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TÍTULO: “IDENTIDADE LEGITIMADORA” E MERCADO: UMA INTRODUÇÃO SOBRE A PUBLICIDADE E A DIFUSÃO DE VALORES SOCIAIS. Para explicar a forma como se mantém o controle social em situações de extrema desigualdade de renda e de oportunidades, - como no caso brasileiro, as técnicas de persuasão publicitárias não podem ser esquecidas, desde que, não tenhamos a pretensão de acreditar que apenas essas técnicas sejam suficientes para manter a ordem social funcionando dentro dos padrões desejados, ou almejados, pelas instituições sociais. Uma coisa são os meios de comunicação como extensões humanas, outra, as finalidades da ação humana, que não podem ficar reclusas aos meios nem às analises que pretendem negar a existência do contexto. Como aqueles que querem ler imagens em sua apreensão meramente estética, quando, de fato, são sínteses da forma como os discursos sociais servem à legitimação de determinadas práticas sociais. Neste sentido, podemos pensar nas elaborações históricas realizadas sobre os sujeitos sociais por meio da linguagem publicitária. Esta teve, e tem, enorme influência na manutenção de determinadas práticas quando estas se processam sobre identidades sociais específicas. Em nosso caso, sobre “os nordestinos”. Assim como Castells(1999b), definimos a identidade como um processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados. Concordamos com o ponto de vista sociológico de que toda e qualquer identidade é construída, 1 mas, a construção social da identidade sempre ocorre em um contexto marcado por relações de poder. Ou seja, as 1 Cf. Manuel Castells, 1999b, p. 23.

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TÍTULO: “IDENTIDADE LEGITIMADORA” E MERCADO: UMA

INTRODUÇÃO SOBRE A PUBLICIDADE E A DIFUSÃO DE

VALORES SOCIAIS.

Para exp l icar a fo rma como se mantém o cont ro le soc ia l

em s i tuações de ex t rema des igua ldade de renda e de

opor tun idades , - como no caso b ras i le i ro , as técn icas de

persuasão pub l i c i tá r ias não podem ser esquec idas , desde que,

não tenhamos a pre tensão de acred i ta r que apenas essas

técn icas se jam suf ic ien tes para manter a ordem soc ia l

func ionando dent ro dos padrões dese jados, ou a lmejados, pe las

i ns t i tu i ções soc ia is . Uma co isa são os me ios de comun icação

como extensões humanas, outra, as f i na l idades da ação

humana, que não podem f icar rec lusas aos meios nem às

ana l ises que pre tendem negar a ex is tênc ia do contex to . Como

aque les que querem ler imagens em sua apreensão meramente

es té t ica , quando, de fa to , são s ín teses da fo rma como os

d i scursos soc ia is servem à leg i t imação de de te rminadas

p rá t i cas soc ia i s . Neste sent ido , podemos pensar nas

e laborações h is tó r i cas rea l i zadas sobre os su je i tos soc i a i s por

me io da l inguagem pub l ic i tá r ia . Esta teve, e tem, enorme

inf luência na manutenção de determinadas prá t icas quando

es tas se p rocessam sobre iden t idades soc ia is espec í f i cas . Em

nosso caso , sobre “os nordest inos” .

Ass im como Caste l ls (1999b) , de f in imos a iden t idade como

um processo de cons t rução de s ign i f i cado com base em um

atr ibuto cul tura l , ou a inda um conjunto de at r ibutos cul tura i s

in ter - re lac ionados . C oncordamos com o ponto de v is ta

soc io lóg ico de que toda e qua lquer ident idade é cons t ru ída ,1

mas , a cons t rução soc ia l da ident idade sempre ocor re em um

contex to marcado por re lações de poder . Ou se ja , as

1 C f . M a n u e l C a s t e l l s , 1 9 9 9 b , p . 2 3 .

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i den t idades soc ia is são in t roduz idas pe las ins t i tu ições da

soc iedade no in tu i to de fo r ta lecer a dominação em re lação aos

a to res soc ia is . Os a t r ibu tos que as ins t i tu ições const roem para

descrever e exp l icar a natureza das suas funções e a

conseqüente leg i t im idade de suas ações são as mesma que

es t ru tu ram e descrevem o acesso dos a to res soc ia is aos me ios

e as fo rmas de par t i c ipação .

