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    2 o discpulo radical

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    prefcio 3

    trazio por

    MEIRE PORTES SANTOS

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    Publicadono brasilcomautorizaoecomtodososdireitosreservados

    editora ultimato ltda .

    Caixa postal 4336570-000 Viosa, MGTelefone: 31 3611-8500 Fax: 31 3891-1557www.ultimato.com.br

    Ficha catalogrca preparada pela Seo de Catalogao eClassicao da Biblioteca Central da UFV

    Stott, John W. R., 1921-

    O discpulo radical / John W. R. Stott ; traduzido por Meire Portes

    Santos. Viosa, MG : Ultimato, 2011.

    128p.; 21cm.tulo original: Te Radical Disciple

    ISBN 978-85-7779-067-8

    1. Vida crist. I. tulo.

    CDD 22. ed. 248.4

    S888d2011

    o discpulo radical

    cteg: Vida crist / Espiritualidade / Liderana

    Copyright J. R. W. Stott 2010

    Publicado originalmente por Inter-Varsity Press,Nottingham, Reino Unido

    Segunda edio: Julho de 2012Coordenao editorial: Bernadete Ribeiro

    Traduo: Meire Portes SantosReviso: Paula Mazzini MendesDiagramao: Bruno MenezesCapa: Ana Cludia Nunes

    A marca FSC a garantia de que a madeira utilizada naabricao do papel deste livro provm de forestas queoram gerenciadas de maneira ambientalmente correta,socialmente justa e economicamente vivel, alm deoutras ontes de origem controlada.

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    SuMRIO

    agremento 9

    prefo: dulo ou rto? 11

    1. inonformmo 15

    2. semelhn om crto 25

    3. Mture 35

    4. cuo om ro 45

    5. smle 55

    6. Equlbro 75

    7. deenn 89

    8. Morte 99

    conluo 117

    pofo: aeu! 119

    Not 121

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    Todos os direitos autorais deste livro foram cedidos de formairrevocvel Langham Literature (antiga Evangelical LiteratureTrust).

    A Langham Literature um programa da Langham PartnershipInternational (LPI), fundada por John Stott. Chris Wright odiretor internacional.

    A Langham Literature distribui livros evanglicos para pastores,estudantes de teologia e bibliotecas de seminrios em quase todo omundo, e patrocina a escrita e a publicao de literatura crist emmuitas lnguas regionais.

    Para maiores informaes sobre a Langham Literature e outrosprogramas da LPI, visite www.langhampartnership.org.

    Nos Estados Unidos, o membro nacional da Langham PartnershipInternational o John Stott Ministries.

    Visite o site do JSM: www.johnstott.org.

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    Com o lanamento desta edio especial de

    O Discpulo Radical, ltimo livro escrito por John Stott, queremos

    celebrar o legado e a vida do notvel telogo e escritor ingls.

    Mais que uma embalagem nova, esta edio vem acompanhada

    de um livreto com duas pequenas biografias do autor, assinadas

    pelo telogo latino-americano Samuel Escobar e pelo escritor Ajith

    Fernando, diretor da Mocidade para Cristo em Sri Lanka, e uma

    cronologia da vida e do ministrio de John Stott, publicadas e

    gentilmente cedidas pelo Movimento Lausanne.

    Os editores

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    AgRAdEcIMENTOS

    como a produo deste livro teve incio, continuidadeetrmino sob o teto hospitaleiro da Universidade deSaint Barnabas, o primeiro agradecimento para o corpode funcionrios, para o diretor, Howard Such, e sua esposa,

    Lynne Such, para os residentes e pacientes, e para a equipede enfermagem, cuidados, administrao, alimentao elimpeza, pois juntos criaram uma rica comunidade crist deculto e comunho um contexto adequado reflexo e escrita. Quando por vezes preocupei-me com tais atividades,devo ter parecido uma criatura antissocial; mas eles compre-enderam e me perdoaram.

    Outra comunidade qual sou devedor a Igreja St. John,Felbridge; ao ministro Stephen Bowen, sua esposa, Mandy,e aos administradores da igreja, Anne Butler e MalcolmFrancis. Quando me sentia forte o suficiente, eles providen-ciavam uma maneira de me transportar para l e me trazer de

    volta, aos domingos. Eles sabiam que um livro estava sendopreparado e me incentivaram durante o processo.

    Aprecio a habilidade editorial de David Stone, assistido porEleanor Trotter, apesar de outras pessoas terem contribudo

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    10 o discpulo radical

    com o texto, como John Wyatt e Sheila Moore, que enriqueceram

    o captulo 7 com suas experincias pessoais. Peter Harris eChris Wright me auxiliaram com o captulo 4, e Grace Lamme deu informaes vitais sobre o ministrio de seu falecidomarido (captulo 5).

