TRATAMENTO FÍSICO-QUIMICO PARA EFLUENTE DE …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/GUILHERME...

41
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Guilherme Kochenborger TRATAMENTO FÍSICO-QUIMICO PARA EFLUENTE DE CERVEJARIA Passo Fundo, 2012.

Transcript of TRATAMENTO FÍSICO-QUIMICO PARA EFLUENTE DE …usuarios.upf.br/~engeamb/TCCs/2012-2/GUILHERME...

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Guilherme Kochenborger

TRATAMENTO FÍSICO-QUIMICO PARA EFLUENTE DE

CERVEJARIA

Passo Fundo, 2012.

1

Guilherme Kochenborger

TRATAMENTO FÍSICO-QUIMICO PARA EFLUENTE DE

CERVEJARIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como parte

dos requisitos exigidos para obtenção do título

de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. Vandré Barbosa Brião, Dr.

Passo Fundo , 2012.

2

Guilherme Kochenborger

TRATAMENTO FÍSICO-QUIMICO PARA EFLUENTE

DE CERVEJARIA

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

Orientador:_________________________

Prof. Dr. Vandré Barbosa Brião

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Prof. Dr. Marcelo Hemkemeier Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

___________________________________

Luciane Maria Colla

Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF

Passo Fundo, 30 de novembro de 2012.

3

A T E S T A D O

Atesto para os devidos fins que o(a) aluno(a) Guilherme Kochenborger, autor do

Trabalho de Conclusão intitulado “Tratamento físico-químico para efluente de cervejaria”

realizou as alterações sugeridas pela banca examinadora no relatório final.

Passo Fundo, 30 de novembro de 2012.

_____________________________________________

Prof. Dr. Vandré Barbosa Brião

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a meus pais que sempre me apoiaram em todas as etapas, independente da

situação, estavam sempre do meu lado.

Agradeço a minha irmã que sempre me deu força e inspiração para ser uma pessoa

cada vez melhor.

Ao Professor Doutor Vandré Barbosa Brião a quem sempre pude contar durante todo o

curso e me orientou na realização deste trabalho e de outros sempre com grande dedicação,

respeito e paciência.

Ao Professor Doutor Marcelo Hemkemeier que me auxiliou em algumas etapas da

realização deste trabalho.

A todos os meus colegas que sempre me apoiaram e de alguma maneira me deram

força para seguir sempre em frente.

Aos meus colegas Everton e Matheus Cechetti que me ajudaram e muito na realização

das analises deste trabalho.

Aos meus colegas Matheus Boni, Francisco Magro, Taizi Miorando, Silvia Scopel,

Luis Adriel e Larissa Ferreira e que quando eu precisei me ajudaram a superar alguns

problemas.

Ao pessoal da Rotoplastyc que me deram liberação de sair do trabalho quando

necessário para coleta do efluente que foi estudado, realização das análises e ensaios de

laboratório na UPF em Passo Fundo.

Ao pessoal da cervejaria que cedeu o efluente, em especial o Rogério e o Daniel que

possibilitaram e me ajudaram na coleta e realização deste trabalho.

A Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental pela oportunidade de desenvolver

este trabalho.

Aos demais professores que compõem o grupo de graduação em Engenharia

Ambiental.

Aos laboratoristas Marilda, João, Manuelli Zulpo, dos Laboratórios de ensino da

Engenharia Ambiental.

A todos os meus amigos e familiares que de uma maneira ou outra colaboraram para a

realização deste trabalho e do curso de engenharia ambiental.

5

RESUMO

No processo de produção de cerveja é gerada uma grande quantidade de efluentes com alta

carga orgânica, o que causa um problema ambiental se não for tratado corretamente. Este

trabalho apresenta a utilização do tratamento físico-químico de coagulação como uma etapa

do tratamento de efluentes de cervejarias. Foi analisado para comparação o efluente bruto, o

efluente tratado pelo sistema convencional da empresa estudada e o efluente tratado com o

coagulante escolhido. Os coagulantes empregados foram o Policloreto de alumínio (PAC) e o

Cloreto férrico (FeCl3) em diferentes dosagens. Para a realização do experimento foi

realizado o ensaio de Jar Test o qual foi obtido o sobrenadante para avaliar qual coagulante e

dosagem foi mais eficaz. Foram analisados os principais parâmetros exigidos pelos órgãos

fiscalizadores que são: Demanda Química de Oxigênio, Demanda Bioquímica de Oxigênio,

Sólidos Suspensos, Nitrogênio, Fósforo e Óleos e Graxas. O cloreto férrico (FeCl3) foi o

coagulante que obteve a melhor eficiência quando utilizado em uma dosagem de 0,14 mg/L.

Alem de ter uma boa eficiência foi o que obteve o menor custo operacional.

Palavras chaves: Coagulação, Cloreto férrico (FeCl3), PAC

6

ABSTRACT

In the process of beer production is generated a large amount of wastewater with high

organic load, which causes an environmental problem if not handled correctly. This work

presents the use of physical-chemical treatment of coagulation as a step in wastewater

treatment breweries. Was analyzed to compare the raw wastewater, treated effluent by

conventional company studied and treated wastewater with coagulant chosen. The coagulants

used were aluminum polychloride (PAC) and ferric chloride (FeCl3) in different dosages. To

conduct the experiment was conducted the test Jar Test which was obtained supernatant to

evaluate which coagulant and dosing was more effective. We analyzed the main parameters

required by regulatory agencies that are: Chemical Oxygen Demand, Biochemical Oxygen

Demand, Suspended Solids, Nitrogen, Phosphorus and Oils and Greases. Ferric chloride

(FeCl3) was coagulant achieving the best efficiency when used in a dosage of 0.14 mg / L.

Besides having a good efficiency was what got the lowest operating cost.

Keywords: Coagulation, Ferric Chloride (FeCl3), PAC

7

LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO – Demanda Química de Oxigênio

ETE – Estação de Tratamento de Efluentes

OG – Óleos e Graxas

N – Nitrogênio Total

P – Fósforo Total

PAC – Policloreto de Alumínio

pH – Potencial Hidrogeniônico

SS – Sólidos Suspensos

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Utilização de auxiliar de floculação .......................................................................... 19 Figura 2: Tanque de fermentação e maturação. ........................................................................ 20 Figura 3: Fluxograma das etapas do projeto. ............................................................................ 21 Figura 4: Gráfico de desvio padrão das medias de DQO para os experimentos A, B, C. ........ 27 Figura 5: Grafico Tukey das diferenças entre as médias dos níveis das dosagens utilizadas em

A, B, C. .............................................................................................................................. 28 Figura 6: Gráfico de desvio padrão das medias de DQO para os experimentos D,E ,F. .......... 29 Figura 7: Grafico Tukey de intervalo de confiança das diferenças entre as médias dos níveis

das dosagens utilizadas em D, E, F. ................................................................................... 30 Figura 8: Grafico comparativo de DQO e DBO entre o experimento A, efluente tratado pela