Caste l l s der iva t rês fo rmas e or igens de const rução de

ident idade: Ident idade leg i t imadora , Ident idade de res is tênc ia e

Ident idade de pro je to , conforme def in ições do autor :

[ . . . ] Ident idade leg i t imadora: in t roduz ida pe las ins t i tu ições da soc iedade no in tu i to de expand i r e rac iona l i za r sua dominação em re lação aos a to res soc ia is “ ;

Ident idade de res is tênc ia : c r iado por a to res que se encon t ram em pos ições /cond ições desva lo r i zadas e /ou es t igmat izadas pe la lóg ica da dominação.

Ident idade de pro je to : quando os a tores , u t i l i zando-se de qua lquer t ipo de mater ia l cu l tura l ao seu a lcance , cons t roem uma nova iden t idade capaz de redef in i r sua pos ição na soc iedade[ . . . ] 2

Encont ramos na def in ição da Ident idade leg i t imadora uma

re fe rênc ia impor tan te à compreensão do que es tamos

ana li sando, já que o prob lema em aná l ise é conseqüênc ia de

uma def in ição ins t i tuc iona l izada sobre a iden t idade do

nordest ino e , também, fo i e laborada na forma de um saber .

Um saber que nos anos 1970 encont ra um grau de

equ iva lênc ia nas campanhas ins t i tuc iona is dos governos

mi l i ta res ao se r assoc iado às i magens de uma ter ra sem

homens. Es tá assoc iação en t re , os in teresses dos nordest ino s

sem ter ra pe la ocupação das te r ras da Amazôn ia com as

po l í t i cas púb l icas de co lon ização agrár ia dos governos

2 C f . M a n u e l C a s t e l l s , c i t . , p . 2 4 .

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mi l i ta res , representa a mater ia l i zação do conce i to cent ra l da

campanha ins t i tuc iona l de comunicação destes governos; o

conce i to de rec ip roc idade po l í t i ca en t re as ações dos governos

m i l i t a res e os dese jos dos c idadãos b ras i le i ros , person i f i cados

na iden t idade soc ia l do nordes t ino .

O que fo i ins t i tuc iona l izado f i cou representado na i dé i a de

que as po l í t i cas púb l icas para a reg ião amazôn ica fo ram

p lane jadas para o “homem pobre” do nordeste . E es te “homem

pobre” para o qual é tornada públ ica a campanha de

co lon ização agrár ia da Amazôn ia , é o objeto cent ra l do d iscurso

da dominação pol í t ica. E este homem estava em comple to

desacordo com as teses desenvo lv iment is tas dos anos 1970 .

Cr iava -se com a propaganda da ocupação da Amazôn ia um

h ia to ent re o tempo da natureza, arca ico , e o tempo das

soc iedades desenvo lv idas, acentuando os nordest inos com a

idé ia de a t raso e de subdesenvolv imento.

O que es tava em processo de d i fusão, nos pa ises

oc iden ta is , eram as po l í t i cas de expansão do Cap i ta l ; e ram as

campanhas pub l ic i tá r ias vendendo a idé ia de que hav ia um a

luta a ser t ravada contra o subdesenvolv imento, e contra a

exp losão demográ f ica .

Para exp l i c i ta r os p ro je tos de in tegração da Amazôn ia

temos, à época, a const rução de uma i den t i dade l eg i t imado ra ; a

qua l será a t r ibuída valo r é t i co e po lí t ico ; e na qual estarão

conso l idados todos os e lementos impor tan tes à produção

ideo lóg ica dos g randes temas do nac iona l i smo bras i le i ro . A

idé ia de in tegração te r r i to r ia l do Bras i l ; a idé ia de um governo

que t raba lhasse pe los in te resses do povo; todos es tes

conce i tos es tavam representados na propaganda da ocupação e

se r iam re lac ionados aos nordest inos. O homem do no rdeste f o i

cent ra l às po l í t i cas púb l icas dos governos mi l i ta res , ass im

como, fo i cent ra l nas po l í t i cas de comunicação dos governos de

Getú l io Vargas.

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Trata -se da const rução de um parâmet ro impor tante para