    Receber a visita quinzenal de minhas sobrinhas Carolinee Sarah e a frequente visita de meu amigo Phillip Herberttem sido um encorajamento regular. Outros trabalharam

    nos bastidores, como John Smith, por exemplo, que tempacientemente feito pesquisas na internet para mim.

    Por ltimo, mas no menos importante, Frances Whiteheadtem conseguido fazer visitas semanais e lidar com a enormequantidade de e-mails, que ela administra com uma habili-dade extraordinria, juntamente com este manuscrito.

    John Stott

    Psoa e 2009

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    PREfcIO

    dIScPulOS Ou cRISTOS?

    deixe-me explicar e justificar o ttulo deste livro, O DiscpuloRadical.

    Em primeiro lugar, por que discpulo?

    Para muitos, descobrir que, no Novo Testamento, os se-guidores de Jesus Cristo so chamados de cristos apenastrs vezes, uma grande surpresa.

    A ocorrncia mais significativa o comentrio de Lucasexplicando que foi em Antioquia da Sria que os discpulosde Jesus foram chamados de cristos pela primeira vez(At 11.26). Antioquia era conhecida como uma comunidade

    internacional. Consequentemente, a igreja tambm era umacomunidade internacional e seus membros eram adequada-mente chamados de cristos para indicar que as diferenastnicas eram superadas por sua lealdade comum a Cristo.

    As outras duas ocorrncias da palavra cristo evidenciamque seu uso estava ficando mais comum. Assim, quando Pau-lo, que estava sendo julgado diante do rei Agripa, o desafiou

    diretamente, Agripa clamou: Por pouco me persuades a mefazer cristo (At 26.28).

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    12 o discpulo radical

    Depois, o apstolo Pedro, cuja primeira carta foi escrita

    em um contexto de perseguio crescente, achou necessriofazer distino entre aqueles que sofriam como criminosos eaqueles que sofriam como cristos (1Pe 4.15-16), isto , porpertencerem a Cristo. Ambas as palavras (cristo e discpulo)implicam relacionamento com Jesus. Porm, discpulotalvez seja mais forte, pois inevitavelmente implica relacio-namento entre aluno e professor. Durante os trs anos de

    ministrio pblico, os doze foram discpulos antes de seremapstolos e, como discpulos, estavam sob a instruo de seuMestre e Senhor.

    Talvez, de alguma forma, deveramos ter continuado ausar a palavra discpulo nos sculos seguintes, para que oscristos fossem discpulos de Jesus de maneira consciente e le-

    vassem a srio a responsabilidade de estar sob disciplina.

    Meu interesse com este livro que ns, que afirmamosser discpulos do Senhor Jesus, no o provoquemos a dizer:Por que me chamais Senhor, Senhor, e no fazeis o que vosmando? (Lc 6.46). O discipulado genuno um discipuladosincero e da que surge a prxima palavra.

    Em segundo lugar, por que radical? Sendo esse o adjetivousado para descrever nosso discipulado, importante indicar

    o sentido no qual o utilizo.A palavra radical derivada do latim radix, raiz. Origi-

    nalmente, parece ter sido utilizada como rtulo poltico parapessoas como William Cobett, poltico do sculo 19, e seuspontos de vista extremos, liberais e reformistas. Assim, vemda o uso geral para se referir queles cujas opinies vo srazes e que so extremos em seu compromisso.

    Agora estamos prontos para unir o substantivo e oadjetivo e fazer a terceira pergunta: por que discpulo

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    prefcio 13

    radical? A resposta bvia. Existem diferentes nveis de

    comprometimento na comunidade crist. O prprio Jesusilustra isso ao explicar o que aconteceu com as sementesque descreve na Parbola do Semeador.1 A diferena entreas sementes est no tipo de solo que as recebeu. A respeitoda semente semeada em solo rochoso, Jesus diz: No tinharaiz.

    Geralmente evitamos o discipulado radical sendo seletivos:

    escolhemos as reas nas quais o compromisso nos convme ficamos distantes daquelas nas quais nosso envolvimentonos custar muito. Porm, por Jesus ser Senhor, no temoso direito de escolher as reas nas quais nos submetemos sua autoridade.

    Jesus digno de receberHonra e poder divino

    E bnos mais que no podemos darSejam, Senhor, para sempre tuas.2

    Assim, meu propsito neste livro considerar oito caracte-rsticas do discipulado cristo que, apesar de serem frequen-temente negligenciadas, merecem ser levadas a srio.

