solvay Indupa;

Sem descuidar da manutenção de sua higidez financeira e disciplina de custos.

Encerramos aqui a nossa apresentação e passamos para a sessão de perguntas e respostas...

Diego Mendes, Itaú BBA: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas, na verdade. A primeira é com relação à planta de West Virginia, que tem muito comentário falando que seria feita pela Odebrecht Ambiental, que vocês seriam só os operadores. Queria entender exatamente como vai funcionar essa associação entre as duas empresas, e por que não a Braskem fazer esse investimento. E dentro dessa pergunta, também, como se insere o Comperj? Quando deve ser tomada a decisão do investimento? Se o Comperj não der certo, por que vocês não fariam a planta de West Virginia? O segundo ponto é em relação à quantiQ, que era um ativo que estava à venda e vocês o voltaram para o resultado. Queria entender o que mudou na visão de vocês e se daqui para frente não devemos ver mais nenhum desinvestimento. Obrigado. Carlos Fadigas: Diego, bom dia. Com relação ao projeto no estado de West Virginia, que chamamos de Ascent, o primeiro ponto tem a ver com a associação com a Odebrecht. Dando um contexto geral, por que a Braskem não faz o investimento e o porquê da associação, tem um ponto importante, que é o seguinte: a Braskem está fazendo um investimento relevante no projeto do México, com um compromisso de investimento grande ainda,

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por exemplo, no ano que vem; investimos R$1,1 bilhão neste ano e tem R$700 milhões no ano que vem. Além do investimento no México, tem o investimento para ser feito no Comperj, no Brasil. Nós priorizamos o Comperj, do ponto de vista de investimento a ser feito pela Braskem, dentro do que é possível acomodar no balanço e na alavancagem de Braskem. A partir dessa priorização para o Comperj, nós fomos atrás de alternativas de realizar um investimento nos Estados Unidos, a partir do gás de xisto, e esse projeto do Ascent fica exatamente em cima da melhor reserva de gás de xisto do ponto de vista de insumo petroquímico, que é a reserva de Marcellus. E aí estamos trazendo investidores para fazerem o investimento. O primeiro e o mais natural deles é o Grupo Odebrecht, pelo conhecimento que tem de petroquímica, pelo fato de ser acionista da Braskem, mas não está limitado ao Grupo Odebrecht. Já colocamos também, no passado, que outros podem, e acho que até que deverão se juntar à Odebrecht ao longo do caminho. A relação exata entre a Braskem e os investidores, ou investidor, não está definida ainda. Estamos neste exato momento trabalhando, entre outras frentes, em uma frente de estruturação do capital desse projeto, entendendo qual será o papel da Braskem, se vai operar as plantas, se vai comprar matéria-prima e vai vender o PE. Seguramente, a venda da resina será feita pela Braskem, mas exatamente a estrutura de capital, se a Braskem participa do capital, se a Braskem opera a planta, tudo isso está em discussão com o financial advisor do projeto e com as outras partes envolvidas. Não temos mais detalhes a essa altura. Vamos dividir com vocês à medida que tenhamos mais informações de como isso vai acontecer, e se não fazemos isso agora é porque ainda não temos. É exatamente essa a discussão que estamos tendo, e a premissa básica é de que esse projeto não entre no balanço da Braskem para preservá-lo para o Comperj. Você fala na sua pergunta se o Comperj não der certo, e nós estamos trabalhando para que ele dê certo. Nós achamos importante que a matéria-prima que está disponível no Rio de Janeiro vire produto petroquímico. Com relação à quantiQ, sempre dissemos que a venda de um ativo tem que atender a três premissas: primeiro, um ativo não-estratégico, só será vendido um ativo não-estratégico, a quantiQ se enquadra aí; traga contribuição financeira para desalavancagem; e terceiro e último critério, traga um impacto econômico favorável. É nesse aspecto que nós entendemos que as propostas que tivemos não atendiam esses critérios. É uma empresa que dá um resultado muito positivo, a quantiQ, e pretendemos, portanto, continuar gerindo a Companhia. Vou só chamar a atenção que, desde que colocamos a quantiQ à venda, já vendemos ativos que totalizam aproximadamente R$1 bilhão. Então, foi um programa de desinvestimento bem sucedido do ponto de vista de montante, é material, R$1 bilhão, e poderemos, sim, vir a vender outros ativos, sempre atendendo esses três critérios.

