Tratamento Estatístico de Amostragem de Campo

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    TRATAMENTO DOS DADOS DAS ENTREVISTAS

    Nesta seo se encontram descritos os resultados do tratamento e anlise

    matemtica das informaes registradas nas entrevistas junto a populao resi-

    dente entorno da rea do Carvalho. Foram entrevistados os moradores de cento

    e cinquenta residncias as quais se encontram construdas nas zonas urbana e

    rural do municpio de Piraquara que faz parte da Regio Metropolitana.

    A ficha desenvolvida para a entrevista apresenta vinte e uma perguntas,

    que esto divididas em quatro grupos: o grupo das questes relativas as carac-

    tersticas pessoais do entrevistado; das questes do exerccio das boas prticas

    ambientais; das questes de percepo por parte do entrevistado das supostas

    mudanas ambientais que possam ter ocorrido na regio investigada e o grupo

    de questes relativas ao saneamento e conservao do manancial do Carvalho.

    A amostra de campo tem 3.150 dados experimentais que esto associa-

    dos as respostas descritas nas fichas de entrevista, incluindo a oferta monetria

    disposio a pagar (DAP) apresenta pela populao entrevistada para a con-

    servao do atual estado de dos recursos e servios ambientais que funcionam

    na rea do Carvalho.

    Os dados obtidos na pesquisa foram organizados, codificados e normali-

    zados visando posteriormente a estimativa dos coeficientes da equao do mo-

    delo economtrico, o qual capaz de reproduzir a disposio a pagar da popu-

    lao de Piraquara para a conservao do capital natural da rea do Carvalho.

    A sistemtica de construo do modelo contemplou as etapas e ativida-

    des a serem descritas, a seguir.

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    Na primeira etapa realizaram-se as atividades de organizao, co-

    dificao e normalizao das variveis explicativas. Em seguida, ainda na

    primeira etapa do estudo as variveis nominais, ordinrias e contnuas do

    modelo formaram reunidas em quatro grupos: o grupo das caractersticas

    do entrevistado (ZG1); o grupo do exerccio das boas prticas ambientais

    (ZG2); o grupo da percepo das alteraes ocorridas no ambiente; (ZG3)

    e o grupo das questes relativas ao desenvolvimento sustentvel da rea

    do Carvalho (ZG4). Na TABELA 1 apresentam-se os grupos e as variveis

    do modelo supracitadas.

    TABELA 1. VARIVEIS ASSOCIADAS AS RESPOSTAS DAS ENTREVISTAS.GRUPOS VARI VEIS CODIFICA O

    DADOS PESSOAIS: (ZG1) *

    ZONA DE MORADIA Z1

    SEXO Z2

    IDADE Z3

    PROFISS O * Z4

    SITUAO DO IMVEL Z5

    ESCOLARIDADE Z6

    RENDA FAMILIAR Z7

    BOAS PR TICAS AMBIENTAIS: (ZG2)

    PRESERVA O AMBIENTAL Z8

    DESTINAO RESDUOS Z9

    PR TICA DE CULTIVO Z10

    USO DE FERTILIZANTES Z11

    DESTINO EMBALAGENS Z12

    PERCEPO DE MUDANAS AMBIENTAIS: (ZG3)

    ALTERAO CLIMTICA Z13

    ALTERA O DA GUA Z14

    ALTERA O DO AR Z15

    DIMINUIO DA FLORESTA Z16

    SANEAMENTO E MANANCIAIS: (ZG4)

    REA DO CARVALHO Z17

    PAISAGEM ATRATIVA Z18

    ENTIDADES RESPONS VEIS Z19

    A FAVOR DA URBANIZAO Z20

    URBANIZA O X POLUI O Z21

    (*) ZGn representa o grupo das variveis explicativas do modelo.

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    Os coeficientes de Skewness e Kurtosis se encontram apresenta-

    dos na FIGURA 2 e os resultados dos testes estatsticos esto indicados

    na TABELA 2.

    TABELA 2. RESULTADO DO TESTE DE NORMALIDADE DA VARIVEL EXPLICATIVAPERCEPO DA ALTERAO DA QUALIDADE DE GUA EM FUNO DE Y(Z).

    Teste de Normalidade

    Alterao daQualidade da

    gua

    Z14Kolmogorov-Smirnov Shapiro-Wilk

    Estatstica Df * Significncia Estatstica Df Significncia

    Y(z)No 0,313 69 0,000 0,657 69 0,000

    Sim 0,307 74 0,000 0,728 74 0,000

    Ln (y+1)No ,140 69 0,002 0,927 69 0,001

    Sim ,180 74 0,000 0,941 74 0,002

    1/(y+1)No ,286 69 0,000 0,755 69 0,000

    Sim ,259 74 0,000 0,731 74 0,000

    Legenda (*) graus de liberdade

    O resultado do primeiro teste estatstico no-paramtrico reali-

    zado foi o teste da matriz de posto de SPEARMAM, cuja finalidade foi identi-

    ficar as relaes de dependncia funcional das variveis explicativas.

    Na TABELA 3 apresentam-se as relaes de dependncia linear

    identificadas na amostra de dados experimentais analisada.

    TABELA 3. NMERO DE RELAES FUNCIONAIS IDENTIFICADAS.

    N de correlaesIdentificadas Variveis deOcorrncia

    10 Z1809 Z6, Z12

    08 Z5, Z16, Z19

    07 Z8, Z13, Z15

    05 Z3, Z14

    04 Z1, Z10

    03 Z2, Z4

    02 Z7, Z9, Z20

    01 Z1100 Z17

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    FIGURA 1. ESTATSTICAS DESCRITIVAS BSICAS DAS VARIVEIS EXPLICATIVAS DO MODELO ECONOMTRICO.

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    Foram identificadas 104 correlaes, vinte e cinco nas variveis

    que no ajustam a curva de distribuio normal e setenta e nove correlaes

    nas variveis que se ajustam a distribuio normal de probabilidades.

    Nos grupos de variveis foram identificadas dezesseis relaes

    de dependncia: trs no grupo ZG1; duas no ZG2; quatro no ZG3; quatro no

    ZG4 e trs no grupo ZG5.

