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ARAN PEDRO MOTA SOARES EM ENTREVISTA Governo rejeita rutura financeira da Segurança Social Santander Totta investe cinco milhões de euros no ensino superior Nº 1473 / 21 de dezembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J João Peixoto de Sousa COMPRE JÁ EM livraria.vidaeconomica.pt Visite a livraria online À semelhança de anos anteriores, a “Vida Económica” não será publicada na semana de 25 de Dezembro. Aproveitamos para desejar a todos os leitores um Feliz Natal e um Bom Ano Novo, marcando encontro com a próxima edição a 4 de janeiro. PUB A harmonização das regras de regularização de dívidas ao Estado continua por realizar, à revelia do que foi fixado no Memorando de Entendimento com a “troika” , que determinava que o Governo revisse a lei tributária “com vista à remoção de impedimentos à reestruturação voluntária de dívidas” . O Programa Revitalizar foi aprovado há 10 meses, mas a Lei Geral Tributária continua a vedar qualquer possibilidade de redução dos créditos tributários, mantendo uma cirúrgica exceção para o Estado. FUNDOS EUROPEUS Horizonte 2020 incentiva participação das PME BANCA Volkswagen Bank entra em Portugal ASSOCIATIVISMO “Exportar cá dentro” é a alternativa para as empresas 9 720972 000037 01473 PUB PUB (valores em percentagem subida da cotação face aos mínimos de seis meses) BES E SONAE JÁ SUBIRAM QUASE 100% NO SEMESTRE (subida da cotação face aos mínimos de seis meses) Recuperação acompanha diminuição do risco soberano

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ARAN

PEDRO MOTA SOARES EM ENTREVISTA

Governo rejeita rutura fi nanceira

da Segurança Social

Santander Totta investe cinco milhões de euros no ensino superior

Nº 1473 / 21 de dezembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 JJoão Peixoto de Sousa

COMPRE JÁ EMlivraria.vidaeconomica.pt

Visite a livraria online

À semelhança de anos anteriores, a “Vida Económica” não será publicada

na semana de 25 de Dezembro. Aproveitamos para desejar a todos

os leitores um Feliz Natal e um Bom Ano Novo, marcando encontro com a

próxima edição a 4 de janeiro.

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A harmonização das regras de regularização de dívidas ao Estado continua por realizar, à revelia do que foi fi xado no Memorando de Entendimento com a “troika”, que determinava que o Governo revisse a lei tributária “com vista à remoção de impedimentos à reestruturação voluntária de

dívidas”. O Programa Revitalizar foi aprovado há 10 meses, mas a Lei Geral Tributária continua a vedar qualquer possibilidade de redução dos créditos tributários, mantendo uma cirúrgica exceção para o Estado.

FUNDOS EUROPEUS

Horizonte 2020 incentiva participação das PME

BANCA

Volkswagen Bank entra em Portugal

ASSOCIATIVISMO

“Exportar cá dentro” é a alternativa para as empresas

9 720972 000037

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(valores em percentagem subida da cotação face aos mínimos de seis meses)

BES E SONAE JÁ SUBIRAM QUASE 100% NO SEMESTRE

(subida da cotação face aos mínimos de seis meses)

Recuperação acompanha diminuição do risco soberano

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2 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

ABERTURA

Top da semana

GUILHERME D´OLIVEIRA MARTINS

O Tribunal de Contas, liderado por Guilherme D´Oliveira Martins, continua a ter um papel determinante na sociedade portuguesa, especialmente devido à sua isenção e à sua transparência de processos. Ainda que o tribunal faça uma avaliação globalmente favorável da Conta Geral do Estado do ano passado, nem por isso deixa de lamentar o incumprimento continuado de disposições legais que regulam a execução e a contabilização das receitas e das despesas, bem como as evidentes deficiências nos procedimentos aplicados. Ou seja, as entidades governamentais ainda têm um caminho a percorrer para tornarem as contas mais transparentes e credíveis aos olhos do cidadão.

PEDRO PASSOS COELHO

O primeiro-ministro optou por uma estratégia política muito pouco dignificante. Ao afirmar que muitos pensionistas têm recebido mais do que o devido, está a colocar os cidadãos uns contra os outros, numa altura em que a união é precisamente o mais necessário. Coelho esquece que as pensões devidas pelo Estado resultam de um acordo realizado com os cidadãos. Depois, não foi dada qualquer outra hipótese aos contribuintes para a Segurança Social. Quem não está a cumprir o estabelecido pelos políticos, de uma forma unilateral, é precisamente o Estado. Ninguém tem de sentir vergonha de ter auferido um bom salário e receber uma pensão condigna (pelo menos até agora).

VÍTOR GASPAR

O ministro das Finanças começa a ceder à tendência do politicamente correto, tal como sucedeu

com o seu antecessor no cargo. Os cidadãos é que começam a ficar cansados do tom paternalista e de razão incontestável por parte do governante. Nada como vir atenuar as hostes com palavras que já nada dizem, designadamente que a carga fiscal se pode revelar intolerável e insustentável. E até refere que as suas maiores preocupações são o desemprego e a desigualdade.

EXPANSIÓN

Comissão Europeia diz que Espanha está a recuperar competitividade

A Comissão Europeia considera que a Espanha está a recuperar competitividade e a melhorar as exportações, mas ainda tem de fazer reformas, trabalhar melhor e ser mais eficiente. No entanto, Bruxelas adverte que, se não houver diálogo social e capacidade para explicar aos cidadãos o que há a fazer, o Estado espanhol não tem condições para saldar a crise. Os indicadores económicos apontam para melhorias, mas tal não significa que de um momento para o outro se verifiquem melhorias ao nível do emprego e na qualidade de vida dos espanhóis. A boa notícia é que o país está a recuperar competitividade, o que se traduz num aumento das exportações.

THE WALL STREET

JOURNAL

Políticos têm expetativas exageradas face aos bancos centrais

Os elogios excessivos dos políticos

relativamente aos bancos centrais raramente são um bom sinal. Dando independência a estes guardiães da política monetária, pretendia-se que atuassem como um travão face às tendências inflacionistas dos políticos.Para os investidores, a relação entre os políticos e os bancos centrais é mais importante do que nunca, tendo em conta o receio de que os bancos centrais, incitados pelos políticos, concorram tomando medidas cada vez mais agressivas, as quais acabem por conduzir ao desastre. A realidade é que só quando existir, de facto, risco de inflação os investidores descobrirão qual é o banco central mais destacado desta geração.

LES ECHOS

Excedente comercial melhora na Zona Euro

Os países da Zona Euro estão com um melhor desempenho no que toca às vendas para o exterior. Em outubro, verificou-se um novo crescimento nas exportações. O excedente comercial da região atingiu 10,2 mil milhões de euros, contra 9,5 mil milhões no mês anterior.

ImprensaEM REVISTA

Transitar .................. Pág. 24

Existem boas oportunidades no que respeita à transição de carreira

Internacional .......... Pág. 13

Petrolíferas contra intenção de Bruxelas aumentar preços de dióxido de carbono

PME ......................... Pág. 24

Horizonte 2020 incentiva participação das PME

Em Foco .................. Pág. 30

Bluepharma aumenta investimento em investigação

Quinta do Pessegueiro Pág. 31

Empresa de vinhos lança dois novos tintos do Douro

Mercados ................ Pág. 38

Santander Totta investe cinco milhões de euros no ensino superior

Unicre ..................... Pág. 39

Lançado produto para microempresas sem mensalidade e mínimo de faturação

Mercados ................ Pág. 40

Bruxelas aprova prorrogação de garantias a instituições de crédito portuguesas

Associativismo ....... Pág. 44

“Exportar cá dentro” é uma alternativa para as PME

Nesta edição

04 Atualidade

Governo rejeita rutura financeira na Segurança Social

35 Mercados

Banco da VW não está limitado pela concessão de crédito

47 Turismo

Operadores pedem suspensão de novos projetos hoteleiros

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

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TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Bolsa/Banco de terras: uma diferença substancial

Este é o último artigo que escrevo antes do Natal e, por isso, não posso deixar de começar por desejar a todos que esta quadra natalícia seja vivida e partilhada em família, com os que mais gostamos, com solidariedade e alegria, se possível sem angústias.

Tinha previsto escrever sobre os Novos Rurais, um “movimento” que é, na sua vertente mais visível, uma “emigração” da cidade para o campo. Esta nova realidade social e económica merece uma reflexão mais aprofundada, pelo que me debruçarei sobre ela em próximos artigos.

Por agora, vou gastar estes “cartuchos” com alguns equívocos que possam ter sido suscitados pela minha última crónica, intitulada “Finalmente, a

bolsa de terras”, publicada neste jornal no passado dia 14.

A notícia da publicação da Lei nº 63/2012, de 10 de dezembro, em “Diário da República”, é uma boa notícia. Ela fica aquém das expectativas? Claro que fica. Mas é melhor isto que nada. O que era um “crime económico e ambiental” era manter por todo o país milhares de hectares de terra ao abandono.

Este é um primeiro passo. Útil, até do ponto em que começa a responder ao tal “movimento” de novos rurais que está aí e do qual falarei na próxima oportunidade. É claro que, como referi em declarações ao jornal “Público”, no passado dia 11 de dezembro, em artigo assinado pelo jornalista

Abel Coentrão, existe uma diferença substancial entre uma “bolsa de terras” e um “banco de terras”, como defendia na petição que lancei há pouco mais de dois anos.

O primeiro é um instrumento meramente burocrático para colocar terras sem cultivo ao serviço dos interessados em arrendá-las e dar-lhes uma utilidade económica e social; o segundo, o tal banco de terras, impõe que o Estado seja uma espécie de “fiador” face a um eventual incumprimento do arrendatário no pagamento das rendas, cabendo-lhe garantir esse pagamento ao proprietário das terras – como é o que acontece com o Bantegal, o banco de terras dinamizado pela Junta Autónoma da Galiza.

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomoJosemartino.blogspot.com

Portugueses desenvolvem software online de gestão de arrendamentos

Há um novo software online de gestão de ar-rendamentos nacional. Desenvolvido pela pro-fissional Joana Seabra Gomes e pela empresa Opensoft, o Keyzzy foi criado para facilitar a execução das tarefas mais rotineiras como o lançamento automático das rendas, o envio dos recibos e contas cor-rentes por e-mail aos inquilinos e a atualiza-ção automática das ren-das. Auxilia na gestão de cobrança de rendas com a identificação de movimentos de extra-tos bancários e respetiva conciliação com o paga-mento de renda. Tudo em registo online.

“A ideia é disponi-bilizar aos senhorios e gestores de arrenda-mento uma solução que se adapta à realidade de todos, quer tenham poucos ou muitos imó-

veis em carteira. Os pacotes são adaptáveis, não é preciso grandes conhecimentos de in-formática. É acima de tudo uma plataforma extremamente simples de usar e que diminui drasticamente os tem-pos de gestão”, afirma Joana Seabra Gomes.

A primeira versão do Keyzzy está disponível em www.keyzzy.com e a sua utilização é gratuita durante a campanha de lançamento. Todos os utilizadores pioneiros beneficiarão de condi-ções especiais de adesão ao serviço que estará disponível por uma mensalidade, a partir de 25 euros, dependendo do número de imóveis geridos.

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TERESA [email protected]

Vida Económica – A Segu-rança Social está confron-tada com um aumento dos encargos. Como analisa esta questão e que respostas tem para dar?

Pedro Mota Soares – Uma das nossas preocupações tem sido, em matéria de prestações sociais, nomeadamente as de natureza não contributiva, ga-rantir que elas chegam a quem delas efetivamente precisa. E, também nesse sentido, se com-bate muito do que é fraude e excesso. As prestações sociais são muito atrativas ao chama-do risco moral, tornando muito aliciante poder viver recebendo essas prestações sociais do que estar no mercado de trabalho a contribuir para o país. É exata-mente por isso que mudámos de forma significativa as regras do RSI, baixando, por exem-plo, as condições de recurso.

Também em matéria de sub-sídio de doença, revimos o pa-gamento das baixas de curta duração e que são aquelas em que os estudos nos indicam que há maior possibilidade de fraude. Reduzimos a prestação nos primeiros 30 dias, garan-tindo que se combate o risco moral. Não nos parece possível que alguém que esteja de baixa possa receber mais até do que se estivesse a trabalhar. E é mo-ralizando um conjunto de pres-tações sociais que temos vindo a trabalhar.

E também em matéria de subsídio de desemprego, como sabe, procedemos a uma re-forma profunda, que já estava prevista no memorando com a “troika”, diminuindo os tempos médios de atribuição, baixando o limite superior e introduzin-do uma redução de 10% ao fim de seis meses, que servirá como incentivo a um regresso

mais rápido ao mercado de tra-balho. Temos vindo a trabalhar estruturalmente para garantir uma contenção orçamental da SS em matéria de prestações sociais..

VE – Apesar disso, o esfor-ço financeiro global da SS está a aumentar.

PMS – Para sermos precisos, a verba do RSI e do subsídio de doença prevemos que diminua. Já diminuiu este ano e preve-mos que continue a diminuir para o próximo ano. Diferen-te é o subsídio de desemprego. Como sabe, numa altura em que o desemprego é muito alto,

há uma consequência natural de aumento da verba com este subsídio.

VE – Mas dá-se aqui tam-bém, por via do aumento do desemprego, uma diminuição das contribuições.

PMS – Essa é uma conse-quência normal e natural que existe sempre na SS, mas que é suposto que exista, porque é exatamente num momento em que a situação económica é mais difícil que há um du-plo efeito sobre a SS, ou seja, o efeito de diminuição das contribuições, porque há mais desemprego, e aumento das

PEDRO MOTA SOARES, MINISTRO DA SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL, EM ENTREVISTA

Governo rejeita rutura financeira

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Estado não consegue vender imóveis do IAPMEIO Estado não conseguiu vender mais de 20 imóveis do IAPMEI que foram a hasta pública, onde pretendia realizar um encaixe de 6,88 milhões de euros. Melhor sorte teve com o leilão das casas dos magistrados, onde conseguiu reali-zar 1,4 milhões.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 21 DEZEMBRO 2012

“É intenção do Governo rever as sanções que pendem sobre as estruturas residenciais de acolhimento de idosos, agravando as penas para os lares clandestinos”

Apesar do aumento dos encargos com rendimento social de inserção (RSI), baixas médicas e subsídio de desemprego, a Segurança Social (SS) deverá manter-se financeiramente sustentável. E não será necessário recorrer ao Fundo de Reserva, afirma, em entrevista à “Vida Económica”, Pedro Mota Soares.O ministro da Solidariedade e Segurança Social garante que, para lá das reformas estruturais, é preciso assegurar que “as prestações sociais são garantidas com mais justiça social e se tornam menos permissivas à fraude e ao abuso”.

“Num tempo de maiores dificuldades económicas e sociais faz sentido que haja uma almofada social e que a verba com prestações sociais possa aumentar”, disse o ministro Pedro Mota Soares à “Vida Económica”.

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prestações, nomeadamente as que têm a ver com desemprego e que têm sempre um efeito nas contas da SS. Mas é exatamente num tempo de maiores dificul-dades económicas e sociais que faz sentido que haja uma almo-fada social e que a verba com prestações sociais possa aumen-tar. Tem é de ser de uma forma que nos garanta que não é devi-do a fraude.

VE – A SS continua a ser sustentável financeiramente?

PMS – É muito importante separámos sempre o que é con-juntural, e que tem a ver com um ano, dois anos de diminui-ção da atividade económica, de um conjunto de matérias que são estruturais. Como sabe, o Governo tomou um conjun-to de medidas que são mui-to importantes. Por exemplo, ao percebermos que havia um problema com as reformas an-tecipadas, este Governo sus-pendeu-as durante o período de assistência económica e fi-nanceira. Sabemos da impor-tância que isso tem, mas isso não nos deve fazer deixar de olhar estruturalmente. Mas é fundamental, mesmo na cabeça das pessoas, não confundir algo que é conjuntural de algo que é

mais profundo. E do ponto de vista das coisas mais imediatas, temos sempre de garantir um conjunto de reformas estrutu-rais para garantir a sustentabili-dade da SS. E todas as reformas de que lhe falei – do subsídio de desemprego, do subsídio de doença, do RSI – visam garan-tir que as prestações sociais são garantidas com mais justiça so-cial e se tornam menos permis-sivos à fraude e ao abuso.

VE – Não respondeu dire-tamente à questão. A Segu-rança Social continua a ser financeiramente sustentável ou haverá necessidade de, a curto/médio prazo, recorrer ao Fundo de Estabilização Financeira da SS?

PMS – Como sabe, o Gover-no apresenta todos os anos com o Orçamento de Estado um re-latório sobre a sustentabilidade, a longo prazo, da SS. Fizemo-lo agora, neste Orçamento [para 2013] e não tenho mais nada a acrescentar em relação àquilo que está nesse relatório..

VE – Falou da necessidade de fazer reformas estruturais. A idade de acesso à reforma, hoje fixada nos 65 anos, pode vir a ser aumentada, dada a

conjuntura e o aumento da esperança média de vida?

PMS – Como sabe, essa idade vai sistematicamente aumen-tando atendendo ao fator de sustentabilidade. Essa não é se-quer uma matéria que seja atu-almente calculada diretamente pelos serviços do Governo, é calculada de forma indepen-dente pelo Instituto Nacional de Estatística. Como sabe, já hoje alguém que aos 65 anos se queira reformar terá uma pena-lização na sua reforma futura em consequência desse fator se sustentabilidade.

VE – Que impacto finan-ceiro os subsídios de de-semprego para trabalhadores independentes e para empre-sários vão ter nas contas da Segurança Social?

PMS – Repare num aspeto: alargar a protecção social é algo que nos pareceu absolutamente fundamental. É muito impor-tante, numa altura em que o desemprego é muito elevado, garantir que todas as pessoas que precisam e contribuíram para essa protecção – o subsí-dio de desemprego é uma pres-tação de natureza contributiva – possam aceder. Foi este Go-verno que diminuiu de 15 para 12 meses o prazo de garantia

para aceder ao subsídio de de-semprego. Foi este Governo que criou uma prestação que protege os trabalhadores a reci-bo verde e que são economica-mente dependentes porque tra-balham mais de 80% para uma mesma entidade. E é este Go-verno que alarga, pela primeira vez – e isto é um feito muito importante, histórico, mesmo – o subsídio de desempego aos pequenos e médios comercian-tes e empresários. Gostava de relembrá-la que o anterior Go-verno, em 2009, quando apre-sentou o Código Contributivo, se comprometeu a, no prazo de 180 dias, a apresentar um diploma para proteger os pe-quenos e médios comerciantes e empresários. Nada foi feito. E só agora este Governo teve coragem de tomar uma medida como esta.

Ora, sendo esta uma presta-ção de natureza contributiva, só a partir do momento em que os prazos de garantia [720 dias] estão preenchidos é que as pessoas podem receber essa prestação. É óbvio que todos nós gostaríamos que esta de-cisão tivesse sido tomada até num clima económico diferen-te, em que as pessoas pudessem contribuir numa altura em que havia crescimento económico para depois terem uma protec-ção social.

VE – Mas não seria este o momento mais oportuno para a atribuição desse subsídio aos empresários?

PMS – Isso implicaria que ti-vesse havido a coragem política em 2009 de tomar uma decisão que não foi tomada..

VE – E não era possível en-curtar o prazo de garantia?

PMS – Como sabe, todas as prestações têm de ter prazos de garantia e um conjunto de equilíbrios. Foi isso que fizemos para os trabalhadores a recibo verde. E é muito importante que, quando lançamos uma proteção como esta, o façamos com sustentabilidade para os próprios sistemas financeiros. E o seu impacto nas contas da SS também tem de ser medido pelo que irá arrecadar do ponto de vista contributivo. Todas as contas que fizemos apresentam essa sustentabilidade.

Certificados de reforma com rendibilidade de 9%Os certificados de reforma acumulam uma rendibilidade superior a 9% nos últimos 12 meses. Este ganho estará a ser sustentado pelos investimentos em acções e dívida es-trangeira. O valor de mercado do fundo de certificados de reforma ascende a 25,44 mi-lhões de euros, apresentando uma rendibilidade de 9,05% nos últimos 12 meses, revela o IGFCSS.

da Segurança Social

Bruxelas quer mais contenção nos gastos com pensõesPortugal está num grupo de países que, tendo feito já feito “refor-mas ambiciosas”, enfrenta um risco “moderado” de crescimento das despesas relacionadas com o envelhecimento da população. O aviso surge no quadro do relatório anual sobre sustentabilidade financeira, da União Europeia.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 21 DEZEMBRO 2012 5

Desde o início do ano, o montante total de verbas adiantadas pelo Fundo de Garantia Salarial para pagar créditos laborais decorrentes de insolvências foi de 75 173 432,92 milhões de euros. De janeiro a setembro foram apresentados 23 859 requerimentos.

Incentivos fiscais à natalidade no final da legislatura

Têm sido divulgados dados preocupantes quanto à taxa de natalidade em Portugal. Até novembro, nasceram menos seis mil crianças que em igual período de 2011 e o número de nascimentos em 2012 vai ser dos mais baixos dos últimos 100 anos, devendo cifrar-se nos 90 mil bebés. Questionado pela “Vida Económica” sobre se o Governo tem pensadas medidas estruturantes para fazer inverter esta tendência e fomentar a natalidade em Portugal, Pedro Mota Soares refugia-se no memorando assinado com a ‘troika’ e na proibição de incentivos fiscais também a esse nível. Admitindo que os benefícios fiscais “podem dar um contributo efetivo” nesta área, o ministro da Segurança Social admite, contudo, que, “na segunda parte da legislatura, depois do período de assistência financeira, em que Portugal recuperará a sua liberdade de tomar aqui um conjunto de medidas”, possa ser criado “um sistema fiscal mais incentivador e amigo da família, que respeite mais as despesas feitas no âmbito familiar e que, nesse sentido, seja mais justo e equitativo”.

PreocupadoÉ uma alegria ouvir um

especialista de saúde pública dizer que Portugal tem o melhor Serviço Nacional de Saúde do Mundo. Quem, por infortúnio, é levado a uma urgência de um hospital distrital, fica duas horas sozinho imobilizado numa maca perdido num corredor, depois de feito um raio-X, recebe o diagnóstico de uma fratura numa vertebra e o prognóstico de paralisia dos membros inferiores, passa mais três horas imobilizado na maca, perdido noutro corredor, à espera de um TAC, e, depois de feito este, mais quatro à espera dos resultados do diagnóstico para por fim receber a feliz notícia de que afinal não era nada, tem ampla oportunidade de ponderar a felicidade de não ter de passar pelo caos e inferno que devem ser os hospitais alemães e japoneses.

É um gozo ler num artigo que a legislação portuguesa é a mais avançada do mundo, a que melhor garante a defesa dos direitos e liberdades. Quem tem um amigo que se viu envolvido num processo, não sabe ele como, que desde há nove anos o obriga a perder dias e dias a apresentar-se em tribunal para sessões de julgamento que são constantemente adiadas e a pagar honorários ao advogado que o orienta no labirinto processual, tem justificados motivos de considerar o caos e o inferno que não seria a vida do pobre homem, estivesse ele na Inglaterra ou EUA.

Depois de ter experimentado alegrias e gozos como estes é com alguma preocupação que se ouve dizer, a um especialista, que Portugal deve sair do euro por uma importante razão: o Banco de Portugal seria muito mais competente para gerir uma política monetária apropriada às condições económicas do nosso país do que o longínquo e indiferente Banco Central Europeu. O erro, continua o argumento, foi Portugal ter entrado no euro e de o Estado português ter perdido um importante instrumento de estabilização económica, a política monetária.

Compreende-se que a perda, para o Estado, de controlo da política monetária foi imensa. Mas convém fazer uma distinção fundamental: o Estado não é o povo e os interesses do povo não são o do Estado. O ganho com o euro para o povo português, para as empresas e famílias foi incomensurável: têm uma moeda que serve não apenas de padrão estável de valor e que assegura a integridade informacional dos preços e elimina o risco cambial na maior parte das transações internacionais, mas que também serve de reserva fiável de valor. E o que os agentes económicos requerem da moeda são tão-só estas funções, não o poder do Estado de gerar inflação ao seu belo prazer com a política monetária mais criativa do Mundo.

JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOSProfessor de Finanças, AESE

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LUIS [email protected]

“É essencial que as empresas procurem sócios com dinheiro ou com novas perspetivas” – afir-mou Rui Moreira, na conferên-cia “Internacionalização, oportu-nidade ou ameaça”, promovida pela Believe.

O presidente da Associação Comercial do Porto admite que o mercado português não irá crescer nos próximos anos, o que obriga as empresas a en-contrar alternativas. Por vezes, os empresários não querem abrir o capital pelas mesmas razões por que não querem partilhar com um estranho a casa onde habitam. Na perspetiva de Rui Moreira, a empresa é confun-dida com a vida privada, não havendo separação da economia doméstica. Há muita informali-dade na forma que se manifesta na forma como se contrata um amigo ou se fornece à empresa de uma pessoa amiga, o que, apesar dos inconvenientes, pode ter algumas vantagens.

“Porém, alertou Rui Moreira, a informalidade não funciona na abertura ao exterior”.

A globalização também acelera a circulação e acessibilidade dos produtos. “O que encontramos à venda em Bogotá é semelhante ao que está disponível nas lojas do Norteshopping” - referiu.

Rui Moreira alertou também para os perigos que resultam para as empresas dos circuitos de distribuição. Segundo prevê, a maior implosão vai acontecer na área da distribuição.

Empresas precisam de recuperar a rentabilidade

“Um elevado número de em-

presas não está a ganhar dinhei-ro” - alertou Mário Costa. O administrador da Believe, or-ganização que presta assistência às empresas em várias vertentes referiu, com base na sua experi-ência concreta, que para muitas PME a rentabilidade é reduzida ou negativa, pondo em causa a sua sobrevivência.

Além da falta de rentabilida-de, as empresas são confrontadas com a dificuldade de acesso ao financiamento. E quando deixam de pagar ao Fisco ou à Segurança Social são de imediato atacadas pelo Estado.

Para Mário Costa, é importan-te que a contabilidade seja uma fonte de informação para os em-presários. Tradicionalmente, a contabilidade era encarada como uma obrigação legal que servia para apurar os impostos. Ainda hoje, a contabilidade funciona mais como um instrumento de controlo da Administração Fiscal do que como uma ferramenta de apoio à tomada de decisão nas empresas.

Regresso às boas práticas

“A única fonte de financia-mento das empresas são os seus clientes” – afirmou Paulo Olivei-ra, durante a sua intervenção na conferência promovida pela Be-lieve. O diretor-geral da Market-Sales afirma que temos de voltar aos conceitos básicos dos nossos avós, indo para a rua vender e angariar clientes que comprem e que paguem. Tendo como tema central a questão “A sua empre-sa está preparada para a inter-nacionalização”, Paulo Oliveira lançou várias interrogações que as empresas devem colocar. Qual é o potencial exportador, que mercados trabalhar, percebemos as necessidades dos potenciais clientes, conhecemos as nossas vantagens?

O relacionamento com os clientes é fundamental. As boas práticas podem ser sim-ples. É frequente as empre-sas telefonarem dizendo que o pagamento está em atraso, mas é mais raro telefonarem a agradecer o pagamento ou a perguntar se ficaram satisfeitas com o produto.

Para o diretor-geral da Market-Sales, não basta saber fazer. Te-mos que fazer bem, saber vender bem e receber bem. Aconselhou os empresários a seguir o prin-cípio dos 4P: profissionalismo, persistência, pertinência e o pas-so a passo.

NBB proporciona alternativas de financiamento e crescimento

A diversificação de mercados por via da internacionalização é um dos serviços prestados pela NBB, através da sua rede de 70 escritórios, presente em 28 paí-ses – afirmou António Godinho, administrador da OneBiz. Con-

forme referiu, os profissionais da NBB são consultores de ne-gócio. No relacionamento com os mercados externos apoiam as fusões e aquisições. A presença num elevado número de países possibilita a abertura de capital

a investidores ou a fornecedores estrangeiros.

Investimento no estrangeiro

“A SOFID é um banco de de-senvolvimento para as empresas que querem investir no exterior” – afirmou Diogo Araújo, presi-dente executivo da instituição. A maioria dos clientes são PME, já

que a SOFID só pode financiar até um máximo de 2,5 milhões de euros por operação. Esta ins-tituição pratica taxas fixas e va-riáveis com prazos até 10 anos e com períodos de carência até três anos.

RUI MOREIRA NA CONFERÊNCIA DA BELIEVE

Mercado português não deve crescer nos próximos anos

A conferência da Believe contou com intervenções de Paulo Oliveira, Mário Costa, Rui Moreira, António Godinho e Diogo Araújo.

O tema da internacionalização foi debatido por mais de uma centena de par-ticipantes.

No jantar de encerramento, foram entregues os prémios às empresas que se destacaram pela sua atividade.

Poder de compra dos portugueses cai para níveis de 1996O poder de compra dos portugueses recuou para níveis de 1996, com o país a ficar atrás da Grécia e apenas a dois lugares do fim da tabela da UE-27. No ano passado, o PIB per capita ajustado ao poder de compra dos portugueses caiu de 80,3 para 77,4% da média da União Europeia, divulgou o Eurostat.

Município de Grândola coloca Estradas de Portugal em tribunalO Município de Grândola tomou a decisão de avançar com uma ação judicial de responsabili-zação contra as Estradas de Portugal. O motivo prende-se com o elevado estado de abandono e degradação das obras de manutenção do IP8, uma das mais importantes vias de ligação rodovi-ária do Concelho de Grândola.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

A única fonte de financiamento das empresas são os seus clientes

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As empresas preveem uma evolução negativa da sua situação fi nanceira em 2013 e avaliam a atual conjuntura económica como “má ou muito má”. Estas são algumas das conclusões do relatório do Inquérito à Atividade Empresarial 2012, realizado anualmente pela AIP.

VIRGÍLIO [email protected]

Das empresas que responderam ao IAE 2012, menos de metade

(48%) referem aumento do seu volume de negócios em 2011, rela-tivamente a 2010. O peso relativo das empresas que referem aumento do seu volume de negócios é maior nas empresas da “indústria” (54%) do que nas da “construção, comér-cio e serviços” (43%).

As previsões relativamente à evolução da procura no mercado nacional em 2013 são negativas, com 68% das empresas a preve-rem uma procura “inferior ou muito inferior”.

Relativamente à procura ao mercado externo, a situação é di-ferente, com 41% das empresas a preverem uma procura “superior ou muito superior” e 26% a con-siderarem uma procura externa “inferior ou muito inferior”.

A atual conjuntura económica é

avaliada como “má ou muito má” por 95% das empresas e como “normal” por 4%. As perspetivas para a evolução da conjuntura em

2013 são negativas, com cerca de 79% das empresas a considerarem uma situação “pior ou muito pior” e 18% uma conjuntura “igual”.

Financiamento com “spread” acima de 5%

As empresas preveem umaevolução negativa da sua situa-ção financeira em 2013.

Cerca de 57% referem pagar,em média, taxas de juro no in-tervalo “5%-7,5%”. As “micro”(38%) e as “pequenas” empre-sas (35%) referem “spreads” su-periores a 5%.

As dificuldades de acesso aocrédito são referidas por cerca de metade das empresas, tendo45% das empresas considera-do que nos últimos seis meses o acesso ao crédito bancário se tornou mais restritivo e 70%das empresas consideraram ocusto do crédito bancário mais caro.

INQUÉRITO À ATIVIDADE EMPRESARIAL 2012 DA AIP CONCLUI

Empresas com situação fi nanceira mais difícil

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 7

ATUALIDADE

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Pagamento faseado de subsídios

com impacto na tesouraria das empresas

A AIP alerta para o impacto na tesouraria das empresas do pagamento faseado dos subsídios de Natal e de férias.Recorde-se que a proposta de lei n.º 110/XII/2ª que o Governo apresentou à Assembleia da República prevê que metade dos subsídios de férias e de Natal seja pago em duodécimos ao longo de 2013. A AIP constata que “a antecipação de rendimentos para as famílias e de coleta de IRS pelo Estado tem como consequência um aumento das necessidades de tesouraria das empresas”.“Apesar de compreender a urgência de medidas de consolidação orçamental, a AIP não pode deixar de lamentar que, mais uma vez, se aumente a pressão sobre a tesouraria das empresas, já fortemente debilitadas pela redução acentuada do fi nanciamento bancário”, conclui.

Inovapotek entra no mercado suíçoA Inovapotek, uma “spin-off ” da Universidade do Porto, acaba de ver reconhecida a sua exce-lência científi ca ao ser escolhida para realizar um estudo, a iniciar brevemente, para uma presti-giada empresa suíça da indústria cosmética, que terá com objetivo avaliar a efi cácia de um pee-ling facial inovador. A empresa tem já cerca de 40% do seu volume de negócios nos mercados externos.

MCoutinho abre loja automóvel no Dolce Vita PortoO grupo MCoutinho abriu uma loja automóvel no centro comercial Dolce Vita Porto. Além da exposição de viaturas novas e venda de mer-chandising das marcas, o grupo de retalho automóvel dedica um espa-ço exclusivo ao após-venda, onde comunica a nova política comercial focada na idade da viatura: “Mais Anos Mais Descontos”.

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Os temas fundamentais sobre a sustentabilidade, como as infraestruturas, arquitetura, urbanismo, energia, água, mobilidade, cultura, vão fazer parte da agenda do Fórum Mundial sobre Cidades e Desenvolvimento Sustentável, a realizar no Porto, em 2013. A iniciativa parte de Amalio de Marichalar, do Fórum Mundial Lisboa 21, e conta com o apoio do Foro Mundial de Soria. O Fórum Mundial Lisboa 21 sobre Água, Energia e Desenvolvimento Sustentável reuniu mais de 700 participantes em Lisboa.

“O Porto pode-se diferenciar de outras iniciativas muito louváveis na Europa ao oferecer condições privilegiadas, desde logo por ser uma cidade aberta, com rio e cos-ta de mar” – explicou Amalio de Marichalar, na Aimmap, associação que representa os industriais de me-talurgia e metalomecânica.

O Porto reúne uma série de ca-racterísticas muito importantes no que deve ser aposta para uma cida-de moderna, aberta ao Atlântico, e onde as novas tecnologias, o desen-volvimento, a inovação empresarial estão intimamente ligados à cidade para promover as condições neces-sárias e solicitadas pelo atual movi-mento migratório.

A ideia de debater as cidades e o desenvolvimento sustentável surge na sequência da Cimeira Rio+20. Conforme destacou Amalio de Ma-richalar, o tema da cidade responde a necessidades concretas, pois mais de 50% da população mundial re-side em cidades.

“Trouxe também do Rio de Ja-neiro um resumo muito concreto do que deve ser a aposta das em-presas nesta área. Há já soluções em aplicação e muitas em investigação, soluções práticas do que significa o desenvolvimento humano e pen-

sando na pessoa como principal valor para quem temos de trabalhar e proteger e incorporando as novas tecnologias e a inovação. Devemos dar esse salto qualitativo em bene-fício da humanidade” – sublinhou Amalio de Marichalar. A cidade é encarada como uma proposta prá-tica e necessária para a sustentabi-lidade.

Esta iniciativa materializa a estra-tégia Rio+20+1, dando visibilidade externa à cidade do Porto e a Portu-gal. O objetivo é a concertação de

esforços entre a sociedade civil e as instituições. Para Amalio de Mari-chalar, o Fórum Mundial do Porto pretende dinamizar a inovação e a iniciativa das empresas para atrair fundos e projetos específicos. “O novo paradigma de desenvolvimen-to constitui uma oportunidade” – salienta.

Cultura é determinante

Na perspetiva defendida pelo

Presidente do Fórum Mundial de

Soria, a cultura é a melhor heran-ça moral da sociedade e o quarto pilar de desenvolvimento susten-tável. O objetivo é unir ao plano económico, social e ambiental a vertente da cultura, que funciona como agregador dos outros três pilares.