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Neste exato momento, não enxergamos a quantiQ sendo vendida. Na verdade, a equipe da quantiQ está fazendo um bom trabalho, a empresa está dando um bom resultado, e por isso a quantiQ não está mais à venda. Diego Mendes: Está ótimo. Obrigado, Fadigas. Só mais uma, bastante óbvia, se você pudesse comentar um pouco de como está a renovação do contrato da nafta com a Petrobras. Carlos Fadigas: Diego, nós estamos discutindo com a Petrobras, vocês sabem, desde o ano passado. A discussão está centrada especialmente por conta do fato de o contrato ser fundamental para a Braskem. São 7 milhões das 10 milhões de toneladas que a Braskem consome. Os pólos da Bahia, Rio Grande do Sul e São Paulo rodam em cima de nafta, e estamos discutindo com a Petrobras. Eu não gostaria de entrar em muito mais detalhes, porque naturalmente é uma negociação importante. Só quero, talvez, deixar o meu tom confiante de que chegaremos a uma posição que não traga custos adicionais para o setor petroquímico. Só um plano de fundo, já que estou evitando entrar em detalhes da negociação: o plano de fundo é um déficit de balança comercial do setor químico de US$32 bilhões, o plano de fundo é a competitividade dos produtores nos Estados Unidos a partir de gás de xisto, que permite com que eles façam polietileno por uma fração do custo com o qual nós fazemos. É nesse contexto que a Braskem está se empenhando bastante para garantir que o setor não vá enfrentar custos adicionais nessa negociação com nafta. Diego Mendes: Está ótimo, muito obrigado. Caio Carvalhal, JPMorgan: Bom dia. Primeiro, vou fazer um follow-up na pergunta do Diego, na questão do Comperj e do projeto da Virginia: se você pudesse comentar um pouco o timing desses projetos, a questão da simultaneabilidade, mas, mais importante, se o objetivo é manter o financiamento desses projetos entre capital próprio e dívida, ou se teria eventualmente algum aumento de capital ligado a isso dentro de contextos favoráveis, obviamente. A segunda pergunta é mais para entender um pouco a dinâmica do preço internacional de petroquímicos. Nós vimos que teve uma melhora de 2013 em relação a 2012, e se eu entendi corretamente o que a Roberta comentou, também dentro de 2013 houve uma melhora ao longo dos trimestres. Eu queria confirmar se é realmente isso, já vimos o 4T apresentando uma melhora, e se isso está muito ligado à questão do inverno no hemisfério norte, ou se realmente podemos ver o 1T14 também com níveis positivos de spreads petroquímicos. Seriam basicamente essas as minhas duas perguntas. Obrigado. Carlos Fadigas:

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Com relação ao projeto na West Virginia, o projeto do Ascent, especificamente em relação ao projeto, daqui a pouco eu já falo em estrutura de capital, neste exato momento, em relação ao projeto, temos uma negociação razoavelmente avançada com os fornecedores de gás, produtores de gás na região que fornecerão o eteno, com uma indicação de preço bastante consistente. Nós não temos nenhum contrato assinado, porque não podemos criar nenhum fato irreversível ainda, o projeto ainda não foi aprovado pelo Conselho, mas uma indicação bem clara de preço, memorandos de entendimentos assinados. Portanto, a parte de matéria-prima parece bem endereçada. Em termos de localização, tem um site já identificado, com direito de opção de compra do site, o que também é importante nesse contexto, e uma configuração de produção de resina mais ou menos clara, buscando alavancar um pouco, inclusive, em cima da configuração que foi usada no projeto do México e na engenharia usada para o projeto do México. Com relação à estrutura de capital, a ideia é que o investido em CAPEX, o investimento em ativo não seja feito pela Braskem, para preservar o balanço da Braskem para fazer o investimento do Comperj. Toda essa parte de estrutura de capital, a ideia é que se dê por fora da Braskem. Mario Augusto da Silva: Caio, só complementando, obviamente, nossa ideia é fazer o financiamento na modalidade project finance, similar ao que fizemos no projeto do México, de novo, com todo o CAPEX sendo feito por outro veículo que não esteja embaixo da Braskem, tentando ao máximo alavancar no âmbito do projeto nesse veículo. Carlos Fadigas: Eu vou passar para a sua segunda pergunta, com relação a preço de petroquímicos. Sim, houve melhora de 2013 em relação a 2012. Na verdade, eu acredito que no ano de 2012 as margens estavam especialmente deprimidas. Vamos lembrar que 2012 foi um ano de difícil na atividade econômica, muita incerteza na Europa, Grécia, uma série de dúvidas em relação, inclusive, à continuidade da Zona do Euro. Começamos o ano de 2012 com receio de os Estados Unidos voltarem a um quadro de recessão, uma série de incertezas. À medida que elas se dissiparam, em 2013, tivemos uma recuperação econômica, que permitiu a ampliação dos spreads, que, sim, se ampliaram na média de 13% contra 12%, e sim, se ampliaram gradualmente ao longo do ano de 2013. Então, terminamos o ano com um cenário de spread melhor do que começamos, houve uma elevação dentro do próprio ano. Já aproveitando a sua pergunta, no ano de 2014, vemos, sim, a possibilidade de spreads em linha com que vimos no 2S13. Portanto, um cenário de spread em 2014, média contra média, um pouco melhor e um pouco mais em linha com o 2S13. Caio Carvalhal: Perfeito. Muito obrigado. Luis Carvalho, HSBC:

