Turma da Lua - TAT Turma da Lua - TAT Educação Infantil Relatório do Segundo Semestre de 2008 3...

Turma da Lua - TATEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 1

"O meu olhar é nítido como um girassol/ Tenho o costume de andar pelas estradas/ Olhando para a direita e para a esquerda, / E de vez em quando para trás... / E o que vejo a cada momento / É aquilo que nunca antes eu tinha visto, / E eu sei dar por isso muito bem... / Sei ter o pasmo essencial / Que tem a criança se, ao nascer, / Reparasse que nascera deveras... / Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do mundo...

Fernando Pessoa

A Turma da Lua voltou à escola com muita tranqüilidade depois das férias. O reencontro foi brindado com abraços apertados e carinhosos. Nessa turma animada e de movimentação corporal intensa, qualquer proposta lançada era motivo para se comemorar com corridas, pulos e gritinhos de euforia! Tanta energia e empolgação também resultaram, em alguns momentos, em impasses e disputas entre as crianças, principalmente quando desejavam que prevalecessem suas vontades individuais. Tendo a escola como um espaço privilegiado de coletividade, investimos e acreditamos no diálogo como ferramenta fundamental para a compreensão de regras de convivência. Vendo e revendo atitudes e comportamentos, as crianças assimilaram dia-a-dia sua importância, buscando outras maneiras de atuação diante dessas situações. Um dos momentos em que focamos ainda mais esse aspecto foi na roda de planejamento. Com as crianças mais crescidas e maduras, pudemos estabelecer pequenas conversas, exercitar mais a escuta e a fala, opinar sobre assuntos pertinentes à turma e ao projeto.Um elemento novo nesse semestre foi a sistematização de um rodízio de ajudantes. Uma graça a maneira como os pequenos se responsabilizam e se comprometem com essa tarefa. Junto a outras pequenas atividades, essa também foi uma ferramenta que ampliou e enriqueceu a autonomia das crianças.O companheirismo, a solidariedade, a educação e o respeito foram exercitados em

Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo / Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3231www.sapereira.com.br / [email protected]

Turma

angelo riccettobernardo de moraes correa manso

bernardo garcia thirécarolina grinberg limoncic

cecilia lessa macedocecilia vila maior teixeira

estela cerqueira werneck viannafrancisco garcia thiré

guilherme intrator rodriguesjoaquim graça jacobina campos

luiza de oliveira barbalhomiguel galvão de morais perpétuo

rafael eyer protasio de oliveirarodrigo intrator juppa

sofia tostes da cunha e menezestheo buarque de hollanda

thiago lima bodastulio de carvalho pereira

Professores e Auxiliares

fernanda do nascimento carvalhojean philippe trindade conilh de beyssac

maria aparecida de jesus da silvamaria nazareth de souza salutto

roberta porto da silva


todos os momentos da rotina, possibilitando às crianças ver o outro e também distinguir-se identificando seus gostos, expressando descontentamentos etc.Nossos pequenos envolviam-se com todas as propostas e a rodada de jogos estava entre as preferidas. Bingo, memória, quebra-cabeças e outros foram escolhidos e jogados com empenho e atenção. Durante esse processo foi bacana ver como as crianças ajudavam umas às outras. Quem já estava mais sabido em uma modalidade dava dicas para quem ainda estava aprendendo as regras. Na Turma da Lua, cada encontro foi comemorado com entusiasmo e afeto, celebrando o prazer de estarmos juntos.



Projeto “Vamos cuidar!”Trabalhar com os bichos é sempre atraente para as crianças. Dessa vez foi possível estabelecermos um bom link com o projeto institucional, “A Aventura do Trabalho” aproveitando a possibilidade de investigar o trabalho do veterinário, do biólogo e de alguns outros profissionais que cuidam dos animais.Com o intuito de sensibilizá-las, trouxemos o tema, primeiramente, através do cuidado necessário conosco. Precisamos nos alimentar bem, tomar banho, ir ao médico...

“Quando e por que vamos ao médico?” “E os animais, também vão ao médico?”“A gente vai ao médico quando fica doente, com dor de barriga e com tosse”

Sofia

“Aí o médico dá um remédio, uma injeção e a gente melhora” Rafael

“Os bichos vão ao médico sim!” Carolina

“Médico de bicho é veterinário!” Angelo

Inauguramos nosso projeto com um passeio maravilhoso à Hípica. Lá, fomos carinhosamente recebidos pelo seu Mário, tratador de cavalos que trabalha no local há muitos anos. Ele nos acompanhou e deu informações preciosas às crianças.

“Lá tem cavalos com muitas medalhas, porque eles ganharam as



corridas. Nós também ganhamos medalhas. O veterinário falou que os cavalos comem cenoura, capim, maçã e ração e que, quando ficam doentes, tomam injeção na boca. Ele também disse que quando a orelha está em pé, o cavalo está feliz, quando a orelha está abaixada o cavalo está triste.”