ETE, efluente bruto e a legislação. .................................................................................... 31 Figura 9: Grafico comparativo de Fosforo total e Nitrogenio total entre o experimento A,

efluente tratado pela ETE, efluente bruto e a legislação. ................................................... 32

Figura 10: Gráfico comparativo de Óleos e graxas e Sólidos suspensos entre o experimento A,

efluente tratado pela ETE, efluente bruto e a legislação. ................................................... 32

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Planejamento experimental ...................................................................................... 22 Tabela 2: Comparação do efluente bruto com RESOLUÇÃO CONSEMA N º 128/2006. ..... 24 Tabela 3: Volume dos reagentes utilizados em cada experimento de coagulação e correção de

pH. ...................................................................................................................................... 25 Tabela 4: pH de cada experimento. .......................................................................................... 25

Tabela 5: Média e desvio padrão das analises de DQO dos efluentes tratados segundo

delineamento de experimentos. .......................................................................................... 26 Tabela 6: Parâmetros do efluente tratado na ETE da empresa. ................................................ 30

Tabela 7: Eficiência de remoção dos parâmetros analisados ................................................... 33 Tabela 8: Valor comercial dos reagentes utilizados ................................................................. 33 Tabela 9: Custo dos reagentes por metro cúbico de efluente tratado com FeCl3 0,14mg/L e

PAC 1,26 mg/L. ................................................................................................................. 34 Tabela 10: Valores “p” para a comparação de médias de concentração final de DQO dos

experimentos com FeCl3 pelo Teste Tukey. ...................................................................... 40

Tabela 11: Valores “p” para a comparação de médias de concentração final de DQO dos

experimentos com PAC pelo Teste Tukey......................................................................... 40

Tabela 12: Valores “p” para a comparação da concentração final de DQO entre os coagulantes

PAC e FeCl3 pelo Teste Tukey. ......................................................................................... 40

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11 2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 13

2.1 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 13 2.1.1 A cerveja ............................................................................................................. 13 2.1.2 Efluente de cervejaria ......................................................................................... 13

2.1.3 Tratamento convencional ................................................................................... 14 2.1.4 Coagulação e floculação ..................................................................................... 15 2.1.5 Cloreto férrico..................................................................................................... 17

2.1.6 Policloreto de Alumínio (PAC) .......................................................................... 17 2.1.7 Polímero Aniônico .............................................................................................. 18

2.2 Métodos e materiais ................................................................................................... 19 2.2.1 Caracterização da empresa ................................................................................. 19 2.2.2 Métodos e técnicas.............................................................................................. 20

2.2.3 Testes preliminares ............................................................................................. 22

2.2.4 Ensaio experimental ........................................................................................... 22 2.2.5 Ensaio analítico de DQO .................................................................................... 23

2.2.6 Analise de custo .................................................................................................. 23 2.3 Resultados e discussões ............................................................................................. 23

2.3.1 Teste preliminar .................................................................................................. 24

2.3.2 Ensaios experimentais ........................................................................................ 24 2.3.3 Análise de custo .................................................................................................. 33

3 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 35 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 36

APÊNDICE .............................................................................................................................. 40

11

1 INTRODUÇÃO

A cerveja é uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no mundo, tendo grande

participação na economia de vários países. O Brasil encontra-se entre os quatro maiores

fabricantes de cerveja do mundo superando 10 bilhões de litros por ano. Segundo Brasil

Econômico (2012) no ano de 2011 o faturamento do seguimento chegou a R$ 20 bilhões. O

setor cervejeiro emprega direta e indiretamente mais de 150 mil pessoas. A cerveja tem a

maior arrecadação de tributos indiretos entre todos os setores da economia com dedicação a

bens de consumo, participando com 5,1% de toda a arrecadação deste tipo de tributo

(ABRALATAS, 2012).

No processo produtivo da cerveja é gerada uma grande quantidade de resíduos e

efluentes. O grande volume de efluente e a elevada carga orgânica deste efluente faz com que

este seguimento seja considerado pelos órgãos ambientais como sendo de alto potencial

poluidor. O grande número de indústrias cervejeiras e o elevado volume de efluente que estas

produzem fazem com que este setor tenha de investir cada vez mais no sistema de tratamento

de seus efluentes (SANTOS, 2005).

Um grande problema está nas cervejarias artesanais, as quais geralmente não possuem

sistema de tratamento adequado ou apenas descartam seus efluentes na rede pública de

esgotos causando sobrecarga no sistema público de tratamento ou poluindo os corpos

hídricos. Além das cervejarias artesanais que destinam a sua produção a comercialização,

existem ainda a produção de cerveja para consumo próprio, onde adoradores produzem a sua

própria cerveja sem nenhum processo de tratamento de efluente (SANTOS, 2005).

As cervejarias artesanais mesmo não produzindo em grande quantidade produzem um

efluente com alta carga orgânica, maior que a da indústria de cerveja em grande escala que

geralmente possuem um sistema de produçãoo mais eficiente e realiza muitas vezes um

reaproveitamento de parte do efluente tratado em situações onde não afetará a qualidade do

produto final como, por exemplo, na lavagem de pisos e caminhões (SANTOS, 2005).

Atualmente em sua maioria as indústrias produtoras de cerveja possuem um sistema de

tratamento composto apenas por processo físico e biológico. Convencionalmente o tratamento

preliminar é realizado por grade, peneira e decantador, já o tratamento biológico é realizado

por lodo ativado ou reator anaeróbico (REINOLD, 2012).

A utilização de um processo físico-químico reduziria a carga à ser envida para o

tratamento biológico. Esta redução de carga faz com que o custo de tratamento seja reduzido

para sistema de tratamento aeróbico onde é produzido grande quantidade de lodo. O

12

tratamento deste lodo é uma das etapas mais cara do tratamento de efluentes líquidos, pois o

mesmo deve ser desidratado para reduzir custos com transporte ou até mesmo custos com

energia nos casos de secagem ou incineração (REINOLD, 2012).

Os processos físico-químicos e anaeróbicos são utilizados para abater carga do

efluente, porém os processos anaeróbicos possuem algumas desvantagens como possibilidade

do aumento de maus odores. A temperatura é um fator limitante, o que é prejudicado no Rio

Grande do Sul devido ao fato de o clima ser temperado e atingir baixas temperaturas afetando

a eficiência do tratamento. (MONACO, 2007)

O processo físico-químico remove sólidos suspensos e coloides, reduzindo a

quantidade de material orgânico a ser tratado nos processos biológicos além de realizar a

remoção de fósforo. Na indústria cervejeira, boa parte da matéria orgânica do efluente está

presente nos sólidos, podendo esta ser reduzida em um processo físico-químico por

coagulação. Neste tipo de tratamento a clarificação do efluente se dá pela anulação das forças

de repulsão que há entre as partículas coloidais através da adição de agentes químicos. O

processo de coagulação é de fácil controle operacional e custo relativamente baixo

(CARDOSO, 2007).

