Tuberculose Ocupacional. Estrutura da Apresentação Tuberculose no Brasil Tuberculose Ocupacional...
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Tuberculose Ocupacional
Ricardo José dos ReisRicardo José dos Reis
Serviço de Atenção à Saúde do TrabalhadorServiço de Atenção à Saúde do Trabalhador
Pro Reitoria de Recursos HumanosPro Reitoria de Recursos Humanos
Universidade Federal de Minas GeraisUniversidade Federal de Minas Gerais
GRAAL MAYO 2005GRAAL MAYO 2005
Estrutura da Apresentação
• Tuberculose no Brasil
• Tuberculose Ocupacional
– Conceitos
– Perspectivas Históricas
• Da negação às tentativas iniciais de controle
– Medidas de controle atuais
• Situação do Hospital das Clínicas UFMG
Taxa de Notificação – 2003 - OMS
0-24
25-49
50-99
100 ou maisNão relatados
Taxas de notificação, 2003
The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the World Health Organization concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. White lines on maps represent approximate border lines for which there may not yet be full agreement.
© WHO 2004
25-49
Taxa de Incidência Estimada – 2003 OMS
0 - 24
25 - 4950 - 99100 - 299
300 ou mais
Não estimados
Taxas por 100 mil – todas as formas
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50 - 99
Prevalência estimada de HIV em casos de TB, 2003 - OMS
HIV prevalence in TB cases, 15-49 years (%)
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0 - 4
5 - 19
20 - 49
50 or more
Prevalência de HIV em casos de TB, 15-49 anos (%)
Não estimado The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the World Health Organization concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. White lines on maps represent approximate border lines for which there may not yet be full agreement.
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0 - 4
Tuberculose no Brasil
• População de 180 000 000 hab
• 80% dos casos de TB diagnosticados por ano estão em 22 países. Brasil é o 13.º
• Maior concentração na Região Sudeste: – Rio de Janeiro e São Paulo
– Rio de Janeiro chega a ter 160/100 000 hab
Tuberculose no Brasil – Distribuição Geográfica
02000400060008000
1000012000140001600018000200002200024000
SP RJ
BA
MG
RS
PE
CE
MA
PR
PA
AM SC
PB
ES PI
MT
GO AL
RN
MS
RO SE
DF
TO
RR
Estados
Nú
me
ro d
e c
as
os
•70% dos casos: 315 municípios (5% do total)•São Paulo* ((n=7.197), Rio de Janeiro* (n=6.605), Salvador (n=2.941), Belo Horizonte (n=1.777), Porto Alegre (n=1.642), Manaus (n=1624), Fortaleza
(n=1.392) e Belém (n=1.148). Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005
• Idade mediana: 36 anos (intervalo= 1 mês a 99 anos)
Faixa Etária (anos) Número de casos Taxa de Incidência(100.000 hab.)
0-4 1.585 9,7
5-9 875 5,3
10-19 7.686 21,8
20-39 42.519 98,8
40-59 28.827 90,7
>=60 10.980 75,5
Total (Brasil) 92.472 48,4
TB no Brasil - Características Demográficas
Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005
TB no Brasil - Características Demográficas - 2004
Tuberculose no Brasil – Algumas características demográficas
SEXO N % MASCULINO 59.644 64,5
FEMININO 32.828 35,5
TOTAL 92.472 ESCOLARIDADE ANALFABETOS E PRIMEIRO GRAU 48939 SEGUNDO E TERCEIRO GRAUS 11986 TOTAL 60925 RISCO RELATIVO (escolaridade) 4,0 IC 2,67-5,99 p <0.001
Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005
• Sucesso de tratamento: 71%
TB no Brasil - Resultado de Tratamento
0
20
40
60
80
100R
N AM
DF
CE PB
MT
ES PA
SP RJ AL
RO MS
GO P
IP
R MA
SC
MG
RS
RR PE
SE BA
TO
Estado
Suc
esso
de
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to (%
)
Meta internacional
Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005
TB NO BRASIL - AÇÕES RELEVANTES
Intensificações das ações de vigilância e controle da tuberculose para utilização no ano de 2005
Repasses extras, extra-teto, fundo a fundo Valor R$ Valor U$
Repasse aos 26 estados e Distrito Federal 1.620.000,00
648000,00
Repasse a 155 municípios prioritários 2.866.641,05
1.146656,42
Repasse a 159 municípios prioritários 1.565.173,76
626069,50
Incentivo aos estados e municípios prioritários 2.000.000,00 800000,00
Tuberculose no Brasil
• Sistema público de saúde
• Programa de Controle da Tuberculose
• Crises econômicas
• Crescimento da população marginalizada
• Crescimento de migrações
• Expansão da epidemia da SIDA
Tuberculose Ocupacional: Conceitos
• Doença ocupacional
• Classificação de Schilling:CATEGORIA EXEMPLOS
I – Necessidade Doenças profissionais (silicose)
II – Contribuição Doença coronariana
III – Provocação Asma ocupacional
(Adaptado de Schilling, 1984) Citado em Doenças Relacionadas com o Trabalho: Diagnóstico e CondutaManual de Procedimentos para os Serviços de Saúde – Ministério da Saúde – OPS. Capítulo 2 – Org. Elizabeth Costa Dias
Tuberculose Ocupacional: Conceitos
• O ambiente de trabalho, em locais de risco, constitui fator contributivo para o desenvolvimento de tuberculose determinados trabalhadores
• Definição Formal (2000) MPAS – INSS– Doença Relacionada ao Trabalho: (Schilling, II)
Tuberculose Ocupacional: Conceitos
• Atributo ou exposição, necessariamente não é fator
causal
• Aumento da probabilidade de ocorrência
• Nexo causal de natureza epidemiológica
• Eliminação dos fatores de risco reduz a incidência
ou modifica o curso evolutivo da doença ou agravo
Tuberculose Ocupacional: Conceitos
• Tuberculose ocupacional:– Infecção:
• Teste tuberculínico
– Doença ativa:• Laboratório
• Caso clínico
Perspectivas Históricas – A negação inicial
• 1882, Sir Willian, Brompton Hospital: negação, questionava o contágio.