“Fomos apresentar esta proposta no Rio de Janeiro, tendo sido espe-cialmente bem recebida pelos inter-venientes” – acrescentou.

Como exemplo, apontou o caso da Unesa, que reúne as principais

empresas elétricas espanholas. Esta entidade enviou ao Fórum de Lis-boa uma carta oficial em que subs-crevia a proposta da cultura como quarto pilar, inovador e estratégico.

“Teremos uma saída, se tivermos clarificado um horizonte certo e o compromisso de trabalhar firme-mente tanto por causa da nossa realidade com os problemas que surgem à nossa frente, mas também clarificando um futuro que passa desde logo por uma nova perspetiva de desenvolvimento” - referiu.

AMALIO DE MARICHALAR DESTACA PAPEL DAS EMPRESAS E O VALOR DA CULTURA

Porto vai debater cidades e desenvolvimento sustentável

ATUALIDADE

Tráfego de passageiros nos aeroportos cresce 7,5% O tráfego de passageiros nos aeroportos ANA durante o mês de novembro de 2012 revelou um crescimento de 7,5 % (+119 mil passageiros) em relação ao mesmo período do ano transato, com destaque para o crescimento do tráfego regular, nomeadamente o segmento LCC (+71,7 mil passageiros).

IEFP vai contratar 900 docentesO IEFP abriu um concurso de contratação de 900 docentes e formadores. O prazo de candidaturas decorre de 19 a 21 de dezembro de 2012. São des-tinatários deste concurso os docentes com vínculo ao Ministério da Educa-ção e Ciência (MEC), com 22 horas letivas, e os formadores devidamente qualificados e certificados sem vínculo à Administração Pública.

8 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

Rafael Campos Pereira, Aníbal Campos, Amalio de Marichalar e João Luis de Sousa, durante o debate com os industriais de metalomecânica.

Empresas com responsabilidade acrescida

Para Amalio de Marichalar, as empresas já têm um papel de liderança na sustentabilidade.“Os empresários têm uma responsabilidade cada vez maior, mas todos em comum, a sociedade civil, as universidades, os meios de comunicação, temos de compartilhar um diálogo profundo sobre como podemos melhorar para o bem comum e de um interesse real da sociedade, contribuindo para a paz e a segurança” – disse Amalio de Marichalar. “Se estamos no século XXI, é evidente que o discurso da política tem de dar passos em frente para se adaptar aos tempos de hoje. Há que entender o que é hoje a democracia, a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável, como suporte de regeneração do que é a nova democracia” - acrescentou. “Se avançamos em tantas coisas, porque não

avançamos nos modos e formas de construir a democracia? O importante é que todos queiramos debater e dialogar. Isso parece-me importante” –

disse Amalio de Marichalar.Tanto nos países em que é iminente uma jovem democracia como em democracias avançadas,o diálogo e o caminho lógico para melhorar o seu sistema de vida. “Creio que na base de qualquer político estão as pessoas. A base deve ser pôr-nos em contacto, melhorar a comunicação entre as pessoas e advertir o que queremos para as nossas empresas, os nossos políticos, a nossa sociedade civil, como podemos regenerar a nossa sociedade, onde podemos incorporar os avanços e a sabedoria adquirida, a importância da universidade” - referiu. A universidade é um eixo verdadeiramente universal, é uma fonte de conhecimento, de investigação. “É importante a ligação das universidades com as empresas, fazendo acordos de cooperação”- acrescentou.

Amalio de Marichalar afirma que as empresas já têm um papel de liderança no desenvolvimento sustentável.

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“A cultura dominante na região do Doutro é definitivamente o vinho, mas há uma série de ou-tras culturas que têm a ver com a especificidade do território, do terreno propriamente dito, mas também todas as questões climá-ticas que permitem as diferentes culturas associadas às culturas mediterrânicas, próximas da vi-nha” – afirmou Manuel Cabral, presidente do IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.

Em Portugal, esquecemo-nos que o Douro tem 900 km. “Cos-tumo dizer que o Douro é um rio civilizacional, nas suas mar-gens foram nascendo civilizações e o vinho tem uma importância muito grande e em Espanha tam-bém tem esse papel” - referiu.

Para Manuel Cabral, não há nenhuma competição entre o rural e o urbano. Só pode haver complementaridade.

Há funções económicas e de lazer que as cidades cumprem e que os territórios rurais não cumprem, nem devem cumprir, porque têm outras funções, que devem ser tratadas em termos de complementaridade.

Turismo tem potencial

O turismo no Douro é uma atividade relativamente recen-te que surge com características completamente diferentes. As pessoas, cada vez por períodos mais curtos, estão mais infor-madas, vêm com um programa bem definido e querem vertentes diversas. E querem uma outra coisa que o vinho, a paisagem e o território dão, que são sensações. “O turista hoje move-se por sensa-ções” - referiu. Estamos também a falar da gastronomia. Há aqui um trabalho muito grande a fazer de complementaridade entre os dife-rentes territórios e acho que isso é um aspeto muito importante.

Diversificação é necessária

“Se pensarmos na antiga clas-sificação económica, primária, secundária e terciária, vemos que o turismo tem os três. O turismo vitícola tem o primário, que é agricultura, tem o secundário, a indústria do turismo e do vinho, e depois também tem os serviços.

Quando falamos em turismo es-tamos a falar em diversificação da atividade económica. Faz-me algu-ma confusão quando falamos em

empreendedorismo sem falarmos em vinho. Num território que tem uma matriz tão marcada ligada à vinha e ao vinho como é o Douro, nós dificilmente podemos pensar em muitas outras atividades. Nos próximos anos, uma grande parte das atividades irá estar ligada ao vi-nho, incluindo o turismo.

Quando a UNESCO, em 2001, classifica o Douro como património mundial, classifica o Douro Vinhateiro. Há aqui uma matriz vinha e vinho que marca o território. “É esta complemen-taridade entre a natureza e o ho-mem ao longo das gerações que faz com que a natureza reconheça que há ali elementos culturais, ancestrais que são efetivamente únicos no mundo” - referiu.

A classificação do Douro é como paisagem cultural, evolu-tiva e viva. É um território onde vivem pessoas, e para que elas vivam têm de ter actividade eco-nómica, ou seja, têm que trans-formar o território.

Quando as pessoas mexem e transformam o território, porque é preciso adaptar novas técnicas de produção, obviamente que é preciso manter o que é essen-cial para manter a identidade, ou seja, os territórios têm de ter uma identidade própria que de-pois têm de elevar aos próprios vinhos.

Sustentabilidade deve partir das empresas

“A ótica da sustentabilidade

para o consumidor é fundamen-tal, mas deve partir dos operado-res” – considera João Paulo Aze-vedo.

O diretor da empresa de ma-rketing DMP-ASO afirmou que existem bons exemplos no setor dos vinhos. A campanha “Beba Moderadamente” e outras seme-lhantes são exemplo de como a nível institucional há a necessida-de de sensibilizar o consumidor para o tema da sustentabilidade.

Cabe às empresas, às institui-ções e aos consumidores esta partilha de opinião. Por um lado, pela sensibilização – no caso das empresas, devem sensibilizar dois tipos de público: o público exter-

no, ou seja, os consumidores, e o público interno.

É importante a classificaçãoe qualidade dos produtos em si,para que consumidor esteja me-lhor informado para o consumoe também que as suas própriascampanhas de comunicação pos-sam refletir estas preocupações.

Para os públicos internos, uma empresa deve ter os chefes de vendas, equipas de vendedores, e departamentos internos, sen-sibilizados para as questões das boas práticas ambientais dos seusprodutos. “Empresas inteligentes são empresas que têm uma ati-tude pró-ambiental, pró-susten-tabilidade. O marketing interno também é fundamental numa perspetiva de uma comunicaçãoeficaz” – acrescentou João Paulo Azevedo.

China não segue as mesmas regras

Para Aníbal Campos, se a China

assumir de forma crescente o co-mando do mundo no plano econó-mico, estaremos perante um novo fator de incerteza. Para além da capacidade industrial e da vocação exportadora, a China já é um dos maiores credores da dívida pública norte-americana.

“Temos de procurar as respos-tas depressa” – afirmou Amalio de Marichalar. A cultura da China é o fator mais desconhecido para os ou-tros países. Incrementar o diálogo devera constituir a peça básica. Mas Amálio de Marichalar também ad-mite que parte da resposta está em nós próprios e na capacidade em reconhecermos os nossos erros.

A Europa aposta nas suas polí-ticas comunitárias, que são todas transversais e a favor da sustenta-bilidade. Mas a China não tem as mesmas regras que os ocidentais. Os problemas de direitos huma-nos e falta de condições laborais criam uma situação de benefício sob a forma de preços baixos mas prejudicam os valores éticos e in-viabilizam a indústria dos países ocidentais.

Indústria encontra novos caminhos

“A Aimmap é uma associação que

representa um conjunto muito lar-go de empresas de um sector estru-turante da economia portuguesa, que é a indústria metalomecânica. Temos muitas empresas altamente exportadoras, que se diferenciam” – referiu Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Aimmap. “Tal-vez por falta de apoio por parte da classe política, a indústria metalo-mecânica há muito tempo cons-truiu uma capacidade de resistência às adversidades” – referiu. “Houve a consciencialização de que, mais importante que as políticas, muitas vezes vagas e eleitoralistas, se torna-va necessário encontrar o caminho que estava em nós próprios, nas entidades de suporte que o próprio setor foi construindo, como é o caso das associações, do centro tec-nológico, do centro de formação. Existe um conjunto de entidades que ajuda as empresas deste setor a implementar as suas estratégias de crescimento” - acrescentou.

Science4you desenvolve projeto para a União EuropeiaA Science4you, em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, está

a desenvolver o projeto “A União Europeia: Cultura e Cidadania”, que preten-de levar materiais didáticos sobre as várias vertentes da União Europeia às

escolas e instituições seniores, com especial enfoque na cultura e cidadania.

MANUEL CABRAL, PRESIDENTE DO IVDP, DESTACA FUNÇÕES COMPLEMENTARES

“Não há nenhuma competição entre o rural e o urbano”

EFAPEL e Kaizen Institute aplicam melhoria contínua A EFAPEL está a desenvolver um projeto de melhoria contínua com a colaboraçãodo Kaizen Institute Portugal. Esta é a segunda vez que esta empresa de fabrico de produtos para instalações elétricas e calhas para instalações domésticas e industriais colabora com o Kaizen Institute Portugal, depois de uma parceria inicial estabelecida em 2001.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 9

Manuel Cabral, presidente do IVDP, com Amalio de Marichalar e João Paulo Azevedo.

Vinhos são exemplo de sustentabilidade

O setor dos vinhos envolve a vertente da saúde, tecnologia, inovação, bem como as novas propostas de desenvolvimento.”É uma indústria ancestral e moderna, mas envolve um fator cultural diferenciador” – disse Amalio de Marichalar. É um exemplo do quarto pilar da sustentabilidade, como agregador dos fatores económico, social e cultural. “O vinho é o condutor de toda a região, tem todos os intangíveis necessários para desenvolver qualquer proposta moderna de progresso, recorrendo e conservando e potenciando o melhor da sua história” - referiu.

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Espanha decide não pedir ajuda externaO Governo espanhol tomou a decisão de não solicitar ajuda ex-terna, não descartando a hipótese de poder vir a recorrer a ela mais tarde. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que é favorável a uma supervisão bancária única, medida que será implementada a partir de março de 2014, com o objetivo de aumentar a confiança no setor.

Juros da dívida aliviamAs “yields” das obrigações portuguesas continuam a aliviar. A taxa a 10 anos já se encontra mesmo abaixo dos 7%. A taxa de juro implícita nas obrigações portuguesas a dois anos desce 19,4 pontos, para 3,409%, enquanto o juro da dívida a cin-co anos cai 10,8 pontos base, para 5,156%, o valor mais baixo desde dezembro de 2010.

A Comissão Europeia deu a conhecer uma recomendação que se traduz em medidas destinadas a encorajar os países terceiros a aplicarem normas mínimas de boa governação em matéria fis-cal. Será uma possibilidade das perdas fiscais dos Estados-Mem-

bros serem reduzidas, bem como os custos administrativos supor-tados pelas administrações fiscais e os custos de conformidade que incidem sobre os contribuintes.

Um país terceiro só respeita as normas mínimas quando tiver adotado medidas legislativas, re-

gulamentares e administrativas destinadas a cumprir as normas de transparência e de troca de in-formações e não aplique medidas fiscais prejudiciais em matéria de fiscalidade das empresas. As me-didas fiscais que prevejam níveis efetivos de tributação substan-

NO ÂMBITO DO COMBATE À FRAUDE E À EVASÃO FISCAIS

Bruxelas quer regras mínimas

de boa governação fiscal

PUB cialmente inferiores aos aplicados num país terceiro – nomeada-mente uma tributação à taxa zero – devem ser consideradas poten-cialmente prejudiciais. Um tal nível de tributação pode resultar da taxa nominal de imposto, da matéria coletável ou de qualquer outro fator pertinente.

Os Estados-Membros devem adotar listas negras de países terceiros que não cumpram nor-mas mínimas a nível fiscal e as mesmas devem fazer referência à recomendação emanada por Bruxelas. Por sua vez, cada Esta-do-Membro que tenha celebrado uma convenção em matéria de dupla tributação com um país terceiro não cumpridor das nor-mas – em função do que conside-re mais adequado para melhorar o respeito dessas normas pelo re-ferido país terceiro – de procurar renegociar, suspender ou denun-ciar a convenção.

A recomendação diz ainda que os Estados-Membros de-vem considerar a possibilidade de uma cooperação mais estreita e de assistência aos países tercei-ros, especialmente os países em desenvolvimento, que se com-prometem a cumprir as normas mínimas, a fim de ajudar esses países terceiros a combaterem efi-cazmente a evasão fiscal e o plane-amento fiscal agressivo. Para esse efeito, poderão destacar peritos fiscais nesses países por um perí-odo limitado. Enquanto um país terceiro beneficiar de apoio e re-alizar os progressos esperados no sentido da conformidade com as referidas normas mínimas, os Es-tados-Membros deverão abster-se de aplicar medidas, sem prejuízo de renegociar as convenções em matéria de dupla tributação.

De salientar que a recomenda-ção tem a preocupação de definir claramente as normas mínimas de governação no domínio fis-cal relativas à transparência e à troca de informações e ainda às medidas prejudiciais, bem como um conjunto de medidas a tomar em relação aos países terceiros, tendo por finalidade encorajar os mesmos a cumprirem a referidas normas.

ATUALIDADE

10 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

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ATUALIDADE/Opinião

NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS NO SITE VIDA ECONÓMICAwww.vidaeconomica.pt

MARCAS PORTUGUESAS NO ESTRANGEIRO, O QUE

FAZER? - ANTES DE EXPORTAR, HÁ QUE REGISTAR

É essencial que as empresas portuguesas tenham uma política interna de proteção da sua propriedade industrial (marcas, desenhos ou modelos, patentes), inserindo-a no dia a dia das suas empresas, como um dos alicerces para a inovação e crescimento e considerando estes activos como bens da empresa.

COMO POUPAR NA FATURA ENERGÉTICA DO CONDOMÍNIO?

É incontestável que o mercado de mobilidade tem vindo a ressentir-se com o arrefecimento da construção civil, com efeitos no decréscimo das vendas de novas instalações. As empresas do ramo dedicam-se, em especial, às atividades de manutenção e reparação face à procura dos clientes, cuja preocupação é manter os equipamentos existentes nas melhores condições possíveis.

O OE 2013! A AUSTERIDADE! A RECESSÃO! QUE FUTURO?

A Proposta de Orçamento de Estado para 2013 fica claramente marcada pela palavra “Austeridade” e segundo dados veiculados pelo próprio FMI coloca o país como o segundo do mundo com maior aumento de impostos nos últimos 3 anos, com um agravamento de carga fiscal que representa 2,8% do PIB, apenas atrás da Argentina, e que o aproxima dos países com maior carga fiscal ao nível da tributação do rendimento.

O QUE NOS FAZ FALTA?

Olhar a conjuntura económica, olhar o Mundo, olhar o País, olhar o Amigo, olhar o Vizinho, olhar-nos a nós próprios.O que nos faz falta? Questão de simples resposta: emprego, poder de compra, poupança, investimento… Todo um conjunto de definições económicas e de fácil entendimento.Oportunamente cantaria: “O que faz falta é agitar a malta!”, “O que faz falta é libertar a malta!”.

REVOLUÇÃO NOS PORTOS E AEROPORTOS

BRASILEIROS BRINDARÁ OPORTUNIDADES

DE NEGÓCIO

O Governo brasileiro anunciou no último dia 6 de dezembro um ambicioso pacote de medidas que revoluciona por completo as regras do setor portuário, abrindo a exploração dos portos à iniciativa privada. A partir de agora, empresas de qualquer segmento poderão investir em terminais portuários.

ANA SAMPAIOAgente oficial de propriedade industrial e chefe do Cabinet JE Dias Costa

JULIO ARCEDirector Técnico Schindler

HUGO HENRIQUESTax Senior ManagerBCAAC

PATRÍCIA VALENTEEZ.BIZ – Soluções Empresariais, Lda

EDUARDO DE PROFT CARDOSOSuchodolski [email protected]

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 11

Vendas DOC Douro crescem acima do Vinho do PortoA pouco menos de um mês do final do ano, o IVDP já apurou que, em 2012, as vendas de Vinho do Porto aumentaram subiu para 308,7 milhões de euros, equivalentes a um crescimento de 1% e a uma subida de 0,9% no preço médio. Para o DOC Douro, o volu-me de negócios cresceu 37,1 milhões de euros, representando um aumento de 9% e um crescimento de 1,4% no preço médio.

Grupo Dachser adquire totalidade da AzkarO Grupo Dachser – presente em Portugal através da Dachser Portugal – acaba de adquirir a Azkar, uma das maiores empre-sas de logística da Península Ibérica. O investimento efetuado vem fortalecer a rede de transporte terrestre europeia, e, em particular, a ibérica, reforçando a posição da Dachser como um dos maiores grupos logísticos a operar no território português.

Eu gostaria que o leitor se colocasse na posição de contemplar o cenário de inúmeros filmes americanos a serem exibidos em uma pequena cidade no interior do país após a saída da empresa mais importante da localidade, os arbustos secos que rolam ao sabor do vento, a sujidade nas ruas, as lojas fechadas, as casas meio abandonadas, a idade avançada dos habitantes, tristeza permanente da cena, etc. É a visão (exagerada de minha parte, confesso) de uma economia baseada em serviços e sem atividade industrial.

Utilizo esta imagem como introdução para um apelo à necessidade de um novo compromisso de industrialização avançada de nosso país. Além da nossa forte tradição industrial, da capacidade de transformação em vários setores, das competências essenciais que podem gerar competitividade futura, etc, existe uma série de razões que nos levam a desenvolver uma nova transformação económica, onde a indústria transformadora desempenha um papel importante.

As áreas mais competitivas do mundo são aquelas com uma forte presença da indústria transformadora avançada nas suas economias, já que essa indústria é o principal motor de criação de riqueza.

As empresas industriais geram em média (de acordo com um

estudo realizado pela HBS) entre 2 e 5 postos de trabalho no resto da economia, constituem a parte mais significativa do comércio mundial (crítico para gerar um excedente que ajude a financiar o custo da importações), contribuem para os ganhos de produtividade do país, com resultados benéficos para o resto da economia são o principal investidor em investigação aplicada e inovação, e são a principal fonte de desenvolvimento de serviços de valor acrescentado que geralmente geram um menor número de empregos, mas altamente qualificados.

Hoje existe um clamor na maioria dos países avançados a favor o desenvolvimento da capacidade de transformação do tecido industrial, muito influenciado pela crise financeira global. Alguns factos estão a comprovar essa ideia. Os países e regiões que estão a ter um melhor comportamento neste cenário são aqueles que têm uma base de exportação para as de produtos industriais com alto valor acrescentado: Como exemplos podemos citar: o crescimento da China tem uma forte componente centrada na indústria para os mercados externos. Nos Estados Unidos é lançado o programa “Made in America” para tentar recuperar uma parte ou todos os cinco milhões de empregos perdidos na indústria desde 2002.

Na minha opinião, estamos a assistir a uma nova era para a indústria transformadora no País Basco. Devemos desenvolver e implementar uma estratégia integrada de atividade industrial, inovação, educação e investigação que tenda a criar uma indústria transformadora de alto valor acrescentado, integrando novas tecnologias e modelos de negócios, orientada para competir a nível global.

Partimos de uma importante base de empresas industriais com uma crescente competitividade internacional, mas devemos incorporar capacidades de desenho, passando de uma indústria de processo para uma indústria capaz de fornecer soluções integradas e produtos, intensificar o conhecimento dos clientes finais (não ser apenas subcontratada), incorporar tecnologias emergentes para fabricação (bits, genoma, nano, limpas), aumentar a cooperação, desenvolver eficientes tamanhos mínimos eficientes para competir, etc.

Este é o momento de fazer apostas sérias para o futuro. O nosso país é obrigado a aumentar a capacidade de competir globalmente com o apoio da indústria transformadora avançada valor acrescentado. Eu não gostaria de ver o filho de Javier Bardem fazer um “remake” de “Não é um país para velhos” no País Basco. O atual cenário não é aquele que devemos deixar às gerações futuras.

As organizações estão a adquirir uma nova consciência de como a gestão das suas pessoas pode mudar os seus resultados a partir deste momento. Todas têm uma ambição comum, a de ter resultados mais positivos, pelo que hoje é crescente o número de organizações que acredita que os resultados financeiros são o reflexo de um maior investimento no desenvolvimento dos seus talentos. Para aumentar a performance das equipas existe um conjunto de factores demasiado importantes que constituem a visão diária da gestão de topo: a criação de condições favoráveis à criatividade, ao compromisso, à promoção de um clima de confiança e de trabalho de equipa, e o investimento no desenvolvimento pessoal de cada colaborador. Descobrir o talento inato em cada uma das suas pessoas e promover o seu crescimento é, com certeza, o primeiro passo a tomar.

Um líder é aquele que desenvolve ao longo das suas relações interpessoais uma eficácia pessoal associada às suas competências técnicas e conhecimento do seu negócio. A eficácia pessoal influencia a forma como um líder decide, como organiza, como motiva e inspira as pessoas à sua volta, como interage com elas e como cria estratégias para suportar a pressão e as adversidades que o desafiam no seu dia-a-dia.

Liderança é sinónimo de investimento num autoconhecimento crescente desenvolvendo respostas que reflictam nas suas ações autenticidade, foco, clareza, criatividade para inovar, energia e inteligência emocional e social. A liderança não é um processo estanque, mas de procura de novas informações e de aprendizagem contínua. Os verdadeiros líderes aprendem a partir da sua própria experiência, uma verdade identificada pelo Centro de Liderança Criativa (EUA). Pequenos desafios, embora bastante trabalhosos, que fomentem a resiliência, a gestão positiva das emoções, mindfulness e o sentimento de co-responsabilidade partilhado por todos os protagonistas da organização. A abertura e a confiança são a alma do negócio, sendo que as equipas com elevado nível de performance partilham, acima de tudo, da mesma visão e objectivos para a organização. Estão juntas no mesmo caminho a percorrer.

O sucesso é um desafio constante. Há que procurá-lo na vida, identificando os talentos intrínsecos a cada um, procurando a felicidade no desempenho do trabalho e descobrindo o sentido que move o nosso mundo e o de quem nos rodeia. Quanto maior a inteligência emocional que temos na relação com as pessoas da nossa equipa, maior a realização que sentiremos ao final do dia. Este é um desafio a ser levado a sério.

Uma nova reviravolta na reindustrialização do País Basco

O poder da liderança positiva

SABIN AZUA Managing Partner da Estratégia I B +www.bmasi.net

FRANCISCO LOPES DA FONSECA CEO da Mind Source

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A maior parte das pequenas e médias empresas têm dificuldade em lidar com a Justiça. São credores ou devedores, acham que têm direitos contratuais que não foram respeitados pela outra parte, sofreram prejuízos. A acreditar em estudo e inquérito estatístico recente, acreditam na seriedade e qualidade dos juízes, mas, devido ao tempo que demoram as decisões e aos seus custos, abdicam de exercer os seus direitos. E consideram a Justiça o segundo mais preocupante problema que enfrentam na vida empresarial.

Por outro lado, em muitas situações em que decidiram recorrer aos tribunais estão frustrados e não sabem como terminar, após muitos anos a aguardar sentença final. E aproxima-se o mês de Março de 2013, período até ao qual, se processos judiciais forem terminados por acordo, não há que pagar custas judiciais.

Foi por isso que, na minha qualidade de sócio fundador de PLMJ, que há quase 40 anos me dedico a litígios judiciais, decidi lançar um serviço a que chamámos a “Efficient Litigation Risk Assessment”. Do que se trata é de formar para cada caso uma equipa, com advogados

PLMJ especializados em todas as áreas jurídicas, formada e coordenada por mim, para analisar qualquer caso/litígio, calcular os riscos associados ao processo e estudar alternativas para a sua resolução.

Nalguns casos, o nosso apoio será para a decisão sobre ir ou não para tribunal e antecipando os probabilidades de sucesso. Noutros casos, em que os processos já estão em tribunal, faremos a mesma análise e estaremos até disponíveis para o fazer a pedido dos advogados de ambas as partes e, naturalmente, de forma confidencial. Este serviço fica disponível a pedido das empresas, sobretudo PME, e seus advogados habituais, funcionando, na prática, como uma segunda opinião tão habitualmente usada em situações clínicas.

Após o contacto inicial, faremos uma proposta de honorários com um valor fixo para o nosso trabalho. A seguir receberemos a informação e, depois de analisado o caso, apresentamos um relatório que pode ajudar a empresa ou o seu advogado habitual a decidir se é justificado o recurso aos tribunais e, já estando em tribunal, ajudar a que as partes e os seus advogados possam

encontrar terreno adequado para acabar com o conflito, por acordo.

Para montar este serviço pude beneficiar da experiência acumulada de quase 100 advogados que em PLMJ se dedicam a processos judiciais e de todos os outros (mais de 100 também) que trabalham as áreas jurídicas em negociação e redação de contratos, pareceres e outras formas de consultoria. Estou certo de que teremos internamente todas as competências necessárias para cada caso concreto.

Este serviço “Efficient Litigation Risk Assessment” é pioneiro em Portugal, permite poupar tempo e recursos, avaliando antecipadamente os potenciais riscos de um litígio, e concretiza-se através da nossa colaboração com os serviços jurídicos internos das empresas, seus advogados habituais, e na falta deles, com a própria equipa de gestão.

Espero sinceramente que deste modo estejamos também a contribuir para a maior eficiência do sistema judicial e para que esta minha ideia – se for reproduzida por outras sociedades de advogados – consiga evitar gastos inúteis em situações em que o litígio não seja manifestamente a melhor solução.

O empresário tem de acelerar as suas decisões…O empresário enfrenta

processos de tomada de decisão complexos.

É sempre mais fácil tomar decisões quando o ambiente económico é mais favorável.

Quando os recursos são mais escassos e as expectativas externas mais duras, o empresário entra por vezes num impasse, optando por adiar sucessivamente as suas decisões.

Há uma maneira clássica que o pode ajudar a tomar decisões. Já viu, certamente, o balanço da sua empresa: do lado esquerdo tem o ativo; e do lado direito o passivo mais a situação líquida. A situação líquida é o resultado da diferença entre o ativo e o passivo.

Utilize a técnica do balanço para tomar decisões atempadas…

Sempre que enfrenta uma decisão – e o empresário está constantemente a ser confrontado com decisões importantes e urgentes – pegue numa folha de papel, desenhe uma linha a meio, e coloque no lado esquerdo a palavra

“Ativo” e no lado direito a palavra “Passivo”.

Do lado do ativo liste todos os elementos positivos - os elementos que podem contribuir para melhorar o ativo da sua empresa, isto é, que lhe criam receita ou um proveito imediato ou potencial. Do lado do passivo liste todos os elementos negativos – os elementos que acarretam um custo, ou uma despesa para a sua empresa, e que, por isso, contribuem para o seu passivo.

Agora, a decisão que tem que tomar parecer-lhe-á muito mais óbvia.

Pode aplicar a técnica do balanço a inúmeras coisas na sua empresa. Aplique-a ao seu produto ou serviço!

Reúna-se com os seus clientes. Ouça com atenção aquilo que eles lhe dizem. Do lado do ativo liste as principais necessidades dos seus clientes, as questões que lhes quer efetuar, os benefícios que quer abordar e porque é que você acredita que o seu cliente lhe irá comprar. Do lado do passivo liste as razões

pelas quais os seus potenciais clientes podem não lhe comprar (as respostas deles e as suas) e quais os obstáculos que podem surgir durante o processo de venda.

O empresário encontra-se, muitas vezes, embrenhado no quotidiano, o que lhe proporciona o refúgio psicológico para não decidir. Os dias passam e anda sempre atarefado. Contudo, não se centra no que é essencial para o seu negócio. Espera que o dia de amanhã seja melhor do que o dia de hoje…

Experimente esta visão clássica. Tome as decisões que tem que tomar. Decidir não decidir – impasse – é, normalmente, a sua pior opção.

O empresário que continua a fazer o que está a fazer no presente irá obter os resultados que está a obter agora. Os resultados só irão mudar se o curso de ação da sua empresa também mudar.

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

A discussão sobre a influência da fiscalidade no financiamento das empresas já é antiga, tendo como principal ponto de referência o trabalho de Modigliani e Miller, no qual se reconheceu a existência de um ganho devido à dedutibilidade dos encargos com juros associados à dívida por parte das sociedades ao seu lucro tributável, ao contrário da utilização de capitais próprios.

Esta distinção, no plano fiscal, entre dívida e capital incentivou uma alavancagem excessiva, o que é um problema que a recente crise financeira internacional evidenciou e potenciou.

No entanto, diversas alternativas foram apresentadas na tentativa de atenuar ou anular a distorção causada, das quais destacam-se o Allowance for Corporate Equity (ACE) e o Comprehensive Business Income Tax (CBIT). A primeira alternativa permite a dedução do custo de oportunidade do capital próprio para efeitos do cálculo do lucro tributável. A segunda não permite a dedução dos juros nem dos dividendos. Apesar de estas alternativas possibilitarem a eliminação da distorção entre as fontes de financiamento da empresa, estes modelos não são inócuos a diversas críticas1.

Em Portugal, esse juro é considerado um gasto para efeitos fiscais [art.º 23.º, n.º 1, alínea c), do CIRC]. Caso a empresa proceda à remuneração de capitais próprios, a regra é a da sua não dedutibilidade, pois estes não são considerados nem como gastos nem como variações patrimoniais negativas, para efeito da determinação do lucro tributável [art.º 24.º, alínea c), do CIRC].

No caso de juros e outras formas de remuneração de suprimentos e outros empréstimos concedidos por accionistas ou sócios, para efeitos de determinação do lucro tributável, os mesmos não são dedutíveis na parte que exceda o valor correspondente à taxa de referência Euribor a 12 meses do dia da constituição da dívida ou outra taxa definida por portaria do Ministro das Finanças que utilize aquele indexante [art.º 45.º, n.º 1, alínea j), do CIRC]. O spread a ter em conta foi fixado pela Portaria n.º 184/2002, de 4 de Março, em 1,5%, tendo sido aumentado, em relação às PME, na redacção que foi dada àquela Portaria pelo art.º 135.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro, para 6%.

A outra limitação em vigor é conhecida como regra de subcapitalização ou de endividamento excessivo, sendo aplicável caso estejamos perante accionistas ou sócios não residentes em território nacional ou em outro EM da UE (art.º 67.º do CIRC).

Verifica-se o endividamento excessivo quando o montante das dívidas seja superior (a qualquer data do período de tributação) ao dobro do montante correspondente à participação do accionista ou sócio no capital próprio da sociedade. Nesse

caso, o juro correspondente à parte considerada como endividamento excessivo não é dedutível para efeitos de determinação do lucro tributável. No entanto, os juros sobre a dívida excessiva podem ser deduzidos, salvo quando a entidade seja residente em país, território ou região com regime fiscal claramente mais favorável, caso o sujeito passivo demonstre, tendo em conta o tipo de actividade, o sector em que opera, a dimensão ou outro critério relevante, e tomando em conta um perfil de risco da operação que não pressuponha o envolvimento de qualquer parte relacionada, que podia ter obtido o mesmo nível de endividamento e em condições análogas de uma entidade independente.

No caso da remuneração de capitais próprios, a regra é, como já se referiu, a da sua não dedutibilidade.

A tributação incide, assim, sobre a totalidade dos lucros obtidos, quer esses resultados sejam retidos quer sejam distribuídos.

No entanto, existe a possibilidade de as PME beneficiarem de uma dedução teórica no IRC, calculada pela multiplicação de uma taxa de 3% sobre o montante das entradas realizadas em dinheiro pelos sócios, no âmbito da constituição da sociedade ou num subsequente aumento de capital, desde que os sócios sejam pessoas singulares, SCR ou ICR. Este regime é aplicado às entradas que ocorram de 2008 a 2013 (art.º 81.º da Lei n.º 67-A/2007, de 31 de Dezembro, e art.º 136.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro) e é considerado como um benefício fiscal, acumulável unicamente com os benefícios à interioridade e sujeito às regras “de minimis” estabelecidas no âmbito da UE.

Em jeito de conclusão, do tratamento fiscal dos juros que se descreveu resulta que o financiamento com capitais alheios é favorecido em Portugal relativamente ao financiamento com capitais próprios.

Com efeito: a) As regras de subcapitalização

não são aplicáveis a residentes em território nacional ou noutro EM da UE;

b) Em relação ao mesmo universo (PME), os suprimentos e outros empréstimos à sociedade podem dar lugar a uma remuneração igual à taxa Euribor a 12 meses mais um spread de 6%, enquanto em relação à entrada de capital em numerário a remuneração convencional do capital social é calculada à taxa de 3%.

1 Para maiores desenvolvimentos sobre as diversas alternativas, veja-se OCDE (2007), Fundamental Reform of Corporate Income Tax. OECD Tax Policy Studies 16.

Licenciado em Gestão pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa (UTL). Finalista da 3ª edição do Mestrado em Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresariais no ISEG. Este texto é uma parte integrante da dissertação de mestra-do, da qual aguardo avaliação.

O tratamento fiscal dos encargos com juros enquanto incentivo

ao endividamento das sociedades

Analisar os riscos de conflitos judiciais e propor soluções

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com

JOÃO PEDRO LEAL GOMESVencedor do Tema Finanças Empresariais*

VENCEDORES DO 8º CTE

JOSÉ MIGUEL JÚDICESócio Coordenador da Área de Prática de Arbitragem PLMJ, Coordenador do Efficient Litigation Risk Assessment.

ATUALIDADE/Opinião

12 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

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As petrolíferas estão em rota de colisão com a Comissão Europeia. Consideram que há tentativas de intervenção para aumentar o pre-ço do carbono e avisam que há o risco de encerramento de estabe-lecimentos não rentáveis. O preço do carbono é baixo porque a pro-cura de quotas é fraca, afirmam os

representantes do setor.A indústria da refinação protesta

contra a multiplicação de regula-mentações propostas por Bruxelas e que terão como consequência, aumentar o custo das suas ativida-des e reduzir as respetivas margens. A Comissão avançou com a pro-posta de congelar 900 milhões de

toneladas de quotas de CO2 colo-cadas à venda na União Europeia para o período de 2013 a 2015, com o intuito de aumentar o pre-ço do carbono, atualmente a um nível muito baixo para financiar os investimentos nas energias reno-váveis. Mas há outros problemas que são apontados por esta pode-

rosa indústria. É o caso de umadiretiva que pretende estabelecerlimites sobre as emissões poluentesnas refinarias. É que vão levar a in-vestimentos de 100 a 150 milhõesde euros naquelas que são mais de-senvolvidas, por ano, aumentando para o dobro nas com piores de-sempenhos.

