Trauma - UFG

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8/30/11 1 TRAUMA DEFINIÇÃO - Qualquer lesão ocasionada ao organismo associada com o intercâmbio de energia física ou química IMPORTÂNCIA - Causa número um de óbito em pequenos animais - Experiência e organização triagem, avaliação, tratamento CAUSAS - Atropelamento - Quedas (“síndrome do cão ou do gato voador”) - Brigas - Armas de fogo (projéteis) ou brancas (facas, flechas) - Queimaduras - Eletrocussão TRIAGEM (Trier) - Selecionar / separar - Identificar o paciente com lesões graves e risco de morte * Fratura exposta do fêmur * Angústia respiratória * Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP) DEFINIÇÃO - Primeira hora após a lesão - O paciente deveria ser avaliado e tratado neste período

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TRAUMA DEFINIÇÃO

- Qualquer lesão ocasionada ao organismo associada com o intercâmbio de energia física ou química

IMPORTÂNCIA - Causa número um de óbito em pequenos animais - Experiência e organização triagem, avaliação, tratamento

CAUSAS

- Atropelamento - Quedas (“síndrome do cão ou do gato voador”) - Brigas - Armas de fogo (projéteis) ou brancas (facas, flechas) - Queimaduras - Eletrocussão

TRIAGEM (Trier) - Selecionar / separar

- Identificar o paciente com lesões graves e risco de morte

* Fratura exposta do fêmur

* Angústia respiratória

* Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP)

DEFINIÇÃO - Primeira hora após a lesão - O paciente deveria ser avaliado e tratado neste período

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- Escala de Kolata, 1981

- Escala de Brasmer

- Sistema de avaliação de trauma em animais (SETA)

- Índice de Glasgow

- Injury Severity store (ISS)

- Índice de gravidade em veterinária (IGV)

- Índice CRAMS

- E a lista continua ...

MECANISMOS SEQUÊNCIA NO MANEJO DO PACIENTE TRAUMATIZADO

1a. Alertar que um animal está a caminho do hospital

1b. Obter o histórico, incluindo o mecanismo de lesão

2. Dar assistência ao proprietário (ele também precisa de atenção)

3. Levar o paciente à área mais propícia para o atendimento

4. Avaliar/restabelecer o ABC (airway, breathing, circulation) do trauma

5. Avaliar os sinais vitais * Frequência e qualidade da respiração * Frequência e ritmo cardíacos * Frequência e ritmo do pulso * Coloração das mucosas e tempo de preenchimento capilar * Temperatura corpórea precisa (central vs Retal ?) * Presença de dor e sua intensidade

6. Colher amostras de sangue e urina para análises básicas rápidas * Hematócrito e proteínas totais * Hemograma, urinálise, glicose, testes de coagulação

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A B C D do TRAUMA A = Via aérea - Manejo primário Desobstrução, sucção, oxigenação - Manejo avançado Intubação e ventilação - Manejo cirúrgico Punção cricotireóidea, cricotireoidotomia, traqueostomia

A B C D do TRAUMA B = Respiração

- Movimentos torácicos simétricos

- Auscultação dos dois hemitórax

- Palpação (fx de costelas, enfisema)

- Oximetria de pulso (acima de 90%)

- Hemogasometria

- Intubação ventilação

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A B C D do TRAUMA C = Circulação

- Estado mental do paciente

- Coloração e aspecto das mucosas

- Frequência e qualidade do pulso femoral

- Eletrocardiografia arritmias

- Vias de acesso venoso terapia de fluidos

Bloqueio atrioventricular de 2º grau

Extra-sístoles ventriculares

Taquicardia ventricular

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A B C D do TRAUMA D = Deficiências neurológicas

- Estado neurológico - Nervos cranianos - Nervos espinhais reflexos - Posturas anormais - Rigidez de descerebração, Schiff-Sherrington

ACESSO VASCULAR

Veia jugular

Veia cefálica

Veia safena medial

Tamanho do cateter

* 24G – 22G – 20G – 18G

Acesso central jugular Acesso intra-ósseo Hematócrito anemia, hemorragia, desidratação

Proteínas totais hemorragia, desidratação, queimaduras

Glicemia hipoglicemia (sepse) ou hiperglicemia

Tempo coagulação ativado intoxicações, insuf. hepática

Densidade urinária doença renal, hematúria

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1. Sangramento arterial Procurar e conter Procurar no local da lesão Cuidado com a terapia de reposição ↑ da PA ↑ do sangramento Sangramento interno (baço, fígado, trato gastrintestinal, rim, aorta)

2. Sistema respiratório O mais importante no trauma Pneumotórax, contusão, hemotórax, hérnia diafragmática, tórax instável Geralmente há lesões múltiplas (pneumotórax + contusão pulmonar)

3. Sistema cardiovascular Bomba cardíaca

- Arritmias - Valvulopatias

Volume circulante - Choque hipovolêmico - Hemorragia, desidratação, choque séptico