No processo de coagulação podem ser utilizados vários coagulantes entre eles o PAC,

cloreto férrico, sulfato férrico, sulfato ferroso e coagulante orgânico. Junto com o coagulante,

geralmente é utilizado um auxiliar de floculação que faz melhorar a formação dos flocos

facilitando a sedimentação dos mesmos. Os auxiliares de floculação podem ser os polímeros

aniônicos ou os polímeros catiônicos. A escolha do auxiliar de floculação depende do

coagulante a ser usado no processo de tratamento físico-químico (CARDOSO, 2007).

Os parâmetros de maior importância na análise de um efluente são DQO, DBO,

nitrogênio total, fósforo total, sólidos suspensos, óleos e graxas, cor e turbidez. Estes

parâmetros geralmente são os requisitados pelos órgãos de fiscalização para a liberação de

licenças de operação.

Objetivou-se avaliar a utilização da coagulação como parte do tratamento de efluentes

de cervejarias, tendo como objetivo especifico:

Avaliar Policloreto de alumínio (PAC) e Cloreto férrico (FeCl3) como coagulantes para o

tratamento do efluente de cervejaria;

Verificar a melhor dosagem de coagulante para o tratamento físico-químico do efluente;

Analise de custo, relacionando a melhor opção técnica/ econômica.

13

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

2.1.1 A cerveja

O aparecimento da cerveja confunde-se com a própria história do desenvolvimento

humano. Há mais de 10.000 anos, o homem primitivo conheceu o fenômeno da fermentação e

obteve, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas. Há 5.000 anos, os sumérios e os

assírios produziam, a partir de cereais, uma bebida fermentada, utilizando o processo de

malteação de grãos, tal como é feito agora. Os hieróglifos e baixos-relevos com mais de 4.000

anos mostram que a civilização egípcia também conhecia a cerveja e a produzia em diferentes

versões, como a Cerveja dos Notáveis e a Cerveja de Tebas. Aparentemente, a cerveja era

bebida nacional de grande consumo, inclusive nos ritos religiosos, quando era ofertada ao

povo (HAUS, 2012).

Segundo Berenhauser (1999) no início a cerveja era produzida pelos padeiros devido a

matéria prima: grãos de cereais e levedura.

A cevada era deixada de molho para germinar, moída grosseiramente, moldada em

bolos aos quais se adicionava a levedura. Estes bolos eram parcialmente assados e desfeitos,

colocados em jarras com água e deixados fermentar. Esta cerveja ainda é produzida no Egito

(BERENHAUSER, 1999).

Por volta de 1.070, começou a utilização do lúpulo na cerveja cuja prática rapidamente

disseminou-se. O lúpulo confere a cerveja um aroma agradável e sabor característico,

aumentando também a conservação (BERENHAUSER, 1999).

Em 1859, Pasteur identificou os agentes causadores da fermentação, mostrando que

ocorria pela ação das leveduras (BERENHAUSER, 1999).

Em 1883, o cientista dinamarquês Emil Christian Hansen isolou as primeiras culturas

puras de leveduras, passando a controlar o processo(BERENHAUSER, 1999).

2.1.2 Efluente de cervejaria

A indústria cervejeira por conta da necessidade de frequentes operações de limpeza

seja de equipamentos, pisos ou garrafas geram quantidades significativas de efluentes. A

composição desses efluentes é fortemente influenciada pelo tipo de cerveja fabricada, tipo de

14

levedura utilizada, qualidade dos processos de filtração, tipos de aditivos eventualmente

acrescentados e eficiência dos processos de limpeza de equipamentos. Por conta destes fatores

e da variabilidade de condições operacionais do processo cervejeiro, tanto a composição como

a taxa de geração dos rejeitos deste setor produtivo é muito variável. A divisão da geração de

efluentes em cada etapa do processo varia intensamente em volume e características. Por

exemplo, a lavagem de garrafas gera grandes volumes de efluente, mas com reduzida carga

orgânica. No entanto, a fermentação e filtragem geram apenas 3% do volume de efluentes,

mas são responsáveis por 97% da carga orgânica total (GUERREIRO, 2006).

No que diz respeito à composição, os efluentes da indústria cervejeira apresentam,

usualmente, alto potencial de poluição pela sua carga orgânica, teor de sólidos em suspensão e

presença de fósforo e nitrogênio. A composição qualitativa de cada fonte principal é descrita

como:

a) Maltaria: restos de grãos, sólidos sedimentáveis, proteínas e açúcares;

b) Cozimento do mosto: açúcares, proteínas, taninos e resinas;

c) Fermentação: álcool, ácido, aldeídos, cetonas, ésteres e levedura;

d) Maturação: proteínas e produtos de sua degradação.

Segundo Braile e Cavalcanti (1993) vários estudos estão sendo realizados para a

redução de volume dos efluentes de cervejaria, um deles é a reutilização da água de lavagens

de caldeiras com três lavagens, sendo a terceira carga utilizada novamente na lavagem da

caldeira seguinte. Outra maneira que vem sendo estudada é através da reutilização da água de

resfriamento no engarrafamento e na pasteurização.

Os sólidos suspensos representam a maior parte da carga orgânica presente no efluente

de cervejarias, estes podem ser facilmente removidos desde que utilizado o sistema de

tratamento adequado para este fim. O efluente de cervejarias possui muitas vezes baixos

teores de nitrogênio o pode dificultar alguns sistemas de tratamento (BRAILE;

CAVALCANTI, 1993).

2.1.3 Tratamento convencional

Segundo Braile e Cavalcanti (1993) os sistemas de tratamento mais utilizados na

composição das ETEs de cervejarias são compostos por um processo físico composto por

grade e decantadores e um sistema biológico composto por lodo ativado e reatores anaeróbios.

Nestes casos geralmente são utilizadas duas seções de decantadores e sistema biológico.

15

2.1.4 Coagulação e floculação

O processo de coagulação/floculação tem como finalidade a remoção de substâncias

coloidais, ou seja, material sólido em suspensão e/ou dissolvido. Este processo permite que

pequenas impurezas se combinem formando agregados maiores, que são mais facilmente

removidos em processos de separação sólido-líquido, como a sedimentação ou filtração.

Segundo Azevedo Netto (1976), “coagular significa reduzir o Potencial Zeta a tal ponto que

se consiga a união das partículas coloidais produzindo flocos”. Coagulação nada mais é do

que o processo de superação das barreiras de repulsão, que faz com que as forças de atração

sejam predominantes, o que permite assim a agregação entre as partículas coloidais

(FABRETI, 2006).

Segundo Cardoso (2007), os termos coagulação e floculação são utilizados como

sinônimos, pois ambos significam o processo de aglomeração das partículas. A coagulação é o

processo através do qual o agente coagulante adicionado à água, reduz as forças de separação

das partículas em suspensão, e a floculação é a aglomeração dessas partículas por meio de

transporte de fluido, formando partículas maiores que possam sedimentar (VAZ, 2009).

