Transporte Público Urbano... Parte 05. Qualidade

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  • 5QUALIDADE NO

    TRANSPORTE PBLICO URBANO5.1 Viso geral da qualidadeFundamentos

    A qualidade no transporte pblico urbano deve ser contemplada comuma viso geral, isto , deve considerar o nvel de satisfao de todos os atoresdireta ou indiretamente envolvidos no sistema: usurios, comunidade,governo, trabalhadores do setor e empresrios do ramo.

    Para obter a qualidade global no transporte pblico urbano funda-mental que cada um dos atores tenha os seus objetivos bem definidos,conhea os seus direitos e obrigaes e saiba realizar com eficincia equalidade as suas tarefas ou aes. Isso corresponde capacitao do sistema.

    Tambm vital que todos os atores conheam os objetivos, os direitose as obrigaes dos demais, e que haja um permanente intercmbio de idiasentre eles, a fim de que os problemas sejam resolvidos com a participao detodos. Isso corresponde democratizao do sistema.

    Outro aspecto relevante o que se pode denominar de sustentabilidadeda qualidade, que conseguida por intermdio da satisfao racional e equi-librada dos desejos de todos os atores, pois a insatisfao de algum grupo leva,inevitavelmente, ao desequilbrio do sistema (queda da demanda, perda daqualidade, perda da eficincia, etc.).Objetivos, direitos e obrigaes dos atores

    GovernoO principal objetivo do governo proporcionar um transporte coletivo

    urbano com qualidade (segurana, comodidade e rapidez), a um custo compatvelcom a renda dos usurios e que atenda aos interesses maiores da comunidade noque concerne justia social, preservao do meio ambiente, segurana e fluidezno trnsito, ocupao e uso racional do solo, sustentabilidade econmica dosistema, etc.

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    O governo, como representante legal do povo, tem o direito e o deverde planejar e fazer a gesto do sistema de transporte pblico urbano. Essatarefa , em geral, de responsabilidade dos municpios.

    As obrigaes do governo so principalmente trs: fazer o planejamentodo transporte, implementar as obras e as aes que lhe dizem respeito e rea-lizar a gesto do sistema. Para isso, tem de contar com uma adequada estru-tura administrativa, tcnica e jurdica, constituda por pessoal preparado.

    O planejamento do sistema de transporte pblico deve ser feito em con-junto com o planejamento do transporte em geral, incluindo sistema virio etrnsito. Nessa tarefa importante ter claro que o transporte pblico omodo mais indicado para as cidades, devendo, portanto, ter preferncia emrelao aos modos individuais e semipblicos.

    Tambm importante que o planejamento do transporte urbano seja rea-lizado em conjunto com o planejamento do crescimento e do desenvolvimento dacidade, pois transporte e ocupao/uso do solo so atividades intimamenterelacionadas. A ocupao e o tipo de uso do solo influem na demanda portransporte; a existncia de transporte induz a um aumento da ocupao dosolo e influi no tipo de uso do mesmo.

    Muitas obras fsicas e aes de grande importncia para a qualidade e aeficincia do sistema de transporte pblico urbano so de responsabilidade dogoverno: a pavimentao, a manuteno e a sinalizao das vias por onde passamos nibus, a sinalizao dos pontos de parada e a colocao de abrigos e bancosnas paradas principais, a implantao de estaes (terminais), a implementaode faixas exclusivas ou segregadas para os coletivos, a implantao de modos detransporte sobre trilhos, etc. Muitas dessas aes podem ser negociadas pelogoverno para serem realizadas pelas empresas operadoras ou concretizadasmediante parceria governo-empresas.

    A gesto do transporte pblico envolve o estabelecimento de normas eregulamentos de operao, atividades de fiscalizao, definio da programaooperacional, gerenciamento do banco de dados com informaes sobre o sistema,administrao do sistema de comunicao com o pblico (divulgao deinformaes, recebimento e anlise de reclamaes e sugestes, etc.),organizao de foro permanente para discusso entre os atores envolvidos,promoo de programas de educao e capacitao de todos os atores, etc.Usurios

    O objetivo dos usurios e tambm um direito ter um transporte p-blico de adequada qualidade e baixo custo.

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    O passageiro deve ser visto como cliente do sistema e das empresas ope-radoras, tendo, portanto, direito a um servio que lhe proporcione satisfaoe o motive a continuar utilizando o sistema de transporte pblico o modode transporte mais indicado para as cidades. Nesse contexto, cabe a mxima:passageiro (cliente) no satisfeito, em curto, mdio ou longo prazo, buscaroutra opo de transporte.

    Os principais parmetros que influem na qualidade do transporte pblicourbano do ponto de vista dos usurios so apresentados posteriormente nestecaptulo.

    As obrigaes dos usurios so: respeitar e ser corts com os operadores eos outros usurios, ceder assento aos deficientes, idosos, enfermos, crianas esenhoras, respeitar as normas e as regras de segurana e ajudar a conservar osveculos e as instalaes do sistema.

    Para obter um comportamento adequado dos usurios, importante odesenvolvimento de programas de educao no transporte agregados aos pro-gramas de educao no trnsito.Trabalhadores

    Os principais objetivos, que tambm so direitos, dos trabalhadores dasempresas operadoras e do rgo de planejamento e gesto do governo so:salrios compatveis com a funo, benefcios sociais e jornada de trabalhoadequados, instalaes de trabalho saudveis, respeito dos chefes e dos colegas,possibilidade de participar das decises para melhorar a eficincia e a qualidadedo trabalho no seu setor e na empresa e reconhecimento da importncia do seutrabalho pela comunidade.