    Quanto a colinearidade dos coeficientes das variveis e grupos

    de variveis explicativas, com base no valor-p constatou-se que, apenas asvariveis e os grupos de variveis que ajustam a distribuio normal de fre-

    quncias apresentam significncia estatstica, em nvel de 95% de confiana.

    Com base nos resultados dos testes realizados notou-se que a

    significncia estatstica das variveis que se ajustam a distribuio normal de

    probabilidades ocorre tanto quando so estas so analisadas de modo indivi-

    dual quanto agrupadas, isto significa que a significncia estatstica das vari-

    veis que se ajustam a funo de distribuio normal no depende da situao

    que se encontra a varivel, no momento da avaliao.

    Os resultados estatsticos da anlise individual da variveis explicativas

    do modelo economtrico que se encontram descritos na TABELA 5 indicam que

    o valor mdio da DAP para a conservao da rea do Carvalho oferecido pelos

    moradores das sessenta e cinco residncias da zona rural visitadas na ocasio

    das entrevistas igual a R$ 12,97, enquanto o valor da oferta para a DAP do

    moradores das oitenta e trs residncias da zona urbana R$ 8,92.

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    Analisando os valores mdios da DAP em funo zona de moradia da

    populao entrevistada nesta pesquisa se pode verificar que a oferta da DAP da

    populao da zona rural 31,23% maior que da zona urbana.

    Este resultado pode ser explicado com base nos seguintes argumentos:

    a populao da zona rural se encontra vivendo mais perto ou no prprio hbitat

    investigado do que a populao da zona urbana e, deste modo, apresenta maior

    disposio a pagar pela sua conservao; o nmero de ofertas para a DAP, cujo

    valor R$ 50,00, foi maior na zona rural do que na zona urbana.

    Com base nestes resultados decidiu-se estimar o valor monet-

    rio da DAP apresentado pela populao de Piraquara para conservao am-

    biental dos benefcios da rea do Carvalho considerando apenas as variveis

    do primeiro grupo de perguntas da ficha de entrevista.

    As variveis consideradas nesta etapa foram: zona de moradia

    (Z1); sexo (Z2); idade (Z3); profisso (Z4); situao do imvel (Z5); escolari-

    dade (Z6) e o nvel da renda familiar (Z7).

    A partir das frequncias de ocorrncia das variveis normaliza-

    das do primeiro grupo e com as respostas das entrevistas, quanto a oferta da

    DAP, apresentadas pela populao foram determinados os resultados que se

    encontram descritos na TABELA 5.

    Para considerar a influncia da frequncia das DAPs nos resul-

    tados do modelo foram definidas duas novas variveis dependentes a dis-

    posio a pagar mdia ponderada (DAP m, p), e a disposio a pagar mdia

    global (DAP m, g).

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    TABELA 5. VALORES DA DISPOSIO A PAGAR PELA CONSERVAO DA REA DO CARVALHO EM FUNO DAS VARIVEIS EXPLICATIVAS DOMODELO DE VALORAO ECONOMICA DOS COMPONENTES E DOS SERVIOS AMBIENTAIS QUE DELES PROVEM NA REA DO CARVALHO.

    Cdigo Varivel Opes da Varivel N de opes Frequncias DAP (R$) DPA m, p (R$) DAP m, g (R$)

    Z1 Zona de moradia Rural 2 65 12,97 10,70 9,40

    Z1 Zona de moradia Urbana 2 83 8,92 10,70 12,00

    Z2 Sexo Feminino 2 53 12,51 10,69 7,66

    Z2 Sexo Masculino 2 95 9,68 10,69 13,73

    Z3 Idade At 30 anos 4 48 14,35 10,69 13,87

    Z3 Idade De 31 a 40 anos 4 35 10,29 10,69 10,11

    Z3 Idade De 41 a 50 anos 4 50 8,78 10,69 14,45

    Z3 Idade De 51 a 60 anos 4 15 6,33 10,70 4,34

    Z4 Ocupao Aposentado 6 9 3,33 10,70 3,90

    Z4 Ocupao Autnomo 6 16 11,13 10,70 6,94

    Z4 Ocupao Comercirio 6 12 8,67 10,70

    5,21

    Z4 Ocupao Dona de casa 6 13 5,69 10,70 5,64

    Z4 Ocupao Estudante 6 10 23,4 10,70 4,34

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    Z4 Ocupao Prestador de servios 6 84 10,50 10,43 35,52

    25 Situao da moradia Emprestada 3 7 9,20 10,43 1,48

    Z5 Situao da moradia Alugada 3 15 20,71 10,43 3,17

    Z5 Situao da moradia Prpria 3 124 10,35 11,36 28,55

    Z6 Escolaridade Analfabeto 5 3 6,67 11,361,15

    Z6 Escolaridade Ensino fundamental 5 69 11,91 11,36 26,48

    Z6 Escolaridade Ensino mdio 5 54 6,70 11,36 20,72

    Z6 Escolaridade Ensino superior 5 11 18,75 11,36 4,22

    Z6 Escolaridade Ps-graduao 5 11 12,82 10,48 3,89

    Z7 Renda familiar 1 a 3 salrios min. 4 115 9,41 10,48 32,57

    Z7 Renda familiar 3 a 5 salrios min. 4 17 17,76 10,48 4,82

    Z7 Renda familiar 5 a 10 salrios min. 4 8 11,63 10,48 2,27

    Z7 Renda familiar > 10 salrios mnimos 4 6 9,17 10,48 1,70

    ESTATSTICAS

    Soma 1028 291,63 279,54 278,12

    Mdia 39,54 11,22 10,75 10,70

    Desvio padro 36,64 4,68 0,32 1,03

    Varincia 1342,18 21,89 0,10 159.176,02

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    A disposio a pagar mdia ponderal pode ser definida com as seguintes

    relaes matemticas:

    DAP(i , j)= (DAP , f, +DAP , f, )(f, + f, ) {i = 1, , n opes de zj = 1, , m variveis z (5)

    DAP, = DAP(i, j)

    m (6)

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    Os resultados descritos na TABELA 5 indicam que a disposio a pagar

    mdia ponderada determinada com as variveis explicativas do primeiro grupo

    de perguntas da ficha de entrevista da ordem de R$ 10,75, podendo variar,

    para mais ou para menos, R$ 0,32. A disposio mdia global determinada com

    as mesmas variveis explicativas igual a R$ 10,70, podendo variar R$ 1,03.