Por meio de mecanismos de ligação e adsorção a coagulação anula as forças de

repulsão entre as partículas coloidais, devido aos agentes químicos, denominados de

eletrólitos (CPRH, 2001).

O Potencial Zeta é a medida do potencial elétrico entre a superfície externa da camada

compacta que se desenvolve ao redor da partícula e o meio líquido em que ela está inserida

(BORBA, 2001).

Alguns passos devem ser realizados para se obter a coagulação. Estes passos são

(SCHOENHALS, 2006):

a) Redução do potencial Zeta;

b) Energia necessária para provocar agitação acarretando em maior número de

choques;

c) Adição de produtos químicos para auxiliar na formação dos flocos.

Segundo Di Bernardo & Dantas (2005) para que o processo de coagulação seja

eficiente, este deve ser realizado por meio de agitação intensa (mistura rápida) para que

ocorram interações entre o coagulante e o efluente.

A floculação das partículas já coaguladas depende de várias forças de atração que

atuam entre as partículas formando os flocos. A velocidade de formação desses flocos

16

depende primeiramente da agitação térmica (movimento Browniano) para atingirem um

tamanho de aproximadamente 0,1 mm. Outro fator importante é a agitação mecânica do meio.

A agitação mecânica deve proporcionar uma mistura lenta, pois, do contrário, poderá

provocar a desagregação dos flocos já formados, o que dificultará a sua remoção (CPRH,

2001).

Na sedimentação, as partículas se aglomeram, formando flocos, que tendem a crescer

de tamanho à medida que sedimentam. Com o aumento do tamanho dos flocos, aumenta a

velocidade de sedimentação. Como a floculação ocorre à medida que as partículas precipitam,

quanto maior o contato entre elas, maior será a formação dos flocos (VON SPERLING,

1996).

No processo de floculação a temperatura deve ser considerada um fator importante.

Quando utilizado alumínio como coagulante, deve-se evitar trabalhar em meio liquido frio,

pois o tempo de formação dos flocos é muito menor. Porem, o uso de coagulante férrico em

meio líquido frio geralmente resulta em uma rápida formação de flocos e a turbidez se

mantém igual ou menor do que a floculação com alumínio em meio líquido quente.

Esta unidade de tratamento é usualmente constituída de um tanque com agitação,

seguido por um tanque de floculação contendo chicanas longitudinais que promovem a

mistura lenta, permitindo a aglomeração dos microflocos. Finalmente, há um tanque de

sedimentação para separação dos flocos.

Em termos práticos, a parte mais importante no processo de coagulação e floculação

são a dosagem e a condição ótima para aplicação do coagulante. Estas etapas são de grande

importância no tratamento, uma vez que as etapas subsequentes dependem destas. Isso porque

as reações envolvidas ocorrem muito rapidamente e dependem da energia de agitação, da dose

do coagulante, do pH e da alcalinidade do efluente. Caso estas condições estejam corretas, as

reações ocorrem em um espaço de tempo reduzido (MIERZWA; HESPANHOL, 2005).

Embora não usada de forma rotineira, a floculação de efluentes por agitação mecânica

ou por ar dissolvido ou difuso pode ser usada devido a sua eficiência, para aumentar a

remoção de sólidos suspensos e DBO em decantadores primários; para aumentar a eficiência

dos decantadores secundários de processos de lodos ativados; e como um pré-tratamento do

efluente a ser filtrado posteriormente (METCALF; EDDY, 2003).

Os coagulantes mais utilizados são sulfato de alumínio Al2(SO4)3), cloreto férrico

(FeCl3), sulfato ferroso (FeSO4), sulfato férrico (Fe2(SO4)3), cloreto de polialumínio

(Al(OH)x(Cl)y) e polímeros catiônicos. A eficiência do processo de coagulação depende

muito do sucesso do processo de mistura rápida (KAWAMURA, 1997 apud SCHOENHALS,

17

2006), devido ao fato de a coagulação estar relacionada com a formação dos primeiros

complexos de cátions metálicos hidrolisados.

A sedimentação ou decantação é um processo de separação de partículas sólidas

suspensas no efluente. Estas partículas por serem mais pesadas que o líquido tendem a

sedimentar com determinada velocidade (AZEVEDO NETTO, 1979). A sedimentação tem

como objetivo a retirada das partículas finas como areia, sólidos suspensos totais (SST) e

flocos formados no processo de coagulação química. A sedimentação também é usada para

gerar um lodo mais concentrado em sólidos, com possibilidade de ser manuseado e tratado

mais facilmente (AZEVEDO NETTO, 1979; METCALF & EDDY, 2003).

2.1.5 Cloreto férrico

Assim como os sais de alumínio, os sais de ferro são largamente empregados em

estações de tratamento de água.

Os sais de ferro reagem de forma a neutralizar cargas negativas dos colóides e

proporcionam a formação de hidróxidos insolúveis de ferro. Devido ao fato de os hidróxidos

férricos formados possuírem baixa solubilidade, o cloreto férrico pode agir sobre ampla faixa

de pH (PAVANELLI, 2001). O cloreto férrico produz bons flocos na faixa de pH entre 5,0 a

11,0 (SPINELLI, 2001; VIANNA, 1992).

A utilização de FeCl3 reduz drasticamente a cor, turbidez, sólidos suspensos, DQO,

DBO, e realiza a eliminação de fosfatos.

Caso o cloreto férrico seja adicionado em excesso ao meio, parte dele não participa da

reação de coagulação/floculação, ficando este em solução e aumentando os valores dos

parâmetros cor e turbidez. Segundo Branco (1991), a presença de ferro pode propiciar uma

coloração amarelada e turva à água dependendo dos níveis de concentração.

2.1.6 Policloreto de Alumínio (PAC)

O hidroxicloreto de alumínio, mais conhecido como Policloreto de Alumínio, durante

a hidrólise, libera, em dosagem igual de íons metálicos, uma quantidade de ácido

consideravelmente menor do cloreto de alumínio e dos coagulantes tradicionais como sulfato

de alumínio. Isso faz com que haja uma menor variação do pH do meio tratado, necessitando

de um menor consumo de neutralizante para reconduzir o pH ao seu valor original

(SCHOENHALS, 2006).

18

O PAC é um coagulante catiônico que, devido a sua dimensão e estrutura polimérica,

pode substituir com vantagens alguns coagulantes inorgânicos comuns. Sua molécula

constitui-se de um polímero inorgânico, com propriedades muito eficazes de agente

coagulante e floculante para uso em estações de tratamento. Estas propriedades resultam da

formação de um complexo polinuclear de íons hidroxi-alumínio, que em solução aquosa

adquirem característica catiônica. O policloreto de alumínio atua em uma ampla faixa de pH

(faixa ótima compreendida entre 6 e 9) e sua ação depende da temperatura (BREIA, 2006).