4. Sistema nervoso Cérebro Medula espinhal Nervos periféricos

5. Sistema musculoesquelético As fraturas não são emergências Urgências Controlar a dor (talas, analgésicos)

6. Outras lesões Ruptura fígado, baço, rins, uretra, ureteres, hemorragia retroperitoneal

* Sensibilidade abdominal * Pacientes difíceis de estabilizar

Exame secundário Exame físico detalhado Avaliação das lesões que representam risco à vida Exames complementares (Rx, ultra-som, bioquímica, etc)

Exame terciário Reavaliação 12- 24 horas após a admissão Identificar lesões ocultas e evolução do quadro

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Gatos não são cães pequenos

Resposta compensatória simpática limitada (hipotensão e bradicardia)

Não respondem bem no choque descompensação rápida e abrupta

Não esperar de mais para as medidas de suporte

Árvore brônquica hiperreativa Estresse = broncoconstrição

Aparentemente mais sensíveis à SRIS e ao edema pulmonar na sepse

Causas Trauma obtuso (quedas)

Trauma perfurante (corpos estranhos, armas perfurocortantes)

Trauma iatrogênico (cirurgia, procedimentos médicos)

Lesões ortopédicas (fraturas de ossos longos)

Como identificar Cor mais brilhante do que o venoso (pode estar escuro também)

O sangue arterial esguicha com cada batimento (não se há hipotensão)

O sangue venoso flui da ferida

O que fazer ? - Pressão sobre o local

- Evitar o pinçamento cego lesão nervosa e de outros tecidos

- Avaliar o estado do animal choque, outras lesões

Transecção completa ou incompleta ? - Incompleta maior sangramento

- Completa retração, vasoconstrição e trombose

Uso de torniquete ? - Evitar sempre que possível - Obstrui a circulação colateral agrava a isquemia distal - Inapropriado permite fluxo arterial e impede o venoso ↑ sangramento

Ligadura ou sutura do vaso ?

- Tecnicamente a sutura é difícil (habilidade e equipamento)

- Talvez a ligadura seja o mais racional na maioria dos casos

- A irrigação colateral geralmente impede a isquemia

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A ToC Depende do equilíbrio entre produção e troca com o ambiente

Cães e gatos são homeotérmicos (37,5 – 39,5)

Hipotermia 1ª Exposição ao frio

Hipotermia 2ª Trauma, doenças, anestesia

Hipotermia co-morbidade ↑ da mortalidade

Hipotermia primária * Leve: 32-37oC

* Moderada: 28-32oC

* Grave: 20-28oC

* Profunda: menos de 20oC

Hipotermia secundária * Leve: 36,7-37,7oC

* Moderada: 35,5-36,7oC

* Grave: 33-35oC

* Profunda: menos de 33oC

Exposição a ambientes frios

Respostas inadequadas (geriátricos, neonatos, anestesia)

Caquexia, emaciação

Queimaduras

Fluidoterapia com soluções frias

Hipotensão/vasodilatação periférica

Imobilidade (↓ respostas de proteção)

Endócrino (hipotireoidismo, hipoadrenocorticismo)

Disfunções do SNC

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Bradicardia / Taquicardia / Fibrilação atrial / Extra-sístoles ventriculares

Hipotensão

Hiporreflexia generalizada

Pupilas fixas e dilatadas

Ausência de reflexo corneal

Estupor / coma (hipoperfusão cerebral)

Bradipnéia

Edema pulmonar

Reaquecimento do animal 1 a 2oC por hora

Redução da perda de calor

Métodos externos ou internos * Evitar a perda de calor (passivo) tirar o animal de ambientes frios, mantê-lo seco e coberto

* Aplicar calor na superfície do corpo (aquecimento ativo)

Bolsas, cobertores elétricos, lâmpadas * Usar uma barreira física (manta, tecido) para evitar queimaduras

Gases e fluidos aquecidos, IV, enêmas, diálise (a 40-41oC)

Não aquecer somente os membros

* Feedeback negativo

* Hipotermia, vasodilatação

* Aquecer tórax e abdômen

Lesões por reperfusão

Choque por reaquecimento

* Vasodilatação, hipotensão e hipoperfusão

* Aumento do metabolismo

- Manifestações sistêmicas associadas a lesões de esmagamento

- Pressão excessiva e prolongada sobre uma área extensa de tecido

- Sinais:

* Hiperpotassemia

* Mioglobinemia

* Oligúria

* Hemoconcentração

* Uremia

* Insuficiência renal anúrica

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Por que esta síndrome leva à IRA (insuficiência renal aguda)

1. Precipitação da mioglobina nos túbulos renais obstrução

2. Lesão direta pelo ferro (do grupo heme) e formação de radicais livres

3. Hipoperfusão renal e acidemia por ressuscitação inadequada

IRA pré-renal

Qual é o tratamento ?

- Ressuscitação intensiva com fluidos

- Manitol e bicarbonato diurese, neutralizam radicais livres, alcalinizam a urina (impedindo a precipitação da mioglobina)

- Dialise renal e peritoneal