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..../ ASSIGN ATJTIB ANNO AW Hrny.il 5&000 PAGAMENTO ADIANTADO PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE Cada mez PERIÓDICO EVOLIJCIOXISTA «tt-© li lEMliÇi® fflllll MMIffili ASSIGNATÜRA ANNUAL Estrangeiro 61000 PAGAMENTO ADIAHTADO PTJBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE CADA MEZ Toda a correspondência deve ser dirigida a F. A. XAVIER PINHEIRO Rua do Regente n. 19, 2a andar. Amsío VBB Sa-iííiíl-— HSio ilè Janeiro— 183©—Janeiro—fl. N. 14* EXI»K»IKiVrB Síio conviuailos os Srs. «»¦ cio* «la Federação Npirita Brázileira para ta seswão de JL corrente, cen <|aae será ilatlapo-^sc « iiovk d-aá^eeí-orSnU Pedimos encàrècidamente aos nossos assignàhtes om debito o obséquio de satis- fazerem aimportancia de suas assignaturas do anno hontem findo, afim dc podermos prestar contas á sociedade. São a»entes desta folha: No Pará, o Sr. Josó Maria da Silva Basto. 1 Na Cachoeira (província da Bahia), o Sr. Francisco Xavier Vieira Gomes. Na cidade do ltio Grande do Sul, o Sr. capitão Paulino Pompüió de Araújo Pi- nheiro. Em S. Paulo, o Sr. G. da S. Batuira, í'w. r^^Lfivanes 11.20.; ,.. :•¦.¦¦;-. '¦¦ 'C,-.*';';* ':V: .'*.-." Em Pi ractcaba, o Sr. Antônio de Carvalho Sardenberg. As asignatnras deste periódico come- çam em qualquer dia, e terminam sempre a 31 de Dezembro. O Aflito JSOVO Parabéns I Eis-nos no começo de um novo trecho de nossa, jornada de propaganda I A lueta accentúa-se, mas não pode produzir o desanimo, naqíielles que estão convencidos da verdade e justiça da causa que defendem. Spiritas, estudai o.s meios de que lançam mão os vossos antagonistas para tolher-vos o passo, e notareis facilmente que. elles mesmos se estão combatendo uns aos outros e que, em falta de argumentos sérios, se atiram, ás mais das vezes, ao emprego de armas pouco próprias de uma lueta decente e digna de homens que se dedicam ás investigações da sciencia ; o-que muito depõe contra a confiança, que elles depositam nafurça dos prin- cipios que professam. O insulto é sempre a arma do fraco. Não os sigamds nesse terreno ; deixe- mol-os; um dia elles voltarão confusos e arrependidos, reeonheceudo que a razão está comnosco. Sejamos unidos, e tenhamos no futuro. Sçrn&iiles sobre Sg»irili«nio (Continuação) Os spiritas, ps espiritos e o Spi- ritismo não ensinam que se possa tra- tar, nem têm a prêstimpção de trata- rem diréctámehtè com Deus, como disse S. -S. no começo de seu discurso. O contrario disso é por nós acreditado: existem espiritos todas as catego- rias, desde as mais baixas até as mais elevadas, desde o.s mais ignorantes e maus a os mais sabidos em sciencia universal e de maior pureza. Nós outros imploramos a misericórdia de Deus, invocando os anjos nossa guarda e os bons espiritos, buscando que as nossas preces se elevem pelo mesmo vehiculo que Jesus ensinou— cor contridum et JiumiUatam. Nas sessões spiritas não se fazem evocações do espirito de Deus. Eáfzebò .seria itnpiedade tão arrojada como a accusnção ora lançada contra homens que procuram saber amar o próprio Deus e ao próximo. Alli ou fora d'alli elevamos o pensamento até Elle, pela convicção de que .somente com seu auxilia seremos capazes de produzir o bem. E quantas vezes esse bem se produz, classificando-o o povo de mi- lagre, e a igreja de obra de Satanaz, esquecendo-se de que Satanaz, perso- nifieando o mal, nada de bom pôde produzir! Mesmer e Caglipstrò não foram introduetores òu percursores do Spiri- tismo. S. S. apresenta Mesmer pelo lado fraco dos atavios com que revés- tiu a sua descoberta e dos meios qne empresou para delia tirar proveito material, mas não disse que essa des- coberta acha-se hoje desenvolvida e acceita pelo mundo scientifico, que estuda ein seus differentes effeitos o mngne israo animal como agente the- rapeutico. Os princípios propalados por Mesmer não eram inteiramente novos ; elle os recolheu das descober- tas de Newton e das investigações astrulogicas de Paraeelso, devendo- se-llie somente a conversão em sys- tema para determinada applicação. Nem Mesmer nem seus sectários attribuem os effeitos do magnetismo animal á intervenção dos espiritos ; elles fazem residir a f »rça com que operam na natureza e no próprio ho- mem.. Este personagem, portanto, veio erradamente tomar o papel de iutro- dtictor do Spiritismo ; a confusão, porém, foi propositalmente lançada, por i.sso que o Catholicismo igual- mente condemna o magnetismo como producto do Diabo. Assim também faliando de Caglios- tro, S\ S. profüga a sua condueta irregular, mas cala que fez grande .numero de curas repentinas e dura- douras, consistindo um dos processos na Imposição das mãos sobre o doente. E se ó certo que Mesmer recorreu muitas vezes ao charlatanismo e que Cagliostro passou por mágico e feiti- ceiro, não se pôde duvidar que agiam por força-magnética, cuja importan- cia e utilidade não podem ser contes- tadas. A nossa pausa nada tem cora esses dous personagens, nem tentamos dei- les fazer defeza ; apenas as considera- mos para notar que S. Rvma., que- rendo impingir um Allan-Kardec—! mágico e feiticeiro—, em sua exposi- ção das tendências do gênero humano para devassar o maravilhoso e o pro- prio céu por meio da magia, nicro- maneia, feitiçaria, adevinhação, ma- gnetismo, etc, etc, os incluiu inde- vidamente com D. Home e A. Kardec, dando-os como fundadores do Spiri- tismo. S. S., entretanto, sabe que o Spiri- ritismo é de todos os tempos e podia mais acertadamente remontar-se ás Pythonizas, Sthyllas e Oráculos que eram mediums inconscientes de espi- ritos inconscientemente evocados, po- dia relatar factos trazidos a publico por investigadores competentes, deu- tre os quaes citaremos Jacolliot e William Crookes ; o primeiro narra phenomenos e manifestações que pre- senciou por meio <\o^ fakirs, na índia, no seu livro Le Spiritisme dans le monde. Estes phenomenos elle os confessa aux manifestations exterieures, qui sont la source de la róvelation préten- due celeste. » O segundo, "W. Crookes, conta no seu livro —Novas experiências sobre a força psychica—dos phenomenos que presenceou desde os mais simples até os de materialisação e tangibilidade dos espiritos. Podia, sobretudo, fazer menção de alguns factos spiritas de que estão repletas as Escripturas, mas aos quaes se evita dar o verdadeiro cunho. I Todos esses phenomenos, todos esses factos, sim, foram os percursores da doutrina que modernamente se apre- sentou sob o nome de Spiritismo, a qual não teve inventor nem descobri- dor. Ella foi e ê a manifestação expontânea das vozes consoladoras que baixaram dos céus por intermédio de. ^aspicitQft, ^repostos para e-uiiipri» mento era tempo opportuno da pro- messa feita aos homens pelo próprio Christo. A comprehensão destas cousas e doa ensinamentos que elles deram expli- candoajuillo que, em relação à vida espiritual, não poude «er comprehen- dido pela humanidade durante 19 se- culos, é repellida pelas igrejas mili- tantese principalmente pela Romana, porque esta, em virtude do direito que se arroga, no caso era que fossem revelladas ao Santo Padre, as aceitaria convertendo-as então em ponto de fé. Deus, em seus altos designins não escolheu jerarchias nem de povo, nem de religião nem de propheta, para derramar sua misericórdia sobre a humanidade e dotal-a com o ensino proporcional ao grau de desenvolvi- mento a que attingira o seu estado intellectual. Desta vez todos podem se convencer por si mesmo. A revelação da revela- antiquissimos, apezar de os ignorar cao egtá aQ m^A Afl .- l..„l..„..„.ln..., IU * *;-.- * v ' maior responsabilidade recahirá sobre aquelle que,tendo os meios de chegar anteriormente, declarando nu Cap. IV sobre a dansa das folhas : « J'avais quitté 1'Europesaus avoir la moindre idée des phéuomèüès que les spirites attribuent à leu rs me- diums. «Tiguorais jusqu' aux príncipes sur lesquels repose cecte foi que je croyais nouvelle, et que je sais au- jourd'hui aussi vielle que les tem pies de Ilude, de la Chaldée et de 1'E'gy- pte, car toutes les religions ont com- inencé par la croyauce aux esprits et ao conhecimento da verdade, não quer ver a luz e obsta a que outros a vejam. Foi por isso que o Spiritismo annún- ciou-se nos Estados Unidos da America pelos phenomenos chamados—pança- das nos inoveis ou dansa ou marcha das mezas. Douglas Home foi talvez o primeiro médium preparado para produzir desde o berço os phenomenos ligados .-M 'c-An ¦ ¦ X ":''--A . . ¦¦ -'"¦*

