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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574

Conteúdos: Noções gerais sobre necessidades humanas básicas

Necessidades humanas básicas ao longo do ciclo de vida doIndivíduo o no contínuo saúde/doença

O contributo do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde, na equipamultidisciplinar, para a satisfação das necessidades humanas básicasdo utente: higiene e conforto; alimentação; hidratação; eliminação

Cuidados de higiene e conforto a utentes que necessitam de ajuda parcial outotal A importância da higiene e do conforto para a saúde do utente Questões relativas à privacidade, intimidade e sexualidade do utente

Aspetos a ter em conta na interacção Os principais fatores ambientais propiciadores de conforto/desconforto

para o utente Os principais fatores pessoais do utente propiciadores de

conforto/desconforto A técnica do banho

Banho na cama Banho no chuveiro/banheira Banho na cadeira de banho assistido Banho na maca banheira

Técnicas de substituição de Roupas de cama e macas ocupadas Técnicas de vestir e despir o utente Materiais e equipamentos de higiene e conforto Produtos de higiene e conforto: características e sua aplicação Outros cuidados básicos de higiene e apresentação

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Cabelo Unhas Barba Higiene oral

A colaboração em cuidados de higiene a utentes com sistemas de soros, drenagens, tubagens e/ou outros dispositivos

A Eliminação Cuidados a ter no antes e após a eliminação

Condições ambientais e de privacidade A limpeza e higiene parcial dos genitais

Materiais e técnicas de apoio à eliminação Colocação e remoção do urinol Com a colaboração do utente Auxiliando o enfermeiro

Colocação e remoção da arrastadeira Com a colaboração do utente Auxiliando o enfermeiro

Colocação e substituição de fraldas Com a colaboração do utente Auxiliando o enfermeiro

Transferência e posicionamento na cadeira sanitária Com a colaboração do utente

Esvaziamento dos sacos coletores de urina com válvula Cuidados de manuseamento

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Outros dispositivos de apoio à eliminação - noções básicas: algalias,

sondas vesicais, sondas rectais, sacos de urostomia, sacos denefrostomia, sacos de colostomia

Produtos de eliminação vesical e intestinal Urina: características, alterações e sinais de alerta Fezes: características, alterações e sinais de alerta

Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito deintervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde Tarefas que, sob orientação de um enfermeiro, tem de executar sob sua

supervisão directa Tarefas que, sob orientação e supervisão de um enfermeiro, pode

executar sozinho/a

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Índice

Conteúdos................................................................................................................................................................2Noções gerais sobre necessidades humanas básicas.............................................................................7Necessidades humanas básicas ao longo do ciclo de vida do Indivíduo o no contínuosaúde/doença.........................................................................................................................................................7O contributo do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde, na equipa multidisciplinar, para asatisfação das necessidades humanas básicas do utente: higiene e conforto; alimentação;hidratação; eliminaçãoPreparação dos tabuleiros de refeição........................................................11Cuidados de higiene e conforto a utentes que necessitam de ajuda parcial ou total..............21A importância da higiene e do conforto para a saúde do utente.....................................................21Questões relativas à privacidade, intimidade e sexualidade do utente: Aspetos a ter emconta na interação.............................................................................................................................................23Os principais fatores ambientais e pessoais propiciadores de conforto/desconforto para outente......................................................................................................................................................................24A técnica do banho............................................................................................................................................26Banho na cama....................................................................................................................................................29Banho no chuveiro/banheira........................................................................................................................31Banho na cadeira de banho assistido.........................................................................................................32Banho na maca banheira.................................................................................................................................34Técnicas de substituição de roupas de cama e macas ocupadas.....................................................35Técnicas de vestir e despir o utente...........................................................................................................38Materiais e equipamentos de higiene e conforto..................................................................................39Produtos de higiene e conforto: características e sua aplicação.....................................................41Outros cuidados básicos de higiene e apresentação............................................................................42Cabelo.....................................................................................................................................................................42Unhas......................................................................................................................................................................42729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 5

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Barba.......................................................................................................................................................................43Higiene oral..........................................................................................................................................................43A colaboração em cuidados de higiene a utentes com sistemas de soros, drenagens,tubagens e/ou outros dispositivos.............................................................................................................44A Eliminação........................................................................................................................................................46Cuidados a ter no antes e após a eliminação...........................................................................................46Condições ambientais e de privacidade....................................................................................................46A limpeza e higiene parcial dos genitais...................................................................................................50Materiais e técnicas de apoio à eliminação..............................................................................................53Colocação e remoção do urinol e arrastadeira com a colaboração do utente e auxiliando oenfermeiro............................................................................................................................................................53Colocação e subst. de fraldas com a colaboração do utente e auxiliando o enfermeiro........56Transferência e posicionamento na cadeira sanitária: com a colaboração do utente............58Esvaziamento dos sacos coletores de urina com válvula: cuidados de manuseamento........59Outros dispositivos de apoio à eliminação - noções básicas: algalias, sondas vesicais,sondas rectais, sacos de urostomia, sacos de nefrostomia, sacos de colostomiaa...................60Produtos de eliminação vesical e intestinal............................................................................................65Urina: características, alterações e sinais de alerta..............................................................................65Fezes: características, alterações e sinais de alerta.............................................................................68Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/aTécnico/a Auxiliar de Saúde..........................................................................................................................70Tarefas que, sob orientação de um enfer., tem de executar sob sua supervisão direta.........70Tarefas que, sob orientação e supervisão de um enfermeiro, pode executar sozinho/a......73Bibliografia e netgrafia....................................................................................................................................74

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Noções gerais sobre necessidadeshumanas básicas

Necessidades humanas básicas ao longo do ciclo de vida do Indivíduo o nocontínuo saúde/doença

Necessidade deve ser entendido como “carácter daquilo que é imprescindível”,“que é indispensável, inevitável”, aquilo que é absolutamente necessário” àsobrevivência.Foram vários os autores que se debruçaram sobre o estudo das necessidadeshumanas básicas, mas iremos fazer referência apenas a 2 autores: MASLOW eVirgínia HENDERSON.Nos anos 60 MASLOW identificou várias necessidades humanas que motivam ocomportamento. Defendeu a existência de 5 níveis de necessidades humanas ehierarquizou-as de acordo com a sua importância em:

Necessidades fisiológicas – 1.º nível;Necessidades de segurança e protecção – 2.º nível;Necessidades de amor e de pertença – 3.º nível;Necessidades de afecto e auto-estima – 4.º nívelNecessidades de auto-realização – 5.º nível.

As necessidades fisiológicas são as mais importantes. São aquelas actividadesnecessárias à manutenção da vida, tais como respirar e alimentar-se.Cada nível superior representa algo menos importante à existência humana doque as anteriores.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574~Maslow acreditava que só depois das necessidades fisiológicas estaremsatisfeitas, é que os indivíduos procurariam a satisfação das necessidades menoscruciais da vida.

Para Virgínia HENDERSON existem 14 necessidades fundamentais que sãocomuns a todos os indivíduos:

Respirar normalmente;Comer e beber adequadamente;Eliminar os resíduos corporais;Movimentar-se e manter uma postura correcta;Dormir e repousar;Vestir-se e despir-se (seleccionando roupas adequadas);Manter a temperatura do corpo dentro dos limites normais, adaptando aroupa e modificando o ambiente;

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Manter o corpo limpo, cuidando e protegendo a pele;Evitar perigos ambientais e impedir que prejudiquem outros;Comunicar com os seus semelhantes;Prestar culto de acordo com a sua fé (agir de acordo com as suas crenças evalores);Trabalhar de forma a ter uma sensação de realização;Divertir-se ou participar em actividades recreativas;Aprender; descobrir ou satisfazer a curiosidade que leve aodesenvolvimento normal e à saúde.

Virgínia Henderson defende que indivíduo é um todo, com necessidadesfundamentais, e que quando uma necessidade não está satisfeita, o indivíduo nãoestá completo, inteiro, independente.Para esta autora, uma necessidade é algo que se precisa.Ela considera a saúde como o estado no qual o ser humano satisfaz todas assuas necessidades, por si só e sem esforço; é independente. Quando o homemadoece requer assistência para alcançar a saúde e a independência.Os cuidados de enfermagem são direcionados para a satisfação dasnecessidades humanas afectadas, e todas as intervenções efectuadas são feitas como objectivo de manter ou restaurar a independência do indivíduo na satisfação dassuas necessidades fundamentais, o mais rápido possível.Ao descrevermos cada uma das 14 necessidades, iremos fazer referência àforma como elas podem afectar o indivíduo, e particularmente o idoso, visto quecada vez mais este é o utente predominante dos serviços de internamentohospitalar.

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Respirar normalmenteOs principais sintomas das doenças respiratórias são a tosse, a expectoração e adispneia.O reflexo da tosse é uma espécie de “cão de guarda” do pulmão, permitindo libertareste e as vias aéreas (brônquios, laringe e faringe) de secreções ou corposestranhos.Quando existe dispneia, esta geralmente é mais acentuada quando a pessoa estádeitada.Os problemas associados à função respiratória podem desencadear outrosproblemas de dependência, ao nível das outras necessidades fundamentais. Porexemplo, a respiração ineficaz pode desencadear uma intolerância à actividadefísica e interferir com a necessidade de mobilização e manutenção de uma boapostura.A necessidade de respirar é razoavelmente afectada pelo envelhecimento. Osidosos costumam manifestar mudanças associadas à idade que comprometem arespiração, como a calcificação da cartilagem das costelas, mudanças no esqueletona região das vértebras e das costelas, número reduzido de alvéolos pulmonares,redução da elasticidade do pulmão e enfraquecimento do reflexo da tosse.Os idosos inativos também correm maior risco de infeções respiratórias,porque fazem uma respiração menos profunda.