    Esses so os requisitos para que o funcionrio trabalhe satisfeito e tenhamotivao para realizar bem as suas tarefas, melhorando o desempenho pessoale o da empresa onde trabalha. Somente funcionrios satisfeitos vo se esforarpara ajudar as empresas a prestar um servio de qualidade e a obter um bomdesempenho econmico condio fundamental para que possam se manter ecrescer no mercado.

    As obrigaes dos funcionrios so: realizar suas tarefas com eficincia,qualidade e segurana, respeitar os chefes e os colegas de trabalho, acatar asdeterminaes dos superiores, buscar sempre motivao para melhorar a quali-dade e a eficincia do seu trabalho e da empresa, ter iniciativa para resolverproblemas e fazer sugestes para os seus superiores, etc.

    Um dos pontos fundamentais do conceito de qualidade total que todasas atividades e tarefas desenvolvidas, por mais simples que sejam, so impor-

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    tantes para a eficincia e a qualidade do servio. Por essa razo, so fundamentaisas atividades de capacitao dos funcionrios e a conscientizao da importnciaindividual de suas tarefas para que o sistema tenha qualidade e eficincia.

    O motorista capacitado e satisfeito conduz os nibus com eficincia, pre-cauo e pacincia. Dessa forma, h reduo do consumo de combustvel e depneus e aumento da vida til dos coletivos e das peas e acessrios, com con-seqente diminuio dos custos de operao e manuteno. Dirigindo adequa-damente, tambm evita quebras que poderiam provocar interrupes das viagense deixar os veculos fora de operao, com prejuzo para a qualidade do servioe para as finanas das empresas.

    Por outro lado, o comportamento adequado dos condutores proporciona aosusurios comodidade na viagem, por meio da no variao brusca de velocidade,do estacionando correto nos locais de parada, da espera na concluso dasoperaes de embarque e desembarque e do tratamento corts. Com isso, mantmuma boa imagem da empresa e do sistema de transporte pblico e evitamacidentes.

    O mecnico satisfeito conserta os nibus de maneira adequada, aumentandosua vida til e evitando que apresentem defeitos o que bastante positivo doponto de vista econmico e da imagem do servio.

    Um empregado do setor administrativo satisfeito trabalha de maneira cor-reta e honesta, alm de defender a empresa na sua comunidade, contribuindo paraa boa imagem dela e do transporte pblico.Empresrios

    Os objetivos, e tambm direitos, dos empresrios do setor so: retorno eco-nmico justo do investimento, garantia de continuidade da prestao do servio porum tempo compatvel com o investimento realizado e reconhecimento daimportncia do seu trabalho por parte da comunidade e do governo.

    Por outro lado, so obrigaes dos empresrios: pagar corretamente im-postos e encargos sociais, obedecer legislao trabalhista em todos os seusaspectos, pagar salrios justos, tratar os empregados com respeito e humanidade,ter permanente disposio de melhorar a qualidade e a eficincia do sistemafazendo os investimentos e as mudanas necessrios, manter o controle daqualidade em todas as aes e promover a permanente capacitao dos seusfuncionrios.

    Em relao capacitao, importante destacar a mxima de AlfredMarshall (economista ingls): O investimento de maior retorno de umaempresa o realizado em recursos humanos.

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    ComunidadeOs objetivos, e tambm direitos, da comunidade em relao ao sistema

    de transporte pblico so: baixa poluio atmosfrica, sonora e visual, mni-mo prejuzo para o trnsito em geral, no degradao do espao pblico juntos estaes, terminais e pontos de parada com maior movimento, baixo ndicede acidentes, baixo preo do servio para proporcionar mobilidade s pessoasde baixa renda, boa qualidade do servio, veculos e instalaes fsicas comaparncia agradvel, possibilidade de o sistema ser utilizado por pessoas comdeficincia, condies de salrios e trabalho justos para os trabalhadores do setor,respeito s leis e regulamentos por parte das empresas operadoras, contri-buio para a ocupao e uso racional do solo, etc.

    Por outro lado, a comunidade tem a obrigao de apoiar o sistema detransporte pblico, reconhecendo a sua importncia econmica e social. Aindstria, o comrcio e o setor de servios dependem desse modo de transporte paratransportar muitos de seus trabalhadores e clientes. O apoio da comunidade aotransporte pblico deve manifestar-se em colaborao com os coletivos no trnsito,obedincia proibio de estacionamento nos pontos de parada, vigilncia para queno haja depredao dos coletivos e instalaes, etc.5.2 Fatores de qualidade para os usuriosConsideraes iniciais

    A realizao de uma viagem por transporte coletivo urbano engloba, emgeral, as seguintes etapas: percurso a p da origem at o local de embarque nosistema, espera pelo coletivo, locomoo dentro do coletivo e, por ltimo, ca-minhada do ponto de desembarque at o destino final. Muitas vezes, para realizara viagem por completo, o usurio ainda obrigado a efetuar uma ou maistransferncias entre coletivos (transbordo intramodal quando se trata de veculosda mesma modalidade ou intermodal no caso de modalidades distintas). Comotodas essas aes consomem energia e tempo, bem como expem os usurios aocontato com diferentes ambientes, importante que certos requisitos quanto comodidade e segurana sejam atendidos durante todas as etapas da viagem.Fatores caracterizadores da qualidade

    De maneira geral, so doze os principais fatores que influem na qualidadedo transporte pblico urbano: acessibilidade, freqncia de atendimento, tempode viagem, lotao, confiabilidade, segurana, caractersticas dos veculos, ca-ractersticas dos locais de parada, sistema de informaes, conectividade,comportamento dos operadores e estado das vias.