• 1909, Sir Willian confirmava.
• Fishberg and Dublin.
Tuberculose é contagiosa; existe no algo no ar produzido
pela doença
“...o trabalho com tuberculose não envolvia risco especial entre os que estavam engajados com a doença...”
Perspectivas Históricas – Definição do Risco
• Década de 20: Cordeiros diante de lobos
• Admissão x perda do patrocínio (1924)
• ENFERMEIRAS: (1946) 37%, TT negativo,
desenvolveram TB ativa + conversões apenas
• ESTUDANTES DE MEDICINA: 166 959
estudantes de medicina, entre 1940 e 1950 –
3,34/1000 p.a x 0,32 a 1,0/1000 p.a (pop. geral)
• 23 estados norte-americanos: compensação
Perspectivas Históricas: 1as intervenções
• Década de 50: afastamento de mulheres jovens
da enfermagem
• TT (enfoque no coletivo), seguimento
• Excluir TB em recém admitidos
• Vigilância
• Técnicas assépticas
• Horas de trabalho, lenços de papel, férias, dieta
Atualidade
• Profissionais da Saúde
– Morte por tuberculose
– Definição (fácil) x Documentação (difícil)
– Perfil de susceptibilidade
– Análise do polimorfismo do comprimento de
segmento
– Idêntica à de cepas de surto em hospitais
• Controle urgente
– Efeito desmoralizante da aquisição ocupacional
– Espectro da multi-resistência
Locais de Exposição Ocupacional
• Hospitais
• Prisões
• Instituições de pacientes crônicos
• Casas de saúde
• Cuidado domiciliar
• Ambulatórios
• Abrigos de sem-casa
Quem está sob risco?
• Trabalhadores da saúde (vínculo)
• Profissionais da saúde (formação específica)
• Pessoal da saúde (interseção)
Medidas de Controle
• Administrativas
• Ambientais
• Proteção Respiratória
Eficácia comprovada
Fácil implantação
Baixo custo
Comissão de Controle de Infecção
Plano de ações e controle da transmissão
ElaboraçãoImplantaçãoCoordenaçãoAvaliação
Medidas Administrativas
Plano de Controle• Identificação das áreas de risco• Necessidade de treinamento• Identificação precoce do sintomático• Agilização do diagnóstico• Redução da permanência por criação de rotinas• Educação do paciente• Determinação do número de casos entre
profissionais• Adoção de medidas específicas
Identificação das áreas de risco
• Características da instituição
• Prevalência local
• Efetividade dos programas de controle:– Taxa de negativação
• Número de casos por ano
• Identificação, classificação e sinalização
Áreas especiais de risco
• Salas de espera• Áreas de isolamento• Laboratórios• Farmácia• Ambulatórios• Emergência• Salas de exames
– Broncoscopia
– Espirometria
– Radiologia
Organização do atendimento
• Hora da marcação– Pouco movimento (final da tarde)
• Prioridade– Pouco tempo de permanência
• Máscara cirúrgica
• Sala com ventilação adequada
Avaliação de risco
• Tempo de permanência
• Procedimentos especiais– Broncoscopia– Escarro induzido
• Análise dos resultados dos TT
Treinamento dos profissionais de saúde
• Orientação– Compreensão– Participação
• Conhecimento– Áreas de risco– Epidemiologia– Risco Ocupacional
Isolamento
Máscaras
Identificação e diagnóstico precoces
• Sintomático respiratório
• Agilização do diagnóstico bacteriológico– Coleta– Realização– Entrega
24 horas
Isolamento (co-morbidades)
Tratamento imediato
Outras medidas administrativas
• Educação do paciente– Transmissão– Proteção da boca e nariz
• Coleta do escarro– Local específico
• Separado• Aberto ou bem ventilado• Arejado• Luz solar
• Triagem e avaliação dos suspeitos• Hospitalização
– Isolamento
Medidas de Controle Ambiental
• Localização
• Número e fluxo de pacientes
• Setores de atendimento
• Áreas consideradas de risco
• Arquitetura
• Recurso disponível
Controle ambiental
• Definição das áreas• Ventilação
– Natural– Artificial: mecânica
• Filtração– Filtros HEPA
• Remoção de 99,97 de partícula com diâmetro de 3 • Aumento do número de trocas de ar: 6 a 12/hora
• Inativação– Radiação Ultra-violeta
Medidas de Proteção Respiratória
• Máscaras especiais (complementar)– Respiradores
• Partículas de 0,3 de diâmetro
• Determinadas áreas de risco
– Máscaras cirúrgicas
Avaliação das medidas de controle
• Indicadores diretos– Mudanças nas taxas nos profissionais de saúde: difícil
• Indicadores indiretos: (tempos)– Admissão e suspeita
– Suspeita e realização de exames
– Baciloscopia e entrega do resultado
– Entrega do resultado e início do tratamento
– Admissão e isolamento
– Duração do isolamento
Controle dos profissionais de saúde
• Exames pré-admissionais e periódicos– Teste tuberculínico
• Não reatores– TT periódico
– BCG?