Petrolíferas contra a intenção de Bruxelas aumentar preços do CO2

Vendas automóveis europeias caem pelo 17º mês consecutivo

O mercado automóvel euro-peu continua a defrontar-se com grandes dificuldades. Com ní-veis de produção excessivos já há alguns anos, o setor conta com uma procura cada vez menor. O segmento dos ligeiros de passa-geiros registou nova quebra em novembro, pelo décimo quarto mês consecutivo, com menos 10,3%, em comparação com igual período do ano passado, refere a Associação de Contru-tores Europeus de Automóveis (ACEA).

Foram colocados 11 255 094 veículos quando falta um mês para o encerramento do exer-cício, o que supõe uma quebra deste segmento de mercado de 7,6%, nos 11 primeiros meses. Ainda assim, bastante inferior à quebra que se espera no mer-cado português, fortemente afe-tado pela tributação e pela fraca procura. A situação é particular-mente grave nos mercados em que se verifica uma crise sobera-na, em resultado das medidas de austeridade.

No espaço da União Europeia, a principal exceção respeitou ao Reino Unido, cujas vendas cresceram mais de 11%, em no-vembro, enquanto os restantes mercados de grandes volumes assistiram a descidas, como foram os casos da Alemanha (com menos 3,5%), da França (-19,2%), da Itália (-20,1%) e da Espanha (-1,7%). De Janei-ro a novembro o cenário não foi diferente, com o Reino Unido a surgir como o único grande mercado em expansão (mais 5,4%), enquanto a Alemanha (-1,7%), a Espanha (-12,6%), a França (-13,8%) e a Itália (-19,7%) apresentaram uma contração nas respetivas vendas de ligeiros de passageiros.

ATUALIDADE/Internacional

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 13

Transferências dos emigrantes mais elevadas do que o previstoAs transferências de dinheiro dos emigrantes para os países em desenvolvimento deverão sermais elevadas do que o esperado, cifrando-se em mais de 406 mil milhões de dólares. Ainda que a crise na Europa tenha travado os fluxos para a África negra. Face ao ano transato, estas trans-ferências deverão crescer a um nível mundial de 6,5% de acordo com as estimativas do Banco Mundial. Em muitos casos, trata-se de uma bóia de salvação para as famílias mais desfavoreci-das e são recursos de divisa estrangeira que entram em numerosos países pobres.

Indústria europeia sai da criseA indústria tem sido durante a forte crise que se arrasta há mais de quatro anos o setor a sofrer com mais intensidade o rigor da estagnação económica. Agora começam a surgir indicadores mais animadores e que apontam para que a indústria europeia saia da crise. A Alemanha, a França e a Itália sofreram uma quebra na produção industrial entre 15% e 25%, mas estão a iniciar uma fase de recuperação, de acordo com os últimos indicadores. A Espanha, em particular, levanta preocupações. A recuperação tarda em chegar, havendo mesmo uma tendência contrária.

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TERESA [email protected]

Vida Económica – Tomou posse em abril, depois de um processo eleitoral renhido, com duas listas concorrentes. Quais são os grandes desafios para este mandato?

Fernando Capela – De facto, foi um processo eleitoral renhido. Tínhamos noção que pela frente o desafio seria enormíssimo, primeiro porque o caminho que foi seguido, financeiramente, não foi o melhor. Fizeram--se investimentos que, na minha perspetiva, não traziam retorno em termos de rentabi-lidade. Também percebi – todos percebe-

ram – que estávamos a caminhar para uma crise que acabava por dificultar ainda mais a situação. Os produtores estão a atravessar algumas dificuldades. O meu maior desafio neste momento é, em primeiro lugar, em termos de organização e gestão da Agros, mas, também, das empresas participadas, algumas delas em dificuldades.

VE – Está a referir-se à Naturar?FC – É uma delas. Essa é a que está em

pior situação.

VE – A Naturar é para encerrar?FC – Neste momento, ainda tenho al-

guma dificuldade em responder-lhe qual o caminho. A situação é muito complicada. É preciso termos a noção da situação e da dificuldade que é assumir, neste momento, o passivo.

VE – Não têm tido contactos com po-tenciais investidores?

FC – Temos. Temos tido alguns contac-tos, mas quando as pessoas veem a dimen-são do passivo...

VE – Qual é o montante do passivo?FC – Preferia não falar. Há ali várias si-

tuações.

VE – Para além da Naturar, quais são as outras empresas em situação com-plicada?

FC – A Prodística será a que, em termos do grupo Agros, está bem e que, desde iní-cio, teve sempre uma gestão equilibrada. Temos em dificuldade o laboratório Sega-lab e a Agros Comercial e a Ucanorte. O laboratório presta um serviço à produção. E

SEGALAB, AGROS COMERCIAL E UCANORTE EM DIFICULDADE

Agros reorganiza atividade do e admite encerramento da Na A cooperativa leiteira Agros, sediada em Vila do Conde e que, com a Proleite e a Lacticoop, constituem a base acionista da Lactogal, está a reorganizar a atividade após a agitação do último processo eleitoral. E, atendendo à “dimensão do passivo”, admite vir a encerrar a Naturar (produtos frescos), localizada em Arazede, Montemor-o-Velho.Em entrevista à “Vida Económica”, o novo presidente, Fernando Capela, lamenta alguns investimentos passados e “o caminho que foi seguido”, “sem retorno em termos de rentabilidade” para o grupo. O futuro passa por uma Agros “equilibrada em termos de gestão” e que, apesar da conjuntura interna e externa, garanta “as melhores soluções para os produtores”.

“Os produtores de leite estão a atravessar dificuldades. O meu maior desafio é em termos da orga-nização e das empresas participadas”, revela Fernando Capela à “Vida Económica”.

Além da Naturar, temos em dificuldade o laboratório Segalab, a Agros Comercial e a Ucanorte”

“Helpdesks” da Fujitsu recebem mais de 50 mil chamadas por diaOs “helpdesks” europeus da Fujitsu tratam, em média, uma chamada de assistência a cada dois segundos, 365 dias por ano. Com mais de 3,3 milhões de clientes a receber suporte, o utilizador típico solicita assistência a cada 60 dias. O pessoal de “helpdesk” da Fujitsu recebe uma média ligeiramente superior a 50 mil chamadas por dia, sendo o problema mais comum o esquecimen-to de palavras-passe.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

“Se não fosse a Lactogal, já não tínhamos produção de leite em Portugal”

O presidente da Agros continua a “acreditar na produção de leite na região [Norte] e no país”, mas admite que, com a redução das ajudas da nova PAC e o fim das quotas leiteiras em 2015, “alguns produtores de leite irão ficar pelo caminho”.“Neste momento, na Agros, somos pouco mais de 1600, já não somos muitos, mas este processo não é uma escolha. As pessoas que têm condições de estar no mercado continuam, quem não tiver, infelizmente, tem de abandonar”, admite Fernando Capela à “Vida Económica”. Acredita, contudo, que “aqueles que ficarem serão realmente competitivos e irão singrar”.Questionado sobre o projecto Lactogal e se acredita na auto-suficiência do abastecimento de leite à indústria de lacticínios, o presidente da Agros não hesita: “O projeto Lactogal é um sucesso” e “se não fosse a Lactogal, já não tínhamos produção de leite em Portugal”.

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grupo turar

INOVAGAIA INICIA CICLO DE DIPLOMACIA ECONÓMICA REGIONAL COM OS PALOP

Cabo Verde é um mercado seguro e de boas oportunidades

A Inovagaia organizou mais uma jornada de trabalho integrada na temática “Diploma-cia Económica – Promoção e Oportunidades de Negócio”, desta vez relacionada com a economia cabo-verdiana. O encontro contou com a presença da embaixadora de Cabo Ver-de em Portugal, Madalena Neves.

“A valorização dos mercados geradores de oportunidades de negócios, bem como a di-namização do investimento em Villa Nova de Gaia, é um objetivo central”, salientou o pre-sidente da Inovagaia, embaixador Martins da Cruz. É neste contexto que a Inovagaia tem vindo a desenvolver iniciativas de diplomacia económica regional articuladas com as em-baixadas e as câmaras de comércio e indús-tria dos países envolvidos. Martins da Cruz

citou o exemplo anterior dos países árabes e anunciou o ciclo de diplomacia económica regional com os PALOP , desde já com Cabo Verde a que se seguirá Moçambique.

Para o presidente da Inovagaia, o eixo cen-tral destas jornadas de trabalho é o de como fazer negócios em novos mercados.

Por sua vez, a embaixadora de Cabo Verde, Manuela Alves, referiu que este é um país pe-queno que está a registar progressos notáveis, com um crescimento médio do PIB na ordem dos 5% a 6% ao ano. E apontou alguns fato-res de atratividade do investimento: estabili-dade política, económica e social; baixo nível de corrupção; clima ameno durante todo o ano; razoáveis infra-estruturas aéreas, maríti-mas e das telecomunicações; acesso preferen-

cial a certos mercados de África; integração na CPLP; 2º lugar do ranking em África quer em termos de boa governação quer no que toca à qualidade de vida; taxa de câmbio fixa em relação ao euro; posicionamento geoestratégi-co facilitador da circulação de pessoas e bens; legislação atrativa para o investimento estran-geiro; existência dum sistema financeiro com bons níveis de operacionalidade.

O encontro contou ainda com as inter-venções de João Chambre, vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Cabo Verde, Elsa Castro, do Departamento de Ne-gócio Internacional do BES, e Sofia Coelho Pereira, da Sociedade de Advogados Miranda Correia Amendoeira & Associados.

AM.

também estendemos a atividade da Segalab a entidades terceiras, mas não é fácil. O que queremos é que pelo menos a empresa seja equilibrada em termos de gestão.

VE – Admite fechar o Segalab?FC – Já pusemos essa hipótese, mas fo-

mos confrontados com as implicações que isso teria.

VE – E os serviços ali prestados?FC – Parte deles iriam para o Labora-

tório Interprofissional ALIP [em Lousada] e a outra parte seríamos nós a assegurar, prestando serviço aos produtores. O nos-so primeiro objetivo é a organização e as organizações participadas. Claro que este contexto não é o melhor, mas tenho pro-curado as melhores soluções. E não pode-mos esquecer os produtores e que temos um negócio central que é o leite, sendo esse o nosso principal objetivo.

VE – Como tem sido a relação com os produtores, nomeadamente quanto ao preço do leite?

FC – De há alguns anos a esta parte al-gumas cooperativas começaram a perceber que este não era o caminho. Criou-se al-guma deceção, mas o objetivo é chamá--los novamente à organização, integrá-los e fazer-lhes perceber que o grupo é deles e para eles. E o nosso trabalho está focado no interesse de dar as melhores condições aos produtores.

VE – O setor leiteiro está perante de-safios importantes: a nova PAC e a li-beralização das quotas leiteiras a partir de 2015. Que impacto é que isto vai ter na Agros?

FC – Eu diria na fileira, porque todos já percebemos que a nova PAC vai promover um impacto muito negativo no setor da produção de leite. Espero que isso seja di-luído. Nós temos um nível de apoios e se, de um momento para o outro, diminuem é muito complicado. Depois temos a pers-pectiva da liberalização do setor. É mais ou menos assente o fim das quotas e a liberali-zação do mercado. Temos de nos preparar. Nós temos custos de produção muito ele-vados, pouca área, uma tendência muito grande de importação de matérias-primas. Temos de pensar em ter cada vez menos essa dependência do mercado externo. E não é fácil. E quem vai ficar no mercado são os produtores competitivos. As pessoas têm interiorizado que o futuro vai ser esse e temos de ir preparando tereno para, den-tro do possível, termos custos de produção o mais baixos possível e não estarmos tão dependentes dos mercados exteriores em termos de matérias-primas.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 15

Palácio da Bolsa vibra ao som do vinilO Palácio da Bolsa é palco, amanhã, de mais uma Festa Ge-ração Vinil que desafia o público a reviver os maiores êxitos das décadas de 60, 70 e 80 pela mão do quarteto compos-to por Chibanga, Zé Marques Pinto, Pedro Mexia Alves e Mário Carvalho. A iniciativa conta com o apoio da Solverde.

Nespresso inaugura Boutique em CascaisA Nespresso, pioneira e líder mundial no mercado de café pre-mium em cápsulas, acaba de inaugurar mais uma Boutique exclusiva, um investimento que surge no âmbito do plano de expansão da marca para Portugal, a juntar às 10 existentes. A nova Boutique, localizada no CascaiShopping, vem criar 23 no-vos postos de trabalho.

Cabo Verde apresenta um crescimento médio do PIB de 5% a 6% ao ano.

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A Polónia é o país da União Europeia com a proporção mais elevada de jovens que recebem formação universitária – destaca Bronisław Misztal. Em entrevista à “Vida Económica”, o novo embaixador da Polónia em Lisboa aponta a expansão do ensino universitário como o grande impulsionador do crescimento sustentado da Polónia.Com uma rede de cerca de 400 escolas, o ensino superior inclui numerosos programas de formação técnica, qualificando os profissionais para todos os setores de atividade.Para Bronisław Misztal, a experiência das empresas portuguesas na Polónia tem sido um exemplo de sucesso, traduzindo o bom clima de cooperação política e a proximidade cultural.

JOÃO LUIS DE [email protected]

Vida Económica - Como ex-plica que a Polónia continue a crescer acima da média eu-ropeia, mantendo a economia em expansão mesmo com uma envolvente desfavorável?

Bronisław Misztal - Há vários tipos de fatores a ter em conta. O ministro das Finanças da Polónia é considerado um dos três melhores da União Europeia, sendo conhe-cido pela política orçamental res-tritiva, bastante prudente e pelo controlo das finanças públicas.

O sistema legal da Polónia que regula a atividade industrial foi mudado depois da integração.

Na comparação com a Grécia, por exemplo, a Polónia alterou todas as normas que influenciam a atividade das empresas. Outros países, como é o caso da Grécia, não fizeram essas mudanças. O sistema legal e o sistema social onde assenta a atividade empre-sarial foi mudado e vai continuar a mudar.

O terceiro fator, e muito im-portante, é a aposta da Polónia na formação das novas gerações.

Na década de 90 foram altera-das as normas do ensino superior, tendo sido criadas centenas de Universidades fora do Estado, umas privadas e outras por ini-ciativa de fundações, do poder lo-cal, associações empresariais, que elevaram a formação superior na Polónia provavelmente ao nível mais alto da União Europeia.

No espaço de poucos anos, a Po-lónia passou a ser o país da União Europeia com o maior rácio de jo-vens com formação universitária. Essa taxa ronda os 60% da popu-lação. Isso deu bons resultados.

VE - Mas o ensino universitá-rio não tem muitas vezes uma vertente teórica e por vezes

pouco voltada para as neces-sidades concretas das empre-sas?

BM - Na Polónia foi o merca-do a dirigir a oferta. Muitas das novas universidades desenvolve-ram a formação em gestão indus-trial. Há também dezenas de es-colas politécnicas que formam os quadros para a indústria. Há es-colas que se especializam em alta tecnologia e outras na formação artística. Este conjunto cria uma atividade florescente no ensino.

As cercas de 400 escolas do en-sino superior tornaram a força de trabalho muito atual e competiti-va, quer para os que ficaram quer para aqueles que foram trabalhar para outros países da Europa.

As escolas públicas e não públi-cas formam uma rede acessível, aberta, democrática e moderna.

VE - Os empregados agríco-las, eletricistas, canalizadores também frequentam a Univer-sidade?

BM - Sim, podem ir para as Escolas Politécnicas, ou fazer um pós-secundário que proporcio-na um grau técnico profissional. Também assistimos ao renascer de escolas secundárias com uma especialização técnica.

O canalizador polaco, que se tornou proverbial em França, é um óptimo profissional. É uma pessoa com iniciativa, trabalha muito, tem uma boa formação e não é tão caro.

É um exemplo do que a Polónia pode oferecer. Pode ter uma for-mação em engenharia, ou pode ser um contabilista que mantém a sua qualificação e que desenvol-veu a capacidade para ser flexível face às solicitações do mercado.

VE - Qual é o sistema de fi-nanciamento dos alunos no en-sino superior?

BM - O princípio geral esta-belece que o Estado assegura o financiamento. Nas escolas pú-blicas o ensino é gratuito. Nas escolas não públicas as fontes de financiamento podem ser as mes-mas se forem cumpridos os requi-sitos definidos pelo Estado.

As escolas também concedem bolsas aos alunos.

Em geral, há bastante dinheiro disponível para a investigação, com incentivos para o desenvol-vimento de novas tecnologias e de novas áreas de pesquisa.

VE - Qual é o papel do Esta-do no estímulo ao empreende-dorismo? Assegurar o financia-mento e os apoios ou apenas remover os obstáculos?

BM - É essencialmente remover os obstáculos porque há sempre dezenas de normas legais que são mais ou menos desnecessárias.

Há um estudo de um especia-lista sul-americano que refere que no Egipto são necessários 248 carimbos oficiais para autorizar a atividade de uma empresa. Li-gado a isso é preciso pagar luvas porque a corrupção é terrível.

Na Polónia simplificámos mui-tos as exigências legais, tornando fácil e rápido o início da atividade.

Também existem alguns incen-tivos, dentro das regras da União Europeia.

Vai haver um grande investi-mento no rearmamento do exér-cito, mudando a face da Defesa nos próximos anos. Os contratos com o Estado vão favorecer a in-vestigação, as novas tecnologias e de vários ramos da indústria.

Neste caso, os incentivos mate-rializam-se nas compras e não na concessão de subsídios.

EMBAIXADOR BRONISŁAW MISZTAL EXPLICA CRESCIMENTO PELA APOSTA NO ENSINO

Maioria dos polacos recebe formação universitária

NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

Agricultura está em expansão

Com a integração na União Europeia a Polónia não reduziu a aposta na agricultura, ao contrário do que aconteceu em Portugal.“ A agricultura era considerada um setor algo tradicional. Está a assumir uma nova importância na Europa do século 21. A Polónia tem a seu favor uma grande diversidade de produtos agrícolas que se vendem com facilidade no estrangeiro.Como exemplo, temos a carne e produtos leiteiros, que apresentam qualidade e preços competitivos”.Nos supermercados franceses encontramos todo o tipo de produtos agrícolas polacos.“Há uma procura enorme. A agricultura desenvolveu-se muito e mudou a face do sistema agrícola. Hoje, os agricultores não são mais camponeses, mas sim empresários modernos” – afirma o diplomata polaco.A Polónia também beneficiou de ajudas europeias para reorientar a sua produção agrícola.Tem havido aumento significativo de exportações de produtos agrícolas quer para os países da União Europeia quer para países como a Rússia.

“O sistema legal e o sistema social onde assenta a atividade empresarial foi mudado e vai continuar a mudar” – garante Bronisław Misztal.

Page 17: ÜÜÜ°Û `>iV V>°«Ì * Ê `iÀ>ÊÛ> À â>XªiÃÊ i Ê Ã>ve_ed1473... · dizem, designadamente que a ... só quando existir, de facto, risco de ... delas efetivamente precisa.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Exponor recebe Euro Aves 2012A Exponor – Feira Internacional do Porto (Matosinhos) recebe de 29 de dezembro a 1 de janeiro o Salão Europeu de Aves Domésticas e Animais de Companhia, evento que acolherá mais de 100 criadores de canários, araras, papagaios, cata-tuas, periquitos e aves de rapina, mas também de répteis e outras espécies.

Empresários ribatejanos fazem negócios em Moçambique Após uma semana em Moçambique e a realização de diversas reuniões institucionais e encontros com empresas moçambica-nas, a delegação composta por oito empresários da região de Ri-batejo que esteve em missão empresarial naquele país lusófono trouxe boas perspetivas de negócio. A viagem foi organizada pela Nersant e incidiu nas cidades de Maputo e Beira.

Sou um jovem licenciado e desde há 6 meses que procuro emprego na minha área, até agora sem sucesso. Moro no Norte do país e não pretendo, para já, emigrar.

Falaram-me da hipótese de poder avançar para a dinamização de um projeto meu, mas tenho receio de al-guma falta de apoios que pode haver. Que posso fazer para garantir algum acompanhamento, se optar por “arris-car”?

A escolha pelo empreendorismo pode ser difícil face ao panorama económico atual. Contudo, existem várias medidas que permitem que esse “risco” seja mais controlado e acompanhado. Uma dessas medidas, dirigidas diretamente para jovens empreendedores, foi regulada na Portaria n.º 370-A/2012, de 15.11 (Portaria), de seu nome “Passaporte para o Empreendorismo”.

O preâmbulo do diploma legal indica que é necessária a “promoção de um ambiente que promova o empreendedorismo e os conhecimentos de inovação e de qualidade, enquanto fatores capitais da dinamização do tecido empresarial português e da internacionalização da economia portuguesa”. Para tal, é criado este pacote de medidas que visam, conforme se indica no artigo 1.º, n.º 2, da Portaria, “promover o desenvolvimento, por parte de jovens qualificados, de projetos de empreendedorismo inovador e, ou, com potencial de elevado crescimento, através de um conjunto de medidas de apoio específicas, articuladas entre si”.

Especifica o artigo 2.º da Portaria que são destinatários do passaporte para o empreendorismo:1. Jovens até aos 30 anos detentores de

licenciatura há menos de 3 anos;2. Jovens até aos 30 anos detentores de

licenciatura, mestrado ou doutoramento e inscritos nos centros de emprego há mais de quatro meses;

3. Jovens até aos 34 anos detentores de mestrado ou doutoramentoAssim, no caso em apreço, se o jovem

licenciado reunir as condições da alínea a) ou b) supra, à partida, pode ser candidato ao conjunto de medidas previstas neste diploma legal. No entanto, importa referir que esta bolsa destina-se, exclusivamente, a jovens empreendedores com residência ou estudos nas regiões Norte, Centro e Alentejo.

As candidaturas aos apoios devem ser apresentadas pelos jovens empreendedores junto do IAPMEI, devendo, nesse momento, provar que reúnem os requisitos legalmente fixados. A análise e decisão sobre a atribuição dos apoios é efetuada por um júri.

As candidaturas, que estão abertas desde 15 de novembro de 2012, devem

ser apresentadas através de uma ficha em modelo próprio, disponível no site www.iapmei.pt.

As medidas que o jovem empreendedor pode ser beneficiário encontram-se previstas no artigo 3.º da Portaria, que aqui se elencam:1. Disponibilização do «Guia Prático do

Empreendedor», que consiste num conjunto de informações relativas aos mecanismos de apoio (nacionais e europeus) ao dispor do empreendedor;

2. Oferta de instrumentos de capacitação e de alargamento de competências na área do empreendedorismo;

3. Assistência técnica no desenvolvimento do modelo de negócio e na execução do plano de negócios para projetos com um elevado grau de complexidade, que se consubstancia, entre outros, em estudos de viabilidade técnico-científica, consultoria;

4. Promoção do acesso a mecanismos financeiros de crédito e de capital de risco, mediante aprovação do projeto pelas entidades competentes;

5. Acesso a bolsa para o desenvolvimento de projeto empresarial a jovens, denominada “bolsa para o empreendorismo”.Esta bolsa, prevista no artigo 5.º da

Portaria, destina-se a apoiar os jovens no desenvolvimento de um projeto empresarial inovador, com potencial de crescimento e traduz-se num apoio financeiro que pode ascender a 691,70 mensais, atribuído de 4 a 12 meses. Note-se, contudo, que os beneficiários desta bolsa devem apresentar um relatório trimestral sobre o progresso do projeto.

Para além das medidas acima elencadas, no âmbito deste “passaporte para o empreendorismo”, os candidatos podem, ainda, beneficiar do acesso a uma rede de mentores, que lhes fornecerão orientação e à promoção de uma rede de contactos com vista à apresentação dos projetos a investidores. Este aconselhamento empresarial pode durar até um ano.

Em suma, se reunir as condições previstas na lei, pode concorre ao Passaporte para o Empreendorismo, garantindo, dessa forma, apoio, tanto ao nível financeiro como estrutural, para o desenvolvimento do projeto. Esses apoios, que vão desde a realização de estudos de viabilidade à inclusão do empreendedor em redes de contacto para venda do projeto, permitem minimizar o risco empresarial, garantindo as condições mínimas para o desenvolvimento do negócio.

O empreendorismo é um dos fatores essencial na inovação e produção de riqueza de um país, ainda para mais num momento em que os números do desemprego são tão elevados.

Passaporte para o empreendorismo

RICARDO MEIRELES VIEIRA Advogado Gabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados [email protected] www.avlc-advogados.com

CONSULTÓRIO LABORAL

A Anivec/APIV, com a colaboração do Modatex, apresentou a proposta portuguesa de cor, na reunião da Inter-color realizada em Helsínquia, de 2 a 4 de dezembro. “Coexistir” foi o conceito que apresentado para a estação de outo-no/ inverno 2014/2015 e que na “con-certação” foi selecionado como concei-to-chave 2014/2015. Os seus quatro ambientes de cor têm por base a iden-tificação de quatro “personas” únicas, que coexistirão com muitas outras em distintas realidades na estação em foco.

O Congresso Internacional da Cor tem lugar duas vezes por ano. A Interco-lor, que no próximo ano celebra 50 anos de existência, é constituída por entidades de 14 países que durante o evento apre-sentam com dois anos de antecedência as suas propostas de cor para a estação. No final do congresso, os membros/ delegados

apresentam uma gama geral que resulta da propostas apresentadas pelos diferentes pa-íses.

Este resultado serve de base de trabalho para diferentes tipos de indústria.

As propostas portuguesas apresentadas puderam ser vistas ontem nas instalações da Anivec/APIV, no Porto.

Anivec/APIV e Modatex apresentam novas propostas de cor

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SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 17

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«Sou condómino e o primei-ro administrador da recente-mente constituída adminis-tração do condomínio de um edifício que foi construído há cerca de cinco anos e só agora é que os condóminos começa-ram a aperceber-se de que há vários problemas nas partes comuns do prédio, designada-mente nas garagens e telhado do edifício.

Na assembleia de condó-minos que convocarei para janeiro próximo vou agendar este problema para vermos o que é necessário fazer.

Para o efeito gostaria de saber se ainda podemos res-ponsabilizar o construtor do prédio que nos vendeu os apartamentos, ou se terá que ser a administração do con-domínio, e, por conseguinte, os condóminos, a suportar as despesas com as necessárias obras.»

Nos termos da lei, o vendedor de um imóvel que o tenha cons-truído modifi cado ou reparado, isto é, o promotor imobiliário, é responsável pelo prejuízo causado a terceiro adquirente no decurso de cinco anos a contar da entrega, ou no decurso do prazo de garan-tia convencionado, em caso de vício do solo ou da construção, modifi cação ou reparação ou por erros na execução do trabalho, se o mesmo ruir total ou parcial-mente ou apresentar defeitos.

O adquirente do imóvel pode-rá denunciar os defeitos dentro do prazo de um ano após o co-nhecimento dos mesmos, desde que não tenham decorrido mais de cinco anos após a entrega do imóvel.

Conforme referido supra, para efeito de contagem do prazo para denúncia dos defeitos, a lei reporta-se sempre ao momento da entrega do imóvel.

Quando se trata da responsabi-lização por defeitos numa habita-ção unifamiliar ou numa fração

autónoma, o momento da entre-ga é fácil de identifi car, pois nor-malmente reporta-se à data da efetiva entrega da chave do imó-vel, que costuma ser feita no dia da escritura de compra e venda, ou, excecionalmente, antes desta, nos termos por vezes previstos em alguns contratos-promessa.

Mas acontece que, no que res-peita a edifícios constituídos em propriedade horizontal, não tem havido uniformidade de enten-dimento no que respeita ao mo-mento a partir do qual deverá ser contado o referido prazo.

Há quem entenda que o prazo em questão deverá ser contado a partir da data da constituição da propriedade horizontal e da ven-da da primeira fração autónoma.

Há quem, como nós, defenda que o prazo só se conta a partir da data em que o construtor vendeu a última fração, por con-siderar que, independentemente da administração do condo-mínio, este último comprador, dentro dos referidos 5 anos após

a entrega da fração autónoma em questão terá legitimidade para pedir a reparação de defei-tos existentes, não só na sua fra-ção autónoma mas também nas partes comuns do edifício.

Entre os juristas as opiniões divergem mas, na sequência de decisões várias do Supremo Tri-bunal de Justiça proferidas entre 2002 e 2010, vinha-se enten-dendo maioritariamente que a contagem do prazo só deveria ser feita a partir do momento em que fosse constituída a adminis-tração do condomínio, seja por iniciativa do promotor, seja por iniciativa dos condóminos.

É de assinalar, contudo, uma recente decisão do Tribunal da Relação do Porto, que entendeu que o prazo de cinco anos deve ser contado a partir do momen-to em que, estando já vendidas as frações representativas da maioria do valor do prédio, os órgãos do condomínio se mos-trem constituídos, dado que até aí era maioritário o voto do

construtor, eventualmente res-ponsável pelas patologias cons-trutivas.

Pelo exposto e se os defeitos do imóvel foram constatados há menos de um ano e a constitui-ção da administração ocorreu há menos de cinco anos, tendo ocorrido há menos de cinco a venda da maioria do valor do prédio, como parece ter aconte-cido, tudo indica que a adminis-tração do condomínio poderá, ainda, responsabilizar o promo-tor do imóvel pelos referidos defeitos.

Para o efeito e não obstante a lei não estabelecer nenhuma formalidade especial para a de-núncia, mas apenas por uma questão de prova, recomenda-se que a mesma seja feita, por escri-to, enviando ao promotor carta registada com aviso de receção, se possível, acompanhada de um parecer técnico, com indicação objetiva dos defeitos de cons-trução e eventual sugestão para a respetiva reparação.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO 2012 19

Patologias construtivas em partes comuns - prazo de garantia

PROPRIEDADE HORIZONTAL

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

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Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

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Autor: António Gimarães Pimenta

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António Godinho, Administrador da Sartorial e do Grupo Onebiz

Incobráveis crescem com as insolvênciasFERNANDA SILVA [email protected]

O aumento de incobráveis e de insolvências “anda a par, pois a insolvência é uma situ-ação em que o património da empresa é insuficiente para pagar todas as dívidas”, afirma à ”Vida Económica” Manuela Duarte Neves.

Na prática, explica a advoga-da da BPO Advogados, o que acontece é que “à medida que as dificuldades empresariais para satisfazer compromissos aumentam, cresce também o volume de créditos incobráveis, num círculo vicioso” que é ”po-tencialmente letal para a nossa economia”.

Ainda assim, no entender da jurista, a existência de cré-dito malparado “não é alheia, em grande medida, a um cer-to comportamento negligente” por parte dos empresários. “No nosso país, é tradicional a inér-cia perante o incumprimento de prazos” e “a procura de in-formação sobre a outra parte no negócio é quase rara”, criti-ca, assegurando que, “se os nos-sos empresários tivessem uma atitude mais atenta e rigorosa, certamente o número de inco-bráveis diminuiria”.

Perante isto, Manuela Duarte Neves defende que para “mini-mizar os efeitos” é preciso “sa-ber agir corretamente em sede cobranças”, pois ”é sabido que uma larga maioria de empresas que se vê constrangida a fechar portas encontra o insucesso ne-gocial na incapacidade de efetu-ar recebimentos”. “Esta é uma matéria que não está devida-mente esclarecida para a gene-ralidade dos empresários e que denota a falta de conhecimento sobre os mecanismos legais para o recebimento e o correto modo de os utilizar”, salienta.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 20012

Na análise de uma dívida para iniciar a recuperação de créditos o primeiro passo será verifi car se o devedor se encontra insolvente.O número de insolvências decretadas nos tribunais aumentou 76,8% no primeiro trimestre de 2012, face ao mesmo período de 2011, totalizando-se em 3900 insolvências.Só no primeiro trimestre de 2012 deram entrada nos tribunais 5506 novos processos, encontrando-se já pendentes 3832 processos.O número de insolvências de pessoas singulares decretadas pelos tribunais registou um aumento de 7,6 pontos

percentuais no primeiro trimestre de 2012, face ao mesmo período de 2011.E a tendência será, atendendo à actual conjuntura económica, para que estes números continuem a crescer.Assim, é essencial identifi car atempadamente um devedor em situação de insolvência e reclamar o crédito no respectivo processo.Declarada a insolvência, é fi xado um prazo, até 30 dias, para a reclamação de créditos, sendo este o prazo de que os credores dispõem para informar o processo das quantias em dívida pelo, agora, insolvente.E é essencial que os créditos sejam

reclamados em tempo útil, sob pena de, não sendo reclamados ou indicados pelo devedor/insolvente, não serem reconhecidos como dívidas do insolvente.Perdido este prazo para a reclamação de créditos, o credor poderá, ainda, ver o seu crédito reconhecido através da verifi cação ulterior de créditos, desde que o seu crédito não tenha sido reconhecido na relação de credores e não tenham decorrido mais de 6 meses do trânsito em julgado da sentença de declaração de insolvência, ou no prazo de 3 meses contados da constituição do crédito, caso termine posteriormente.Sendo sempre preferível cumprir o prazo para a reclamação de créditos, que não

acarreta qualquer custo para o credor. Pelo contrário, a verifi cação ulterior de créditos implica o pagamento de taxa de justiça.Não sendo reclamado o crédito atempadamente por uma destas vias, o credor pode ver o seu crédito fi car sem pagamento.Assim, pode concluir-se que é fundamental identifi car a situação de Insolvência com a maior brevidade possível, não só para ver o crédito reconhecido e, eventualmente, pago, mas também para conseguir recuperar o IVA, nomeadamente mediante o requerimento ao Tribunal da certidão de incobrabilidade do crédito.

A situação de insolvência e a recuperação de crédito

SÍLVIA VILAS [email protected](Advogada responsável pelo Departamento de Recuperação de Crédito na Gali Macedo & Associados)

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SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 21

NEGÓCIOS E EMPRESAS

O Governo aprovou, em Fevereiro de 2012, a Resolução do Conselho de Ministros nº11/2012, criando o Programa Revitalizar com o objetivo de optimizar o ambiente legal, tributário e financeiro em que o tecido empresarial em Portugal desenvolve a sua atividade, de modo a fomentar projetos empresariais operacionalmente viáveis, mas em que a componente financeira se encontra desajustada face ao modelo de negócio e às atuais condicionantes economico financeiras.Nessa perspetiva, determinou como medidas prioritárias a revisão do Código da Insolvência e diplomas conexos; a revisão do estatuto dos administradores de insolvência; a reestruturação do capital de risco público; e a harmonização das regras de regularização de dívidas de empresas para com as entidades do Estado. Porém, volvido quase um ano, limitou-

se a enxertar no Código da Insolvência o Processo Especial de Revitalização e a esperar que uma mão-cheia de normas de direito adjectivo seja capaz, por si só, de revitalizar a economia. Com efeito, a revisão do estatuto dos administradores de insolvência tarda em chegar, bem como a efetiva estruturação dos aguardados fundos de capital de risco. Pior do que isso, o quarto pilar desta reforma – a harmonização das regras de regularização de dívidas ao Estado – permanece por erguer, à revelia do que ditava o proprio Memorando de Entendimento com a “troika”, que determinava que o Governo revisse a lei tributária “com vista à remoção de impedimentos à reestruturação voluntária de dívidas”. Na prática, sucede o seguinte: a legislação tributária, em especial o nº 3 do artigo 30º da Lei Geral Tributária, continua a vedar qualquer possibilidade

de redução dos créditos tributários, num quadro de reestruturação em insolvência, mesmo quando aos credores, em geral, são impostas violentas reduções. E isto, aliado à voracidade dos processos de execução fiscal, expõe um Estado que tem entendimentos divergentes sobre o mesmo assunto, conforme esteja na veste de legislador ou de credor.Veja-se o Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 11 de Julho. Contra a vontade de 94,31% dos créditos – e da própria Segurança Social! – o aresto impõe o integral pagamento dos créditos do Estado, comprometendo um plano de recuperação que contemplava o pagamento daqueles créditos em prestações e com perdão de 80% dos juros vencidos, no caso da Segurança Social.Veja-se, ainda, o Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de 10 de Maio,

ao determinar que, “tendo a Lei n.º 55.º-A/2010, de 31-12, determinado expressamente a aplicação do n.º 3 do art. 30.º da LGT aos processos de insolvência pendentes e com planos não homologados, é por de mais evidente que não podem os tribunais deixar de cumprir este comando legal”, e que “a homologação do plano de insolvência, aprovado pela assembleia de credores com voto contra do Estado por inobservância do regime previsto nos arts. 1.º e 2.º do DL n.º 411/91 e na LGT relativamente aos créditos tributários, é ineficaz relativamente à Fazenda Nacional e ao Instituto de Segurança Social I.P.” Não basta que se altere o Código da Insolvência, quando se mantém, na Lei Geral Tributária, uma cirúrgica exceção para o Estado. Onde está o quarto pilar do Programa Revitalizar? À mulher de César, como é sabido, não basta ser séria.