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    A seguir so conceituados cada um desses fatores e propostas formas deavaliao da qualidade dos mesmos, em especial para o transporte pblico pornibus.Acessibilidade

    A acessibilidade est associada facilidade de chegar ao local de embarqueno transporte coletivo e de sair do local de desembarque e alcanar o destino finalda viagem.

    No caso do acesso ao sistema ser realizado a p, importam a distnciapercorrida para iniciar e finalizar a viagem por transporte pblico e a comodidadeexperimentada nesses percursos, refletida pelos seguintes fatores: condies dascaladas (largura, revestidas ou no e estado do revestimento), declividade dopercurso, facilidade para cruzar as ruas existentes no trajeto, existncia deiluminao pblica (importante nas viagens noturnas), segurana pessoal notrajeto, etc.

    Um ponto importante acerca dos percursos a p: os usurios considerama caminhada nos bairros mais crtica do que na rea central, onde a presenade vitrines e pessoas nas ruas torna o caminhar menos desagradvel.

    A avaliao da qualidade da acessibilidade pode ser feita por dois par-metros, um deles objetivo: a distncia de caminhada do local de origem da via-gem at o local de embarque e do local de desembarque at o destino final; ooutro, subjetivo: a caracterizao da comodidade nos percursos a p baseada nosfatores anteriormente mencionados.Freqncia de atendimento

    A freqncia de atendimento est relacionada ao intervalo de tempo dapassagem dos veculos de transporte pblico, o qual afeta diretamente o tempode espera nos locais de parada para os usurios que no conhecem os horrios echegam aleatoriamente aos mesmos, bem como influi na flexibilidade de utiliza-o do sistema para os usurios que conhecem os horrios.

    O tempo de espera para os usurios que no conhecem os horrios variadesde zero at o valor do intervalo entre atendimentos, sendo a espera mdiaigual a metade desse intervalo.

    O usurio habitual, sobretudo no caso das linhas em que o intervalo en-tre atendimentos grande, conhece os horrios e, assim, procura chegar aolocal de embarque pouco antes da passagem do veculo, esperando, portanto,pouco nesses locais. No entanto, como o usurio s pode se deslocar nos hor-rios oferecidos, se o intervalo entre atendimentos elevado, ele , muitas ve-

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    zes, obrigado a esperar pelo horrio na sua casa, no local de trabalho, etc.Tambm pode ocorrer, por fora do grande intervalo entre viagens, de ousurio ser obrigado a chegar bem antes do desejado no local de destino e terde esperar pelo incio da atividade que vai desenvolver.

    A avaliao da qualidade da freqncia de atendimento pode ser rea-lizada com base no intervalo de tempo entre viagens consecutivas.Tempo de viagem

    O tempo de viagem corresponde ao tempo gasto no interior dos veculose depende da velocidade mdia de transporte e da distncia percorrida entreos locais de embarque e desembarque.

    A velocidade de transporte depende do grau de separao da via detransporte pblico do trfego geral, da distncia entre os locais de parada, dascondies da superfcie de rolamento, das condies do trnsito e do tipo detecnologia dos veculos.

    A falta de pavimentao das vias por onde passam os nibus, assim comoa existncia de buracos, lombadas e valetas, reduz a velocidade, aumentando otempo de percurso.

    O movimento compartilhado com o trnsito normal em condies de trfegointenso tambm reduz a velocidade e aumenta o tempo de viagem. Velocidadesmaiores so conseguidas quando os coletivos utilizam vias preferenciais etransitam em faixas segregadas ou exclusivas.

    Quanto menor for a distncia mdia entre paradas, menor ser a velocidademdia de operao e maior o tempo de viagem.

    As distncias percorridas dependem do traado das linhas. Rotas muitoabertas nas pontas, bem como sinuosas e tortuosas, aumentam o tempo de via-gem, pois aumentam as distncias percorridas e exigem reduo da velocidadenas converses. Assim, um aspecto importante no tempo de viagem a retidodas rotas, ou seja, quo reta elas so.

    A capacidade de acelerao e frenagem dos veculos tambm influi navelocidade mdia de percurso.

    Para avaliar a qualidade em relao ao tempo de viagem, pode ser empre-gada a relao entre os tempos de viagem por transporte pblico e por carro,devendo ser considerados os dois sentidos de viagem.Lotao

    A lotao diz respeito quantidade de passageiros no interior dos coletivos.

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    O ideal seria que todos os passageiros pudessem viajar sentados. Isso,contudo, aumentaria muito o custo do transporte. A presena de usurios em p,desde que no excessiva, perfeitamente aceitvel. O problema surge quando aquantidade de passageiros em p elevada, devido ao desconforto decorrente daexcessiva proximidade entre as pessoas e limitao de movimentos, quedificulta as operaes de embarque e desembarque.