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Bom dia. Eu tenho duas perguntas, vou começar com uma relacionada à parte de energia. Estamos tendo uma discussão muito grande em relação ao possível racionamento; hoje o Governo, pela primeira vez, veio dizendo que o risco está sendo considerado, mesmo que seja pequeno. Queria saber como que isso pode impactar as plantas de vocês, se existe alguma contingência. Nós sabemos que o custo de energia é relativamente baixo dentro do seu COGS, mas como que isso pode impactar olhando para frente. Já tivemos isso na planta de Camaçari há dois ou três anos, e de certa forma abriu bastante espaço para a entrada de produtos importados. Essa é a primeira pergunta. A segunda pergunta é em relação a market share. Vocês mencionaram, acho que ontem, em uma conferência com a imprensa, que pretendem recuperar market share ao longo de 2014, prevendo um cenário de demanda doméstica na casa de 3% ou 4%. Logicamente, vocês não vão abrir a estratégia, mas quão agressivos vocês estariam para retomar market share em detrimento de margem? Só para entender um pouco desse lado. E só um follow-up final, nós vimos um tax rate de 30% no 3T contra 92% agora no 4T. Eu só queria entender isso. Obrigado. Carlos Fadigas: Eu vou deixar a informação de tax rate para o Mario comentar no final. Deixe-me começar respondendo as suas perguntas com relação à energia. Primeiro ponto: o que nós tivemos no ano de 2011 na Bahia não foi racionamento, foi um apagão de energia, um corte de energia de algumas horas, que naturalmente, como aconteceu de forma abrupta, causou danos ao equipamento da Braskem em Camaçari e fez com que a planta demorasse várias semanas para voltar à sua taxa de operação normal. Ela voltou poucos dias depois a operar, mas foi crescendo a sua taxa de operação, e várias semanas depois ela chegou à sua taxa normal de operação. Isso causou um impacto relevante no ano. Vamos relembrar que tivemos apagão também e corte de energia com prejuízo para a Braskem em 2012 e em 2013. Ao longo desses períodos, investimos internamente para dotar os nossos sites, especialmente o de Camaçari, com a capacidade de conviver com cortes abruptos de energia, e no ano passado, no final de agosto, o apagão de 2013 nos pegou em uma condição muito melhor. A planta voltou a operar a taxas plenas de operação poucos dias depois. Os números de petroquímica são todos grandes: perdemos R$50 milhões no ano passado com esse apagão, mas esse número foi muito menor que o número de 2011. Em 2011, tivemos números mais próximos de R$250 milhões a R$300 milhões de perda. Do ponto de vista de apagão, corte abrupto de energia, a Braskem está cada vez mais apta a conviver com eles, infelizmente porque estão se tornando uma constante, na medida em que acontecem ano após ano. Com relação a racionamento, redução de fornecimento de energia, não estamos trabalhando com nenhum cenário de racionamento de energia. O Governo vem despachando as termoelétricas exatamente para manter o fornecimento de energia no sistema. Então, o impacto que temos visto é de custo. Na medida em que despacha a

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termoelétrica, uma energia mais cara de ser produzida, existe um custo adicional para os consumidores. No ano passado, esse custo de despacho das termoelétricas foi de R$50 milhões, também. Por coincidência, um número parecido com o custo que nós tivemos com a interrupção do apagão. Do ponto de vista de energia, a questão principal é custo adicional, muito mais do que ter ou não ter energia. Acreditamos que não teremos racionamento, mas tem um custo adicional para ser pago pelo sistema. Com relação a market share, sua segunda pergunta, falamos, sim, ontem, na discussão com a imprensa, do desejo de crescer market share. A Braskem tinha 70% de market share nas três resinas em 2012, este número se reduziu para 68%, caiu 2 p.p. em 2013, e para este ano de 2014 pretendemos buscar uma elevação. Isso vem também em função do crescimento de produção da nossa planta nova em Alagoas, de PVC, que entrou no 2S12, cresceu produção ao longo de 2013 e deve operar, finalmente perto de plena carga, agora neste ano de 2014. Se você olhar o próprio número de PVC, você verá que no ano passado, 2013, ele cresceu. Na média, nosso market share de PVC foi de 50%, mas no 4T já foi de 53%. Então, tem aí uma variável que vai permitir que a Braskem cresça seu market share no ano de 2014, que é uma operação à plena carga de PVC, que deve ajudar a nossa média geral a subir. O segundo elemento é o próprio câmbio, que cresceu ao longo do ano; o câmbio médio do ano passado foi de R$2,16, se não estou enganado, e neste ano tendemos a ter um câmbio médio acima de R$2,16, e isso pode ajudar, também, a fazermos uma recuperação de market share. Você pergunta sobre a relação de margem versus market share. Naturalmente, o desafio da área comercial é exatamente avançar em market share sem prejudicar a margem da Companhia. PVC deve ajudar, câmbio deve ajudar, e eu vou terminar comentando do PIC, o programa que lançamos de apoio à cadeia de transformação. Tem um investimento da Braskem nesse programa do PIC, e eu espero que ele traga mais proximidade também com os nossos clientes. Portanto, a ideia é não prejudicar margem, e sim avançar em market share. Eu vou passar para o Mario Augusto, para ele poder comentar sua questão de taxa de imposto de renda do ano. Mario Augusto da Silva: Luis, bom dia. Deixe-me começar explicando um pouco. Usualmente, quando você gera algum resultado negativo em qualquer das subsidiárias da Braskem, pelo IFRS você teria que constituir um imposto de renda diferido o ativo. No entanto, no caso das nossas operações internacionais, nós não constituímos. Nós temos um veículo lá fora que faz exportações, que realiza captações, e esse veículo registrou um prejuízo no exercício e, por conservadorismo, não fizemos a