2.1.7 Polímero Aniônico

Na maioria dos efluentes industriais, foi verificado que os flocos formados necessitam

de maior densidade para que possa ocorrer a sedimentação em decantadores. Nestes casos

recorre-se aos auxiliares de floculação, polieletrólitos que aumentam a velocidade de

sedimentação dos flocos e a resistência às forças de cisalhamento. O auxiliar de floculação

varia de efluente para efluente e a sua escolha é realizada através de ensaios em laboratório

através de ensaios em equipamentos de Jar Test, onde é possível prever reduções do consumo

de coagulante primário de até 20% (SILVA FILHO, 2009)

Os polímeros ou polieletrólitos são constituídos de monômeros simples que são

polimerizados às substâncias de alto peso molecular variando 104g/mol a 106g/mol

(METCALF; EDDY, 1995).

O polímero aniônico é aquele que quando dissolvido em água, adquire carga negativa

e atua como aníon. Nos polímeros aniônicos a carga negativa fica ligada ao corpo do

polímero.

Quando se adiciona em excesso o polímero aniônico a um efluente a ser tratado, as

partículas suspensas irão adquirir cargas negativas e permanecerão dispersas no meio. Este

fenômeno é chamado “reversão de carga” da matéria em suspensão, pois de positiva as

partículas tornam-se negativas. A neutralização é realizada com a utilização de um polímero

catiônico. Com a neutralização inicia a aglutinação das partículas e a consequente clarificação

do efluente (DI BERNARDO, 1993).

Na Figura 1 é possível visualizar a importância do uso de polímeros no processo de

coagulação como auxiliar de floculação. No recipiente T1 foi utilizado o auxiliar de

floculação e no T2 não houve a utilização do auxiliar de floculação. É possível notar que o

tamanho dos flocos quando utilizado o auxiliar de floculação são visivelmente maiores, o que

19

facilita a sedimentação dos mesmos. No T2 é possível visualizar que ainda há sólidos em

suspensão.

Figura 1:Utilização de auxiliar de floculação

2.2 Métodos e materiais

2.2.1 Caracterização da empresa

Neste estudo foi utilizado o efluente de uma microcervejaria da região norte do estado

do Rio Grande do Sul. O efluente foi coletado por amostragem composta na saída do processo

de produção, antes de passar por qualquer tipo de tratamento. A coleta seguiu as instruções da

NBR 9898/87, da ABNT. O efluente em estudo é somente da lavagem dos equipamentos.

20

Figura 2:Tanque de fermentação e maturação.

Fonte: FIOR Representações

A cervejaria em estudo possui uma estação de tratamento de efluente (ETE) com

processo físico e biológico como a grande maioria das cervejarias no país. O tratamento físico

é composto apenas por decantadores, não existindo um sistema de gradeamento e nem um

tratamento físico-químico na ETE.

A empresa produz em media 40 m3/mês de choop, e gera em média 1,7 m

3 de efluente

para cada metro cúbico de choop produzido.

2.2.2 Métodos e técnicas

Este trabalho foi dividido em etapas como mostrado na Figura 3.

21

Figura 3:Fluxograma das etapas do projeto.

Para caracterização do efluente foram feitas analises de DBO, Nitrogênio, Óleos e

Graxas, sólidos suspensos e Fósforo. As análises destes parâmetros foram realizadas pelo

LACE – Laboratório de Controle de Efluentes. Os efluentes que foram enviados para o

laboratório LACE para realizar estas análises foram o efluente bruto, o efluente após o

tratamento físico da estação de tratamento da empresa e o efluente que obteve os melhores

resultados nos ensaios de coagulação em Jar Test.

O experimento constituiu na utilização de duas variáveis, tipo de coagulante e

dosagem de coagulante. Com isso foi elaborado um planejamento experimental como

mostrado na Tabela 1.

22

Tabela 1: Planejamento experimental

A escolha das dosagens foi realizada através de testes preliminares.

Após à obtenção dos resultados foi realizada uma avaliação estatística, através do teste

de Tukey, disponíveis no software Action+R.

2.2.3 Testes preliminares

Inicialmente para determinar as concentrações a serem estudadas, foram adicionadas

diferentes concentrações e visualizado a formação ou não dos flocos. A menor concentração

que obteve formação de flocos foi escolhida para os ensaios, as demais concentrações foram

escolhidas por serem maiores. Foram realizados testes para verificar qual o melhor pH para

cada coagulante utilizado. Este experimento foi realizado utilizando a mesma dosagem de

coagulante em diferentes faixas de pH até encontrar o pH onde visualmente obteve-se melhor

formação de flocos. Outro fator analisado foi quanto a necessidade ou não de diluição do

coagulante para melhor controle de pH.

2.2.4 Ensaio experimental

. O equipamento de Jar Test foi ajustado para um gradiente de velocidade de 140 rpm

por um tempo de 2 min, com o intuito de fornecer uma mistura homogênea do coagulante,

posteriormente este gradiente foi reduzido para 40 rpm por 15 min para ocorrer a floculação.

A adição dos coagulantes acidificou o efluente, sendo necessário a correção do pH.

Em todos os testes foi realizada a correção do pH para próximo de 10 quando utilizado o

coagulante cloreto férrico e próximo de pH 11 quando utilizado o PAC, para que com a

adição do coagulante o pH ficasse em uma faixa entre 6 e 8, onde os coagulantes tem melhor

resultado.

Experimento Coagulante Concentração (mg/L)

A Cloreto Férrico 0,14

B Cloreto Férrico 0,56

C Cloreto Férrico 0,7

D PAC 1,26

E PAC 1,89

F PAC 2,52

23

Após passados os dois minutos o gradiente de velocidade foi reduzido para 40 rpm

possibilitando a formação dos flocos e evitando que os mesmos se rompessem com a agitação,

esta etapa levou 15 min. Depois de realizada a agitação o efluente foi deixado em repouso por

1 h para a decantação dos flocos formados.

O sobrenadante do experimento foi retirado para análise qualitativa de seus

parâmetros. Este procedimento foi realizado para os dois coagulantes.

2.2.5 Ensaio analítico de DQO

Os sobrenadantes retirados dos ensaios de Jar Test passaram pela análise de DQO

realizadas no Laboratório da Engenharia Ambiental para verificar qual obteve a melhor

remoção tendo como padrão a DQO do efluente bruto. A DQO foi quantificada pelo método

micrométrico segundo American Public Health Association (APHA, 1995), por meio da

digestão em refluxo fechado com dicromato de potássio (K2Cr2O7) em meio ácido (H2SO4), e

quantificação fotométrica a 600 nm.

2.2.6 Analise de custo

Foi também realizada a análise de custo de aplicação para cada concentração e

coagulante estudados. A análise de custo foi realizada levando em conta o valor do litro do

coagulante e do hidróxido de sódio e quanto foi utilizado para o tratamento de 1 L do

efluente. Com o valor de custo de tratamento de 1 L, foi estimado quanto custará

mensalmente para a empresa este tratamento.