    FIGURA 2. COMPORTAMENTO DOS VALORES DA DAP EM FUNO DAS FRE-QUNCIAS DE OCORRENCIA DAS OPES DAS VARIVEIS EXPLICATIVAS CON-SIDERADAS SEPARADAMENTE NESTA ETAPA DO ESTUDO.

    Observando a FIGURA 2 se pode notar que o comportamento dos valo-

    res da DAP experimental e da DAP mdia global so semelhantes, porm dife-rentes daquele apresentado pela DAP mdia ponderada. Apesar das aparentes

    diferenas entre as DAPs, os valores das mdias destas variveis dependentes

    apresentam desvios pequenos, significando que so concordantes.

    Os desvios absolutos e relativos dos valores das DAPS mdias ponde-

    rada e global em relao ao valor da DAP mdia observada no campo so 0,47

    e 0,52 centavos de real e 4,19 e 4,63%, respectivamente.

    10,20

    10,40

    10,60

    10,80

    11,00

    11,20

    11,40

    11,60

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    0 5 10 15 20 25 30

    DAPm,p

    (R$)

    DAPeDAPm,p

    (R$)

    Alternativas das variveis explicativas (Z)

    DAP DAP m, g DPA m,p

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    TABELA 6. DESVIOS ABSOLUTO E RELATIVO DOS VALORES DAS DAPSEXPERIMENTAL, MDIA PONDERADA E MDIA GLOBAL.

    DAPValor Mdio

    (R$)Desvio Absoluto

    (R$)Desvio Relativo

    (%)

    Experimental 11,22 --- ---

    Ponderado 10,75 0,47 4,19%

    Global 10,70 0,52 4,63%

    FIGURA 3. RESULTADOS DOS TESTE ESTATSTICOS NO PARAMTRICOS.

    Com base nos resultados apresentados se pode afirmar que a pondera-

    o dos valores da DAP experimental empregando as frequncias diminuram a

    varincia e, desse modo, melhoraram a mdia e dos desvios absoluto e relativo.

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    O resumo dos testes estatsticos no paramtricos realizados indica os

    seguintes resultados: ambas as categorias opes e variveis ocorrem com

    iguais probabilidades; a varivel dependente DAP (m, g) apresenta distribuio

    normal de probabilidades e ocorrem com probabilidade iguais, o que justifica os

    resultados obtidos nesta etapa do estudo.

    Na FIGURA 4 podem ser observados os histogramas das distribuio

    das frequncias dos valores DAP revelados pelas populaes das zonas urbana

    e rural do Municpio de Piraquara, na ocasio das entrevistas realizadas. Inspe-

    cionado os valores das probabilidades apresentados nos histogramas pode-se

    confirmar a significativa diferena dos valores mdios DAP apresentados pelas

    populaes das zonas urbana e rural, na ocasio das entrevistas, notadamente

    o valor p, confirmando assim a significncia e validade dos testes realizados.

    FIGURA 4. HISTOGRAMAS DE DISTRIBUIO DAS FREQUNCIAS DOS VALORESDA DISPOSIO A PAGAR PARA CONSERVAO DOS RECURSOS NATURAIS ESERVIOS AMBIENTAIS QUE SE ENCONTRAM FUNCIONANDO NO CARVALHO.

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    As estatsticas apresentadas na TABELA 5 tambm indicam que os va-

    lores da DAP apresentados nas entrevistas pelos indivduos do sexo masculino

    e feminino so distintos. O valor mdio da disposio a pagar ofertado pelos

    indivduos do sexo masculino R$ 9,68 enquanto do sexo feminino R$ 12,51.

    Apesar do comportamento ser o mesmo observado no primeiro caso, a suposta

    diferena entre as DAP em funo do sexo dos entrevistado no significativa.

    Para o caso da varivel ocupao, os resultados descritos na TABELA 5

    apresentam algumas discrepncias. Por exemplo, a DAP ofertada por estudan-

    tes (R$ 23,40) no condiz com a situao econmica destes entrevistados, uma

    vez que estes indivduos supostamente no possuem fonte de renda que seja

    capaz de suportar as ofertas da DAP apresentadas nas entrevistas.

    A princpio, as ofertas da DAP dos indivduos das demais classes de

    ocupao esto em harmonia com a atual realidade do mercado de trabalho.

    Esta afirmativa pode justificada a partir da ordem crescente do valor DAP em

    funo do tipo de ocupao conforme descrito, a seguir. A ordem crescente dos

    valores da DAP determinados na pesquisa em funo do tipo de ocupao

    Aposentado (R$3,33) < Dona de casa (R$5,69) < Comercirio (R$8,67) < Pres-

    tador de servio (R$ 10,50) < Autnomo (R$ 11,13) < Estudante (R$23,40).

    Analisando os valores mdios da DAP relativos a varivel situao do

    imvel pode-se observar que os indivduos entrevistados cujos imveis foram

    cedidos foram aqueles que fizeram a menor oferta da DAP (R$9,20), enquanto,

    os indivduos cujos imveis onde habitam so alugados ofertaram o maior valor

    da DAP. Os proprietrios dos imveis visitados na pesquisa propuseram o valor

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    de R$ 10,35 para a DAP. A ordem crescente dos valores mdios DAP em funo

    da situao do imvel a seguinte:

    Emprestada (R$ 9,20) < Prprio (R$ 10,35) < Alugada (R$ 20,71).

    Em relao aos valores mdios da DAP obtidos em funo da escolari-

    dade verifica-se que os analfabetos foram aqueles que apresentaram o menor

    valor da DAP (R$6,67), enquanto, os entrevistados que tem curso superior foram

    aqueles que apresentaram a maior oferta para a DAP (R$18,75). As pessoas

    entrevistadas com ensino fundamental e mdio apresentaram para a DAP osvalores de R$ 11,91 e R$ 6,70, respectivamente.