Onde está o quarto pilar do Programa Revitalizar?

ANTÓNIO RAPOSO SUBTIL E PAULO VALÉRIORSA - Sociedade de Advogados

BPO e AEP

realizaram

seminário

sobre

cobranças

“Cobranças - Estratégias Prá-ticas para o Sucesso” foi o tema do seminário recentemente or-ganizado pela BPO Advogados, em parceria com a Associação Empresarial de Portugal – Câ-mara de Comércio e Indústria (AEP – CCI).

Procurando expor as questões mais pertinentes relacionadas com as cobranças de créditos, o evento procurou explicitar pro-cedimentos e modos de atuação concretos, no sentido da eficácia na cobrança de créditos, pro-mover as competências para o sucesso nos recebimentos, tanto no âmbito extrajudicial como no judicial, e dotar os forman-dos da capacidade de identificar sinais de alerta, no sentido de definição de tempos e modos de reação a incumprimentos.

Os incobráveis têm, a nível fiscal, dois níveis de consequên-cias: por um lado, o IVA e, por outro, em sede de IRC.

Ao prejuízo da falta de paga-mento acresce uma obrigação fiscal para o credor. Por esta razão, a lei estabelece um con-junto de regras que visam a recuperação do IVA relativo a incobráveis.

Já no que toca ao IRC, a lei prevê as chamadas perdas por imparidade, que mais não são do que provisões fiscalmente dedutíveis para situações de in-cobráveis e de cobrança duvido-sa. Em ambos os casos, impõe--se que a empresa conheça os mecanismos legais que permi-tem minimizar o prejuízo e que os saiba utilizar da forma mais correta.

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Vinho Ameal na lista do restaurante PetrusCom duas estrelas Michelin e localizado em Londres, o restauran-te Petrus (http://www.gordonramsay.com/petrus) é o mais recente espaço de alta gastronomia a reconhecer a qualidade dos vinhos brancos Ameal produzidos por Pedro Araújo.

“Tintos” da Quinta do Crasto vencem concurso no YeatmanA gigante multinacional BASF anunciou recentemente os vencedores do Concurso Néctar Divi-no, uma prova cega, promovida no The Yeatman Hotel. Crasto Douro Tinto 2011 foi o vence-dor da categoria “Base Tinto” e o Reserva Vinhas Velhas 2010 na categoria de “Premium Tinto”.

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Encomendas:

“Continuam a existir opor-tunidades no mercado de tra-balho”, afirma à “Vida Econó-mica” Yves Turquin, “managing director” da Transitar, empresa especializada em transição de carreiras (“outplacement”).

“Sendo impossível negar que a fase que se atravessa é bastan-te delicada, contudo, assiste-se, diariamente, a casos de sucesso dos candidatos que encontram boas oportunidades de traba-lho.”

“As oportunidades continu-am a existir, mas hoje é cada vez mais importante marcar a diferença. As perspetivas que temos, até ao final do ano, são de 75% de taxa de recoloca-ções”, refere Yves Turquin.

YVES TURQUIN, DA TRANSITAR, CONSIDERA

Existem boas oportunidades na transição de carreira

“As perspetivas que temos, até ao final do ano, são de 75% de taxa de reco-locações”, refere Yves Turquin.

PUB Considera aquele responsável que os programas da Transi-tar acrescentam uma vantagem competitiva face aos profissio-nais em transição de carreira. “Oferecemos suporte metodo-lógico e um conjunto de técni-cas e ferramentas essenciais para que os candidatos atinjam o seu objetivo profissional no mais curto espaço de tempo possível. O apoio é disponibilizado por consultores especializados e de-vidamente qualificados.”

“Para o próximo ano, espe-ramos um ligeiro aumento na procura dos nossos serviços, face ao exercício anterior. Ali-ás, para o primeiro semestre do ano que vem, as perspetivas são positivas, havendo já alguns projetos em curso.”

Empresas recorrem mais ao “outplacement”

“O balanço dos últimos 10 anos não poderia ser mais po-sitivo. A nossa estratégia de negócio é sólida e concretizá-vel. Trabalhamos para atenu-ar os efeitos do ‘downsizing’, cada vez mais necessários para manter a competitividade, tan-to nas empresas como nos seus colaboradores, garantindo que os trabalhadores dispensados recebem um apoio importante para reorientarem a sua carrei-ra e regressarem ao mercado de trabalho rapidamente.”

Mas o responsável da Tran-sitar destaca outras vantagens deste sistema, designadamente o facto de os trabalhadores que permanecem ficarem mais des-cansados ao verem que a em-presa apoia os trabalhadores no momento da saída e que revela responsabilidade social, o que se traduz numa melhor reputação. “Assiste-se ainda a uma altera-ção na mentalidade das empre-sas, que cada vez mais compre-endem a utilidade e, em muitos casos, a indispensabilidade dos programas de ‘outplacement’, resultando no aumento da pro-cura dos nossos serviços.”

NEGÓCIOS E EMPRESAS

22 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

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A vossa atividade é elegível tanto no Sistema de Incentivos à Inovação como no Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME. Os equipamentos produtivos apenas são elegíveis no SI Inovação, uma vez que o SI Qualificação se destina exclusivamente a apoiar o investimento em fatores dinâmicos de competitividade. Por sua vez, o SI Inovação apoia tanto os investimentos direcionados ao departamento produtivo da empresa como os investimentos não produtivos.Neste sentido, o SI Inovação será o programa de apoio que vai de encontro às vossas necessidades. Contudo, tal como o próprio nome indica, este programa destina-se a projetos inovadores: caso os investimentos referidos não tenham como objetivo a criação de um novo bem ou serviço, ou a adoção de um novo processo de fabrico, não existe enquadramento possível no SI Inovação.Por outro lado, este apoio tem a natureza de subsídio reembolsável, uma espécie de empréstimo sem juros, sendo possível converter até 75% deste subsídio reembolsável em subsídio a fundo perdido. Esta conversão depende da verificação de determinados indicadores após a conclusão do investimento, nomeadamente o cumprimento de metas ao nível do montante do investimento, prazo de execução, previsões económico-financeiras, entre outros.Como a maior parte do investimento descrito corresponde a fatores dinâmicos de competitividade, poderá ser vantajoso realizar uma candidatura ao SI Qualificação, que excluirá o investimento nos equipamentos produtivos. Este programa não exige que o

projeto candidato seja inovador e o seu apoio tem a natureza de subsídio a fundo perdido.O incentivo a conceder é calculado através da aplicação às despesas elegíveis de uma taxa base de 45%, com exceção das despesas relativas à participação em feiras e exposições, sobre as quais incide uma taxa de apoio de 75%.No caso do SI Inovação, a taxa base de apoio é de 45%, sendo possível beneficiar da majoração tipo de empresa (20 p.p. para pequenas empresas ou 10 p.p. para médias empresas) ou da majoração empreendedorismo feminino ou jovem (apenas aplicável aos projetos de empreendedorismo qualificado).Para se candidatar ao SI Qualificação, a empresa promotora deverá exportar, no pós-projeto, no mínimo 15% do volume de negócios. No caso do SI Inovação, este limite mínimo ascende a 30% para o concurso “geral” (Inovação Produtiva) ou 15% para o concurso ao Empreendedorismo Qualificado.A primeira fase de candidaturas ao Aviso de Concurso do SI Qualificação que se encontra aberta termina a 31 de Dezembro de 2012. Para estas candidaturas, apenas são elegíveis as despesas realizadas até 31 de Dezembro de 2014. Para os projetos candidatos às fases posteriores deste Aviso, são elegíveis as despesas realizadas até 30 de Junho de 2015.O concurso aberto do SI Inovação encontra-se na sua segunda fase, pelo que as despesas previstas apenas são elegíveis se realizadas até 30 de Junho de [email protected] 348 500

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 23

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Fabrico de material elétrico

Sou dona de uma empresa de fabrico de material elétrico e pretendo investir na aquisição de equipamentos produtivos, que rondarão os 15 000 euros, bem como na certificação do nosso produto, na reformulação do nosso sistema de controlo de gestão, desenvolvimento de novo website e participação em even-tos do setor no estrangeiro.

O total do investimento deverá rondar os 200 000 euros. Poderá a minha empresa ser apoiada pelo QREN?

O próximo ano vai ser um ano difícil. A sociedade portuguesa encontra-se bloqueada e impõe-se um sentido de urgência na emancipação cívica do país. Por isso é tempo de um novo contrato de confiança estratégico centrado numa nova ambição competitiva para o país. Trata-se dum desafio de concertação estratégica, em que a aposta na participação e a valorização das competências, numa lógica colaborativa, têm que ser as chaves da diferença. Aqui vão cinco desafios para 2013:

1 - O desafio da inclusão social

Um país moderno tem que saber integrar de forma positiva os seus cidadãos. A coesão social faz-se pela participação construtiva e tem que haver uma atitude clara de

mobilização para esse esforço nacional de convergência de atuação. A educação na escola tem que forçar a pedagogia e a prática da integração dos desfavorecidos, imigrantes, todos aqueles com défices operativos de participação; têm que ser dinamizadas “ações de demonstração” do apoio à vontade do contributo de todos. Um Programa para a Inclusão Social tem que saber “integrar de facto”.

2 – O desafio da nova competitividade

Está mais do que consolidada a mensagem da urgência da dimensão tecnológica na matriz de desenvolvimento nacional. Um programa para a competitividade tem que forçar dinâmicas efetivas de aposta na tecnologia, seja ao nível da conceção de ideias novas de serviços e produtos, seja ao

nível da operacionalização de centros modernos rentáveis de produção, seja sobretudo ao nível da construção e participação ativa em redes internacionais de comercialização e transação de produtos e serviços.

3 – O desafio da excelência territorial

Portugal tem uma oportunidade única de potenciar um novo paradigma de cidades médias, voltadas para a qualidade, a criatividade, a sustentabilidade ecológica. Verdadeiros centros de modernidade participativa, que façam esquecer a dinâmica asfixiante das “âncoras comerciais” que são os modernos shoppings que dominam o país. Um Programa Territorial para a Modernidade é vital para dar conteúdo estratégico à ocupação das

cidades médias e à nova vontade de também saber apostar no interior.

4 – O desafio da dimensão cultural

Portugal tem uma forte cultura alicerçada no potencial histórico da língua. É um ativo único. Um Programa Intelectual da Cultura Portuguesa tem que saber dinamizar de facto nos grandes circuitos internacionais a apetência pela prática e consumo dos muitos “produtos culturais” nacionais disponíveis. A “cultura da língua portuguesa” tem que ajudar na criação de valor para o nosso país.

5 – O desafio da maioridade cívica

Tudo passa por, no princípio e no fim, saber

estar e participar. Impõe-se para Portugal uma cultura de participação cívica ativa positiva. É assim que se faz a riqueza da matriz europeia. É assim que se tem de consolidar a atuação dos grandes objetivos para este novo ciclo de “integração europeia”.

Estes cinco “eixos estratégicos” constituem referenciais centrais duma matriz de modernidade participativa e operativa para o país e claramente que o próximo ano deverá ser capaz de mobilizar os diferentes atores económicos e sociais para a sua convergência. O “novo paradigma” que se pretende para o país merece, por isso, pensamento estratégico, mas sobretudo capacidade de monitorização sobre os efeitos da “aposta da excelência” no reforço da coesão nacional. Uma agenda que se pretende voltada para o futuro!

TEREMOS QUE ENCONTRAR NOVAS RESPOSTAS PARA OS NOVOS PROBLEMAS QUE SURGIRAM

Portugal 2013

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

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A “Excelência Científica”, a criação de “Liderança Indus-trial” e respostas aos “Desafios Societais” são as três priorida-des estabelecidas no Horizonte 2020. O Relatório do Programa Específico de Execução do Hori-zonte 2020 da autoria de Maria da Graça Carvalho, foi aprovado com o apoio de todos os gru-pos políticos com 55 votos, na última reunião da Comissão de Indústria, Investigação e Energia do Parlamento Europeu.

O relatório responde ao do-cumento que a Comissão Euro-peia apresentou no final do ano passado e define em detalhe as temáticas prioritárias para a

investigação e inovação para o período de 2014-2020.

“Este programa é o instrumen-to de financiamento mais im-portante de que dispõe a União Europeia para inovação e inves-tigação. O Horizonte 2020 é crucial para a Europa sair da cri-se. Se a Europa quer crescer, tem de ser competitiva em inovação e investigação”, afirma Maria da

Graça Carvalho. A deputada ao Parlamento Europeu é desde fe-vereiro passado a Relatora para Programa Específico de execu-ção do Horizonte 2020.

Sinergias com os fundos estruturais

Para além da Excelência como principal critério para a

Horizonte 2020 incentiva participação das PME

Programa vai reforçar apoios à inovação e criação de emprego qualificado

“Este programa é o instrumento de financiamento mais importante de que dispõe a União Europeia para inovação e investigação”, afirma Maria da Gra-ça Carvalho.

PUB participação, o novo programa propõe a criação de sinergias com os fundos estruturais. Se-gundo a relatora, “o Horizon-te 2020 deverá ser articulado e complementado com os Fun-dos Estruturais. Estes deverão, por um lado, capacitar o tecido empresarial, através de finan-ciamento aos equipamentos e aos recursos humanos, a desen-volver projetos nas áreas priori-tárias do Horizonte 2020 e, por outro, a valorizar os resultados da investigação desenvolvida ao abrigo do Horizonte 2020”.

Em relação à indústria, Graça Carvalho defende que o “Ho-rizonte 2020 pretende incen-tivar a intervenção ativa das pequenas e médias empresas europeias – essenciais para a melhoria da competitividade da economia –, contrariando assim a tendência dos últimos anos nos quais a participação da indústria nos programas eu-ropeus de ciência e inovação tem vindo a decair”.

Outra das novidades do pro-grama é a preocupação de criar condições para aumentar o em-prego dos jovens cientistas: “O emprego jovem é um problema que a Europa tem de encarar de frente. Por isso as regras de par-ticipação nos projetos serão de-senhadas de modo a envolver o maior número possível de inves-tigadores ainda desvinculados dos centros de investigação. Assim o programa contribuirá também para contrariar a fuga de cére-bros do espaço europeu”.

O programa apresenta solu-ções científicas e técnicas para os problemas que a sociedade atual enfrenta, com grande ên-fase na saúde, envelhecimento ativo, energia limpa, bioecono-mia e transportes sustentáveis.

Dentro do terceiro pilar de-dicado aos desafios societais, a relatora introduziu temas de grande interesse para Portugal como o mar e as florestas.

As negociações entre o Par-lamento Europeu, o Conselho Europeu e a Comissão Euro-peia começarão no início de janeiro.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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Suíça devolve a Angola fundos bloqueados Suíça e Angola chegaram a acordo para a devolução de 43 milhões de dólares (32,6 milhões de euros) de fundos angolanos bloqueados em bancos suíços. O acordo foi anunciado através de um comunicado do governo suíço publicado em Berna. A devolução do dinheiro angolano surge depois de um longo processo de negociações empreendido pelos governos dos dois países.

Millennium Angola abriu 70º balcãoO Millennium abriu o 70º balcão em Angola. Localizado no Cruzeiro, em Luanda, aquele é o 42º balcão do Millennium Angola na capital do país. O banco emprega mais de mil co-laboradores e marca presença nas 18 províncias de Angola, tendo, além dos referidos 70 balcões, seis centros de empre-sas, um dos quais especializado na indústria petrolífera.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Angola

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 25

SUSANA MARVÃ[email protected]

Há 25 anos, António Cunha percebeu que Portugal era pequeno de mais para os seus horizontes. A ideia de trabalhar todo o dia, chegar a casa à noite e sentar-se no sofá a ver televisão simplesmente não en-caixava com o seu perfil. Angola, um país que tinha acabado de se tornar indepen-dente, pareceu “encher as medidas” ao empreendedor. “Era um país em guerra e com muitas carências, desde logo uma ex-celente oportunidade para ganhar dinhei-ro”. O primeiro negócio acabou por ser na área das tintas, até porque, em Portugal, António Cunha tinha uma fábrica de onde passou a levar material de construção. Mas as necessidades do país eram imensas e o empresário acabaria por montar uma “trading” através da qual importava tudo o que lhe pediam. “Desde vinho a urnas passando por sacos de plástico”.

Como investir em Angola

Já foi mais fácil ir para Angola. Hoje, António Cunha admite que há uma con-corrência que há dez anos simplesmente não existia. Antes, garante, com 100 mil dólares era perfeitamente possível investir com sucesso naquele país africano. Hoje, esse valor ascende a um milhão de dólares. “Ir para Angola pressupõe ter capacidade de investimento. Se o empresário não tiver, pelo menos, 500 mil dólares, simplesmen-te não vale a pena avançar. Já não há cá o abanar a árvore e cair os dólares”.

Por isso é que António Cunha diz que, hoje, vemos as basicamente grandes em-presas a avançarem e que facilmente “du-plicam o seu dinheiro”.

Há, no entanto, um pormenor que quem quiser avançar não pode perder de vista, pelo menos segundo este empresário. “É preciso acompanhar o negócio. Quem pensar que vai para Angola com meia dú-zia de tostões, que vai para o Mussulo pas-sar os fins de semana e que só pensa no trabalho às 9 da manhã, não há sucesso”.

Mas há ainda outra via para ter sucesso em Angola. Através da disponibilização de know-how, já que atualmente outro fenó-meno que se regista naquele país é a carên-cia de competência. “Há muitos empresá-rios com dinheiro mas sem know-how. Se

for feita uma boa associação com os locais, pode ser uma forma interessante de ter su-cesso. Mas também é verdade que Angola não precisa de pessoas para Luanda ou para Benguela, ou seja, para o litoral. Há que ir para o interior, para o que chamamos as ci-dades do mato. Aí há muito negócio”.

Portugal é uma empresa grande…que tem de ser bem gerida

Hoje, 25 depois, António Cunha olha para Portugal com um forte sentido críti-co, não poupando os “elogios” aos gover-

nantes e gestores: “São uns inexperientes. Quando os recebemos em Angola, eles fi-cam admirados. Portugal é uma empresa grande, mas que lhe falta ser bem gerida com homens experientes e que realmente gostem de gerir. O que interessa ter no Go-verno políticos que nunca souberam passar um cheque?” Aliás, José Cunha diz mes-mo que este “fenómeno” não é claramente português, mas, antes, europeu.

Investir em Portugal não seduz

Por tudo isto, António Cunha diz queinvestir em Portugal é complicado. “Con-tinuo a dar muito a Portugal, metade daminha vida está aqui. Já dei muito à eco-nomia e continuo a dar através das impor-tações que faço para Angola. Mas investir hoje em Portugal não me seduz.” O em-presário importa de Portugal cerca de 25 milhões de dólares anuais, basicamente materiais de construção.

O grupo, que entretanto diversificou asua atividade desde móveis a pastelarias,continua a ter nas empreitadas, nomeada-mente em estradas secundárias e terciárias, o seu grande negócio. Para os próximos anos, deverá ser igualmente a construção civil a catapultar o negócio do grupo 7 Cunhas. “Penso que nos próximos 20 anosainda há muito trabalho de construçãocivil para fazer. Casas, hospitais… Repareque cerca de 60% da população angolana tem menos de 18 anos. O futuro passa por ali.”

O grupo tem hoje 1200 trabalhadores,sendo que cerca de 8% é mão de obra im-portada, nomeadamente mecânicos, ma-nobradores de máquinas especiais. “Ouseja, pessoal especializado”.

GRUPO 7 CUNHAS FATUROU 100 MILHÕES DE DÓLARES EM 2011

Avançar para Angola exige capacidade de investimento

António Cunha e Sérgio Cunha, avisam que 500 mil dólares é o capital mínimo para investir.

A Casais Imobiliária e a Olivei-ra & Ligeiro, através da Imoretail (propriedade das duas primei-ras), inauguraram o Lobito Retail Park. Resultado de um investi-mento de 22 milhões de dólares (cerca de 16,7 milhões de euros), afirma-se, segundo as empresas, como o primeiro retail park de grandes dimensões fora de Luan-da. “Estamos certos que o Lobito Retail Park contribuirá de forma decisiva para o aumento da ati-vidade comercial da província,

promoverá o desenvolvimento empresarial local e gerará mais postos de trabalho”, disse José Mário Fernandes, administrador da Casais Imobiliária e porta-voz do empreendimento. A mesma fonte prevê que o conjunto das lojas deste empreendimento asse-gurará entre 800 e mil empregos diretos.

O novo retail park abre portas com uma taxa de ocupação de 90%, dos quais 40% são detidos pela Kero – insígnia da sociedade

de capitais inteiramente angola-na, Zahara Comércio, que proje-ta a cobertura nacional e pretende alargar o conceito a três formatos: hipermercado, supermercado e lojas de conveniência. O Lobito Retail Park conta igualmente com outras marcas de referência, como a Moviflor.

De acordo com José Mário Fernandes, estão vendidas 18 frações das 27 disponíveis e des-tinadas a espaços de comércio, armazéns, serviços, restaurantes

e similares. “De referir que o projeto beneficiou de um ajus-tamento no seu layout, tendo-se procedido a uma redistribuição e redimensionamento dos espa-ços previstos inicialmente, com vista a poder integrar alguns operadores, nomeadamente o hipermercado Kero. De realçar que todo o ‘ciclo de vida’ do empreendimento foi desenvolvi-do internamente, no âmbito da Imoretail, desde a conceptuali-zação do projeto, planeamento,

desenvolvimento, concretização de obra até à comercializaçãodo imóvel”, informa a mesmafonte. “Com este equipamento, a cidade do Lobito passará a dis-por de um moderno retail park com um elevado nível de confor-to e com lojas de boa dimensão.Simultaneamente, a construção do Lobito Retail Park permitiu a requalificação e organização urbanística da zona envolvente,criando um novo pólo de atra-ção na cidade”, remata.

Casais e Oliveira & Ligeiro concluem retail park no Lobito

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Grupo Paulo Duarte aposta na distribuição porta a porta e em viaturas elétricasA transportadora Paulo Duarte está a testar a utilização de viaturas elétricas. A empresa quer apostar na distribuição porta a porta e mostrar que está atenta ao conjunto alargado de bene-fícios que a mobilidade elétrica reserva, nomeadamente no que diz respeito “o menor custo da mobilidade, a maior proteção contra a variação dos preços dos combustíveis e o menor impac-to ambiental”.

Empresa de iluminação conquista mercado internacional

Nails Divine faz crescer negócio a Norte A Nails Divine, empresa de comércio de unhas de gel, que possui também uma Academia de formação de técnicas, deu um passo em frente no crescimento do negócio com a abertura de uma loja em Gaia. Localizada perto do El Corte Inglés, a loja representa um investimento de 20.000 euros e disponibiliza todos os produtos necessários para os trabalhos com sistemas de gel e acrílico.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas familiares

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MARTA ARAÚ[email protected]

A Delightfull, empresa internacional de ilu-minação do grupo de design português Meni-na Design Group, obteve receitas de um mi-lhão de euros entre janeiro e outubro de 2012, o que representa um aumento percentual de 700% em relação aos 100 mil faturados no período homólogo de 2011, e prevê uma mar-gem de faturação entre dois e 2,5 milhões de euros para 2013. O crescimento deve-se ao aumento da exportação dos produtos.

Os dados são avançados à “Vida Econó-mica” pelo CEO do grupo, Amândio Perei-ra, que explica que “o valor de um milhão de euros foi ultrapassado graças a um gran-de crescimento das exportações para todo o mundo. Esta estima-se em 93%, sendo que a maioria dos produtos são exportados para países maioritariamente europeus, bem como para solo americano e asiático”.

Para o mesmo responsável, “design, co-municação e internacionalização, acompa-nhados por uma equipa lutadora, otimista e que ama o que faz”, têm sido factores in-dispensáveis para este sucesso.

Internacionalizar é o caminho

A participação em feiras de design inter-nacional, das quais se destacam Fuori Salo-ni, em Milão, Maison & Objet, em Paris, 100% Design em Londres e Light+ Buil-ding em Frankfurt, tem vindo a contribuir para um aumento crescente da notoriedade da marca, pelo que se justifica igualmente a volumosa taxa de exportação.

“Em apenas um ano e meio, a Delightfull mostrou a sua potencialidade”, sublinha Amândio Pereira. Presente em vários cantos do mundo, tem participado em inúmeros

projetos de design de interiores, como é o caso dos projetos Smart City Design Hotel e Beef Club Paris. A marca nacional está ain-da à venda em lojas de renome mundial, tais como Dopo Domani, Avant Scene Mexico En Blanco, Skanno, Archive e Liberty.

A aposta na internacionalização tem tra-zido à marca lucros crescentes, bem como um reconhecimento sem precedentes, de que são exemplificativos os prémios obti-dos pela marca: para além de ter sido con-siderada marca tendência no Trend Forum da feira alemã Light+Building, a Deli-ghtfull foi também convidada para figurar no catálogo da marca italiana Minotti e ainda eleita para decorar a “area press” da feira britânica 100% Design.

De salientar ainda que o último anúncio da Alfa Romeo no qual figura a lâmpada de chão Evans da marca Delightfull é ainda outro exemplo da notoriedade crescente da marca portuguesa, a qual, aliada ao re-gisto de faturação de um milhão de euros, a projeta para o topo das marcas de design nacionais.

“Design, comunicação e internacionalização acompanhados por uma equipa lutadora, otimista e que ama o que faz” são os segredos do sucesso

A conotação de uma empresa familiar com o seu líder ou fundador, é sempre muito forte. Tradicionalmente são pes-soas com uma forte paixão, e determina-dos e muito vinculados valores que, pelo exemplo da sua prática contínua, acabam por se transformar nos próprios valores da empresa (quando não se transformam em autênticos mitos).

Uma das características reconhecidas pelo estudo da Edelman sobre as quali-dades do líder empresarial é a do compro-misso.

A realidade é que um empresário, e, consequentemente, a sua empresa, cons-trói a sua reputação como reflexo do seu comprometimento para com os seus “stakeholders”: clientes, empregados, for-

necedores, banco, … e, em especial, com o meio envolvente onde se insere a em-presa e a família empresária. Quebrar es-tes compromissos, acordos ou obrigações é algo nada expectável e de muito último recurso, em especial nas empresas familia-res às quais assim se reconhece uma extra-ordinária capacidade de resiliência.

O compromisso na empresa familiar

Temas para reflexão:

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAREFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

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“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 27

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Por cada dia que passa, a Internet torna-se cada vez mais importante para o desenvolvimento do potencial da economia digital. É fundamental que cada vez mais as empresas tenham a consciência destas oportunidades, do que elas podem representar para o desenvolvimento das suas atividades, e de qual o impacto que podem assumir no crescimento dos seus volumes de negócio e da economia do nosso país. Esta consciência é crucial para que Portugal dê o passo seguinte no sentido da consolidação duma economia digital sustentada à escala nacional, aumentando substancialmente o atual número de 17.097 websites* (num universo total de 307.091 sites profissionais**) que se dedicam atualmente ao comércio online.A criação de regulamentação clara e objetiva, quer a nível europeu, quer a nível nacional, que incida sobre as atividades comerciais online, é decisiva para que a economia digital possa crescer de forma saudável na Europa. Desde logo porque os motores de busca, que atualmente são verdadeiros déspotas, são obstáculos à objetividade e à democracia, e constituem uma barreira para todos aqueles que procuram informação online, bem como para as empresas que desejem melhorar a sua visibilidade e aumentar as suas receitas no online.

Os motores de busca, para fornecerem informações aos internautas que os procuram, utilizam algoritmos baseados na localização, no perfil e no comportamento do navegador e no seu histórico de pesquisas. É verdade que, desta forma, os internautas têm ao seu dispor a possibilidade de beneficiar do acesso a informação totalmente personalizada, mas isso também significa que a visão geral da realidade que constroem a partir da mesma não é assim tão neutra, e baseia-se numa versão altamente subjetiva da realidade que lhes foi fornecida.A política de privacidade do Google, recentemente «simplificada», também suscita muitas dúvidas, já que as diferentes plataformas (como por exemplo o YouTube, o Google+ e o Blogger), passaram a partilhar entre si os dados dos utilizadores de modo a promoverem campanhas de publicidade ultra- direcionadas. Felizmente a comissária europeia Viviane Reding endereçou esta questão.A atual ditadura que existe no online, imposta pelos grandes motores de busca, leva a que apenas as empresas com meios financeiros avultados possam verdadeiramente beneficiar da totalidade das vantagens oferecidas pela Web. Apenas os sites desenvolvidos por especialistas experientes, utilizando as tecnologias

mais recentes, têm capacidade para obter uma referenciação SEO ótima e assim alcançarem resultados de pesquisa relevantes para o seu negócio. É verdade que a dimensão da primeira página dos resultados duma pesquisa é sempre limitada, porém as PME nacionais deveriam ter também a possibilidade de participar e de constarem deste tipo de listas.Atualmente, a Internet é uma espécie de “Far West”: uma terra rica em oportunidades mas submersa no caos. Qualquer um pode desenvolver e disponibilizar websites. Esta situação só pode ser alterada se a Comissão Europeia criar regras de conduta e impuser requisitos mínimos de qualidade, como aliás já o faz para outros setores de atividade, por exemplo para a indústria alimentar. Só dessa forma poderão os players de menor dimensão (leia-se as PME) ter pleno acesso a plataformas eficazes que os incluam nas listas mais alargadas de pesquisa dos consumidores, que deste modo passarão a ter acesso a uma base muito mais alargada de possibilidades de resposta às suas procuras. Há uma série de aspetos fundamentais que muito poucos daqueles que desenvolvem sites têm em conta – além de textos claros, que incluam um número alargado de palavras-chave relevantes.

A web tem ainda muitos desafios a vencer no nosso país: apenas 7% dos sites portugueses, num universo de mais de 417.653 estão em conformidade com as obrigações legais **, e estamos muito atrasados em tecnologia, ergonomia e manutenção. Estes defeitos também têm um impacto significativo nos nossos resultados nos motores de busca, sabendo que eles refletem entre outras coisas, a última atualização e o número de visitantes (e com razão, como eles normalmente estão interessados em plataformas não-amigável... o círculo vicioso é então envolvido...).É no entanto chegada a hora de as empresas, de todas as dimensões, terem ao seu alcance a possibilidade de investirem numa forte estratégia de marketing online. É ainda necessário que surjam novas ideias e boas ações de marketing, mais eficazes, e que enderecem as oportunidades disponibilizadas pela web semântica, que se aproxima a passos largos e que permite estabelecer ligações, estruturas e relações entre os dados solicitados na Internet. Mas também nesta matéria será fundamental proteger a confidencialidade e a objetividade, para que as informações não prejudiquem a democracia.

* e ** Dados do Estudo da Email Brokers – Barómetro da Internet Portugal 2012.

Os motores de busca são déspotas iluminados!

JOEL MACHADOManaging Director, Email Brokers Ibérica

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Um estudo apresentado pela CA aponta que mais de um terço dos CIO da Península Ibérica acredita que os executivos das empresas veem as TI como um custo associado ao negócio e não como um meio através do qual poderão fazer crescer a empresa, ou um meio capaz de otimizar os processos, tornando--os mais eficientes, aumentando a agilidade e a competitividade. Pedro Ligero, country manager da CA Technologies, disse à “Vida Económica” ter chegado a altura de os gestores de topo reconhecerem que o verdadeiro valor das TI está na sua capacidade de gerir e explorar toda a informação gerada. A CA garante poder ajudar nessa tarefa.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Vivemos num mundo interco-nectado e a tecnologia é um ele-mento vital para o funcionamen-to da empresa e sempre presente nos projetos de inovação. Mas um estudo divulgado pela CA aponta que, na Península Ibérica, 89% dos CIO acredita que os gestores não sabem bem como aplicar a tecnologia no negócio para obter valor e isto pode dificultar o cres-cimento empresarial. “Os gestores de topo devem reconhecer que o verdadeiro valor das TI está na sua capacidade de gerir e explorar toda a informação gerada”, disse à “Vida Económica” Pedro Ligero, responsável pelo mercado nacio-nal da CA Technologies.

Em concreto, 40% dos CIO acredita que os decisores de topo não entendem o impacto das novas e emergentes tecnologias. “Os CIO da Península Ibérica temem que esta falta de compre-ensão esteja a conduzir à perda de oportunidades de negócio e de investimentos, a uma reduzida ca-pacidade de resposta da empresa às necessidades do mercado, per-da de competitividade e a alargar o time-to-market”, disse Pedro Ligero.

O estudo aponta também que mais de um terço (35%) dos CIO inquiridos na Península Ibérica acreditam que os principais exe-cutivos da empresa veem as TI como um custo associado ao ne-gócio, e não como um meio atra-vés do qual poderão fazer crescer a empresa, ou um meio capaz de otimizar os processos, tornando--os mais eficientes, aumentando a agilidade e a competitividade.

Ao que tudo indica, apenas 40% dos CIO portugueses e es-panhóis afirmam participar nos processos de tomada de decisões estratégicas. “Isto é um entrave à criação e desenvolvimento de estratégias digitais por parte dos principais responsáveis das dife-rentes equipas da empresa”.

Mas que proposta de valor traz a CA ao mercado nacional? Pedro Ligero diz que, por um lado, as empresas têm que fazer frente ao aumento do volume e dos tipos de tráfego, de dados e de dispo-sitivos na Internet. E, por outro,

têm de ser capazes de responder às crescentes expectativas dos clientes. “Na CA Technologies, somos da opinião que, através de uma boa gestão da infraestrutura do datacenter, as empresas não só podem reduzir custos e riscos como também otimizar os pro-cessos e poder dedicar mais recur-sos à introdução de inovações que aportem valor e novas fontes de receitas ao negócio”.

A CA DCIM é a proposta da CA Technologies para a gestão de infraestruturas de centros de da-dos. Este software permite às em-

presas recopilar a informação so-bre energia e variáveis ambientais das suas instalações e dos diversos sistemas de TI para realizar análi-ses, criar informes, emitir alertas e fazer um controlo rigoroso do funcionamento do centro de da-dos. “Estas capacidades ajudam os responsáveis da tomada de deci-sões a compreender melhor a uti-lização e o consumo energético, a ter uma imagem mais precisa do espaço do centro de dados para assignar e localizar os ativos den-tro do mesmo, a gerir o ciclo de vida desses ativos, a levar a cabo

análises de causa base e a melho-rar a planificação da capacidade”, explicitou o country manager.

O que falta mesmo às empre-sas portuguesas? Aconselhamen-to? Capacidade de investimento? Estão mal assessoradas? Pedro Ligero diz que as empresas de-vem procurar a sua diferenciação no mercado através da inovação. E, para isto, devem procurar as fórmulas que as ajudem a otimi-zar os processos, reduzir custos e a libertar recursos para alocá-los a projetos inovadores que gerem novas receitas. “A oferta de CA

PEDRO LIGERO, COUNTRY MANAGER, DA CA TECHNOLOGIES

Uma boa gestão das TI permite alocarem mais recursos à inova

Pedro Ligero, country manager da CA Technologiesplica.