    Os usurios habituais dos perodos de pico (a maior parte constituda deadultos e jovens que se dirigem ao trabalho ou escola) so menos sensveis lotao que os usurios tpicos dos outros perodos (uma grande parte constitudade mulheres, crianas e idosos).

    A avaliao da qualidade do parmetro lotao pode ser feita com base nataxa de pessoas em p por metro quadrado que ocupam o espao livre no interiordos veculos.Confiabilidade

    A confiabilidade est relacionada ao grau de certeza dos usurios de que oveculo de transporte pblico vai passar na origem e chegar ao destino no horrioprevisto, com, evidentemente, alguma margem de tolerncia.

    Definido dessa maneira, o parmetro confiabilidade engloba a pontualidade(grau de cumprimento dos horrios) e a efetividade na realizao da programaooperacional (porcentagem de viagens programadas realizadas).

    Diversos fatores podem ocasionar o no cumprimento dos horrios de par-tida e chegada programados para as viagens: defeitos dos coletivos, aciden-tes de trnsito, acidentes com passageiros no interior dos veculos e nas ope-raes de embarque e desembarque, desentendimentos graves e assaltos nointerior dos veculos, congestionamentos de trnsito, falta de habilidade doscondutores, etc.

    Muitas vezes, o problema surgido em uma viagem pode, inclusive, impe-dir a realizao das viagens subseqentes programadas, pois o veculo podeno estar disponvel no horrio previsto. A no realizao de viagensprogramadas tambm pode ocorrer por falta de veculos ou operadores.

    No caso do transporte eletrificado, os seguintes fatores tambm podemafetar a confiabilidade (pontualidade e cumprimento da programao opera-cional): falha do sistema de alimentao eltrica e acidente de trnsito ouincidente que bloqueie a via por onde passam os veculos.

    A avaliao da confiabilidade pode ser realizada pela porcentagem deviagens programadas no realizadas por inteiro ou concludas com atraso superiora cinco minutos ou adiantamento maior que trs minutos.

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    SeguranaNo seu aspecto mais geral, a segurana compreende os acidentes envol-

    vendo os veculos de transporte pblico e os atos de violncia (agresses,roubos, etc.) no interior dos veculos e nos locais de parada (pontos, estaese terminais).

    A questo da violncia no interior dos veculos e nos locais de paradaextrapola o sistema de transporte pblico, devendo ser tratada como um pro-blema de segurana da comunidade.

    Assim, no caso do transporte pblico, a segurana deve estar focada nafreqncia de acidentes envolvendo os veculos de transporte coletivo.

    O parmetro segurana pode ser avaliado pelo ndice de acidentessignificativos envolvendo a frota de veculos de transporte pblico a cada 100mil quilmetros percorridos.Caractersticas dos veculos

    A tecnologia e o estado de conservao dos veculos de transporte sofatores determinantes na comodidade dos usurios.

    No que se refere tecnologia, os seguintes fatores so determinantes dograu de conforto dos passageiros: microambiente interno no veculo (temperatura,ventilao, nvel de rudo, umidade do ar, etc.), dinmica (aceleraohorizontal e vertical, variao da acelerao, nvel de vibrao, etc.), tipo debanco (forma anatmica e existncia ou no de estofamento) e arranjo fsico(nmero e largura das portas, largura do corredor, posio da catraca, nmeroe altura dos degraus das escadas, etc.).

    Tambm se pode dizer que a aparncia do veculo (aspecto visual da par-te externa e interna) influi no grau de satisfao dos usurios, pois a estticaest sempre presente na natureza humana. Assim, importante que oscoletivos tenham aspecto moderno e cores alegres.

    Em relao ao transporte por nibus, os principais fatores que intervmna comodidade dos passageiros so: nmero de portas, largura do corredor,altura dos degraus das escadas e estado de conservao.

    A existncia de trs portas e corredor largo nos nibus facilita bastante,principalmente nos perodos de pico, a locomoo no interior do veculo duranteas operaes de embarque e desembarque. Se a altura dos degraus grande (prin-cipalmente do primeiro degrau em relao ao nvel do solo), o esforo para su-bir ou descer do veculo e o risco de cair so maiores, o que causa desconforto,sobretudo para idosos, crianas, deficientes e enfermos.

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    No que diz respeito ao estado de conservao dos veculos, contam a ida-de, a limpeza, o aspecto geral e a existncia ou no de rudos decorrentes departes soltas.

    No caso dos nibus, a qualidade do parmetro caractersticas dos ve-culos pode ser avaliada com base nos seguintes fatores: idade, nmero de por-tas, largura do corredor e altura dos degraus das escadas.Caractersticas dos locais de parada

    Em relao s caractersticas fsicas dos locais de parada, os seguintesaspectos so importantes: sinalizao adequada, caladas com largura suficientepara os usurios que esto esperando e os pedestres que passam e existncia decobertura e bancos para sentar (sobretudo nos locais de maior movimento).

    A sinalizao dos locais de parada importante para evitar a ocorrncia deparadas em distncias curtas, fato comum nos bairros perifricos de algumascidades. Por outro lado, a falta de sinalizao dos locais de parada reflete umacerta desorganizao do sistema.

    A existncia de cobertura protege as pessoas da chuva e do sol, sendo,portanto, uma facilidade que traz grande comodidade aos usurios. Os bancospara sentar tambm contribuem para melhorar a comodidade dos passageiros,sobretudo de idosos, crianas, deficientes, enfermos e mulheres grvidas.