    Esse resultado revela o nvel de conhecimento e a importncia atribuda

    pelos indivduos as questes do meio ambiente. A princpio se pode afirmar que

    a medida que o nvel de escolaridade do indivduo aumenta o valor apresentado

    para a DAP aumenta.

    Resumindo, pode-se afirmar que, na sua grande maioria, a populao

    entrevistada constituda por indivduos do sexo masculino (62,4%), com idade

    variando de 20 a 60 anos com nvel de instruo mdio-fundamental (58,8%), os

    quais so os donos dos imveis visitados (83,8%) e prestadores de servios

    (56,8%), cuja renda mdia familiar varia entre um e trs salrios mnimos (77%).

    Quanto aos valores da DAP, os indivduos da zona rural, as mulheres e

    aqueles com mais escolaridade foram os que apresentaram a maior disposio

    a pagar para conservao da rea do Carvalho.

    Quanto a idade, os resultados deste estudo indicam que a medida que

    aumentou a idade do indivduo entrevistado, a oferta para a DAP diminui. Na

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    FIGURA 5, apresenta-se a pirmide de distribuio da idade da populao do

    sexo masculino e feminino entrevistada.

    FIGURA 3. DISTRIBUIO DA IDADE DOS ENTREVISTADOS VERSUS SEXO.

    Com base anlise estatstica das variveis explicativas do modelo, es-

    pecificamente aquelas referentes as caractersticas pessoais da populao en-

    trevistada foram determinados os valores mdios ponderado e global da dispo-

    sio a pagar para a conservao da rea do Carvalho

    Analisando os valores da disposio a pagar estimados de modo sepa-

    rado se pode afirmar que os resultados so satisfatrios, devendo ser adotados

    como estimativa inicial na regresso dos coeficientes do modelo economtrico.

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    ANLISE DAS CORRELAES DAS VARIVEIS EXPLICATIVAS

    Visando a identificao e anlise das relaes de dependncia funcio-

    nal, supostamente existentes no conjunto das variveis explicativas inicialmente

    foi realizado o teste no-paramtrico de Spearmam atravs do qual determina-

    se, com uma funo montona, a correlao entre duas variveis sem levar em

    considerao as distribuies de frequncias.

    Na TABELA 7 se encontram indicados com a cor vermelha os pares das

    variveis cujos resultado do teste de Spearmam indica significncia estatstica,

    isto , a relao linear dos pares das variveis, em nvel de 95% de confiana,

    Na TABELA 7, nota-se que Z19 apresenta dezenove relaes, em se-

    guida est Z9, com onze relaes; seguida pelas variveis Z6, Z7, Z17 com dez

    relaes, e, por ltimo esto Z13, Z14 e Z16 com quatro relaes, cada.

    Observa-se que apesar da grande quantidade de relaes significativas

    identificas no conjunto das variveis explicativas, os valores dos coeficientes de

    correlao linear so pequenos, indicando que as relaes das variveis so de

    pequena magnitude.

    Com bases no resultado da matriz de Spearmam foram identificadas as

    variveis, cuja probabilidade de representar as respostas do modelo maior. As

    variveis explicativas que apresentaram essa condio so Z19, Z9, Z20, Z17,

    Z7, Z6, Z13, Z14 e Z16.

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    TABELA 7. RESULTADOS DO TESTE DE SPEARMAM APLICADO AS VARIVEIS INDEPENEDNTES DO MODELO ECONOMTRICO.

    Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z9 Z10 Z11 Z12 Z13 Z14 Z15 Z16 Z17 Z19 Z20