HP reembolsa 60 euros na aquisição de toners HP LaserJetA HP terá em vigor uma campanha de reembolso aplicável a Toners LaserJet, entre 15 de dezembro de 2012 e 22 de janeiro de 2013, que possibilita um reembolso de 60 euros aos clientes. Para usufruir deste reembolso o cliente (particular ou empresa) terá de adquirir um conjunto de quatro toners HP LaserJet, pedindo posteriormente o reembolso a que tem direito.

TECNOLOGIAS

28 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

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SUSANA MARVÃ[email protected]

As redes sociais são apontadas como uma das grandes tendências para 2013.

Facebook, Twitter, Youtube e mais uma mão-cheia de platafor-mas começam agora a tornarem--se apetecíveis às empresas que, finalmente, compreenderam a ne-cessidade das plataformas digitais para manter as suas marcas e mes-mo angariar novos clientes. Até porque estudos apontam as redes sociais como o principal meio de partilha e consumo de informação.

Até aqui, tudo muito bem. Mas... como se gere a presença de uma marca ou empresa nas redes sociais? Que visão têm as empresas portuguesas das redes sociais? De que forma as usam? Que compe-tências têm as pessoas que gerem a marca nestes espaços virtuais? To-das as semanas a “Vida Económi-ca” irá dar o testemunho de uma empresa portuguesa relativamente a este tema.

A Optimus, por exemplo, en-trou para o Facebook em 2009 e, até ao momento, tem mais de 500 mil “fãs”. A marca está ain-da no Youtube, com um canal próprio, “onde somos o operador com maior presença nesta rede e a segunda marca em Portugal com maior número de visualizações de

vídeos – estamos a um número muito reduzido menos de atin-girmos o primeiro lugar”, disse à “Vida Económica” o porta-voz oficial da empresa. “É de um valor inestimável quanto um cliente es-colhe envolver-se ativamente com a marca, por toda a confiança que isso representa e ainda pelo ‘input’ direto e sem filtro que pode dar. No contexto atual, em que uma fa-tia crescente dos relacionamentos e contactos entre as pessoas passa pelas redes sociais, é obrigação das marcas e das empresas ouvir os seus clientes nestas plataformas e promover uma relação diária com estes.”

Na Optimus há muito tempo que o potencial destas dinâmicas foi identificado e, por isso mesmo, desde muito cedo “percebemos a crescente importância destas pla-taformas na vida das pessoas, daí termos sido o primeiro operador a garantir uma presença contínua e estrutural nas redes sociais.” Fo-ram, por exemplo, a primeira em-presa em Portugal a recrutar um colaborador através do Facebook ou a criar uma plataforma para identificação e captação das mais criativas e inovadoras ideias (assim como os seus autores) para produ-tos e serviços Optimus.

A Optimus tem uma equipa própria, integrada na direção de

marketing da empresa, que sededica inteiramente à gestão da comunicação nestes canais. “É res-ponsável por gerir e delinear a es-tratégia da Optimus nestes canais, estando em articulação com todasas áreas da empresa.”

O balanço é claramente positivo e os números comprovam-no, com mais de meio milhão de seguidoresno Facebook e mais de cinco mi-lhões de visualizações no Youtube.“Mas somos dos que acreditamosque o melhor ainda está para vir.Atualmente, existe uma prolife-ração de canais e plataformas que permitem às pessoas, empresas e à própria tecnologia dialogarem deuma forma mais próxima, útil e instantânea”.

Segundo fonte oficial, a empre-sa acredita que esta vontade departilha de informação deve ser acionada e promovida, atribuindoespecial atenção aos comentários e feedback dos clientes, algo que é transversal a toda a empresa “e que contribui, no nosso entendimen-to, para nos aproximar do nosso objetivo de fazer da Optimus o melhor operador de telecomunica-ções de Portugal”.

Não houve qualquer tipo de consultoria ou aconselhamento antes de iniciarem a “aventura”nas redes sociais, tendo toda a es-tratégia sido montada “dentro de casa”. “Mas fizemos um trabalho aprofundado de pesquisa, tendotido como base o que de melhorse faz nas grandes empresas a nível internacional”.

às empresas ção

Technologies permite aos clientes cobrirem a distância que há entre a procura de inovação por parte do negócio e a limitação de recur-sos no departamento TI”.

O gestor acredita que o departa-mento de TI se situa numa posição ideal para estender o pensamento digital estratégico a toda a equipa diretiva. “Devem trabalhar com os seus colegas da equipa de direção, identificando oportunidades para inovar o modelo de negócio, os processos, os produtos, os serviços, a experiência dos clientes, etc., e eleger a tecnologia e o modelo tec-nológico mais adequado”.

Da mesma forma, admite que os CEO e outros membros da direção de uma empresa devem procurar o apoio e o conselho dos diretores de TI para incorporar a perspetiva TI nas iniciativas que queiram efetu-ar para impulsionar a sua área de negócio.

Pedro Ligero garante que, nes-te capítulo, as características da tecnologia da CA diferenciam--na a CA dos restantes players. “O nosso software está desenhado para ajudar os clientes a melho-rar os processos, reduzir custos e gerar inovação tirando o máxi-

mo partido da tecnologia que as empresas já possuem e também das novas oportunidades que oferece a informática na cloud”. O responsável define esta oferta como “ampla, que abarca a gestão e a segurança desde que se gera e modela a ideia de um projeto até à altura em que este é colocado em produtivo, à supervisão do seu cor-reto funcionamento e à segurança, como, por exemplo, de um serviço de ajuda aos utilizadores internos da companhia, ou de uma aplica-ção bancária online, etc.”

Outro dos pontos fortes enfati-zados por Pedro Ligero, além da amplitude da oferta, é o facto de o software funcionar com as prin-cipais plataformas de hardware, de software, sistemas operativos e distintas outras tecnologias que o cliente possa ter. “A nossa tecno-logia também se apresenta de for-ma a que o cliente possa eleger a forma preferida como a vai adqui-rir: seja instalando-a no seu cen-tro de dados, em forma de serviço pay-per-use, ou adquirida através de fornecedores de serviço.”

Em Portugal em concreto, a empresa está a trabalhar de forma muito ativa com os parceiros, aju-dando-os a criar centros de compe-tência que lhes permitam oferecer serviços TI em forma de mana-ged services ou via cloud compu-ting não só no mercado nacional, como também para o exterior. “Por exemplo, os nossos parceiros Knewon ou Mainroad criaram serviços baseados na nossa tecno-logia e que são oferecidos aos seus clientes através da internet. É um modelo cuja adoção vamos ver crescer.”

AS EMPRESAS NAS REDES SOCIAIS

Optimus foi a primeira a contratar pelo Facebook

“Somos dos que acreditamos que o melhor ainda está para vir”

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 29

Menos de 1% dos dados mundiais são analisadosSegundo um estudo da IDC, apesar da expansão sem precedentes do universo digital, devido às enormes quan-tidades de dados gerados diariamente pelas pessoas e pe-los sistemas, apenas 0.5% dos dados mundiais são ana-lisados.

Portuguesa Olisipo inova na população séniorA empresa portuguesa Olisipo anuncia o lançamento do True-Kare, um serviço tecnológico único no mundo, desti-nado ao acompanhamento continuado da população sénior. O objetivo da empresa é chegar aos 100 mil utilizadores no final de 2013.

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As empresas devem procurar as fórmulas que as ajudem a otimizar os processos, reduzir custos e a liberar recursos

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Organização:

Informações e inscrições: Vida Económica – Patricia Flores Tel.: 223 399 466 Fax: 222 058 098 E-mail: [email protected]

Formador: Dr. Agostinho Costa

Programa:

1. A Contabilidade como sistema de informação de apoio à gestão

2. O essencial sobre os conceitos base de contabilidade em SNC

3. O essencial sobre as classes 1, 2, 3, 4 e 5 do SNC

4. O essencial sobre as classes 6, 7 e 8 do SNC

5.exercício

6. As demonstrações Financeiras e o SNC

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

Bluepharma aumenta investimento em investigação

A Bluepharma ultrapassou os três milhões de euros em inves-timento em Investigação & De-senvolvimento (I&D) no ano de 2010, fi cando na primeira posição de pequenas e médias empresas (PME) farmacêuticas que mais investe nesta área, na sequência dos dados revelados pelo Ministério da Educação e Ciência.

As estatísticas ofi ciais sobre I&D em Portugal são produzi-das a partir do Inquérito ao Po-tencial Científi co e Tecnológico Nacional (IPCTN) às empresas, ao Estado, ao ensino superior e às IPSFL. O IPCTN é o instru-mento ofi cial de contabilização dos recursos humanos e da des-pesa em I&D, seguindo critérios acordados a nível europeu pelo

Eurostat e em articulação com a OCDE. Em Portugal, o IPCTN realiza-se desde 1982.

A farmacêutica Bluepharma tem três grandes áreas de ativida-de: produção de medicamentos próprios e para terceiros, investi-gação, desenvolvimento e registo de medicamentos e comercializa-ção de medicamentos genéricos.

No ano passado, a Bluepharma celebrou o seu 10.º aniversário

com um crescimento visível, que se traduziu num volume de negó-cios consolidado de 20,3 milhões de euros, dos quais 70 por cento correspondem exportações para o mercado externo. Em 2012 espe-ra atingir um volume de negócios consolidado de 30 milhões de eu-ros. Atualmente, o Grupo Blue-pharma conta com cerca de 300 colaboradores, sendo que 108 fo-ram admitidos já este ano.

A participação na “spin-off “Luzitin – que se encontra a desenvolver um medicamento inovador na área do cancro – e a Treat U, que apoia investigação na área biotecnológica, são dois grandes investimentos em I&D que a Bluepharma tem apoiado e que traduzem também a cultura da empresa.

Melom assume-se como n.º 1 em obrasA Melom, empresa de obras e remodelações domésticas, apresentou na II Convenção, que decorreu em Fátima, as alterações no seu posicionamento no mercado. A Melom irá assumir--se como a Rede Nº1 de Obras em Portugal e a solução para os portugueses que precisam de obras em casa, passando a denominar-se Melom Obras.

EM FOCO

30 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

A Creative Minds, empresa global de co-municação e marketing, venceu o concurso público lançado pela TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ri-batejo Interior, para a remodelação e assis-tência técnica do seu sistema de informa-ção turística.

Com o objectivo da remodelação e as-sistência técnica do seu sistema de infor-mação turística portal inSITU, inserida no âmbito dos projectos de cooperação internacional “Portugal Rural” e “Verdes São Os Campos”, a TAGUS lançou um concurso público, para o qual foram con-vidadas cinco empresas nacionais de reno-me. A empresa que mais se destacou foi a Creative Minds, que foi a escolhida para ser responsável pelo projecto.

Para Paulo Domingues, administrador da Creative Minds, esta escolha “é um voto de confi ança na nossa equipa e é mais um projecto que muito nos orgulha, na área do desenvolvimento web. O nosso objec-

tivo é que o portal inSITU consiga, de fac-to, dinamizar o Ribatejo Interior e, assim, contribuir para que as empresas da região consigam prosperar”.

Para que todos os objectivos sejam al-cançados, a equipa da Creative Minds irá criar uma nova imagem e novas aplicações tecnológicas.

Creative Minds promove turismo do Ribatejo

Adriana Andrade, gestora na têxtil, de-cidiu contribuir com a sua experiência no setor e retomar o desenvolvimento de um projeto abandonado. Agarrou na ideia de um jovem empreendedor, João Freitas, na criatividade de uma jovem designer e re-cém-mamã, Patrícia Moutinho, e relançou no mercado a BarriguinhasFashion.(http://barriguinhasfashion.com/)

Inicialmente, o projeto pretendia ser apenas uma loja online, com um vasto leque de produtos de vestuário e beleza, tendo como público-alvo as mamãs na sua

fase de gravidez, segmento “esquecido” pelo mercado, representando outras mar-cas. “No entanto, já estamos também a criar uma marca própria inteiramente por-tuguesa, para a qual desenhamos todos os produtos”, avançamos responsáveis.

“Apostamos na produção nacional, pois sabemos que Portugal é muito bom no que faz e, portanto, pretendemos (sabemos que não será fácil) ter apenas vestuário produ-zido integralmente no nosso país. Mas esse será o segredo da próxima coleção Prima-vera-Verão.”

BarriguinhasFashion quer crescer com os clientes

A aposta em exportações consubstancia-se na entrada em cerca de 30 países.

A Bluepharma venceu este ano o prémio INSEAD Entrepreneurship 2011/2012.

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SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 31

EM FOCO

CVR Tejo desenvolve campanha para promover as vendas

Das grandes regiões vitivinícolas, a região do Tejo foi a segunda que mais cresceu no ano de 2012, nomeadamente 15,6% em valor e 13,3% em volume, segundo dados estatísticos oficiais.

“Estes dados demonstram uma resposta muito positiva dos consumidores, que dão assim um claro sinal do reconhecimento da qualidade dos vinhos da região Tejo”, salienta José Pinto Gaspar, presidente da CVR Tejo.

Para a época natalícia e com vista a ala-vancar as vendas e dar visibilidade aos vi-nhos da região, a Comissão vai promover uma ação promocional “Vinhos do Tejo” nas lojas Continente, do grupo Sonae.

Nos dias 14, 15, 21 e 22 de dezembro, os clientes das lojas Continente, de norte a sul do país, podem fazer uma degustação dos vinhos da região.

Os produtores participantes são a Ade-ga Cooperativa de Almeirim, Adega Co-operativa do Cartaxo, Casa Cadaval, Ca-sal Branco, Casal da Coelheira, Enoport, Falua, Fiúza & Bright, Parras, Quinta da Alorna, Quinta da Lagoalva e Quinta do Falcão.

Fundação Millennium BCP disponibiliza APP

A Fundação Millennium bcp acaba de aderir às mais recentes tecnologias móveis tendo lançado a APP Fundação Millen-nium bcp, com o intuito de apresentar o seu espólio.

Nesta aplicação, que se divide em duas categorias, Museu Numismático e Arte Partilhada é possível visualizar toda a cole-ção de moedas do Millennium bcp, catalo-gadas com detalhe, incluindo um pequeno resumo da história de cada moeda, sendo ainda possível recorrer a um motor de pes-quisa.

A Quinta do Pessegueiro apre-senta no mercado dois novos tintos do Douro, ambos da colheita 2010: o Quinta do Pessegueiro, um vinho estruturado e profundo, muito as-sente em vinhas velhas; e o Aluzé, um vinho que prima pela versatili-dade de consumo e que foi recen-temente distinguido com medalha de prata no concurso internacional “Decanter - Asia Wine Awards”.

Com enologia de João Nicolau de Almeida, os vinhos resultam de

um ano vitícola que conheceu um inverno e início de primavera mui-to chuvosos, que contribuíram para repor a humidade nos solos, facili-tando o desenvolvimento das vi-nhas. Durante a fase de maturação, o clima foi quente e seco e no início de setembro alguma precipitação auxiliou ao amadurecimento final das uvas.

O Aluzé tinto 2010, o vinho de entrada de gama da Quinta do Pessegueiro, com PVP de J 10,50,

“apresenta uma cor com brilho, não muito carregada, vermelha, com to-nalidades violeta.

O aroma é fino e fresco, lembran-do frutos do bosque. Surgem tam-bém alguns apontamentos florais e de especiarias, como a pimenta e o cravinho. Na boca tem um ataque muito fresco e direto, revelando logo depois volume e acabando com final fino e certeiro”, descreve João Nicolau de Almeida.

O Quinta do Pessegueiro tinto

2010, o vinho que na atualidade melhor exprime o “terroir” deste novo projeto do Douro, com PVP de J 22, “revela aroma fresco, com notas mentoladas e frutos verme-lhos. Surgem também ‘nuances’ a terra molhada e rocha, traços de mi-neralidade. Na boca começa fresco e com taninos finos, mostrando--se logo a seguir mais encorpado e confirmando as notas aromáticas, terminando direto e persistente”, avalia João Nicolau de Almeida.

Quinta do Pessegueiro lança dois tintos do Douro

Vinhos da Quinta do Pessegueiroestão já a conquistar empatia e dis-tinção internacional.

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DIREITOS

Administrador da SRS Advogados distinguidoJosé Manuel Carvalho, administrador da SRS Advogados, é distingui-do com o segundo lugar do ranking nacional no Prémio “Melhores Gestores de Pessoas”. A SRS Advogados segue uma política de gestão de Recursos Humanos sustentada e estratégica, com base na importân-cia do capital humano da sua organização.

Sou dono de um estabelecimento comercial e pretendo organizar um concurso promocional, como atrativo para os consumidores. Esse concurso consistirá numa tômbola e o vencedor receberá como prémio uma viagem. De que modo se deve proceder, em termos legais, para a execução desse concurso?

As operações de marketing são, cada vez mais, um fator essencial na produtividade das empresas. Todavia, é essencial que as mesmas sejam efetuadas dentro da legalidade, para, assim, obviar a gastos desnecessários.Os jogos ou concursos promocionais são jogos afins aos jogos de fortuna ou azar nos quais a esperança de ganho está dependente da sorte e nos quais o prémio que pode ser obtido tem um valor económico. Esses jogos afins podem corresponder, nomeadamente, a rifas, tômbolas, sorteios, concursos publicitários, concursos de conhecimentos e passatempos (art. 159.º, n.º 1 e 2, do Decreto-Lei 422/89, de 2 de dezembro). Os prémios têm que ter um valor económico, o que impossibilita a entrega de um prémio em dinheiro. Na verdade, estes jogos não podem ter um tema similar aos tradicionais jogos da fortuna ou azar, como sejam, entre outros, a

roleta, os dados, o bingo ou o póquer (art. 161.º, n.º 3, do Decreto-Lei 422/89). Em Portugal, é possível organizar uma promoção, nomeadamente concursos publicitários, sorteios, tômbolas ou rifas, desde que os mesmos sejam sujeitos a uma autorização por parte da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), que fixará, em cada caso, as condições que tiver por convenientes e determinará o respetivo regime de fiscalização (art. 160.º, n.º 1, do diploma supra mencionado). Assim, deverá ser apresentado um requerimento perante o MAI, com 15 dias de antecedência em relação ao início do concurso e acompanhado do regulamento, de garantia bancária ou seguro de caução, documento comprovativo do IRC e cartão de pessoa coletiva. Por último, deve ressalvar-se que a este procedimento é aplicada uma taxa legal de J 500,00 (quinhentos euros), entregues no ato de registo do requerimento, em numerário ou cheque (em consonância com o disposto na Portaria n.º 1203/2010 de 30 de novembro). No regulamento do sorteio deve indicar-se qual o local, dia e hora para as operações de apuramento dos concorrentes, bem como os prémios a atribuir, nomeadamente, indicando marcas, modelos e valores unitários

líquidos (esse valor deverá discriminar qual o valor líquido do(s) prémio(s), e também o seu valor ilíquido, após a aplicação do Imposto Selo).Do requerimento deverá também constar que os prémios deverão ser reclamados no prazo de 90 dias a contar da data da realização de cada sorteio e deverá informar-se qual a publicidade do concurso que será feita. Toda a publicidade que respeita a um concurso ou promoção deve identificar de modo claro e objetivo as principais regras e termos dessa promoção, logo, a publicidade de um concurso ou promoção deve referenciar todos os seus aspetos essenciais e não pode induzir o consumidor a crer que o prémio será obtido independentemente de qualquer compensação monetária. Após a determinação dos premiados, é necessário anunciar pelos mesmos meios de publicidade, o nome e morada dos vencedores, bem como o último dia do prazo em que os prémios podem ser levantados. Além disso, é necessário apresentar no MAI, no prazo de oito dias (a contar do termo final o prazo de 90 dias concedido para levantar o prémio), as declarações comprovativas da entrega dos prémios e, bem assim, a entrega ao Estado das importâncias devidas pela aplicação da

taxa do Imposto de Selo.Caso os prémios não sejam reclamados no prazo devido ou não seja feita prova da entrega dos mesmos, os prémios reverterão para uma instituição designada pelo MAI. Também haverá idêntica reversão se, por qualquer circunstância, incluindo o incumprimento de algumas das cláusulas estabelecidas no regulamento, por parte da entidade organizadora, não for possível atribuir os correspondentes prémios, depois de iniciados os trabalhos com a participação do público.Dever-se-á também confirmar por escrito, à Secretária-Geral do MAI, as datas das operações e, bem assim a identificação do seu representante nas mesmas; tal como, proceder ao pagamento das despesas relativas à fiscalização que irá ser exercida pelos representantes do MAI (nos termos da Portaria nº 1203/2010, de 30.11.2010).Por último, deverá ainda atender-se que, em certos casos, poderá haver necessidade de notificar a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).

Isabel FradaGabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

LEGAL & ILEGAL

CONCURSOS PROMOCIONAIS

32 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

“Sou um cidadão holandês que gostaria de saber se existe algum regime fiscal específico de tributação dos titulares de rendimentos de pensões de reforma que pretendam gozar a sua velhice em Portugal?”

Com Decreto-Lei n.º 249/2009, de 23.9, o legislador português consagrou o estatuto de residente não habitual, aplicável aos contribuintes que se tornassem residentes para efeitos fiscais em território nacional. Assim, passaram a beneficiar deste estatuto todos aqueles que a partir, de 1 de Janeiro de 2009, se tenham tornado residentes para efeitos fiscais e que, adicionalmente, não tenham sido tributados como residentes fiscais em Portugal em qualquer um dos cinco anos anteriores.O contribuinte para beneficiar deste regime fiscal tem de proceder à inscrição no registo de contribuintes da Autoridade Tributária e Aduaneira, adquirindo o direito a ser tributado como residente não habitual durante um período de 10 anos.Posto isto, esse diploma legal que introduziu alterações no Código de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (CIRS) previu um conjunto de regras aplicáveis aos residentes não habituais, nomeadamente, quanto aos rendimentos passivos, onde se incluem os rendimentos de pensões. Nos termos do artigo 81.º do CIRS (na redação em vigor até 31.12.2012), os rendimentos passivos estão isentos quando obtidos no estrangeiro e, desde que, possam ser tributados no Estado da Fonte, em conformidade com o acordo destinado a

eliminar a dupla tributação, celebrado entre Portugal e esse determinado Estado. Além disso, a citada disposição legal exigia que os rendimentos não pudessem ser considerados obtidos em território português e que esse país, território ou região não fizessem parte da lista portuguesa de paraísos fiscais.

Em conformidade com o exposto, exigia-se apenas como condição para a aplicação da isenção a possibilidade de serem tributados no Estado da Fonte, não se exigindo a sua tributação efetiva nesse mesmo Estado. Porém, no caso específico das pensões a referida disposição legal estabelecia a necessidade de efectiva tributação no

Estado da fonte, em conformidade com o citado acordo de dupla tributação, ou que esses rendimentos não pudessem ser considerados como obtidos em território português, de acordo com as regras do CIRS. No entanto, com vista a dissipar dúvidas de interpretação e aplicação da isenção, por via da utilização, entre as duas regras, do termo “… desde que, alternativamente….”, a proposta de Lei, a que se refere o Decreto n.º 100/XII (Lei do Orçamento de Estado para 2013) veio clarificar essa disposição legal. Porquanto, a partir de 1.1.2013, com base na alteração ao artigo 85.º, n.º 5, do CIRS, passa-se a dispor que é suficiente “que se verifique qualquer uma das condições previstas nas alíneas seguintes”. Ou seja, beneficiam da isenção os residentes não habituais que “a) Sejam tributados no outro Estado, com conformidade com convenção para eliminar a dupla tributação celebrada entre Portugal com esse Estado; ou b) Pelos critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º, não sejam de considerar obtidos em território português”.Assim, conclui-se que as pensões de reforma geradas fora do território português, ainda que não sejam tributadas no Estado da fonte, beneficiarão a partir de 1.1.2013 de isenção de IRS em Portugal.

ZEFERINO FERREIRAGabinete de AdvogadosAntónio Vilar, Luis Cameirão & [email protected]

LEGAL & ILEGAL

“OS RESIDENTES NÃO HABITUAIS E A DUPLA ISENÇÃO DAS PENSÕES DE REFORMA”

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Um cliente tem vários saldos de clientes incobrá-veis, já com 10 anos, uns que faleceram e fecharam os estabelecimentos, outros que nem se sabe por onde andam. A gerência pretende solicitar a dedução desse IVA. O artigo 78.º do Código do IVA parece não permitir essa dedução. Será assim?

Resposta do Assessor Fis-cal:O n.º 7 do artigo 78.º do CIVA impede que os beneficiários de créditos considerados incobráveis possam obter a dedução do IVA sobre eles incidente, sem que haja recurso à via judicial seja em processo de execução após o registo da suspensão de instância a que se refere a alínea c) do n.º 2 do artigo

806.° do Código do Processo Civil, seja em processo de insolvência quando a mesma for decretada. Deste modo e, consequentemente, sem o recurso à via judicial não há hipótese de se obter a dedução do IVA respeitante a créditos considerados incobráveis.Todavia, havendo acordo obtido em procedimento extrajudicial de conciliação para viabilização de empresas em

situação de insolvência ou em situação económica difícil, em conformidade com o Decreto-Lei n.º 316/98, de 20 de Outubro (alterado pelo Decreto-Lei n.º 201/2004, de 18 de Agosto), podem ainda os sujeitos passivos deduzir o imposto respeitante a créditos considerados incobráveis, nos termos do acordo obtido, conforme alínea c) do n.º 7 do artigo 78.º do CIVA.

FERNANDA SILVA [email protected]

Em 2013 as empresas vão ter maiores dificuldade em gerir a tesouraria, por força do aumento da carga fiscal do Orçamento de Estado. E seria bom que a banca voltas--se a libertar recursos de financiamento às empresas. Esta é a opinião de Maria Antó-nia Torres, sócia-responsável pelo departa-mento fiscal da consultora Pricewaterhou-seCoopers (PwC) do Porto

A implementação do aguardado regime simplificado de contabilidade de caixa, me-dida prevista no Orçamento de Estado para 2013 (OE2013), “pode ter um impacto muito limitativo”, afirmou Maria Antónia Torres durante o seminário “O OE 2013 em discussão”, que se realizou esta semana na Católica Porto Business School.

Questionada acerca das consequências que poderão advir do agravamento dos pa-gamentos por conta, igualmente previsto no

OE2013, Maria Antónia Torres admite que tal medida “terá um grande impacto a nível da tesouraria das empresas que tenham lu-cro” e que “as empresas que neste momento estão no limite poderão mesmo vir a fechar”.

Lembrando que a diluição em duodéci-mos de 50% dos subsídios de férias e de Natal ao longo do ano poderá ter também um forte impacto na tesouraria das empre-sas, a responsável da PwC reconhece que seria importante reduzir as atuais dificul-dades na obtenção de crédito bancário. “Este é um dos temas fulcrais que é preciso resolver. Os bancos precisam de começar a libertar outra vez fundos para a economia, e não vejo isso a ser feito”, admite.

“Tudo isto vai sobrecarregar ainda mais a tesouraria das empresas, que não conse-guem ir ao banco e cujos acionistas não es-tão disponíveis para financiar, e, portanto, o que vamos ter nos próximos dois anos será imensas empresas a fechar”, conclui Maria Antónia Torres.

OE2013 sem incentivos às empresas

A falta de incentivos ao crescimento económico e de benefícios ao desenvolvi-mento do tecido empresarial nacional foi a principal crítica apontada ao OE2013 por Luísa Anacoreta, coordenadora científica da Católica Porto Business School. “Exis-te uma falta nítida de incentivo ao cres-cimento empresarial” e “na área de IRC faltam incentivos e benefícios ao desenvol-vimento das empresas”, realçou.

Luísa Anacoreta admitiu ainda que as previsões que servem de base à proposta de OE2013 “são otimistas ao nível do IVA, e mesmo do IRS e IRC”. “No IRS estão previstas receitas que, se houver despedi-mentos, podem não se conseguir realizar” e “o IVA também assenta numa projeção de consumo que tende vir a diminuir e como tal será difícil de atingir”. Quanto ao au-mento do IRS, fará com que as empresas vendam menos” aumentando os despedi-mentos.

OE2013 FOI TEMA DE SEMINÁRIO NA CATÓLICA PORTO BUSINESS SCHOOL

Aumento da carga fiscal pode gerar mais insolvências

DEZEMBRO

Até ao dia 31

- Entrega do pedido de restituição do IVA pelos sujeitos passivos cujo imposto suportado, no próprio ano, noutro Estado-Membro ou país terceiro, quando o montante a reembolsar for superior a J 400 e respeitante a um período de três meses consecutivos.

Liquidação, por transmissão electrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação - IUC, relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no presente mês. As pessoas singulares poderão solicitar a liquidação em qualquer Serviço de Finanças.

JANEIRO

Até ao dia 10

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Novembro. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, refe-rente às transmissões intracomunitárias isen-tas, efetuadas no mês de Novembro.

Até ao dia 15

-soas singulares- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos No-tários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo pre-dial, das relações dos atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

Até ao dia 20

-soas singulares - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares (IRS).- Entrega, pelas Instituições de Crédito e Com-panhias de Seguros, aos sujeitos passivos, de documento comprovativo dos juros, prémios de seguros de vida e outros encargos, pagos no ano anterior e que possam ser deduzidos ou abatidos aos rendimentos. - Entrega, pelos devedores de rendimentos obrigados à retenção total ou parcial de impos-to, aos sujeitos passivos, de documento com-provativo das importâncias pagas no ano ante-rior, do imposto retido na fonte e das deduções a que eventualmente tenha havido lugar. - Entrega, pelas entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários, aos in-vestidores, onde constem os movimentos de registo efectuados no ano anterior.

-soas coletivas- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Coletivas.

- Entrega das importâncias retidas, no mês an-terior, para efeitos de Imposto do Selo.

IRC/IRSCoeficientes de desvalorização

da moeda

Os coeficientes de desvalorização da moeda a aplicar aos bens e direitos alienados durante o ano de 2012, cujo valor deva ser atualizado nos termos dos artigos 47.º do Código do Im-posto sobre o Rendimento das Pessoas Coleti-vas e 50.º do Código do Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares, para efeitos de determinação da matéria coletável desses impostos, foram actualizados pela Portaria nº 401/2012, publicada no Diário da República do dia 6 de Dezembro.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

Aprovada declaração modelo 39 de IRSFoi publicada em Diário da República a Portaria nº 414/2012, que aprova a declaração modelo 39 – Rendimentos e retenções a taxas liberatórias – e as respetivas instruções de preenchimento. A declaração deve ser apresentada sempre que sejam pagos ou colocados à disposição os rendi-mentos de capitais sujeitos a retenção na fonte pelas taxas previstas no Código do IRS ou sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, cujos titulares sejam residentes em território português e não beneficiem de isenção, dispensa de retenção ou redução de taxa.

PRÁTICA FISCAL

CRÉDITOS INCOBRÁVEIS

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 33

Page 34: ÜÜÜ°Û `>iV V>°«Ì * Ê `iÀ>ÊÛ> À â>XªiÃÊ i Ê Ã>ve_ed1473... · dizem, designadamente que a ... só quando existir, de facto, risco de ... delas efetivamente precisa.

Com as recentes alterações trazidas pelo Decreto-Lei n.º 197/2012, de 24 de agosto, passa a ser obrigatória a emissão de fatura para todas as transmissões de bens e prestações de serviços, independentemente da qualidade do adquirente dos bens ou do destinatário dos serviços, ainda que estes não a solicitem, bem como pelos pagamentos que lhes sejam efetuados antes de cada transmissão de bens e prestação de serviços, qualquer que seja o setor de atividade em causa.Gera-se, desta forma, um elevado número de faturas que devem ser espelhadas na contabilidade dos sujeitos passivos. E poderá haver a tentação de executar este registo de uma forma agregada. Os lançamentos agregados são possíveis, em termos fiscais, em determinadas situações legalmente previstas, nomeadamente se estivermos perante um consumidor final ainda que este tenha exigido a colocação do seu número de identificação fiscal no documento. Se atendermos ao facto de que a contabilidade deve transmitir uma imagem fiel da situação patrimonial da empresa, se tivermos a faturação de uma entidade registada em lançamentos agregados, não se pode retirar muita informação da situação da empresa face aos seus clientes, nomeadamente no que respeita ao controlo

dos créditos com vista à evidenciação das adequadas perdas por imparidade naqueles que sejam de cobrança duvidosa.Desta forma, é recomendável que na execução da contabilidade se lance fatura a fatura. Poderá ser um procedimento moroso, mas necessário. Existem no mercado softwares de faturação que permitem exportar os dados em questão diretamente para a contabilidade, onde continuarão a ser apresentados documento a documento. Nos casos em que tal ferramenta não exista, o trabalho será feito manualmente, lançando documento a documento.Todavia, existem sujeitos passivos que não utilizam sistemas informáticos integrados de faturação e contabilidade, ou que utilizem faturação manual com recurso a faturas impressas em tipografias autorizadas, nestes casos o registo dos documentos na contabilidade terá de ser efetuado manualmente, e de preferência documento a documento.O Código do IVA refere que em determinadas situações específicas se possa

efetuar o registo das operações realizadas diariamente com não sujeitos passivos pelo montante global das contraprestações recebidas pelas transmissões de bens e prestações de serviços tributáveis, imposto incluído, assim como pelo montante das contraprestações relativas às operações não tributáveis ou isentas. Este procedimento não anula a obrigação de emitir uma fatura por cada transação efetuada durante um dia de trabalho, simplesmente permite que se transmita, para efeitos de registo na contabilidade, o valor global destas operações realizadas com não sujeitos passivos.Este registo global deve ser efetuado, o mais tardar, no primeiro dia útil seguinte ao da realização das operações, com base em duplicados das faturas emitidas, em extratos diários produzidos pelos equipamentos eletrónicos relativos a todas as operações realizadas ou em folhas de caixa, que podem substituir o mesmo registo desde que contenham a indicação inequívoca de um único total diário.Quer isto dizer que, aquando do lançamento na contabilidade do sujeito passivo dos documentos que titulam, este tipo de operações poderá ser feito pelo montante global diário, mas nos casos especificamente previstos no Código do IVA (conjugação do art.º 40.º e do art.º 46.º do CIVA). Será de evitar que se lance na contabilidade simplesmente o valor mensal, o que limita em muito a informação que será disponibilizada, uma vez que poderá ser útil perceber a flutuação, por cliente, das vendas ou prestações de serviços ao longo dos diferentes dias do mês.Quanto maior for o detalhe que se confira aos lançamentos contabilísticos, mais fácil será assegurar outras exigências fiscais, nomeadamente o preenchimento do mapa recapitulativo de clientes, anexo O, à informação empresarial simplificada (IES).É extremamente útil ao técnico oficial de contas dispor de informação detalhada na contabilidade sobre as vendas, cliente por cliente, pois existe a obrigação de constar, no referido mapa recapitulativo, os clientes com os quais se atingiu um montante total de operações superiores a 25 mil euros. Situação que não será possível identificar a partir da contabilidade se existir um único lançamento na conta de clientes, ou seja, se os valores de vendas ou prestações de serviços forem lançados a partir de um mapa resumo.Concluindo, estas alterações visam notoriamente um maior controlo das operações com vista ao combate à fraude e à evasão fiscal. E podem, em alguns casos, resultar num acréscimo de trabalho para o técnico oficial de contas. Ficando, contudo, sempre a garantia de um trabalho que se pretende que seja realizado de forma exemplar, fazendo do TOC um profissional cada vez mais indispensável.

Contabilização da faturação

ELISABETE CARDOSOCONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

Estas alterações visam notoriamente um maior controlo das operações com vista ao combate à fraude e à evasão fiscal.