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constituição desse IR diferido o ativo. E isso está dando um impacto no consolidado, na alíquota específica do 4T. Se você quiser, depois podemos entrar em um pouco mais de detalhes com você, pessoalmente. Luis Carvalho: Ficou claro. Obrigado, Fadigas e Mario. Gustavo Gattass, BTG Pactual: Bom dia. Eu tenho três perguntas aqui. Queria só começar puxando na pergunta do Luis: a importação oportunista que vocês mencionaram, Fadigas, como ela entra nesse desafio de aumento de spread, discussão de margem? Vocês realmente enxergaram isso como um evento muito pontual, ou isso é algo que toda a área de comercial e comercialização de vocês está levando mais a sério para o processo de definição de preço, definição de estratégia? Eu começo nessa e depois abro as outras para vocês. Carlos Fadigas: Bom dia, Gustavo. Quando comentamos de importação pontual, tem a ver com o fato de que o imposto de importação de polietileno ficou temporariamente elevado, de 14% para 20% de outubro de 2012 a outubro de 2013. O Ministro Guido Mantega em algum ponto, por volta de agosto para setembro, anunciou que em outubro de 2013 não pretendia renovar o imposto de importação elevado de 11 produtos de diversos setores. Ou seja, o mercado inteiro, nossos clientes sabiam com antecipação que, ao final de outubro, o imposto de importação de PE cairia, voltaria de 20% para 14%. Então, a parte da importação de polietileno que entraria no mercado, por exemplo, ao longo do 3T, foi represada e entrou no 4T. Nós fizemos esse comentário, inclusive, para explicar porque em 2013, diferente de anos anteriores, o 4T não veio mais fraco que o 3T. O 3T é sempre um trimestre mais alto de demanda, e o 4T reduz um pouco. Neste ano eles ficaram mais em linha, e ficaram em linha exatamente porque uma parte da demanda do 3T foi empurrada para o 4T por conta desse efeito de importação oportunista. Tendo dito isso, vou voltar ao seu ponto de área comercial, preocupação com importação etc. Esse é um tema absolutamente sério, absolutamente relevante e prioritário para a área comercial. O mercado Brasileiro é servido em 1/3 hoje, 32%, por produto importado. O mercado é aberto, tem um imposto de importação, como qualquer país tem, mas é um mercado em que 1/3 dele é atendido por resina importada hoje – estou arredondando, 32%, para ser mais preciso, é atendido por resina importada. O esforço da área comercial é exatamente entender a relação entre preço que reflete margem contra market share. E nós vamos seguir trabalhando em todas outras alternativas de crescer market share, buscando equilibrar o resultado da Companhia com o market share que entendemos que não deve estar longe de 70%, dada a

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relevância da Braskem no Brasil e no próprio Mercosul em termos de capacidade de produção. Não sei se respondi a sua pergunta. Gustavo Gattass: Respondeu. Minha dúvida era mais se era um evento pontual, e pelo o que vocês estão passando é uma concentração que veio do 3T e bateu em outubro. Está ótimo deste lado Deixe-me fazer a segunda pergunta: nós tivemos nesse trimestre o que pareceu ser uma quantidade de margem nos produtos da unidade básica bastante baixa quando comparado com o preço da nafta. Eu só queria entender se vocês estão enxergando isso como algo pontual, ou é algo que vocês acham que perdura? Você mencionou que estava enxergando spreads petroquímicos similares ao 2S. Eu só queria saber se você enxerga algum tipo de diferenciação entre o que é polímero e não polímero nesse sentido. Carlos Fadigas: Gustavo, você fala de margem de petroquímicos básicos no 4T, não é? Gustavo Gattass: Isso. Carlos Fadigas: Tem um aspecto que sempre temos que sempre, que é o fato de que se a nafta comprada pela Braskem é comprada em média móvel. Quando a nafta caiu, especialmente em janeiro, trazemos um pouco do efeito de média móvel lá de trás. Além disso, tem um pouco de elevação de preço de gás, que subiu no 4T, e aí vale para o propano e para o etano que são usados no cracker do Rio de Janeiro, que também teve esse efeito. Quando olhamos no ano, 2013 contra 2012 teve uma elevação de margem, e quando olhamos para 2014, nossa previsão a essa altura é de margens mais parecidas com o 2S13. É claro, se você pegar a média do ano inteiro de 2013 contra a média do ano inteiro de 2014, isso deve dar alguma elevação no ano. Gustavo Gattass: Está ótimo. Então, deixe-me fazer uma última pergunta. Não sei quem teria isso, mas vocês teriam como nos abrir um pouco mais do que vocês estão imaginando de CAPEX do México, ou mesmo o CAPEX consolidado que devemos ver agora no ano de 2014? Alguma coisa que fosse mais compatível com o CAPEX que vocês divulgam, por exemplo, no fluxo de caixa e no ITR do que o número que vocês colocam no press release? Carlos Fadigas:

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Gustavo, nossa previsão de investimento do ano é de R$2,664 bilhões. Está no slide nove da apresentação que a Roberta comentou. Desses R$2,664 bilhões previstos para este ano de 2014, o México representa R$704 milhões. México reduz em relação ao ano de 2013 em mais ou menos R$390 milhões, porque o projeto já avançou bastante. Por outro lado, a parcela de manutenção das plantas avança de um ano para o outro mais ou menos R$120 milhões, de 2013 para 2014, pelo fato de termos, neste ano de 2014 duas paradas de central. Eu não sei se sua pergunta tem a ver com fluxo de caixa. Você quer um esclarecimento adicional em relação a isso? Deixe-me entender um pouco mais sua pergunta. Gustavo Gattass: Fadigas, vocês apresentam, por exemplo, no slide nove, R$2,244 bilhões de CAPEX em 2013. Agora, no seu ITR e no fluxo de caixa, o que enxergamos é R$5,6 bilhões. Só queria saber se era possível nos passar mais o número bruto do investimento no México, só para eu entender um pouco como é a dinâmica de dívida neste ano, o que está havendo. Carlos Fadigas: Gustavo, o que está colocado aqui é um investimento que a Braskem está fazendo de aporte de equity em uma pessoa jurídica mexicana chamada, por falta de nome melhor, Braskem Idesa. É outra pessoa jurídica, e é essa pessoa jurídica tomando dívida. Então, quando falamos da dívida da Braskem S.A., não consolidando a pessoa jurídica mexicana, o número que temos que levar em conta é exatamente o número de R$704 milhões. No ITR, temos que dar clareza, por IFRS etc., no número global de investimento, considerando, inclusive, os investimentos que estão sendo feitos e a dívida que está sendo tomada pela Braskem Idesa, e aí o número cresce. Talvez possamos colocar um detalhamento maior do investimento total de Braskem e Braskem Idesa, separando as duas pessoas jurídicas. Roberta Varella: Complementando, Gustavo, tem uma linha específica na DF que fala do project finance, e tiramos a dívida do project finance da dívida total da Braskem, também. Mas podemos separar na atividade de investimento e lhe passamos. Gustavo Gattass: Eu pego os dados depois com vocês, não tem problema. É que vocês já nos deram uma abertura maior no press release, eu até agradeço, do que foi investido, mas eu queria olhar um pouco para frente. Mas depois eu vejo com vocês. Não tem problema nenhum. Carlos Fadigas:

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Acho que também podemos incorporar nos próximos press releases um detalhamento um pouco maior do investimento na pessoa jurídica no México, para termos uma clareza da dívida de Braskem, e também a própria Braskem Idesa, lembrando que a Braskem Idesa recebe também aporte de equity não só da Braskem, mas também do nosso sócio, que é a Idesa. Gustavo Gattass: Perfeito. Obrigado. André Sobreira, Credit Suisse: Bom dia. Duas perguntas. A primeira talvez seja para o Fadigas, continuando aquele tema da demanda e importação. Queria saber como você está vendo o começo do ano, Fadigas. Já está vendo algum tipo de antecipação de demanda da Copa, se é que isso é relevante? Como os seus clientes estão entendendo e aceitando o repasse de preço lá fora e o repasse do FX? E se eu não me engano, a importação de janeiro veio bem alta, talvez próxima da de outubro. Isso é uma coisa pontual, ou foi realmente crescimento de mercado e você não perdeu share? Essa é a primeira pergunta. A segunda pergunta é para o Mario. Queria entender um pouco mais como você está vendo o fluxo de caixa entre 2014 e 2016, Mario. Você está confortável com a amortização de R$1 bilhão, R$1,2 bilhão nos próximos anos? Você quer rolar mais dívidas, ou só vai rolar as amortizações de 2016, que são um pouco maiores? E apesar de você não ter nenhum covenant, qual nível você acha confortável de indicadores de alavancagem etc.? Obrigado. Carlos Fadigas: Obrigado a você, André. Nós estamos na metade de fevereiro, e eu vou comentar um pouco mais da demanda de janeiro, porque na verdade a demanda do mês, no caso do mês de fevereiro, terminamos sentindo mais nas últimas semanas. Então, tem algum upside em relação a fevereiro, mas fevereiro começará a ser sentido nas próximas duas semanas. Para falar de janeiro, foi um mês em que vimos uma boa demanda. O ano começou com uma demanda positiva. Você comenta de importações, e de fato nós vimos um pouco mais de importação. Não chega a ser o número visto em outubro, é um pouco menor que esse número do mês de outubro, mas estamos vendo também uma entrada de importação. Essa continua sendo uma concentração nossa. Falando de demanda, o que temos visto é o setor de bebida mais aquecido. Talvez a temperatura média no País inteiro mais elevada ajude a puxar a demanda para o setor de bebidas. Continuamos vendo setores que estavam performando bem no ano passado performando bem neste ano. O agronegócio continua bem, toda a parte de infraestrutura e construção continua bem. Está cedo, é apenas um mês só do ano, mas neste mês que vimos do ano até agora, a demanda é bem positiva. Tem uma importação também entrando, estamos acompanhando e vendo exatamente como nos posicionamos.