    Tambm nesse caso no se pode deixar de lado a esttica. Dessa forma, importante que os objetos sinalizadores dos pontos de parada e os abrigos tenhamaparncia moderna e cores alegres.

    A avaliao das caractersticas dos locais de parada pode ser feita com basenos seguintes parmetros: sinalizao adequada, existncia de cobertura e bancopara sentar e aparncia dos objetos sinalizadores e dos abrigos.Sistema de informaes

    O sistema de informaes aos usurios envolve os seguintes pontos: dis-ponibilidade de folhetos com os horrios e itinerrios das linhas e a indicaodas estaes (terminais) de transferncia e principais locais de passagem;colocao do nmero e do nome das linhas, bem como dos horrios depassagem ou intervalos, no caso das linhas de maior freqncia, nos locais deparada; mapa geral simplificado da rede de linhas no interior das estaes(terminais) e dos veculos, se for o caso; fornecimento de informaes verbaispor parte de motoristas e cobradores; quiosques para o fornecimento de

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    informaes e recebimento de reclamaes e sugestes (pessoalmente e portelefone) nas principais estaes (terminais); etc.

    Evidentemente, quanto maior o tamanho da cidade mais importante setorna o sistema de informaes para os usurios, pois o sistema de transportepblico mais complexo.

    A disponibilidade de tabelas de horrios e itinerrios das linhas degrande importncia para os usurios no habituais. Embora de menor rele-vncia para o passageiro cativo, no deixa, no entanto, de ser til e aumentaro seu conhecimento do sistema.

    O fator sistema de informaes pode ser avaliado por meio dos seguintesaspectos: disponibilidade de folhetos com itinerrios e horrios das linhas,colocao do nmero e do nome das linhas que passam nos locais de parada eseus respectivos horrios ou intervalos e existncia de quiosques nas estaes(terminais) principais para fornecimento de informaes e recebimento dereclamaes e sugestes (pessoalmente e por telefone).Conectividade

    O termo conectividade utilizado nesta publicao para designar afacilidade de deslocamento dos usurios de transporte pblico entre dois locaisquaisquer da cidade. Essa facilidade avaliada pela porcentagem de viagens queno necessita de transbordo e pelas caractersticas dos transbordos realizados.

    Dessa forma, a conectividade depende diretamente da configurao espacialda rede de linhas e da existncia ou no de integrao fsica e tarifria.Indiretamente, depende dos intervalos entre atendimentos nas diversas linhas,pois os tempos de espera nos transbordos dependem desses intervalos, exceto nosraros casos em que a operao sincronizada no tempo.

    O ideal seria que as viagens entre dois locais da cidade pudessem ser diretas,sem necessidade de trocar de veculo, ou seja, sem transbordo. Isso, em geral, invivel por razes tcnicas e econmicas. No entanto, a necessidade detransbordos pode ser bastante reduzida com uma adequada configurao espacialda rede de linhas, sobretudo com o emprego de linhas diametrais, em vez deradiais, e linhas circulares ligando diretamente diversos bairros em comple-mentao s linhas diametrais e radiais que ligam os bairros regio central.

    Mesmo com uma configurao espacial adequada da rede de linhas,muitas viagens ainda necessitam de transbordo. Em razo disso, importanteproporcionar integrao fsica e tarifria e, quando possvel, integraosincronizada no tempo entre as linhas de transporte pblico urbano.

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    Quando o transbordo entre veculos de linhas diferentes realizado emum local apropriado, dotado, no mnimo, de cobertura e bancos para sentar,diz-se que h integrao fsica entre as linhas.

    A integrao tarifria existe quando o usurio no necessita pagar nova-mente ou paga um valor significativamente menor ao trocar de veculo paracompletar a viagem. Essa integrao pode ser proporcionada por estaes fe-chadas, nas quais o acesso pago e os usurios entram nos coletivos pelas portasde desembarque, ou pelo emprego de bilhetagem eletrnica com o emprego decartes ou bilhetes que armazenam informaes em meio magntico.

    A operao sincronizada no tempo entre veculos de linhas distintas per-mite que os usurios faam transbordo sem necessidade de esperar pelo se-gundo veculo, caracterizando o que se denomina integrao no tempo ouintegrao sincronizada no tempo.

    O fator conectividade na prtica pode ser avaliado com base nosseguintes parmetros: porcentagem de viagens com necessidade de realizartransbordo, existncia de integrao fsica, existncia de integrao tarifriae tempo de espera para continuar a viagem.Comportamento dos operadores

    Os seguintes aspectos so importantes em relao ao comportamento dosmotoristas: conduzir o veculo com habilidade e cuidado, tratar os passageiroscom respeito, esperar que os usurios completem as operaes de embarque edesembarque antes de fechar as portas, responder a perguntas dos usurios comcortesia, no falar palavras inconvenientes, etc.

    Em relao ao comportamento do cobrador valem as mesmas obser-vaes, exceto as que se relacionam ao modo de dirigir.