    Z1 1,00 0,00 -0,07 -0,05 -0,03 0,19 0,18 -0,26 -0,07 0,04 0,09 0,13 -0,11 -0,13 -0,11 -0,20 -0,12 -0,01

    Z2 0,00 1,00 -0,02 0,09 0,14 -0,11 -0,02 0,09 0,04 -0,03 -0,06 -0,06 -0,05 0,13 0,16 0,22 0,20 0,19

    Z3 -0,07 -0,02 1,00 -0,17 0,15 -0,21 0,11 0,12 -0,07 0,05 0,01 -0,09 0,05 0,04 0,08 0,20 0,03 -0,10

    Z4 -0,05 0,09 -0,17 1,00 -0,01 0,15 0,07 0,14 -0,06 0,07 -0,08 -0,04 -0,06 0,12 0,00 0,19 0,27 0,11

    Z5 -0,03 0,14 0,15 -0,01 1,00 -0,10 0,06 -0,06 0,08 -0,06 -0,03 -0,09 -0,06 0,00 0,01 0,18 0,31 0,13

    Z6 0,19 -0,11 -0,21 0,15 -0,10 1,00 0,63 0,19 -0,08 0,04 0,05 -0,06 -0,23 -0,34 -0,35 0,10 0,15 0,18

    Z7 0,18 -0,02 0,11 0,07 0,06 0,63 1,00 0,28 -0,08 0,06 0,04 -0,16 -0,31 -0,33 -0,29 0,31 0,32 0,14

    Z9 -0,26 0,09 0,12 0,14 -0,06 0,19 0,28 1,00 -0,08 0,08 -0,04 -0,21 -0,16 -0,14 -0,15 0,34 0,31 0,26

    Z10 -0,07 0,04 -0,07 -0,06 0,08 -0,08 -0,08 -0,08 1,00 -0,94 -0,10 -0,18 -0,02 0,02 -0,03 0,12 0,12 -0,15

    Z11 0,04 -0,03 0,05 0,07 -0,06 0,04 0,06 0,08 -0,94 1,00 -0,17 0,15 0,07 -0,06 -0,01 -0,13 -0,16 0,16

    Z12 0,09 -0,06 0,01 -0,08 -0,03 0,05 0,04 -0,04 -0,10 -0,17 1,00 0,04 -0,09 0,12 0,07 -0,07 0,07 -0,02

    Z13 0,13 -0,06 -0,09 -0,04 -0,09 -0,06 -0,16 -0,21 -0,18 0,15 0,04 1,00 0,22 0,18 0,22 -0,28 -0,28 -0,09

    Z14 -0,11 -0,05 0,05 -0,06 -0,06 -0,23 -0,31 -0,16 -0,02 0,07 -0,09 0,22 1,00 0,38 0,30 -0,16 -0,25 -0,21

    Z15 -0,13 0,13 0,04 0,12 0,00 -0,34 -0,33 -0,14 0,02 -0,06 0,12 0,18 0,38 1,00 0,43 -0,04 -0,14 -0,15

    Z16 -0,11 0,16 0,08 0,00 0,01 -0,35 -0,29 -0,15 -0,03 -0,01 0,07 0,22 0,30 0,43 1,00 -0,07 -0,17 -0,23

    Z17 -0,20 0,22 0,20 0,19 0,18 0,10 0,31 0,34 0,12 -0,13 -0,07 -0,28 -0,16 -0,04 -0,07 1,00 0,67 0,13

    Z19 -0,12 0,20 0,03 0,27 0,31 0,15 0,32 0,31 0,12 -0,16 0,07 -0,28 -0,25 -0,14 -0,17 0,67 1,00 0,22Z20 -0,01 0,19 -0,10 0,11 0,13 0,18 0,14 0,26 -0,15 0,16 -0,02 -0,09 -0,21 -0,15 -0,23 0,13 0,22 1,00

    4 5 4 5 4 10 10 11 3 5 1 9 9 8 9 10 13 10

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

    19/37

    TESTES ESTATSTICOS DA VARIVEIS EXPLICATIVAS

    Visando a complementao do teste de Spearmam e seleo das vari-

    veis explicativas do modelo economtrico foram realizados os testes no-para-

    mtricos de Wilcoxon e do Sinal. O objetivo dos testes foi identificar as variveis

    dependentes e no dependentes do conjunto dos dados experimentais atravs

    da anlise pareada das variveis individuais.

    importante observar que na anlise dos resultados do teste de Spear-mam descobriu-se que as variveis Z8, Z12, Z18 e Z21 no apresentam varin-

    cia e, desse modo, foram retiradas do conjunto das observaes experimentais,

    pois o seu comportamento igual a uma constante ao invs de funcionar como

    varivel, propriamente dita.

    PRIMEIRO GRUPO DE VARIVEIS

    As variveis que constituem o primeiro grupo (ZG1) so as seguintes:

    Z1, Z2, Z3, Z4, Z5, Z6 e Z7. Os resultados dos testes destas variveis so

    a) Teste do Sinal

    - Variveis independente: Z1 e Z4.

    - Variveis dependentes: Z3 (duas relaes); Z2 (uma relao);

    Z6 (uma relao); Z5 (duas relaes); Z7 (duas relaes).

    b) Teste de Wilcoxon

    - Variveis independentes: Z3 e Z6.

    - Variveis dependentes: Z7 (trs relaes); Z1(trs relaes);

    Z5(uma relaes); Z4 (uma relao); Z2 (uma relao).

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

    20/37

    SEGUNDO GRUPO DE VARIVEIS

    As variveis que constituem o segundo grupo (ZG2) so as seguintes:

    Z8; Z9; Z10; Z11; Z12. Observa-se que as variveis Z8 e Z12 foram retiradas doconjunto de dados porque a sua varincia nula.

    a) Teste do Sinal

    - Variveis independentes: nenhuma varivel foi identificada;

    - Variveis dependentes: Z9 (uma relao); Z10 (uma relao);

    Z11 (duas relaes).

    b) Teste de Wilcoxon

    - Variveis independentes: nenhuma varivel foi identificada;

    - Variveis dependentes: Z9 (uma relao); Z10 (duas rela-

    es); Z11 (uma relao).

    TERCEIRO GRUPO DE VARIVEIS

    As variveis explicativas do terceiro grupo (ZG3) so as seguintes:

    Z13; Z14; Z15 e Z16.

    a) Teste do Sinal

    - Variveis independentes: nenhuma varivel foi identificada;

    - Variveis dependentes: Z13 (duas relaes); Z14 (trs rela-

    es); Z15 (duas relaes); Z16 (trs relaes).

    b) Teste de Wilcoxon

    - Variveis independentes: Z13 e Z15;

    - Variveis dependentes: Z14 (uma relao); Z16 (uma rela-

    o).

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

    21/37

    QUARTO GRUPO DE VARIVEIS

    As variveis explicativas do quarto grupo (ZG4) so as seguintes: Z17;

    Z18; Z19; Z20 e Z21. Neste grupo tambm foram identificadas duas variveis

    que no apresentam varincia, tendo sido excludas do grupo.

    a) Teste do Sinal

    - Variveis independentes: nenhuma varivel foi identificada;

    - Variveis dependentes: Z17 (duas relaes); Z19 (uma rela-

    o); Z20 (uma relao)

    b) Teste de Wilcoxon

    - Variveis independentes: nenhuma varivel foi identificada;

    - Variveis dependentes: Z17 (uma relao); Z19 (duas rela-

    es); Z20 (uma relao).

    Com os testes de dependncia funcional foram identificadas quatro va-

    riveis independentes, mais vinte seis correlaes significativas atravs do teste

    do Sinal e vinte trs correlaes significativas atravs do teste de Wilcoxon. As

    variveis independentes identificadas foram Z3, Z6, Z13 e Z15; as demais vari-

    veis so dependentes, pois apresentam uma ou mais correlaes entre si.

    Com base nos resultados dos testes do Sinal e de Wilcoxon foram iden-

    tificadas as variveis explicativas cujas probabilidades de representar as obser-

    vaes experimentais factvel. As variveis explicativas dos grupos que apre-

    sentam essa caracterstica, isto , de reproduzir os dados de campo so Z1; Z3;

    Z5; Z6; Z7; Z9; Z10; Z11; Z13; Z14; Z15; Z16; Z17; Z19; Z20.

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

    22/37

    Visando a organizao dos resultados dos testes no paramtricos, ela-

    borou-se a TABELA 9, onde encontram-se apresentadas as variveis escolhidas

    para elaborar a equao do modelo. O nmero de correlao individuais e agru-

    padas das variveis analisadas tambm esto indicadas na citada tabela.