2.3 Resultados e discussões

Os parâmetros de caracterização do efluente bruto estão sendo apresentados na Tabela

2 junto com os parâmetros exigidos pela resolução CONSEMA N º 128/2006.

24

Tabela 2: Comparação do efluente bruto com RESOLUÇÃO CONSEMA N º 128/2006.

Parâmetro Efluente bruto RESOLUÇÃO

CONSEMA N º 128/2006

DQO (mg/L O2) 2.156 400

DBO5 (mg/L O2) 1.388 180

Fósforo Total (mg/L) 7,66 4

Óleos e Graxas (mg/L) 45,6 30

Nitrogênio Total (mg/L) 24,32 20

Sólidos Suspensos (mg/L) 443 180

pH 5,02 6 < 9

Seguindo a RESOLUÇÃO CONSEMA N º 128/2006 que dispõe sobre a fixação de

Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos para fontes de emissão que lancem seus efluentes

em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul é possível visualizar que para a vazão

da empresa o efluente encontra-se fora dos padrões exigidos pela resolução.

2.3.1 Teste preliminar

A realização destes testes constatou que o PAC deveria ser utilizado diluído em 50%,

pois facilita o controle do pH, tornando o processo de coagulação mais eficiente com o pH

adequado. Já o cloreto férrico não necessitou de diluição, pois a adição do mesmo não

abaixou o pH além da zona ótima de coagulação.

2.3.2 Ensaios experimentais

A realização do ensaio de Jar Test foi realizada com os volumes dos reagentes

demonstrados na Tabela 3.

25

Tabela 3: Volume dos reagentes utilizados em cada experimento de coagulação e correção de

pH.

Experimento NaOH (mL)

1a correção

Coagulante (mL) Polímero (mL)

A 4 0,14 1

B 4 0,56 1

C 4 0,7 1

D 10,5 1,26 1

E 16,5 1,89 1

F 20 2,52 1

Na Tabela 4 é possível visualizar que os experimento que utilizaram cloreto férrico,

não tiveram necessidade de uma segunda correção de pH. Com a adição dos reagentes de

coagulação e de correção de pH, foram obtidos os resultados apresentados na Tabela 4.

Tabela 4: pH de cada experimento.

Experimento pH inicial pH 1a correção pH final

A 5,09 10,2 9,58

B 5,1 10,26 7,01

C 5,14 10,5 6,12

D 4,89 11,11 7,96

E 4,84 10,92 8,38

F 5,06 10,94 7,47

Primeiramente o pH foi elevado com hidróxido de sódio 1 mol/L e então adicionados

os coagulante. Na utilização do PAC, mesmo realizando o aumento do pH para próximo de

10, com a adição o pH sofreu grande redução, necessitando de uma nova correção desta vez

para pH entre 6 e 8. O cloreto férrico não necessitou de nova correção de pH, pois o mesmo

ficou na faixa entre 6 e 8. Foi adicionado polímero aniônico como auxiliar de floculação para

obtenção de melhores resultados.

Os valores de pH final da Tabela 4 para os experimentos D, E e F são os valores

obtidos após a segunda correção de pH, diferente dos experimentos A, B e C.

26

Após a realização dos ensaios de coagulação em Jar Test foram realizadas as análises

de DQO de cada experimento, a Tabela 5 apresenta estes resultados.

Tabela 5:Média e desvio padrão das analises de DQO dos efluentes tratados segundo

delineamento de experimentos.

Experimento Média DQO (mg/L) Desvio Padrão ±

A 843 12

B 812 22

C 813 29

D 1845 201

E 1484 290

F 1821 501

Na Tabela 5 é possível ver que o cloreto férrico obteve uma melhor remoção de DQO

e seus valores são mais representativos, pois possui um menor desvio padrão. O fato de os

experimentos D, E e F que foram os que utilizaram o PAC como coagulante terem obtido um

grande desvio padrão e a menor remoção de DQO pode ter ocorrido devido às características

do efluente que podem ter gerado uma baixa redução do potencial Zeta e as forças de Van der

Waals não terem sido dominantes, o que dificultou a possibilidade de uma boa coagulação.

Para a comprovação do motivo de o PAC não ter obtido uma boa remoção de DQO será

necessário estudos mais aprofundados nas forças de Van der Waals e a neutralidade do

potencial Zeta que neste estudo não se conseguiu atingir.

Para melhor avaliação dos resultados são apresentados nas Figuras 4 e 5.

27

Figura 4:Gráfico de desvio padrão das medias de DQO para os experimentos A, B, C.

Na Figura 4 é possível visualizar que no experimento A onde foi utilizada 0,14 mg/L

de cloreto férrico foi obtido o menor desvio padrão da média. Quando realizada a comparação

estatística entre as concentrações foi possível através do gráfico de Tukey na Figura 5

visualizar que os experimentos com as concentrações 0,14 mg/L e 0,7 mg/L não possuem

igualdade estatística diferente das demais comparações entre as concentrações. O gráfico

possibilita a comparação visual, para saber se possuem igualdade estatística, basta visualizar

se o intervalo de confiança corta o zero no eixo vertical. Quando o intervalo cortar o zero

significa que as concentrações em comparação possuem igualdade estatística e ainda quanto

mais perto a média estiver do zero maior é esta igualdade. Outra forma de visualizar a

igualdade das amostras é através da Tabela 10 no apêndice onde são apresentados os valores

de “p” para a comparação de médias de concentração final de DQO dos experimentos com

FeCl3 obtidos através do teste de Tukey. Os valores de p>0,05 possuem igualdade estatística.

28

Figura 5: Grafico Tukey das diferenças entre as médias dos níveis das dosagens

utilizadas em A, B, C.

Os experimentos D, E, F são os experimento que utilizaram PAC com 1,26, 1,89 e

2,52 mg/L do coagulante respectivamente. Nos experimentos D, E e F os valores ficaram

próximos ou dentro do desvio padrão da média como é possível visualizar na Figura 7. Porém

nestes experimentos não se obteve grande remoção de DQO. Analisando a Figura 6 é possível

visualizar que os experimentos apresentaram desvio padrão maiores de 200 o que é

considerado elevado para as análises em questão, pois os experimentos com cloreto férrico

obtiveram um desvio padrão inferior a 60.

29

Figura 6:Gráfico de desvio padrão das medias de DQO para os experimentos D,E ,F.

O gráfico Tukey para os experimentos D, E, F apresentado na Figura 7 mostra que as

três dosagens de PAC possuem igualdade estatística na remoção de DQO, pois as três

comparações tem o valor zero dentro do intervalo de confiança. Outra maneira de visualizar a

igualdade das amostras é através da Tabela 11 no apêndice onde são apresentados os valores

de “p” para a comparação de médias de concentração final de DQO dos experimentos com

PAC obtidos através do teste de Tukey. Os valores de p>0,05 possuem igualdade estatística. A

Tabela 12 no apêndice mostra a comparação estatística entre os dois coagulantes.