    A avaliao do fator comportamento dos operadores pode ser feita combase nos seguintes itens: condutores dirigindo com habilidade e cuidado econdutores e cobradores prestativos e educados.Estado das vias

    Em relao ao estado das vias por onde passam os coletivos, o aspectomais importante a qualidade da superfcie de rolamento, a fim de evitar asfreqentes redues e aumentos da velocidade devido presena de buracos,lombadas e valetas, os solavancos provocados por esses elementos e a exis-tncia de poeira ou lama no caso das vias no pavimentadas.

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    Assim, as vias por onde passam os nibus devem ser pavimentadas e semburacos, lombadas e valetas pronunciadas.

    Tambm importante a sinalizao adequada da via, a fim de garantirsegurana e conforto aos passageiros.

    A avaliao do estado das vias pode ser feita com base nos seguintes as-pectos: existncia ou no de pavimentao, buracos, lombadas e valetas pro-nunciadas, bem como de sinalizao adequada.5.3 Padres de qualidade para os usuriosA complexidade da definio de padres de qualidade

    Diversos aspectos so considerados pelos usurios na avaliao da qua-lidade dos sistemas de transporte pblico urbano. A percepo individual econjunta desses fatores varia bastante em funo da condio social e econmicadas pessoas, da idade, do sexo, etc.

    Outro ponto relevante que a percepo da qualidade influenciadapelas condies de transporte vigentes, pois h um crescimento do grau deexpectativa dos passageiros com a melhoria da oferta. Sobre isso, vale trans-crever as palavras de Kawamoto (1987): No entanto, a satisfao de ter con-seguido um nvel maior de conforto e rapidez nas viagens durar poucotempo, pois o nvel de aspirao est sempre alm do nvel alcanado. Assim,parece bastante lgico estabelecer a hiptese de que a natureza hedonista dohomem, associada aspirao, torna ilimitado o desejo de viajar de modomais rpido e confortvel...

    Tambm influem muito na avaliao da qualidade do transporte pblicocoletivo os costumes, a cultura e a tradio do pas, da regio e de cada cidadeem particular.

    Cabe acrescentar, ainda, o fato de um servio de melhor qualidadeimplicar, quase sempre, tarifas mais elevadas. Se, em geral, o custo do trans-porte coletivo praticamente insignificante para as pessoas mais ricas (paraelas, a qualidade do servio o que mais importa), o mesmo no se pode dizerno caso dos mais pobres (para muitos deles, uma tarifa baixa prefervel a umservio de melhor qualidade). Portanto, na definio do nvel de qualidadedo sistema de transporte pblico coletivo de uma cidade, vital ter em contaa capacidade de pagamento da passagem por parte dos usurios de menor po-der aquisitivo, que so usurios cativos do transporte pblico.

    Apesar da complexidade do problema, preciso definir padres de qua-lidade para efeito de planejamento, projeto e avaliao dos sistemas de trans-

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    porte pblico urbano. Esses padres devem se basear na opinio da maioriados usurios habituais do sistema, em geral pessoas das classes economica-mente menos favorecidas. preciso reconhecer, no entanto, que esses padrespodem variar de pas para pas, ou at mesmo de cidade para cidade, em fun-o do porte e de outras caractersticas.Padres para o transporte pblico por nibus

    Na Tabela 5.1, encontram-se relacionados os padres de qualidade suge-ridos para o transporte pblico por nibus.

    Para cada um dos fatores que influem na qualidade do transporte pblicoforam estabelecidos atributos que caracterizam, do ponto de vista dos usurios,um servio de qualidade boa, regular e ruim.

    Tabela 5.1 Padres de qualidade para o transporte pblico por nibus.

    Fatores Parmetros de avaliao Bom Regular Ruim

    Distncia de caminhada no incio e no fim da viagem (m)

    < 300 300-500 > 500

    Acessibilidade Declividade dos percursos no

    exagerada por grandes distncias, passeios revestidos e em bom estado,

    segurana na travessia das ruas, iluminao noturna, etc.

    Satisfatrio Deixa a desejar

    Insatisfatrio

    Freqncia de atendimento

    Intervalo entre atendimentos (minutos)

    < 15 15-30 >30

    Tempo de viagem Relao entre o tempo de viagem por

    nibus e por carro < 1,5 1,5-2,5 >2,5

    Lotao Taxa de passageiros em p

    (pass/m2)< 2,5 2,5-5,0 >5,0

    Confiabilidade Viagens no realizadas ou realizadas com adiantamento maior que 3 min

    ou atraso acima de 5 min (%) < 1,0 1,0-3,0 >3,0

    Segurana ndice de acidentes

    (acidentes/100 mil km) < 1,0 1,0-2,0 >2,0

    Idade e estado de conservao

    Menos de 5 anos e em bom

    estado

    Entre 5 e 10 anos e em

    bom estado Outras situaes

    Nmero de portas e largura do corredor

    3 portas e corredor largo

    2 portas e corredor

    largo Outras situaes

    Altura dos degraus, sobretudo do primeiro

    Pequena Deixa a desejar

    Grande

    Caractersticas dos nibus

    Aparncia Satisfatria Deixa a desejar

    Insatisfatria

  • 5. Qualidade no Transporte Pblico Urbano 111

    Tabela 5.1 Padres de qualidade para o transporte pblico por nibus (continuao).