Novas regras de IVA simplificam operações das empresasA partir de 1 de janeiro entram em funcionamento as novas regras em matéria de IVA, as quais pretendem simplificar as operações das pequenas empresas em toda a Europa. Bruxelas conside-ra que será possível poupar cerca de 18 mil milhões de euros através do corte nos custos adminis-trativos. Uma outra novidade importante é que as empresas com um volume de negócios infe-rior a dois milhões de euros poderão optar por um regime de contabilidade de caixa. A Comissão assume que as novas regras em sede de IVA têm em conta a realidade das empresas europeias.

Bruxelas intensifica luta contra a fraude e a evasão fiscaisOs Estados-Membros vão contar com regras mais rígidas no que toca ao combate à fraude fis-cal. A diretiva relacionada com a cooperação administrativa no domínio fiscal representa a base de uma colaboração reforçada e de uma melhor troca de informações entre as autoridades fis-cais na União Europeia. Um dos aspetos essenciais é que se acaba com o sigilo bancário, isto é, um estudo não poderá recusar fornecer informações a um outro país. Bruxelas diz que as novas regras vão permitir uma maior transparência, melhor troca de informações e uma cooperação mais estreita, bem como disponibilizar ferramentas mais eficazes para combater a fraude fiscal.

CONTAS & IMPOSTOS

Recebimento antecipado das prestações de desemprego para criação do próprio emprego

De acordo com as notas constantes do sítio do IEFP, o montante pago, total ou parcialmente, das prestações de desemprego, deve ser aplicado, na sua totalidade, no financiamento do projeto, podendo ser aplicado em operações associadas ao projeto, designadamente na realização de capital social da empresa a constituir.

O sujeito passivo «X», promotor de um projeto que apresentou no IEFP, recebeu, a título de recebimento antecipado das prestações de desemprego, um valor de 20 mil euros (exemplo), para a constituição de uma empresa (sociedade por quotas). Este valor será para financiar o investimento proposto em ativos tangíveis (15 385 euros e fundo maneio (4615 euros).O promotor do projeto recebe este valor na sua conta particular e transfere-o para a conta bancária da empresa. É correto, na empresa, proceder aos seguintes movimentos contabilísticos (considerando que este valor é um direito do sócio, aplicado na realização de capital da empresa a titulo de capital social ou suprimentos): admitindo a realização do capital social: 5000 euros teríamos contas 12/26, antes (26/51) – 5000 euros e 12/25 – 15 000 euros ou, caso o promotor já tivesse realizado o capital social, conforme lhe era possível por sua conta e risco após a entrega do projeto: 12/25 – 20 000 eurosNesta situação, o valor do subsídio não seria considerado como um rédito e as amortizações dos ativos e outros gastos propostos considerados como gastos do período. Por outro lado, a Segurança Social paga a totalidade das prestações de desemprego apenas para ser aplicada na entidade, considerada como um subsídio que lhe está a ser atribuído após a transferência desta verba para a empresa. Esta deverá contabilizar a conta de depósito à ordem por contrapartida da conta subsídios do Governo e tratá-los de acordo com a NCRF- 22. Então seria: 12/593 – 20 000 euros. Seria considerado um rédito, calculado de forma sistemática de acordo com as amortizações dos ativos e outros gastos incluídos no investimento proposto no projeto. O que fazer ao valor do financiamento destinado ao fundo de maneio?

Admitimos que se pretende referir na sua questão ao subsídio atribuído no âmbito do «Programa de Apoio ao

Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego», mais concretamente no âmbito dos «Apoios à Criação do Próprio Emprego por Beneficiários de Prestações de Desemprego». Esta medida de apoio à criação do próprio emprego por beneficiários de prestações de desemprego permite beneficiar do pagamento, total ou parcial, do montante global das prestações de desemprego, isoladamente ou em cumulação com crédito bonificado e garantido. De acordo com as notas constantes do sítio do IEFP, o montante pago, total ou parcialmente, das prestações de desemprego deve ser aplicado, na sua totalidade, no financiamento do projeto, podendo ser aplicado em operações associadas ao projeto, designadamente na realização de capital social da empresa a constituir. Ou seja, falamos de montantes que são recebidos na esfera pessoal do sujeito passivo que reúne as condições para receber o subsídio de desemprego, mas que são entregues condicionados no que toca à sua aplicação: concretização do projeto apresentado. Logo, o recebimento do subsídio, propriamente dito, não é contabilizado na sociedade, já que não é esta a beneficiária daqueles montantes. O que é contabilizado na sociedade são as entregas feitas pelo sócio que, em regra, ocorrem para a realização do capital social (ou para aquisição de parte social, quando o destino são empresas já constituídas). Claro que se podem colocar outras possibilidades, dependendo da situação concreta e das condições estabelecidas no caso particular, nomeadamente não serem utilizados para realização do capital mas sim para financiamento da sociedade. A ser o caso, os valores que foram recebidos pela empresa através das contas individuais do sócio serão registados como operações de financiamento puro da empresa, ou seja, numa conta de suprimentos ou de prestações suplementares, consoante as necessidades da empresa e as disposições constantes no respetivo contrato de sociedade. (INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS

TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS)

FISCALIDADE

34 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

Page 35: ÜÜÜ°Û `>iV V>°«Ì * Ê `iÀ>ÊÛ> À â>XªiÃÊ i Ê Ã>ve_ed1473... · dizem, designadamente que a ... só quando existir, de facto, risco de ... delas efetivamente precisa.

O Volkswagen Bank iniciou operação em Portugal. O diretor--geral da nova filial, Luís Schunk, não teme o risco do país.“Não estamos limitados por dificuldades de concessão de crédito” refere.“O risco associado à nossa operação em Portugal está perfeitamente identificado e sabemos como o gerir”, acrescenta.AQUILES [email protected]

Vida Económica – Porquê a aposta do Volkswagen (VW) Bank no mercado português?

Luís Schunk – A entrada em Portugal insere-se no natural processo de crescimento e inter-nacionalização da atividade da VW Financial Services – a divisão financeira do grupo VW, onde o VW Bank está integrado – que já opera em 38 países. O facto de o mercado automóvel em Portugal atravessar uma fase tão contur-bada, resultante da crise econó-mica, permite que a presença do VW Bank seja um suporte adi-cional para o negócio das marcas do grupo VW. Esta característica de “service provider” faz parte da nossa essência. Queremos ser mais um fator de diferenciação para as nossas marcas, facilitando a mobi-lidade financeira dos nossos clien-tes. E será seguramente um apoio muito grande para as marcas do grupo. Em resumo, o VW Bank quer ser mais um fator que in-fluencie, de forma muito positiva, a decisão de compra dos clientes. O primeiro produto lançado em Portugal visou o financiamento dos stocks dos seus concessioná-rios, permitindo-lhes disporem de alternativas de financiamento e não perderem capacidade com-petitiva.

VE – Quando começou o VW Bank Portugal a operar?

LS – A entrada do VW Bank materializou-se através da consti-tuição de uma sucursal em Por-tugal, no primeiro semestre de 2012, logo após a obtenção da ne-cessária licença bancária. Depois de ter a estrutura operacional e de preparar os primeiros produtos a lançar para o mercado, o início da atividade ocorre agora, duran-te o mês de dezembro. O início das operações em Portugal é uma etapa importante num processo de expansão que dá continuidade ao crescimento bem sucedido em vários outros países. O VW Bank apresenta soluções de financia-mento muito vantajosas e atrati-vas, e tem como visão global ser o melhor grupo de financiamento automóvel no mundo.

VE – Quais os principais pro-dutos?

LS – O primeiro produto lan-çado em Portugal visou o finan-ciamento dos stocks dos conces-sionários das marcas do grupo VW, permitindo-lhes disporem de alternativas de financiamen-to e não perderem capacidade

competitiva. No apoio direto ao consumidor final, o VW Bank irá colocar ao dispor dos seus clien-tes, a partir de agora, múltiplas soluções de financiamento, se-guros e serviços adicionais, tanto em termos de crédito tradicional, como de leasing e ALD. Os ob-jetivos essenciais do VW Bank consistem em tornar a oferta de financiamento uma motivação adicional de compra; ser o me-lhor parceiro de financiamento, seguros e serviços do cliente; melhorar a fidelização do cliente à marca; e promover a sustenta-bilidade da rede de concessioná-rios, acrescentando valor à oferta disponibilizada. Após esta fase, os produtos de financiamento de retalho tradicionais serão com-plementados com produtos mais inovadores que irão garantir um aumento da mobilidade finan-ceira dos clientes do grupo VW. No mercado português, os pro-dutos da nova entidade bancária serão disponibilizados em todos os concessionários oficiais, distri-buídos por Portugal continental e ilhas.

VE – A quebra na concessão de financiamento dos bancos portugueses é uma oportunida-de para o VW Bank?

LS – Não comentamos eventu-ais dificuldades de concessão de crédito por parte de outros ban-cos. A oportunidade que sentimos está diretamente relacionada com a disponibilidade para apoiar as marcas do grupo VW com so-luções de financiamento muito vantajosas e atrativas para os clien-tes. Obviamente que a oferta não desapareceu, acontece apenas que ela é hoje bastante mais seletiva do que era há dois ou três anos. Mas o mercado continua muito con-correncial.

VE – Por outro lado, o ban-co não entra no mercado por-tuguês num período em que o risco de crédito é muito alto?

LS – Antes de mais, refira-se que não estamos limitados por dificuldades de concessão de cré-dito, uma vez que temos as nossas próprias fontes de financiamento que nos criam a liquidez neces-sária para o exercício da nossa atividade. Por outro lado, temos a nossa operação montada para financiar a aquisição de automó-veis das marcas do grupo VW em condições muito vantajosas para os nossos clientes. Neste quadro, o risco associado à nossa operação em Portugal está perfeitamente identificado e sabemos como geri--lo.

VE – Têm objetivos definidos em termos de quota de merca-do de viaturas do grupo VW fi-nanciadas em Portugal?

LS – O nosso objetivo estratégi-co para Portugal é financiar uma em cada três viaturas que sejam vendidas pelas nossas marcas.

VE – O grupo VW tem como meta liderar o mercado auto-móvel mundial em 2018. A presença do banco do grupo em Portugal pode levar a repli-car essa liderança à escala do mercado português?

LS – Vamos colaborar, através duma oferta atrativa de produtos financeiros e serviços variados, para o reforço da posição sólida que as marcas do grupo VW já

detêm no mercado português. Anossa missão é ajudar as marcas a crescer ainda mais de uma forma sustentada. Somos um dos líderes em serviços financeiros automó-veis na Europa e essa é também a experiência que traremos paraPortugal.

VE – Podemos esperar algu-ma campanha arrojada, como por exemplo de 0% de juros?

LS – O nosso objetivo é poten-ciar as vendas das marcas e, comotal, podem surgir campanhasonde exista um interesse comer-cial comum em publicitar taxas0% de juros. Mas isso não temqualquer relação com a forma como nos financiamentos ou com o preço ao qual nos financiamos. As campanhas 0% de juros são, por norma, muito interessantes para os clientes, atraindo melhores clientes em termos de risco de cré-dito. Estas campanhas, porém, sãopagas por nós, juntamente com as marcas, importadores e concessio-nários, no quadro de um objetivo comercial muito bem definido, eem benefício do cliente final. O nosso objetivo principal é maxi-mizar as vendas das nossas marcas, pelo que teremos que obrigatoria-mente ter condições competitivas, mas sempre adaptadas ao serviçoque prestamos que não é idênticoao de uma empresa financeira in-dependente ou ao serviço de umbanco tradicional generalista. Nestes, a maximização do lucro por cliente é o objetivo prin-cipal. Os bancos tradicionais,por exemplo, vendem uma sériede outros produtos financeiros (empréstimos pessoais, cartões de crédito, etc.) que retiram ca-pacidade ao cliente para efetuara troca do seu veículo, enquantoo VW Bank, na medida em queé uma financeira de marca, está sempre a potenciar o retorno docliente ao concessionário, contri-buindo para a sua fidelização. No imediato, iremos acompanhar o lançamento do novo SkodaCitigo, que irá contar com uma campanha financeira específi-ca. Teremos também diferentes campanhas que ainda estamos adesenvolver, para as outras mar-cas do grupo, durante o início de2013.

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 35

LUÍS SCHUNK, DIRETOR-GERAL DO VOLKSWAGEN BANK EM PORTUGAL, GARANTE

“Não estamos limitados pela concessão de crédito”

“O nosso objetivo é financiar uma em cada três viaturas vendidas pelas nossas marcas”, indica o diretor-geral do VW Bank Portugal.

MERCADOS

PSI-20 (19.12) 5731,08

3,05% Var. Semana

4,31% Var. 2012

Dow Jones 19/Dec ...... 13327,36

Var Sem ................................0,64% Var 2012 ................................9,10%

Nasdaq 19/Dec ............3054,483

Var Sem ................................1,35% Var 2012 ...............................17,25%

IBEX 35 19/Dec .............8264,20

Var Sem ................................3,47% Var 2012 ...............................-3,53%

DAX 19/Dec .....................7668,5

Var Sem ................................0,71% Var 2012 ..............................30,01%

CAC40 19/Dec ...............3664,59

Var Sem ................................0,49% Var 2012 ..............................15,98%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

5540

5560

5580

5600

5620

5640

5660

5680

5700

5720

5740

13 Dez 14 Dez 17 Dez 18 Dez 19 Dez

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O maior problema macroeconómico de Portugal é a sua reduzida produtividade. Trata-se, enfim, de um tema que gera discussões apaixonadas, porquanto nem sempre é compreendido na sua devida dimensão técnica, mas que as estatísticas nacionais e internacionais tão bem aferem. A produtividade pode ser avaliada sob dois prismas: a) quantidade de trabalho, em número de horas, e; b) qualidade desse mesmo trabalho, em valor produzido por hora. No primeiro critério, Portugal não se qualifica mal, bem pelo contrário: no conjunto da economia, trabalhamos mais horas por semana do que, em média, acontece na União Europeia, cerca de 43 horas por semana contra 41 horas na União Europeia. É, aliás, por trabalharmos mais horas semanais que boa parte da população não entende essa questão da baixa produtividade. E, de facto, o problema está mesmo no segundo critério, em que, de acordo com o Eurostat, a produção por hora no nosso País é de 17 euros – metade do valor médio europeu.

A baixa produtividade tem várias explicações. Do ensino à burocracia, há múltiplos factores que a justificam. Neste artigo, não pretendo analisar as causas

do fenómeno. Pretendo, apenas, reflectir sobre as suas manifestações, em particular no sector público. Para o efeito, fá-lo-ei a partir de uma excelente entrevista que tive oportunidade de televisionar há dias, ao senhor professor António Ferreira, presidente do conselho de administração do Hospital de São João, no Porto. Nessa esplêndida entrevista, António Ferreira, responsável pelo melhor hospital do País – a avaliação não é minha, é da Escola Nacional de Saúde Pública que, pelo terceiro ano consecutivo, o elegeu como o melhor –, afirmou que: a) no último ano, teve trinta cirurgiões no hospital que nunca operaram, e; b) entre aqueles que efectivamente operaram, o cirurgião que mais operou fê-lo ao ritmo de 12 por semana enquanto o que menos operou o fez ao ritmo de 2 por semana. Mais: aquele gestor indicou ainda que, no geral, a taxa de absentismo no São João foi de 11%, ou seja, que mais de 600 funcionários estiveram ausentes todos os dias nos últimos doze meses.

Os números anteriores dão que pensar. E, pese embora as injustiças sempre associadas às generalizações, o sector público parece continuar aburguesado. Na verdade, já sabíamos que o horário de 35 horas por

semana na função pública estava bem abaixo do horário normal praticado no sector privado, e pelo exemplo de cima rapidamente somos levados a concluir que o valor produzido por hora será também relativamente diminuto face ao resto da economia. Além disso, além de diminuto, esse valor produzido por hora deverá ser extraordinariamente disperso e disforme, sendo que uns trabalharão muito, se quiserem, enquanto outros trabalharão muito pouco, se assim também quiserem. Mais: que o absentismo no sector público será também tratado de outra forma, num registo muito mais suave do que aconteceria em ambiente concorrencial no privado.

O problema de improdutividade que o País exibe não passa apenas pela modernização e reconversão do nosso tecido empresarial, que permita substituir importações e reposicionar as exportações em segmentos de maior valor acrescentado. Em boa medida, passará também pelo reforço da ética do trabalho no sector público, através de horários semanais equivalentes aos que são praticados no privado e de sistemas de incentivos que conduzam ao aumento da produção por hora e que reduzam as taxas de

absentismo inaceitavelmente altas, quiçá até fraudulentas. Regressando à entrevista ao responsável máximo do Hospital de São João, no Porto que, recorde-se foi considerado pelo terceiro ano consecutivo como o melhor hospital público do País – imagine-se só os abusos que deverão existir nos hospitais do fundo de tabela… –, António Ferreira mencionou ainda que as comparticipações públicas das intervenções cirúrgicas que são realizadas nos operadores privados, devido à incapacidade dos operadores públicos em realizá-las em tempo útil, chegam a ser cinco a seis vezes maiores que as comparticipações pagas pelas mesmas cirurgias nos hospitais públicos! Ou seja, o Estado, a fim de resolver listas de espera, paga ao privado cinco a seis vezes mais que ao seu operador público. Naturalmente, o sistema de incentivos acaba viciado logo à partida e, em vez de fomentar a produtividade nos hospitais públicos, na realidade, desincentiva-a. Em suma, o combate à improdutividade da economia portuguesa tem de começar no seu elo mais ineficiente, mais opaco e mais improdutivo: no Estado. POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

1,17% Var. Semana 0,001% Var. Semana 0,52% Var. Semana

2,16% Var. 2012 -0,906% Var. 2012 2,51% Var. 2012

Euro/Libra 19/dez .....0,8143

Var Sem ........................ -0,57% Var 2012 .........................2,35%

Euro/Iene 19/dez .. 111,6680

Var Sem ........................ -2,56% Var 2012 ...................... -10,75%

Euribor 3M 19/dez ....0,1830

Var Abs Sem ................... 0,000 Var 2012 ..........................-0,818

Euribor 1Y 19/dez .....0,5420

Var Abs Sem ................... 0,003 Var 2012 ......................... -0,962

Ouro 19/dez..........1671,00

Var Sem ..................... -2,94% Var 2012 ...................... 6,00%

Prata 19/dez .............31,21

Var Sem ...................... -7,41% Var 2012 .................... 10,71%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (19.12) 1,3241 EURIBOR 6M (19.12) 0,3180 PETRÓLEO BRENT (19.12) 110,03

1.295

1.3

1.305

1.31

1.315

1.32

1.325

1.33

13 Dez 14 Dez 17 Dez 18 Dez 19 Dez

0.315

0.3155

0.316

0.3165

0.317

0.3175

0.318

0.3185

13 Dez 14 Dez 17 Dez 18 Dez 19 Dez106

106.5

107

107.5

108

108.5

109

109.5

110

110.5

13 Dez 14 Dez 17 Dez 18 Dez 19 Dez

MERCADOS

36 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

A improdutividadeEspeculação

RICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

AQUILES [email protected]

Os fundos de investimento mo-biliário (FIM) com proteção de capital Caixagest Mix Emergentes – FEI oferecia uma rentabilidade acumulada de 49,2% nos 12 meses anteriores à semana que terminou a 14 de dezembro, segundo os da-dos da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP). A tabela da instituição mantém a tendência que já se vem a registar há algumas semanas para indicar melhores rentabilidades ao ano aos fundos com proteção de capital. Com efei-to, seis dos 10 FIM com melhor rendibilidade efetiva anual eram daquela categoria. Desses, quatro ocupavam os lugares cimeiros: o já referido Caixagest Mix Emer-gente – FEI (Caixagest), o Espírito Santo Rendimento Fixo IV – FEI (Esaf – FIM), com 39,1%, e o Es-pírito Santo Rendimento Fixo IX – FEI (também Esaf – FIM), com 36,9%, e o Espírito Santo Rendi-mento Fixo VII – FEI (de novo Esaf – FIM), com 36,6%.

No quinto lugar da tabela da

APFIPP surge o Montepio Euro Financial Services, da categoria de fundos ações setoriais, com 34,4% de rendibilidade, seguido de perto pelo Espírito Santos Obrigações Europa (obrigações taxa fixa euro),

com 32,9%, pelo Caixagest Super Memory (de novo um fundo com proteção de capital), com 32,6%, e pelo Millennium Euro Financei-ras (ações setoriais), com 32,4%. O “top” 10 dos FIM da APFIPP é

fechado pelo Caixagest Global Ma-rkets – FEI (outro com proteção de capital). Com uma rentabilidade a 12 meses de 30,1%, o Espírito San-to Renda Mensal (obrigações taxa fixa euro), com 27,6%.

INDICAM OS DADOS DA APFIPP

Fundo com proteção de capital da Caixagest rende quase 50% ao ano

Rentabilidades do “top” dez entre 27,6% e 49,2%

Nome do fundo Sociedade gestora

Categoria de fundos

Rendibilidade efetiva anual

Classe de risco

Volume sob gestão (milhões

de euros)Caixagest Mix Emergentes – FEI

Caixagest F. c/proteção de capital

49,2% 6 9,5

Espírito Santos Rendimento Fixo IV – FEI

Esaf – FIM F. c/proteção de capital

39,1% 6 33,5

Espírito Santos Rendimento Fixo IX – FEI

Esaf – FIM F. c/proteção de capital

36,9% 5 52,3

Espírito Santos Rendimento Fixo VII – FEI

Esaf – FIM F. c/proteção de capital

36,6% 5 45

Montepio Euro Financial Services

Montepio Gestão de Ativos

F. Ações setoriais 34,4% 6 4,2

Espírito Santos Obrigações Europa

Esaf – FIM F. Obrigações Taxa Fixa Euro

32,9% 3 43

Caixagest Super Memory – FEI

Caixagest F. c/proteção de capital

32,6% 5 19,6

Millennium Euro Financeiras

Millennium bcp Gestão de Ativos

F. Ações setoriais 32,4% 6 26,7

Caixagest Global Markets – FEI

Caixagest F. c/proteção de capital

30,1% 4 58,6

Espírito Santos Renda Mensal

Esaf – FIM F. Obrigações Taxa Indexada Euro

27,9% 2 20,2

Fonte: APFIPP (14 de dezembro)

Hospital da Estefânia com o primeiro projeto 100% financiado no BES Crowdfunding

O Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, foi a primeira institui-ção a ter um projecto totalmente financiado através da plataforma BES Crowdfunding. Quase 200 pessoas responderam ao apelo e contribuíram com os 1661 euros, em apenas 34 dias, para a aquisi-ção de uma bomba infusora para apoio domiciliário e nutrição de crianças que, devido a doença, não conseguem alimentar-se de forma autónoma. O BES assegu-rou os últimos 10% do financia-mento necessário.

Segundo os responsáveis pelo projeto na área pediátrica do Hospital Dona Estefânia, há crianças que precisam de ser ali-mentadas de forma diferente: ou são alimentadas através da veia ou através de uma bomba infuso-ra que funciona como “a colher”. A dificuldade em conseguir este aparelho origina o prolongamen-to do internamento das crianças, acarretando graves danos clínicos e sociais, nomeadamente o risco infeccioso.

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O número de indivíduos que possuem cartão de crédito em Portugal aumentou, revela um estudo do Observador Cetelem. Em 2011, apenas 18% dos con-sumidores portugueses referia que recorria a esta forma de paga-mento e em 2012 a percentagem chega aos 24%. O mesmo estudo questionou os consumidores so-bre qual o montante aproximado que estariam dispostos a gastar nas compras de Natal e verificou que este diminui 9 euros em rela-ção a 2011: passou de 260 euros para 251 euros.

A utilização do cartão de crédi-to é mais comum nos indivíduos entre os 25 e os 34 anos (56%).

Seguem-se os inquiridos entre os35 e os 44 anos com 47% a ma-nifestarem que possuem cartãode crédito e 41% dos inquiridosentre os 45 e os 54 anos. Os quemenos referem a utilização docartão de crédito são: dos 55 aos65 anos - 21%; dos 18 aos 24anos - 25%.

Ainda sobre a utilização do car-tão de crédito, o estudo do Ob-servador Cetelem revela-nos queé entre as classes baixas (C2/D)que existem menos intenção deutilização, apenas 14% indicaque o pretende fazer. Já entre asclasses altas (AB/C1), 47% dosinquiridos admite utilizar o car-tão de crédito.

A Decisões e Soluções, empre-sa de consultadoria especializada num serviço de aconselhamento personalizado, nas áreas de con-sultoria financeira, mediação de seguros, mediação de obras e mediação imobiliária, inaugurou esta semana cinco novas agências. Estas aberturas elevam para 25 o número total de unidades inau-guradas ao longo de 2012.

Para Paulo Abrantes, diretor--geral da Decisões e Soluções, “as inaugurações desta semana vêm consolidar a grande dinâmica” que a empresa teve ao longo do ano que se aproxima do fim. “To-talizámos 25 novas aberturas em 2012, o que comprova os bons

resultados da Decisões e Soluções e a qualidade dos nossos serviços de excelência, que são reconheci-dos por parte dos nossos clientes e parceiros. Nos primeiros meses

de 2013, temos já previstas 10 novas inaugurações e estamos a prever crescer bastante no pró-ximo ano, em clientes, em novas agências e no volume geral de negócios da empresa. Estamos motivados e vamos trabalhar, para que 2013 seja o melhor ano de sempre da Decisões e Solu-ções”, refere. As aberturas desta semana foram a 17 de dezembro ,a agência de Porto Bessa (Por-to), a 18 de dezembro, a agência de Sátão, a 19 de dezembro, a agência de Castelo Branco, e a 20 de dezembro, a agência do Par-que das Nações (Lisboa), estando marcada para hoje (21) a agência de Algés.

2012 foi um ano de retornos positivos e, em vários casos, significativos para a maior parte das classes de activos. Destaque para a performance apresentada pelas acções e pelo segmento de obrigações high yield. O enquadramento económico foi de modesto crescimento a nível global, com recessão na Zona Euro e um abrandamento na China. A explicar este comportamento positivo da generalidade das classes de ativos estiveram as várias medidas anunciadas pelos Bancos Centrais Mundiais. Tal permitiu uma redução dos principais riscos que eram identificados pelos investidores.

Na Zona Euro, o Banco Central Europeu realizou a segunda parcela do programa LTRO (decisivo para permitir o financiamento do sector bancário) e anunciou o programa OMT (que se revelou fundamental para baixar os custos de financiamento dos países), o que veio acalmar os receios sobre a região, em particular sobre países como a Espanha e Itália. Com estas medidas, assistimos a uma queda no risco soberano dos países periféricos da Zona Euro. Desta forma, obrigações de dívida soberana, obrigações de dívida de

empresas e mercados accionistas registaram valorizações, refletindo uma diminuição da aversão ao risco dos investidores e a procura de yields mais elevadas num contexto de baixas taxas de juro.

Nos EUA, a Reserva Federal não só substituiu a operação Twist (venda de obrigações de dívida soberana de mais curta maturidade e compra das mesmas obrigações com maior maturidade) por compras adicionais de obrigações de dívida soberana, como anunciou o QE3, que se irá prolongar até que existam sinais de uma mais clara redução do desemprego e de uma mais elevada taxa de crescimento do país. Aliás, 2012 terminou com a Reserva Federal a anunciar que as suas taxas de juro de referência se irão manter ao actual nível (próximo de zero) enquanto a taxa de desemprego estiver acima de 6,5% e as expectativas de inflação abaixo de 2,5%. No Reino Unido, tivemos o aumento do programa de QE. Noutros países, assistimos a sucessivos cortes nas taxas de juro, como aconteceu no Brasil, Austrália ou Coreia do Sul. Tudo isto para fazer face aos sinais de abrandamento económico que se tem verificado.

O que podemos esperar agora em 2013? No momento em que escrevemos, o “Fiscal Cliff” permanece como um risco, embora existam já sinais de aproximação entre os dois partidos para se chegar a um acordo até ao final do ano. A continuação da crise na Zona-Euro (irá o OMT ser ativado com sucesso? Irá a Espanha solicitar mais ajuda?), no ano em que Portugal e a Irlanda deverão tentar voltar aos mercados de dívida, deverá permanecer um foco de riscos (não obstante a acção do BCE em 2012). Adicionalmente, deveremos estar atentos a riscos políticos, com destaque para o conflito na Síria e para as eleições em Israel (janeiro), em Itália (em fevereiro/março) e na Alemanha (setembro/outubro). Em termos económicos, a nossa atenção estará no comportamento dos principais países em vias de desenvolvimento (Estabilização na China? Aceleração no Brasil?), assim como no impacto das políticas orçamentais implementadas nos países desenvolvidos (Europa, EUA). Novos progressos na integração dos países da Zona Euro seriam bem recebidos, mas parecem pouco prováveis em ano de eleições na Alemanha.

Ainda assim, num contexto de baixas taxas de juro e de intervenção crescente dos Bancos Centrais nos mercados secundários (com programas de QE), acreditamos que o ano de 2013 poderá voltar a ser um ano favorável aos ativos de risco (embora inferior a 2012), com destaque para os mercados de ações, tendo em conta o elevado prémio de risco que continua subjacente. Este enquadramento parece também continuar a representar um suporte para classes de ativos como o Imobiliário e as matérias-primas (principalmente metais preciosos). Uma última referência aos activos dos países periféricos da Zona-Euro (acções, obrigações soberanas e obrigações de empresas). Depois do seu excelente desempenho em 2012, e tendo em conta que a implementação dos orçamentos de Estado anunciados deverá manter estes países em recessão em 2013, esperamos volatilidade. O comportamento do BCE, nomeadamente com a provável ativação do OMT, poderá ser novamente decisiva.

TEXTO REDIGIDO NO DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2012.

As decisões das autoridade foram decisivas em 2012. O que deveremos esperar de 2013?

Bolsa suspende negociação do BanifA negociação de acões do Banif foi suspensa pela Euronext, a pedido da CMVM, após o ban-co ter, na segunda-feira (dia 17) anunciado a fusão do Banif SGPS com o Banif SA. Assim, as acções da sociedade Banif SGPS serão negociadas, pela última vez, hoje (dia 21) na praça de Lisboa. O Banif dá, com o anúncio da integração, o passo que faltava para poder avançar com a recapitalização.

Crédito malparado em Espanha nos 11%O crédito malparado registado pela banca de Espanha atingiu 11,23% em outubro, um valor recorde que totalizou 189,6 mil milhões de euros. É a primeira vez que esse indicador supera a fasquia dos 11%, valor que compa-ra com os 10,71% registados em setembro. Em Junho, o malparado espa-nhol estava abaixo dos 10%.

ESTUDO OBSERVADOR CETELEM REVELA

Número de portugueses com cartão de crédito aumentou

Decisões e Soluções inaugurou 25 agências este ano

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MERCADOS

JOSÉ SARMENTOanalista de mercados da FINCOR

“Nos primeiros meses de 2013, temos já previstas 10 novas inaugurações e estamos a prever crescer bastante no próximo ano”

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 37

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O Santander Totta está a investir no ensino superior. No ano que agora termina, o banco aplicou 80% dos cerca de seis milhões de euros investidos, em 2012, em ações de responsabilidade social. “O Santander Totta aposta, assim, no futuro do país ao investir, em 2012, cinco milhões de euros em parcerias com o ensino superior, promovendo o capital intelectual que nos permitirá amanhã criar produtos com valor acrescentado e competitivos, única solução de crescimento para o país”, afirma, em entrevista à “Vida Económica”, Luís Bento dos Santos, administrador do Santander Totta. Este estratégia vai, segundo a mesma fonte, manter-se em 2013. “Estamos a pensar em implementar novos projetos em parceria com as universidades, com enfoque na empregabilidade dos recém-licenciados, na mobilidade e na sua preparação para entrada no mercado de trabalho”, refere Bento dos Santos.JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - Quais foram as principais ações de responsabilidade social desenvolvidas pelo Santander Totta no ano que agora termina?

Luís Bento dos Santos – A política de responsabilidade do Santander Totta está alinhada com a política do grupo, ou seja, tem como foco a promoção do conheci-mento e ensino através do investimento que fazemos no ensino superior. Para além desta área, que consome cerca de 80% dos nossos recursos, o banco mantém também uma política ativa nas áreas da solidarieda-de social e ambiente, uma vez que acredi-tamos que esta diversidade na intervenção é muito importante para o aprofunda-mento da nossa consciência social e cor-porativa. A nível ambiental, por exemplo, somos das empresas com maior histórico de cálculos de consumos e pegada de gases

com efeito estufa. Temos em curso um pla-no de eficiência energética com objetivos definidos e que está a correr muito bem. Entre as medidas, destacaria a introdução de “freecooling” nos “datacenters”, insta-lação de painéis fotovoltaicos em alguns balcões, automatização de sistemas de ilu-minação, entre outros. Quanto ao apoio à comunidade, nesta época de Natal não quero deixar de realçar a solidariedade dos nossos voluntários, que estão empenhados em vários projetos como a feira de Natal ,do banco de Informação de Pais para Pais, a ação Natal numa Caixa de Sapatos, em que os nossos colaboradores, em conjunto com os seus filhos, enchem com presen-tes uma caixa de sapatos decorada para as crianças mais desfavorecidas ou o evento Pão de Todos – uma parceria com a “Cais” que vai já na sua 9ª edição –, em que 400 voluntários do banco produzem e distri-buem pão e chocolate quente durante oito dias no Porto e em Lisboa, procurando de forma simbólica celebrar o Natal com as comunidades locais.

VE – Que prioridades estão definidas para o próximo ano em termos de res-ponsabilidade social?

LBS – Vamos continuar a seguir um eixo central, que é o apoio ao ensino e conhe-cimento através de projetos desenvolvidos em parceria com várias instituições de en-

sino superior. Neste âmbito, e tendo em conta o atual contexto, estamos a pensar em implementar novos projetos em parce-ria com as universidades com enfoque na empregabilidade dos recém-licenciados, na mobilidade e na sua preparação para en-trada no mercado de trabalho. Por outro lado, na situação de crise em que o país mergulhou, ainda mais relevante se torna o esforço de apoio do banco aos projetos das excelentes instituições com as quais celebrámos acordos. A nível da proteção do meio ambiente, estamos também a de-

LUÍS BENTO DOS SANTOS, ADMINISTRADOR DO BANCO, INFORMA

Santander Totta investe cinco no ensino superior

Bruxelas investiga pagamento de dividendos pela Caixa Geral de Depósitos

A Comissão Europeia deu início a uma investigação ao pagamento de dividendos efetuado em setembro último pela Caixa Geral Finance Limited, uma filial da Cai-xa Geral de Depósitos (CGD), no sentido de apurar se está em conformidade com as regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais. “Em junho de 2012, a CGD recebeu uma injeção de capital de emergência do Estado português no valor de 1,65 mil milhões de euros. A Comis-são autorizou o aumento de capital, na condição da assunção de compromissos, incluindo em especial a proibição do pa-gamento de dividendos e cupões relativos a instrumentos de capital híbrido. A Co-missão irá investigar se o pagamento de dividendos envolve uma aplicação abusi-

va do auxílio de emergência que a CGD recebeu e se constitui, por sua vez, um auxílio estatal a favor dos beneficiários”, lê-se num comunicado de Bruxelas.

O início de um procedimento formal de investigação confere aos terceiros in-teressados a oportunidade de apresenta-rem as suas observações sobre as medidas em questão, sem condicionar o resultado. Quando Portugal recapitalizou a CGD, em junho, o banco não poderia ter obtido financiamento no mercado nas mesmas condições. Consequentemente, a Co-missão concluiu que a injeção de capital por parte do Estado português constituía um auxílio estatal. “Tal auxílio deve ser utilizado para reestruturar o banco, não devendo ser utilizado para remunerar fundos próprios sempre que as atividades do beneficiário não gerem lucros suficien-tes, tal como já esclarecido pela Comissão em 2009. No contexto da reestruturação de um banco, as medidas que reduzem o montante total de fundos próprios, como o pagamento relativo a instrumentos hí-bridos, não são, em princípio, compatí-veis com os princípios, segundo os quais os investidores e proprietários do banco devem partilhar os encargos da reestrutu-ração e o banco só deve receber o mon-tante mínimo necessário de auxílio para permitir a reestruturação”, refere o comu-nicado da Comissão.