Beber e comer adequadamenteA alimentação equilibrada ocupa um lugar importante na aquisição de hábitos devida saudável, e é um dos principais factores para a manutenção da saúde.Para a manutenção da saúde, o ser humano tem necessidade de umadeterminada quantidade de alimentos que contenham os nutrientesindispensáveis à vida. A água, não sendo considerada como alimento, é contudo oelemento mais importante para a satisfação desta necessidade humana.

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Ainda que seja possível viver até 10 semanas sem alimentos, é impossívelviver mais de alguns dias sem água. Esta assegura o bom funcionamento da maiorparte dos processos fisiológicos e tampem a manutenção da temperatura corporal.A qualidade de vida dos idosos depende em grande parte daquilo que bebem ecomem.O prazer de comer constitui, talvez, uma das poucas satisfações do idoso. Daí anecessidade de captar toda a sua importância e compreender como oenvelhecimento pode interferir com a satisfação dessa necessidade.Esta necessidade é influenciada por factores culturais, económicos,emocionais e sociais. Os mais frequentes são: dentição em mau estado, atrofiados maxilares com fraqueza muscular, ansiedade, depressão, confusão, anorexia eaté a solidão. Por vezes também têm pouco apetite, o qual pode estar relacionadocom a diminuição do paladar e do olfacto.Quando os idosos são deixados sós, sem ter ninguém que se ocupe deles, ficamapáticos perante os alimentos, ou recusam a alimentação, como chamada deatenção. Por outro lado, ao envelhecer e ao perder a autonomia, os idosos, sendomenos capazes de tomar conta de si, negligenciam a alimentação. A apatia, adepressão e a solidão aumentam a sua vulnerabilidade, causando graves riscos dedesnutrição.Alguns doentes precisam de ajuda para se alimentarem, não conseguem cortar osalimentos, nem utilizar os talheres.

Eliminar os resíduos corporaisPara se manter saudável, o organismo deve eliminar os produtos resultantes dometabolismo. Este processo denomina-se eliminação, constituindo umanecessidade fundamental.A necessidade de eliminação dos resíduos corporais é particularmenteafectada pela imobilidade e pelo envelhecimento. Assim, os mais idosos quandoapresentam redução da capacidade de locomoção ou quando imobilizados no leito,729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 11

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574têm geralmente necessidade de intervenção para a eliminação intestinal. Podeacontecer também que, por patologias específicas ou inespecíficas,particularmente no idoso, possa ocorrer uma incontinência das fezes e da urina,que deverão ser objecto de avaliação e de cuidados por parte da equipa de saúde.As situações de dificuldade na eliminação dos resíduos corporais, nemsempre são devidas a transtornos patológicos ou fisiológicos (envelhecimento),pois muitas das vezes ocorrem por razões psicológicas ou por simples modificaçãodos hábitos do indivíduo. Lembremos que muitas vezes, no hospital, o doentenão tem o clima de privacidade a que está habituado, particularmente quando nãopode deslocar-se às instalações sanitárias, para satisfazer as suas necessidades deeliminação.

Movimentar-se e manter uma postura corretaA saúde e o bem-estar dum indivíduo depende da sua capacidade de se mover emobilizar os membros. A mobilização de todas as partes do corpo através demovimentos coordenados e a manutenção de um bom alinhamento corporalpermitem ao organismo desempenhar eficazmente todas as suas funções(respiração, circulação, eliminação, etc.). Além disso, a mobilização ativaadequada estimula o apetite e reduz a fadiga.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574As alterações sofridas ao longo do processo de envelhecimento do organismodesencadeiam uma diminuição fisiológica da actividade e um acréscimo dedificuldades ao nível da mobilização.Quando um doente não pode, por qualquer razão, satisfazer esta necessidade, anossa ajuda é muito importante.Em função desta necessidade de mobilização, podemos classificar os doentes emtrês tipos, que de alguma forma nos possibilitam prever a quantidade de cuidadosde que necessitam:

Independentes, se não necessitam de ajuda;Semi-dependentes, se necessitam de alguma ajuda para se deslocarem;Dependentes, se dependem totalmente dos nossos cuidados.

Alguns doentes estão tão inativos que a sua saúde se deteriora. A forçamuscular reduz-se significativamente a partir dos 70 – 80 anos, e muitos idososnecessitam ajuda e exigem tempo na mudança de posição, levante para a cadeirae auxílio na marcha.A imobilidade dos idosos é particularmente perigosa pois aumenta o risco depneumonia, úlceras de pressão (escaras), incontinência, défices cognitivos,depressão e osteoporose.

Dormir e repousarA importância da satisfação da necessidade de dormir e repousar para o serhumano, tem a ver com a recuperação e o funcionamento geral do organismo,tornando-se indispensável um período de sono em cada ciclo de 24 horas.Os idosos queixam-se frequentemente de ter um sono muito leve, de nãodormir o suficiente ou ainda de acordar muitas vezes durante a noite.Para a satisfação desta necessidade, a nossa principal função é proporcionar umambiente calmo e acolhedor.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Vestir-se e despir-se

O vestuário desempenha um papel primordial no bem-estar psicológico dosindivíduos. Estar bem arranjado e bem vestido, proporciona segurança e auto-confiança.O vestuário deve ser adequado ao doente, tendo em conta o seu conforto,apresentação e ser prático.Qualquer pessoa sensata avalia o ambiente, vestindo-se em conformidade. O modode vestir constitui uma forma de comunicação não verbal e é por vezes uma formado indivíduo exprimir os seus valores pessoais.Vestir e despir-se, exige muita coordenação, destreza, equilíbrio, uma boaamplitude de movimentos e força muscular. Estas funções são afectadas por umgrande número de doenças e também pelo envelhecimento do sistema músculo-esquelético, situações em que é necessário dar ajuda às pessoas afectadas.

Manter a temperatura do corpo dentro dos limites normaisO ser humano tem de manter a temperatura corporal dentro dos limitesnormais, para conservar o seu estado de saúde e bem-estar. A termo-regulaçãopermite manter o equilíbrio entre a produção e a perda de calor.As temperaturas elevadas podem surgir em qualquer idade na presença deprocessos infecciosos. Podem ser de aparecimento súbito ou gradual, de formacontínua ou intermitente, com grandes ou pequenas oscilações durante o dia. Oconhecimento destes aspetos é importante para o estabelecimento do correctodiagnóstico.Também as temperaturas baixas ou muito baixas revelam situaçõespatológicas, algumas delas podendo estar relacionadas com a insatisfação danecessidade de e beber comer adequadamente.Os idosos, de uma maneira geral, têm capacidades para manter a temperaturado corpo dentro dos limites normais. No entanto o seu equilíbrio homeostático émuito mais frágil e a sua capacidade de adaptação é muito menor, tolerando mais

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574dificilmente as temperaturas extremas. São, por isso, muitas vezes vítimas deacidentes hipotérmicos ou de episódios de hipertermia.A eficácia dos mecanismos de termo-regulação diminui com a idade. Adiminuição do metabolismo e a redução da produção de calor culmina noabaixamento da temperatura corporal.Quando a temperatura normal do adulto saudável for cerca de 37º C, a de umidoso pode ser inferior a 36,6º C ou mesmo 36º C. No entanto esta diminuição datemperatura parece normal, dado que o envelhecimento se acompanha de umadiminuição da actividade de todos os sistemas fisiológicos.

Manter o corpo limpo, cuidado e proteger a peleA independência na satisfação da necessidade de estar limpo e cuidado,permite ao ser humano manter a saúde física e emocional. O significado danecessidade de limpeza e os meios utilizados para a satisfação dessa necessidade,variam em função dos indivíduos.Tal como em relação ao vestuário, é necessária muita coordenação, destreza eequilíbrio, assim como uma boa amplitude dos movimentos e força muscular paraefetuar os cuidados de higiene corporal.O processo de envelhecimento ao nível do sistema músculo-esquelético, afetaa motricidade e as medidas de higiene pessoal tornam-se mais difíceis de realizar.Também as alterações ao nível da pele (perda de elasticidade) afectam estanecessidade no idoso, tornando-o mais vulnerável aos problemas de dependência.Os cuidados relacionados com a higiene corporal são muito importantes para amanutenção ou restabelecimento da independência do doente, particularmente dodoente idoso. Fazem parte da higiene corporal o banho, o escovar os dentes, ocorte e limpeza das unhas, a barba, lavagem do cabelo e o pentear.Uma pele limpa e íntegra ajuda a prevenir infecções e outras complicações, epromove a auto-estima.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Evitar os perigos

O ser humano deve proteger-se contra qualquer agressão interna e externa, emanter a sua integridade física e psicológica. Os estabelecimentos hospitalares sãofavorecedores de certas agressões e perigos para os doentes, não só os de possívelprovocação pelos equipamentos que possuem, como também pelo próprio pessoale pelos outros doentes. Mencionamos entre outros as infecções nosocomiais ouinfecções hospitalares, os riscos de alguns medicamentos, riscos eléctricos, riscosde gases, quedas acidentais, agressões físicas e psicológicas, etc..No início e no fim da vida, o indivíduo é mais vulnerável e frágil. Ao longo de todaa sua vida o indivíduo é agredido por elementos “stressantes”, provenientes do seuambiente e do que o rodeia, e também de si próprio (hereditariedade, hábitos devida, etc.). Para se defender e manter integridade biológica, psicológica e social,dispõe de meios naturais (imunidade, força física, inteligência, etc.), demecanismos de defesa psicológica e de medidas preventivas (boa alimentação,higiene, etc.).Regra geral o ser humano é capaz de se adaptar ao meio e preservar a vida. Navelhice, no entanto, esta adaptação faz-se com mais dificuldade. Assim, os idososcorrem mais riscos de acidentes devidos às mudanças associadas à idade, como asque afetam a mobilidade, o equilíbrio e os órgãos dos sentidos.

