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Tipologias Textuais Aline C. Job da Silva Profa Mestra [email protected]

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Breve apresentação sobre tipologias e gêneros textuais.

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Tipologias Textuais

Aline C. Job da Silva

Profa Mestra

[email protected]

Da problemática da texto

“Como todo mundo sabe, pelo menos desde a Antiguidade grega, tendo em vista a evidente heterogeneidade do

'mundo dos textos', foram abundantes as propostas de categorização, e, a começar por Aristóteles, numerosos importantes pensadores ocidentais deram contribuição para a construção do edifício. Entretanto esse edifício

permanece ainda hoje sempre instável, no sentido de que nenhuma classificação conseguiu se impor e de que

nenhuma síntese pode ser elaborada.” (BRONCKART, 2003, p.51)

Aline C. Job da Silva/ Tipologias Textuais

Definição de Tipo Textual

“Partimos do pressuposto básico de que é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível

se comunicar verbalmente a não ser por algum texto. Em outros termos, partimos da ideia de que a comunicação verbal só é possível por algum gênero textual.” (MARCUSCHI, 2002, p.22)

Aline C. Job da Silva/ Tipologias Textuais

Tipo textual: designa uma espécie de construção teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Abrangem seis categorias: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.

Gênero Textual: noção que se refere aos textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica.

• (MARCUSCHI, 2002, p.22-23)

Definição de Tipo Textual

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Quadro sinóptico Tipos e Gêneros Textuais

TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS

1. constructos teóricos definidos por propriedades linguísticas intrínsecas;

1. realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas;

2. constituem sequências linguísticas ou sequências de enunciados e não são textos empíricos;

2. constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas;

3. sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal;

3. sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente limitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função;

4. designações teóricas dos tipos: narração; argumentação; descrição; injunção e exposição.

4. exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, resenha, conferência, bate-papo virtual, aulas virtuais etc.

(MARCUSCHI, 2002, p.22)

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Observações sobre os tipos textuais:

“Para a noção de tipo textual predomina a identificação de sequências linguísticas típicas como norteadoras.”

“Em todos os gêneros também se está realizando tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo gênero realize dois ou mais tipos.”

“Um texto é em geral tipologicamente variado (heterogêneo).”

“Entre as características básicas dos tipos textuais está o fato de eles serem definidos por seus traços linguísticos predominantes.”

(MARCUSCHI, 2002, p.22)

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Classificação segundo Werlich (1973)

Descritiva

Estrutura simples com um verbo estático no presente ou imperfeito, um complemento e uma indicação circunstancial de lugar. Ex.: Sobre a mesa havia milhares de vidros.

Expositiva

Exposição sintética pelo processo de composição. Um sujeito e um predicado(no presente) e um complemento com um grupo nominal. Enunciado de identificação de fenômenos. Ex.: Uma parte do cérebro é o córtex.

Exposição analítica pelo processo de decomposição. Um sujeito, um verbo da família do verbo ter(ou verbos como contém, consiste, compreende) e um complemento que estabelece com o sujeito uma relação parte-todo.Enunciado de ligação de fenômenos.Ex.: O cérebro tem dez milhões de neurônios.

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Classificação segundo Werlich(1973)

Narrativa

Verbo de mudança no passado, um circunstancial de tempo e lugar. Enunciado indicativo de ação. Ex.: Os passageiros aterrissaram em Nova York no meio da noite.

Argumentativa

Uma forma verbal com o verbo ser no presente e um complemento. Enunciado de qualidade. Ex.: A obsessão com a durabilidade nas Artes não é permanente.

Injuntiva

Um verbo no imperativo. Enunciados incitadores à ação. Podem assumir configuração mais longe onde o imperativo é substituído por “deve”. Ex.: Pare! Seja razoável. Todos os brasileiros acima de 18 anos do sexo masculino devem comparecer ao exército para alistarem-se.

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Narração • A narração implica que se enuncie os acontecimentos

estabelecendo uma relação temporal entre eles.

• A narração é identificada pelo recurso a determinados tempos verbais, pela sua dinâmica acentuada por uma sequência de ações e limitada pela temporalidade dessas ações.

• A narração afasta-se das situações estáticas. (ALVES, 2011)

Narração: os processos cognitivos envolvidos na produção de um texto que envolva narração se fazem no sentido de apresentar um evento ou fato, verdadeiro ou fictício. O tipo textual de narração está intimamente ligado ao ato de contar uma história. (SILVA, 2011)

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Narração

Jean-Michel Adam (1992)

• Envolve uma sucessão de ações.

• Envolve ao menos um personagem.

• As ações são formadas em uma unidade maior, que forma um todo.

• As ações, apresentadas temporalmente, não apenas seguem umas às outras, mas são uma consequência.