“Apostar nos estudantes e no ensino superior é acreditar no futuro”, refere Luís Bento dos Santos.

Lucros da banca espanhola caem a piqueOs bancos espanhóis reduziram os seus lucros em 63,7%, nos nove primeiros meses do ano, para quase 3,4 mil milhões de euros. Os bancos consideram 2012 o ano da capitalização e do saneamento. A AEB diz que este exercício tem sido o início da reestruturação definitiva do setor bancário espanhol. A quebra de quase 64% ficou a dever-se sobretudo às provisões realizadas para resgatar o setor do imobiliário. As perdas mais significativas não foram dos maiores bancos, o que pode ser interpretado como um bom sinal.

EDP vende direito de recuperação do valor de ajustamento anualA EDP Distribuição – Energia, entidade concessionária e operadora da Rede Nacional de Dis-tribuição de Energia Eléctrica, detida na sua totalidade pela EDP, vendeu o direito a recuperar o valor do ajustamento anual referente a 2010 da compensação devida pela cessação antecipada dos contratos de aquisição de energia e que foi objeto de diferimento para o próximo ano. A operação envolveu um montante próximo dos 141,5 milhões de euros, a que acrescem juros.

MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

“Atualmente, contamos com 45 convénios com instituições de ensino superior. Em 2012, o referido investimento de cinco milhões de euros foi concretizado através de convénios com estas instituições”

A Comissão irá investigar se o pagamento de dividendos envolve uma aplicação abusiva do auxílio de emergência que a CGD recebeu.

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milhões de euros

linear projetos adicionais do plano de efi-ciência energética, de modo a aprofundar a nossa experiência nesta área e caminhar-mos no sentido de sermos uma empresa de serviços modelo na área da consciência ambiental.

VE – A aposta nos estudantes insere--se na política de responsabilidade so-cial?

LBS – Sim, claro, apostar nos estudantes e no ensino superior é acreditar no futuro e estar junto daqueles que vão ser os pi-vôs da construção do nosso futuro; mas é também a melhor maneira de assegurar a sustentabilidade, isto é, que os nossos ne-tos recebam um mundo melhor do que o que lhes deixámos nós, ou os nossos filhos. De resto, a médio e longo prazo só seremos competitivos se, por um lado, tivermos re-tido os talentos das melhores universidades e centros de ensino superior e investigação, para podermos criar valor acrescentado, e, por outro, se promovermos o investimento produtivo e virado para a competitividade internacional. O Santander Totta aposta, assim, no futuro do país ao investir, em 2012, cinco milhões de euros em parcerias com o ensino superior, promovendo o ca-pital intelectual que nos permitirá amanhã criar produtos com valor acrescentado e competitivos, única solução de crescimen-to para o país.

VE – E como se concretiza essa apos-ta no ensino superior?

LBS – Atualmente, contamos com 45 convénios com instituições de ensino su-perior. Em 2012, o referido investimento de cinco milhões de euros foi concretizado através de convénios com estas instituições. Neste âmbito, o Santander Universidades promove também uma série de impor-tantes prémios universitários, em parceira com algumas das principais universidades do país, visando incentivar a excelência nas áreas científicas e o empreendedoris-mo. Destacam-se aqui o Prémio Univer-sidade de Lisboa, o Prémio Universidade Coimbra, o Prémio de Mérito Científico Santander Totta/Universidade Nova de Lisboa, os Prémios Científicos UTL/San-tander Totta, ou o Prémio Científico UBI Santander Totta. Digno de referência é o Prémio de Jornalismo Económico realiza-do em parceria com a Faculdade de Ciên-cias Sociais e Humanas (da Universidade Nova de Lisboa) que, no ano 2012, cele-brou a sua sexta edição. Também atribuí-mos anualmente perto de 200 bolsas atra-vés do Programa de Bolsas Luso-Brasileiras Santander Universidades e as Bolsas de Mobilidade Iberoamericanas Santander Universidades, que visam estreitar as rela-ções académicas bilaterais, promover um espaço ibero-americano de educação supe-rior e estimular a mobilidade internacional dos estudantes universitários.

VE – Que vantagens resultam para os estudantes a utilização dos serviços bancários do Santander Totta?

LBS – Temos vários serviços e produtos inovadores para os estudantes, mas penso que atualmente o que tem mais impacto é o Cartão Universitário Inteligente. O banco emite para as instituições parceiras o Cartão TUI, que é muito mais que uma simples identificação: é uma ferramenta de trabalho posta ao serviço das instituições de ensino superior. Este cartão tem poten-cialidades para se tornar numa ferramenta de gestão imprescindível para as institui-ções do ensino superior, e é também uma mais-valia para todos os utilizadores, pois reúne num só suporte uma identificação visual e eletrónica para acessos a serviços, pagamentos e operações remotas. Atual-mente, este serviço chega a mais de quatro milhões de universitários em todo o mun-do, e a 130 mil em Portugal. O cartão está associado a marca internacional Master-Card. Incluiu-se uma inovadora forma de pagamento: o Paypass. Através de leitores especializados, o titular do cartão que te-nha a vertente bancária ativa pode optar por efetuar pagamentos através do Paypass. Basta aproximar o cartão do terminal para fazer o pagamento, sem necessidade de re-tirar o cartão da carteira e, para de baixo valor, sem necessidade de Pin.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 39

PT chega aos cem milhões de clientesA Portugal Telecom anunciou que atingiu a fasquia dos cem milhões de clientes, considerando quetal representa um marco estratégico na empresa. “O cumprimento deste objetivo foi impulsionado pelo sólido desempenho do MEO, da TMN e do Sapo, através de uma proposta de valor muito diferenciada, sustentada na oferta de dados, televisão, mobilidade e de acesso aos conteúdos maisinovadores em qualquer local e através de qualquer terminal e, ainda, pelo crescimento dos seusativos internacionais”, refere o grupo de telecomunicações em comunicado à CMVM.

Grupo Soares da Costa ganha obra em AngolaA Soares da Costa viu-lhe serem atribuídas as obras de infraestruturas básicas do Pólo Industrial de Fútila, na província angolana de Cabinda. O contrato ascende a cerca de 52 milhões de euros e compreende a execução de infraestruturas do parque industrial e de sete edifícios administra-tivos de apoio. Este pólo industria vai ocupar uma área de 2 345 hectares e é financiado por várias entidades, entre as quais o Banco Mundial e a petrolífera Sonangol e os governos central e provincial de Cabinda. O prazo de execução é de 12 meses.

SUSANA MARVÃ[email protected]

Chama-se “redunicre@payments”, é a mais recente solução lançada pela institui-ção de crédito Unicre, e permite que uma empresa receba pagamentos com cartão de crédito de qualquer parte do mundo. Como grande atrativo tem o facto de não ter associada qualquer mensalidade ou mí-nimo de faturação, pelo que o comerciante só paga o serviço se efetivamente vender. “Não está obrigado a qualquer custo adi-cional para manter a solução ativa”, expli-cou à “Vida Económica” fonte do Gabine-te Corporativo da Unicre.

Basicamente, o produto pode ser usado por empresas sem loja virtual, sendo vo-cacionado para a aceitação de pagamentos ocasionais. Ou seja, apesar de estar dispo-nível para empresas de qualquer dimensão, na verdade será um produto altamente vo-cacionado para os micronegócios. Na prá-tica, a solução consiste na disponibilização de um “link” personalizado, que permite a realização do pagamento com qualquer cartão, sem que seja necessária qualquer adaptação técnica pelo comerciante para integração do serviço no seu negócio. “No atual contexto económico, a Unicre consi-dera que este detalhe faz toda a diferença na ajuda ao comerciante e no incentivo à adoção de soluções de aceitação de paga-mentos potencialmente incrementadoras do negócio”, avançou o Gabinete Corpo-rativo da Unicre.

Por isso mesmo, a instituição diz estar bastante otimista com a disponibilização desta nova ferramenta para aceitação de pagamentos, que não necessita de qualquer investimento para adaptação tecnológica.

A proposta do presidente é desta forma colocar ao dispor dos comerciantes solu-ções alternativas que permitem potenciar a realização de negócios à distância, a baixo custo e adaptadas aos novos hábitos de re-alização de negócios e de pagamento dos consumidores. “Acrescente-se ainda que as empresas que implementem o redunicre@payments ao abrigo do programa PME Digital beneficiam ainda da isenção da res-petiva taxa de adesão”.

Os custos do serviço

A estrutura do preço deste serviço é se-melhante aos restantes produtos disponibi-lizados pela Redunicre. Para uma faturaçãodo comerciante na ordem dos 10 mil euros ovalor do serviço é na sua componente variá-vel de 2,95% e de 0,35 euros na componentefixa. No caso de uma faturação superior a 10mil euros, a componente variável é de 2,50%do valor e a fixa mantém-se nos 0,35 euros.“Em qualquer dos casos, o valor só é pago seo comerciante realizar as vendas. Compara-tivamente à concorrência, esta solução apre-senta-se no mercado nacional como a maiscompetitiva e com as melhores condições”,enfatizou a mesma fonte.

O valor da transação é transferido paraa conta do comerciante, tal como aconte-ce com os pagamentos realizados atravésdos terminais de pagamento automáticos(TPA), ficando disponível no prazo máxi-mo de dois dias úteis.

Recurso ao e-commerce deverá aumentar

De resto, com a consolidação dos siste-mas de segurança ligados à realização depagamentos online e face à diversificaçãode dispositivos tecnológicos, a partir dosquais se podem realizar compras em qual-quer parte do mundo via internet, como ostablets e smartphones, o Gabinete Corpo-rativo da Unicre diz que a tendência é quehaja um aumento da utilização das solu-

ções de e-commerce e, consequentemente,a implementação destas soluções por partedos comerciantes em resposta aos novoshábitos de consumo. O Gabinete Corpo-rativo da Unicre refere mesmo que, paraaquela entidade, o desenvolvimento de so-luções de aceitação de pagamentos para ocomércio eletrónico é um desafio constan-te. “Atualmente, a Unicre já disponibilizaprodutos e serviços capazes de responder àsmais variadas exigências e especificidadesdo comércio eletrónico, enquadradas como contexto económico do País, que criamvalor acrescentado para os comerciantesnacionais sem descurar os temas da segu-rança e controlo dos riscos.

SOLUÇÃO PERMITE RECEBER PAGAMENTOS VIA INTERNET

Unicre lança produto para microempresas sem mensalidade e sem mínimo de faturação

A ferramenta não obriga a investimento.

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O facto de a empresa que vai resultar da fusão entre Zon e Sonaecom se dedicar em exclusivo às telecomunicações “deverá melhorar” a avaliação da Optimus no mer-cado acionista, de acordo com Steven San-tos, account manager da XTB Portugal. “Julgo que, até agora, o valor de mercado da Optimus foi penalizado por estar inte-grada numa empresa com negócios díspa-res: meios de comunicação social, software de gestão, outsourcing de tecnologias de informação, consultoria, plataformas ele-trónicas de contratação pública e leilões na internet. O mesmo acontece com o Mo-delo Continente, cujo valor intrínseco não está refletido na cotação da Sonae SGPS, na medida em que os acionistas evitam conglomerados”, defende o especialista.

Recorde-se que, depois de vários anos de rumores, a Sonaecom anunciou, na sexta-feira passada (dia 14), à CMVM ter chegado a acordo com duas empresas de-tidas por Isabel dos Santos para promover junto das administrações da Optimus e da Zon uma fusão das duas operadoras de telecomunicações. Esta proposta de fusão abrange apenas a empresa líder na televisão por cabo e a operadora de comunicações móveis, excluindo outros ativos da Sonae-

com, como o jornal “Público” e empresas tecnológicas.

“Complementaridade na fusão”

“Enquanto acionista estratégica da Zon, Isabel dos Santos desempenhou um papel fundamental num acordo que seria impossível há um ano atrás, quando a Zon tinha uma estrutura acionista disper-sa”, refere Steven Santos, para quem a saí-da da Caixa Geral de Depósitos do capital da Zon, exigida pela “troika”, abriu cami-nho à consolidação do setor português de telecomunicações e à afirmação de um investidor com o objetivo claro de unir e animar duas empresas estagnadas. “Re-corde-se que Isabel dos Santos tem uma relação próxima da Sonae: numa joint--venture com a Condis (empresa detida por Isabel dos Santos), a Sonae vai abrir lojas Continente em Luanda”, acrescen-tou o account manager da XTB Portugal.

Observando o conhecimento acumula-do, as atividades e as infraestruturas, há complementaridade na fusão, de acor-do com o mesmo especialista: “A Zon é fortíssima no segmento fixo, enquanto a Optimus é um operador com muita ex-

periência no segmento móvel. Com as sinergias geradas e os efeitos de escala, deverá haver capacidade para aumentar a exposição aos países emergentes (co-meçando por reforçar a Zap, marca da Zon em Angola) e para desafiar a Meo, a TMN e a Vodafone no mercado nacio-nal. Há diversidade também no historial das empresas – se as administrações e os acionistas aceitarem a proposta, teremos a fusão entre uma antiga empresa pública e uma das maiores empresas portuguesas de iniciativa privada”.

Sonaecom sobe desde que há rumores de fusão

Com uma valorização de 34% nos úl-timos 12 meses, a Sonaecom subiu mais a partir de junho, altura em que o Estado saiu da Zon e em que aumentaram os ru-mores sobre a fusão segundo Steven San-tos. “Na sexta-feira (14) à tarde, houve um caso típico de ‘sell on the news’, caindo 0,5%. A Zon teve um desempenho seme-lhante: valorizou-se 36% nos últimos 12 meses, subiu muito em junho e na sexta--feira perdeu 0,4%. Hoje (segunda-feira, 17), ambas as ações estão a disparar, com

o mercado a digerir a notícia. Esta tendên-cia altista deve-se não à recuperação dos índices europeus, mas ao facto de as ações da Sonaecom e da Zon terem sido (corre-tamente) percecionadas como um M&A play”, indica o account manager da XTB Portugal.

LUIS [email protected]

Várias ações cotadas na Bolsa de Lisboa estão a subir e já dupli-caram o valor face aos mínimos recentes.

O BPI teve a maior valoriza-ção, subindo 130% no espaço de seis meses. O valor das ações em Bolsa já ultrapassou J0,95, depois de ter descido a J0,41 em Junho passado. O BES também apresenta um dos melhores de-sempenhos entre as cotadas, valo-rizando 97% face ao mínimo de J0,46 atingido no final de julho. A cotação registou uma queda considerável após ter sido anun-ciado um aumento de capital realizado sem o apoio financeiro do Estado. Para os acionistas que acompanharam o aumento de capital, o custo das ações face à cotação anterior ao anúncio foi de J0,69. Os acionistas que op-taram por vender as ações pró-ximo do valor mínimo sofreram uma menos-valia superior a 30%. Aqueles que mantiveram as ações do BES em carteira registam nes-te momento uma mais-valia de quase 32% face ao valor que ti-nham na véspera do aumento de capital.

A Sonae SGPS também se des-

taca pela rápida valorização nos últimos seis meses. Face ao míni-mo de J0,36 no final de Junho, já subiu 94%, quase duplicando o valor das suas ações.

O BCP e o Banif também recu-peram dos mínimos, mas aquém dos níveis do BPI e BES. O BCP sobe 41% face ao valor do aumen-to de capital onde foram emitidas 12 mil milhões de novas ações. A cotação atual tem rondado os J0,077 por ação. Mesmo com a subida o valor continua baixo. Para comprar um milhão de ações do BCP chegam 77 mil euros.

Em relação ao Banif, a cotação atual situa-se em J0,15, valori-zando 40% face ao mínimo dos últimos seis meses.

Recorde-se que o BCP e o Ba-nif, tal como o BPI, recorreram ao apoio do Estado previsto no programa de assistência externa para fazer a reestruturação finan-ceira.

Nas utilities, a maré está a ser de subida com valorizações de dois dígitos, mas inferiores aos valores registados pela banca.

A PT transacionou nos últimas dias próximo de J3,85, subindo 23% face ao mínimo de J3,14 registado em Junho.

No caso da EDP, que tem ago-ra como principal acionista uma

empresa pertencente ao Estado chinês, a valorização é de 35% na comparação com o mínimo de J1,68 registado em Junho.

Ainda no setor da energia, a Galp já apresenta uma subida de 42% face à cotação mínima de Junho passado.

Valorização segue período de queda

Para os investidores que apos-

taram na compra de ações nos úl-timos meses, a Bolsa está a atra-vessar um dos períodos de maior valorização.

Mas os ganhos que agora se re-gistam seguem-se a uma evolução negativa, com a generalidade dos títulos em queda.

Para já e apesar das subidas, as cotações continuam bem distan-tes dos níveis anteriores à crise.

Assim, na maioria dos casos, a recuperação não permite realizar mais-valias mas sim atenuar as

perdas sofridas. Como exemplo temos a EDP R que está agora cotada a J4,17, depois de ter sido vendida na OPV a J8. Para os acionistas, a menos-valia atual é quase de 50%. Mas se a tendên-cia se mantiver, poderemos estar perante boas oportunidades de investimento às cotações atuais.

Recuperação acompanha diminuição do risco soberano

A evolução atual reflete o au-

mento da confiança dos investi-

dores em relação a Portugal e às empresas cotadas em Bolsa. Em paralelo com a subida das cota-ções, estão a diminuir as taxas de juro das obrigações de dívida pú-blica portuguesa para níveis ante-riores ao pedido de ajuda externa.

Esta semana, as taxas para obri-gações a 10 anos desceram para menos de 7%, o que não acon-tecia desde Fevereiro de 2011. Recorde-se que os 7% eram o limite superior apontado pelo ex-ministro Teixeira dos Santos como valor determinante para o pedido de ajuda externa.

SEGUNDO A XTB PORTUGAL

Fusão com Zon vai melhorar avaliação da Optimus no mercado acionista

BES E SONAE JÁ SUBIRAM QUASE 100% NO SEMESTRE

BPI lidera valorizações em Bolsa

Há complementaridade na fusão, de acordo com a XTB Portugal.

Brisa investe 50 milhões na sua redeA Brisa prevê realizar um investimento de 50 milhões de euros na sua rede principal de auto-estradas. Deste investimento fazem parte a construção do novo nó em Soure (na A1) e outros trabalhos de pavimentação a realizar em diferentes troços da rede. De notar que a concessão da Brisa está totalmente construída, pelo que a maior parte dos investimentos respeita à rea-bilitação e à melhoria das vias que compõem a sua rede. A concessão é composta por um total de 1100 Km.

Procura de Obrigações da FC Porto SAD quintuplicou ofertaAs ordens de compra da emissão obrigacionista FC Porto SAD Maio 2015 mais do que quin-tuplicaram a oferta. De acordo com a NYSE Euronext, a procura, que decorreu entre 26 de novembro e a última terça-feira (a 18 dezembro), totalizou 32 842 065 ordens de compra, mais 547,37% do que os seis milhões de obrigações colocadas em Oferta Pública de Subscri-ção.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

BES já valoriza mais de 30% face à cotação anterior ao aumento de capital

A Sonae SGPS também se destaca pela rápida valorização nos últimos seis meses.

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O Super Depósito 3,5 do BBVA é, na sua gama, um dos produtos financeiros mais competitivos. Tendo em linha de comparação a oferta – investimento de mil euros a 365 dias com uma TANB fixa de 3,5% é mesmo, olhando para a concorrência, um dos mais atrativos. De salientar que esta oferta é válida apenas para novos capitais e permite mobilizações antecipadas, com a devida perda dos juros ocorridos e não pagos referentes ao período em curso e ao montante mobilizado.

MARTA ARAÚ[email protected]

“Invista no futuro e aproveite a rentabilidade deste depósito”

Trata-se de um depósito a prazo que, evidentemente, tem como meta conquis-tar novos clientes para o banco espanhol. A estratégia é simples e passa por remu-nerar durante um ano, num depósito a prazo curto, uma taxa fixa num produto descomplicado, que não obrigue a grandes compromissos ou reforços nem muita pa-pelada entre o banco e o cliente. O produ-to pode ser subscrito até ao final deste ano.

E é neste pressuposto de regras simples que se encaixa o “Depósito Super 3,5”, do BBVA, que esta semana analisamos. Senão vejamos: a novos clientes e/ou ca-pitais de montantes não provenientes de contas ou aplicações já existentes naque-la instituição bancária e que deem en-trada nos 15 dias úteis anteriores à data da constituição deste produto, o cliente recebe, em troca de um investimento de, pelo menos 1000 euros, uma TANB fixa de 3,5%. Não há montante mínimo de

manutenção do depósito, nem valor má-ximo.

Olhando para a concorrência, e tendo por base de comparação os mesmos pres-supostos e valores, constatamos que, de momento, nenhuma instituição bancária supera esta oferta. A CGD, no seu “De-pósito Mais”, remunera 2,25% mediante o mesmo valor de investimento (1000 euros a 12 meses); o Montepio, no “Montepio Poupança Especial”, aplica uma TANB de 2,92”; enquanto o Banco Popular, no seu “Netprazo”, que pode ser subscrito a partir de 500 euros, pode chegar a uma TANB de 3,5%.

“Aproveite e invista em finais felizes”

De volta ao “Depósito Super 3,5

BBVA”, importa sublinhar que se trata de um produto que não é renovável, pelo que o seu cancelamento é automático no ven-cimento. Também não são aceites reforços.

No que concerne à questão da mobili-zação antecipada, a mesma é permitida, parcial ou total, em qualquer momento, com perda dos juros ocorridos e não pa-gos referentes ao período em curso e ao montante mobilizado. Nas mobilizações parciais, o valor a movimentar, bem como o remanescente, não tem valores mínimos, o que é uma vantagem em relação a outros produtos financeiros que impõem regras mais rígidas.

Por último, é de referir que esta solução de investimento beneficia da garantia de reembolso prestada pelo Fundo de Garan-tia de Depósitos até um valor máximo de 100 mil euros por depositante.

A NOSSA ANÁLISE

BBVA remunera TANB de 3,5% a 12 meses

BCE aponta fatores de risco para a EuropaO Banco Central Europeu considera que a crise do endividamento soberano da Zona Euro e a política orçamental dos Estados Unidos são os principais riscos que se colocam ao desenvol-vimento económico da região, a qual vai sofrer uma retração este ano e no próximo exercício. Estes dois factores conjugados tendem a atrasar ainda mais a recuperação do investimento pri-vado, do emprego e do consumo. O mercado de trabalho vai demorar bastante a recuperar, face aos condicionalismos atuais, de acordo com o banco central.

Empresas europeias exigem política económica coerente e estávelAs grandes empresas europeias estão a fazer pressão junto dos responsáveis políticos no senti-do de uma “política económica coerente e estável”. É que desde que rebentou a crise financei-ra houve mais de 30 cimeiras e a União Europeia foi incapaz de voltar ao crescimento susten-tável. As constantes incertezas sobre a continuidade da Zona Euro estão a pesar na confiançaempresarial e a travar o crescimento e o emprego.

CONSELHOS

MERCADOS

A crise começa a ter um im-pacto crescente nas operações de multibanco. Os levantamentos e as compras realizadas por esse meio registam uma tendência de descida, tendo em conta os valores avançados pela SIBS.

No período entre o dia 26 de novembro e 16 de dezembro, foram efetuados, nas caixas au-tomáticas da rede Multibanco, 26 milhões em levantamentos, no valor de 1676 milhões de eu-ros. Se se comparar com o perí-

odo de 28 de novembro a 18 de dezembro do ano passado, os levantamentos ascenderam a nú-mero idêntico, mas então o valor cifrou-se em 1724 milhões de euros. O valor médio dos levan-tamentos por dia, no primeiro

caso, foi de 65 euros, tendo sido de 68 euros no ano transato.

Quanto às compras, foram rea-lizados 43 milhões de operações, no valor de 1788 milhões de eu-ros, contra mais de 48 milhões, no ano passado, num valor de 1976

milhões de euros. O valor médiodos pagamentos em lojas foi de 41euros em ambos os casos. Destesnúmeros pode-se concluir que osconsumidores estão a poupar tam-bém no que respeita à utilizaçãodos cartões multibanco.

Levantamentos e compras descem na rede multibanco

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 41

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Fixing19.dez.12

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.3302 2.01% 3.85% 2.81%

EUR/JPY 112.36 3.92% 7.63% 8583.82%

EUR/GBP 0.8161 1.03% 1.42% -36.93%

EUR/CHF 1.2096 -0.11% 0.39% -6.52%

EUR/NOK 7.3755 0.63% 0.55% 470.02%

EUR/SEK 8.6662 0.45% 0.23% 569.77%

EUR/DKK 7.4608 0.01% 0.03% 0.36%

EUR/PLN 4.0736 -0.57% -1.31% 214.83%

EUR/AUD 1.2667 2.50% 2.72% -2.10%

EUR/NZD 1.5889 2.48% 1.31% -5.07%

EUR/CAD 1.3126 2.15% 2.91% -0.67%

EUR/ZAR 11.2696 -0.37% -0.66% 770.98%

EUR/BRL 2.7678 2.09% 3.87% 113.91%

Euro acentua subida

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Após vários meses a cotar entre os 5160 e 5558 pontos, num cenário totalmente “lateral”, a performance das duas últimas semana abre espaço para valores mais altos, talvez perto dos 5900 pontos. Os movimentos registados nas últimas semanas possibilitou a continuação da recuperação iniciada em meados de julho, o que permitiu ao PSI-20 anular todas perdas de 2012.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O máximo relativo mais alto registado reforçou os sinais de força ascendente do DAX. Este evento veio adicionar “peso” à posterior rejeição do movimento de queda que quebrou o limite inferior do intervalo que tinha caracterizado o seu comportamento dos últimos meses. Com esta performance o índice cota agora em máximos de quase quatro anos, abrindo “espaço” para uma visita a valores acima dos 8000 pontos.

As taxas de juro indexantes continuam perfeitamente estabilizadas, com as Euribor a variarem poucas milésimas na última semana. Apesar de metade dos analistas continuar a insistir na ideia de corte de taxas no primeiro trimestre de 2013, consideramos este cenário como bastante discutível. Há dias, o membro do BCE Yves Mersch afirmou não perceber sequer a lógica de se discutir essa matéria, uma vez que nos anteriores cortes o impacto foi muito reduzido. O BCE irá continuar a tentar usar ferramentas menos tradicionais para trazer de volta a liquidez ao mercado e para garantir que o dinheiro chega a quem precisa, em condições razoáveis. Para Mersch, a Zona Euro está a ser demasiado cautelosa na implementação de reformas. Na semana passada chegou-se a um entendimento acerca da supervisão bancária comum por

parte do BCE a partir de março de 2014. No entanto, questões importantes como a estrutura de soluções que permita lidar com bancos em insolvência e o fundo de garantia de depósitos europeu (comum) estão ainda longe de estarem esclarecidas. De qualquer forma, este é um passo que pode permitir uma maior confiança entre bancos e obstar a que cerca de J 250 milhões sejam diariamente depositados junto do BCE sem remuneração. A grande preocupação de Draghi e do BCE consiste em conseguir colocar o dinheiro em circulação na economia real, sendo que tal não será possível sem a restauração da confiança no sistema bancário. As notícias de Espanha continuam a não augurar nada de positivo neste capítulo. Ainda ontem o Banco de Espanha reportou uma nova subida do crédito malparado dos bancos espanhóis em outubro, para J 189,6 mil milhões,

atingindo assim um recorde de 11,2% da sua carteira total de crédito.Os mercados obrigacionistas estão menos ativos, com muitos operadores já de férias. Os títulos alemães caíram ligeiramente, permitindo uma recuperação marginal nas taxas fixas, que ainda assim se mantêm muito próximas de mínimos históricos. A procura por retornos mais elevados continua e quer as empresas quer os governos vão-se aproveitando deste apetite para emitirem a níveis que há uns meses seriam impensáveis. Esta semana o Tesouro espanhol colocou mais J 3,52 mil milhões a 3 e 6 meses, pagando 1,19% e 1,61%, respetivamente. Os rendimentos das obrigações a 10 anos voltaram a cotar abaixo de 7%, o que acontece pela primeira vez desde fevereiro de 2011.

ANÁLISE PRODUZIDA A 19 DE DEZEMBRO DE 2012

Analistas divididos quanto a corte de taxas

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd O comportamento do Eur/

Usd nas duas últimas semanas sugere que o câmbio quer resta-belecer a tendência de alta inicia-da em julho. Após ter consegui-do ultrapassar o máximo relativo mais baixo registado no início de dezembro (1,3125 dólares), o câmbio subiu até máximos de 8 meses. Este evento técnico permitiu o aumento de força as-cendente, situando-se a próxima resistência nos 1,3380 dólares. No entanto, será importante ter em em mente que as fortes subi-das registadas começam a exigir a necessidade de uma correção do ritmo de subida.

Eur/JpyO Eur/Jpy registou esta se-

mana um acentuar dos ganhos registados nas últimas semanas,

tendo cotado máximos de 16 meses. Estas subidas confirmam o forte “momentum” ascendente do câmbio, permitindo obje–tivos acima dos 113 ienes. Tal como no Eur/Usd, este “cross” tem registado subidas muito fortes, o que sugere a necessi-dade de correção do ritmo de subida.

Eur/GbpO Eur/Gbp também acompa-

nhou a tendência de ganhos do euro face ao dólar e iene, tendo conseguido subir para valores acima do máximo relativo mais baixo observado no início do mês (0,8150 libras). Este evento confirma a força ascendente do câmbio, afastando a possibili-dade de quebra da tendência de alta registada desde meados de julho.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)19.dezembro12 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.110% 0.110% = 0.000 0.107% 0.003

3M 0.183% 0.183% = 0.000 0.190% -0.007

1Y 0.542% 0.540% 0.002 0.582% -0.040

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

February 13 0.175%March 13 0.170%April 13 0.165%

September 13 0.180%December 14 0.460%

June 16 1.030%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.160 0.1803X6 0.162 0.1721X7 0.296 0.3113X9 0.290 0.310

6X12 0.298 0.31312X24 0.578 0.598

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.371 0.3823Y 0.478 0.4985Y 0.823 0.8438Y 1.369 1.379

10Y 1.643 1.663

Obrigações 5Y 10Y 5.32 7.07

4.05 5.270.70 2.020.39 1.433.15 4.390.94 1.960.77 1.800.19 0.78

Fontes: Reuters e IMF

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

1,2658

1,205

1,3281

1,281

1,348

1,317

1,338

Price

USD

1,2

1,22

1,24

1,26

1,28

1,3

1,32

1,34

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan

Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012

4.420

5.160

5.558

5.780

Price

EUR

4.400

4.600

4.800

5.000

5.200

5.400

5.600

5.800

09 16 23 30 06 13 20 27 05 12 19 26 02 10 16 23 30 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24 31 07

Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012

5.900

5.000

7.2007.475

8.115Pric e

EUR

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

6.500

7.000

7.500

8.000

Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1

2008 2009 2010 2011 2012

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0,613 8,30% 2,000 0,528 -0,348 0,021 -- 29,190 -- 0,00% 19-12-2012 16:38:00

INDITEX 108,45 4,43% 111,800 61,635 3,888 4,372 27,894 24,806 1,48% 2,08% 19-12-2012 16:38:00

REPSOL YPF 16,5 3,19% 24,230 10,900 1,612 1,682 10,236 9,810 6,22% 5,20% 19-12-2012 16:38:00

TELEFONICA 10,21 0,89% 13,458 7,900 1,190 1,245 8,580 8,201 -- 0,49% 19-12-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 8,286 -2,86% 12,400 7,835 1,268 1,157 6,535 7,162 16,65% 10,97% 19-12-2012 16:35:38

LVMH 139,3 0,54% 140,000 103,200 7,222 7,984 19,288 17,447 2,08% 2,16% 19-12-2012 16:35:38

BAYER AG O.N. 71,43 -1,14% 73,090 44,470 5,443 5,932 13,142 12,058 2,31% 2,55% 19-12-2012 16:35:16

DEUTSCHE BK 33,7 -1,68% 39,510 22,110 3,685 4,327 9,130 7,776 2,22% 2,18% 19-12-2012 16:35:30

DT. TELEKOM 8,581 0,19% 10,060 7,688 0,636 0,676 13,508 12,709 8,16% 8,09% 19-12-2012 16:35:03

VOLKSWAGEN 159,8 -0,44% 161,000 101,750 35,764 23,822 4,468 6,708 1,88% 2,20% 19-12-2012 16:35:12

ING GROEP 7,201 0,07% 7,580 4,440 0,936 1,143 7,693 6,300 -- 0,10% 19-12-2012 16:35:00

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,587 1,15% 1,607 0,945 0,187 0,177 8,487 8,966 1,26% 0,44% 19-12-2012 16:35:00

B. COM. PORT. 0,079 8,22% 0,141 0,047 -0,065 -0,019 -- -- -- 0,00% 19-12-2012 16:35:00

B.ESP. SANTO 0,910 9,38% 1,055 0,434 0,033 0,043 27,576 21,163 -- 0,22% 19-12-2012 16:35:00

BANIF-SGPS 0,154 - 0,382 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 17-12-2012 17-12-2012

B. POP. ESP. 0,610 8,93% 1,973 0,520 -0,348 0,021 -- 29,048 -- 0,00% 19-12-2012 15:52:57

BANCO BPI 0,951 10,58% 0,974 0,338 0,105 0,061 9,057 15,590 -- 0,00% 19-12-2012 16:39:32

BRISA 2,030 -8,56% 2,785 1,620 0,093 0,086 21,828 23,605 -- 12,71% 19-12-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0,629 8,82% 0,820 0,300 0,057 0,053 11,035 11,868 1,59% 2,07% 19-12-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1,550 -1,90% 1,560 1,194 0,260 0,270 5,962 5,741 4,19% 5,16% 19-12-2012 15:39:47

CIMPOR,SGPS 3,320 -2,35% 5,700 2,930 0,370 0,430 8,973 7,721 5,00% 6,02% 19-12-2012 16:36:12

EDP 2,289 5,63% 2,484 1,628 0,291 0,272 7,866 8,415 8,08% 8,13% 19-12-2012 16:35:00

MOTA ENGIL 1,465 3,17% 1,470 0,951 0,208 0,235 7,043 6,234 7,51% 8,53% 19-12-2012 16:35:00

GALP ENERGIA 11,855 0,98% 13,775 8,330 0,450 0,529 26,344 22,410 2,70% 1,95% 19-12-2012 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,330 13,79% 0,620 0,260 0,010 0,000 33,000 -- -- 0,00% 19-12-2012 16:35:00

J. MARTINS 14,900 -2,07% 16,070 11,255 0,629 0,739 23,688 20,162 1,85% 2,34% 19-12-2012 16:35:00

MARTIFER 0,610 15,09% 1,140 0,500 -0,115 0,020 -- 30,500 -- -- 19-12-2012 14:58:57

NOVABASE 2,240 1,36% 2,400 1,660 0,235 0,240 9,532 9,333 1,34% 3,80% 19-12-2012 16:35:17

GLINTT 0,120 20,00% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 19-12-2012 16:28:15

P. TELECOM 3,854 2,31% 4,609 3,003 0,329 0,350 11,714 11,011 22,57% 10,38% 19-12-2012 16:35:00

PORTUCEL 2,325 1,97% 2,335 1,680 0,267 0,252 8,708 9,226 9,51% 7,61% 19-12-2012 16:35:00

REDES E. NAC. 2,040 2,41% 2,295 1,800 0,255 0,266 8,000 7,669 8,28% 8,28% 19-12-2012 16:35:00

S. COSTA 0,130 -7,14% 0,440 0,120 -0,070 0,020 -- 6,500 -- -- 19-12-2012 14:51:40

SEMAPA 5,605 6,97% 6,035 4,602 0,948 0,903 5,912 6,207 4,55% 4,55% 19-12-2012 16:35:00

SONAECOM 1,568 2,15% 1,800 1,042 0,161 0,149 9,739 10,523 4,46% 3,89% 19-12-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0,708 8,09% 0,737 0,366 0,047 0,055 15,064 12,873 4,68% 4,52% 19-12-2012 16:35:00

SONAE IND. 0,490 4,48% 0,720 0,384 -0,280 -0,147 -- -- -- 0,00% 19-12-2012 16:35:00

SAG GEST 0,340 -5,56% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 19-12-2012 16:35:00

TEIX. DUARTE 0,300 11,11% 0,310 0,170 -- -0,030 -- -- -- -- 19-12-2012 15:43:06

Z. MULTIMEDIA 2,980 5,12% 3,300 1,977 0,126 0,149 23,651 20,000 5,37% 5,60% 19-12-2012 16:35:00

Lisgráfica inicia processo de revitalizaçãoA Lisgráfica – Impressão e Artes Gráficas entregou no Tribunal de Comércio de Lisboa um requerimento a solicitar o início de um processo especial de revitalização, ao abrigo do Có-digo da Insolvência e da Recuperação de Empresas, tendo em vista a recuperação da si-tuação económica e financeira da sociedade. Assim, foi pedido o início do processo de revitalização, com as consequências legais previstas e a nomeação de um administrador judicial provisório.