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ASSIGN ATJTIB ANNO AW

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PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECada mez

PERIÓDICO EVOLIJCIOXISTA

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ASSIGNATÜRA ANNUAL

Estrangeiro 61000

PAGAMENTO ADIAHTADO

PTJBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda a correspondência deve ser dirigida a — F. A. XAVIER PINHEIRO — Rua do Regente n. 19, 2a andar.

Amsío VBB Sa-iííiíl-— HSio ilè Janeiro— 183©—Janeiro—fl. N. 14*

EXI»K»IKiVrB

Síio conviuailos os Srs. «»¦

cio* «la Federação Npirita

Brázileira para ta seswão de

JL d» corrente, cen <|aae será

ilatlapo-^sc « iiovk d-aá^eeí-orSnU

Pedimos encàrècidamente aos nossos

assignàhtes om debito o obséquio de satis-

fazerem aimportancia de suas assignaturas

do anno hontem findo, afim dc podermos

prestar contas á sociedade.

São a»entes desta folha:

No Pará, o Sr. Josó Maria da Silva Basto.1 Na Cachoeira (província da Bahia), oSr. Francisco Xavier Vieira Gomes.

Na cidade do ltio Grande do Sul, o Sr.capitão Paulino Pompüió de Araújo Pi-nheiro.

Em S. Paulo, o Sr. G. da S. Batuira,í'w. r^^Lfivanes 11.20.; ,.. :•¦.¦¦;-. '¦¦ 'C,-.*';';* ':V: .'*.-."

Em Pi ractcaba, o Sr. Antônio de CarvalhoSardenberg.

As asignatnras deste periódico come-

çam em qualquer dia, e terminam semprea 31 de Dezembro.

O Aflito JSOVO

Parabéns I Eis-nos no começo de

um novo trecho de nossa, jornada de

propaganda IA lueta accentúa-se, mas não pode

produzir o desanimo, naqíielles queestão convencidos da verdade e justiçada causa que defendem.

Spiritas, estudai o.s meios de quelançam mão os vossos antagonistas

para tolher-vos o passo, e notareisfacilmente que. elles mesmos se estãocombatendo uns aos outros e que, emfalta de argumentos sérios, se atiram,ás mais das vezes, ao emprego de

armas pouco próprias de uma lueta

decente e digna de homens que se

dedicam ás investigações da sciencia ;o-que muito depõe contra a confiança,

que elles depositam nafurça dos prin-cipios que professam.

O insulto é sempre a arma do fraco.Não os sigamds nesse terreno ; deixe-mol-os; um dia elles voltarão confusose arrependidos, reeonheceudo que arazão está comnosco.

Sejamos unidos, e tenhamos fé nofuturo.

Sçrn&iiles sobre Sg»irili«nio

(Continuação)

— Os spiritas, ps espiritos e o Spi-ritismo não ensinam que se possa tra-tar, nem têm a prêstimpção de trata-rem diréctámehtè com Deus, comodisse S. -S. no começo de seu discurso.O contrario disso é por nós acreditado:existem espiritos dé todas as catego-rias, desde as mais baixas até as maiselevadas, desde o.s mais ignorantes emaus a té os mais sabidos em scienciauniversal e de maior pureza. Nósoutros imploramos a misericórdia deDeus, invocando os anjos dá nossa

guarda e os bons espiritos, buscando

que as nossas preces se elevem pelomesmo vehiculo que Jesus ensinou—cor contridum et JiumiUatam.

Nas sessões spiritas não se fazemevocações do espirito de Deus. Eáfzebò

.seria itnpiedade tão arrojada como aaccusnção ora lançada contra homens

que procuram saber amar o próprioDeus e ao próximo. Alli ou fora d'allielevamos o pensamento até Elle, pelaconvicção de que .somente com seuauxilia seremos capazes de produzir obem. E quantas vezes esse bem seproduz, classificando-o o povo de mi-lagre, e a igreja de obra de Satanaz,esquecendo-se de que Satanaz, perso-nifieando o mal, nada de bom pôdeproduzir!

— Mesmer e Caglipstrò não foramintroduetores òu percursores do Spiri-tismo. S. S. apresenta Mesmer pelolado fraco dos atavios com que revés-tiu a sua descoberta e dos meios qneempresou para delia tirar proveitomaterial, mas não disse que essa des-coberta acha-se hoje desenvolvida eacceita pelo mundo scientifico, queestuda ein seus differentes effeitos omngne israo animal como agente the-rapeutico. Os princípios propaladospor Mesmer não eram inteiramentenovos ; elle os recolheu das descober-tas de Newton e das investigaçõesastrulogicas de Paraeelso, devendo-se-llie somente a conversão em sys-tema para determinada applicação.

Nem Mesmer nem seus sectáriosattribuem os effeitos do magnetismoanimal á intervenção dos espiritos ;elles fazem residir a f »rça com queoperam na natureza e no próprio ho-mem.. Este personagem, portanto, veioerradamente tomar o papel de iutro-

dtictor do Spiritismo ; a confusão,porém, foi propositalmente lançada,

por i.sso que o Catholicismo igual-mente condemna o magnetismo como

producto do Diabo.Assim também faliando de Caglios-

tro, S\ S. profüga a sua conduetairregular, mas cala que fez grande

.numero de curas repentinas e dura-douras, consistindo um dos processosna Imposição das mãos sobre o doente.