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Você perguntou de câmbio e precificação a partir de câmbio. O câmbio tem ficado um pouco volátil. Vimos câmbios de R$2,37 a R$2,42; se você voltar uma ou duas semanas, você verá o câmbio nesses dois patamares ao longo de 15 dias. Então, a política de preço de Braskem tem que se adaptar e tentar entender um pouco mais o câmbio, como ele está vindo, mas não tem repasse material de câmbio para ser feito. Nós vimos fazendo de forma gradual, tem sempre um delay, a vida inteira teve e continua tendo. Não existe hoje um gap muito grande de repasse de preço para ser feito. A questão de importação especificamente, que já comentei antes, mas comento agora, nós estamos mapeando um pouco mais. O produto importado, desde meados do ano passado, abril ou maio do ano passado, entra com uma alíquota de 4%, que foi importante para reduzir a guerra dos portos, quando o produto importado entrava com uma alíquota de 12% e os estados davam incentivos de ICM-Ss estaduais maiores. Foi importante ter acabado com isso, mas essa alíquota de 4%, se reduz espaço da guerra dos portos, dos incentivos estaduais à importação, por outro lado, 4% muitos clientes enxergam com benefício, na medida em que coloca menos pressão no fluxo de caixa deles. Acho que é um alvo móvel. Estaremos sempre trabalhando e entendendo. Não é competitividade relativa, mas sim o ônus relativo de custo total de comprar no Brasil versus o custo total de importação, e vendo como reduzimos o volume de importação. Espero que o câmbio, se mantendo nesse patamar, possa ajudar a recuperação de market share no tempo. Mas não tenho resposta definitiva para lhe dar. Acho que você já percebeu que, na verdade, é uma administração dia-a-dia da relação de importação versus margem de serviços. Vou passar para o Mario para responder sua segunda pergunta. Mario Augusto da Silva: Vamos dividir a pergunta. Você comentou sobre fluxo de caixa, amortização e indicador de alavancagem. Fluxo de caixa, no ano de 2013 tivemos uma geração de caixa melhor que nos anos de 2012 e 2011. O cenário para 2014, 2015 e 2016, me parece que podemos esperar algo parecido com 2013, eventualmente ligeiramente melhor. A própria desoneração de matéria-prima ajuda bastante na geração de caixa da Companhia, câmbio, spreads, enfim, o que temos comentado. Acho que a expectativa de geração de caixa é positiva para os próximos três anos. Deixe-me entrar na segunda pergunta da sua pergunta, que é relativa à amortização. Primeiro, relembrar que mantemos um patamar de liquidez sempre bastante elevado. Fechamos com mais ou menos R$3,6 bilhões de caixa disponível, mais quase R$2 bilhões de linhas comprometidas, totalizando R$5,5 bilhões de liquidez disponível para a Companhia. Se você considerar apenas essa liquidez, cobrimos vencimentos até quase o final de 2016. Mas independente disso, você tem visto que temos procurado ser proativos em relação à gestão de endividamento e reescalonamento de endividamento. Estamos em uma indústria de ciclos longos e, por consequência, procuramos sempre trabalhar com prazos bastante dilatados em relação ao prazo médio da nossa dívida.

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Em janeiro agora fizemos uma emissão de bonds, e já começamos a resolver os anos de 2017, 2018 e 2020, empurrando R$500 milhões desses vencimentos para 2024. Nos anos de 2014 e 2015, temos patamares de R$1,2 bilhão, R$1,1 bilhão vencendo. Se voltarmos um pouco, em 2014, se você olhasse o nosso balanço em junho, no ano de 2014 tínhamos mais ou menos R$2,6 bilhões vencendo, e desses R$2,6 bilhões já renegociamos R$1,4 bilhão, ou seja, tem apenas R$1,2 bilhão vencendo este ano. Parte disso devemos refinanciar, e parte disso devemos pagar com a geração de caixa da Companhia. No ano de 2016 especificamente, que você comentou, tem uma concentração um pouco maior. Nós fizemos algumas operações com aquele recurso que o Governo disponibilizou aos bancos, de emprestarem com base no compulsório. Eram linhas incentivadas, com um custo extremamente atrativo, e realmente tomamos esses quase R$700 milhões, R$800 milhões dessas linhas, que chegam a dar uma arbitragem positiva para a Companhia, porque o custo médio delas é abaixo do CDI. Mas, de fato, acho que o próximo passo que temos, do ponto de vista de gestão de endividamento, é o reescalonamento dos vencimentos de 2016 para trazer esse número para um patamar ao redor de R$1 bilhão a R$1,5 bilhão de vencimento no ano de 2016. A terceira parte da sua pergunta, o indicador de alavancagem. Nós temos dito, André, de trabalhar em um patamar de dívida líquida/EBITDA entre 2,5x e 3x. Idealmente, sempre abaixo de 3x. Esse é o patamar que ficamos um pouco mais confortáveis. Temos um programa de investimento nos próximos dois anos, a finalização do projeto do México, mas entendemos que ficar dentro desse patamar é um patamar interessante. Obviamente que, idealmente, quanto mais próximo de 2,5x, melhor, mas estando entre 2,5x e 3x ficamos em um nível de conforto razoável em relação ao número de alavancagem. André Sobreira: OK. Muito obrigado. Vicente Falanga, Bank of America: Bom dia. A minha pergunta é a seguinte: existe a chance de a Braskem usar os mesmos moldes de West Virginia para o projeto do Comperj; ou seja, o controlador faz a planta e vocês pagam um tipo de leasing? Fadigas, pensando estrategicamente, esse molde não seria ideal para a Empresa daqui para frente? Eu digo mais pela preocupação de que, se hoje os spreads estão bem, quando vocês começarem a desembolsar o Comperj, nunca sabemos. Se você pudesse falar um pouco sobre isso, eu agradeceria. Obrigado. Carlos Fadigas: Vicente, obrigado pela sua pergunta. O molde de West Virginia, onde o investimento fica fora da Companhia, funciona bem no exterior. Veja que hoje eu não tenho produção nem comercialização de polietileno nos Estados Unidos. Eu posso, portanto,

