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UIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE TÍTULO DO TRABALHO TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS EM FRIGORIFICOS Por: Francisco Françuy Venancio Braga Orientadora Profª. Maria Esthar Araujo Rio de Janeiro 2010 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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UIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TÍTULO DO TRABALHO

TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS EM FRIGORIFICOS

Por: Francisco Françuy Venancio Braga

Orientadora

Profª. Maria Esthar Araujo

Rio de Janeiro

2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS EM FRIGORIFICOS

Apresentação da monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito para obtenção do curso em

Gestão ambiental

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por ter

me dado a oportunidade de estar no

mundo.

Agradeço ainda, a Coordenação e aos

Professores da a Vez do Mestre por não

terem medido esforços na oportunidade

de minha aprendizagem e

aperfeiçoamento ao referido curso, e, em

especial a Professora Maria Esthé Araujo

pelo carinho e atenção no

acompanhamento deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa

Helena Márcia, meus filhos Françoise e

Thales, pelo apoio e compreensão, das

minhas constantes ausências em virtude

de pesquisas e leituras para a elaboração

e conclusão deste trabalho.

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RESUMO

Nos últimos anos, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carne bovina.

Em 2006, o rebanho bovino brasileiro estava em torno de 198,5 milhões de

cabeças, considerado um dos maiores do mundo. Os maiores produtores são

Centro-Oeste (34,24%), seguido pelo Sudeste (21,11%), Sul (15,27%), Nordeste

(15,24%) e Norte (14,15%).

A qualidade da carne que chegará para o consumidor que recebe grande

influencia desde o manejo do animal na propriedade rural até o momento do

abate, sendo necessário que este ocorra sem sofrimentos para o animal

diminuindo a carga de estresse proporcionando a carne mais macia.

Portanto, este é um setor que deve cumprir todas as leis sanitárias para que não

haja recusa do produto pelos seus compradores. O cumprimento das leis

sanitárias conseqüentemente leva ao cumprimento das leis de proteção ao meio

ambiente.

Em estudo realizado se verificou a eficácia do sistema de tratamento de efluentes

líquidos gerados pela atividade de abate de bovinos em frigoríficos. O sistema de

tratamento consiste em uma seqüência de lagoas, sendo uma anaeróbia e duas

facultativas dispostas em série. O tratamento de efluentes líquidos é uma das

mais importantes questões ambientais ao tocante dessa atividade, no que diz

respeito ao atendimento da legislação e à conseqüente proteção do meio

ambiente. Para determinação da eficiência do sistema de tratamento, foram

analisados os seguintes parâmetros físico-químicos, pH, DBO, DQO, Nitrogênio,

Nitrato, Nitrito, Fósforo, Sólidos Sedimentáveis. Os resultados mostraram uma

boa eficiência dentro dos parâmetros analisados, principalmente por se tratar de

efluente detentor de grande quantidade de matéria orgânica.

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METODOLOGIA

Os métodos que levam ao proposto final para a elaboração desta Monografia, tem

como base primordial as pesquisas realizadas através de leituras de livros,

jornais, revistas, E-mails, questionamentos, coletas de dados, pesquisa

bibliográfica, pesquisas in loco através de visita ao Matadouro e Frigorífico de

Campos Ltda, localizado no município Campos dos Goytacazes, Rua Antônio de

Castro, número 51 - Parque Presidente Vargas, com método através de

entrevistas junto aos colaboradores daquele empreendimento.

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SUMÁRIO

METODOLOGIA 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Fundamentação técnica 11

CAPÍTULO II – Característica dos Efluentes em Frigoríficos 15 CAPÍTULO III - Material e Método 29

CAPÍTULO IV – Resultados e Discussões 33 CAPÍTULO V – Roteiro para Licenciamento de um Frigorífico e seu Anexo 38 CLOSSARIO 45

CONCLUSÃO 46

REFFERÊNCIAS BICLIOGRÁFICAS 47

ANEXOS 50

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INTRODUÇÃO

O abate de bovinos é uma das atividades econômicas mais importantes no

mercado brasileiro, levando-se em conta que o Brasil é um dos maiores

exportadores da carne bovina no mundo. Portanto, este é um setor que deve

cumprir todas as leis sanitárias para que não haja recusa do produto pelos

compradores. O cumprimento das leis sanitárias conseqüentemente leva ao

cumprimento das leis de proteção ao meio ambiente.

Constantemente a sociedade em geral cada vez mais se preocupa com a

preservação do meio ambiente, despertando com isso uma nova consciência no

questionamento ambiental. Devido ao crescimento populacional o consumo de

carne passou a ter um substancial valor, que resultou no aumento da atividade do

setor de abate de bovinos, trazendo junto à preocupação com meio ambiente.

A demanda pela água está crescendo mundialmente, à medida que a população,

a atividade industrial e a agricultura irrigada expandem-se. O processo industrial,

apesar de ocuparem a segunda posição no consumo total de água é um dos

principais responsáveis pela poluição das águas, quando lançam efluentes sem

tratamento adequado aos corpos de receptores (lagos, rios córregos,

reservatórios de água em geral).

A atividade de abate de bovinos, além de utilizar grande quantidade de água, que

em quase toda sua totalidade é descartada como efluente líquido conclui-se que é

uma das atividades econômicas de grande potencial de poluição.

Os problemas ambientais gerados pela atividade de frigoríficos estão

relacionados com os seus despejos ou resíduos oriundos de diversas etapas do

processamento industrial. As águas residuárias contêm sangue, gordura,

excrementos, substâncias contidas no trato digestivo dos animais, fragmentos de

tecidos, entre outros, caracterizando um efluente com elevada concentração de

matéria orgânica.

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Esse efluente, quando disposto ao meio ambiente sem tratamento, representa

focos de proliferação de insetos e de agentes infecciosos, os nutrientes presentes

nos efluentes líquidos de frigoríficos, quando em excesso, trazem sérios

problemas, aos corpos receptores como o fenômeno da eutrofização, Composto

Químico causado pelo excesso de nutrientes, ricos em Fósforo ou (Nitrogênio

numa massa de água).

Esta atividade, com grande potencial de poluição, muitas vezes passa

despercebido geralmente pela sociedade, uma vez que não utiliza em suas

etapas de produção substâncias químicas altamente tóxicas, entretanto as

pessoas que residem ao redor destes estabelecimentos sofrem com os fortes

odores causados por essas atividades.

Embora a preocupação com o tratamento dos efluentes gerados pela atividade de

frigoríficos não seja uma novidade, a descrição da eficiência dos processos

utilizados e os cuidados com novas técnicas de tratamento são de interesse não

só dos frigoríficos, mas também dos órgãos governamentais envolvidos com a

qualidade do meio ambiente, necessárias para desenvolver esta atividade

econômica essencial, tomando os devidos cuidados com os resíduos líquidos

gerados.

Objetivo

Este trabalho tem como objetivo, delinear como implantar nos frigoríficos uma

técnica de tratamento de efluentes capaz de degradar a matéria orgânica volátil

presente nos líquidos residuais, aumentando a capacidade das instalações das

operações de separação de sólidos grosseiros nas etapas de flutuação,

sedimentação e filtragem, aumentando a capacidade da degradação biológica nas

lagoas.

Dentro dos objetivos a serem alcançados, podemos citar ainda a redução

considerável de produtos tóxicos emitidos, diminuindo ao máximo os possíveis

danos nos cursos de águas.

Como resultado final, iremos minimizar a poluição e odores indesejáveis

causados pelos efluentes de frigoríficos nos canais, córregos ou rios.

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A introdução de práticas de reciclagem das águas já tratadas, principalmente nas

últimas lagoas, de implantação e operação simples, podem contribuir também

para a redução da carga do efluente final, especialmente em relação à operação

de separação de sólidos nas peneiras, reduzindo as quantidades de poluentes

que devem ser tratados nas lagoas, em termos de DQO e DBO, sólidos totais,

sólidos em suspensão e dissolvidos.

Outra alternativa somada às anteriores é que nosso tratamento possibilita usar o

efluente líquido para a lavagem dos caminhões gaiolas, as fezes dos currais, em

tanto que, os líquidos e os sólidos podem ser usados como adubo nas lavouras

sem produzir os odores característicos nem passar pelo processo de

fermentação.