    TABELA 8. CORRELAES IDENTIFICADAS NO CONJUNTO DAS VARIVEIS EX-PLICATIVAS COM OS TESTES DE SPEARMAM, WILCOXON E DO SINAL.

    Teste de Spearmam Testes do Sinal e WilcoxonVariveis N de correlaes Variveis do grupo N de correlaes

    Z19 13 Z1 03Z17 11 Z7 03

    Z20 10 Z14 03Z9 10 Z16 03Z7 10 Z5 02

    Z6 10 Z10 02Z13 09 Z11 02

    Z14 09 Z13 02

    Z16 09 Z15 02--- --- Z17 02

    --- --- Z19 02

    --- --- Z3 029 variveis 91 correlaes 12 variveis 8 correlaes

    Na TABELA 8, pode-se verificar que com o teste de Spearmam foram

    identificadas as nove variveis que apresentam o maior nmero de correlaes,

    uma com a outra, tendo sido tambm observadas noventa e uma relaes line-

    ares. Alm disso, com os testes realizados foram determinadas oito correlaes

    pareadas em doze das vinte variveis avaliadas. Assim, a etapa da escolha das

    variveis como probabilidade de serem includas modelo est finalizada.

    A seguir devero ser apresentadas as hiptese adotadas na construo

    do modelo economtrico, as funes matemticas consideradas e os resultados

    da regresso dos coeficientes do modelo economtrico desenvolvido no estudo.

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

    23/37

    DESENVOLVIMENTO DO MODELO ECONOMTRICO

    O modelo economtrico que supostamente reproduz as observaes de

    campo foi desenvolvido em duas etapas. Incialmente, determinaram-se as fun-

    es que estabelecem as relaes de correspondncia dos elementos do dom-

    nio e a imagem do contradomnio e, posteriormente foram estimados os coefici-

    entes de regresso dos dados experimentais, para cada uma das equaes do

    modelo consideradas neste estudo.

    O primeiro modelo economtrico foi elaborado com todas as variveis

    escolhidas, exceto aquelas que foram removidas do conjunto de dados na etapa

    anterior (Z8, Z12, Z18 e Z21), por no apresentarem varincia.

    Apesar de algumas das variveis selecionadas no atenderem a curva

    de distribuio normal, o primeiro modelo avaliado foi aquele da funo linear

    generalizada, cuja a expresso matemtica tem a forma:

    () = + Z + , , Z ( 9 )

    Onde: y(z) a disposio a pagar (R$); n o coeficiente a varivel n; Zn a varivel explicativa n da resposta y(z).

    A escolha da equao linear para a regresso dos coeficientes da equa-o (1) requer a adoo das seguintes hipteses:

    a) O modelo verdadeiro linear;

    b) As variveis explicativas so independentes do erro aleatrio e

    no esto perfeitamente relacionadas, uma com a outra;

    c) Quanto ao erro aleatrio:

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    - A mdia nula e varincia constante;

    - Para i j, i e j no esto correlacionados;

    - O erro i segue uma distribuio normal.

    DEFINIO DO PROBLEMA

    O problema a ser resolvido consiste em obter os valores dos coeficien-

    tes da equao (10), usando os valores das variveis explicativas normalizadas

    e das respostas registradas na ocasio das entrevistas.

    Com base no nmero de variveis explicativas selecionadas para cons-

    truo do modelo foram determinados os coeficientes da seguinte equao,

    y(z) = c + cZ + cZ + c Z + cZ + cZ + cZ + cZ+ cZ + cZ + cZ + cZ + cZ + cZ+ cZ + cZ ( 10 )

    onde: y(z) disposio a pagar do entrevistado para a conservao ambientalda rea do Carvalho (R$ ms-1); c0 o coeficiente angular da equao linear;ci o coeficiente linear estimado associado a varivel i; e zi a varivelexplicativa i da resposta y(z).

    Para obter os valores dos n coeficientes, deve-se resolver o sistema de

    (n 1) equaes lineares idnticas a (10). O nmero de respostas obtidas nas

    entrevistas foi cento e cinquenta. Com a remoo dos casos anmalos do con-

    junto de dados, o nmero de respostas disponveis para regresso dos coefici-

    entes diminuiu para cento e quarenta. Dividindo o novo nmero de observaes

    pelo nmero de coeficientes a serem estimados resulta 11,67 (=140/12).

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    Logo, o nmero de equaes disponveis para estimar os coeficiente

    suficiente, uma vez que, como cento e quarenta observaes vlidas possvel

    definir onze equaes lineares, as quais juntas, formam o sistema de equaes

    lineares que necessrio e suficiente para determinar os coeficientes da eq.10.

    SOLUAO DO PROBLEMA FUNO LINEAR

    A soluo do sistema de equaes lineares foi obtida empregado uma

    rotina digitam dos mtodos dos mnimos quadrados e TOBIT. A soluo inicial

    do modelo generalizado encontra-se indicado na FIGURA 5.

    FIGURA 5. SOLUO INICIAL DO MODELO LINEAR GENERALIZADO.

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    Inspecionado os resultados determinado pela rotina do computador, ve-

    rifica-se que os valores dos coeficientes () das variveis Z1 e Z2 apresentam

    significncia estatstica, enquanto os demais no apresentam. Apesar de o sis-

    tema ter convergido, com certa facilidade, para uma das possveis solues do

    problema, os resduos no atenderam s expectativas.

    Visando a determinao da melhor soluo do sistema, decidiu-se ado-

    tar a sistemtica da eliminao paulatina e individual de cada uma das variveis

    do modo, notadamente aquelas cujos valores-p dos coeficientes determinados

    com o programa eram maiores em relao aos das demais variveis do modelo.

    importante observar a respeito do valor do nvel de confiana adotado

    na regresso dos coeficientes o qual foi definido em 90% de confiana, vez que

    este valor igual ao valor do nvel de confiana adotado no clculo do tamanho

    da amostragem de campo realizada nesta pesquisa.

    Com a sistemtica empregada foram determinados os valores finais dos

    coeficientes da eq. 10, os quais encontram-se apresentados na FIGURA 6, Dos

    quinze coeficiente considerados, com o mtodo TOBIT foram determinados os

    coeficientes das seis variveis, as quais, supostamente representam, do melhor

    modo possvel, as respostas registradas nas entrevistas a populao.