    Fatores Parmetros de avaliao Bom Regular Ruim

    Sinalizao Em todos Falta em alguns

    Falta em muitos

    Cobertura Na maioria Falta em muitos

    Em poucos

    Banco para sentar Na maioria Falta em muitos

    Em poucos

    Caractersticas dos locais de parada

    Aparncia Satisfatria Deixa a desejar

    Insatisfatria

    Folhetos com itinerrios e horrios disponveis

    Sim Sim, porm

    precrio No existem

    Informaes adequadas nas paradas

    Sim Sim, porm

    precrio No existem

    Sistema de informaes

    Informaes e reclamaes (pessoalmente ou por telefone)

    Sim Sim, porm

    precrio No existem

    Transbordos (%) < 15 15-30 > 30

    Integrao fsica Sim Sim, porm

    precria No existe

    Integrao tarifria Sim No No Conectividade

    Tempo de espera nos transbordos (min)

    < 15 10-30 > 30

    Motoristas dirigindo com habilidade e cuidado

    Satisfatrio Deixa a desejar

    Insatisfatrio Comportamento dos operadores Motoristas e cobradores prestativos e

    educados Satisfatrio

    Deixa a desejar

    Insatisfatrio

    Estado das vias

    Vias pavimentadas e sem buracos, lombadas e valetas e

    com sinalizao adequada Satisfatrio

    Deixa a desejar

    Insatisfatrio

    O caso das tecnologias diferenciadas das grandes cidadesA sensibilidade dos usurios em relao qualidade do servio de trans-

    porte pblico diferente quando se trata das tecnologias diferenciadas que soutilizadas nas grandes cidades.

    Nos modos que utilizam vias especiais, sobre trilhos ou mesmo sobre pneus,os usurios aceitam caminhar distncias maiores, pelo fato de o transporte sermais rpido, mais confortvel e ter maior freqncia.

    O conceito de confiabilidade, como foi definido para o caso do transporteconvencional por nibus, no se aplica no caso do transporte com tecnologiasdiferenciadas de alta capacidade e grande freqncia (metr, pr-metr, etc.),pois no se pode falar de atraso ou adiantamento em linhas de alta freqncia.

  • 112 Transporte Pblico Urbano

    Nas grandes cidades, a retido da rota por si s deixa de ser determi-nante no tempo de viagem, pois passa a influir de maneira decisiva navelocidade dos coletivos a existncia de faixas exclusivas ou separadas dotrnsito geral.

    As operaes de transbordo, que so indesejveis nas cidades mdias epequenas, so perfeitamente aceitveis nas grandes cidades, mesmo nas viagensbairro-centro e vice-versa, como ocorre nas integraes foradas entre linhas-tronco (operadas com tecnologias diferenciadas) e linhas alimentadoras. Osusurios aceitam essas operaes cientes da maior complexidade da rede detransporte pblico nas grandes cidades, e tambm pela maior velocidade econforto das tecnologias diferenciadas que operam nos troncos.

    Tambm fundamental, nas cidades maiores, o sistema de informaes aosusurios, que deve, obrigatoriamente, incluir mapas simplificados da rede detransporte coletivo, painis de orientao nas estaes (terminais) e no interiordos veculos, sistema de informaes por telefone, etc.5.4 Avaliao global da qualidade

    Para avaliao global da qualidade dos sistemas de transporte pblicourbano por nibus, considerando o nvel de satisfao de todos os atores envol-vidos (usurios, empresrios do ramo, trabalhadores do setor, comunidade egoverno), so propostos os modelos de matrizes das Tabelas 5.2, 5.3, 5.4, 5.5 e5.6.

    relevante salientar que os modelos propostos devem ser vistos apenascomo sugestes, podendo ser modificados na sua forma e contedo. Por exem-plo, com a supresso ou o acrscimo de novos parmetros, ou com a adoo depadres diferentes na caracterizao da qualidade.

    A avaliao dos diversos fatores que compem cada uma das matrizes deveser realizada por tcnicos especializados, com base nos resultados da avaliaoobjetiva do desempenho do sistema e de pesquisas com usurios, trabalhadores,comunidade, empresrios, tcnicos e autoridades do governo.

  • 5. Qualidade no Transporte Pblico Urbano 113

    Tabela 5.2 Modelo de matriz de avaliao para os usurios.

    Fatores Parmetros para a avaliao Bom Regular Ruim

    Acessibilidade Distncia a p no incio e no fim da viagem e comodidade nas

    caminhadas

    Freqncia Intervalo entre atendimentos

    Tempo de viagem

    Relao entre o tempo de viagem por nibus e por carro

    Lotao Taxa de passageiros em p

    Confiabilidade % de viagens programadas realizadas

    no horrio, com alguma tolerncia

    Segurana ndice de acidentes

    Caractersticas dos veculos

    Idade, estado de conservao, nmero de portas, largura do

    corredor, altura dos degraus e aparncia

    Caractersticas das paradas

    Sinalizao adequada, existncia de coberturas e bancos e aparncia

    Sistema de informaes

    Nas paradas, em folhetos, por intermdio de telefone, etc.

    Conectividade % de transbordos e existncia de integrao fsica e tarifria

    Comportamento dos operadores

    Habilidade e precauo dos condutores e tratamento dispensado aos usurios

    Estado das vias

    Existncia de pavimentao, buracos, lombadas, valetas e sinalizao

    Tarifa Comparao com outras cidades

    Tabela 5.3 Modelo de matriz de avaliao para os empresrios.