Resultados desejados

Como resultado tem por necessidade atender de forma a não agredir o meio

ambiente e apresente eficiência e confiabilidade do sistema de análise implantado

pela empresa, esta deverá contratar Laboratório independente para a realização

dos seguintes parâmetros: pH, DQO, DBO5, Fósforo, Sólidos Sedimentáveis,

Nitrogênio, Nitrito e Nitrato, segundo a metodologia dentro dos padrões aceitáveis

pelos Órgãos fiscalizadores, uma vez que os despejos de matadouros e

frigoríficos têm grande carga de sólidos em suspensão, nutrientes, material

flotável, graxos, sólidos sedimentáveis e uma DBO que fica entre 800 e 32.000

mgL-1 , que podem variar em função dos cuidados na operação e com o

reaproveitamento da matéria.

Os resíduos industriais independentes da sua composição, devem atender às

normas estabelecidas pela legislação. Para efluentes líquidos devem ser seguidas

as normas prescritas pela RESOLUÇÃO do CONAMA Nº 357 de 17/03/05.

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CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Diante do reconhecimento por parte das indústrias de produção de alimentos a

respeito da necessidade de controlar e melhorar seu desempenho ambiental, o

enfoque das questões ambientais está passando do simples controle, para a

prevenção da poluição ou contaminação de água.

A redução de resíduos faz parte de um novo conceito de gerenciamento que

possui uma estrutura de ação fundamentada na sua prevenção e reciclagem.

Essa nova postura tem se mostrado mais efetiva para combater o aumento da

degradação do meio ambiente, bem como para atender as normas ambientais,

além de melhorar a imagem pública das empresas e reduzir desperdícios

financeiros.

As exigências ambientais têm levado à adoção de uma postura pró-ativa por parte

da indústria, sendo o gerenciamento da poluição iniciado por técnicas preventivas,

com o propósito de evitar ou reduzir as emissões de contaminantes.

As implantações de sistemas e estações de tratamento convencionais, estão,

isoladamente, se mostrando ineficientes para promover o controle das emissões

provenientes dos frigoríficos, porém, com o aumento contínuo da produção, as

quantidades de resíduos sólidos e líquidos gerados vêm-se representando um

custo improdutivo continuamente crescente para a indústria de abatedores e

frigoríficos.

Avaliar a eficácia do sistema implantado para o tratamento dos efluentes líquidos

gerados pela atividade frigorífica, descartada num sistema composto por lagoas

de estabilização e Acompanhar as seqüências das fases operacionais que se

desenvolvem pela atividade de frigoríficos, para determinar os parâmetros físico

químicos com a devida eficácia no sistema de tratamento, quando lançados em

depósitos de efluente.

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Grande parte dos estabelecimentos de pequeno porte na atividade de abate de

bovinos tem dificuldades com a destinação dos resíduos líquidos gerados pela

atividade comercial, principalmente àquelas situadas em pequenos municípios.

Através da fiscalização de forma rígida dos órgãos ambientais o tratamento de

seus resíduos se tornou fator predominante no gerenciamento ambiental das

empresas, a questão da utilização da água é fator determinante, pois todas as

etapas do processo desde a chegada até o abate dos bovinos consomem grande

quantidade de água. Segundo ESPINOSA (1998), esta atividade gera por animal

abatido 1,5 a 2,5 m³ de efluente líquido, sendo que o consumo de água pode

variar muito, sendo difícil estimar um valor, mas cita como estimativa de vazão

para o abate de bovinos à quantidade de 2.5 m³ por animal abatido.

Com a escassez da água, associada ao crescimento populacional, dos processos

produtivos e da agricultura utiliza-se cada vez mais os recursos hídricos, sendo

um recurso indispensável. No entanto, na maioria das vezes a água é devolvida

aos cursos dos rios bastante alterada. Segundo BRAGA et al. (2002), os recursos

hídricos têm relação direta entre a qualidade e quantidade, estando as duas

diretamente relacionadas, a qualidade da água depende diretamente da

quantidade de água existente para dissolver, diluir e transportar os resíduos

líquidos.

Aconselha-se que os despejos industriais particularmente os que produzem mau

cheiro, como os frigoríficos, não devem ser lançados na rede coletora de esgoto e

sim despejados diretamente em estações de tratamento.

É notório que a melhor forma de tratar o efluente de frigorífico devido a sua

semelhança com esgoto doméstico seria despejar junto, mas o apropriado é que

os frigoríficos tenham sua própria estação de tratamento.

Questiona-se que se faz necessário observar que todos os compostos orgânicos

deverão ser degradados pela via anaeróbica, sendo que o processo se mostra

mais eficiente e mais econômico quando os dejetos são facilmente

biodegradáveis.

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É de suma importância que se coloque para o tratamento dos efluentes de

frigoríficos o mais apropriado é o sistema de lagoas anaeróbias seguidas por

lagoas facultativas.

Os dejetos de frigoríficos são quase inteiramente orgânicos altamente

putrescíveis e entram em decomposição rapidamente.

1.1. Fundamentação Legal

O amparo legal que proporciona a regência contra os meios poluidores de forma a

controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e

substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio

ambiente, tem como base principal a Constituição Brasileira em seu Artigo 225,

que dispõe sobre a proteção ao meio ambiente; a Lei 6.938/81, que estabelece a

Política Nacional de Meio Ambiente; a Lei 6.803/80, que dispõe sobre as diretrizes

básicas para o zoneamento industrial em áreas críticas de poluição; as resoluções

do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 237, regulamenta os

aspectos de licenciamento ambiental, Resolução COMANA 357, estabelece

diretrizes ambientais para corpo de água e padrões de lançamentos de efluentes,

Resolução COMANA 377, licenciamento ambiental simplificado do sistema de

esgotamento sanitário, a DZ-942.R7-90 da FEEMA (Programa de auto controle de

efluentes líquidos), NT-202.R-10 - Critérios e padrões para o lançamento de

efluentes líquidos. A empresa respeita os critérios e padrões para o lançamento

de efluentes líquidos dispostos nesta diretriz, (pH, óleos e graxas, materiais

sedimentáveis e as substâncias que forem pertinentes listadas nos itens 4.7)

Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais, no início de 1998, a qual

estabelece pesadas sanções para os responsáveis pela disposição inadequada

de resíduos, as empresas que prestam serviços na área de resíduos sentiram que

a partir da vigência da citada lei, teriam que se moldar as regras por ela ditadas.

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1.2. Fundamentação Social.

O número crescente de materiais e substâncias identificados como perigosos e a

geração desses resíduos em quantidades expressivas têm exigido soluções mais

eficazes e investimentos maiores por parte de seus geradores e da sociedade da

forma geral. Além disso, com a industrialização crescente dos países ainda em

estágio de desenvolvimento, esses resíduos passam a ser gerados em regiões

nem sempre preparadas para processá-los ou, pelo menos, armazená-los

adequadamente.

Neste sentido, para proporcionar o bem-estar da população, as empresas

necessitam empenhar-se na manutenção de condições saudáveis de trabalho,

segurança, treinamento e lazer para seus funcionários e familiares, contenção ou

eliminação dos níveis de resíduos tóxicos, decorrentes de seu processo produtivo

e do uso ou consumo de seus produtos, de forma a não agredir o meio ambiente

de forma geral, elaboração e entrega de produtos ou serviços, de acordo com as

condições de qualidade e segurança desejadas pelos consumidores.

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CAPÍTULO II

CARACTERÍSTICA DOS EFLUENTES EM FRIGORÍFICOS

O conhecimento das características das águas residuárias industriais constitui o

primeiro passo para o estudo preliminar de projetos, em que os possíveis tipos de

tratamentos só podem ser selecionados a partir do levantamento destas

características. Da mesma forma, se conhece também o potencial poluidor,

quando estes efluentes são lançados no corpo de água receptor¹.

Os despejos industriais se caracterizam por apresentar uma enorme variedade de

poluentes, tanto em tipo e composição, como em volumes e concentrações. Varia

de uma indústria para outra, e mesmo dentro da própria indústria, ocorrendo

variações diárias e horárias, fazendo com que cada caso de poluição industrial

seja investigada individualmente por equipe qualificada².

Para se analisar as características dos efluentes de frigorífico pode ser

presumivelmente uma tarefa mais complicada, pois depende muito da situação

técnica operacional implantada por cada estabelecimento.

Os despejos de matadouros e frigoríficos têm grande carga de sólidos em

suspensão, nutrientes, material flotável, graxos, sólidos sedimentáveis e uma

DBO que fica entre 800 e 32.000 mgL-1 , que podem variar em função dos

cuidados na operação e com o reaproveitamento da matéria³.