• Na narração existe um ponto de vista (explícito ou implícito).

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Descrição • É a representação verbal de lugares ou ambientes, animais ou

coisas, pessoas ou personagens, estados de espírito, impressões ou sentimentos.

• Pode o “objeto” descrito ou a descrever caracterizar-se pela sua natureza fixa, ou, pelo contrário, consistir num processo que implique movimento: a descrição estática e a descrição dinâmica. (PAZ, 2011)

“[...] uma descrição é [...] sempre o produto de um ato rigoroso de seleção que implica necessariamente uma subjetividade enunciativa e isto por diversas razões: 1) Não nos apercebemos da totalidade do que é perceptível. 2) Não verbalizamos a totalidade daquilo de que nos apercebemos. 3) Descrevemos em função dos nossos conhecimentos (da língua e do mundo) e dos que consideramos partilhados pelo leitor. [...]”. (ADAM, PETITJEAN, 82 apud BUESCO, 1990)

Argumentação • Argumentação: nesse tipo de texto, por outro lado, os

processos cognitivos trabalham no sentido de defender,

através de argumentos, o ponto de vista do falante/autor.

Aqui, ponto de vista significa uma dada opinião para algum

acontecimento ou fato. Nesse tipo de texto, os argumentos

devem concorrer no convencimento de alguém/leitor ou na

conclusão que se deseja obter de terceiros. (SILVA, 2011)

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Argumentação • Marcuschi (2002, p.28) afirma que a argumentação apresenta,

geralmente, a forma verbal com o verbo ser no presente e um complemento.

• A argumentação desenvolve-se em função de um destinatário, que influencia direta ou indiretamente a forma como evoluem os argumentos propostos.

• A argumentação é, por definição, diálogo de ideias entre dois sujeitos.

• Prevalece uma relação entre um Eu e o Outro a quem se tenta influenciar de algum modo.

• Argumentar é procurar coerência onde existe dúvida, é descortinar sentido num paradoxo, mas também pode ser dar sentido a uma absurdidade ou a uma contradição. (CEIA, 2011)

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Gênero textual: Resumo de monografia/tcc • Da monografia que já estava disponível:

O objetivo do presente trabalho é abordar a História da Computação considerando a evolução das tecnologias de fabricação do hardware e a evolução dos sistemas operacionais até os dias atuais, o que resultou na automação dos processos aritméticos e conduziu à tecnologia dos computadores. Esta monografia apresenta as gerações de computadores e como os sistemas operacionais foram adquirindo um papel significativo na evolução dessas máquinas, procurando dar mais ênfase aos computadores IBM 360, Macintosh e IBM PC na área de hardware, e aos sistemas operacionais Windows, Linux e MacOS.

• Com pequenas variações :

Este documento (ou Esta monografia) apresenta um breve estudo sobre a História da Computação. Serão abordados (mostrados) dois temas principais: a evolução das tecnologias do hardware , bem como a evolução dos sistemas operacionais até os dias atuais. Serão apresentadas (veremos, descreveremos) aqui as diversas gerações de computadores, e como os sistemas operacionais foram adquirindo um papel significativo na evolução dessas máquinas. Maior ênfase será dada aos computadores IBM 360, Macintosh e IBM PC na área de hardware, e aos sistemas operacionais Windows, Linux e MacOS.

• Outro resumo para outro tema:

Esta monografia é o resultado de um estudo sobre a “Casa Digital”, também denominada de casa inteligente. Veremos inicialmente as características mais comuns dessas casas, e suas principais funcionalidades. Em seguida, serão discutidos os principais sistemas de controle de casa digital disponíveis no mercado, avaliando-se as vantagens de cada sistema apresentado. Por fim, serão discutidas as perspectivas futuras para este tipo de aplicação.

Referências ADAM, J.M. Tipos de sequências textuais elementares. Porto Alegre, 1992.

ALVES, José, Narração. In: E-Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9. Disponível em:http://www.edtl.com.pt. Acessado em: 10-ago-2011.

BUESCU, Helena Carvalhão, Incidência do Olhar - Percepção e Representação, Edit. Caminho, Lisboa, 1990.

CEIA, Carlos, Argumentação. In: E-Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9. Disponível em:http://www.edtl.com.pt. Acessado em: 10-ago-2011.

MARCUSCHI, L.A Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A.P., MACHADO, A.R. e BEZERRA, M.A. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005, p.19-36.

PAZ, Olegário, Descrição. In: E-Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9. Disponível em:http://www.edtl.com.pt. Acessado em: 10-ago-2011.

SILVA, Aline Job da. Gênero e tipo: o texto de curiosidade científica. In: PEREIRA, Vera W. . Ensino e Leitura: orientações e sugestões para trabalho com textos de curiosidades científicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.

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