    Fatores Parmetros para a avaliao Bom Regular Ruim Rentabilidade

    do capital Taxa de rentabilidade

    do capital das empresas Prazo para recuperar

    o investimento Perodo de concesso

    ou permisso Reconhecimento

    pelo trabalho Imagem das empresas e do sistema perante a comunidade e o governo

  • 114 Transporte Pblico Urbano

    Tabela 5.4 Modelo de matriz de avaliao para os trabalhadores.

    Fatores Parmetros para a avaliao Bom Regular Ruim Salrios e outros

    benefcios Comparao com outras cidades

    e outros setores Jornada de trabalho

    Respeito s leis e normas do trabalho

    Instalaes fsicas

    Protegidas e com sanitrios, ventilao, etc.

    Reconhecimento e respeito

    Dos superiores, colegas e da comunidade

    Integrao e motivao

    Satisfao com o trabalho e possibilidade de fazer sugestes

    Oportunidade de desenvolvimento

    Possibilidade de treinamento e progresso na empresa

    Tabela 5.5 Modelo de matriz de avaliao para a comunidade.

    Fatores Parmetros para a avaliao Bom Regular Ruim

    Contaminao do ar Presena de veculos

    lanando produtos txicos

    Poluio sonora Presena de veculos barulhentos

    Prejuzo para o trnsito Alta concentrao de

    nibus em alguns locais

    Segurana ndice de acidentes

    Degradao de espaos pblicos

    Forma de ocupao e aparncia dos espaos pblicos destinados a estaes, terminais e

    pontos de parada

    Valor da tarifa Comparao com outras cidades

    Esttica (poluio visual)

    Aparncia dos nibus, dos locais de paradas e das estaes e terminais

    Situao dos trabalhadores Condies de trabalho dos

    empregados do setor

    Cumprimento da lei Grau de respeito das empresas

    s leis e regulamentos

    Imagem do servio

    Opinio da populao e dos meios de comunicao

  • 5. Qualidade no Transporte Pblico Urbano 115

    Tabela 5.6 Modelo de matriz de avaliao para o governo.

    Fatores Parmetros para a avaliao Bom Regular Ruim

    Valor da tarifa Estudos e comparao

    com outras cidades

    Qualidade do servio Estudos e comparao

    com outras cidades

    Eficincia do servio Estudos e comparao

    com outras cidades

    Justia financeira entre as empresas Existncia de

    compensao tarifria

    Imagem do servio Pesquisas com usurios e notcias

    nos meios de comunicao

    Satisfao dos usurios Estudos e pesquisas

    Satisfao da comunidade Estudos e pesquisas

    Satisfao dos trabalhadores Estudos e pesquisas

    Satisfao dos empresrios Estudos e pesquisas

    5.5 Questes1. No que consiste contemplar a qualidade no transporte pblico urbano como umaviso geral?2. Quais os requisitos bsicos para conseguir a qualidade global no transporte p-blico urbano?3. Comentar o conceito de sustentabilidade da qualidade.4. Citar de forma resumida os direitos e os deveres dos cinco atores envolvidosno transporte pblico urbano.5. Quais as principais etapas de uma viagem por transporte pblico urbano? Quaisas esperas associadas?6. Considerar uma pessoa que, para ir zona central da cidade, utiliza o carro dasua casa at uma estao de metr e, depois, esse modo at o centro. Quais asetapas da viagem? Quais os custos associados? Qual a espera associada?7. Relacionar e explicar sucintamente cada um dos fatores que influem na qualidadedo servio de transporte pblico urbano por nibus.8. Como as diferentes classes sociais vem a questo custo x qualidade notransporte pblico urbano?

  • 116 Transporte Pblico Urbano

    9. Qual o objetivo de estabelecer padres de qualidade para o transporte pblicourbano?10. Com base em sua percepo, que alteraes voc faria nos valores da Tabela5.1?11. Explicar as principais diferenas, e as razes pelas quais elas existem, no jul-gamento dos usurios das grandes cidades, entre os transporte pblico comtecnologias diferenciadas nas linhas troncais e o transporte por nibus con-vencional.12. Comparar os tempos de viagem por nibus e por carro nas seguintes con-dies:

    l Carro: distncia percorrida no veculo = 7 km, velocidade mdia = 40 km/h, distncia de caminhada na origem = 0, distncia de caminhada nodestino = 100 m, velocidade de caminhada = 5 km/h.l nibus: distncia percorrida no veculo = 9 km, velocidade mdia = 15km/h, distncia de caminhada na origem = 300 m, tempo de espera noponto = 5 min (admitindo que o usurio conhea os horrios), distnciade caminhada no destino = 200 m.

    13. Refazer a questo 12, considerando a velocidade mdia do carro de 15 km/h (trnsito congestionado) e a velocidade mdia do nibus de 30 km/h (movi-mento em faixas exclusivas).14. Refazer a questo 12, considerando que a viagem por nibus tem um percursode 3 km at uma estao de metr, a partir de onde so percorridos por tremmais 7 km com uma velocidade mdia de 60 km/h. Considerar o tempoperdido no transbordo igual a 3 min e a velocidade do carro de 15 km/h(trnsito congestionado).15. Utilizando os modelos de matrizes apresentados nas Tabelas 5.2, 5.3, 5.4, 5.5e 5.6, fazer uma avaliao da qualidade global do sistema de transportepblico da sua cidade. Utilizar as informaes disponveis e o seu sentimentopessoal.