Transtorno da memória

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TRANSTORNO DA MEMÓRIA Vamos detalhar as possíveis relações entre o transtorno da memória e os da aprendizagem. O que é memória? Não existe uma única memória senão um conjunto de memórias. Existem memórias simples, compostas, visuais, auditivas, somestésicas, cinestésicas, olfativas, emocionais, complexas e muitas outras. Mas existem alguns mitos que devem ser desfeitos. O mito mais difundido é o de que usamos apenas uma pequena porção da nossa capacidade cerebral. Não é verdade, na realidade, para dar conta das atividades do dia-dia, e necessário que lancemos mão de toda a nossa capacidade de memória até que se chegue próximo do limite de todo o espaço mnemônico à disposição. Entretanto, por paradoxal que pareça. Para um bom funcionamento da memória, é importante que esqueçamos algumas informações de modo a sobrar espaço na memória para os próximos eventos. No que se refere à memória, o SNC funciona a “todo vapor”. Porque não haveria espaço suficiente para guarda todas às informações que recebe a cada instante. O segundo mito certamente está ligado ao primeiro, e diz respeito ao medo de esquecer as coisas. Contudo, é saudável que esqueçamos algumas informações, em especial aquelas que tenham conteúdo traumático ou negativo. Se uma pessoa perdesse a capacidade de esquecer, poderia entrar em surto psicótico. Desfeitos os mitos, pode-se então trabalhar com os conceitos.

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TRANSTORNO DA MEMÓRIA

Vamos detalhar as possíveis relações entre o transtorno da memória e os da aprendizagem.

O que é memória? Não existe uma única memória senão um conjunto de memórias. Existem memórias simples, compostas, visuais, auditivas, somestésicas, cinestésicas, olfativas, emocionais, complexas e muitas outras.

Mas existem alguns mitos que devem ser desfeitos. O mito mais difundido é o de que usamos apenas uma pequena porção da nossa capacidade cerebral. Não é verdade, na realidade, para dar conta das atividades do dia-dia, e necessário que lancemos mão de toda a nossa capacidade de memória até que se chegue próximo do limite de todo o espaço mnemônico à disposição.

Entretanto, por paradoxal que pareça. Para um bom funcionamento da memória, é importante que esqueçamos algumas informações de modo a sobrar espaço na memória para os próximos eventos. No que se refere à memória, o SNC funciona a “todo vapor”. Porque não haveria espaço suficiente para guarda todas às informações que recebe a cada instante.

O segundo mito certamente está ligado ao primeiro, e diz respeito ao medo de esquecer as coisas. Contudo, é saudável que esqueçamos algumas informações, em especial aquelas que tenham conteúdo traumático ou negativo. Se uma pessoa perdesse a capacidade de esquecer, poderia entrar em surto psicótico.

Desfeitos os mitos, pode-se então trabalhar com os conceitos.

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O primeiro conceito básico, e a sua própria definição de memória. Segundo Isquierdo (2002), memória é um evento divisível em três fases: a) aquisição; b) consolidação; c) evocação das informações. Outra forma é chama-la de aprendizado, ou seja, só fica gravado aquilo que foi aprendido.

O segundo conceito básico e o que trata da relação entre memória e aprendizagem. Em suma são indivisíveis, um esta “embutido” no outro, já que aprendizagem é a primeira fase do processo mnemônico.

Os próximos conceitos são muitos, contudo os mais importantes são basicamente três: atenção, motivação e nível de ansiedade.

O terceiro conceito a ser tratado é o da relação entre memória e atenção. É óbvio que uma criança desatenta pode ter dificuldades na aquisição das informações, o que corresponde ao primeiro evento mnemônico.

O quarto conceito refere-se à relação entre memória e motivação. Uma criança deprimida ou desmotivada não irá ter uma boa atenção. Não tendo motivação, não tem: atenção, boa aquisição de novas informações, formação de memórias e um bom aprendizado.

O quinto e último conceito descreve as consequências entre ansiedade e a performance do SNC em adquirir e consolidar memórias. Esta bem comprovado que um determinado nível de ansiedade e salutar para que os eventos mnemônicos ocorram com a máxima performance, mas um nível elevado de ansiedade faz com que caia drasticamente a capacidade em adquirir e, consolidar memórias.

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CONCEITO DE MEMÓRIA

Até o século passado, pouco se sabia sobre as bases neurobiológicas da memória. Karl Lashley (1890-1958) usava o termo “engrama”, definido como a unidade básica da memória. Estas concepções, descritas como antilocalizacionistas, acabaram sendo derrotadas mais tarde.

Um discípulo de Lashley, (Donald Hebb 1904-1985) avançou nas concepções do seu mestre. Na década de 1940 ele imaginou que cada evento registrado pelo SNC teria uma rede neural correspondente.

Outros dois pesquisadores, Ramón y Cajal e Pavlov, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina, envolveram-se com o estudo da memória e da aprendizagem.

Recentemente as teorias hebbianas voltaram a ganhar força, de tal modo que se torno possível confirma-las. Evidentemente esta e uma pesquisa de base em modelos animais.

Do ponto de vista básico, a memória dos humanos e parecida com as dos outros mamíferos, contudo o conteúdo é diferente. A principal é um sistema denominado linguagem.

Linguagem é a capacidade única da espécie humana em se comunicar, transmitindo emoções, pensamentos e ideias. Existem três tipos de linguagem: a falada, a escrita e a gestual.

Se tratando de aprendizado, linguagem é um assunto dos mais importantes. A relação entre a linguagem e o aprendizado.

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Nossas memórias anteriores aos três anos de idade não fáceis de descrever em termos linguísticos. O que podemos lembrar são sensações difíceis de expressar em palavras.

A primeira memória a funcionar e a chamada memória operacional, entre 1 e 2 anos de idade, e atinge seu apogeu em torno do 5 anos de idade. E uma memória curtíssima, não deixa rastros bioquímicos e se extingue em segundos.

A memória operacional também é conhecida como memória de trabalho ou memória imediata. Ela funciona como uma interface entre as informações que chega pelos cinco sentidos e a formação e a evocação das memórias, tipo uma memória RAM (PC). Quando a criança consolida sua linguagem aos três anos, se dá um evento eminente lateralizador.

A idade de três anos foi também escolhida como referencial aos transtornos globais do desenvolvimento, dentre eles o autismo infantil.

As crianças autistas também têm problemas mnemônicos, como por exemplo, falhas no reconhecimento do rosto humano.

Antes dos três anos, o aprendizado possivelmente use mais código não verbais, ao passo que, após essa idade, use muito mais os verbais.

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

EDUCAÇÃO FÍSICA

PSICOLOGIA

DO DESENVOLVIMENTO

E DA

APRENDIZAGEM

CAPÍTULO 18

TRANSTORNO DA

MEMÓRIA

PROFESSOR: ASTROGILDO NAVES

ALUNO: ANDRE L. F. ASSIS.

MATRICULA: 201201514371

GOIÂNIA 2012