Nos efluentes de matadouros e frigoríficos, a matéria orgânica presente no seu

efluente é composta por vultosa quantidade de sangue, fragmentos de tecidos,

gorduras que são liberados durante o processo de abate.

O sangue merece uma atenção especial, pois contem uma carga muito elevada

de DBO, devendo este ser coletado separadamente dos demais resíduos e

tratado para o reaproveitamento através de subprodutos do processo de abate.

Alguns nutrientes podem contribuir muito para a contaminação dos corpos

hídricos, como o nitrogênio e o fósforo, mesmo sendo essenciais para o

1 - NUNES (2004); 2 - JORDÃO & PESSOA (2005), 3 - BRAILE & CAVALACANTI (1993),

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desenvolvimento de microorganismos, plantas e animais, em excesso acarretam

sérios problemas, como a eutrofização dos corpos receptores.

É notório ao observar o aspecto das águas residuárias o quanto é desagradável,

apresentando cores avermelhada, contendo pelancas e pedaços de gorduras em

suspensão, sendo praticamente opacas e em sua parte coloidal contam com a

presença de microorganismos patogênicos, sempre que os animais abatidos não

estiverem em perfeito estado de saúde, estes dejetos são altamente putrescíveis

decompondo-se horas depois do

seu aparecimento, liberando cheiro característico dos matadouros de higiene com

pouca deficiência.¹

Os matadouros e frigoríficos também possuem alta concentração de sólidos em

suspensão nos seus despejos e uma das características físicas mais importantes

no tratamento das águas residuárias é o conteúdo de sólidos totais.²

Em abatedouros de animais de carne vermelha, a água é utilizada inicialmente na

lavagem das carcaças durante diversos estágios do processo e na limpeza no fim

de cada etapa. De 80 a 95% da água utilizada nos abatedouros é descartada

como efluente.³

2.1. Tratamento do efluente de frigoríficos

Os processos industriais constituem um dos maiores responsáveis pela poluição e

contaminação das águas, quando lançados os efluentes sem o devido tratamento

nos cursos naturais de água, causando uma série de danos ao meio ambiente e

população, dentre os principais despejos agroindustriais que necessitam de

especial atenção para se evitar a poluição das águas estão os efluentes de

frigoríficos. O lançamento indevido de efluentes de frigoríficos ocasiona

modificações nas características da água e solo, podendo poluindo ou

contaminando o meio ambiente.

1 e 4 - BRAILE & CAVALACANTI (1993); 2 - METCALF & EDDY (2003); 3 - TEIXEIRA, 2006

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Para se avaliar o desempenho de uma lagoa deve-se conhecer especificamente

as características físicas, químicas e biológicas que vão indicar a variação da

qualidade do efluente que está sendo tratado.¹

Os seus efluentes podem ser tratados pelos mesmos processos que os

empregados para esgotos domésticos, isto é por processo anaeróbios, por filtros

biológicos de alta taxa, lodos ativados e também podem ser por meio de discos

biológicos rotativos e por sistemas de lagoas aeróbias e lagoas de estabilização.²

Os principais impactos ambientais negativos estão relacionados com a geração

de efluentes líquidos que podem provocar a contaminação do solo e das águas

superficiais e subterrâneas, além de gerar odor indesejável na decomposição da

matéria orgânica.³

2.2. Lagoas de estabilização

As lagoas de estabilização são unidades especialmente construídas com a

finalidade de tratar as águas residuárias por meios predominantemente

biológicos, isto é por ação de microrganismos naturalmente presentes.

A lagoa de estabilização é um sistema de tratamento biológico em que a

estabilização da matéria orgânica é realizada pela oxidação bacteriológica

(oxidação aeróbia ou fermentação anaeróbia) e/ou redução fotossintética das

algas, sendo um dos tipos de tratamento mais utilizados no país, principalmente

devido às condições climáticas, custos baixos para sua implementação e

operação, simples construção e manutenção.4

Uma lagoa de estabilização pode ser construída de forma simples sem requerer

tecnologia avançada, escavada no solo ou formado por diques de terra, porem

devem ter o seu fundo compactado, para evitar a infiltração de águas residuárias

no solo e colocar em risco a qualidade das águas subterrâneas. 1 - CETESB (1990); 2 - IMHOFF & IMHOFF (1998); 3 - DIAS (1999); 4 - JORDÃO & PESSOA (2005),

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2.3. Lagoas anaeróbias seguidas por facultativas

Uma lagoa anaeróbia constitui-se em uma forma alternativa de tratamento onde a

existência da sua condição será estritamente anaeróbia, sendo essencial, devido

a uma grande carga de DBO no volume da lagoa, consumindo uma taxa de

oxigênio muitas vezes mais elevada que a sua produção, as lagoas anaeróbias

são bastante utilizadas para tratamento de despejos indústrias

predominantemente orgânicos, com altos teores de DBO, como os de frigoríficos.¹

A lagoa anaeróbia tem uma profundidade maior podendo variar de 3 a 5 metros,

por isso requer uma menor área, sua eficiência é da ordem de 50 a 70%, mas

com uma DBO elevada implica na necessidade de uma lagoa facultativa posterior

ao tratamento. Para lagoas facultativas a faixa de profundidade a ser adotada

situa-se entre 1,5 a 3,0m, embora a faixa mais usual seja de 1,5 a 2,0m.²

Deve ser criteriosamente projetada para operar livre de maus odores oferecendo

uma redução de DBO na faixa de 50% ate 60% apresentando em seu conjunto

excelente eficiência de tratamento, de forma a atingir seu objetivo que é a

remoção de DBO na ordem entre 75% a 85%.³

Este tipo de Lagoa é combinada com a lagoa facultativa, também denominada

Sistema Australiana, devido a nossas condições climáticas, com elevadas

temperaturas, constituindo-se em uma alternativa apropriada para tratamento de

esgoto doméstico, porém as mesmas são freqüentemente utilizadas para o

tratamento de despejos com alta concentração de matéria orgânica como os

efluentes de frigoríficos.4

1 - SPERLING (2002); 2 - (SPERLING, 2002); 3 - JORDÃO & PESSOA (2005); 4 - CHERNICHARO (2003),

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2.4. Estabelecimento de abate bovino

As Instruções deste capítulo tratam dos requisitos exigidos ou recomendados pelo

Serviço de Inspeção Federal no tocante às instalações e ao equipamento direta

ou indiretamente relacionados com a inspeção "ante-mortem" e "post-mortem" e

com a higiene e a racionalização das operações do abate de bovinos.

Para efeito de clareza e ordenação, a matéria é exposta seguindo a seqüência

das fases operacionais que se desenvolvem antes e depois do abate, ou seja,

desde os currais, com a recepção do gado, até a entrada das carnes nas câmaras

frias.

Torna-se necessário esclarecer, antes de tudo, que nestas Instruções são

definidas por INSTALAÇÕES o que diz respeito ao setor de construção civil da

sala de matança, dos currais, bem como seus anexos, envolvendo também

conjunto sanitário, sistemas de água e esgoto, sistema de vapor, etc; por

EQUIPAMENTO, a maquinaria, plataformas metálicas, mesas e demais utensílios

e apetrechos utilizados nos trabalhos de abate.

De acordo com Decreto 30.691/52, que dispõe sobre o Regulamento de inspeção

Industrial e sanitária de produtos de origem animal – RIISPOA, em seu capitulo I,

Artigo 21, § 1º coloca que: Entende-se por "matadouro-frigorífico" o

estabelecimento dotado de instalações completas e equipamentos adequados

para o abate, manipulação, elaboração, preparo e conservação das espécies de

açougue sob variadas formas, com aproveitamento completo, racional e perfeito,

de subprodutos não comestíveis.

No artigo nº. 110 do RIISPOA - Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de

Produtos de Origem Animal (BRASIL, 1952), os animais devem permanecer em

descanso, jejum e dieta hídrica nos currais por 24 horas, podendo este período

ser reduzido em função de menor distância percorrida, já no seu Artigo nº 112

preceitua que nenhum animal pode ser abatido sem inspeção federal.

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Segundo CETESB em seu Guia técnico ambiental de abate pode-se dividir as

unidades de negócio do setor quanto à abrangência dos processos que realizam,

da seguinte forma:

MATADOUROS OU ABATEDOUROS é aquele estabelecimento dotado de

instalações adequadas para a matança de quaisquer das espécies de açougue,

visando o fornecimento de carne ao comércio desse seguimento sem

dependências para industrialização; disporá, obrigatoriamente de instalações e

aparelhagem para o aproveitamento completo e perfeito de todas as matérias

primas e preparo dos subprodutos não comestíveis.