E se ó certo que Mesmer recorreumuitas vezes ao charlatanismo e queCagliostro passou por mágico e feiti-ceiro, não se pôde duvidar que agiam

por força-magnética, cuja importan-cia e utilidade não podem ser contes-tadas.

A nossa pausa nada tem cora essesdous personagens, nem tentamos dei-les fazer defeza ; apenas as considera-mos para notar que S. Rvma., que-rendo impingir um Allan-Kardec—!mágico e feiticeiro—, em sua exposi-

ção das tendências do gênero humano

para devassar o maravilhoso e o pro-prio céu por meio da magia, nicro-maneia, feitiçaria, adevinhação, ma-

gnetismo, etc, etc, os incluiu inde-vidamente com D. Home e A. Kardec,dando-os como fundadores do Spiri-tismo.

S. S., entretanto, sabe que o Spiri-ritismo é de todos os tempos e podiamais acertadamente remontar-se ásPythonizas, Sthyllas e Oráculos queeram mediums inconscientes de espi-ritos inconscientemente evocados, po-dia relatar factos trazidos a publicopor investigadores competentes, deu-tre os quaes citaremos Jacolliot eWilliam Crookes ; o primeiro narra

phenomenos e manifestações que pre-senciou por meio <\o^ fakirs, na índia,no seu livro — Le Spiritisme dans le

monde.Estes phenomenos elle os confessa

aux manifestations exterieures, quisont la source de la róvelation préten-due celeste. »

O segundo, "W. Crookes, dá contano seu livro —Novas experiências sobrea força psychica—dos phenomenos quepresenceou desde os mais simples atéos de materialisação e tangibilidadedos espiritos.

Podia, sobretudo, fazer menção dealguns factos spiritas de que estãorepletas as Escripturas, mas aos quaesse evita dar o verdadeiro cunho.

I Todos esses phenomenos, todos essesfactos, sim, foram os percursores dadoutrina que modernamente se apre-sentou sob o nome de Spiritismo, aqual não teve inventor nem descobri-dor. Ella foi e ê a manifestaçãoexpontânea das vozes consoladorasque baixaram dos céus por intermédiode. ^aspicitQft, ^repostos para e-uiiipri»mento era tempo opportuno da pro-messa feita aos homens pelo próprioChristo.

A comprehensão destas cousas e doaensinamentos que elles deram expli-candoajuillo que, em relação à vidaespiritual, não poude «er comprehen-dido pela humanidade durante 19 se-culos, é repellida pelas igrejas mili-tantese principalmente pela Romana,porque esta, em virtude do direitoque se arroga, só no caso era quefossem revelladas ao Santo Padre, asaceitaria convertendo-as então emponto de fé.

Deus, em seus altos designins nãoescolheu jerarchias nem de povo, nemde religião nem de propheta, paraderramar sua misericórdia sobre ahumanidade e dotal-a com o ensinoproporcional ao grau de desenvolvi-mento a que attingira o seu estadointellectual.

Desta vez todos podem se convencerpor si mesmo. A revelação da revela-

antiquissimos, apezar de os ignorar cao egtá aQ m^A fl• .- l..„l..„..„.l n..., IU * *;-.- * v 'maior responsabilidade recahirá sobreaquelle que,tendo os meios de chegar

anteriormente, declarando nu Cap. IVsobre a dansa das folhas :

« J'avais quitté 1'Europesaus avoirla moindre idée des phéuomèüès queles spirites attribuent à leu rs me-diums. «Tiguorais jusqu' aux príncipessur lesquels repose cecte foi que jecroyais nouvelle, et que je sais au-

jourd'hui aussi vielle que les tem piesde Ilude, de la Chaldée et de 1'E'gy-

pte, car toutes les religions ont com-inencé par la croyauce aux esprits et

ao conhecimento da verdade, não querver a luz e obsta a que outros a vejam.

Foi por isso que o Spiritismo annún-ciou-se nos Estados Unidos da Americapelos phenomenos chamados—pança-das nos inoveis ou dansa ou marchadas mezas.

Douglas Home foi talvez o primeiromédium preparado para produzirdesde o berço os phenomenos ligados

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á manifestação dos espiritos por urnmodo até então nunca presenciado.

Este homem extraordinário prodü-zia os mais surprehendentes pheno-menos, desde o facto de ouvir-se mu-sica tocada pelos espiritos em uraharmoniiim, no qual elle apenas se-gorava o folie com uma só mão, atéò de sua elevação ao ar. Elle mesmofaz repertório desses factos na obraintitulada — JRêvélaüons sur ma viesurnahirelle. Tendo nascido na Escos-sia, percorreu a America, Rússia,Pariz, Inglaterra e Itália, onde asfolhas publica.-., e pessoas criteriosasderam testemunho da veracidade detaes factos, e entre estes W. Croi.kesna já citada obra—Novas experiênciassobre a força psychica.

Não se pôde dizer, portento, queHome fosse fundador do Spiritismo,mas simples médium, ou instrumentopassivo apropriado ás manifestaçõesdos espiritos de modo a abalar os ani-mos e convidar ao estudo.

Allan-Kardec, sab mos, e o confessa«S.S., foi intelligencia culta, caracterprobo e reoto, e extremado educador-

Foi elle. com effeito, o escolhidopara estudar, confrontar e reduzir acorpo de doutrina o espiritualismomoderno. A seus esforços devemos oLivro dos Espiritas, contendo os principios da doutrina spirita, sobre aimmort ai idade da alma, a natureza dosespiritos c suas relaçõys com os homens,as leis moraes, a vida presente, a vidafutura e o futuro da humanidade,conforme en^inamni o- espiritos supa-riores por meio de diversos mediums.

Nesse livro eucoíHram-áe verdades

que não têm sido e de certo não pode-rão ser refutadas senão com arguméntação sophistica, pelo grande fundamento, de que os ensinos são deaccordo com a razão, demonstrados na

pratica e na experimentação, pregama moral de Jesus Christo, dão idéiamais coinpdeta da Divindade e condti-zem ao melhoramento todos quantosos observarem.

Somente depois de proceder-se ataes estudos, sem preconceitos deidéias, de espirito de classe ou dereligião, se poderá formar juizo se-guro sobre a matéria desse livro.

Que isto não foi feito é evidente,não só pelos rodeios em torno da quês-tão em campo, mas ainda e principal-mente porque a Igreja Romana não j c;mMi0,1 p sim [iies

de Pariz, o seguinte facto demonstra-tivo da emancipação do espirito du-ranté o somno do corpo :

Mme. B, residente em Pouliguen.tratava de seu toilette de manhan,

quando ouviu seu filho, de 6 annos dcidade, despertar chorando e gritandona câmara visinha.