    Dos seis coeficientes obtidos com o mtodo TOBIT, cinco apresentaram

    significncia estatstica, nvel de 90% de confiana. Alm disto, o mtodo TOBIT

    tambm calculou o coeficiente angular da equao linear, cujo valor ajustado foi

    de R$8,58. As variveis do modelo cujos coeficientes so significativos em ter-

    mos da estatstica so Z1, Z3, Z5, Z13, Z14 e Z20.

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    FIGURA 6. VALORES FINAIS DOS COEFICIENTES DA EQ LINEAR DO MODELO.

    Substituindo os valores dos coeficientes estimados por TOBIT na equa-

    o (11) obtm-se:

    y(z) =8,5803,224Z 1,645Z 2,996Z 1,948Z1,984Z +4,8569Z ( 11 )

    Visando a verificao da qualidade dos resultados do modelo econom-

    trico desenvolvido foram calculados os valores da disposio a pagar preditos

    pelo modelo e comparados aos valores experimentais, tendo sido determinados

    tambm os desvios absoluto e relativo dos resultados os quais esto indicados

    nas FIGURAS 7 e 8,

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    FIGURA 7. DESVIOS RELATIVOS DOS VALORES CALCULADOS E EXPERIMENTAISDA DISPOSIO A PAGAR PELA CONSERVAO DA REA DO CARVALHO.

    FIGURA 8. DESVIOS ABSOLUTOS DOS VALORES CALCULADOS E EXPERIMEN-TAIS DA DISPOSIO A PAGAR PELA CONSERVAO DA REA DO CARVALHO.

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    TABELA 9. RESULTADOS PARCIAIS DO MODELO DE VALORAO ECONMICA DOS RECURSOS NATURAIS DA REA DO CARVALHO.

    ID Z1 Z3 Z5 Z13 Z14 Z20 C0 C1 C3 C5 C13 C14 C20 YCAL YEXP REL* ABS**

    1 0,87 0,43 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 8,25 10,00 -0,21 1,75

    2 0,87 0,49 -1,18 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 12,81 10,00 0,22 -2,81

    3 -1,14 0,56 0,37 -0,52 1,05 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 10,55 10,00 0,05 -0,55

    4 0,87 -1,04 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 10,66 1,00 0,91 -9,66

    5 0,87 -0,64 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 10,00 15,00 -0,50 5,00

    21 -1,14 -0,84 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 16,82 50,00 -1,97 33,18

    22 0,87 -0,04 0,37 -0,52 1,05 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 5,06 10,00 -0,98 4,94

    69 0,87 -0,84 -1,18 1,91 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 10,26 5,00 0,51 -5,26

    70 0,87 -1,58 0,37 1,91 1,05 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 2,84 1,00 0,65 -1,84

    71 0,87 0,49 0,37 -0,52 1,05 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 4,18 3,00 0,28 -1,18

    72 0,87 -0,51 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 9,79 1,00 0,90 -8,79

    98 -1,14 1,63 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 12,75 10,00 0,22 -2,75

    99 -1,14 -0,24 0,37 -0,52 1,05 -3,50 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 -6,54 0,00 1,00 6,54

    100 -1,14 -1,78 0,37 -0,52 1,05 -3,50 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 -4,02 0,00 1,00 4,02

    115 0,87 -0,58 0,37 -0,52 1,05 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 5,93 5,00 0,16 -0,93

    116 0,87 -0,58 0,37 -0,52 1,05 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 5,93 5,00 0,16 -0,93

    148 0,87 0,56 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 8,03 5,00 0,38 -3,03

    149 0,87 0,56 0,37 -0,52 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 8,03 15,00 -0,87 6,97

    150 0,87 -0,44 0,37 1,91 -0,94 0,29 8,58 -3,224 -1,645 -2,996 -1,948 -1,984 4,857 4,94 3,00 0,39 -1,94

    8,62 10,70 0,27 1,93

    Legenda: (*) Desvio relativo: (y calculado y experimental) (y calculado) -1; (**) Desvio absoluto: (y experimental - y calculado)

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    Na TABELA 9 podem ser avaliados uma parcela dos valores experimen-

    tais e calculados com a eq. 11, e, os desvios relativos dos valores da DAP. Na

    ltima linha desta tabela se encontram apresentados os valores mdios da dis-

    posio a pagar citada pela populao e aquela predita pelo modelo e valores

    mdios dos desvios absolutos e relativos.

    Inspecionando os dados da ltima linha da TABELA 9 constata-se que o

    valor mdio da DAP experimental R$ 10,70, e que o valor mdio da DAP cal-

    culado com a eq. (3) R$ 8,62. O desvio absoluto mdio dos valores preditos e

    observados da DAP R$ 1,93, o que indica o erro de18% em relao ao valor

    da DAP experimental. O desvio mdio relativo dos valores da DAP calculados e

    aqueles registrados no campo da ordem de 27,17%.

    FIGURA 9. ESTATSTICAS E DISTRIBUIO DOS ERROS RELATIVOS DAP.

  • 7/28/2019 Tratamento Estatstico de Amostragem de Campo

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    FIGURA 10. RESULTADO DO TESTE DA MDIA DO DESVIO RELATIVO.

    FIGURA 11. DISTRIBUIO DOS VALORES DO ERRO ABSOLUTO DA DAP.

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    FIGURA 12. VALORES EXPERIMENTAIS E PREDITOS PARA A DAP PELA EQUA-

    O AJUSTADA COM O MTODO TOBIT E OS ERROS ABSULTOS DESTES.

    Nas FIGURAS 9 e 12 apresentam-se as distribuies normais dos erros

    absoluto e relativo dos valores preditos e observados da DAP. E, na FIGURA 10se encontra ilustrado o resultado do teste da mdia para o desvio relativo.

    A partir dos resultados constata-se que os erros da regresso dos coefi-

    cientes do modelo apresentam as distribuies normais de frequncias, signifi-

    cando que a terceira condicionante da hiptese adotada, na ocasio da seleo

    do modelo foi atendido.