Comunicar com os seus semelhantesA comunicação é uma necessidade fundamental, cuja satisfação assenta numconjunto de condições bio-psico-sociais. Para que o ser humano possa serindependente na satisfação da sua necessidade de comunicação, os seus órgãossensoriais devem estar íntegros, as emoções não o devem impedir de comunicar eterá que ter uma vida social.A comunicação é mais que uma troca de palavras. Trata-se de um processodinâmico verbal e não verbal, que permite que as pessoas se tornem acessíveis,uma a outra, que consigam por em comum sentimentos, opiniões, experiências einformações.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574A diminuição das capacidades sensoriais causadas pelo envelhecimento, afectaa necessidade de comunicar de cada indivíduo. Esta diminuição manifesta-se poruma redução da capacidade de receber e tratar informação proveniente do meioambiente. Há idosos que gostam pouco de falar e isso deve ser respeitado. Devemser tratados pelo seu nome e nunca como se fossem crianças.Comunicar é uma “arte” que não consiste somente numa troca de palavras, masnum partilhar de emoções, de sentimentos e ideias. Comunicar exige de nóscapacidade de falar e principalmente a capacidade de escutar.

Agir de acordo com as suas crenças e valoresTodo o ser humano deve possuir um quadro de referência pessoal para apoiar oseu comportamento. Os seus valores e crenças, que são essenciais aodesenvolvimento e actualização, permitem-lhe conservar a identidade, mantendo-se em interacção constante com os seus semelhantes e/ou com o além e/ou SerSupremo.O ser humano tem necessidade de agir de acordo com as suas crenças e valores,e de executar gestos e acções conformes com a sua noção pessoal do bem, do mal eda justiça. É isto que constitui a sua dimensão espiritual, quer ele participe ou nãonas práticas formais da sua religião.Para conservar a saúde física e mental, o ser humano deve manter-se emharmonia com a natureza, consigo próprio e com os outros; as suas crenças evalores ajudam-no a conservar este equilíbrio. O bem-estar espiritual, faz parte dadefinição de saúde.A crença é uma convicção, uma certeza que uma pessoa tem, face à sua visão daverdade. As crenças são, em geral, de natureza religiosa, filosófica ou política.O valor é uma forma de crença que dita o comportamento a adoptar ou a evitar.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Ocupar-se tendo em vista a auto-realização

A necessidade de se ocupar tendo em vista a auto-realização, está directamenteligada com os diferentes papeis sociais vividos e assumidos por um indivíduo.Realizar um trabalho, adquirir conhecimentos, partilhar o que sabe fazer, sãoalguns exemplos de realizações que permitem satisfazer esta necessidadefundamental. Embora as maneiras e os meios de se realizar difiram de umindivíduo para outro, esta necessidade está presente ao longo de toda a vida.O envelhecimento arrasta consigo diferentes mudanças biofisiológicas quelevam o ser humano a modificar os meios de que dispõe, para se sentir útil.Todas as pessoas que trabalham junto de idosos devem estimular a ocupaçãodos mesmos, a fim de aumentarem a sua auto-estima, de se poderem sentir úteis,não apenas face à sociedade, mas também em relação à família e às pessoas que osrodeiam.

Jogar ou participar em actividades recreativasDistrair-se é uma necessidade de todo o ser humano, e o indivíduo que sediverte com uma ocupação agradável, com o fim de se descontrair física epsicologicamente, satisfaz esta necessidade.

Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidadeO ser humano que deseja manter ou recuperar a saúde, deve por vezesmodificar os seus comportamentos, ou aprender comportamentos novos. Para issodeve adquirir conhecimentos e desenvolver capacidades.Gerir os tempos livres dos doentes hospitalizados que possuem algumaautonomia constitui uma tarefa bastante complexa. O mesmo se pode dizer emrelação ao idoso. Geralmente este passou toda a sua vida a trabalhar ou a educar afamília sem ter tempos livres e de repente dispõe de todo o tempo que sonhou ter.

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O contributo do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde, na equipamultidisciplinar, para a satisfação das necessidades humanas básicas doutente

“Para que não haja problemas, as condutas de intervenção e diagnósticoprofissional deve ser sempre realizada por um profissional legalmente habilitadopara tal prática.”

Premissas éticas importantes na relação com o paciente:Respeitar a libido do paciente, conquistando gradualmente a confiança

técnica , ética e moral do mesmo. Desta forma todo procedimento realizado deveser explicado, fazendo com que o mesmo se mantenha sempre seguro.

Manter os registos, relatórios e as evoluções clínicas do paciente sempreatualizadas.

Não divulgar, em particular ou em público, quaisquer informações quetenham origem nas palavras dos pacientes, mesmo que estes tenham dito que asmesmas não eram confidenciais. Da mesma forma deve-se manter em sigilo asinformações clínicas ou de estudo clínico compartilhadas entre a equipamultidisciplinar, as quais forem obtidas em discussões clínicas, prontuários erelatos para atuação multi, inter ou transdisciplinar.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Ética profissional: Regulamento tomado como consenso para se seguir de

acordo com os conceitos morais intrínsecos específicos de cada profissão. Vide:Código de Ética Profissional

Ter cuidado ao gerar aproximações emocionais com um paciente. Devehaver uma separação formal do profissional e do amigo, do profissional e doesposo. Deve-se utilizar um ritual formal a ser incorporado para que haja umasinalização da distinção destas partes do todo. Instrumentos como o tratamentopela titulação profissional, uso do jaleco ou uniforme, auxiliam neste ritual, mas ocomportamento também deve modificar. Muitas condutas ou intervençõesterapêuticas não são executadas por profissionais com membros da sua própriafamília para evitar a influência emocional ou mesmo a banalização da intervenção.

É dever de cada profissional admitir os limites de intervenção técnica eética da sua profissão, encaminhando o paciente a um especialista de acordo comas necessidades clinicas específicas de cada situação, sempre explicandoclaramente ao paciente.

Nunca desacreditar ou menosprezar o médico ou qualquer outroprofissional de saúde, valorizando sempre o seu trabalho e quando houveremdiagnósticos equivocados, os mesmos devem ser primariamente debatidos ediscutidos com o profissional antes de trazer algum dolo moral do aludidoprofissional perante o paciente

Ter cuidado ao comentar casos de pacientes com outros pacientes mesmocom a intenção de encorajá-los, pois isto tanto foge da técnica quanto amedronta opaciente.

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Cuidados de higiene e conforto a utentesque necessitam de ajuda parcial ou total

A importância da higiene e do conforto para a saúde do utente

A higiene é um ramo da medicina que visa a prevenção da doença.A descoberta de que vários micróbios causam doenças, fez com que a higiene setornasse fundamental.A limpeza do corpo, das roupas, dos utensílios e das habitações, diminuiusensivelmente o risco de infeção por fungos, bactérias e vírus.

A higiene pessoal, cuidado básico para a saúde e bem-estar do ser humano, é umaatividade incorporada na rotina diária e difere entre culturas e épocas. Entende-sepor higiene pessoal a corporal e íntima, a oral e a do couro cabeludo.A higiene pode ser:

Parcial: É aquela que tem em conta os cuidados específicos de cada partedo corpo, frequentemente as regiões com secreção abundante e maior carência dehigiene (cara e boca, mãos, axilas, pés e genitais).OU

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Total: consiste no banho total, completo, desde a higiene ao corpo até ao

cortar das unhas e cuidados com o cabelo.Na cama OU no chuveiro, consoante as características da pessoa de quem secuida.O banho é, normalmente, realizado mais para agradar a quem cuida (senso deresponsabilidade) do que para atender a uma real necessidade ou desejo da pessoacuidada.O banho diário não se baseia tanto em requerimentos clínicos, mas sim emnormas culturais. Algumas delas valorizam o asseio e acreditam que o banho éincompleto se não houver o uso de vários champôs, sabonetes ou desodorisantes;outras, porém, consideram o banho semanal suficiente, não vendo sentido em“mascarar” o próprio odor com produtos perfumados.

A frequência do banho depende das necessidades apresentadas pelas pessoasidosas. Em algumas circunstâncias, pode ser dado apenas, por exemplo, duasvezes por semana. É o caso dos idosos com peles demasiado secas, dos muitoenfraquecidos ou dos que, por problemas de saúde, se cansam facilmente.Embora o banho seja muito importante, a rotina do seu uso diário não pode serlegitimamente resguardada. Se um banho por dia já é difícil de defender, o que dirádois. No entanto, esse é o hábito de alguns hospitais, instituições, cuidadoresdomiciliares etc.