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    apto 1

    INcONfORMISMO

    A primeira caracterstica que quero considerar sobre odiscpulo radical o inconformismo. Deixe-me explicar.

    A igreja tem uma dupla responsabilidade em relao ao

    mundo ao seu redor. Por um lado, devemos viver, servire testemunhar no mundo. Por outro, devemos evitar noscontaminar por ele. Assim, no devemos preservar nossasantidade fugindo do mundo, nem sacrific-la nos confor-mando a ele.

    Tanto o escapismo quanto o conformismo so proibidospara ns. Esse um dos temas principais da Bblia, ou seja,

    Deus est convocando um povo para si e o desafiando a serdiferente de todos. Sejam santos, diz ele repetidamente aoseu povo, porque eu sou santo (Lv 11.45; 1Pe 1.15-16).

    No devemos preservar nossa santidade

    fugindo do mundo, nem sacrific-la nos

    conformando a ele

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    16 o discpulo radical

    Esse tema fundamental se repete nas quatro principais

    sees da Bblia: a lei, os profetas, o ensino de Jesus e oensino dos apstolos. Darei um exemplo de cada. Primeiro,a lei. Deus diz ao seu povo por meio de Moiss:

    No fareis segundo as obras da terra do Egito, em quehabitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Cana,para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fa-reis segundo os meus juzos e os meus estatutos guardareis,

    para andardes neles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.Levticos 18.3-4

    Semelhantemente, a crtica de Deus ao seu povo por meiodo profeta Ezequiel que no andastes nos meus estatutos,nem executastes os meus juzos; antes, fizestes segundo osjuzos das naes que esto em redor de vs (Ez 11.12).

    O mesmo acontece no Novo Testamento. No Sermodo Monte, Jesus fala dos hipcritas e pagos e acrescenta:No vos assemelheis, pois, a eles (Mt 6.8). Finalmente, oapstolo Paulo escreve aos romanos: No vos conformeiscom este sculo, mas transformai-vos pela renovao da vossamente (Rm 12.2).

    Aqui est o chamado de Deus para um discipulado radi-

    cal, para um inconformismo radical cultura circundante.O convite para desenvolver uma contracultura crist, paraum engajar-se sem comprometer-se.

    Assim, quais as tendncias contemporneas que amea-am nos tragar, s quais devemos resistir? Consideraremosquatro. A primeira delas o desafio do pluralismo. O plura-lismo afirma que todo ismo tem seu valor e merece nosso

    respeito. Portanto, ele rejeita as alegaes crists de perfeioe singularidade, e entende a tentativa de converter qualquer

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    inconformismo 17

    pessoa (que dir todas) ao que julga ser simplesmente nossa

    opinio, ou seja, uma atitude de arrogncia total.Como ento deveramos responder ao esprito de plu-

    ralismo? Com muita humildade e sem qualquer indcio desuperioridade pessoal. Porm, devemos continuar a afirmara imparidade e perfeio de Jesus Cristo. Pois ele singularem sua encarnao (o nico Deus homem); singular em suaexpiao (somente ele morreu pelos pecados do mundo); e

    singular em sua ressurreio (somente ele venceu a morte).E sendo que em nenhuma outra pessoa, a no ser em Jesusde Nazar, Deus se tornou humano (em seu nascimento),carregou os nossos pecados (em sua morte) e triunfousobre a morte (em sua ressurreio), ele singularmentecompetente para salvar os pecadores. Ningum mais temsuas qualificaes. Assim, podemos falar sobre Alexandre,

    o grande, Charles, o grande, Napoleo, o grande, mas noJesus, o grande. Ele no o grande ele o nico. Noexiste ningum como ele. Ele no tem rival nem sucessor.

    A segunda tendncia secular muito difundida e qualos discpulos cristos devem resistir o materialismo. O ma-terialismo no simplesmente uma aceitao da realidadedo mundo material. Se assim fosse, todos os cristos seriam

    materialistas, pois acreditamos que Deus criou o mundomaterial e disponibilizou suas bnos a ns. Deus declaroua ordem material tambm por meio da encarnao e ressur-reio do seu Filho, na gua do batismo e no po e vinho daSanta Comunho. No de se admirar que William Templetenha descrito o cristianismo como a religio mais materialde todas. Porm, ela no materialista.

    Pois materialismo uma preocupao com coisas mate-riais, que podem abafar a nossa vida espiritual. No entanto,

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    Jesus nos diz para no armazenar tesouros na terra e nos

    adverte contra a avareza. O mesmo faz o apstolo Paulo, nosimpelindo a desenvolver um estilo de vida de simplicidade,generosidade e contentamento, extraindo tal padro de suaprpria experincia de ter aprendido a estar contente emquaisquer circunstncias (Fp 4.11).