Correu a indagar do motivo, e o

pequeno coutou-lhe, que vira seu paiferido, coberto de sangue, porque lhehaviam batido e roubado o relógio.Ella buscou aquietal-o, dizendo-lhe

que tinha sido um sonho ; mas o me-nino recusou o banho, bem como fazero passeio do costume, e constante-menie perguntava por seu pai. Domi-nada também por um triste preseu-timento, ella passou um telegrammaú sua irman, de quem recebeu oseguinte despacho :

« líügeuio fui ferido á noite ultima;roubaram-lhe. o relógio ; seu estado eassaz satisfatório. »

3Jo3tiami.fticaç^oc*]>ositaiic<..—O Mediam and Daybieak, de 27 deJaneiro ultimo, narra o seguinte :

O Sr. A. Fatiou, de Nottingham,ao ler em ura numero do periódicoMédium o nome do Sr. Page, deUpenshan, sentiu-se dominado de umforte desejo de escrever-lhe.

Como era natural, elle hesitou, poisnem conhecia o Sr. Page, nem ondeera Upenshan para dirigir a carta.

Um amigo do espaço, porém, lheaconselhou que escrevesse, dando-lneCon sei lios sobre à enfer mi da de de

pesiôa de sua familia, de cuja cura jádesesperavam.

Partiu a carta, e algum tempo de-

pois recebeu o Sr. Fatiou a resposta,em que o Sr. Page lhe agradecia asindicações exactissimas que Ine tinhaenviado. »

Eis um facto que os descrentes de-viam estudar, e explicar pelos coube-ciméntos de que dispõem. 0 Sr. Fa-tlon não dormia ; alguém foi por ellevisitar o enfermo e veio lhe ministraras informações precisas que elle deviacommunicar ao Sr. Page.

Centenas de factos desta ordem seestão dando diariamente com quasitodos os mediums receitistas, e pou-cos, bem poucos, pelo menos entrenós, procuram estudal-os ; limitando-se a maioria a classifical-os de embus-tes. E* realmente um processo mais

permitte que o Padre faça tal estudosem incorrer em excommunbão.

E eis porque se combate uma dou-trina pelos abusos que em seu nomese tenham dado e se descrevem ses-soes pseudo-suiritas para com facili-dade attingir-stí o almejado objectivo—o diabo ou o sobrenatural.

(Continua).

WiyMM© MtHihí* de ««UM anemiaio.—

O Messager, de Liège,'de lõ de Junhoultimo, transeie^eu do Petit Journal,

(Uesumimos a noticia do Messager,de Liege )

üVoiavol aviso cm soulio».—0 Pitíspurgh JDispatcJi, dè Pensilváriiaconta o seguinte ;

O Sr. A. 17 Mc. Neol, muito conhe-cido em Ranson, estando de perfeitasaúde, sonhou a 28 de Janeiro ultimoque, morrendo a 26 de Abril, elleencontrava na cidade celeste seu velhoamigo Muliiou Povennire, de Ada,que lhe dizia haver partido da terraoito dias antes.

Accordando muito impressionado,elle escreveu o que havia se passado

no seu sonho, mas nada contou ál-

gueui. Sua senhora, porém, tendolido-o que (dle escrevera alguns diasdepois, iiicomnrodou-se, mas nada lhedisse.

0 sonho teve completa realisáção ;o Sv. Ne,d falieceu a 26 de Abril, umasemana exactamente dep ds do passa-mento de seu amigo Povennire.

(Ext. do Messager, de Liege de Iode Julho.)

iR<-g9i»ai«a«B»« cüíi terrenoi*oc!to iis oa sobre «rei»? —

Com essa epigraphe publicou The

Worlct':S Advance Thawjht, de Maio

ultimo, um longo artigo, que resu-uiiuios :

Parece que se está desenvolvendouo nosso planeta uma mysteriosa éu-

fermidade mental, que não pôde ser

classificada de insanidade; visto queas operações cerebraes continuam re-

gularmetite dirigidas por uma intel-

ligehciá, que parece se haver substi-tuido aquella que até então desempe-nliava essa- funcções.

ü nome mais apropriado â essa en-

fermidade suppoinos 6ev o de perda dá

personalidade. O* médicos se mostram

seriamente embaraçados,e no que tèm

escripto a respeito, nada adiantam.Eis alguns casos :

0 Sr. Henrique D. Cook, de New-

York, passou a tarde de um domingo

em companhia da joven, com quemdevia casar-se na quarta-feira se-

guinte. Retirando-se d'ahi, de.->appa-r ceu, e durante 4 dias ninguém o-'

poude encontrar. Quando eucontra-rain-n'o, elle não se lembrava total-mente do que tinha feito durante asua ausência.

Um homem de Viucennes (In-dinha) despertou ultimamente no hotelPalmer House, de Chicago, onde setinha alojado, totalmente esquecidode sua identidade. Elle se lembravade todos os factos que havia preseil-ciado em sua vida, mas em relação asi tinha esquecido tudo, até o seunome. S-rn espirito era claro e activoem tudo, que se não referisse á sua

personalidade. No meio das trevas

que envolviam, o que dizia respeitoao seu eu, elle só tinha uma idéiamuito confusa de ser casado, sem

poder fixar uude.Klle falieceu, sem apresentar syrn-

ptoraa apparente de algum mal.Ao mesmo tempo uma joven de

Chicago sotlVeu também idêntica perdaparcial de memória. Ella reconhe.iasua mãi, puróm a ninguém mais dolargo circulo de suas relações ; tendosido obrigada a renovar seus velhosconhecimeutos. Hoje resiabeleci a,elia não se pude recordar de cousaalguma, que se relacione com a sua

pessoa, antes da crise.No Examiner de S. Francisco os

médicos deram a essa enfermidade onotu<3 ile embolismo, e attribuiraui-n'aa uma pressão exercida sobre algumacellula cerebral por aiguma migalnade tibriua ou outro corpo estrauhoacarretado pelo sangue.

Não nos parece muito admissíveli essa localisacão dos phenomenos dai memória referentes á personalidadel em uma determinada cellula da marsá

j cerebral, sobre a, qual. vá sempre en-

j calhar migalhas dc tibriua ou cor-

pusculos estranhos acarretados pelosangue.

Depois ella, não explica todos oscasos quo se podem apresentar. Assim,ba tempos lemos em folhas da Bélgica

seguinte :Vivia ahi um homem, empregado

publico, cora quem se dava um factoextraordinário , durante os três pri-meiros dias de cada semana elle semostrava alegre, expansivo, intelli-

gente e erudito ; ao passo que nos

quatro últimos dias era taciturno,nada communicativo e sentia diífi-culdade em exprimir-se. Além dissodurante cada uma dessas phases ellesó se lembrava d> qoe dissera oufizera na phase correspondente dassemanas anteriores, de modo que alinotavam-se duas vidas, duas persona-

idades distinetas se succedendo'álter-nadaniente.

Os jornáes da America do Nortetambém filiaram de um notável ora-dor que, tendo aununciado uma con-ferencia contra o Spiritismo, ao entrarna trjbunaesqueceu-secompletamente .de si e das idéias que pretendia expor,e fez a mais brilhante apologia da-

quillo que desejava combater.São factos que merecera estudo.

Um facto «le soiimnm!>iili.««sai». — A Lanterne, de Pariz, de 30de Junho ultimo, conta o seguinte:

Em conseqüência de uma queda daimperial de ura omnibus, M. Thieu-lent, viuva de ura official e moradoranos arredores de Piriz, soffreu forr.ecom moção cerebral, 6 conservou-sesem dar acordo de si durante seis diasuo hospital de Lariboisieri, para onde,sem conhecel-a, a haviam recolhido.