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Questões relativas à privacidade, intimidade e sexualidade do utente

Aspetos a ter em conta na interação:O doente tem direito a que todo o ato diagnóstico ou terapêutico seja efetuado sóna presença dos profissionais indispensáveis à sua execução, salvo se pedir apresença de outros elementos, podendo requerer a de um familiar (excluindo, porexemplo os atos cirúrgicos que não o permitam). Nos atos cirúrgicos a crianças, deverá ser permitida a presença de um elementosecurizante (habitualmente um dos pais), na indução anestésica, de modo aminimizar as repercussões psico-emocionais. A vida privada do doente não pode ser objeto de intromissão, salvo em caso denecessidade para efeitos de diagnóstico ou tratamento e tendo o doenteexpressado o seu consentimento. No que respeita às crianças a vida privada podeter de ser investigada, por vezes sem a concordância dos pais se tal for necessáriopara a terapêutica ou bem-estar da criança. Nas enfermarias o banho dos doentes deve ser realizado tendo em conta o pudordo doente. Devem ser utilizados cortinas ou biombos com esse fim. O respeito pela intimidade do doente deve ser preservado durante os cuidadosde higiene, as consultas, as visitas médicas, o ensino, os tratamentos pré e pósoperatórios, radiografias, o transporte em maca e em todos os momentos do seuinternamento. Embora as urgências não constituam, necessariamente, um internamento,recomenda-se que a privacidade e o respeito pelo pudor sejam garantidosnestas situações, apesar da oportunidade e rapidez da intervenção o poderemfazer esquecer.

Os principais fatores ambientais e pessoais propiciadores deconforto/desconforto para o utente

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574A humanização é central num processo de prestação de cuidados, e nestecontexto deve-se, entre outras:

Respeitar a forma como o utente quer ser tratado – nome de batismo,apelido com ou sem título profissional ou outro;

Respeitar a intimidade, privacidade e confidencialidade do utente, em todosos atos de prestação de cuidados;

Informar o utente, na medida do possível e de acordo com a equipa, quantoà sua situação e respetivo prognóstico;

Fazer o inventário de todos os bens do utente, quando da sua entrada naUnidade de RNCCI e arquivar uma cópia da lista de bens;

Assegurar-se do consentimento informado do utente para os atos da práticado cuidar;

Informar o utente como aceder ao telefone, outros meios tecnológicos ehorários do funcionamento das várias atividades e serviços;

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Respeitar os horários estabelecidos quanto a toma de medicamentos,

sessões de reabilitação, exames complementares de diagnóstico;Tornar as horas das refeições, momentos de prazer – arranjo das mesas,

música ambiente calma e repousante, tratamento calmo e sereno de eventuaisconflitos, permissão da partilha do momento das refeições com os familiares(preço afixado) e respeito pela dieta;

Assegurar assistência religiosa, se desejada e de acordo com a convicção doutente;

Criar condições para a existência de meios (espelhos, quadros, relógios,informações em carateres grandes e cores apelativas) que permitam aorientação para a realidade;

Contribuir com a sua opinião para a criação de ambientes agradáveis –pintura de paredes de tons coloridos, cortinas e colchas de padrões de bom gosto edecoração agradável, respeitando as características locais (quadros, flores eoutras).

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A técnica do banho

O banho é, normalmente, realizado mais para agradar a quem cuida (senso deresponsabilidade) do que para atender a uma real necessidade ou desejo da pessoacuidada.O banho diário não se baseia tanto em requerimentos clínicos, mas sim em normasculturais. Algumas delas valorizam o asseio e acreditam que o banho é incompletose não houver o uso de vários champôs, sabonetes ou desodorisantes; outras,porém, consideram o banho semanal suficiente, não vendo sentido em “mascarar”o próprio odor com produtos perfumados.

A frequência do banho depende das necessidades apresentadas pelas pessoasidosas. Em algumas circunstâncias, pode ser dado apenas, por exemplo, duasvezes por semana. É o caso dos idosos com peles demasiado secas, dos muitoenfraquecidos ou dos que, por problemas de saúde, se cansam facilmente.729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 26

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Embora o banho seja muito importante, a rotina do seu uso diário não pode serlegitimamente resguardada. Se um banho por dia já é difícil de defender, o que dirádois. No entanto, esse é o hábito de alguns hospitais, instituições, cuidadoresdomiciliares etc.

Etapas dos cuidados de higiene a idosos dependentes1.º – Preparar todo o material necessário:

Luvas e aventais descartáveis Esponja Sabão líquido neutro Uma bacia com água tépida (se banho na cama) Toalhas limpas Creme hidratante e anti alergénico Escova ou pente para o cabelo Escova de dentes e pasta dentífrica ou elixir Fraldas descartáveis, se necessário Sacos de plástico para o lixo e para a roupa suja Roupa limpa para o idoso e/ou para a cama

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Banho na camaO banho no leito, providencia-se quando o idoso é totalmente dependente ouquando há uma restrição do exercício. Se o idoso for semi-dependente e sejanecessário o banho no leito, deve providenciar-se o material e auxilia-lo na higiene.

Temperar a água, tendo o cuidado de não queimar a pessoa ou provocardesconforto.

O idoso deve ser lavado com uma esponja embebida em água e sabão, oucom um gel de banho hipoalergénico.

Iniciar a higiene com a limpeza dos olhos, usando uma compressa com águaou soro fisiológico para cada olho, limpando sempre de dentro para fora, de uma sóvez.

De seguida: lavar a cara, as orelhas e a cabeça. A lavagem desta deve serfeita com regularidade, devendo, contudo, respeitar a vontade do idoso, sempreque possível. Lavar os braços e o tronco e seguir para as pernas e os pés, secando o corpo

à medida que lava e tapando-o. Promover uma relação interpessoal e agradável com o idoso durante o

banho. Respeitar a sua vontade, privacidade e integridade. Retirar todos os objetos das mãos que possam ferir o idoso

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Usar um par de luvas para cada idoso e lavar SEMPRE as mãos antes e

depois de cada higiene, de forma a evitar infeções. Começar os cuidados de higiene sempre das partes mais limpas para as

partes mais sujas, (da cabeça para os pés) Observar o corpo e detetar todas as feridas que possam ter Ter atenção à fragilidade da pele, tanto ao lavar como a secar o corpo. Ter especial cuidado nos movimentos com idosos dependentes quer seja da

cama para a cadeira, ou para o local do chuveiro, devendo desviar-se tudo o quepossa magoá-los.

Retirar sempre as placas dentárias e lavá-las ou incentivar o idoso a limpá-las. Estas só devem ser colocadas depois da limpeza da boca, que nunca deve serdeixada para trás, mesmo em pessoas sem dentes, para se evitar infeções.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574

Banho no chuveiro/banheira: Temperar a água, tendo o cuidado de não queimar a pessoa ou provocar

desconforto

Começar sempre pela cabeça, em direção aos pés. Lavar a cabeça, cara e orelhas do idoso. Seguem-se o pescoço, braços, axilas, costas, pernas e pés, entre os dedos e,

por fim, partes genitais. Secar o corpo com toalha macia, sem esfregar. Aplicar creme hidratante no corpo. Vestir a pessoa e penteá-la. Não esquecer a lavagem da boca, usando uma escova de dentes ou

compressas embebidas em elixir ou pedir ao idoso para bochechar.729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 30

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Verificar sempre se não existem secreções, feridas, caspa ou parasitas. Cortar as unhas, cuidar dos cabelos e toda a aparência do idoso.

Banho na cadeira de banho assistidoPara que a ajuda técnica seja eficaz terá que permitir uma atividade maisindependente ou com menor dispêndio de esforço, de outro modo, provavelmentenão será utilizada.A avaliação da necessidade de ajuda técnica deve ser feita por uma Equipa deReabilitação especializada, e a sua subsequente prescrição deverá ser feita peloMédico Especialista, com experiência nesta área.Para uma adequada avaliação e prescrição de ajuda técnica, deverá contatar o seuCentro de Saúde, que o encaminhará para os Serviços de Reabilitação maispróximos do seu local de residência.Aspectos importantes a tomar em consideração, sempre que é feita umaprescrição:Em relação à ajuda técnica:

ConfortoSegurançaEstabilidadeFacilidade de utilizaçãoTipo de banheiro – para banho de imersão ou ducheTamanhoPeso

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Em relação ao meio ambiente:

Relação entre a largura das portas e a largura das cadeirasArrumaçãoDurabilidadeEstéticaRelação custo/benefício

A comparticipação na compra das Ajudas Técnicas necessárias pode serconseguida, salvo algumas excepções, através dos Serviços de Reabilitação dosHospitais, ou através dos Centros Regionais de Segurança Social.Cadeira de banho com assento longo

Características:729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 32

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Estrutura metálica cromada e forro em material sintéticoPermite o apoio completo dos membros inferiores em extensão (importante

na ausência de movimentos, na hipotonia dos membros inferiores, na hipertoniaem extensão ou ainda na ausência de sensibilidade).