• Conversão recente– Exclusão da doença?
Sim: quimioprofilaxiaNão: tratamento
Deficiência imunológica: Locais de baixo risco
Universidade Federal de Minas Gerais
• Campus Pampulha x Campus Saúde– Campus Pampulha
• Faculdade de Odontologia e outras
– Campus Saúde• Faculdade de Medicina
• Escola de Enfermagem
• Hospital das Clínicas– Hospital São Vicente
– Anexos
Hospital das Clínicas
• Trabalhadores da Saúde: 2500• Pessoal da Saúde: 1586
– Médicos– Enfermeiros (superior e médio)– Fisioterapeutas– Terapeutas ocupacionais– Psicólogos– Assistentes sociais– Técnicos de laboratório– Técnicos de farmácia
Situação do Hospital das Clínicas
• Medidas Administrativas– Comissão de controle de infecção hospitalar
• Controle Ambiental– Isolamento– HEPA
– Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador• Assistência médica• Exames de saúde ocupacional
– PPD (Booster?)
• Proteção Individual– Respiradores
Nome___________________________________________________________________Cargo __________________________________________Função __________________ Inscrição: ______________________ Data de Nascimento ___/___/___
Data Tipo* Afastamento? N.o 1.o dia N.o acum. ICPC2 CID10 Definitivo? Encaminhamento
_/_/_ sim não _/_/_ A15-A19 sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
_/_/_ sim não _/_/_ sim não sim não
*Tipo de atendimento: M = médico, E = Enfermagem, F = fisioterapia, T = terapia ocupacional, P = perícia
Unidade _________
Local ____________
Setor ____________
SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR – UFMGFICHA DE REGISTRO DE ATENDIMENTOS
Hospital das ClínicasDistribuição dos casos de tuberculose em trabalhadores do HC
Distribuição dos casos de tuberculose – Hospital das Clínicas UFMG
ANO TRABALHADOR PESSOAL Tx. HC/BRASIL* 2000 0 1 2001 0 2 1,28 2002 0 0 2003 0 1 2004 0 2 1,28 2005 0 1
* 20 – 39 anos
Situação no Hospital das Clínicas
• Conduta frente a casos suspeitos
• Laboratório: pesquisa (todos os casos)
• Tempos:– Admissão e suspeita ... NUVE e CCIH... Isolamento
24 horas.
Situação no Hospital das Clínicas
• PPD– Dificuldades históricas
• Realização parcial
• Nexo: muito difícil– Identificação da bactéria
• Fonte única (trabalhador e suspeito)
• Banco de dados: laboratório de pesquisa
E o futuro?
• Esforço para garantir controle total da situação• Aperfeiçoar sistema de informação para que não
haja perda• Maior interação com a Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar• Procurar garantir fornecimento regular de PPD• Procurar definir qual a melhor forma de
acompanhar o profissional
PneumotoraxManoel Bandeira (1886-1968) Libertinaje – 1930
Fiebre, hemoptisis, disnea y sudores nocturnos.La vida entera que pudo ser y no fue.Tos, tos, tos.Mando llamar al médico.
– Diga treintaitrés. Treintaitrés ... treintaitrés ... treintaitrés ...– Respire...– Tiene usted una caverna en el pulmón izquierdo y el derecho infiltrado.
– Entonces, ¿no es posible, doctor, intentar un pneumotorax?– No. Sólo le queda silbar un tango argentino.
Traducción de Gabriel Prado Límaco – Peru, 1972