Einbalde "um

parente seu e, a pe-dido deste, a policia fizeram todas asdiligencias pura conhecer do seu des-tino.

Em desespero de causa, esse parente,foi consultar uma somnambula, ,quelhe declarou estar vendo a enfermasem sentidos em uma sala.

Antes de proseguir, o consultantefoi communicar o oceorrido ao chefede segurança, que mandou-o voltar afazer mais minuciosa cosulta.

A somnambula, sem declinar onome do estabelecimento, descreveu-ode tal modo, indicando as ruas a se-

guir-se para lá chegar, que ira media-tamente o consultante dirigiu-se paraali, e encontrou aquella' que bus-cava. ',:.

Caminhemos. E' tempo de aprovei-tarmos-nos da lucidez dos somnam-bulos para a descoberta de factos queinteressem á vida da sociedade. Nãoesqueçamos, porém, que para ter-sebom resultado ó necessário que essesfactos tenham um cunho de severamoralidade.

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¦tlWOItfti/iDOn - ISSO - Janeiro•Jí ClirristianãSBiió Ba«.Sajj>;lo

--Para que possam os nossos leitoresjulgar do mudo por que o orientepensa sobre a religião christan, extra-himos do Golden Gato de 30 de Junhoultimo, as seguintes opiniões emitti-das em um congresso dé ímrüens emi-nentes do Japão ; os quaes so occupamde religião, ilo mesmo modo, com amesma liberdade de pensar, dé queusamos tratando de um qualquerassumpto político ou .scientifico.

Muitos furam favoráveis, outros"muitos adversos, e outros finalmenteindifferentes á adopção da religiãochristan pela, nação. Citemos os se-guíntes conceitos :

O prof. Toyma, da Impcrirl Uni ver-sidade, disse que os ethicos chinesespodiam ser substituídos pelos ethicoschristãos ; que o Christianismo impei-lia as almas ao progresso, tendia áunificação dos sentimentos^, pensa-mentos, a uma confraternisaçâo bar-monica, e derrubava as barreiras allielevadas entre os homens e as mu-lheres.

Kabulat, presidente da mesma asso-ciação, declarou delicadamente, fri-sandó ser adverso á toda a religião,que o Cliristianisaio não tinha utili-.dade para as pes oas illustraifcis, masque julgava urgente a adopção dosensinos religiosos nas escolas, para ainstrucçâo do.s ignorantes.

N Fuka-Zana, eminente escriptor sus-tenta a adopção da religião christan,confessando inrjen uamania^não^.cünhe^cel-a absolutamente. Elle considera areligião como um passatempo.

A maioria resolveu que os dogmaschristãos são urna droga amarga, masque podem produzir bons effeitos nofuturo.

Vemos pela simples leitura do ex-posto, que não se tratou ahi doChristianismo puro, como se depre-

'mende do fundo dos ensinos de Jesus,mas.da religião dogmática, frueto dasinterpretações humanas, e tão contra-ria á justiça, á razão e á sciencia.

Pregai, ensinai o Christianismo doChristo, a religião do amor de Deussobre todas as cousas e do amor dopróximo como de si mesmo, e yéreisque no mundo inteiro não encontrareisum só adversário.

Ide, porém, dizer a um sábio mate-rialista que Deus condemna seus filhosa.uiii inferno eterno, que os perseguecom seu ódio ; e elle continuará emseus estudos, sem se importar com asvossas predicas. ;

Fazei como Jesus, fallai á razão e !ao coração do homem, e vencereis ; |continuara querer coagir-lhe a liber-dade com os vossos dogmas absurdos,e ficareis isolados, e responsáveis pelomal que fazeis.

® soali» «Ie Liçoíri.—Da lievaeSpirite, de Pariz, de 15 de AgUntoultimo extra himos o seguinte, contadopelo

'^presidente Abrahão Lincoln á

me tarde uma noite, já ba 10 annospassados. Atenas adormeci tive estesonho : Euvq]via-me um sepulcralsilencio, quando ouvi soluços e gemi-dos, comei se parassem de muitaspessoas; levantei-me e fui de câmaraem câmara sem poder encontrar quemse entregava a essas manifestações dedòr Entrando na ultima câmara,sempre em sonhos, eu vi umcatafalcoonde repousava tua corpoaimirtalhadoe com o rosto coberto, rodeado porSoldados e muita gente. Perguntei aum; soldado, quem tinha morrido, eelle respondeu-mo :

— O presidente, assassinado.Ao que levantou-se da multidão

um grito do dòr que despertou me.Poucos dias depois delle recordar

esse aviso, que recebera 10 annos an-tes, deu-se o trágico acontecimentoque; poz termo á sua brilhante missãona Terra.

Nocroüogâa. — Ao lu de Dezera-bro ultimo, com a idade de 69 annos,deixou o envoltório terreno D. JoséM. Fernahdez Calayia; fundador, di-rector e proprietário da Revista deEstúdios Psicológicos, de Madrid, ade-pto convicto e infatigavel propagadordo Spiritismo.

Que Deus dê-lhe em ditas inefáveiso prêmio de sua tão boa vontade.

'SYIiiaipSBo-iB a veríla«8e. —Apezar do ódio formidável dos seusinimigos,' ;b:vmediiíih, Sr. EduardoDavid liei foi unanimemente ábsol-vido pelo jury de Nitlieroy, da aceu-sação de estell o nato com que procu-raram iuutilisal-o.

Graças a Deus.

5]MSffiliiKi

sua setihora e vários am gos, poucosdias atues de sua morte :Por estar esperando um despacho

importante, disse elle, tive de deitar-

A V33DA iXO BrVl<T^TBTO

POR

I C. Flammarionj

Quandosenu-lbante aos ternos açor-i des de uma harpa longínqua, as bar-

monias da tarde se fazem ouvir nos. céus ; quando emudeceu o ultimo echo

das .soledades, sumiu-se a derradeiranota da avesinha somnolenta, extin-guiu-se entre a folhagem o ultimosuspiro do vento, e o suave murmúriodo arrojo on o monótono queixume domar na praia restam só còjho os ulti-mos ve.-tigios da natureza ; as gloriasdo occideuie que se fanam, o profundoazul do zenith que se escurece e pa-rece invadir inseusiveluiente a abo-bada. celeste, as estreitas que se a cen-dein uma após a outra, a itnmensidadedo espaçq que se desenrola illuminadade pontos irradiantes e a chegadagloriosa das constoUaçÕcs assentadassobre seus thronos, formam como umaimmensa melodia, enchendo o espaçocom seus divinos acordes, e transpor-tam a alma fascinada e captiva ápi«esença du infinito.