Realizam o abate dos animais, produzindo carcaças (carne com ossos) e vísceras

comestíveis. Algumas unidades também fazem a desossa das carcaças e

produzem os chamados “cortes de açougue”, porém não industrializam a carne.¹

FRIGORÍFICO é o estabelecimento dotado de instalações completas e

equipamento adequado para o abate, manipulação elaboração, preparo e

conservação das espécies de açougue sob variadas formas, com aproveitamento

completo, racional e perfeito de subprodutos não comestíveis; possuirá,

instalações de frio industrial.²

Podem ser divididos em dois tipos: os que abatem os animais separam sua carne,

suas vísceras e as industrializam, gerando seus derivados e subprodutos, ou seja,

fazem todo o processo dos abatedouros/matadouros e também industrializam a

carne; e aqueles que não abatem os animais – compram a carne em carcaças ou

cortes, bem como vísceras, dos matadouros.

1.5. Etapas do processo de abate bovino

Quando se fala de abate de bovinos, alguns cuidados devem ser tomados, pois

existem etapas neste processo que são consideradas críticas para a

contaminação de carcaças por microrganismos. Para realização de um abate

1 – Art. 21, § 2º, Dec. 30.691/52 ; 2 – Art. 21, § 1º, Dec. 30.691/52

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dentro dos procedimentos operacionais, os animais não devem ser estressados

desnecessariamente, fazendo-se o processo de manipulação de forma eficiente,

seguindo as determinações contida no RIISPOA (Regulamento de Inspeção

Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal).

Seqüência das fases de operacionalidade procedendo antes e depois do abate

desde a chegada dos animais, a inspeção local com a verificação dos

documentos de procedência e a condição de saúde do lote de animais.

2.6. Transporte dos animais

Os bovinos são transportados em “caminhões boiadeiros”, com capacidade média

de 5 animais na parte anterior e posterior e 5 animais na parte intermediaria,

totalizando 10 animais. O transporte não deve ser realizado em condições

desfavoráveis ao animal, feito nas horas mais frescas do dia, para evitar estresse,

contusão e até mesmo a morte dos animais. Altas temperaturas e diminuição do

espaço também são problemas durante o transporte.

2.7. Descanso e dieta hídrica

O período de descanso ou dieta hídrica no matadouro é o tempo necessário para

que os animais se recuperem totalmente das perturbações surgidas pelo

deslocamento desde o local de origem até ao estabelecimento de abate.

De acordo com o artigo no. 110 do RIISPOA - Regulamento de Inspeção

Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal devem permanecer em

descanso, jejum e dieta hídrica nos currais por 24 horas, podendo este período

ser reduzido em função de menor distância percorrida.¹

1 - (GIL & DURÃO, 1985).

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2.8. Recepção

Os animais após a chegada ao frigorífico são selecionados e mantidos em currais,

que devem ser localizados de maneira que os ventos predominantes não levem

em direção ao estabelecimento poeiras e emanações de fortes odores, e devem

permanecer em uma distância igual ou superior a 60 metros das dependências

onde se elaboram produtos comestíveis, os animais devem permanecer em

descanso, jejum e dieta hídrica recebendo somente água, essa etapa permite

maior facilidade no processo de evisceração e diminui riscos de contaminação

microbiana devido as fezes, o conteúdo intestinal e onde os animais recuperam-

se aliviando o “stress” causados pelo deslocamento.

O período de descanso ou dieta hídrica no frigorífico é o tempo necessário para

que os animais se recuperem dos transtornos causados pelo deslocamento desde

o local de origem até ao estabelecimento de abate.

O curral de chegada e seleção destina-se a recebimento e apontamento do gado,

para se verificar os documentos de procedência bem como as condições de

saúde de cada lote.

O curral de observação destina-se exclusivamente para o recebimento para um

exame mais apurado do estado dos animais. Qualquer caso suspeito implica num

exame clinico no animal, procedendo se necessário o isolamento de todo lote.

Estes procedimentos, especificados como inspeção “ante-mortem”, são

necessários e devem ser aplicados nessa etapa antes do abate.

O curral de matança destina-se para receber os animais aptos a matança por

atordoamento, nesta área os resíduos são gerados pela limpeza dos animais e da

lavagem de caminhões utilizados no transporte.

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2.9. Banho

Após o período de descanso, é efetuada através de mangueira uma limpeza dos

cascos, região do ânus e extremidades antes da saída do curral. Após este

processo os animais são conduzidos por uma rampa ao boxe de atordoamento e

nessa rampa é feita a lavagem por um banho de aspersão. No final da rampa

existe um afunilamento denominado de seringa, permitindo a passagem de um

animal por vez. Os chuveiros podem ser instalados direcionados de cima para

baixo, para as laterais dos animais e de baixo para cima, o que permite uma

perfeita lavagem do esterco e de outras sujidades antes do abate. Essa lavagem

é realizada antes do abate para limpar a pele do animal, tendo assim uma esfola

higiênica. Os animais devem permanecer um pequeno tempo na rampa para que

a pele seque e a esfola seja realizada corretamente.

2.10. Boxe de atordoamento

O atordoamento ou a insensibilização pode ser considerado a primeira operação

do abate, propriamente dito. Determinado pelo processo adequado, o

atordoamento consiste em colocar o animal em um estado de inconsciência, que

perdure até o fim da sangria, não causando sofrimento desnecessário e

promovendo uma sangria tão completa quanto possível.

Boxes individuais, adequados à contenção de um só bovino por vez, onde a

insensibilização (atordoamento), é realizado por meio mecânico, desta forma será

realizado um abate de certa forma, humanizado.¹

Os instrumentos ou métodos de insensibilização que podem ser utilizados são:

marreta, martelopneumático não penetrante (cash knocker ), armas de fogo

(firearm-gunshot), pistola pneumática de penetração (pneumatic-powered

stunners), pistola pneumática de penetração com injeção de ar (pneumatic-

1 - (GIL & DURÃO, 1985).

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powered air injections stunners), pistola de dardo cativo acionada por cartucho de

explosão (cartridge-fired captive bolt stunners), corte da medula ou

choupeamento, eletronarcose e processos químicos. O abate também pode ser

realizado através da degola cruenta (método kasher ou kosher) sem

atordoamento prévio.

A marreta de insensibilização é largamente utilizada no Brasil, principalmente em

estabelecimentos clandestinos. Há escassez de publicações sobre trabalhos

experimentais com o uso da marreta em bovinos. A utilização de marreta como

método de abate promove grave lesão do tecido ósseo com afundamento da

região atingida. No encéfalo produz um processo de contusão craniencefálica e

não concussão, como relatado por vários pesquisadores. Apresentam também

uma grande incidência de hemorragias macroscópicas e microscópicas na ponte

e bulbo, podendo ser considerada lesão indireta, ou seja, uma hemorragia no

ponto opositor do golpe no cérebro promovida pelo contragolpe da porção basilar

do osso occipital.¹

O martelo pneumático não penetrante leva a uma lesão encefálica ou injúria

cerebral difusa provocada pela pancada súbita e pelas alterações da pressão

intracraniana, resultando na deformação rotacional do cérebro, promovendo

incoordenação motora, porém mantém atividade cardíaca e respiratória.²

O martelo pneumático não deve ser aceito como método de insensibilização

devido sua baixa eficiência, que pode ser avaliada através da freqüência

cardíaca, pressão sangüínea, respiração, presença de reflexos,

eletroencefalografia e eletrocorticografia. A eficiência do atordoamento com

martelo pneumático, só foi observada em 50% dos animais abatidos, ou seja,

quando o atordoamento provocava uma hemorragia cerebral difusa.³

As publicações sobre a utilização de armas de fogo ou pistolas pneumáticas

também são escassas. A utilização de armas de fogo deve ser considerada uma

operação de alto risco em matadouros-frigoríficos, não sendo recomendado pelos

especialistas deste seguimento.

1 - (ROÇA, 1999); 2 - (BAGER et al., 1990; LEACH, 1985); 3 - (BAGER et al., 1990, 1992; FRICKER & RIEK, 1981; LAMBOOY et al., 1981; LEACH, 1985).

