TÍTULO: TERRA E JUSTIÇA EM CAMPANHA: ANALISE...

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TÍTULO: TERRA E JUSTIÇA EM CAMPANHA: ANALISE DAS AÇÕES CÍVEIS E CRIMINAIS ENVOLVENDO DISPUTAS SOBRE A POSSE DE TERRA – 1790 A 1820. TÍTULO: CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA: ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA: SUBÁREA: HISTÓRIA SUBÁREA: INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS INSTITUIÇÃO: AUTOR(ES): AMANDA GOMES REGINO AUTOR(ES): ORIENTADOR(ES): EDNA MARA FERREIRA DA SILVA ORIENTADOR(ES):

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TÍTULO: TERRA E JUSTIÇA EM CAMPANHA: ANALISE DAS AÇÕES CÍVEIS E CRIMINAISENVOLVENDO DISPUTAS SOBRE A POSSE DE TERRA – 1790 A 1820.TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTOCATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAISÁREA:

SUBÁREA: HISTÓRIASUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAISINSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): AMANDA GOMES REGINOAUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): EDNA MARA FERREIRA DA SILVAORIENTADOR(ES):

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1. RESUMO A proposta de trabalho pretende analisar a relação da elite política sul mineira, em

meio às aspirações sociais e políticas de inicio do século XIX, no processo de

demarcação dos limites territoriais entre as capitanias de São Paulo e Minas Gerais.

A analise da documentação administrativa da região sul das Minas Gerais e sua

contextualização no cenário político nacional, marcada pelo equilíbrio entre as

aspirações liberais e conservadores de defesa do Antigo Regime, pretende apontar

as principais características da elite política campanhense através da observação da

postura que orientou a ação política no sul de Minas durante a demarcação da

fronteira com a capitania de São Paulo e ao longo de todo século.

Buscamos justamente relacionar a conjuntura do inicio do século XIX com a

capacidade dos membros da elite sul mineira e dos demais moradores do termo de

Campanha de se adaptarem as condições surgidas das mudanças históricas.

A questão central é, portanto, refletir sobre se a estratégia da elite política que se

forma a partir das mudanças ocorridas na capitania de Minas em fins do século XVIII

e inicio do século XIX, utiliza o espaço da justiça de modo a construir uma certa

unidade no que tange a delimitação da fronteira entre a capitania de Minas e a de

São Paulo

2. INTRODUÇÃO

A descoberta do território por José Cipriano Da Rocha, em nome do ouvidor

da vila de São João Del Rey, em 1737 e a criação da Freguesia de Santo Antonio

Do Vale da Piedade da Campanha do Rio Verde, pelo Bispado de São Paulo, em

1739 demonstram as divergências entre as autoridades mineiras e paulistas em

torno da fronteira entre as duas capitanias. Como exemplo de tais divergências,

podemos citar a presença de um representante paulista no arraial enquanto a

Câmara da vila de São João Del Rey tomava as medidas para reafirmar sua

ocupação no território, 1743.

Tais divergências acarretavam prejuízo à população do arraial, divididas e

distantes dos centros de autoridade que reivindicavam a posse do território. Dessa

maneira, buscamos analisar o papel desempenhado por membros da elite sul

mineira e dos demais moradores do termo de Campanha frente às referidas disputas

e sua posição com relação às medidas adotadas pela Corte. Tal elite política

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reivindicava a criação da vila, a fim de cessarem os prejuízos decorrentes da falta de

autonomia do arraial diante da cabeça da comarca e da capitania paulista.

Com as transformações políticas e econômicas nas Minas, no século XVII, a

criação da Vila da Campanha da Princesa e o papel fundamental da região sul na

economia imperial, a elite política sul mineira reforçou o seu papel na participação

política do império, tornando-se agora representante de Minas Gerais na disputa

pela fronteira com São Paulo.

3. OBJETIVOS:

Gerais • Produzir e gerar pesquisas através de consulta as séries documentais do

acervo do CEMEC Centro de Memória Cultural do sul de Minas.

• Fomentar o desenvolvimento da linhas de pesquisa “História, Poder e Região”

voltada para o estudo da História Local e Regional

• Contribuir para um conhecimento mais amplo e crítico da história regional,

desenvolvendo o autoconhecimento e auto-estima dos alunos envolvidos;

Específico • Avaliar e discutir como as estratégias na demarcação dos limites entre Minas

e São Paulo em fins do século XVIII e na primeira década do século XIX

podem representar inflexões no processo de acomodação em relação as

transformações que antecederam a constituição do Império.

4. METODOLOGIA: Não visar somente os fatos em si, um lugar, um momento e o personagem, mas

sim estabelecer a longa duração para uma melhor compreensão dos processos

históricos, pesquisando os diversos assuntos e seus efeitos em diversas regiões do sul

de Minas, seguindo um modelo historiográfico mais voltado aos Annales.