Texto Coletivo

O interesse das crianças diante das propostas e das informações que trazíamos, principalmente sobre alguns animais, foi imediato. Embora a turma tenha se mostrado curiosa para conhecer o trabalho dos profissionais citados, conhecer alguns bichos lhes deu ainda mais prazer e a oportunidade de explorar suas especificidades. Aproveitando esse interesse, trouxemos revistas, livros e cartazes com informações sobre diferentes espécies da nossa fauna. Selecionamos notícias e curiosidades que pudessem enriquecer nossos conhecimentos e tiramos algumas dúvidas. Um exemplo bacana é de quando falávamos sobre a alimentação dos animais. Uma das crianças disse que a hiena comia cocô. Como não tínhamos certeza, fomos investigar a respeito. Depois, em um outro momento, trouxemos uma informação mais precisa a respeito dessa afirmação que havia sido feita. Esse troca-troca, nos quais é possível para as crianças falar das informações que adquirem por diversos meios e depois compará-las ou confirmá-las com dados mais precisos e científicos, é uma maneira rica e prazerosa de lidar com o conhecimento. Com o projeto, tivemos a possibilidade de visitar outras áreas do conhecimento, além das Ciência Naturais. Utilizamos as medidas de alguns animais para trabalhar com proporções grandes, utilizando-as como unidade de medida para medirmos alguns espaços da escola. Também conhecemos o lado mítico de alguns animais e seres que povoam o universo do folclore popular, através de personagens como o Curupira, o Boto, a Mula sem cabeça, o Lobisomem etc, enriquecendo, assim, o


Turma da Lua - TATEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 5repertório de histórias e o vocabulário. Conversar sobre diferentes assuntos, ter suas falas registradas, escutar histórias, ouvir a opinião do outro, dá às crianças ferramentas para que desenvolvam seu senso crítico em relação ao que escutam e vêem. Não paramos por aí. Descobrimos que a alimentação dos animais, em alguns casos, se parece com a nossa. Motivados por mais essa informação, fizemos um delicioso "lanche-jantar"! Identificamos as diferenças entre os bichos que vivem em seu habitat natural, os que vivem em cativeiro e os que são domésticos. Reconhecemos e passamos a valorizar mais o trabalho dos diferentes profissionais especializados e responsáveis pelos cuidados com eles.Interessados em ter um contato maior com a natureza, fomos ao Parque Lage com o desejo de encontrar algum bicho por lá.

“Nós fomos ao Parque Lage. Vimos o peixe com barba e um chafariz que não estava funcionando. A Naza contou a história da Ana, uma menina que encontrou o Curupira na floresta, mas nós não ficamos com medo de encontrar com ele. Depois, fomos à uma caverna que tinha teia de aranha, vimos uma cachoeira que estava funcionando, peixes no lago e lanchamos. Nós amamos o lanche!”

Texto coletivo.

Todo esse aprendizado pôde ser compartilhado com as famílias na festa pedagógica. Ao som da música “Quinta da Boa Vista”, de Ana Moura, nossos pequenos emocionaram a platéia, vestidos com a fantasia de seus animais favoritos!


Turma da Lua - TATEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 6Depois da festa, ainda animados e inspirados com o projeto, resolvemos dar um mergulho no fundo do mar para conhecer as espécies marinhas e o trabalho do biólogo marinho. Pesquisamos em diferentes fontes e aprendemos que esse profissional pode ir bem fundo no mar, usando roupas e equipamentos especiais. Num gostoso passeio ao Posto 6, em Copacabana, apreciamos as ferramentas de trabalho do pescador: o barco, a rede, o anzol e outros instrumentos.Seguindo o ritmo da maré, conhecemos o trabalho do marinheiro que atravessa oceanos e que veio nos inspirar para a festa de encerramento. “Ô marinheiro, marinheiro, marinheiro só...”Que ano bom! Repleto de momentos e experiências significativas para todos nós.Agradecemos a parceria das famílias e as suas contribuições que ajudaram a tornar o nosso trabalho ainda mais rico.