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As pistolas pneumáticas de penetração fabricadas no Brasil possuem terminal em

bastão de 11mm de diâmetro com extremidade convexa e força de impacto de 8 a

12 Kg/cm2. Não possuem injeção direta de ar com o objetivo de laceração do

tecido cerebral. A saída de ar no terminal do bastão tem como objetivo apenas

auxiliar o retorno do dardo. O uso da pistola pneumática produz uma grave

laceração encefálica promovendo inconsciência rápida do animal e pode ser

considerado um método eficiente de abate de bovinos.¹

A pistola de dardo cativo acionada por cartucho de explosão é o método que tem

recebido mais destaque nas publicações científicas. O dardo atravessa o crânio

em alta velocidade (100 a 300m/s) e força (50 Kg/mm2), produzindo uma

cavidade temporária no cérebro. A injúria cerebral é provocada pelo aumento da

pressão interna e pelo efeito dilacerante do dardo. Este método é considerado o

mais eficiente e humano para a insensibilização.²

A utilização de pistolas de dardo cativo (pneumática ou de explosão) provoca

lesões do tecido do sistema nervoso central, disseminando-o pelo organismo

animal. Encontraram segmentos de tecido cerebral no ventrículo direito, em 33%

dos animais abatido por pistola pneumática com injeção de ar; 12% dos animais

abatidos por pistola pneumática sem injeção de ar e em 1% dos animais abatidos

por pistola de dardo cativo acionada por explosão.³

O corte da medula era utilizado para o abate de búfalos, tendo em vista a alta

resistência da calota craniana, o que impede a inconscientização por outros

processos mecânicos.

A eletronarcose e o dióxido de carbono são empregados somente para suínos,

sendo inviável para bovinos.

Com exceção da eletronarcose e a insensibilização por dióxido de carbono, o

sucesso de aplicação de uma técnica depende da habilidade do magarefe, que

deve ser especialmente treinado para executar o atordoamento.

1 - (ROÇA, 1999); 2 - (DALY et al., 1988; FRICKER & RIEK, 1981; GRACEY & COLLINS, 1992; LEACH, 1985; WORMUTH & SCHUTT-ABRAHAM, 1986), adotados também para suínos (DEPARTAMENT OF AGRICULTURE, USA, 1999) e aves (LAMBOOIJ et al., 1999); 3 - SCHMIDT et al. (1999, 1999)

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Os únicos processos de atordoamento de animais previstos na Convenção

Européia sobre Proteção dos Animais são: a) meios mecânicos com a utilização

de instrumentos com percussão ou perfuração do cérebro; b) eletronarcose; c)

anestesia por gás. Foram abolidas as técnicas da choupa, do prego ou estilete, do

martelo de cavilha, máscara de cavilha e armas de fogo. São exceções o abate

segundo rituais religiosos e o abate de emergência.¹ A concussão cerebral é

permitida na Bélgica, França e Luxemburgo, porém proibida desde 1920 na

Holanda.²

2.11. Área de vômito

Após o atordoamento mecânico geralmente ocorrem vômitos e em seguida

passam pelos chuveiros para remoção e limpeza dos dejetos lançados pelos

animais.

2.12. Sala de matança

Deve ter piso antiderrapante, paredes laterais com 02 metros de altura, largura de

3 (três) metros, porteiras tipo guilhotina, com cobertura ou não, aclive de 13 a

15% no máximo, corrente elétrica de 40 a 60 volts para manejo dos animais e sua

capacidade deve ser de 10% da capacidade diária de abate.

Os animais são suspensos por guinchos mecânicos, erguidos pela pata traseira,

ficando com a cabeça para baixo.

1 - (LAMBOOY et al., 1981; LEACH, 1985); 2 - (GIL & DURÃO, 1985).

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2.13. Sangria

Antes de iniciar este processo o profissional deve observar a eficiência da

insensibilização realizada anteriormente. Os sinais de uma insensibilização

deficiente são: vocalizações, reflexos oculares presentes, movimentos oculares,

contração dos membros dianteiros. Segundo GRANDIN (2000) adota o seguinte

critério para análise do processo de insensibilização em bovinos:

• excelente: menos que 1 por 1000 de animais insensibilizados parcialmente;

• aceitável: menos que 1 por 500 de animais insensibilizados parcialmente.

A sangria deve ser imediata, isto é, logo após a insensibilização do animal e

realizada na área de sangria ou canaletas de sangria. Inicialmente, com a faca

apropriada é feita a abertura sagital da barbela. Em seguida, o operador troca a

faca para realizar a divulção e secção dos grandes vasos do pescoço. Pela

abertura inicial, geralmente a faca é introduzida em direção ao peito do animal,

seccionando-se a artéria aorta e veia cava anteriores ou, outras vezes, junção das

artérias carótidas.¹

Realizada por meio de secção dos grandes vasos do pescoço do animal na altura

da entrada do peito, onde é feito a retirada do sangue, que recomenda-se que

seja recolhido em canaleta própria para o reaproveitamento do sub-produto (linha

Vermelha).

Um bovino descarta neste processo de 15 a 20 litros de sangue. Após a sangria

os chifres são serrados e depois de secos podem sem convertidos em farinha ou

vendidos.²

1 - (SOERENSEM & MARULLI, 1999); 2 - (CETESB, 2008).

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2.14. Evisceração

A carcaça do animal é aberta com serra elétrica ou manualmente e as vísceras

são retiradas. Após a lavagem, as carcaças passam por vistoria e levam o

carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério de Agricultura,

Pecuária e Abastecimento e são encaminhadas para câmara frigoríficas ou para

desossa.

2.15. . Resfriamento.

As carcaças são resfriadas para diminuir possível crescimento microbiano

(conservação). Para reduzir a temperatura interna para menos de 7°C, elas são

resfriadas em câmaras frias com temperaturas entre 0 e 4°C. O tempo normal

deste resfriamento, para carcaças bovinas, fica entre 24 e 48 horas.

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CAPÍTULO III

MATERIAL E MÉTODO

3.1. Descrição do local de estudo

O efluente líquido empregado para análise da eficácia do tratamento foi coletado

no Matadouro e Frigorífico de Campos Ltda, localizado no município Campos dos

Goytacazes, Rua Antônio de Castro, número 51 - Parque Presidente Vargas,

possui uma capacidade de abate de até 50 animais/dia, sendo considerado um

frigorífico de pequeno a médio porte. Este frigorífico foi instalado com objetivo de

fomentar a atividade pecuária da região e também regularizar as condições

higiênico-sanitárias da carne bovina comercializada no município e região Norte

do Estado do Rio de Janeiro, tendo como principal atividade o abate e a

distribuição de carne bovina. O empreendimento é instalado em uma área

construída de 715 m2, em um terreno com 24.200 m2 e área livre de 23.484 m2.

O efluente líquido procedente do frigorífico é segregado em duas linhas

principais, a linha “verde” e “vermelha”, adequada para cada tipo de efluente

conforme suas características:

- Linha “verde” é composta pelos resíduos líquidos gerados na recepção dos

animais, nas áreas de condução do animal para abate, nas áreas de lavagem dos

caminhões e pátios, contendo grande quantidade de conteúdo intestinal,

excrementos dos bovinos. A matéria orgânica dos currais é coletada

separadamente e encaminhada para o leito de secagem, e através de

compostagem os resíduos são reaproveitado como adubo orgânico, e

comercializado com agricultores da região.

Os resíduos líquidos do leito de secagem são drenados e encaminhados

diretamente para sistema de tratamento primário.

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- Linha “vermelha” composta com os resíduos líquidos que contêm sangue (de

varias áreas do abate em diante) das áreas de limpeza e higienização do

estabelecimento. O sangue gerado no abate é coletado separadamente, para ser

aproveitado como subproduto e destinado às empresas da região, para o

reaproveitamento.

O frigorífico utiliza como fonte geradora, para suprir suas necessidades em todas

as etapas do processo de produção e limpeza do estabelecimento, o fornecimento

da água é proveniente da CEDAE.

3.2. Descrição do sistema de tratamento adotado pelo frigorífico

O sistema de tratamento de efluentes líquidos implantado na empresa consiste no

tratamento primário e secundário:

- Tratamento primário: consiste no gradeamento, para remoção dos sólidos

grosseiros provenientes da linha “vermelha” e nos tanques de sedimentação

para remoção sólidos sedimentáveis, dos efluentes provenientes das linhas

“verde” e “vermelha”,

- Tratamento Secundário: o sistema de tratamento de lagoas de estabilização e

composto de uma lagoa anaeróbia e duas lagoas facultativas ligadas em série.