a aná l ise das re lações en t re a pub l ic idade ins t i tuc iona l e a

fo rma de d i fusão de va lo res soc ia is , no Bras i l . Não fo i

d i fe rente com Getú l io Vargas que prev ia a const i tu ição da

soberan ia pe la ocupação dos vaz ios te r r i to r ia is , des locando, em

1942, centenas de nordes t inos para a Amazôn ia . Vargas c r ia o

S.E.M.T. A – Serv iço Espec ia l de Mob i l i zação de Traba lhadores

para a Amazôn ia . O Ceará fo i o cen t ro de uma operação de

guerra que inc luía o recrutamento e o t ranspor te para os

ser inga is de 57 mi l nordes t inos – exérc i to equ iva lente ao

número de amer icanos mor tos no V ie tnã. Cerca de 30 mi l

cearenses. Segundo Lúc ia Ar ra is Mora les em ent rev is ta dada à

Rev is ta Época, “ - Hav ia uma po l í t i ca rac ia l no governo Vargas

{ . . . } d i fe ren temente da Bah ia e de Pernambuco , o Ceará não

recebeu mui tos negros. Isso garant ia a manutenção de cer to

per f i l é tn ico na Amazôn ia” . A lém d isso : “A so lução fo i me lho r

que a encomenda . Em vez de um p rob lema, Ge tú l i o reso l veu

t rês : a p rodução da bor racha , o povoamento da Amazôn ia e a

c r i se do campes ina to p rovocada po r uma seca devas tadora do

Nordeste” 3.

Se os nordes t inos fo ram os grupos-a lvo os garo tos-

p ropaganda das po l í t i cas de ocupação, menos de uma década

depo is , e les se rão assoc iados à idé ia de homens sem te r ra e

aos mov imentos ambienta l is tas . Es te momento s ingular na

h is tór ia da Amazônia é um momento em que os prob lemas

re lac ionados às popu lações loca is en t ram em uma agenda

in ternac ional , sendo incorporados à pauta de not íc ias

cons ideradas impor tan tes aos inf luentes veículos de

comunicação dos pa íses mais r i cos do p laneta .

3 I n : R e v i s t a É p o c a , n ° 3 0 6 / 2 9 d e m a r ç o d e 2 0 0 4 ; S ã o P a u l o : E d i t o r a G l o b o ; p p . 5 4 - 5 9 . A r e p o r t a g e m r e f e r e - s e à p e s q u i s a d o r a d o D e p a r t a m e n t o d e C i ê n c i a s S o c i a i s d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o C e a r á , L ú c i a A r r a i s M o r a l e s , a u t o r a d a l i v r o “ V a i e V e m , V i r a e V o l t a _ a s R o t a s d o s S o l d a d o s d a B o r r a c h a . S ã o P a u l o : A n n a b l u m e ; F o r t a l e z a : S e c u l t , 2 0 0 2 ; p p . 1 6 3 - 2 2 4 .

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Tornando-se ob je to do in te resse desses espec tadores

pr iv i leg iados, as popu lações nat ivas da Amazôn ia e aque las que

foram at raídas pelo s p ro je tos de in tegração passam a

representar , nesses cenár ios mid iá t i cos , um idea l

p reservac ion is ta -românt ico que assume expressão po l í t i ca

com o fo r ta lec imento dos mov imentos eco lóg icos nos Es tados

Un idos e na Europa, na re fer ida década de se ten ta . Esses

movimentos , como observa Caste l ls (1999) , es tão es t ru turados

sob o s igno da ambigü idade : combatem a rac iona l idade técn ico-

c ient í f ica , mas est ru turam suas ações com base no

conhecimento c ient í f ico4. E , a lém d isso, t razem à tona os

mesmo idea is c iv i l i za tó r ios que nos v is i ta ram a época do

descobr imento . Aque les que fo rmularam a imagem do bom

se lvagem, mis tura dos exot ismos lendár ios em face de uma

natureza exuberante. Mais uma ve z o tempo h is tó r ico da

Amazônia é represen tado em re lações de soc iab i l i dade em que

o es t ranho é sempre o exót ico , aqu i lo que já acabou no mundo

do c iv i l i zado es t range i ro .

As soc iedades modernas são auto -gnóst icas . Nas

a f i rmações de G iddens , Lash e Beck , são soc iedades au to -

ref lex ivas e auto -re ferentes5. Dessas soc iedades modernas a

Amazônia não par t ic ipa, ou faz par te . Daí os sent idos a os qua is

a reg ião va i ser incorporada quando de sua d i fusão pe los

míd ias. O prob lema da a l te r idade é ma is ev idente em

soc iedades nas qua is a soc iab i l i dade é med iada pe los me ios de

comun icação de massa e onde a de f in ição do gos to é

es tabe lec ida sob parâmet ros de mercado . Da í a d ico tomia

en t re a iden t idade leg i t imadora do nordes t ino e o Mercado. Se

4 C f . M a n u e l C a s t e l l s , A S o c i e d a d e e m R e d e . T r a d . R o n e i d e V e n â n c i o M a j e r . S ã o P a u l o , P a z e T e r r a , 1 9 9 9 . 5 C f . B e c k , I n M o d e r n i z a ç ã o R e f l e x i v a : p o l í t i c a , t r a d i ç ã o e e s t é t i c a n a o r d e m s o c i a l m o d e r n a / U l r i c h B e c k , A n t h o n y G i d d e n s , S c o t t L A S H ; t r a d u ç ã o d e M a g d a L o p e s . S ã o P a u l o , E d i t o r a d a U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l P a u l i s t a , 1 9 9 7 .