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ter uma empresa segregada. É o caso do México, também. Funciona no exterior, e é o caso do México, também. A Braskem Idesa opera em um mercado no qual a Braskem não está. Eu não consigo transpor esse modelo para o Comperj. Prometo a você que vou desafiar a área financeira a ser criativa e dar uma olhada em alternativas, mas, no caso do Comperj, é um projeto feito no coração do mercado Brasileiro. Existe a possibilidade, inclusive, de sinergias e ligações das plantas de Comperj com as plantas atuais que nós temos no Rio de Janeiro. Então, é muito difícil segregar em uma pessoa jurídica à parte. Estou me referindo especialmente ao modelo do México, que é um modelo de project finance, onde tem uma pessoa jurídica e o banco corre o risco dessa pessoa jurídica apartada. O banco que é credor da Braskem Idesa não tem recurso contra o balanço da Braskem. Quando eu faço dentro do mercado Brasileiro, ligado com plantas atuais da Braskem, com interação muito grande, com a operação industrial atual da Braskem, o modelo que eu uso lá fora, onde eu não tenho presença, fica mais difícil de ser usado aqui. Historicamente, o que nós fizemos para investimento no Brasil, é o caso, por exemplo, da nossa última planta, a planta de PVC de Alagoas, é um investimento dentro de um site nosso. Nós tomamos a dívida no nosso balanço e fazemos o CAPEX nós mesmos. Cada realidade, cada país termina demandando um modelo diferente. E isso está também por traz do fato de por que nós preservamos o balanço para fazer Comperj e estamos buscando estruturas mais criativas no exterior, porque essa estrutura mais criativa funciona melhor no exterior pelo grau de liberdade que temos lá, em relação a um grau de liberdade menor em um mercado onde a Braskem atua, em uma instalação industrial que já é da Braskem. Vicente Falanga: Perfeito. Obrigado, Fadigas. Gustavo Alevato, Banco Santander: Bom dia, Fadigas. Queria pedir um update sobre a OPA da Solvay. Que situação que está na Argentina e qual é o valor que eles estão querendo, se vocês poderiam dar esse update. Muito obrigado. Carlos Fadigas: Só dando um passo a trás, para nivelar, nós assinamos um acordo para comprar 70% da Solvay Indupa, empresa do Grupo Solvay que opera no Brasil e Argentina. Com essa compra de 70%, temos que fazer uma OPA pelos 30%. Registramos na CNV, em dezembro do ano passado, uma proposta de OPA em um preço que foi entendido pela CNV como não adequado. Isso tudo acontece com uma lei nova na Argentina. Essa é a primeira OPA sendo feita nessa lei nova. Essa lei não

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traz um critério absolutamente matemático claro, daí por que tem margem para interpretação de preços. Neste exato momento, estamos discutindo com a CNV qual é o entendimento deles em relação ao preço para fazermos essa OPA. Quando eu falo que estamos discutindo é essa semana. Essa semana uma equipe da Braskem esteve na Argentina, esteve discutindo com os nossos advogados de lá e com a CNV qual seria o preço. Eu não posso, naturalmente, adiantar esse preço. Entendo que essa informação é relevante para a cotação da Solvay Indupa na Bolsa da Argentina; talvez menos relevante, mas ainda assim, a Braskem é empresa de capital aberto aqui no Brasil e não posso comentar o preço. Deve ter algum ajuste de preço, e nós pretendemos resolver esse assunto nas próximas semanas. Não acho que demore muito mais para chegarmos a uma solução. É o que eu posso comentar como você agora. Um último comentário é que, curiosamente, mesmo quando tivermos o OK da CVM Argentina, que chama-se CNV, essa OPA só acontece depois de o CADE aprovar a compra. Então, nós estamos buscando o que neste momento? Estamos buscando que a CNV, órgão regulador do mercado de capitais da Argentina, aprove o preço de nossa OPA, e qual é esse preço novo. Realização da OPA em si, temos ainda a alguns meses para isso vir a acontecer, porque precisamos que a aquisição seja aprovada, e somente com a aquisição acontecendo é que teremos a obrigação de fazer na Bolsa a OPA efetivamente. Gustavo Alevato: Obrigado. Luis Carvalho, HSBC: Obrigado por abrirem mais uma vez. Duas perguntas, Fadigas: em relação ao Comperj, não sei se você pode abrir, qual é a indefinição que ainda paira aí? É preço? Dado que a Graça já tinha falado que preço será baseado em Mont Belvieu, acho que não tem muita indefinição. É realmente fornecimento de gás? Quais são as indefinições por trás disso? E se você puder abrir quais são os incentivos fiscais que estão sendo negociados. E um último follow-up, que taxa de conclusão vocês esperam para o projeto do México no final do ano? Vocês tinham dado um guidance lá atrás de 85%. Continua nisso? Obrigado. Carlos Fadigas: Com relação ao Comperj, o que estamos discutindo com a Petrobras neste exato momento é que já temos entendimento de que o complexo vai começar a rodar a partir de gás, então isso é um ponto importante. Aliás, gás é a matéria-prima para as novas capacidades de petroquímica em boa parte do mundo. Essa é uma definição importante.