O dimensionamento das lagoas de estabilização que compõe o tratamento secundário é o seguinte:

Lagoa Largura (m) Comprimento (m) Altura (m)

Anaeróbia 12 29 4,5

Facultativa 24 51 1,70

Facultativa 20 50 2,10

Dados fornecidos pelo Administrador do Estabelecimento

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3.3. Coleta das amostras

As coletas de amostras deverão ser realizadas periodicamente e composta de 3

(três) amostras distribuídas nos seguintes pontos:

- Ponto 1 – Na entrada do efluente na Lagoa anaeróbia;

- Ponto 2 – Na entrada do efluente na 1ª Lagoa facultativa;

- Ponto 3 – Na saída do efluente da 1ª lagoa facultativa.

A 2ª lagoa facultativa receberá efluente liquido da 1ª lagoa facultativa, ocorrendo o

lançamento do efluente desses efluentes no corpo receptor, assim sendo o

efluente final do frigorífico, depois de passar pelas lagoas de estabilização tem

sua secagem de forma automática.

3.4 Parâmetros para análises.

Para determinação da eficiência e confiabilidade do sistema de análise

implantado pela empresa, esta deverá contratar Laboratório independente para a

realização dos seguintes parâmetros: pH, DQO, DBO5, Fósforo, Sólidos

Sedimentáveis, Nitrogênio, Nitrito e Nitrato, segundo a metodologia do (APHA,

1995).

Produtos e subprodutos de Abate de um Bovino de 400 kg.

PRODUTO E SOB PRODUTO PESO (KG.) %

Peso vivo 400 100

Carne desossada 155 39

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Material não comestível para graxaria

(ossos, gordura, cabeça, partes condenadas

e etc.)

152 38

Couro 36 9

Vísceras comestíveis (língua, fígado,

coração rins e etc.) 19 5

Sangue 12 3

Outros ( conteúdos estomacais e intestinais,

perdas sangue, carne etc.) 26 6

Dados da CETESB

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CAPÍTULO IV

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para se obter os resultados da análise de efluente na entrada do sistema de

tratamento da lagoa anaeróbia, se faz necessário implantação de no mínimo 3

(três) pontos de coleta e observar como se apresenta à coloração dos dejetos,

com a presença de sólidos grosseiros, matéria orgânica e sangue das diversas

etapas do abate, Já o efluente da lagoa facultativa, também se faz necessário no

mínimo 3 (três) pontos de coleta para a verificação da coloração, perfazendo uma

boa remoção dos sólidos presentes nas amostras.

4.1. Análise do pH, DBO, DQO.

As analises dos parâmetros pH, DBO, DQO, Sólidos Sedimentáveis, Fósforo,

Nitrogênio, Nitrito e Nitrato, obtidos em análises se faz necessário os resultados

com o pH apresentando respectivamente dentro dos parâmetros demonstrados

nos três pontos de coleta com suas variações médias em porcentagem de pH

CaCl2 sobre os pontos de coleta, estando esses parâmetros dentro do que

preconiza a legislação através da Resolução 357/05 CONAMA, no seu Art. 34,

que estabelece para lançamento de efluentes líquidos pH entre 5,0 e 9,0

apresentando uma solução básica/alcalina o que favorece o bom funcionamento

do sistema de tratamento secundário, vários autores recomendo a colocação de

efluente de matadouros com pH bem inferior ao encontrado. Os sólidos

sedimentáveis devem apresentar uma variação na ordem de 80,95% na média

entre os três pontos de coleta. Essa variação se deve principalmente ao processo

de abate, pois em uma empresa de pequeno a médio porte que não tenha uma

atividade de abate constante, gerando uma quantidade diferente de efluente a

cada dia de trabalho.

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Todos os pontos de coleta devem ser observados se a quantidade de Sólidos

sedimentáveis mantém-se na média, e dentro dos parâmetros conforme a

resolução CONAMA, que estabelece a quantidade de 1 mgL-1 em teste de cone

Imhoff, para o lançamento no corpo receptor, esses parâmetros obtidos nos

pontos de efluente bruto ficam bem abaixo dos parâmetros recomendados pela

norma vigente. Esses parâmetros da análise sevem ser enquadrados dentro das

características de eficiência do sistema recomendado para uma eficiência de 70-

80% de remoção dos sólidos sedimentáveis.

Segundo a Norma Vigente, o regime de lançamento com vazão média do período

de atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pala

autoridade competente.

4.2. Análise de Nitrato.

Os parâmetros de nitrato coletados nos três pontos de coleta, terá que apresentar

no máximo permitido para lançamento nos afluentes de acordo com a Resolução

CONAMA 357/05, fixado em 10 mgL-1, sendo este um elemento indispensável ao

crescimento de algas, mas que em excesso, causa o crescimento acelerado de

microorganismos, podendo causar a eutrofização do afluente, nas análises das

amostras dos pontos de coleta pode-se observar que tanto na entrada do efluente

no sistema de tratamento, como no último ponto de coleta, os parâmetros devem

ser encontrados numa concentração inferior ao valor fixado pelo CONAMA. Nos

pontos de coleta o sistema de tratamento deverá obter uma eficiência de 54,05%

em relação à entrada do efluente na lagoa anaeróbia para facultativa.

4.3. Análise de Nitrito.

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Os parâmetros de nitrito coletados nos três pontos de coleta, terá que apresentar

no máximo permitido para lançamento de Nitrito também um dos elementos

indispensáveis ao crescimento de algas, causando o crescimento de

microorganismos. Com base na Resolução 357/05 CONAMA, o valor máximo

para lançamento no afluente é de 1 mgL-1, nas análises recomenda-se que a

concentração de nitrito, nos três pontos de coleta fiquem em média abaixo dos

parâmetros máximo de lançamento de afluentes, em atendimento ao art. 24 da

Resolução 357/05 CONAMA, preceitua que os efluentes de qualquer fonte

poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de

água, apos o devido tratamento e desde que obedeçam as condições, padrões e

exigências e em outras normas aplicáveis.

4.4. Análise de Fósforo.

Os parâmetros da análise de Fósforo coletados nos três pontos de coleta, terão

que apresentar no máximo permitido para o seu lançamento em ambiente relativo

às águas continentais moventes no máximo 0.020mg/LP, em atendimento a

Resolução 357/05 CONAMA, dentre as coletas de amostras deve-se observar a

existência de grande variação de nutrientes, que também é um causador do

crescimento de microorganismos e algas (eutrofização). Em ima análise média

nos pontos de coleta deverá apontar certa quantidade deste nutriente presente no

sistema de tratamento, requerendo uma remoção na ordem de 60% na lagoa

anaeróbia e facultativa.

Os resultados deverão demonstrar uma concentração acima do valor máximo

estabelecido pelo CONAMA, conforme cita SPERLING (2002), as lagoas

anaeróbias seguidas de facultativas, também denominadas de sistema

australiano, tem dificuldades em satisfazer padrões de lançamentos restritivos

(desvantagens), já no artigo de IDE et al,1997 cita que Oestreich (1989) e Ouno

(1991) encontraram valores de fósforo no efluente bruto bem acima dos

encontrados no ponto de coleta.

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Já conforme citado por Arruda (2004), que coloca este parâmetro como referência

citando vários autores, os valores obtidos pela analise deverão ficar bem acima

dos padrões recomendados.

4.5. Análise de DQO.

A DQO – Demanda Química de Oxigênio ou carência química de oxigênio (CQO)

em Portugal, é um parâmetro que mede a quantidade de matéria orgânica

suscetível de ser oxidada por meios químicos que existam em uma amostra

líquida. Se expressa em mg O2/litro. É um paramento que indica a degradação da

matéria orgânica. O CONAMA não estabelece índices para este parâmetro, mas

convém ressaltar que este efluente trata-se de resíduos com grande quantidade

de matéria orgânica. Na análise entre os três pontos de coleta, segundo

SPERLING (2002), cita para este sistema de tratamento uma eficiência na ordem

de 70-80%, no artigo de Ide et al,1997 , cita que o efluente bruto analisado se faz

necessário apresentar uma DQO inferior ou abaixo ao recomendado.

4.6. Análise de Nitrogênio.

A análise de nitrogênio total, nos três pontos de coleta, deverá apresentar valores

que não extrapolem o paramento máximo permitido conforme a Resolução 357/05

CONAMA que estabelece 20,0 mgL-1 , no artigo de Ide et al diz que em um

efluente analisado deverá apresentar uma concentração de nitrogênio inferior às

determinações da resolução acima citada, feito na média tirada dos pontos da

coleta.