Estremecendo como a corda harmo-nio-a, que vibra sob a impressão desonido e-urauho, a alma escuta semouvir, contempla sem ver e perguntaassombrada: quem pôde ser ella, po-bre .-ensi.iva dos bosques terrenos,diante de^e-i soes gigantescos, dessesmundos sem contu I

Seremos nós, por ventura, umaefêmera vibração que nasce e morre,como um sopro, no seio dessa immensaharmonia, que a ignora ? Passaremossobre o nosso planeta como essas pai-lida- exnlaçõe.-^que, em n die serena,se deshsam um instante pela ubobadaazulada ;

Nossos sentimentos de admiração,

ile dita, de apaixonada adhesão áverdade.de amor á belleza serão maisque frágeis illusões, semelhantes áscores do íris quo surgem de súbitosobre a bolha de sabão fluetuante noarj Uu quem sabe se as nossas indi-VtauaUdades valerão mais que oatomo'•e uxygeniò ou de ferro, parte iute-grame, emdestructivel da organisaçãodo universo?

liespoudei, oh céusl Respondei, ohterras do infinito IQuando, em outros tempos, eu voscontemplava, silencioso e pensativo,no seio daprofuncia calma da noite,on doces s quietas estrellas do ceru-leo tecto! vos admirava na vossa

celeste belleza, e elevava a vós mi-nbas prees, cmno o incenso de umtogo secreto aceso em minha alma porvos^s vi,uis divinaés.Parec.'i-me que me estáveis vendoapezar dá distancia, e que um estra-nho e .suave vinculo de sympathialigava o meu aos vossos coracõ *s, pusvos vivhíks para mim. viviéi.s no serta.cmad.j pela vossa luz, pálpitaveisem vosso scintillar, como espiritosniüiiomados reinando acima do es-

plendor universal.Hpjtí já as não contemplo com asmesmas vistas. Quando meus olhos tereconhecem, mollemente reclinada

entre us purpureos vapores do ore-pusculo. oh branca estrella da tarde,já não vejo em ti um fogo brilhandona noite ao longe como um pharolceleste, mas sim a tua verdadeiraíórma planetária, tua esphera geo-grãphica semeada de continentes e demares, teu volume igual ao da Terra,tua alta e densa atmosphera. tuasnuvens e tuas chuvas, tuas monta-uhas e tuas planuras, tuas praiasbatidas pelas ondas, tuas pictoréscaspaisagens orladas de gigantescas cor-dilbeiras, tuas campinas cheias devida e movimento, e tua humanidadesob um cjinm m-uy variado e um -snlditTerent"* hoje se elevam em minhaalma quando,' no silencio da noite,penso que esse mundo está suspensosobre as nossas cabeças I

E quando, não longe de ti, as cam-bianies perspectivas do ceu trazemtambém ás minhas attentas vistasesse outro globo, nosso visiuho e com-panheiro de destino, Marte, com seusraios amarellos, ante os quaes salieu-ta se ainda a tua brancura, e quetambém já não é um fogaréu verme-lho aceso nas margens do oceanoceleste, mas um mundo qne vai incli-nando noespaço seus pólos carregadosde neve, girando sobre seu eixo, ecréahdq a suecessão dos dias e dasnoites, das est"ções e dos annos, offe-recendo de longe á minha visia exa-siada as risonhas paisagens de seusgulfos senatoriaes e de suas praiasmediterrâneas, as arvores douradasde suas selvis, asrloresde seus prados,as neves de suas férteis campinas, eas cidades populosas assentadas ásmargens de seus grandes rios.

Já não é um pai lido facho nas mãosdo Destino, aceso para guiar-nos emum rumo fatal, o que vejo em tuaclaridade serena, oh Siturnol tãotemido por nossos avós I nem é tam-bem uma maravilha da architecturacelesie o que admiro em" ti. comofaziam nossos pais, porém um unindo;mundo não,mas um universo, initnen-so, esplendido, e deslumbrante: umacreação inefável ante a qual a daTerra se amesquiuha, se desvanececomo um sonho, um universe emfimtão magnifico e tão estrarJio, tãobello e tão rico, tão grande e tão ma-gesroso, que para concebel-o seriapreciso, que nossa alma, fugindo denosso cérebro, fosse encarnar-se emcérebro gigante, capaz de supportaro peso de tão portentoso Conhecimentoe de uma contemplação tão semigual I

E esses mun d ,s ahi estão com osseus habitantes suspensos sobri* asnossas cabeças I

Estrellas, soes da eternidade, semidade e sem numero; quando umadellas se apaga, dez se acendem; sualuz e inextinguivel, sempre brilha-ram e sempre brilharão no infinito.Os milhões sommados aos milhões seesgotam querendo innumeral-os. Sãoos focos ao redor dos quaes se achamreunidas innumeraveis famílias hu-manas, como as do nosso systemasolar, que vivem juntas e sem conhe-cer-se entre os raios do nosso pequenosol. Os mundos habitados que giavi-tam em torno de todos esses soes, soesduplos, múltiplos, soes colorados comtodos os matizes do espectro luminoso,soes variáveis, de todos os tamanhos,de todas as potências, esses mundos,dizemos, não podem ser representadospor milhões, mas por milhares de mi-Ihões, pois seu numero excede ao dasestrellas, seus centros, que já sãoinnumeraveis.

O infinito todo está povoado de ter-ras animadas, que se suecedem pormilhares de milhões em todas asdirecçoes do espaço, até os limitessempre fugaces e" eternamente inac-cesiveis do vasio incommensuravel.

Que forças operam na superfície detodas es-^as terras celestes 1 Que seresali vivem em todas as condições, itna-ginaveis ou não, de habitâbilidade?Que almas pensam, sonhara, cantam,riem ou choram nessas longínquasestâncias ?

Que formas revestem, em todosesses mundos, as expansões da inex-gotavel natureza ? A imaginação do*poetas creou mil metarnorphoses 33-tranhas, figurou centauros dando sal-tos sobre as montanhas, sereias em-balando-se nas ondas, esphinges aco-coradas nos desertos, chimeras voandonas nuvens; inventou os cyclopes, asm-ottWg rYdtAuyiiaR. j^óisT-tfüj&Llares nas cabãrias, nayades nas fuutes,faunos e sátiros nos bosques; porém,que são todas essas fôrmas pseudo-terrestres ao lado das creações possi-veis da mãi universal? Já a resurrei-ção das tumbas ante-diluvianas fezsahirem do desconhecido as formida-veis producções das épocas anteriores:esses pterodactylos de largas azas,que apparecein como phantastnassinistros; esses plesiosauros, essesmegalosauros enormes e formidáveis, ique sacudiam suas escamas sonorasjunto ás ondas enfurecidas; e^sesmonstros phantasticos que povoaramaterra muito tempo antes tie virahomem habital-a. Porém, o que serãoas fôrmas vivas de todas as dimensões',de todo caráter, nascidas nos milhõese trilhões de mundos povoadas, quese movem no infinito!

Se o mais formoso casal humano,que tenha apparecido na Terra, po-desse ser transladado a um qualquerdesses globos, não seria acolhidosenão cora irônica curiosidade, exarai-nal-o-hiam como um exemplo extra-ordinário das monstruosidades e extra-vagancias da uatureza; e assim tam-bem nós, ao chegar a esse mundoextranho, apenas poderíamos dar cre-dito a nossos olhos, e tomaríamos porverdadeiros monstros seus mais ele-gantes e magníficos habitantes. Ellesdiriam : donde vindes, phantasmas ?e „nós responderíamos: Quem sois,filhos do diabo ?