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Vou lembrar só que, quando falamos de gás, isso pode ser etano, pode ser propano, pode ser butano, e podem ser esses gases em proporções razoavelmente diferentes. Depois que chegarmos à definição exata de quanto será o abastecimento entre as frações do gás, precisamos chegar ainda a um ponto comum em relação ao preço. A referência principal de gás hoje no mundo inteiro são os Estados Unidos, e eles têm lá as referências de Henry Hub e Mont Belvieu, então também já está alinhado que os preços estarão referenciados a Estados Unidos. Quanto exatamente dessa referência, que percentual exato dessa referência também não está definido. Então, para responder sua pergunta, o ponto principal da discussão com a Petrobras neste exato momento é exatamente quais frações de gás e qual o preço exato em relação à referência americana. A partir disso, poderemos definir exatamente a configuração das plantas – polietileno, polipropileno, como opera a central de petroquímica e, por conseguinte, a partir da central, quanto de polietileno e quanto de polipropileno. Com relação aos incentivos fiscais, o projeto já conta com uma sinalização de incentivos estaduais; quase todos os grandes projetos no Brasil têm incentivos estaduais de ICMS. O projeto já conta com desonerações típicas sobre equipamento. Quando você faz compra de equipamento, você tem incentivos de PIS/COFINS, que você paga no equipamento, mas recupera rapidamente quando o projeto começa a operar. Não discutimos ainda se teremos incentivos fiscais federais na matéria-prima do projeto. Isso ainda não está definido, mas ICMS está bem encaminhado e PIS/COFINS sobre equipamento também está bem encaminhado. Luis Carvalho: E a planta do México, qual é a previsão de conclusão? Carlos Fadigas: Perdão, esqueci de sua segunda pergunta. Em relação ao projeto do México, fechamos o ano com 58%, na virada de 2013 para 2014. Para o final do ano, comentamos, sim, acho que no call do 3T, que chegaríamos ao ano com mais ou menos 85% da planta concluída. Nosso melhor número neste exato momento é esse. A equipe do México está, a esta altura, refinando exatamente a projeção de construção, que faz parte do pacote de EPC – lembrando, Engenharia, Procura e Construção. Procura, na verdade, é compra de equipamento, e o crítico do EPC agora está concentrado no C, que é construção. A Engenharia de detalhe está praticamente concluída, a Procura dos grandes equipamentos praticamente concluída; o foco agora é exatamente na parte do C. Neste exato momento, meu melhor número para você continua sendo 85%. A equipe do México está refinando, e não deve ter mudança material nesse número na virada do ano, de 2014 para 2015. Se tivermos alguma novidade, comentaremos com vocês no próximo call de resultados. Luis Carvalho:

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Está claro. Obrigado. Operadora: Obrigada. Não havendo mais perguntas, gostaria de passar a palavra para a Companhia para suas considerações finais. Carlos Fadigas: Queria agradecer a vocês pela atenção, pela participação no call. Em resumo, o ano de 2013 finalmente apresentou uma evolução em relação aos anos difíceis de 2011 e de 2012, com uma elevação do EBITDA de 22% em Reais e 10% em USD, e a Braskem conseguiu esses avanços em 2013, um ano de recorde de produção de eteno, recorde de produção de polietileno. Só não batemos recorde na produção de PP, de polipropileno, porque faltou abastecimento de propeno ao longo do ano. Na compra de propeno de fora, o fornecedor teve dificuldade de entregar volume, se não teríamos tido também um ano muito bom em PP. Crescimento de produção de PVC, com uma planta nova. Foi um ano em que conseguimos avançar. Fizemos isso na operação atual e fizemos isso nos novos projetos. O México avançou para 58% de conclusão, já começamos a atividade comercial desde o ano passado, pré-market, com nossos clientes no México. Braskem America também, nos Estados Unidos, teve um ano positivo, a melhor produção dos últimos três anos. Crescemos nosso market share nos segmentos-alvo que a Braskem America atua, e também nos Estados Unidos avançamos no projeto do Ascent. Em relação a futuro, além de México e o Ascent terem avençado, avançamos também com a Petrobras nas discussões em relação ao Comperj, definições que a matéria-prima virá do gás, definição de que esse gás estará referenciado a preço dos Estados Unidos. Acho que foi um ano positivo, tanto em relação às operações atuais, quanto em relação aos grandes projetos da Braskem. E termino falando dos projetos de crescimento, comentando da aquisição de dezembro da Solvay Indupa. O compromisso para 2014 é o mesmo: continuar crescendo. As equipes de Braskem já estão desafiadas a bater todos os recordes possíveis de produção de PE, PP, PVC e avançar também na parte de market share e de margem. Acho que será um ano, em câmbio, mais positivo para a Companhia, com mercado crescendo, ainda que cresça 3%. Pode não ser um número muito grande, mas é um avanço também, e nós vamos seguir comprometidos com os três projetos grandes de crescimento, México, Estados Unidos e Comperj, e também com a implementação da aquisição da Solvay Indupa na Argentina. Queria agradecer a vocês, de novo, e desejar um bom final de semana. Operadora: Obrigada. A teleconferência de resultados da Braskem está encerrada. Desconectem suas linhas, e tenham um bom dia.

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