30

Figura 7:Grafico Tukey de intervalo de confiança das diferenças entre as médias dos níveis

das dosagens utilizadas em D, E, F.

O efluente após o tratamento realizado na ETE da empresa obteve os resultados

apresentados na Tabela 6.

Tabela 6:Parâmetros do efluente tratado na ETE da empresa.

Parâmetro Valor

DQO (mg/L O2) 1960

DBO (mg/L O2) 1161,28

Fósforo Total (mg/L) 4,73

Óleos e Graxas (mg/L) 12,5

Nitrogênio Total (mg/L) 19,7

Sólidos Suspensos (mg/L) 120

31

Para comparação com o efluente tratado pela ETE da empresa estudada, foi escolhido

o efluente tratado no experimento A, pois de todos foi o que possui maior representatividade,

pois possuiu o menor desvio padrão se comparado com os demais experimentos com FeCL3 e

uma boa redução da concentração de DQO se comparado com os experimentos que utilizaram

o PAC. Os parâmetros do experimento.

Os gráficos a seguir mostram a comparação dos parâmetros do experimento A onde foi

usado 0,14 mg/L de FeCl3, o efluente tratado pela ETE e o efluente bruto.

Na Figura 8 é possível visualizar que a remoção tanto da DQO quanto da DBO foi

muito maior no experimento A do que no tratamento já empregado na ETE da empresa. O

mesmo foi visualizado nas Figuras 9 para remoção de fósforo total e nitrogênio total e na

Figura 10 para óleos e graxas e sólidos suspensos.

Figura 8:Grafico comparativo de DQO e DBO entre o experimento A, efluente tratado pela

ETE, efluente bruto e a legislação.

32

Figura 9:Grafico comparativo de Fosforo total e Nitrogenio total entre o experimento A,

efluente tratado pela ETE, efluente bruto e a legislação.

Figura 10: Gráfico comparativo de Óleos e graxas e Sólidos suspensos entre o experimento A,

efluente tratado pela ETE, efluente bruto e a legislação.

33

Tabela 7:Eficiência de remoção dos parâmetros analisados

Eficiência no tratamento por

Cloreto férrico 0,14 mg/L

(%)

Eficiência no tratamento da

ETE (%)

DQO 57,33 9,09

DBO5 76,76 16,33

P 71,80 38,25

OG 85,53 72,59

N 81,95 19,00

SS 99,26 72,91

O tratamento estudado apresentou boa eficiência de remoção em praticamente todos os

parâmetros. Porém a eficiência de remoção de DQO e DBO5 não foi o suficiente para atingir

os limites da legislação. A eficiência do tratamento com o cloreto férrico foi superior em

todos os parâmetros se comparado com a eficiência do tratamento utilizado pela empresa no

momento. Em alguns casos como nos parâmetros DBO5 e N a eficiência do cloreto férrico foi

mais de 60% maior que a do tratamento utilizado na ETE.

Os valores de sólidos suspensos foi o parâmetro que obteve a melhor remoção nos dois

tratamentos, porém no tratamento em estudo com 0,14 mg/L de cloreto férrico a eficiência de

remoção ultrapassou 99%.

2.3.3 Análise de custo

Os valores comerciais foram obtidos através de uma pesquisa de mercado para o

cloreto férrico, PAC e hidróxido de sódio. Estes valores estão apresentados na Tabela 9.

Tabela 8:Valor comercial dos reagentes utilizados

Reagente Valor Comercial

(R$/kg)

Densidade

(kg/l)

Cloreto Férrico 1,20 1,40

PAC 1,30 1,26

Hidróxido de sódio 1,50 1,50

34

Através dos valores comerciais dos reagentes, foi possível calcular o custo operacional de

cada experimento para o tratamento do efluente da empresa estudada. A empresa em estudo

tem uma geração de 68m3/mês de efluente para ser tratado. O custo com reagentes para o

tratamento físico-químico deste efluente é apresentado na Tabela 9.

Tabela 9:Custo dos reagentes por metro cúbico de efluente tratado com FeCl3 0,14mg/L e

PAC 1,26 mg/L.

FeCl3 0,14 mg/L PAC 1,26 mg/L

Custo (R$/m³ de efluente

tratado) 9,17 25,26

Custo do tratamento (R$/mês) 623,56 1717,68

Comparando através da Tabela 9 os custos com reagentes dos experimentos que

apresentaram melhor desempenho para cada coagulante, é possível visualizar uma grande

diferença entre os dois coagulantes. A grande diferença de valores se explica devido ao fato

que no experimento com PAC 1,26 mg/L foi utilizada uma quantidade superior de coagulante

e de hidróxido de sódio que foi utilizado para regular o pH.

Na análise de custo não foram considerados em nenhum momento o valor do polímero

aniônico e os custos de operação do sistema como luz e mão de obra, pois a análise visou à

comparação dos custos dos reagentes, e no caso do polímero a dosagem foi a mesma utilizada

em todos os experimentos.

35

3 CONCLUSÃO

Através de todos os resultados foi possível constatar que o tratamento físico-químico

obteve uma grande redução de carga orgânica, pois os mesmos obtiveram em geral resultados

de remoção de DQO melhores do que o apresentado pelo sistema de tratamento empregado na

ETE da empresa estudada porem ainda fora dos limites da legislação.

O melhor experimento foi o A onde foi utilizado uma concentração de 0,14mg/L de

cloreto férrico, devido ao fato todas as análises estarem dentro ou muito próximos do desvio

padrão da média. Outro fator que ajudou na escolha foi que com o experimento A se obteve

um menor custo operacional quando comparado com os demais experimentos.

A utilização de 0,14 mg/L de cloreto férrico obteve uma ótima redução de todos os

parâmetros estudados alem de um baixo custo, pois necessitou de menos coagulante e

dispensou uma segunda correção de pH para chegar ao pH ideal de coagulação.

Com isso é possível notar que a incorporação de um tratamento físico-químico como

etapa do tratamento de efluente de cervejarias é viável tecnicamente e economicamente, já

que atingiu a legislação da maioria dos parâmetros exigidos pelos órgãos fiscalizadores e uma

boa redução na DQO e DBO mesmo estas não atingindo a legislação, alem de um baixo custo

de operação. Este processo ainda é pouco utilizado para tratamento de efluentes de

cervejarias. O tratamento físico-químico não deve ser utilizado sozinho, deve ter posterior a

este tratamento um sistema biológico para completar o tratamento do efluente e assim ser

despejado dentro dos limites impostos pela legislação.

Para estudos futuros, pode-se estudar mais a fundo o comportamento das forças de o

potencial Zeta nas condições deste trabalho, como a utilização de um sistema biológico a

montante do tratamento físico-químico.

36

REFERÊNCIAS

ABRALATAS. A indústria de bebidas em cheque.Disponível em:

<http://www.abralatas.org.br/common/html/economia.php>. Acesso em 03 ago. 2012.