Pode ser usada na praiaOcupa pouco espaço quando fechada

Banho na maca banheira

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Técnicas de substituição de roupas decama e macas ocupadas

Providenciar os recursos para junto do indivíduo.Aprontar uma cadeira aos pés da cama com as costas voltadas para quem executaLavar as mãos

Trocar as roupas de cama segundo a técnica abaixo descrita:

Posicionar-se de um dos lados da cama Remover a roupa debaixo do colchão de toda a cama, começando pela

cabeceira até aos pés (à esquerda) e continuar a desentalar dos pés para acabeceira (à direita), ou vice-versa;

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Executar três dobras na colcha começando de cima para baixo, depois

dobrar outra vez ao meio, no sentido da largura e colocar nas costas da cadeira; Executar de igual modo para o cobertor; Manter a dobra em cima do lençol que cobre o indivíduo, fazer outra em

baixo, seguida de duas dobras laterais, começando pelo lado oposto; Assistir o indivíduo a voltar-se para o lado oposto da cama, ajustando a

almofada; Remover o resguardo, enrolando-o ou dobrando-o em leque até ao meio da

cama, encostando-o bem ao indivíduo. Executar do mesmo modo ao lençol debaixo.

Posicionar o lençol de baixo limpo a meio da cama, da cabeceira para os pés,abri-lo e enrolar ou dobrar em leque a metade oposta para dentro até meio dacama. Entalar a metade da cabeceira e fazer o canto, depois a metade dos pés erespetivo canto e por fim a parte lateral.

Posicionar o resguardo a meio da cama e enrolar a metade oposta paradentro até junto do indivíduo, enrolando-o desse lado.

Virar o indivíduo, ajustando a almofada Posicionar-se do lado oposto Remover o resguardo e o lençol de baixo descartando-os no saco da roupa

suja Tapar o colchão desenrolando e entalando o lençol de baixo, fazendo os

cantos na extremidade superior e inferior. Entalar o resguardo desse lado.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Posicionar ou assistir o indivíduo a posicionar-se no meio da cama Aprontar o lençol que cobre o indivíduo, desfazendo as dobras laterais Posicionar-se de novo no lado oposto onde iniciou a cama. Cobrir o peito do indivíduo com o lençol de cima limpo e dobrado, pedindo-

lhe para o segurar. Se não for possível, entalar sob os ombros. Reunir a extremidade inferior do lençol limpo e a extremidade superior do

que se vai retirar. Remover o lençol sujo, cobrindo simultaneamente o indivíduo com o limpo.

Executar o canto desse lado. Aplicar um cobertor ou edredão sobre o lençol de cima Executar o canto do cobertor ou edredão e do lençol em simultâneo,

fazendo uma dobra junto aos pés, depois de entalar a roupa na extremidadeinferior da cama

Aplicar a colcha sobre o cobertor ou edredão e fazer o respetivo canto. Executar uma dobra para dentro na extremidade superior da colcha, de

forma a envolver o cobertor ou edredão e executar a dobra do lençol sobre ambos. Posicionar ou assistir o indivíduo a posicionar-se. Assegurar a recolha do material. Lavar as mãos.

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Técnicas de vestir e despir o utente

As roupas devem ser confortáveis, simples de se vestir e adequadas ao clima eaos desejos do paciente; sempre que possível, dê preferência aos tecidos dealgodão por serem macios e permitir uma melhor movimentação.Resíduos de produtos químicos usados na lavagem das roupas podem ser causade irritações na pele. O uso de tecidos sintéticos e inflamáveis e de colchetes,correntes e alfinetes deve ser abolido, evitando, com isso, possíveis acidentes etraumatismos.

É importante que, para o paciente impossibilitado de manifestar a suasensibilidade à temperatura externa, o profissional esteja atento para acolocação ou retirada de agasalhos.

Também é importante que os cuidadores mantenham a calma noauxílio do vestuário. Os pacientes cansam-se com facilidade e, por isso mesmo, écorreto manter roupa simples com aberturas laterais ou frontais e uso de fechos develcro. Aos pacientes limitados a cadeiras de rodas, é bom optar por roupasconfortáveis, largas, especialmente nos quadris.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Para pacientes com lesões extensas de pele, independentemente da

causa, oriente adaptações de roupas e camisolas: as mangas podem serdesmembradas do corpo da roupa e adaptadas ao corpo do paciente através dosdispositivos acima citados.

Materiais e equipamentos de higiene e conforto

Relativamente a este aspecto, é importante: Colaborar na execução da cama, quando o doente está acamadoColaborar no posicionamento dos doentes nos diversos decúbitos ( dorsal,

lateral direito, lateral esquerdo, ventral)Posicionar os doentes de forma a que a roupa da cama se mantenha sempre

esticada e sem rugasDeixar sempre o doente em posição confortávelColaborar na massagem das principais zonas de pressão ( ombros, costas,

trocanteres e calcanhares ) com creme hidratanteAjudar a vestir/despir o doente em caso dissoManter as regiões mais íntimas do corpo dos doentes sempre cobertasAjudar na passagem dos doentes da cama para o cadeirão e vice versa,

aquando do seu levante

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Algumas dicas a ter em conta na casa de banho/banheiro de um idoso:

Com o intuito de cuidar corretamente da higiene de um idoso deve seguir asdicas seguintes:

Opte pela colocação de portas de correr, assim o acesso à casa debanho/banheiro é mais prático;

Privilegie o espaço da sua casa de banho/banheiro. Caso exista anecessidade de retirar um móvel, deve-o fazer para obter um espaço maisfuncional e alargado;

Certifique-se que as toalhas, o sabonete, a esponja e o champô estãoguardados em locais de fácil acesso;

Instale aparelhos de emergência que estejam situados em locais de fácilacesso como, por exemplo, um intercomunicador. Este tipo de aparelhos garanteuma maior segurança ao idoso;

Ilumine as paredes se estas forem coloridas;Armazene na casa de banho/banheiro uma quantidade mínima de roupas e

coloque-as num local de fácil acesso;Suavize todos os cantos para reduzir as hipóteses de ferimentos resultantes

de uma queda;Utilize sabonetes líquidos para lavar as mãos, pois estes são mais práticos

do que as barras de sabão;Coloque barras de apoio para ajudar um idoso a movimentar-se e reforce as

saboneteiras e o corrimão das toalhas para que eles possam atuar como suporte;Disponha os acessórios para o banho num local de fácil acesso. Essa é uma

maneira de garantir uma certa independência e autonomia ao banho de umapessoa idosa.

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Produtos de higiene e conforto: características e sua aplicação

Os produtos de saúde e higiene englobam uma vasta gama de materiais fibrosos,para diferentes aplicações, e surgem da necessidade de proteger, quer opaciente, quer a equipa médica, de qualquer contacto com fluidos potencialmentecontaminados.Com o crescente aumento de infeções transmitidas pelo vírus da SIDA e outrosaltamente resistentes, estes produtos assumem, cada vez mais, um papelfundamental.Tal como os restantes materiais fibrosos de aplicação médica, os produtos dehigiene e saúde devem ser: antialérgicos, resistentes a microrganismos,permeáveis ao ar, não tóxicos, capazes de serem esterilizados e impermeáveis alíquidos. Para além disso, estes produtos devem proporcionar conforto e nãolimitar os movimentos de quem os utiliza.Os produtos de saúde e higiene mais comuns são as batas, os gorros, as máscarase os campos cirúrgicos.

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Outros cuidados básicos de higiene e apresentação

CabeloColocar o paciente de barriga para cima de forma que a cabeça fique livre.

Para isto, pode-se retirar o travesseiro e colocar alguns lençóis enrolados embaixodos ombros;

Forrar a cama para que não fique molhada e colocar uma bacia debaixo dacabeça do idoso;

Colocar tampões de algodão no ouvido do paciente;Molhar o cabelo, aplicar o xampu e enxaguar com bastante água;Enxugar o cabelo com uma toalha, e, se for possível, usar um secador;Pentear e escovar o cabelo do idoso.

UnhasManter a higiene pessoal em dia é um caminho essencial para evitar estímulosexternos e garantir a saúde de todo o organismo. Como manter as mãos e unhaslimpas?

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574O que usar: água, sabonete e lixa de unha.Como higienizar: o ideal é manter as unhas sempre curtas e lixá-las a cada

três dias. Pessoas que cultivam unhas compridas devem lavar as mãos com maiorfrequência e sempre antes de preparar alimentos.

O que não fazer: enfiar palitos e outros materiais que agridam as unhas eas descolem do leito. Caso exista a necessidade desse tipo de intervenção, consulteum especialista.

Frequência da limpeza: diária.

BarbaAssim como os cabelos, a barba também acumula impurezas ao longo do dia e,por isso, precisa ser higienizada diariamente. A necessidade torna-se aindamaior para homens com bigode, pois este entra em contato direto com alimentos ebebidas. A solução? Lavar o rosto duas vezes ao dia ou após as refeições com umsabonete neutro, que é menos propenso a causar irritações. Higiene oral

A higiene da boca deve ser feita após cada refeição, e sempre que for necessário.Se o paciente for capaz, ele mesmo poderá fazer sua higiene bucal, mas casocontrário, siga as instruções passo a passo:

reunir todo o material: escova de dente, pasta de dente, anti-séptico oral,gases esterilizadas, espátula;729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 42

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574misturar, em um recipiente, o anti-séptico e a água em partes iguais;pegar uma espátula e envolvê-la com a gaze, para que ela seja embebida na

solução;fazer a limpeza da língua do idoso com a espátula, movendo-a de um lado

para o outro para evitar náuseas. Não esquecer de limpar também as laterais e aparte superior (céu da boca) e inferior da boca, além das gengivas;

caso o paciente possua prótese dentária, esta deve ser lavada com escova epasta de dente;

hidratar sempre os lábios do paciente com manteiga de cacau ou vaselina.