    Posto acima, as variveis explicativas significativas do modelo que me-

    lhor conseguem representar as observaes de campo so zona de moradia do

    entrevistado (Z1); idade do entrevistado (Z3); situao do imvel (Z5); percepo

    de mudanas climticas (Z13) alteraes da qualidade da gua superficial (Z14)

    e a urbanizao da rea do Carvalho, a qual, por sua vez, est associada as

    questes de desenvolvimento sustentvel.

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    importante citar que os resultados (valor da DAP) determinados com

    as variveis separada, indicados na TABELA 7 apresentam os desvios menores

    que o modelo completo. Isso significa que as relaes linear das variveis expli-

    cativas identificadas no teste de Spearmam apesar de serem de pequena inten-

    sidade elas influenciam os resultados do modelo.

    Posto acima, pode-se observar que a forma linear do modelo de valora-

    o econmica ambiental elaborado neste estudo leva em conta as caractersti-

    cas da populao; os aspectos do meio ambiente e as questes do desenvolvi-

    mento sustentvel da regio e da rea do Carvalho. Portanto, o modelo cumpre

    o fim para o qual foi elaborado, porque os termos que o constituem contemplam

    aspectos importantes do meio ambiente como, exemplo, a interao do homem

    como o habitat em que vive. Alm disso, o modelo capaz de estimar o valor

    monetrio dos recursos e servios ambientais que funcionam na rea do Carva-

    lho conforme descrito nas prximas deste trabalho.

    SOLUO DO PROBLEMA FUNO INVERSA

    A segunda soluo do problema foi determinada empregando a funo

    inversa da varivel independente. A equao do modelo definido em termos da

    funo inversa tem a forma:

    Y = C + CZ + CZ + C + C + CX + CX ( 12 )

    Onde: Yinv varivel dependente da equao (12), definida como:

    Y = 1y(z) + C (13)

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    Co o coeficiente escalar; Ci o coeficiente linear da varivel i; Y inv - a varivel dependente escrita em funo da reposta linear y(z) do mo-delo; C a constante de deslocamento do eixo das abcissas.

    Adotando a sistemtica empregada na regresso dos coeficientes

    da equao linear do modelo, obtm-se o resultado que encontram ilus-

    trados na FIGURA 13.

    FIGURA 13. RESULTADOS DO AJUSTE DO MODELO INVERSO.

    Os resultados da regresso da resposta inversa do modelo ilustra-

    dos FIGURA 13 so semelhantes ao modelo linear. Os coeficientes do segundo

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    modelo esto associados as variveis: Z1; Z3; Z7; Z9; Z13 e Z20. Na FIGURA

    14 pode ser observados os resduos do presente modelo economtrico.

    Substituindo os coeficientes estimado pelo mtodo TOBIT que se en-contram indicados na FIGURA 13 na equao (12), obtm-se:

    Y =6, 27 10 +3,9210Z +3,9110 4,0410 3,87 10 +5,2010Z +7,3210Z ( 14 )

    FIGURA 14. HISTOGRAMA DOS RESDUOS DO MODELO INVERSO.

    Comparado o resultado do modelo linear com o inverso se pode verificar

    que existem duas variveis distintas nas equaes, as varivel Z5 e Z14 da pri-

    meira verso, isto , da funo linear foram substitudas pelas variveis Z7 e Z9

    no segundo, enquanto as demais variveis do modelo linear foram mantidas.

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    Isto significa que as variveis explicativas (Z1, Z3, Z13, Z20) que foram

    includas nas duas verses do modelo, provavelmente so as mais importantes

    do conjunto de dados, quando comparadas as demais variveis explicativas.

    Na FIGURA 14, apresenta-se o histograma dos desvios absolutos das

    respostas do modelo registradas nas entrevistas e aquelas estimadas com a

    segunda verso do modelo economtrico desenvolvido nesta pesquisa.

    FIGURA 15. COMPARAO DOS VALORES DAS DAPs EXPERIMENTAL E CALCU-LADA COM O MODELO DE FUNO INVERSA.

    Na TABELA 10 esto descritos os valores da DAP experimental, calcu-

    lada com o modelo da reposta inversa e os desvios absoluto e relativos destas

    variveis dependentes. A princpio, observando os valores das mdias de cada

    uma das citadas variveis se tem a impresso que o modelo inverso apresentou

    um resultado melhor que o modelo linear. Entretanto, comparando os valores

    das mdias dos desvio relativos dos dois modelos percebesse que o modelo

    0,00

    0,02

    0,04

    0,06

    0,08

    0,10

    0,12

    0,14

    1 611

    16

    21

    26

    31

    36

    41

    46

    51

    56

    61

    66

    71

    76

    81

    86

    91

    96

    101

    106

    111

    116

    121

    126

    131

    136

    141

    1/(DA

    P_

    cal.eDAP_

    exp)

    1/(R$)

    Dados

    INVY_EXP INVY_CALC

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    linear superior ao da funo inversa, uma vez que desvio relativo do segundo

    modelo (32%) maior que do primeiro (27%). Esta falsa impresso de melhor

    resultado que o segundo modelo apresenta decorrente da ordem de grandeza

    dos valores da funo inversa.

    TABELA 10. VALOR EXPERIMENTAL, VALOR CALCUALDO DA DAP E VLORES DOS DESVIOS ABSOLUTO E RELATIVOS DAPs.

    INVY_EXP INVY_CAL DESV. ABS DESV. REL

    0,0091 0,0552 -0,0461 -5,07

    0,0167 0,0560 -0,0393 -2,36

    0,0167 0,0519 -0,0352 -2,110,0250 0,0467 -0,0217 -0,87

    0,0500 0,0501 -0,0217 0,00

    0,0500 0,0462 0,0038 0,08

    0,0500 0,0551 -0,0051 -0,10

    0,0091 0,0599 -0,0508 -5,59

    0,0909 0,0542 0,0367 0,40

    0,0667 0,0537 0,0130 0,20

    0,0667 0,0478 0,0189 0,280,0400 0,0529 -0,0129 -0,32

    0,0769 0,0616 0,0154 0,20

    MDIAS

    0,0626 0,0627 -0,0002 -32%