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 25. ed. New

York:, MacGraw HILL, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 9898: Preservação

e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores. Rio de Janeiro, 1987.

AZEVEDO NETTO, J. M. (1976). Técnicas de abastecimento e tratamento de água. Vol.2:

CETESB, São Paulo.

AZEVEDO NETTO, J. M.; Técnicas de abastecimento e tratamento de água, 2ª ed. v. 2,

São Paulo, CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, 1979.

BERENHAUSER. A. E. Fabricação de cervejas e refrigerantes. Trabalho de disciplina

Tratamento de efluentes. 1999.

BORDA, L,R. Viabilidade do uso da moringa oleifera lam no tratamento simplificado de

água para pequenas comunidades. Dissertação ( Pós-Graduação em Desenvolvimento e

Meio Ambiente), Universidade Federal da Paraíba – PB, 2001

BRASIL ECONÔMICO. Disponível em:

<http://brasileconomico.ig.com.br/anuario/cat_beb.php>. Acesso em 03 ago. 2012.

BRAILE, P.M.; CAVALCANTI, J.E.W.A. Manual de tratamento de águas residuárias.

São Paulo: CETESB, 1993

BRANCO, S. M. Água e o homem. In. Hidrologia Ambiental. v. 3, São Paulo: Edusp.

1991.

BREIA, G. C. Aplicação dos Processos de Coagulação/Floculação e Adsorção em Carvão

Ativo no Tratamento Primário dos Efluentes de Indústrias de Defensivos Agrícolas.

2006. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Química,Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

CARDOSO, V. C. Estudo do Processo de Coagulação/Floculação por meio da Moringa

oleifera Lam para Obtenção de Água Potável. Dissertação (Mestrado) Universidade

Estadual de Maringá – UEM, Maringá - PR, 2007.

CPRH, COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE. Roteiro Complementar

de Licenciamento e Fiscalização: Tipologia Galvanoplastia. Recife: CPRH/GTZ. 2001.

DI BERNARDO, L. Métodos e técnicas de tratamento de água. v. 1. Rio de Janeiro: ABES

– Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 1993.

37

DI BERNARDO, L; DANTAS, A.D.B. Métodos e técnicas de tratamento de água. São

Carlos, RiMa, 2ed., 2.v, 2005.

FABRETI, A. A. Pós-tratamento de efluente de lagoa de estabilização através de

processo físico-químico. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Departamento de

engenharia hidráulica e sanitária, escola politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo,

2006.

FIOR REPRESENTAÇÕES Disponível em: <

http://www.fiorrepresentacoes.com.br/portfolio/tanques-em-inox-para-cerveja/ >. Acesso em

04 nov. 2012.

GUERREIRO. L. Efluente em cervejaria. Resposta técnica. Rede de Tecnologia do Rio de

Janeiro. Rio de Janeiro. 2006.

ME. Desenvolvido pela Mountain Empire Community College. Apresenta o modelo de Jar

Test. Disponível em: < http://water.me.vccs.edu/courses/env110/coagulation.htm>. Acesso

em 06 ago. 2012.

METCALF; EDDY. Wastewater Engineering: treatment disposal and reuse. New York,

Mcgraw Hill, 1995.

METCALF; EDDY. Wastewater Engineering – Treatment, Disposal and Reuse.

Singapura: McGraw Hill, 2003.

MIERZWA, J. C., HESPANHOL, I. Água na Indústria - Uso Racional e Reuso. 1a ed.

São Paulo: Oficina de Textos, 2005.

MONACO, R. Influencia da temperatura e da carga orgânica no tratamento anaeróbio

de esgoto sintético em bioreator operado em batelada sequencial contendo biomassa

granulada. Dissertação ( Mestrado em Engenharia de processos químicos e bioquímicos) –

Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul – SP, 2007

PAVANELLI, G. Eficiência de diferentes tipos de coagulantes na coagulação,

floculação e sedimentação de água com cor e turbidez elevada. São Carlos. Tese

(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos – SP, 2001.

REINOLD, Matthias. Mestre cervejeiro. Disponível em:

<http://www.cervesia.com.br/tratamento-de-efluentes.html>. Acesso em 30 jul. 2012.

SCHOENHALS, M. Avaliação da eficiência do processo de flotação aplicado ao

tratamento primário de efluentes de abatedouro avícola. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Química) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis 2006.

SANTOS, H. R. Coagulação/precipitação de efluentes de reator anaeróbio de leito

expandido e de sistema de lodo ativado precedido de reator UASB, com remoção de

partículas por sedimentação ou flotação. 2006. 331 f. Tese (Programa de Doutorado em

Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São

Paulo, São Carlos. 2006.

38

SANTOS, M. S. Cervejas e refrigerantes (Série P + L). São Paulo, CETESB, 2005.

SILVA FILHO, A. Tratamento terciário de efluente de uma indústria de refrigerantes

visando ao reuso – um estudo de Caso. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos

Químicos e Bioquímicos) – , Escola de Química, Universidade

Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, 2009.

SPINELLI, V. A. Quitosana: Polieletrólito Natural para o Tratamento de Água Potável.

Tese (Mestrado) – Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal de Santa

Catarina – UFSC, Florianópolis, 2001.

VAZ, L. G. DE L. Processo de coagulação/ floculação no tratamento de efluentes de

galvanoplastia. Dissertação (Mestrado). Departamento de Engenharia Química, Universidade

Estadual do Oeste do Paraná, 2009.

VIANNA, M. R. Hidráulica aplicada às estações de tratamento de água. Belo Horizonte:

Instituto de Engenharia Aplicada, 1992. 2 ed. 344 p.

VON SPERLING, M., Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos.

2a ed. Minas Gerais: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental UFMG, 1996.

WIMMER. A. C. S. Aplicação do processo eletrolítico no tratamento de efluentes de uma

indústria petroquímica. 2007. Dissertação (Mestre em Engenharia Metalúrgica e de

Materiais) – Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia, PUC-Rio, Rio de Janeiro,

2007.

39

40

APÊNDICE

Tabela 10:Valores “p” para a comparação de médias de concentração final de DQO dos

experimentos com FeCl3 pelo Teste Tukey.

0,14 0,56 0,7 Média

0,14 0,067649617 0,005540319 843

0,56 0,067649617 0,354173068 812

0,7 0,005540319 0,354173068 793

Tabela 11:Valores “p” para a comparação de médias de concentração final de DQO dos

experimentos com PAC pelo Teste Tukey.

1,26 1,89 2,52 Média

1,26 0,652632427 0,233332823 1167

1,89 0,652632427 0,557745527 1484

2,52 0,233332823 0,557745527 1821

Tabela 12:Valores “p” para a comparação da concentração final de DQO entre os coagulantes

PAC e FeCl3 pelo Teste Tukey.

0,14 0,56 0,7

1,26 0,357855914 0,267785861 0,24255732

1,89 0,002033432 0,001242507 0,001302067

2,52 1,21447E-05

7,83156E-06

9,48942E-06