4.7. Análise de DBO.

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DBO é a medida que calcula a quantidade do oxigênio dissolvido num corpo

d'água, consumido pela atividade bacteriana. A DBO é proporcional ao tempo, ou

seja quanto maior o tempo mais matéria orgânica biodegradável é decomposta

pela atividade aeróbica das bactérias

A DBO é o parâmetro fundamental para o controle da poluição das águas por

matéria orgânica. Nas águas naturais a DBO representa a demanda potencial de

oxigênio dissolvido que poderá ocorrer devido à estabilização dos compostos

orgânicos biodegradáveis, o que poderá trazer os níveis de oxigênio nas águas

abaixo dos exigidos pelos peixes, levando-os à morte. É, portanto, importante

padrão de classificação das águas naturais. Nas classes que correspondem às

águas menos poluídas, exigem-se baixos valores máximos de DBO e elevados

limites mínimos de oxigênio dissolvido. Na legislação federal, a Resolução nº 20

DO CONAMA são impostos os limites máximos de DBO de 3, 5, 10, 5, 10 e 5

mg/L para as águas de classe 1, 2, 3, 5, 6 e 7 e os limites mínimos de oxigênio

dissolvido de 6, 5, 4, 2, 6, 4, 5 e 3 mg/L, para as águas classe 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e

8 respectivamente. A DBO é também uma ferramenta imprescindível nos estudos

de autodepuração dos cursos d’água. Além disso, a DBO constitui-se em

importante parâmetro na composição dos índices de qualidade das águas.

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CAPÍTULO V

ROTEIRO PARA O LICENCIAMENTO DE UM FRIGORÍFICO

Número Roteiro ÓRGÃO EXPEDIDOR.

DOCUMENTO: Nº

Nome Roteiro Licença de Instalação para Frigorífico

Objetivo Requerer a Licença de Instalação para Frigorífico

Empresa solicitante: Endereço:

1. Documentos Administrativos

1.1. Obrigatórios

1.1.1. Requerimento padrão modelo adquirido no Instituto Estadual do Ambiente -

INEA, com todos os campos preenchidos, assinatura e firma reconhecida em

cartório;

1.1.2. Cópia da Guia de Recolhimento da taxa de serviços do Instituto Estadual do

Ambiente - INEA, devidamente quitada;

1.1.3. Publicação do pedido da licença em periódico local ou regional e Diário

Oficial do Estado (página inteira);

1.1.4. Cópia da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou certidão do

conselho de classe do técnico responsável pela execução do Projeto Ambiental,

devidamente quitada;

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1.1.5. Cópia da Declaração do Cadastro Técnico Estadual do profissional

responsável pela execução do Projeto Ambiental.

1.1.6. Atender a DZ-942.R7-90 da FEEMA (Programa de auto controle de

efluentes líquidos);

1.2. Condicionados

1.2.1. Caso o requerente seja representado por terceiros e este não seja o

mesmo da licença anterior, apresentar Procuração pública do requerente para o

representante, com prazo de validade;

1.2.2. Caso o requerente não seja o mesmo da licença anterior e seja pessoa

física, apresentar cópia do RG e CPF.

2. Documentos Técnicos

2.1. Obrigatórios

2.1.1. Atender todas as condicionantes constantes na Licença Prévia;

2.1.2. Apresentar copia da Licença Prévia

PROJETO EXECUTIVO CONTENDO:

2.1.3. Descrição do processo relacionando todas as matérias primas, insumos e

produtos químicos indicando as quantidades consumidas por dia, mês e ano,

fonte de abastecimento de combustível e a forma de estocagem;

2.1.4. Relacionar a quantidade de produto e subproduto e seus destinos;

2.1.5. Apresentar detalhadamente o Fluxograma do processo industrial, indicando

os pontos de geração de efluentes e resíduos;

2.1.6. Apresentar planta geral do empreendimento contemplando a locação das

instalações das unidades de produção, armazenamento, unidades auxiliares,

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pontos de emissão de efluentes e sistemas de controle existente e proposto, em

escala adequada.

2.1.7. Definição sobre a rede, vazão, características, tratamento e destino dos

esgotos sanitários de todas as instalações da indústria;

2.1.8. Definição sobre a quantidade de resíduos líquidos industriais que deverão

ser tratados, indicados separadamente - Citar a vazão média diária, a vazão

máxima horária e a periodicidade prevista para as descargas. Descrever os

métodos ou processos pelos quais as vazões foram calculadas;

2.1.9. Descrição do sistema de captação e disposição de águas pluviais;

2.1.10. Apresentar Projeto Executivo do Sistema de Tratamento de Efluentes,

com plantas, memorial descritivo e de calculo, caracterizando os efluentes brutos,

tratados e a eficiência em cada etapa de tratamento do sistema proposto;

2.1.11. Apresentar o Plano de Controle de Poluição do Ar, especificando as

medidas a serem tomadas e a redução esperada para as emissões, com

cronograma físico de implantação;

2.1.12. Apresentar Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos para o

empreendimento objeto do licenciamento;

2.1.13. Apresentar detalhadamente o projeto de fertirrigação, seguindo o contido

no Anexo I deste roteiro.

2.1.14. Caso haja utilização de caldeira, especificar número e tipo de caldeira a

serem instaladas, fornecendo as características das mesmas (capacidade de

produção de vapor kg/hora), temperatura máxima de vapor e sistema de limpeza

(se automática, manual ou sopragem).

2.2. Condicionados

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3.2.1. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados

direta ou indiretamente nos corpos de água, desde que obedeça os

padrões contidos na Resolução CONAMA nº. 357/2005.

ANEXO 1

ROTEIRO PARA ELABORAR PROJETO COM FINS DE TRATAMENTO E

DESTINAÇÃO FINAL DE EFLUENTES ORGÂNICOS DE ORIGEM INDUSTRIAL

ATRAVÉS DE FERTIRRIGAÇÃO.

Número Roteiro: (ÓRGÃO EXPEDIDOR). Nº________

Objetivo: Requerer a autorização para o tratamento e destinação final por meio

de fertirrigação de águas residuárias e fertilização dos resíduos orgânicos de

origem industrial.

1 Documentos Administrativos

1.1 Obrigatórios

1.1.1 Cópia da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Certidão do

Conselho de Classe do técnico responsável pela elaboração do projeto e do

Plano de Controle Ambiental (PCA), devidamente quitada;

1.1.2 Cópia da Declaração do Cadastro Técnico Estadual do profissional

responsável pela elaboração dos projetos;

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1.1.3 Apresentar a Licença Ambiental Única (LAU) da propriedade no caso de

empreendimento em área de propriedade rural.

2 Documentos Técnicos

2.1 Obrigatórios

2.1.1 Mapa de localização ou carta imagem em escala 1:100.000 ou maior,

contendo a área objeto do licenciamento, a sede do município ou marco

geográfico conhecido na região, bacia hidrográfica e vias de acesso;

2.1.2 Mapa de situação ou carta imagem, em escala de 1: 10.000 ou maior,

contendo a delimitação da área do empreendimento e suas unidades, uso e

ocupação do solo da área do entorno, rede de drenagem, área do projeto de

fertirrigação, ponto de captação de água, área de preservação permanente e a

distância desta em relação às unidades, área de reserva legal, vias de acesso e

coordenadas geográficas.

2.1.3 Mapa planialtimétrico da área a ser fertirrigada em escala adequada,

plotando as unidades, sistema de tratamento, rede de drenagem, ponto de

captação de água e as áreas destinadas a fertirrigação/fertilização.

2.1.4 Apresentar caracterização do solo, com ênfase para definição do tipo,

textura, estrutura, profundidade e permeabilidade; descrição sucinta do relevo

local; caracterização da vegetação e fauna;

2.1.5 Aspectos gerais da área disponível para cultura, aspectos culturais,

produção e produtividade prevista, método e capacidade de conservação do solo,

capacidade de extrair nutrientes da cultura, manejo sanitário, etc.

2.1.6 Apresentar a caracterização climática, com a série histórica de dados de

temperatura, umidade, evaporação, precipitações mensais e anuais da região,

com respectivo balanço hídrico regional.