    Paulo acrescenta que grande fonte de lucro a piedadecom o contentamento (1Tm 6.6) e continua, explicando

    que nada temos trazido para o mundo, nem coisa algumapodemos levar dele. Talvez, de forma consciente, ele estivesserepetindo o que diz J: Nu sa do ventre de minha me enu voltarei (J 1.21). Em outras palavras, a vida na terra uma breve peregrinao entre dois momentos de nudez.

    Assim, seramos sbios se viajssemos com pouca carga.Nada levaremos conosco. (Direi mais sobre materialismo

    no captulo 5.)A terceira tendncia contempornea que nos ameaa

    e qual no devemos nos render o esprito prfido dorelativismo tico.

    Todos os padres morais que nos cercam esto se desfazendo.Isso verdade especialmente no Ocidente. As pessoas seconfundem diante da existncia de quaisquer absolutos. O

    relativismo permeou a cultura e tem se infiltrado na igreja.Em nenhuma esfera esse relativismo mais bvio do que

    na da tica sexual e na revoluo sexual vivenciada desde osanos 60. Pelo menos onde a tica judaico-crist era levadaa srio, o casamento era universalmente aceito como umaunio monogmica, heterossexual, amorosa e vitalcia, ecomo o nico contexto dado por Deus para a intimidade

    sexual. Atualmente, porm, mesmo em algumas igrejas, arelao sexual fora do casamento largamente praticada,

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    dispensando o compromisso essencial com um casamento

    autntico. Alm disso, relacionamentos entre pessoasdo mesmo sexo so vistos como alternativas legtimas aocasamento heterossexual.

    Para combater tais tendncias, Jesus Cristo chama seusdiscpulos obedincia e a se conformarem aos seus padres.

    Alguns dizem que Jesus no falou a respeito disso. Mas eleo fez. Citou Gnesis 1.27 (homem e mulher os criou) e

    Gnesis 2.24 (deixa o homem pai e me e se une sua mu-lher, tornando-se os dois uma s carne), dando a definiobblica de casamento. E depois de citar esses versculos, Jesusdeu-lhes seu prprio endosso pessoal, dizendo: o que Deusajuntou no o separe o homem (Mt 19.4-6).

    Esse ponto de vista foi avaliado criticamente pelo distintofilsofo moral e social americano Abraham Edel (19082007),cujo principal livro chama-se Ethical Judgment.1

    A moralidade basicamente arbitrria, escreve ele,complementando em versos livres:

    Tudo depende de onde voc est,Tudo depende de quem voc ,Tudo depende do que voc sente,Tudo depende de como voc se sente.

    Tudo depende de como voc foi educado,Tudo depende do que admirado,O que correto hoje ser errado amanh,Alegria na Frana, lamento na Inglaterra.

    Tudo depende do seu ponto de vista,Austrlia ou Tombuctu,Em Roma faa como os romanos.

    Se os gostos acabam coincidindoEnto voc tem moralidade.

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    Mas onde existem tendncias conflitantes,

    Tudo depende, tudo depende...

    Os discpulos cristos radicais devem discordar disso.

    Certamente no devemos ser totalmente inflexveis em nos-sas decises ticas, mas devemos procurar, com sensibilidade,aplicar princpios bblicos em cada situao. O senhorio de

    Jesus Cristo fundamental para o comportamento cristo.Jesus Senhor continua sendo a base da nossa vida.

    Assim, a pergunta fundamental para a igreja : Quem Senhor? Ser que a igreja exerce o senhorio sobre Jesus Cristo,tornando-se livre para alterar e manipular ao aceitar o quegosta e rejeitar o que no gosta? Ou Jesus Cristo o nossoMestre e Senhor, de maneira que cremos nele e obedecemosao seu ensinamento?

    Ele nos diz tambm: Por que me chamais Senhor, Senhor,

    e no fazeis o que vos mando? (Lc 6.46). Confessar Jesuscomo Senhor, mas no obedecer a ele, como construir a

    vida sobre a areia. Novamente: Aquele que tem os meusmandamentos e os guarda, esse o que me ama, disse eleno Cenculo (Jo 14.21).

    Aqui esto duas culturas e dois sistemas de valores; doispadres e dois estilos de vida. Por um lado, h o estilo do

    mundo ao nosso redor; por outro, a vontade revelada, boa eagradvel de Deus. Discpulos radicais tm pouca dificuldadede fazer suas escolhas.