Fundo Soberano de Angola anuncia datas marcantes até 2014O Fundo Soberano de Angola anunciou as principais metas que se compromete a alcançarno decurso de 2013 e 2014. São estas a publicação da política de investimento aprovada peloGoverno, a publicação da Carta Social, a nomeação de auditores independentes reconhecidosinternacionalmente, atualizações semestrais, relatório anual auditado e a primeira classificaçãopelo Índice de Transparência Linaburg-Maduell.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 43

AQUILES [email protected]

A lei da oferta e da procura está a pender para o lado da oferta no mercado de leilões, de acordo com o CEO da Lei-losoc, Carlos Gomes. “Neste momento assistimos a um ex-cesso de oferta, que condicio-na, e, em alguns casos, anula toda a procura existente. Há mais produto, mas também há menos mercado”, disse à “Vida Económica”.

Segundo a mesma fonte, a crise aumenta o número de processos para as leiloeiras, mas diminui o valor unitário, pelo que as vantagens para as em-presas do setor não é tão grande como possa parecer à primeira vista, isto num país em que o crédito malparado atingiu, em outubro, cinco mil milhões de euros. Outro problema do se-tor é, segundo Carlos Gomes, a burocracia do sistema nacional de leilões. “Estão a ser estuda-dos mecanismos com vista à celeridade e eficácia do sistema, mas até ao momento ainda não se manifestaram”, lamenta o CEO da Leilosoc.

Leilosoc prevê continuar a crescer

Apesar das dificuldades de

conjuntura, a leiloeira tem um trajeto de crescimento, tendoem 2011 leiloado um portfó-lio no valor de 180 milhões deeuros. Segundos os seus res-ponsáveis, a Leilosoc tem cerca de 65% de quota de mercado e “tem vindo a expandir-se de forma considerável” e já ope-ra, também, em Espanha e no Brasil.

O crescimento da empresa ditou a necessidade de cons-trução de um grande parque logístico em Paredes, num in-vestimento orçado em 3,5 mi-lhões de euros realizado atravésda pela Leilosoc - Business Lo-gistics, que presta um serviçointegrado de recuperação de créditos e gestão de ativos. “A Leilosoc cresceu de forma sus-tentada, na senda do seu per-curso de há 12 anos a esta par-te. O investimento no parque logístico é uma grande apostana melhoria dos serviços pres-tados pela empresa, do qualesperamos naturalmente retor-no, tendo a possibilidade de aumentar o número de leilõesefetuado”, indica Carlos Go-mes, que tem como meta para2013 manter a mesma trajetó-ria. “Continuar a consolidaro crescimento e liderança nomercado, contribuindo para acredibilização do setor”, refere.

Mercado de leilões tem excesso de oferta

A Leilosoc prevê, segundo Carlos Gomes, consolidar em 2013.

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ACL e FMMS apresentam estudo “Justiça Económica em Portugal”A Associação Comercial de Lisboa e a Fundação Francisco Manuel dos Santos apresentaram o estudo “Justiça Económica em Portugal”. Este estudo analisa alguns dos aspetos mais impor-tantes da Justiça Económica, como as questões legais, processuais e judiciárias que dificultam a atividade económica, o investimento e o desenvolvimento.

ASSOCIATIVISMO

DEBATE NA AEPAREDES SOBRE INTERNACIONALIZAÇÃO CONCLUI

“Exportar cá dentro” é uma Fenabel, Colunex e Wewood são casos de sucesso em Paredes. As estratégias de diferenciação permitem-lhes crescer nos mercados externos. Para as empresas que não conseguem internacionalizar-se, que são cerca de metade das PME instaladas em Paredes, a alternativa é “exportar cá dentro”, ou seja, trabalhar internamente toda uma cadeia de valor virada para a exportação apresentando oferta para nichos locais. Esta é uma das conclusões de um debate com empresários da região, recentemente realizado na Associação Empresarial de Paredes (AE Paredes).

ALBANO DE [email protected]

Três PME integradas no “cluster do mó-vel” – Fenabel, Colunex e Wewood – parti-ciparam num debate moderado pela “Vida Económica”, numa iniciativa da AEPare-des. Trata-se de empresas que assumiram com clareza diferentes estratégias de inter-nacionalização, todas elas sustentadas por efetivos fatores diferenciadores, sem o que teriam enfrentado muitas dificuldades em competirem externamente.

Esta situação foi bem retratada pelo pre-sidente da AEParedes, Gualter Morgado, quando revela que apenas 50% das em-presas da região têm condições para uma presença externa sustentável, enquanto os restantes 50% lutam pela sobrevivência num contexto recessivo da conjuntura do mercado interno.

Em jeito de recomendações suscitadas pelo debate, importa destacar: definição pelo Governo duma clara estratégia global de desenvolvimento económico adequada à realidade empresarial e não em função de ideias inexequíveis; a necessidade de o Es-tado assumir uma atitude mais facilitadora e menos punitiva das relações das empre-sas com os mercados e com o próprio Es-tado; reforço da imagem “made in Portu-gal”; agilização do acesso ao QREN para efeitos de incentivos à internacionalização, designadamente assumindo como elegíveis tipos de despesas de investimento que não sejam apenas focadas nas feiras, missões empresariais e catálogos; reforço da diplo-macia económica no âmbito dos mercados emergentes, em regra muito protecionistas, e alterações em baixa no nível mínimo le-galmente fixado para o acesso das empresas ao capital de risco.

Mercados externos representam 70% da faturação da Fenabel

A Fenabel é uma empresa familiar que iniciou a sua atividade de fabrico de cadei-ras em 1910. A empresa registou um for-te crescimento assente no alargamento da capacidade produtiva e nas infraestruturas tecnológicas e nos últimos 20 anos tem vin-do a desenvolver a marca Fenabel, acaban-do por tornar-se, segundo Elsa Leite, CEO da empresa, numa das maiores empresas produtoras de cadeiras para mercados alvo distribuídos pelo “setor casa” e pela restau-ração/hotelaria.

Ao longo dos tempos foi ganhando noto-riedade nos mercados externos (União Eu-ropeia principalmente mas também países como EUA, Canadá, Japão, e Angola), que representam hoje em dia 70% do valor da faturação global, referindo Elsa Leite que os fatores chave de sucesso assentam nos eleva-dos níveis tecnológicos, no design, na qua-lidade, na vasta coleção de estilos e formas, no atendimento personalizado do cliente e no prazo de entrega.

Colunex apostou numa “mentalidade global

Por sua vez, Eugénio Santos, empresário e gestor da Colunex, referiu que a empresa foi criada em 1986 numa atitude visionária do seu fundador quanto às potencialidades dum negócio que envolvesse a utilização de colchões e dos sistemas de descanso em ge-ral como instrumentos para a saúde e bem--estar individual.

Foi só em 2002 que foi tomada a decisão de começar a preparar o seu processo de in-ternacionalização, para o qual estabeleceu o prazo duma década. Eugénio Santos refere que todo este processo começou por uma reorganização da empresa, dotando-a de instalações industriais e de infraestruturas

tecnológicas compatíveis com os previsíveis fortes crescimentos de produção inerentes a uma abordagem de mercados externos.

Mas para este empresário tão ou mais importante ainda foi a decisão da empresa de introduzir uma cultura de mentalidade global, que potenciasse a presença em dife-rentes mercados e culturas à escala mundial.

A meio deste projeto de 10 anos, preci-samente em 2007, Eugénio Santos adqui-riu 100% do capital da empresa no âmbito duma operação de MBO, tendo então dado início à presença mais consistente em diver-sos mercados externos. Entretanto, este em-presário salientou que neste período 2007- 2012 ainda não foi considerada prioritária a obtenção de resultados dimensionados na atividade exportadora, mas sim o cumpri-mento duma rota estratégica em direção à

consolidação duma marca. Para Eugénio Santos, chegou agora a

hora de se entrar na fase visando fortes cres-cimentos dos valores exportados que dos 20% atuais passarão no final de 2013 a re-presentar 75% do valor da faturação global. O empresário salienta que a empresa – que já tem ganho alguns concursos internacio-nais concorrendo com empresas muito mais dimensionadas – está preparada para rela-cionamentos 12 vezes superiores aos atuais, sustentados por fatores como a inovação, qualidade dos recursos humanos, qualida-de intrínseca do produto, resposta rápida às exigências dos mercados.

Wewood cresce em plataforma digital

No caso da Wewood, a empresa identifi-ca-se com uma nova marca que foi lançada em janeiro de 2012, na sequência duma definição estratégica que vinha sendo ama-durecida há alguns anos no seio da empre-sa-mãe, criada em 1974, Móveis Carlos Alfredo. Segundo Salvador Gonzaga, filho do fundador da Moveis Carlos Alfredo, esta empresa teve o seu desenvolvimento baseado numa inequívoca qualidade do

Apenas 50% das empresas da região têm condições para uma presença externa

44 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

Eugénio Santos (Colunex), Salvador Gonzaga (Wewood), Albano de Melo, Gualter Morgado, presidente da AEParedes, e Elsa Leite (Fenabel) deba-teram as estratégias de internacionalização das PME.

“Pólo criativo do Design de Mobiliário” aposta na inovação

A AEParedes e a Câmara Municipal de Paredes têm vindo a dinamizar o projeto regional “Pólo criativo do Design de Mobiliário”, uma aposta na inovação, criatividade e modernização do tecido empresarial da região, cruzando indústrias tradicionais com atividades e industrias criativas. O presidente da AEParedes, Gualter Morgado, refere que este projeto constitui também um vetor de apoio à internacionalização de empresas da região que assumam uma postura diferenciadora, designadamente via design. No seu âmbito, empresas locais têm participado em missões empresariais e exposições em mercados externos, estando agendada para próximo mês de março uma presença no Guggenheim Bilbau, numa exposição de cadeiras cujo design está articulado com a criatividade demonstrada por crianças e alunos de diversas escolas da região.

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ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 45

Condomínio das Terras é tema de congresso em GaiaA Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, em parceria com o Município de Gaia e a Universidade Nova de Lisboa, está a organizar o Congresso Internacional Condomínio da Terra nos dias 16, 17 e 18 de janeiro de 2013. Os dois primeiros dias decorrerão no Parque Biológico de Gaia e o último dia será reservado para uma sessão de trabalho entre os convidados do evento.

produto, tendo começado a exportar desde muito cedo para alguns mercados europeus, designadamente Espanha e França (que representa 80% das exportações). Mas o gestor da Wewood, Salvador Gonzaga, re-fere que, face à crise de mercados europeus despoletada a partir de 2008/2009, houve a necessidade de encarar uma nova forma de negócio no ramo do mobiliário que foi assumida por esta empresa lançada interna-cionalmente como uma marca a que está inequivocamente associada a inovação e o design.

Este empresário releva também como vital a diferenciação na forma de fazer o negócio,que basicamente assenta no ma-rketing e comunicação digital potenciados por uma alargada base de dados respeitan-tes a potenciais compradores. O sucesso tem sido grande, pois estima-se que no primeiro ano de atividade o valor dos ne-gócios atinja já 800 mil euros, abarcando perto de 20 mercados diferentes. Para Sal-vador Gonzaga, a presença em importan-tes feiras internacionais será sempre crucial para dar notoriedade ao produto com uma jovem marca, bem como para recolher in-formação sobre mercados e concorrentes, aspeto este que é vital num negócio de base “digital”.

Finalmente, Salvador Gonzaga considera que, perante a inovação do negócio, a gran-de vitória foi obter a adesão do seu pai, o fundador da Móveis Carlos Alfredo, que demonstrou assim uma grande abertura e visão empresarial.

Processos de exportação e internacionalização

A CEO da Fenabel concorda que é muito difícil obter sucesso num processo de interna-cionalização duma PME, mas não é impos-sível, dada a dimensão do mercado global. Contudo, esta empresária releva a questão absolutamente vital da defi nição por escrito por parte da PME duma clara estratégia de in-ternacionalização e dos seus objetivos centrais.

A propósito desta temática, Elsa Leite, duma forma dura mas construtiva, refere que as difi culdades de muitas empresas são o espelho do seu passado, muitas vezes ca-racterizado por fraca formação/informação por parte do empresariado, por uma atitude de resistência à mudança (e a internaciona-lização é uma grande mudança, refere) e por confl itos no âmbito de pequenas e médias empresas familiares que bloqueiam e atra-sam decisões críticas para o desenvolvimen-to empresarial.

“Exportar não é para todos”

Para Eugénio Santos, da Colunex, expor-tar não é para todos, admitindo mesmo que a maior parte das nossas PME não tem con-dições – organizativas, operacionais, de ino-vação e investigação, fi nanceiras, etc. – para competirem duma forma diferenciada nos mercados externos. Mas sendo esta uma re-alidade, Eugénio Santos considera que não é credível incentivar os processos de inter-nacionalização quando as empresas não têm

bases sólidas, porque tal equivale a deixar as empresas “morrer na praia”.

Continuando a sua abordagem, Eugénio Santos refere que há sempre uma alternati-va, a que chama de “exportar cá dentro”, ou seja, trabalhar internamente toda uma ca-deia de valor virada para a exportação apre-sentando oferta para nichos locais. Para o empresário da Colunex é importante que os governantes tenham disto noção porque, no

seu entender, a estratégia de sobrevivência do país passa mais pelo aumento da procurainterna do que pelos mercados externos. E conclui que a este respeito o Governo tem dado sinais ambíguos, carecendo o país da explicitação da estratégia global aderente àrealidade que somos.

Para o empresário da Wewood, SalvadorGonzaga, torna-se obrigatória a presençanos mercados internacionais, ainda que em regra não se possa começar “pelo alto”. Masconsidera essencial que todas as empresasassumam previamente a defi nição duma estratégia com diferenciação numa ótica de médio e longo prazo. Estratégia esta que devetambém integrar a presença em feiras inter-nacionais que permitem um melhor conhe-cimento dos mercados e dos concorrentes.

alternativa para as PMEO concelho de Paredes representa 50% do valor dos negócios do setor mobiliário

NERSANT publicou estudos setoriais para o RibatejoA NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, definiu as áreas agro-alimentar, madeira e mobiliário, construção civil, metalomecânica e minerais não--metálicos como os setores chave da região, tendo realizado e publicado cinco estudos setoriais sobre cada uma destas áreas. Estas publicações estão à disposição das empresasinteressadas.

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Paredes representa 50% dos negócios de mobiliário em Portugal

Dispõem as PME em geral de condições de base para processos de exportação e internacionalização? A este propósito, o presidente da AEParedes, Gualter Morgado, refere que a atual necessidade de exportar decorre sobretudo duma adversa e duradoura conjuntura do mercado interno. Enunciando as diversas fases dum processo de internacionalização – exportar, presença nos mercados com agentes distribuidores, criação de sucursais comerciais e instalação nos mercados externos de unidades produtivas – considera que apenas uma minoria de empresas assume uma estratégia clara para a internacionalização. Com efeito, na região de Paredes, segundo Gualter Morgado, apenas 50% das empresas do ramo do mobiliário têm capacidade para se lançarem duma forma sustentada a médio prazo em processos de exportação e de internacionalização em geral. As restantes 50%, conclui, lutam pela sobrevivência, condicionadas por difi culdades organizativas, falta de capacidade de inovação e diferenciação e por desequilíbrios fi nanceiros. Ora esta realidade é preocupante se atendermos

a que o concelho de Paredes representa 50% do valor dos negócios do setor mobiliário em Portugal.

“A competitividade é assegurada pela sus-tentabilidade de fatores diferenciadores”, afi rma Gualter Morgado.

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Os operadores do setor hoteleiro apelam à suspensão do lançamento de novos projetos. O principal objetivo é tentar adequar a oferta existente à procura turística, como forma de fazer subir os preços médios praticados. Esta posição foi defendida por Raul Martins, administrador do grupo Altis, no âmbito do 38º Congresso da APAVT, que decorreu em Coimbra.

MARC BARROS [email protected]

É necessário “desincentivar o apareci-mento de novos projetos hoteleiros de raiz”, sobretudo aqueles “financiados com fundos públicos”. A “regulação do aloja-mento local” será outra medida central, defende Raul Martins.

Esta proposta resulta de um grupo de oito medidas para o setor, subscritas jun-tamente com José Theotónio, adminis-trador do grupo Pestana, e Francisco Sá Nogueira, administrador da PortugalRes. Estas foram dadas a conhecer no livro “Crescimento no turismo sem Keynes”, editado pela Vida Económica e coordena-do pelo economista Vasconcellos e Sá.

No mesmo encontro, Raúl Martins ex-plicou que o aumento da oferta hoteleira e do alojamento turístico conduziu à de-gradação dos preços, pois não foi acompa-nhada do aumento da procura.

Segundo aquele responsável, em 10 anos, a oferta de quartos em unidades de 2, 3, 4 e 5 estrelas cresceu 51,9% e, no Algarve, principal destino turístico nacio-nal, 52,9%. Porém, relativamente à pro-cura para Portugal, “medida pela taxa de ocupação quarto, a variação entre 2000 e 2010 foi negativa, em -12,3 p.p”, disse.

Há que “mapear a oferta turística exis-tente”, afirma Raul Martins.

Regulação do mercado

Questionada pela VE sobre esta propos-ta, a secretária de Estado do Turismo, Ce-cília Meireles, referiu que “o facto de haver excesso de oferta em alguns sítios não signi-fica que não haja falta de oferta em outros locais ou outros segmentos”.

Referindo existir “espaço para novos in-vestimentos, temperados com algum bom senso”, Cecília Meireles disse que “a prio-ridade dos fundos públicos hoje é a reabili-tação e requalificação de empreendimentos hoteleiros. Dizer que, num setor que é dos mais importantes do país, não deve haver

investimento novo parece-me errado”. Até porque “o mercado faz isso com mais agili-dade que o Estado”.

A governante reconheceu, porém, a difi-culdade de recuperar os preços, pois trata-se de uma estrutura que deriva “das condições de mercado”. Para tanto, “a resposta clássica é diferenciação. É preciso ir buscar mais tu-ristas, não há outra solução”, resumiu à VE.

Também Vasconcellos e Sá considerou que parar com novos investimentos não será a solução mais adequada. Aquele espe-cialista disse à VE que “uma outra medida possível é procurar acentuar o crescimento da procura”. Mas, para tanto, é preciso mu-

dar a imagem externa de Portugal, país tido como “velho e caótico”. Na sua opinião, “vender requer uma estratégia pensada” so-bre “onde se deve bater; não é preciso bater em muitos mercados nem bater com mui-ta força – é preciso encontrar os mercados externos certos”.

No decurso do mesmo congresso, Cecí-lia Meireles havia frisado que “a redução de custos é a palavra de ordem no turismo”. Em 2012, disse, verificou-se uma redução em 30% na despesa do turismo em Por-tugal e, no mesmo sentido, a nova lei das regiões de turismo terá uma “poupança imediata de um milhão de euros”, valor

SET REFERE QUE PRIORIDADES DO INVESTIMENTO PÚBLICO RESIDEM NA REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS

Operadores pedem suspensão de novos

Vasconcellos e Sá, Francisco Sá Nogueira, administrador da PortugalRes, José Theotónio, administrador do grupo Pestana, e Raul Martins, admi-nistrador do grupo Altis.

Porto cresce 4,3% em NovembroO Aeroporto do Porto registou em Novembro um crescimento de +4,3% em passageiros e -5,1% em movimentos, o que se traduziu num total de 384.301 passageiros servidos (mais 15.887 pax, face ao período homólogo de 2011) e 3.906 movimentos. No acumu-lado, o aeroporto cresceu +0,9%, com um total de 5.618.173 passageiros servidos, mais 52.723 passageiros, que em igual período do ano anterior.

TURISMO

46 SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012

SÍNTESE EVOLUÇÃO DA OFERTA HOTELEIRA/ TAXA DE OCUPAÇÃO PORTUGAL 2000 a 2010 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Var. Abs. Var. % TCMA

PORTUGAL 46.973 48.226 51.005 53.176 56.408 60.676 61.610 62.676 65.631 67.332 71.367 24.394 51,9% 4,3%variação anual 0 1.253 2.779 2.171 3.232 4.268 934 1.066 2.955 1.701 4.035taxa de crescimento 0% 3% 6% 4% 6% 8% 2% 2% 5% 3% 6%Taxa de Ocupação Quarto

63,8% 61,5% 57,5% 54,2% 53,3% 53,5% 56,5% 58,7% 56,3% 51,2% 51,5% - -12,3 p.p.

LISBOA 10.132 10.601 11.339 11.724 12.824 13.263 13.650 14.176 14.594 14.800 15.296 5.164 51,0% 4,2%variação anual 0 469 738 385 1100 439 387 526 418 206 496taxa de crescimento 0% 5% 7% 3% 9% 3% 3% 4% 3% 1% 3%

ALGARVE 9.419 9.539 10.004 10.589 11.307 12.492 12.780 12.466 12.730 12.872 14.405 4.986 52,9% 4,3%Var. anual 0 120 465 585 718 1185 288 -314 264 142 1533taxa de cresc. 0% 1% 5% 6% 7% 10% 2% -2% 2% 1% 12%

Fonte: Turismo de Portugal; Observatório do Turismo de Lisboa. Análise: AHP

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projetos hoteleiros

esse, sublinhou, que equivaleu “ao gasto este ano pelo TP em promoção interna”.

Neste particular, já o presidente da APA-VT, Pedro Costa Ferreira, havia solicitado a suspensão das ações de promoção interna e concentração dos esforços nos mercados externos.

A lição da ‘troika’

A atratividade do destino turístico Por-tugal e o aumento das vendas foram os tópicos centrais do painel dirigido por Vasconcellos e Sá e a autodesignada “troi-ka” do turismo, ou seja, os autores da obra mencionada (ver caixa).

Segundo Vasconcellos e Sá, “para uma região prosperar não precisa de estar em muitos segmentos. Devemos apostar em segmentos onde há vantagens comparati-vas”, seja pela “qualidade, proximidade ou preço”. O economista apela à formação de uma “PPP para o turismo, em que os pro-fissionais escolhem as medidas” mais ade-quadas ao setor. Não menos importante é “estabelecer metas em termos de quota de mercado, receitas por turista e Revpar”.

Vasconcellos e Sá referiu que o país deve olhar para outros exemplos positi-vos, mencionando os casos da Croácia (em comparação com Portugal), Barcelo-na (comparativamente a Lisboa) e Dublin (caso de estudo com semelhanças ao Por-to). Trata-se de “realidades semelhante mas com resultados opostos”.

Nesse sentido, foram apresentadas as oito medidas essenciais defendidas na obra sem que se gaste mais dinheiro mas resolvam-se os problemas”, defendeu José Theotónio, de grupo Pestana. Desde logo a “desregulamentacão e regulação”, visan-do “simplificar legislação, que traz custos brutais para as empresas e não criam va-lor. Aquele operador, que afirma ter de-

tetado 17 entidades que se pronunciam sobre projetos turísticos, propõe a desre-gulamentação e regulação em 10 áreas por semestre. No quadro do financiamento empresarial do turismo, José Theotónio defende o incremento financiamento às empresas do setor em 250 milhões no es-paço de um ano. Tal é possível, pois, como disse, “o Turismo de Portugal tem 318,5 milhões de euros em depósitos em insti-tuições financeiras e 241,3 milhões em unidades de participação”.

No âmbito da acessibilidade aérea e aumento do número de passageiros de-sembarcados em Portugal, Raul Martins afirmou que, de acordo, com a ANA, o aeroporto da Portela tem 5000 pedidos de companhias aéreas em lista de espera, pois não tem capacidade para responder aos pedidos, sobretudo nas horas de maior tráfego”.

Assim, o novo concessionário “deve ter condições para incentivar o aumento do tráfego aéreo, com enfoque no Brasil, África e Oriente”. A nova concessão deve prever “o aumento da capacidade aero-portuária” e “a manutenção das taxas de concorrência nos aeroportos”, bem como dos centros de decisão da TAP e ANA em Portugal. O “reforço de novas rotas aéreas das low cost” não foi esquecido.

Francisco Sá Nogueira recordou que “o mercado russo em Espanha cresceu 34,7%” em 2011, representando 61,4% do crescimento total. “Isto deveu-se a uma visita do presidente Medvedev a Espanha em 2009, que resultou em sete voos di-ários para Moscovo e a abertura de oito slots”. Por sua vez, Portugal tem um voo diário para Moscovo e esta capital não atri-buiu mais slots à TAP”.

Por outro lado, “os seguros de crédito para atividades exportadoras são pratica-mente impossíveis de conseguir para quem trabalha no turismo”.

O impacto destas medidas resultaria num aumento da taxa média anual de ocu-pação dos 50% para 65%, a obtenção de 10 milhões de novas dormidas; 1000 mi-lhões de euros em novas receitas, a criação de 7800 novos postos de trabalho e um impacto de 370 milhões de euros nas con-tas públicas por via da fiscalidade, estimou Sá Nogueira.

Vueling lança rota Porto - Paris OrlyA partir de 1 de Junho de 2013, a companhia aérea Vueling começará a voar do Porto para Paris Orly, disponibilizando mais de 53 mil lugares para este mercado durante a primei-ra época de verão. Para além da sua rota Barcelona-Lisboa, com três frequências diárias, a companhia espanhola vai

também passar a operar de Paris para Lisboa, com duas frequências por dia.

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO 2012 47

Crescimento no turismo sem Keynes

A obra “Crescimento no turismo sem Keynes”, editada pela Vida Económica, pretende dar um contributo essencial ao desenvolvimento do setor e ao incremento das receitas geradas, sem recorrer a investimento público adicional. Coordenado pelo economista Vasconcellos e Sá, o livro propõe um conjunto de oito medidas, delineadas por três dos mais representativos operadores do turismo nacional: José Theotónio (administrador do grupo Pestana), Raul Martins (administrador do grupo Altís Hotels) e Francisco Sá Nogueira (administrador da PortugalRes).Segundo Vasconcellos e Sá, o país atravessa “um ciclo vicioso e é preciso crescer, sem gastar muito dinheiro”. A aposta deve passar pelos setores exportadores, como o turismo”. Este representa 15,2% do PIB e 6% das exportações. Porém, “se a nossa capacidade ociosa fosse reduzida para metade, o PIB aumentaria em 7%”.É essa a premissa do livro: oferecer um conjunto de soluções que permitiriam atingir esses números. A obra conta ainda com prefácio de Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT.

Impacto destas medidas resulta em novas receitas de 1000 milhões de euros

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Blog: www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

No outro dia ao abrir a televisão para notícias, tropecei num debate em que participava o deputado João Galamba, que com um ar prazenteiro de autocontentamento, fruto de quem redescobria o de que todos se esqueciam, dizia: é bom lembrar que o estado também contribui para o PIB …Certo, mas a questão não é essa. A questão é se os recursos entregues pela sociedade ao estado não seriam mais rentabilizados nas mãos dos privados. Isto é, se com os mesmos recursos do estado, os privados não fariam mais e melhor (contribuição para o PIB).Certamente que não, diria se questionado outro deputado (este europeu) e agora de nome Correia de Campos e ainda noutro debate (muitos debatentes… tem a televisão portuguesa).É que (é preciso azar) apanhei-o pouco depois a dizer com o ar mais convicto do mundo: não há absolutamente prova nenhuma, de que o estado seja pior gestor que os privados …Como? Como? Mas que gente é esta? Vamos devagar. Festina lente como dizia Marco Aurélio.Há uma resposta curta e outra longa.A curta é perguntarmo-nos, o que eram os países comunistas senão países de empresas públicas?Parece haver quem ignore que o muro de Berlim caiu deixando à vista porque dezenas de milhares de pessoas (balseiros) se amandavam ao mar para fazer a travessia de 165 km entre Cuba e a Florida em cima de uma camara de ar, num mar infestado de tubarões.Como disse Margaret Tatcher: houve duas teorias e duas práticas; os resultados estão à vista.A resposta longa envolve enumerar as causas da maior competitividade dos privados, o que leva por exemplo muitas autarquias e unidades centrais do estado a subcontrar aos privados, em vez de fazerem elas directamente o serviço (lixo,

manutenção do imobiliário, etc.). Isto no estrangeiro, é claro: porque em Portugal não existe prova nenhuma que os privados sejam mais efi cientes que o estado …E assim no estrangeiro, há três grandes categorias de vantagens dos privados sobre os públicos.Primeira, maior especialização (criando economias de escalas e efeitos de experiência), que ocorre p.e. quando os hospitais subcontratam os seus serviços de limpeza, segurança, catering, manutenção, etc. a empresas que fornecem muitos hospitais e até outro tipo de organizações: fábricas, escritórios, aeroportos, etc.Segunda (e mesmo que não ocorra a primeira), há as chamadas fl exibilidades de gestão (do lado dos privados) e as rigidezes (do lado dos públicos): fi nanceiras e de pessoal, isto é na admissão, mudança de funções, de local e mecanismos de motivação dos recursos humanos.Terceira, o papel do lucro, como indicador de qualidade de gestão e a concorrência: um concessionário sabe que se não cumprir com o contrato (em qualidade e quantidade), este não será renovado e em limite pode até ser rescindido. Um serviço público? Não se despede a si próprio. Isto é aos serviços públicos falta o estímulo de que ou dá o melhor de si, ou simplesmente não sobrevive.Em síntese, maior especialização ou/e fl exibilidades de gestão ou/e o papel do lucro como indicador e da concorrência como estímulo.Tudo resultando que para os privados o cliente é bem vindo, já que é fonte de receita. E para os públicos “um chato” que vem dar trabalho, uma vez que o dinheiro vem do orçamento.Mas é claro, isto é lá fora. Porque cá não há prova de que os privados sejam melhores que os públicos. E estes, atenção, atenção, contribuem para o PIB. Voilá!Uma pergunta: com deputados como estes porque é que Portugal está em crise?

Nº 1473 / 21 de dezembro 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Santa ignorância

NOTA DE FECHO

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ MESTRE DRUCKER SCHOOL PHD COLUMBIA UNIV.Professor Catedrático – [email protected]

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ENQUADRAMENTO: As redes sociais atraem cada vez mais empresas, pessoas e profissionais que já não dispensam perfis ou páginas no Facebook, Twitter, YouTube, Blogger, entre outras redes. Já sabemos que possuir mais contactos significa uma maior probabilidade de conseguir ter sucesso, e hoje fazer networking passa forçosamente por trabalhar com as redes sociais que nos permitem criar e manter relações muito duradouras. Neste contexto vamos falar de networking e gestão de redes sociais, de técnicas de criação e edição de contas e analisar casos de sucesso individuais, profissionais e empresariais.

FORMADOR: Prof. Doutor Jorge Remondes - Licenciado em Relações Internacionais. Especialista em Gestão Comercial e Marketing. MBA em Marketing e DEA e Ph.D em Comunicação pela Universidade de Vigo. Foi regente de unidades curriculares de Gestão e Marketing no Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) em Matosinhos, no Instituto Superior Miguel Torga (ISMT) em Coimbra e no Instituto Superior de Entre Douro e Vouga (ISVOUGA), em Santa Maria da Feira. É Professor Auxiliar de Webmarketing e Comércio Eléctrónico e Jogo de Simulação, entre outras, na Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão. Na Universidade Lusíada do Porto também é regente de unidades curriculares de Marketing. Foi Regente da unidade curricular de Marketing e Comunicação em três edições da Pós-Graduação em Gestão e Administração de Instituições Educativas, na Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, no Porto. Foi gestor em Grupos Económicos Nacionais e Multinacionais, tais como o Grupo EGOR, CRH e Vedior, entre outros, tendo sido Director da Vedior Psicoemprego no Porto. Desenvolve a actividade de consultoria nas áreas Comercial & Marketing desde 1996 e totalizou mais de 12000 horas de actividade formativa nas mesmas áreas. Foi ainda tutor de estágios de licenciados em várias empresas ao abrigo do Programa INOVJOVEM. Participou como orador em vários Seminários, Conferências e Congressos. Autor do livro “Marketing Interno e Comunicação - O impacto da utilização de novas tecnologias nas PME”

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A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) prevê que o setor perca cerca de seis mil postos de trabalho até ao fi nal do ano. De janeiro a setembro foram encerradas 24 lojas, das quais seis no segmento alimentar. Os responsáveis desta associação estimam um ano que vem ainda mais complicado.

“No próximo ano será inevitável o en-cerramento de lojas, o que terá impacto no encerramento de lojas. Vemos com receio o exercício de 2013, em termos de consumo, cuja quebra deverá será mais in-fl uenciada pelo aumento da carga fi scal, a perda de rendimento dos consumidores e a continuação da falta de confi ança do con-

sumidor”, de acordo com a diretora-geral da APED, Ana Trigo Morais. Ainda este ano, as vendas no setor da distribuição de-verão apresentar um recuo de dois pontos percentuais, com especial destaque para o segmento não alimentar.

Distribuição perde seis mil postos de trabalho

O indicador do clima económico voltou a registar uma descida em novembro, tendo atingido mínimos recordes, de acordo com a síntese de conjuntura do Instituto Nacio-nal de Estatística (INE). O indicador bai-xou para -5 pontos, o valor mais baixo des-de janeiro de 1989, altura em que começou a ser publicado pelo organismo estatístico.

Relativamente ao ano que agora termi-na, os meses mais difíceis para as empresas terão sido os três últimos, sendo que todos

os setores apresentam números negativos. É na construção que a situação parece ser mais grave, com o indicador de confi ança a chegar aos 72 pontos negativos. Seguem-se os serviços, a indústria transformadora e o comércio. O desempenho na atividade eco-nómica também fi cou no vermelho, com -2,1, em outubro. O pessimismo acaba por ser transversal a todo o tecido económico nacional, o que acaba por se refl etir igual-mente no consumo privado.

Clima económico em mínimos históricos

O maior problema com que se debate a Caixa Geral de De-pósitos (CGD) tem a ver com os resultados negativos. As di-fi culdades ao nível da rentabili-dade podem condenar o banco público a apresentar prejuízos no próximo exercício.

Quem o admite é o seu pre-sidente não executivo, Faria de Oliveira. No entanto, considera que a instituição possui uma si-tuação “confortável” em termos de liquidez e solvência. Quanto às perdas, estas são atribuídas sobretudo ao crédito malpara-do e à pressão que é exercida sobre a margem fi nanceira. As exigências impostas à banca por parte dos reguladores também têm infl uenciado os re-

sultados em baixa. O banqueiro admite que até 2014 os resultados globais das institui-ções bancárias serão negativos.

CGD “arrisca” continuar no vermelho no próximo ano