Sejam, porém, quaes forem suasfôrmas, essas humanidades existem,vivem, obram, pensam; em uma pa-lavra, são ali o que nós somos aqui.Ellas existiam, antes que a nossa ap-parecesse na Terra, e existirão semfim, quando cerrar-se a ultima pai-pebra humana sobre o nosso erranteplaneta... Não é só a vida uni versai oque enche a imraensidade, é tambéma vida eterna.

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4 RfSVOItilADOIt — 888» — Janoiro — *

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Sim,a vida universal e eterna remasobre às nosias cabeças, e delia somos

parte integrante. Sim, hoje já apre-ciamos era seu justo valor vossa im-

poriaucia, oh mysteriosas estrelias danoite 1 pois que sentimos rodarem emtorno de nós infinitos mundos, vastose pesados, povoados como o nosso.Planetas ou estrelias, são todos mun-dos, grupos de mundos, systemas,universos ; e du fundo do nosso abys-mo, entrevemos suas nações lougm-

quas, suas cidades desconhecidas, seus

povos extra-terrestres. A's vezes, aocontemplal-as, sentimos estremecernossas almas pensativas, quando re-corda lhos, què realmente todos esseslainpádários celestes nos unsiraiuoutras lan.as humanidades irmausda nossa, entre cuja multidão tem anossa Terra menos importância queuma aideiola entre as grandes cida-des e villas. que povoam os nossoscontinentes.

Humanidades do cen, já não «soisum mitho I «lá o teles.wpio nos põeem relação com os paizes que nabi-taes ; já'o espectroscopio nos permitte"analyzar

o ar que respirais - já osaeruiithos nos trazem as matérias devossas montanhas ; já vemos vossasnações com as suas fronteiras natu-raes, e sem duvida tainbem vedes asnossas. Quem sabe o que nos reservao futuro ? Quem sabe se, talvez embreve, não nos coinmun careinos re-ciprocatuente por meio dealsMin te-legrapho, não menos maravilhoso queo que hoje empregam pura conversarem voz baixai instantaneamente deum a outro extremo do globo terra-

queo ? Não, vós não nos sois extra-nhos, não podeis nem deveis sel-o.Como são formados os seres que voshabitam ? Terão elles antes vividoua Terra, que habitamos. Por ven-tura Newiou terá morrido? Copei'-nico, Galileu, Kepler terão^deixadooutra parte^T Butmá, Gonfucio, Zo-roastro, Sócrates, Aristóteles, Platão.Descartes, Leibuitz desa p parece raradu universo'!' Us gemo-- que ii lustra-ra o nosso planeta e o fizeram a van-

çar na seuda da vertia.le e da liber-dade, calaram para nunca mais seerguerem, como os animaes vulgareschegados ao termo de sua carreira,ou o fructo maduro despencado daarvore pelo sopro tio vento tio outono?Não 1 Esses astros do pensamento nãose extinguiram.

Vivem ainda, vivem sempre, bri-lham e funcnonam em outras esphe-ras, continuam era outros mundosmelhoreis (jue este sua obra interrom-pida ; la estão, e talvez seu gênio,elevado á sua segunda ou terceirapotência, tem inventado nessas es-phéras a arte da distinguir a Terramelhor do que nós distinguimos osoutros mundos ; e talvez neste mo-mento sorriem ao ver-nos assim so-letrar balbaciaui.es e com tanto tra-

Oh perfumadas paisagens da pri-ma vera., brilhantes irradiações does-üo, melaucholícas folhagens do ou-tono, neves silenciosas do inverno ;vós todas existis nesses mundos, comono nosso, e a vista humana vos cou-teinpla ao longe, como etn nossa ter-restre mansão 1 Salve, oli divina na-tu reza-, inai eternamente

'jdvén; docecompanheira ue nosso; go-ips, Coufi-dente intima de nossos corações 1 1"és a mesma em todas as partes, tuabellezã i ilumina o universos e nós nosalegramos deixando repousar em teuseio o vôo palpitante dos nossos 'vpi'ii-

samèntos. Salve ob rodos vós,mundosiniiiiiiH-raveis do espaço ! Vós osten-taes nos cen^ o.s metamos quadros, osmesmos panoramas, as mesmas bel-lezas naturaes que admiramos nestemundo, e segundo vossa magnitude,vossa força, vossa fecuildidade, os reproduzis, centuplicaudo-os, no meioda iuexgotavel variedade de um po-derioinfinito ! Planta • desconhecidas,seres maravilhosos, humanidades ir-más da nossa ; almas, pensamentos,espíritos immortaes, infinito vivo,salve !

Etoje já comprehendemos a existen-cia do universo, saiamos das trevasda ignorância, ouvimos os acordesda harmonia immensa ; e com umaconvicção inquebrantavel, fun'adaem demonstrações positivas, acclamn-mos do fundo de nossa còuseieiipiaesia verdade immorredorá : A vidase desenvolve sem fim uo espaço e uotempo, é universal e eterna, enche oinfinito com seus accordes, e reinara

por todos os séculos da incalculáveleternidade.

(Trad. de El Pau (kl Espirito, deSantiago do Chile.)

zil te offerto; ella é simples e nuper-feita como tido o que sabe do meuatrazatio se,' ; porém supre C un a tuabenevolência, e amor o que falta ombéileZii e perfeição.

Aeceita mestre e amigo, «so comosignificação sincera e positivado re-conhecimento e gratidão que vai

u alma. neste dia memorável em que,mprida a tua gloriosa missão na terra,voaste, ao seio de Deus para receberdo Christó a palma santa a que tinhasdireito e coüquistãste pelo teu ínex-

gotavel amor.Nós te saudámos, e te pedimos : -

AjÚdá-UOS a trilhar a mesma estrada

gloriosa que percorreste neste pia-neta de expiação; aeceita Mestre a

significação sincera de nossa gratidão,em homenagem aos teus elevados me-

recimetitos, prepara te para voltarout. a vez entre nós, afim de comple-tares a obra estupenda que tao br/l-1 bani emente coineçásté.

Pedimos ao Pai todas as bênçãos de

que boje és o alvo de todos os spintasda terra. Salve !

S#© MM__ vasa mrAla&Honihvada

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!>Íf«í4*M!l,f*<»

r> , r.^j n T '-. ' ' *-í-'iy)ie. nasessão comniemoràtiva á aescncvrfiarção de Allan- Kardec.

balho o alphi ibet ) do infinito. Nãoha outras moradas uUraterrestresalém desses mundos astronômicos : éneilei que residem os que nos deixa-ram. não em um paraíso imaginário,em um purgatório nebuloso ,u if uminferno abrasado em um fogo semfim. /

Eis a vida, natural e nãi sabrena-tural, a vida universal es pa rs ida emtodas as espheras. Uni .sol brilha emtoda parte ; em toda. parte a florexbala seu grato perfume, as avescantam e a natureza ostenta suas ri-

quezas, suas graças e seus esplen-dores. Os espectros da morte fugiramde nosso cen, como foge a negra pha-lena ao desp >ntar o dia. bus a luz, abellezã, a verdade 1 Eu vos saudovastas planuras das terras celestes I

Sando-vus, montanhas sublimes esolitários valles 1 E vós profundasegratas harmonias da noite estrel-lada, salve !...'