A colaboração em cuidados de higiene a utentes com sistemas de soros,drenagens, tubagens e/ou outros dispositivos

Higiene das Sondas:Lave o local de preparo da alimentação com água esabão.Lave bem as mãos com água e sabão antes depreparar a dieta.Pese e meça todos os ingredientes da dieta,seguindo as instruções da equipe de saúde.Utilize sempre água filtrada ou fervida.Lave todos os utensílios com água corrente e sabão.Lave com água e sabão o equipo, a seringa e ofrasco e enxagúe com água fervendo

Deve ser providenciada uma cama/ leito apropriado e confortável. Assim,torna-se fundamental a cama e o colchão, podendo ser uma cama vulgar ouarticulada (como na imagem), onde se pode elevar a cabeça e/ ou os pés.

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Poderá também ser necessária a utilização de outros acessórios, tais como gradesde proteção/ segurança (prevenção de quedas), etc.

Quanto ao colchão também pode ser normal ou então especial para idosos comproblemas músculo-esqueléticos ou de mobilidade, para prevenção de úlceras depressão (colchões de alto risco ou de pressões alternas – imagem).

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A EliminaçãoCuidados a ter no antes e após a eliminação

Condições ambientais e de privacidadeUma parte importante dos cuidados prestados, ao paciente, centra-se em ajudá-lo a superar as dificuldades de eliminação de fezes e urinaConsiste em ensinar, supervisionar, ajudar ou realizar procedimentosSempre que possível tornar o paciente autónomo, dando-se especial importânciaà higiene e ao confortoAntes de se estabelecer qualquer plano de cuidados:

Deverá ser avaliada a capacidade do paciente em identificar a localização doWC, chegar até ele, tirar a roupa, sentar-se na sanita, alcançar e utilizar osutensílios de higiene, levantar-se, voltar e vestir-se e lavar as mãos.Uma parte importante dos cuidados prestados, ao idoso, centra-se em ajudá-lo asuperar as dificuldades de eliminação de fezes e urina.

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Antes de se estabelecer qualquer plano de cuidados:

Para manter um funcionamento efetivo, o organismo humano deve livrar-se desubstâncias indesejadas (dejetos):

A maioria dos resíduos nitrogenados do metabolismo celular é excretada naurina. O sistema urinário desempenha um papel importante na manutenção doequilíbrio hidroeletrolítico. O controlo da micção representa para as pessoas um ato

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574independente, que é aprendido na infância, e a perda desta independência,significa uma ameaça ao bem estar social e emocional, pondo em risco ossentimentos de auto-estima.Fatores que influenciam a excreção urinária:

Eliminação Intestinal:É o movimento e evacuação de fezes pela defecação. Pode ser influenciada por fatoresfísicos e/ou psicológicos.Fatores que afetam a atividade intestinalFALTA DE FIBRAS NA DIETAA lista a seguir apresenta os principais inimigos do bom funcionamento intestinal:

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A limpeza e higiene parcial dos genitaisA higiene perineal refere-se à limpeza dos genitais externos e regiãocircundante, que normalmente é realizada durante o banho. No entanto, emidosos dependentes, há necessidade de realizar os cuidados perineais várias vezesao dia. Este facto deve-se a situações como: infecções genitourinárias,incontinência fecal e urinária, secreções excessivas, irritações ou escoriações,presença de algália, cirurgia perineal, etc. O períneo está localizado entre as coxas eestende-se desde o topo dos ossospélvicos até ao ânus, contendo as estruturasanatómicas sensíveis,relacionadas com a sexualidade, eliminação e reprodução.Os cuidados perineais são providenciados com a finalidade de prevenir ainfecção, promover a saúde e conforto. Devido a existência de vários orifícios noperíneo, esta é uma área vulnerável a entrada de microrganismos patogénicos.Para a realização dos cuidados perineais dever-se-á:

Reunir material necessário: luvas, bacia, aparadeira, urinol, dispositivourinário, saco colector, esponjas, toalhas, resguardos, cremes, sabão,fralda,pomadas, etc.;

Questionar o Idoso se pretende urinar ou evacuar antes de proceder ahigiene perineal. Colocar urinol ou aparadeira, se necessário.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Colocar o Idoso em decúbito dorsal (barriga para cima), se possível com pernasflectidas, lavar a região de eliminação urinária e posteriormente, colocar o idoso dedecúbito lateral (de lado) para proceder a higiene daregião de eliminaçãointestinal.

No Homem:

Começar a lavar com movimentos circulares pela ponta do pénis, puxando oprepúcio para baixo e lavando a glande, posteriormente o pénis e o escroto (nãoesquecer de voltar a colocar o prepúcio na sua posição normal.Na Mulher:

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Lavar da frente para trás (do meato urinário para orifício vaginal eposteriormente para a região anal), prestando atenção à sujidade acumulada entreos lábios, utilizando uma mão para afastar os lábios e outra para lavar.

Mudar a água da bacia após a higiene dos genitais. Colocar o idoso de lado e proceder à lavagem das costas e nádegas, secando

de seguida. Colocar a roupa lavada e a fralda, fazendo a cama de um lado. Virar o idoso para o lado seguinte e terminar de fazer cama e de colocar a

fralda. Terminar de vestir o idoso e deixá-lo confortável. Não esquecer de pentear o cabelo, colocar creme hidratante no corpo e de

lavar a boca do idoso.

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Materiais e técnicas de apoio à eliminação

Colocação e remoção do urinol e arrastadeira com a colaboração do utentee auxiliando o enfermeiro

Manipulação de arrastadeiras e urinóisUrinóis e arrastadeiras deveriam ser preferencialmente em inox por

permitir uma melhor desinfecção do dado material. A manipulação destesutensílios deveria ser o mais cuidadosa possível no sentido de evitar focos deinfecção, quer para quem a utiliza (cliente) quer para quem a manipula (cuidador).

O cuidador deveria utilizar material de proteção, nomeadamente luvas,aquando da sua manipulação e lavar frequentemente as mãos, antes e após, damanipulação do referido material já que as luvas não substituem a lavagem.

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Colocação da arrastadeiraSe o doente for colaborante devemos pedir que flicta os joelhos e faça

força de modo a levantar o corpo;Se o doente não for colaborante, deve colocar-se em decúbito lateral para

aplicação da arrastadeira e após a colocação posicionar a pessoa em decúbitodorsal (barriga para cima);

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 A parte achatada da arrastadeira fica posicionada para a parte superior docorpo;

A arrastadeira deverá ficar corretamente colocada de modo a que oconteúdo excretado fique no interior da arrastadeira;

Colocação correta da arrastadeiraColocação do Urinol

O urinol é um utensílio exclusivo para homens permitindo que estesquando acamados possam urinar. É colocando introduzindo o pénis no urinol.Cuidados na Desinfeção

A lavagem dos utensílios é fundamental no controlo da infecção.729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 54

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Arrastadeiras e urinóis após utilização deveriam sofrer uma

esterilização em esterilizadores próprios para o efeito, uma vez que as lavagensmanuais com anticéptico não removem todos os microrganismos desejáveis.

Colocação e substituição de fraldas com a colaboração do utente eauxiliando o enfermeiro

Na maioria das vezes, um adulto que usa uma fralda pode precisar de ajuda na suamudança. Pode haver casos em que a pessoa pode ficar acamada. Assim, torna-seainda mais evidente que um cuidador precisará de saber como o fazer.Em primeiro lugar, e antes de começar a mudar a fralda deve reunir o material:

Para começar o utente deve ser colocado no leito. Primeiramente descola-se a fitaadesiva da fralda e dobra-se para dentro de forma a que quando for posicionado emlateral essa aba fique por baixo. Posiciona-se delicadamente para esse lado. Descola aoutra fita adesiva do lado oposto e após esse procedimento pode retirar a fralda sujapor trás.Antes de colocar uma fralda limpa, deve limpar bem a zona com água e sabão.Deve proceder à higiene dos genitais segundo a técnica correcta (já explicado noutrotópico). Depois secar muito bem. Pode colocar um creme hidratante e protector.Coloca a nova fralda e inverte todo o processo anterior quando retirou a mesma.729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 55

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Instruções:

Use luvas de borracha para proteger as suas mãos. É possível um contactocom a urina ou material fecal.

Caso o paciente use calças, tire-as por inteiro. Não as baixe apenas até aaltura dos joelhos.

Deite o paciente de lado. Ele poderá ajudar nisso. Pode ser que sejanecessário levantá-lo um pouco para o colocar no centro da cama e assim evitarque ele caia da cama.

Olhe para dentro da fralda. Uma fralda de adulto contém urina mas seránecessário ter mais cuidado caso o paciente tenha evacuado.

Descole as laterais da fralda.Abra a fralda e enrole-a para que a área suja fique contida.Limpe o paciente com lenços humedecidos. É necessário levantar as pernas

para alcançar todas as áreas.Vire o paciente, deixando-o deitado sobre o seu outro lado.Retire a fralda. Com o paciente virado para o outro lado, esse procedimento

deverá ser fácil de ser realizado.Confira mais uma vez a região do corpo onde estava a fralda e, se

necessário, limpe mais.Abra uma nova fralda e a coloque atrás do paciente. A lateral da fralda

deverá ficar próxima de onde os quadris do paciente ficarão quando ele estivernovamente deitado de barriga pra cima.

Vire o paciente para o outro lado.Mova o outro lado da fralda para que ela fique reta.Deite o paciente de costas.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Levante a parte da frente da fralda pelas pernas do paciente e cole a parte

da frente às laterais.Vista as calças do paciente.