    Chegamos agora quarta tendncia, que o desafio donarcisismo.

    Narciso, na mitologia grega, foi um jovem que viu seureflexo em um lago, apaixonou-se por sua prpria imagem,

    caiu dentro dgua e se afogou. Assim, narcisismo umamor excessivo, uma admirao desmedida por si mesmo.

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    Nos anos 70, o narcisismo se expressou por meio do

    Movimento Potencial Humano, que enfatizava a necessidadeda autorrealizao. Nos anos 80 e 90, o Movimento daNova Era imitou o Movimento Potencial Humano. ShirleyMacLaine pode ser considerada smbolo do movimento,pois era cega de paixo por si mesma. De acordo com ela, aboa notcia essa:

    Sei que existo; portanto, eu sou.Sei que a fora divina existe; portanto, ela .J que sou parte dessa fora, sou o que sou.

    Parece uma pardia deliberada da revelao que Deus fazde si mesmo a Moiss: Eu sou o que sou (x 3.14).

    Assim, o Movimento da Nova Era nos convida a olhar paradentro de ns mesmos e nos explorar, pois a soluo para os

    nossos problemas est em nosso interior. No precisamos queum salvador surja em algum lugar e venha at ns; podemosser o nosso prprio salvador.

    Infelizmente, uma parte desse ensinamento tem permeadoa igreja e h cristos recomendando que devemos no somen-te amar a Deus e ao prximo, mas tambm a ns mesmos.No entanto, isso um erro por trs razes. Em primeirolugar, Jesus falou do primeiro e grande mandamento e dosegundo, mas no mencionou um terceiro. Em segundolugar, amor prprio um dos sinais dos ltimos tempos(2Tm 3.2). Em terceiro lugar, o significado do amor gape o sacrifcio prprio em benefcio de outros. Sacrificar-sea servio de si mesmo , nitidamente, um contrassenso.Ento, qual deve ser a atitude para conosco? Um misto deautoafirmao e autonegao afirmar tudo em ns que

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    vem da nossa criao e redeno, e negar tudo que pode ser

    ligado queda. aliviador se livrar de uma preocupao doentia consigo

    mesmo e voltar-se para os saudveis mandamentos de Deus(incorporados e reforados por Jesus): amar a Deus de todoo corao e ao nosso prximo como a ns mesmos. Pois ainteno de Deus para a sua igreja que ela seja uma comu-nidade de amor, de adorao e de servio.

    Todos sabem que o amor a maior virtude do mundo, eos cristos sabem o motivo: porque Deus amor.

    O corteso espanhol do sculo 13 Raimundo Llio (mis-sionrio entre os muulmanos no Norte da frica), escreveuque aquele que no ama, no vive. Pois viver amar, e semamor a personalidade humana se desintegra. por isso quetodos procuram autnticos relacionamentos de amor.

    At agora, consideramos quatro tendncias secularesque ameaam subjugar a comunidade crist. Em face dessastendncias, somos chamados a um inconformismo radical,no a um conformismo medocre. Diante do desafio dopluralismo, devemos ser uma comunidade de verdade, decla-rando a singularidade de Jesus Cristo. Diante do desafio domaterialismo, devemos ser uma comunidade de simplicidade,

    considerando que somos peregrinos aqui. Diante do desafiodo relativismo, devemos ser uma comunidade de obedincia.Diante do desafio do narcisismo, devemos ser uma comuni-dade de amor.

    No devemos ser como canios agitados pelo vento,dobrando-nos diante das rajadas da opinio pblica, mas toinabalveis quanto pedras em uma correnteza. No devemos

    ser como peixes que flutuam na corrente do rio (como dizMalcolm Muggeridge, somente peixes mortos nadam com

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    inconformismo 23

    a corrente); devemos nadar contra ela, contra a tendncia

    cultural. No devemos ser como camalees, que mudam decor de acordo com o ambiente; devemos nos opor de forma

    visvel ao ambiente em que estamos.

    No devemos ser como canios agitados pelo

    vento, dobrando-nos diante das rajadas daopinio pblica, mas to inabalveis quanto

    pedras em uma correnteza

    Ento, a que os cristos devem se assemelhar, se no de-

    vemos ser como canios, peixes mortos ou camalees? Serque a Palavra de Deus totalmente negativa, nos dizendosimplesmente para no sermos moldados forma daquelesque esto no mundo ao nosso redor? No. Ela positiva. De-

    vemos ser como Cristo, conformes imagem de seu Filho(Rm 8.29). E isso nos leva ao segundo captulo.

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