1888 -março—31

Que satisfação deve sentir, nestedia, os que, por felicidade, depararamcom a santa e regeheràdoura doutrinaspirita...

Que effusãò (Palma não experimen-tara aquelle que descambava peloabysmo insondavel dos vicios e foidetido em sua queda pela luz vivi fi-Cante, clara e suave do Spiritisino!?...

Purqne, perguntarão, será neste diae não em qualquer outro qne se pos-saiu gozar dessas doces emoções dealegria ?...

E1 porq íe ella marcando o I9°anni-versario da desencarnaçã i do funda-dor da doutrina spirita, traz á mentee ao coração o quanto devemos a essegigante do bem. A consciência, essasentinella vigilante d'alina, apontaaquelle grande missionário que, porsuas virtudes, intelligencia, activi-dade e dedicação á causa da regetie-ração da humanidade, soube vencertodas as dilíiculdailes e prejuízosmundanos e plantar mi terra,cota mãofirme, as verdades eternas que oChristo tinha promettido revelar pelosseus escolhidos; e elle som bra riceiro atodas as fraquezas da carne e tenta-ções do mundo, tornou-se superior aoshomens de sua época, levando a effei-to, isto é, complétãndb esses cincothesouros denominados : doutrina onsciencia spirita.

E esse vnlti colossal, esse heróe damoral, esse philosopho e beneméritoda humanidade se chamou : Leon-Hyppoliie-Denisard-Uivail, por anto-uouiasia Ai lan-Kardec.

Eis, senhores, o nosso segundoMestre depois de Jesus de Nazareth;peruatti que a elle me dirija n3steinstante;

Mestre — E' esta a singella coroaeme eu em nome dos spiritas do Bra-

ROMANCE DE COSTUMES SERTANEJOS PÊLO

„ DR. A. BEZERRA DE MENEZES

[Continuação)

Agora, vel-a sempre, amal-a sem-

pre, e ter entre mim e ella um abysmoe por cima desse abysmo, a dor devel-a duas vezes desgraçada : é peiordo que viver no inferno I

Ah 1 Emquanto me alentar umnmx.ti.-- . <3-í» o_L«-- ..Urti-olu—.; . n . J J j «jurva-^—y-

dv'. mo nio .que. me roubou a felicidade!Leopoldo.apesar de suas penas, que

o tinham, desde pela manhã, varadode sentimentos im possíveis de seremcomprehendidos pelos homens, tevedó do desgraçado Joaquim de Amo-rim !

Talvez, meu amigo, não tenharazão para desanimar. Talvez a bellaMargarida ainda possa cobrar arazão.

— Oh ! Por piedade não me digaisso, que seria a minha maior des-graça 1

Louca, eu posso abraçal-a. possobeijal-a, posso entreter meu espiritocom a illusão de que ali está a me-nina pura dos 5 annos.

Restituida, porém, á razão, seremossimplesmente dous amigos, privadosda doce intimidade.

Amar a louca, não desagrada.Amar a mulher que se reconhece

perdida, é degradar-se aos própriosolhos delia.

-Mas, meu amigo, o Sr. leva muitolonge o que chama respeito humanopela honra, e esquece muito as condi-c.ões naturaes da creatura humana.

Ha differeuça entre o homem e amulher como sere^ moraes? Nenhuma..

Como, então, e porque, ao homemnão perde o que perde a mulher?

Como, então, e porque, ao homemse concede o direito de regeneração, eá mulher não ?

E entretanto, o homem é mais fortee mais experiente.

Se o Sr., enganasse á Margarida,ficaria por isso perdido para ella?

Entretanto, quando o Sr. conheceque ella foi victima de sua naturezaardente, ajudada por sua ignorânciae por sua iriríqcehciá das cousas domundo; nenhuma remissão lhe 2on-cede !

E. dignais, não me disse que, ape-zar de seduzida pela fascinação dossentidos, ella foi arrastada ao crime

peta violência, e que livre daobses-são, renunciou o passado, -que resga-taria á custa da própria vida ¦

Uma mulher nestas «ondições ume

pura. não é iuiioeente; mas eenanienteuão ó perdida, tem o sentimento dahonra ., .

Cedeu á fascinação dos sentidos, boiuma desgraça.

Desde, porém, que teve a torça

para ouvir a voz da razão e da digni-dade, e para repéllir indignada afalta, quo lhe é a maior vergonha;digam o que quizerein os homens, eua absolvo.

E' uma desgraçada, não é uma mi-.-.eravel. ,,."

-Tudo o que me diz, Sr. Leopoldo,é recto segundo os princípios de abso-luta justiça; mas, o mundo é como é,^

e não como devia ser.E o mundo estabeleceu : que a alma

da mulher deve «ser cândida e irama-culada como a da creaticinha. —

E a humanidade, «só admitte paraella duas condições na terra; umthrono ou o prostíbulo.

Além de que nós, os que amamos

pela primeira vez, sem duvida porqueainda não temos gasto a virgindaded'álraa, sentimos arripiarem-se-nosas carnes á lembrança somente de

queo objecto do nosso amor tenhasido possuído por outro.

Ab I O Sr. não comprehende isto,

porque Deus o livrou d'isto 11. o maior tormento que pode ser

dado ao homem de nobre coração 1Mesmo que a alma esteja pura,

quer-se a. mulher amada pura até a

ponta dos cabellos.E' que o amor é ura encantamento,

qne um pingo de cera distaz.O homem que aceita a mulher

porque é mulher, porque é bonita,

porque tem ademanes que seduzem ;e

puro animal. . '

O que consubstancia a verdadeira. essência lnimjn.il, só quer. da mulhernrque"Tfie da títulos ao respeito e aadoração.

Quem ama é poeta, e o verdadeiro

poeta nunca fez odes ás Magdalenas.Ah 1 meu amigo, considerou Leo-

poldo : Eu não sei o. que mais valormoral tem : se a mulher que nunca

peccoti, talvez por não ter tido a ocea-sião, se a peccadora arrependida.

Seja embora esta, exclamouaccendido Joaquim de Amorim.

O que é certo ó que a primeira nã$tem motivo decorar, pode receber obeijo do esposo e dos filia nhos semremorsos ; ao passo que a segudda,nos momentos de seus mais ternos ar-roubos, sente um espinho n'alma, senão vê o riso mofador do que lhe ar- .-rebatou os sellos da castidade.

Uma sente orgulho em seu santoamor, a outra sente humilhação l

Não, meu amigo, a mulher quecahiu pode ser a melhor serva deDeus, nunca mais poderá ser a com-'

panheira do homem de nobres senti-mentos.

Se o mundo não fosse assim ; se asrelações humanas se modelassem

pelos eternos princípios de absoluta

justiça, a humanidade ..seria uma «so-ciedade de anjos.

Tal qual é,e para que tenha um,estimulo de subir, de progredir, é

preciso que os conceitos humanossejam exagerados, até a injustiça.

A mulher é a cellula geradora dahumanidade ; e, pois, é preciso que,em bem da humanidade, se cuide des-vellad.imente de trazer sempre un-

gida de todas as virtudes aquella

preciosa cellula.A que tem eiva deve ser condem-

nada.Tenho concluído minha historia..

~;

[Continha).

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Typographia do Rjsformadoii.