Expressão Corporal ________________________________________________Cheios de novidades e muita história para contar, a Turma da Lua entrou pelo Salão com muita vontade de trabalhar! Para começar, relembramos as nossas regras de convivência e retomamos a nossa rodinha de alongamento. No final, reproduzimos corporalmente o momento mais significativo das nossas férias! Fizemos pequenas competições para não deixar as Olimpíadas passarem em branco. Nossas modalidades foram salto em distância, arremesso de peso, corrida de obstáculos e ginástica rítmica. Nossos atletas tiveram um desempenho de campeões! Na terceira semana, era chegada a hora de nos aproximarmos do projeto da turma. Dançamos diferentes músicas de animais, trabalhando ritmo e qualidade de movimento. Assistimos ao musical “Cats” e, assim como os bailarinos, nos transformamos em gatos! De frente para o telão, dançamos junto ao elenco trechos do musical. Depois de um longo trabalho de pesquisa, fizemos uma releitura corporal do livro “Rápido como um gafanhoto”, fotografando cada criança. Apropriadas do gestual do animal escolhido, as crianças dispensaram toda e qualquer direção, criando sozinhas as poses desse ensaio fotográfico, que pôde ser visto na Mostra de Artes. Com linhas de lã coloridas, montamos uma imensa “teia de aranha” no Salão. O trajeto tinha que ser feito com cuidado para não esbarrar nas linhas frágeis da teia. Atenção e noção do próprio corpo no espaço foram os grandes aprendizados nessa brincadeira! Quando alguma criança derrubava uma parte da teia, ao invés de riso de travessura, tínhamos uma carinha de frustração de quem sabia que a proposta era o oposto e era necessário levá-la a sério! Um afago e uma conversa de que estava tudo bem os tranqüilizava para seguir adiante. Mais uma vez, constatamos como os nossos pequenos cresceram desde o início do ano. A atenção ao ouvirem a proposta, o entendimento, a tentativa de realizar o que foi pedido, a participação e percepção do grupo e não apenas dos indivíduos. Com tintas feitas de pasta dágua e legumes, fizemos uma pintura corporal no pátio da frente. Com partes distintas do nosso corpo, marcamos o papel em branco, patinamos, rolamos e deixamos nossos pés marcados no papel pardo. Ao final do trabalho, um banho de chuveirão com toda a turma! Para a Festa Pedagógica, iniciamos o ensaio da música “Quinta da Boa Vista”, de Ana Moura. Envolvidas e comprometidas, as crianças se apropriaram da música e dos movimentos rapidamente, dispensando a “cola” dos professores. O grupo,


Turma da Lua - TATEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 7extremamente coeso e unido, deixava claro que daria conta do recado sozinho. E assim o fizeram!Um breve respiro e estripulias corporais e já estávamos preparando a nossa Festa de fim de ano! Com a mesma alegria, característica marcante desse grupo, as crianças participam ativamente do processo de criação.

Música ________________________________________________A turma esteve redondinha neste semestre. Alguém tem dúvida quanto às mudanças, fases e transformações ocorridas com os pequeninos? Corporalmente e afetivamente, como cresceram! E esse amadurecimento geral se refletiu nas nossas aulas. Muito mais organizados e competentes, já se organizam espontaneamente para a roda e outras atividades. Com os instrumentos, mostram maior concentração e respeito pela sua vez de tocar. Obedecem, com precisão, ao comando rítmico para parar de tocar "Pediu-pra-parar-parou". E estão muito mais soltos e criativos ao acompanhar a cantoria na percussão.Com o corpo em evidência, brincamos com algumas canções conhecidas. “Cabeça, ombro, joelho e pé / Joelho e pé / Joelho e pé / Olhos, ouvidos, boca e nariz / Cabeça, ombro, joelho e pé / Joelho e pé” (domínio público). E se nossa boneca de lata bateu com alguma parte no chão, "levou algumas horas pra fazermos a arrumação". E diante da evidência de que os bichos inspiram, e muito, a movimentação das crianças, o projeto se desdobrou para os profissionais que se relacionam com eles. Do veterinário ao caçador tem muita gente que trabalha e entende de bicho. Nenhum bicho escapou de ser imitado em seu gestual e som. “Nós gatos já nascemos pobres / Porém já nascemos livres / Senhor, senhora, senhoria / Felinos não reconhecerás”. Nos saltimbancos nos levaram a brincar de estátua. “No meu cavalo vou andando sem parar / Como é bom, vou galopar / Se puxo a rédea, ele obedece / Vai parar, parou!” Depois que já dominávamos reproduzir o relincho, o zunido, o latido, o sibilo, o miado, o cocoricó, o coaxar, o pio etc... Pudemos encarar a brincadeira do Senhor Caçador com sucesso. A meninada acertava, direitinho, no alvo, descobrindo quem era o amigo que reproduzia os sons. A música "Quinta da Boa vista" (Ana Moura) nos levou a um passeio imaginário pelo Zoológico. “Seu leão pintou a juba / Dona girafa retocou as pintas / O elefante lavou sua tromba / E o pavão abriu sua cauda em leque”.Nossa Festa Pedagógica foi "o bicho"! Agora, vamos ver o que eles estão aprontando para a Festa de Encerramento. Com certeza todos estão no mesmo barco...


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