Transferência e posicionamento na cadeira sanitária: Com a colaboraçãodo utente

Posicione-se atrás do paciente com a cadeira travada.Passar os seus braços sob os do paciente.Cruzar os braços do paciente e segurar os seus antebraços com ambas as mãos.Trazer o paciente para cima e para trás sentando-o na cadeira.

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Esvaziamento dos sacos coletores de urina com válvula: Cuidados demanuseamento

Orientar o paciente sobre o procedimento;Reunir todo o material necessário e levar para perto do paciente;Higienizar as mãos;Equipar-se com o EPI (luvas de procedimentos, máscara, óculos e avental);Higienizar a região perineal com água e sabão.Retirar o saco colector;Posicionar o saco para o recipiente que irá receber a urina, evitando contatoentre as superfícies durante o procedimento;Colocar a urina na sanita;Retirar as luvas e higienizar as mãos.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574

Outros dispositivos de apoio à eliminação - noções básicas: algalias,sondas vesicais, sondas rectais, sacos de urostomia, sacos de nefrostomia,

sacos de colostomiaA algaliação é uma das técnicas que os enfermeiros executam mais

amiúde. A sua técnica básica é algo que está perfeitamente padronizada e aceite,tendo sido já suficientemente discutida. No entanto, a sua execução correcta nãogarante por si o sucesso da algaliação em muitos dos casos uma vez que esteprocedimento não é linear. A aparente simplicidade da sua execução oculta umgrande número de variáveis teóricas e de situações práticas que se podem colocardiante de quem a executa. Foi para debelar e ultrapassar algumas situações maisdifíceis e delicadas que a enfermagem foi desenvolvendo e adoptando técnicas esaberes acessórios que permitem obter o sucesso em algaliações complicadas egerir com eficácia muitas das complicações associadas a esta prática. Embora os princípios básicos sejam os mesmos existem diferenças acerca dosmétodos usados na algaliação mediante se trate de um paciente do sexo masculinoou feminino. O procedimento realizado em doentes do sexo feminino729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 59

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574geralmente não oferece contrariedades face ao trajeco curto e reto da uretra. Omesmo já não se passa com utentes do sexo masculino, uma vez que nestes auretra tem uma longitude maior, oferecendo angulações e zonas em que diversosprocessos patológicos ou fisiológicos podem provocar apertos uretrais dificultandoassim a passagem de uma sonda vesical.O tamanho neste caso é importante!. Nas mulheres o tamanho trivial é o 14Fr epara os homens é o 16Fr. No entanto o tamanho pode variar consoante existamestenoses uretrais ou coágulos a serem drenados. Muitas vezes existe o falsoconceito de que uma sonda fina passa com mais facilidade por uma região comaperto do que uma mais calibrosa. Por outro lado, se queremos usar uma sonda debaixo calibre devemos optar por uma sonda semi-rígida a não ser que tenhamos agarantia de uma uretra livre de obstruções. Lembre-se também que o potencialde desenvolver espasmos vesicais ou intolerância à sonda é maior com sondasmais calibrosas.

Sondas vesicais e retais:Para restaurar ou facilitar o funcionamento urinário geralmente envolve ainserção temporária ou percular. A cateterização também permite a monitorizarãodos sistemas renal e urinário, ajudando no diagnostico da disfunção.Os distúrbios mais frequentes do sistema urinário ocorrem por causa deobstrução, neoplasias, cálculos ou infecção, ou uma inter-relação entre todos.Na glomerulonefrite, o processo inflamatório nos glomérulos tem uma faseautoimune.A absorção de substancias nefrotóxicas, mudanças vasculares tais como as queocorrem na hipertensão e algumas doenças sistêmicas podem danificar os rins.Qualquer redução do fluxo sanguíneo nos rins pode produzir insuficiência renal. Aslesões dos rins e da bexiga urinaria também poder ser resultado de umtraumatismo.Objetivo da inserção de sonda:729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 60

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Com a PM o objetivo é tratar das incontinências urinaria, retenção urinariadistúrbios obstrutivos (cálculos urinários, hipertrófica prostática, estenoseuretral, neoplasia renais) drenos urinários, irrigação vesical,Assim a equipe de enfermagem poderá fazer o controle de eletrólitos do paciente,para que sua patologia seja tratada de forma adequada.Em caso de pacientes pós-operatório, a sonda é inserida devido a nãodeambulação do paciente, onde o controle de eletrólitos deve ser total(dependendo do motivo da cirurgia, mas principalmente se for sobre o tratourinário)A sonda é introduzida também no pré-operatório conforme prescrição medica.

Sacos de urostomia; nefrostomia e de colostomiaO que é uma urostomia ?Urostomia é uma criação cirúrgica de uma abertura artificial ( estoma ) doscondutos urinários na parede abdominal. A urina passará a fluir através destaabertura situada na parede abdominal e será armazenada em uma bolsa coletora.As urostomias podem ser ureteroenterocutâneas (uma parte do intestino éutilizada para criar um novo reservatório de urina) ou cutâneas (a urina é drenadaatravés de um orifício criado na parede abdominal e pele). As urostomiascutâneas são as mais comuns e incluem a ureterostomia cutânea (estoma criado apartir dos ureteres), a vesicostomia (o estoma é feito a partir da bexiga) e anefrostomia (a drenagem de urina começa a partir do rim).A urostomia é para sempre ?

Pode ser temporária ou definitiva. A urina pode exalar cheiro forte ?729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 61

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Da urina pode fluir um odor forte parecido com o do amoníaco, depois de

poucas horas. O odor pode ser reduzido colocando-se uma pastilha grande deácido ascórbico dentro da bolsa.Quando a urostomia será permanente?

A urostomia será permanente nos casos de cancro de bexiga, incontinência(atrofia da bexiga, atrofia vesical, carcinoma uretral e cistite intersticial ). Aurostomia será temporária nos casos de megauretra e refluxo vesículo-uretral.

A nefrostomia é uma intervenção cirúrgica que consiste em realizar umaabertura num rim, com o objetivo procurar um cálculo ou de o drenar.Permite a resolução da obstrução ureteral e recuperação da função renal empacientes com uropatia obstrutiva.Tem também um papel importante na obstrução das vias urinárias porneoplasias abdominais avançadas.

A colostomia consiste na exteriorização do intestino grosso, maiscomummente do cólon transverso ou sigmóide, através da parede abdominal, paraeliminação de gases ou fezes.Embora as colostomias sejam procedimentos cirúrgicos relativamentesimples, apresentam várias complicações, desde simples irritações cutâneas atéproblemas potencialmente letais:

irritação cutânea - evitada pelo uso de bolsas e pomadas protetoras, queevitam o contato entre o contato fecal e a pele;

estenose por abertura insuficiente da parede abdominal;angulação do cólon exteriorizado por passagem sinuosa pelos diferentes

planos da parede abdominal;estenose temporária decorrente do edema da boca cólica;processo inflamatório que ocorre na serosa da alça exteriorizada;infeção - da pele e/ou subcutâneo, causando celulite pericolostômica;

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574hérnia paracolostômica - particularmente nas colostomias terminais;necrose e retração do coto cólico - ocorre por falta de suprimento

sanguíneo no coto exteriorizado. As causas podem ser várias: ligadura inadvertidadas artérias que irrigam o segmento; exteriorização do coto cólico com tensão talque prejudique sua irrigação;

abertura muito estreita na parede abdominal, causando constrição do cotocólico;

fístula - evento raro, ocorre como resultado da fixação da alça à paredeabdominal ou a partir de pequenos focos de necrose na parede da alça;

prolapso ou procidência do coto cólico - é a complicação mais freqüentenas colostomias em alça.

Produtos de eliminação vesical e intestinalUrina: características, alterações e sinais de alerta

Você já deve ter percebido que a quantidade de vezes que você faz xixi estáintimamente ligada aos seus hábitos. Por exemplo, num fim de semana, enquantovocê bebe alguns copinhos de cerveja, é normal que precise ir muitas urinar. Omesmo não ocorre num dia qualquer da semana, no qual você toma a mesmaquantidade de líquidos que tem o costume de tomar.Mas é verdade que a urina pode dizer muito mais sobre a sua saúde do quevocê imagina!Thais Nemoto Matsui, nefrologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica queé necessário diferenciar as mudanças de odor, cor e frequência da urina quesão consideradas normais, daquelas alterações que podem ser sinais de doenças.Alterações de concentração da urina, odor mais ou menos forte e número demicções (ato de urinar) podem ser apenas reflexo da ingestão hídrica, sem729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 63

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574representar anormalidade. Assim, quando ingerimos bastante líquido, a urinatende a ser mais clara e com menos odor por ser menos concentrada e as micçõesserão mais frequentes. E no caso de pouca ingestão, ocorre o contrário.Porém, algumas alterações nessas características podem, sim, ser sinais dedoenças.

Alteração na cor da urina:Mudanças na cor, como o escurecimento da urina, podem ser sinal de doençashepáticas (do fígado), em que os pigmentos biliares tingem a urina.Convêm lembrar que alguns medicamentos também podem tingir a urina,tornando-a mais escura, laranja e até verde, sem que isso seja um problema. Nessecaso, suspenso o medicamento, a coloração da urina volta ao normal.

Urina sem coloração:Em caso de insuficiência renal avançada/terminal, a urina pode se apresentarpraticamente sem coloração (quase como água), o que representa a ausência dastoxinas que deveriam ser eliminadas na urina.