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os mov imentos eco lóg icos t razem à re f lexão um tempo que é

passado à perspec t iva dos hab i tan tes dos pa íses r i cos , por

propor um f luxo de produção que v isa a l te rar a rea l idade soc ia l

da produção de r iquezas incorporadas pe la indús t r ia ,

p ropondo um re torno do homem à natureza, o tempo arca ico

da Amazôn ia , o tempo da natureza em seu re lóg io b io lóg ico va i

susc i ta r nesses espectadores sent imentos e representações de

mundo mui to d is tantes da rea l idade dos hab i tan tes da reg ião ,

notadamente do homem do nordes te .

Como observa Lash, o tempo da natureza é um tempo

evo luc ionár io e de longo prazo 6, e o tempo das soc iedades

indus t r ia is é regu lado pe lo re lóg io da p rodução da mercador ia .

Quando a pub l i c idade do per íodo assoc ia o tempo e o espaço

amazôn ico ao arca i co , assoc ia o homem do nordes te às

imagens da ex t rema res ignação desse homem perante as

in tempér ies da natureza , - um d iscurso soc ia l sobre o

personagem s imbó l i co , a p ropaganda da ocupação va i p roduz i r

os d iscursos sobre as re lações de sub missão, que naquele

contexto t inha uma h is to r ic idade . A p ropaganda da ocupação

exp lora a rea l i dade do co t id iano dessas ident idades, suas

necess idades , suas p r i vações e f rus t rações. E va i mais a lém,

exp lora a h is to r i c idade con t ida na imagem do nordest ino,

naquele per íodo.

No mov imento ambien ta l i s ta , os t raba lhadores rura is da

Amazôn ia não se rão assoc iados aos con f l i t os pe la posse de

te r ra , e s im às cond ições de preservação ambienta l do p laneta .

Em ta l assoc iação, a Amazôn ia fo i inc lu ída como i tem

obr iga tór io da pauta jo rna l ís t ico-ambienta l . E la é qua l i f i cada

como “pu lmão do mundo” , como “ú l t ima f ron te i ra demográ f ica” ,

e tc . Neste d i scu rso ambienta l is ta não se enquadra a pauta do

6 C f . L A S H , I n M o d e r n i z a ç ã o R e f l e x i v a : p o l í t i c a , t r a d i ç ã o e e s t é t i c a n a o r d e m s o c i a l m o d e r n a / U l r i c h B e c k , A n t h o n y G i d d e n s , S c o t t L A S H ; t r a d u ç ã o d e M a g d a L o p e s . S ã o P a u l o : E d i t o r a d a U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l P a u l i s t a , 1 9 9 7 .

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cot id iano; ao cont rá r io , o d i scurso ambienta l i s ta é

abso lu tamente incompat íve l com a ideo log ia do

desenvolv imento que comandou as teses dos p lane jamentos

púb l i cos dos anos 1970 . No deba te sobre a superpopu lação do

p laneta a Amazôn ia teve grande par t i c ipação como re ferênc ia

para as inúmeras pub l icações c ien t í f i cas . Passava a ser o

ícone da soc iedade do progresso que, nos pa íses

desenvo lv idos, detêm conhec imento e in teresse sobre a

eco log ia do p lane ta , p r inc ipa lmente dos e fe i tos da degradação

amb ienta l , em perspect iva h is tór ica ; compreendem os cus tos da

omissão sobre es te deba te .

Quando a reg ião , nos anos 1980, começa a par t i c ipa r da

rede de comunicação, ins ta lada pe los governos mi l i ta res , a

emissão da in fo rmação com f ina l idade de fo rmação de

aud iênc ia e d i fusão de va lo res soc ia is começa a ser

prob lemat izada no campo da po l í t i ca reg iona l . Neste tempo, já

es ta rá conso l idada a iden t idade do homem do nordes te junto

aos cenár ios dos con f l i tos agrár ios ; mui to d is tan te dos es t i l os

de v ida v i to r iosos com os qua is o mercado do ent re ten imento e

da in formação tem produz ido seus representantes e seus

consumidores.

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