2.1.7 Realizar sondagem em vários locais da área, para definição do nível do

lençol freático e ensaios da taxa de infiltração;

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2.1.8 Determinar a velocidade, direção e freqüência predominante dos ventos;

2.1.9 Apresentar laudo técnico e resultados físicos e químicos das amostras de solo da área a ser fertilizada e/ou fertirrigada, através de um sistema de amostragem composta e representativa das áreas destinadas a esse fim;

2.1.10 Apresentar a caracterização sobre a quantidade de efluentes líquidos do

setor na saída da ETEs (vazão média diária, vazão máxima horária e

periodicidade prevista para as descargas);

2.1.11 Apresentar análise laboratorial e laudo técnico de amostras da ETEs ou

dados de referência dos despejos sólidos e efluentes líquidos gerados no

empreendimento na saída da estação de tratamento de efluente considerando os

seguintes parâmetros: DBO, DQO, Óleos e Graxas, Sólidos Totais, Sólidos Fixos

Totais, Cinzas, Sólidos Voláteis Totais, Nitrogênio Amoniacal (N-NH4), Nitrogênio

Kjeldahl Total (NKT), Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Sódio, Potencial

Hidrogeniônico, Carbono Total, Relação Carbono/Nitrogênio (C/N);

2.1.12 Projeto Executivo de Engenharia das obras do sistema de irrigação, com

plantas, memorial descritivo e de cálculo, com descrição das etapas, atividades e

cronograma físico de execução e/ou a caracterização e especificação dos

equipamentos utilizados na aplicação e incorporação dos dejetos sólidos no solo;

2.1.13 No caso em que a capacidade de suporte do solo da área disponível para

a aplicação das águas residuárias e incorporação de dejetos sólidos for inferior a

carga de despejos orgânicos e o empreendimento optar pela aplicação em áreas

vizinhas o interessado deverá ambientais;

2.1.14 Descrição dos prováveis impactos ambientais e socioambientais que

poderão ocorrer na implantação e operação do projeto de fertirrigação (alteração

da qualidade da água, contaminação do lençol freático, escoamento superficial de

resíduos e efluentes líquidos, processos erosivos, presença de vetores, mau

cheiro, manejo e disposição dos resíduos e efluentes líquidos, desvalorização

imobiliária, intensificação de tráfego de veículos, interferência nos meios físico,

biótico e socioeconômico, entre outros).

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2.1.15 Descrição preliminar das principais medidas mitigadoras preventivas e

corretivas e/ou compensatórias dos prováveis impactos ambientais e sócio-

ambientais avaliados.

2.1.16 Apresentar plano de monitoramento da qualidade da água percolada

através da avaliação por sondas com diferentes profundidades localizadas na

área fertilizada a cada ano agrícola, apresentando resultados analíticos da água.

O plano deve conter os seguintes parâmetros: Presença de elementos

potencialmente tóxicos ao solo; salinização; sodificação; acidificação;

contaminação por metais pesados; eutrofização e agentes patogênicos.

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CLOSSARIO

AHPA – Standard Methods for Examination of Water and Wastewater;

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental;

CHOPA – Ponta de ferro ou aço de tamanho alongado;

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente;

DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio;

DQO - Demanda Química de Oxigênio;

EUTROFIZAÇÃO - Composto Químico causado pelo excesso de nutrientes, ricos

em Fósforo ou (Nitrogênio numa massa de água).

EXCREMENTO – Substância contida no trato digestivo dos animais, fraguimentos

de tecidos.

FERTIRRIGAÇÃO - É uma técnica de aplicação simultânea de fertilizantes e

água, através de um sistema de irrigação

MAGAREFE – Abatedor de Gado, homem que mata e esfola. (Mau Cirurgião)

pH - Potencial Hidrogeniônico;

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RIISPOA - Regulamento para Inspeção Industrial e Sanitária para Alimentos de

Origem Animal;

SIF - Serviço de Inspeção Federal.

CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram que o sistema de tratamento envolvendo a lagoa

anaeróbia e facultativa, se mostrou com capacidade satisfatória de remoção dos

parâmetros analisados, constituindo uma alternativa capaz de promover um

elevado grau de remoção de nutrientes e conseqüentemente atender a legislação

para lançamento de efluentes.

Devido a uma falta de controle com a grande quantidade gerada de efluente

líquido nas diversas etapas do processo produtivo, um sistema de tratamento

preliminar ineficiente, com gradeamento fora dos padrões para remoção dos

sólidos grosseiros e pela falta de instalação de uma peneira estática para

retenção dos resíduos, sendo esta uma etapa imprescindível para o tratamento de

efluente como os gerados pela atividade de frigoríficos, isto acarretaria uma

substancial diminuição da grande concentração de matéria orgânica despejadas

diretamente nas lagoas.

O sistema apresentou boa eficiência dentro da capacidade de autodepuração do

sistema (lagoa anaeróbia e facultativa 1), porém ainda não podemos observar a

eficiência total do sistema implantado, pois os efluentes finais não esta sendo

despejado, para determinarmos a poluição e/ou contaminação no corpo receptor.

Os parâmetros obtidos através das analises demonstraram que o sistema de

lagoas de estabilização que compõe o tratamento do efluente líquido, promove

boa remoção dos dejetos de origem predominantemente orgânicos, mas também

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é necessária uma adequação dos procedimentos adotados no processo de

produção, gerando um efluente com menor carga de matéria orgânica, sólidos

grosseiros, sangue, DBO5, DQO, para uma melhor eficiência das lagoas

anaeróbia e facultativa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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examination of water and wastewater. 19. ed. New York: Apha, 1995.

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Pernambuco, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Orientador: Mario Takayuki Kato.

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Mônica Ferreira do Amaral; NUCCI, Nelson Luiz Rodrigues; EIGER, Sérgio;

JULIANO, Neusa Monteiro de Arruda. Introdução à engenharia ambiental. São

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BRASIL - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA - Regulamento da Inspeção

Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, 1952.

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de 2008.

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sempenho de lagoas de estabilização. Série Mananciais. São Paulo, 1990.

CETESB - GUIA TÉCNICO AMBIENTAL DE ABATE (BOVINO E SUÍNO) - SÉRIE

P+L, 2008. Disponível em:

http://www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/producao_limpa/documentos/abate.pdf>.

Acesso em 17 de jun. de 2008 CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente.

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<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso em 20 de

jun. de 2007.

CHERNICHARO, Carlos Augusto de Lemos. Princípio do Tratamento Biológico de

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DIAS, Maria do Carmo Oliveira (Coord.). Manual de impactos ambientais:

orientações básicas sobre aspectos ambientais e atividades produtivas.

Fortaleza: Banco do Nordeste, 1999.

ESPINOZA, Mariza Wagner; PAZ, Araí Maria Aparecida dos Santos; RIBAS,

Maria Lúcia Oscar; SANGOI, Regina Froener; BURSZTEJN, Sara. Índices para o

Cálculo Simplificado de Cargas Orgânicas e Inorgânicas Presentes em

Efluentes Industriais. XXVII congresso Interamericano de Engenharia Sanitária

e Ambiental, Porto Alegre-RS, AIDIS/ABES: 1998.

GIL, J. Infante; DURÃO, J. Costa. Manual de inspeção sanitária de carnes.

Lisboa: Fundação Caloustre Gulbenkian, 1985.

IDE, Carlos Nabuyoshi; GONDA, Jorge; GOMES, Marcos Ramalho; LOUREIRO,

Hélio;

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DAL'ONGARO, Marcelo; GOMES, Roney Aparecido. Avaliação do desempenho

de lagoas de estabilização no tratamento de efluentes de matadouro –

Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 19ª Feira Internacional

de Tecnologias de Saneamento Ambiental, 2 - FITABES'97, Foz do Iguaçu, 14-19

set. 1997.

IMHOFF, Klaus & IMHOFF, Karl. Manual de Tratamento de águas Residuárias,

26ª edição, São Paulo, Editora Egard Blucher Ltda: 1998.

JORDÃO, Eduardo Pacheco; PESSOA, Constantino Arruda. Tratamento de

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Tratamento de Resíduos Líquidos III, Ministério da Educação Universidade

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METCALF e EDDY. Wastewater engineering treatment disposal reuse. 3 ed.

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NUNES, José Alves. Tratamento físico-químico de águas residuárias industriais.

Gráfica Editorial J Andrade. Aracaju - SE, 2004.

SPERLING, Marcos Von, Princípios do Tratamento Biológico de Águas

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TEIXEIRA, Roberta Miranda. Remoção de Nitrogênio de Efluentes da Indústria

Frigorífica Através da Aplicação dos Processos de Nitrificação e

Desnitrificação em Biorreatores Utilizados em um Sistema de Lagoas de

Tratamento. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 2006.

VILAS BOAS, Eduardo Valério de Barros; LIMA, Luiz Carlos de Oliveira;

BRESSAN, Maria Cristina; BARCELOS, Maria de Fátima Pícollo; PEREIRA,

Rosemary Gualberto F. A. Manejo de resíduos da agroindústria. Lavras:

Gráfica Universitária UFLA/FAEPE, 2001.

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ANEXOS

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