Urina sanguinolentaÉ importante destacar que sangue na urina nunca é normal e merece sempreatenção e investigação.Sangue visível (macroscópico) na urina geralmente está relacionado à presença delesão em alguma porção do trato urinário, ou seja, na uretra, bexiga, ureteres ourins. Um exemplo muito comum disto é a presença de cálculo renal que, na suamovimentação pelo trato urinário, pode prejudicar qualquer uma dessas porções,levando ao sangramento.Outras situações menos comuns, como tumores renais ou de bexiga, também sepodem manifestar com sangue na urina.Outras doenças que se podem manifestar com sangue na urina (nesse caso, namaioria das vezes, não visíveis a olho nu) são as glomerulonefrites ou nefrites,729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 64

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574como são mais conhecidas, que são doenças renais que geralmente cursam comoutros sintomas além das alterações da urina.

Aumento da frequência das micçõesSe não estiver relacionada ao aumento na quantidade de líquidos ingeridos, oaumento na quantidade de urina pode estar associado a algum tipo de doença,como o diabete. Se o problema persistir é fundamental consultar um médico paradefinir se há algo de errado.Quando o aumento na frequência de micções é acompanhado de urgênciamiccional e/ou dor ao urinar, este pode ser ainda um sinal de infecção urinária.

Redução do volume urinárioSe não estiver relacionada à redução na quantidade de líquidos ingeridos e/ouà desidratação, a redução da quantidade de urina pode ser sinal deinsuficiência renal ou de obstrução das vias urinárias.

Urina com odor fétidoO odor fétido, muitas vezes, está associado à presença de infecção urinária. Mas énecessário lembrar que a urina tem um odor próprio, característico, que énormal.

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Fezes: características, alterações e sinais de alerta

As fezes nada mais são do que resíduos de alimentos não digeridos, bactérias daflora intestinal e produtos da descamação do nosso intestino que se renovadiariamente. O processo começa quando o alimento entra na boca: amastigação, a saliva, a contracção dos músculos gastrointestinais, as bactérias, oácido clorídrico, as enzimas digestivas, a bile e outras secreções agem em conjuntonum complexo processo que transforma a comida numa massa chamada quimo. Osnutrientes são absorvidos ao longo do tubo digestivo, enquanto as partes nãoaproveitadas seguem em frente até ao intestino grosso, onde se misturam comágua e formam o bolo fecal, ou seja, os excrementos.Se o processo seguir tranquilamente até ao final, é uma visita saudável à sanita.«Um intestino saudável, com bom funcionamento, é reflexo de bom funcionamentodo aparelho digestivo como um todo, com a eliminação adequada dos resíduos semproblemas de acumulação», explica Bruno Zilberstein, professor de cirurgia doaparelho digestivo do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Medicina da USP (Universidade de São Paulo). «É o que chamamos de equilíbrioorgânico adequado»O contrário, infelizmente, também é verdade. Ficar um bom tempo sem ir àcasa de banho causa uma série de problemas desagradáveis, como dor abdominal,sensação de inchaço, irritabilidade, indisposição e alterações no apetite e nohumor. Quem tem intestino preso ou prisão de ventre sabe bem como é. Aobstipação intestinal – nome médico para o problema – acontece quando a pessoaevacua menos de duas vezes por semana ou quando o esforço para evacuar édemasiado grande e pouco produtivo.As causas mais comuns costumam ser uma dieta pobre em fibras, pequenaingestão de líquidos, sedentarismo e consumo excessivo de proteína animal e dealimentos industrializados. O factor comportamental também entra na conta.Muitas pessoas não conseguem usar a sanita em locais públicos – muitas vezesporque se sentem desconfortáveis e constrangidas para fazer isso fora do ambienteacolhedor do lar. Os médicos avisam que é um péssimo hábito. Em primeirolugar, quanto mais tempo os resíduos alimentares permanecem no intestino, maissecos e duros ficam - o que os torna mais difíceis de expelir. Segundo: com o tempo,o intestino acaba por acostumar-se e diminuindo a frequência de «visitas» ao WC.Portanto, aquela história de «não consigo ir à casa de banho fora de casa» podeacabar por criar um problema bem complicado.Outros factores emocionais, como stresse, depressão e ansiedade também sãocapazes de interferir nos hábitos intestinais.Cor é tudoAlém da frequência de visitas ao WC, a cor, o formato e a textura das fezes tambémsão importantes indicativos da saúde do intestino – e de todo o corpo.As fezes normais devem ter coloração acastanhada e textura moldada emacia. Apesar de haver uma grande variação de tons conforme a dieta de cadapessoa, alterações muito grandes nesse padrão podem sinalizar problemas.Pequenas bolinhas isoladas podem indicar falta de fibras na alimentação. Apresença de sangue, muco e pus pode ser sinal de um intestino inflamado. Fezes729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 67

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574compridas e finas são causadas por esforço excessivo, e se o problema persistir porsemanas, pode indicar a presença de um cancro no reto, pois o tumor vai seexpandindo e estreitando a cavidade do cólon. «Em todas essas situações que saemdo padrão normal, é preciso procurar ajuda médica», alerta Fernando GomesRomeiro, do Departamento de Clínica Médica na Faculdade de Medicina da Unesp.A cor também pode ser indicativa de que algo não está a funcionar bem. «Namaioria das vezes, a coloração está relacionada com o tipo de alimento, mas àsvezes pode ser consequência de sangramento gástrico ou intestinal, doenças dofígado», aponta Bruno Zilberstein, da Faculdade de Medicina da USP. «A perda degordura nas fezes indica quadros de falta de absorção intestinal e infecções.»A cor das fezes pode variar pontualmente, de acordo com a dieta. É o caso daingestão de beterraba, que torna as fezes mais avermelhadas ou com um tomcastanho mais escuro, por exemplo. Atenção, porém, para colorações que devemser sinais de alerta. Se as fezes estiverem «pálidas», por exemplo, pode ser sinal deque a vesícula não está a funcionar adequadamente, ou de que há presença decálculos biliares. Se a cor for castanho-avermelhada, pode ser consequência desangramento no trato digestivo inferior, um sintoma associado a cancro deintestino. Já fezes negras podem indicar sangramento no estômago ou nointestino delgado, provavelmente causado por uma úlcera.

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Tarefas que em relação a esta temática se encontram noâmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde

Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem deexecutar sob sua supervisão direta

O técnico auxiliar de saúde tem com funções: Auxiliar sob orientações do técnico auxiliar de saúde:

Na prestação de cuidados de saúde aos utentes, Na recolha e transporte de amostras biológicas, Na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e equipamentos, Na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logístico e administrativo

das diferentes unidades e serviços de saúde.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574Auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo com orientações do

enfermeiro: Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e

conforto de acordo, com as orientações do enfermeiro; Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados de eliminação, nos cuidados

de higiene e conforto ao utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras; Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou

fez, uma intervenção cirúrgica; Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente, nomeadamente

na preparação de refeições ligeiras ou suplementos alimentares e noacompanhamento durante as refeições;

Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e simultânea aoalerta do técnico auxiliar de saúde;

Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, quenecessita de ajuda total ou parcial, de acordo com orientações do técnico auxiliarde saúde.

Assegurar a limpeza, higienização e transporte de roupas, espaços, materiais e equipamentos, sob a orientação de profissional de saúde: Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da

unidade do utente, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos; Efetuar a limpeza e higienização das instalações/ superfícies da unidade do

utente, e de outros espaços específicos, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;

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Efetuar a lavagem e desinfeção de material hoteleiro, material clínico e material de apoio clínico em local próprio, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;

Assegurar o armazenamento e conservação adequada de material hoteleiro,material de apoio clínico e clínico de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;

Efetuar a lavagem (manual e mecânica) e desinfeção química, em localapropriado, de equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ouprocedimentos definidos;

Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados nalavagem e desinfeção, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos, paraposterior recolha de serviço interna ou externa;

Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduoshospitalares, garantindo o manuseamento e transporte adequado dos mesmos deacordo com procedimentos definidos.

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Auxiliar O técnico auxiliar de saúde na recolha de amostras biológicas e

transporte para o serviço adequado, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos

Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde,pode executar sozinho/a

O técnico auxiliar de saúde, para além das tarefas anteriormente descritas, possui um conjunto de outras que realiza sem a supervisão de um profissional de saúde:

Assegurar atividades de apoio ao funcionamento das diferentes unidades eserviços de saúde:

Efetuar a manutenção preventiva e reposição de material e equipamentos; Efetuar o transporte de informação entre as diferentes unidades e serviços

de prestação de cuidados de saúde; 729281 - Técnico/a Auxiliar de SaúdePágina 72

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Cuidados na higiene, conforto e eliminação UFCD_6574 Encaminhar os contactos telefónicos de acordo com normas e/ ou

procedimentos definidos; Encaminhar o utente, familiar e/ou cuidador, de acordo com normas e/ ou

procedimentos definidos

Bibliografia e netgrafiaManual do formador: Apoio a idosos em meio familiar – Maria do CarmoCabêdo Sanches e Fátima João Pereira, Projecto Delfim, s.d.MURRAY, M.E.; ATKINSON, L.D. Fundamentos de Enfermagem –introduçãoao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.SCHULL, P. D. Enfermagem básica – teoria e prática. São Paulo: Rideel, 2000.www.forma-te.ptwww.wikipedia.com

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