O presente plano de trabalho relativo ao projeto de pesquisa “POR LEI, POR

TERRA: estratégias para demarcação dos limites do termo de Campanha em finais do

século XVIII” será desenvolvido com base nos acervos administrativos e judiciais do

período de 1790 a 1820 nas Minas, pertencentes ao acervo do Centro de Memória

Cultural Desembargador Manoel Maria Paiva de Vilhena – CEMEC. Em levantamento

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preliminar foram arrolados os seguintes documentos para o período proposto: Acervo

de Campanha cartório do 1º Oficio: livro de escritura, certidões e procurações ( e cartas

de liberdade) em que consta referência as sesmarias nas áreas limítrofes, no intervalo

entre 1803 e 1806. Livros de Sumário de querelas em que sobressaem conflitos com

relação ao território entre capitanias de 1798 a 1825. No Cartório do 2º Ofício: Livro de

notas, escrituras e procurações entre 1802 e 1803 e Livro de escrituras diversas, entre

1807-1809. E inventários e testamentos que ainda não foram incluídos na coleta de

fontes.

No acervo forense de Lavras documentos da vara cível: ações de força

(velha e nova), a partir de 1792 até 1818; Justificações de remoção de terras;

Inventários e Testamentos; libelos cíveis, cartas precatórias, justificação e cobrança de

dividas.

Os procedimentos metodológicos observaram duas etapas distintas, uma em

relação ao contato com as fontes dos acervos do CEMEC, e levantamento primário das

mesmas, outra em relação à pesquisa documental: leitura e elaboração de fichas sobre

as fontes consultadas.

Esses procedimentos podem ser sintetizados da seguinte forma:

1. Leitura inicial da bibliografia indicada

2. Levantamento das fontes através de consulta física aos acervos.

3. Leitura e análise dos documentos escritos com o objetivo de familiarizar-se com a

estrutura dos documentos e a escrita da época;

4. Elaboração e preenchimentos de fichas analíticas relativas aos documentos

pesquisados

5. Elaboração e uma base de dados com as informações coletadas

6. Elaboração de relatórios parciais de pesquisa.

. 5. DESENVOLVIMENTO

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A elevação à vila do antigo arraial de Campanha do Rio Verde deve ser

entendida como parte de um movimento mais amplo que se inseria no contexto das

transformações ocorridas em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII,

tanto em termos econômicos quanto políticos. Como já se apontou anteriormente,

frente às descobertas auríferas e a ocupação do território, o estabelecimento de

vilas em Minas Gerais configurou-se como um elemento poderoso de reafirmação da

soberania portuguesa, da mesma forma que pode ser percebido também como

recurso de organização administrativa.

Das cinco novas vilas criadas entre 1789-1798 — São Bento do Tamanduá,

Queluz, Barbacena, Campanha da Princesa e Paracatu do Príncipe — apenas esta

última vila não pertencia à Comarca do Rio das Mortes e sim à Comarca do Rio das

Velhas. Tal dinamismo era indicativo da reorganização da estrutura administrativa

dessa região e a confirmação, na esfera política, de sua importância econômica em

finais do século XVIII, com repercussões na primeira metade do século XIX.

Nesse cenário que se descortina na virada do século XVIII para o XIX, a vila

de Campanha da Princesa assumiria progressivamente um lugar de destaque,

tornando-se, juntamente com as vilas de São João del Rei e Barbacena, um dos

mais expressivos núcleos urbanos da região da Comarca do Rio das Mortes, com

vigorosa participação na política imperial.

Buscamos justamente relacionar a conjuntura do inicio do século XIX com a

capacidade dos membros da elite sul mineira e dos demais moradores do termo de

Campanha de se adaptarem as condições surgidas das mudanças históricas.

6. RESULTADOS PRELIMINARES

Como a pesquisa teve inicio a pouco mais de 3 meses, não é possível apresentar

nenhum dado consubstanciado. Ainda estamos na fase de identificação e descrição

dos documentos.

7. FONTES CONSULTADAS

ANASTASIA, Carla Maria Junho. A geografia do crime: violência nas Minas

setecentista. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

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BACELLAR, Carlos. In: PINSKY, Carla Bassanzi (org). Fontes históricas. São Paulo:

Ed. Contexto, 2006.

BOBBIO, Norberto [et al.] org. Dicionário de política. Brasília: Edunb, 1992.

CASADEI, Antônio. Notícias Históricas da Cidade da Campanha. Tradição e Cultura,

1987.

CASADEI, Thalita de Oliveira; CASADEI, Antônio. Aspectos Históricos da Cidade da

Campanha. Petrópolis: Editora Gráfica Jornal da Cidade, 1989.

DOLHNIKOFF, Miriam. O pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século

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FONSECA, Claudia Damasceno. Vila da Campanha da Princesa: A Corte, as Minas,

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Trânsitos e Transformações na Modernidade. /organização de Douglas Cole Libby. –

Belo Horizonte: Centro de Estudos Mineiros, 2010. vi p.; 217p Colóquio

Internacional/X Seminário de Estudos Mineiros “Cortes, Cidades, Memórias:

Trânsitos e Transformações na Modernidade” Revista do Arquivo Público Mineiro. 1:

REZENDE, Francisco de Paula Ferreira de. Minhas recordações. Belo Horizonte:

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ROMEIRO, Adriana. Dicionário Histórico das Minas Gerais. Belo Horizonte:

Autêntica, 2003,

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2005, nº 1.

SLEMIAN, Andrea. A corte e o mundo: uma história do ano em que a família real

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